GALERIA DE AUTOR
MAGAZINE
REPORTAGEM
Gaby Ben Avraham Aniruddha - Guha Sakar Tiago Figueiredo
02.2020
O MUNDO À FRENTE DAS OBJECTIVAS
DEBAIXO DAS PEDRAS
PORTFÓLIO
Alice WR
Cláudia Freitas
“...Debaixo das pedras" é um inventário intimista do ambiente dos lugares de um território que revisitei, no rasto de Vassili Grossman. Antes de viajar para a República da Arménia em 2018, imaginei-a, alimentando-me da obra que o autor escreveu em 1962, " Bem Hajam! Apontamentos de viajem à Arménia"...”
trimestral
“...espetacular, exótico, colorido, tranquilo Às vezes vale a pena sair das rotinas habituais para conhecer um mundo diferente. Diferente, desigual, injusto, estranho, inacreditável e, ao mesmo tempo, lindo, espetacular, exótico, colorido, tranquilo, e até mesmo alegre...
ABRIL MAIO JUNHO
Terรงa a sรกbado 11h00 - 18h00 Encerrado Domingo, segunda e feriados Rua Arronches Junqueiro 126, SETUBAL 1
EDITORIAL 02.2020
04. DEBAIXO DAS PEDRAS Alice WR "Debaixo das pedras" é um inventário intimista do ambiente dos lugares de um território que revisitei, no rasto de Vassili Grossman. Antes de viajar para a República da Arménia em 2018, imaginei-a, alimentando-me da obra que o autor escreveu em 1962, " Bem Hajam! Apontamentos de viajem à Arménia"
22.38. GALERiA DE AUTOR
Gabi Ben Avraham
Aniruddha-Guha Sakar
Tiago Figueiredo
When pushing the button, I try to make some sense, restore order to the chaotic scheme of things in the composition
I live in New Delhi, am an Engineer by education, a part of the top management of an American I.T Services...
Nunca tínhamos vivido nada assim, um vírus capaz de parar o mundo.
40. PORTFÓLIO Cláudia Freitas Às vezes vale a pena sair das rotinas habituais para conhecer um mundo diferente. ..
02.2020 magazine REPORTAGEM
2 03
04
magazine REPORTAGEM
02.2020
3
DEBAIXO DAS PEDRAS
Alice WR
"Debaixo das pedras" é um inventário intimista do ambiente dos lugares de um território que revisitei, no rasto de Vassili Grossman. Antes de viajar para a República da Arménia em 2018, imaginei-a, alimentando-me da obra que o autor escreveu em 1962, " Bem Hajam! Apontamentos de viajem à Arménia".
02.2020 magazine REPORTAGEM
4 05
06
magazine REPORTAGEM
02.2020
5
02.2020 magazine REPORTAGEM
6 07
08
magazine REPORTAGEM
02.2020
7
FOI A DESCRIÇÃO FÍSICA QUE O AUTOR FAZ DA TERRA, DO PÓ E DAS PEDRAS QUE ME INSTIGOU, 56 ANOS DEPOIS, A IR ESPREITAR DEBAIXO DELAS.
02.2020 magazine REPORTAGEM
09
10
magazine REPORTAGEM
02.2020
9
02.2020 magazine REPORTAGEM
11
Com a certeza de que todo o espaço contém a sua antítese, deparei-me com inúmeras subtilezas que deixam entrever a identidade resiliente de um povo, onde a tradição e a modernidade procuram coabitar sem atropelos.
12
magazine REPORTAGEM
02.2020
11
02.2020 magazine REPORTAGEM
13
14
magazine REPORTAGEM
01.2020
13
01.2020 magazine REPORTAGEM
15
16
magazine REPORTAGEM
02.2020
15
02.2020 magazine REPORTAGEM
16 17
18
magazine REPORTAGEM
02.2020
I
02.2020 magazine REPORTAGEM
19
Alice WR (Lisboa, 1959). Artista visual, fotógrafa com trabalhos de cariz autoral e documental. Formadora e facilitadora de Workshops e debates. Participa em projetos artísticos e expõe individual e colectivamente. Fotografa, as mais das vezes, com a estética num olho e a contemplação no outro procurando nos espaços onde se move aquilo que os define. Fotografa solitariamente e distante do objecto fotografado, preferindo estar fora do seu ângulo de visão. Parte de uma representação subjectiva e emocional da realidade procurando usar a lente para transfigurar o real e para o carregar da poesia que ele parece não ter. Recentemente fez o Curso de Curadoria e outra(s) história(s), participou em Workshops com os fotógrafos Paulo Nozolino, Luis González Palma e Antoine d'Agata e apresentou trabalhos documentais produzidos na Índia e na Arménia. Fez uma apresentação do projeto “Auto-retratos e sofrimento translúcido” na Sociedade Portuguesa de Psicologia Clinica e participou nos Festivais Noc Noc e Guimarães (2019) e iNstantes em Espanha (Vilagarcia de Arousa, 2019). Realizou instalações fotográficas (2019, 2018) e fez parte dos projetos CULTRUA (2017) e Mosaicografia (2016). Integra a Agência Calipo desde 2016, tendo participado nas exposições Short Stories (2018) e Nocturama (2017) e no Lisbon Street Art Festival |MURO (2019 e 2017) e Fair Satuday (2019). Realizou trabalho com a comunidade na produção de cianótipos (2019 e 2018). Recebeu três primeiros prémios e três menções honrosas.
20
magazine REPORTAGEM
02.2020
3
4
GALERIA DE AUTOR Gabi Ben Avraham
I am an Israeli photographer (59), I live in Tel Aviv and work in a software company. After flirting with an initial fascination with photography and film cameras in the 1980's, I went on to pursue a career as an IT manager and put my love for the still image aside. Fortunately, my interest never disappeared. While the passion lay dormant for decades, all it took was the gift of a camera from my wife to awaken my inclination towards photography again. The Street is not a Studio. Sometimes I stand and wait for things to converge – a cyclist, a dancer, a child – moving along. Street Photography/Documentary is my favorite way of looking at the world. My camera has become an integral part of me and I cannot imagine myself without it. Everywhere I go I take it with me thinking ‘maybe today will be my lucky day and I will take the photo of my life’. Via the camera lens I am constantly looking around me, searching for that ‘decisive’ moment that will never return, unless I catch it.
22
magazine REPORTAGEM
02.2020
When pushing the button, I try to make some sense, restore order to the chaotic scheme of things in the composition, tell the story behind the scene and frame a surrealistic moment. The components 'speak' with each other in a special dialogue, either by color, shape, or light. Capturing the elusive, special moment after which things will never be the same and making it eternal – that is my goal. Forgotten, transparent people in urban surroundings are being granted their moment of grace. The shadows, fragile outlines, reflections within daily lives that are not noticed in the busy and thick urban landscape and sometimes are even crushed by it – these are precious to me. Those expressions and compositions are to be treasured before they are lost in time.
5
02.2020 magazine REPORTAGEM
6 23
MY CAMERA HAS BECOME AN INTEGRAL PART OF MYSELF WITHOUT IT. EVERYWHERE I GO I TAKE IT W WILL BE MY LUCKY DAY AND I WILL TAKE THE PHO
24
magazine REPORTAGEM
02.2020
7
Like a fisherman who goes to his daily work without knowing what he will catch, I take my camera and dive into the streets without knowing what will happen five minutes later. It is an adventure. When I click I try to see the surreal and to sort things out of their everyday meaning and their usual context. I have my favorite places and I never come with the same photos. It is always different: the people, the light and shadows, the atmosphere.
ME AND I CANNOT IMAGINE WITH ME THINKING ‘MAYBE TODAY OTO OF MY LIFE’.
02.2020 magazine REPORTAGEM
8 25
26
magazine REPORTAGEM
02.2020
9
02.2020 magazine REPORTAGEM
10 25
GALERIA DE AUTOR
Aniruddha Guha Sakar
I live in New Delhi, am an Engineer by education, a part of the top management of an American I.T Services company by profession and a learning photoartist by passion. Having been bored to death by corporate nothingness in various parts of the world for nearly 25 years, I took to the streets with my camera around 5 years back in search of a better meaning.
28
magazine REPORTAGEM
02.2020
11
02.2020 magazine REPORTAGEM
12 29
30
magazine REPORTAGEM
02.2020
13
02.2020 magazine REPORTAGEM
14 31
For the first 4 years of my journey, I followed the trends of street photography (though I have never been an illusionist). I have never been into competitions seriously, but during this time, some of my work got exhibited in various international group exhibitions (e.g. in a few Italian cities, Moscow, Hamburg, Dubai etc.) and printed in international/ national magazines. Artistic passion for creating a work of art and the craving for the joy when such rare occasions happen was always there in me and will be there in future too. However, I felt a growing need about a year ago that before trying to become an artist, one must first understand the time and place that one lives in and their socio-political evolution. The moments that I express in my images must come out of such deep experiences. I am therefore trying street documentaries on social themes these days – in order to be myself.
32
magazine REPORTAGEM
02.2020
15
Over the last year or so, I figured out through my failures how much subject matter understanding, time (which I don't have – due to my professional commitments) and dedication such street documentaries take ! Despite such limitations, going deeper to understand and express the time and place that I live in remains the only responsible direction that I can take and will therefore continue.
02.2020 magazine REPORTAGEM
16 33
GALERIA DE AUTOR Tiago Figueiredo
Nunca tínhamos vivido nada assim, um vírus capaz de parar o mundo. De um dia para o outro, a ameaça da morte fez-nos fugir das ruas, fechounos em casa com medo. A angústia tomou conta de nós, só havia um tema de conversa. O vírus, a doença, a morte, a distância social. Depois do grande silêncio, do torpor dos dias indiferentes mergulhados em tédio, a curiosidade venceu o medo e comecei a sair à rua, protegido numa bolha privilegiada. Lá fora, estão as primeiras vítimas de uma sociedade desigual. Os que não podem ficar em casa, os que não têm dinheiro para comer se não trabalharem hoje.
34
magazine REPORTAGEM
02.2020
17
02.2020 magazine REPORTAGEM
18 35
36
magazine REPORTAGEM
02.2020
19
FICAR EM CASA ESTAVA A PROTEGER-ME DO VÍRUS, MAS A MATAR-ME DE OUTRAS FORMAS MENOS ESPECTACULARES. SAIR PARA FOTOGRAFAR, SEGURO DENTRO DO CARRO, FOI A FORMA QUE ARRANJEI PARA ME SALVAR.
02.2020 magazine REPORTAGEM
20 37
38
magazine REPORTAGEM
02.2020
21
22
PORTFÓLIO Cláudia Freitas
Às vezes vale a pena sair das rotinas habituais para conhecer um mundo diferente. Diferente, desigual, injusto, estranho, inacreditável e, ao mesmo tempo, lindo, espetacular, exótico, colorido, tranquilo, e até mesmo alegre, é este misto de sentimentos e emoções que me assaltam quando recordo as viagens entre Tete e Quelimane. Em 2013 o Governo de Moçambique decidiu que as províncias de Tete e da Zambézia iriam ser ligadas entre si por uma linha de caminho-de-ferro, e abertas ao mundo através um porto de aguas profun- das a construir na foz do rio Macuze, na localidade do Supinho, arredores da cidade de Quelimane. A concessão e implementação destas infra-estruturas está a cargo da empresa TML - Thai Moçambique Logística. Ao longo destes anos fiz algumas viagens integrada na equipa de reconhecimento do terreno da TML, o que me permitiu construir o registo que aqui partilho.
40
magazine REPORTAGEM
02.2020
23
Cláudia Freitas, (1967) nasceu e vive em Setúbal, formada em fotografia pelo IPF e em Curadoria da Arte pela FCSH, desde 2015 dedica-se em exclusividade a actividades relacionadas com as práticas artísticas, nomeadamente na área da fotografia. Realizou duas exposições individuais e publicou três edições de autor. Fundadora da Photo Experience (2016), empresa dedicada à promoção, divulgação e comercialização de Fotografia e livro de autor. Actualmente dirige a Galeria Lapso em Setúbal da qual é proprietária. 02.2020 magazine REPORTAGEM
24 41
Tete é uma província privilegiada, embora situada numa zona interior, os verdejantes vales sucedem- -se ao longo do imenso rio Zambeze e seus afluentes. É uma região rica em recursos minerais e propícia ao desenvolvimento da agricultura e da pecuária. São ícones da região os gigantescos embondeiros sempre associados a histórias e tradições familiares.
42
magazine REPORTAGEM
02.2020
25
Mutarara e Sena (ligadas pela ponte D.Ana), Chimuara, Doa, Nicoadala são localidades que fazem par- te dos cerca de 700kms de itinerário, que percorridos durante vários dias de viagem realizados maio- ritariamente por estradas de terra batida. Durante as longas jornadas em que, apenas os caminhantes ao longo da estrada sem destino perceptível ou, um aglomerado de casas tradicionais, nos faziam despertar da paisagem natural, por vezes, inóspita, pudemos tomar consciência do modo de vida rudimentar e desamparado destas gentes, em que por exemplo, carregar água, transportar lenha ou carvão para cozinhar, lavar roupa no rio, fazem parte das tarefas diárias de homens, mulheres e crianças.
02.2020 magazine REPORTAGEM
26 43
NA APROXIMAÇÃO AO ÍNDICO TEMOS QUELIMANE! A CIDADE DOS COQUEIROS E DAS BICICLETAS, TAMBÉM CONHECI- DA COMO O PALMAR DE MOÇAMBIQUE. EMERGINDO POR TODO O LADO, NOVOS, VELHOS, HOMENS E MULHERES CADA UM NA SUA BICICLETA, SÃO AOS MILHARES A CIRCULAREM PELA CIDADE.
44
magazine REPORTAGEM
02.2020
27
02.2020 magazine REPORTAGEM
28 45
COM UM BANCO T O MEIO DE TRAN FAMÍLIAS. TA CIDADE À PRAIA DE PAI E FILHO À FRE OU UM CONDUT
46
magazine REPORTAGEM
02.2020
29
RASEIRO ALMOFADADO E FORRADO A NAPA, AS BIKE-TÁXI SÃO NSPORTE MAIS USUAL ASSEGURANDO O SUSTENTO DE MUITAS ANTO NA CIDADE, COMO NOS 35 KMS DE ASFALTO QUE LIGAM A ZALALA E À LOCALIDA- DE DO SUPINHO, É FREQUENTE VER-SE ENTE, MÃE NO BANCO DETRÁS COM OUTRO FILHO ÀS COSTAS, TOR LITERALMENTE COBERTO PELA CARGA QUE TRANSPORTA.
02.2020 magazine REPORTAGEM
30 47
48
magazine REPORTAGEM
02.2020
31
02.2020 magazine REPORTAGEM
32 49
50
magazine REPORTAGEM
02.2020
33
02.2020 magazine REPORTAGEM
34 51
PRÓXIMA EDIÇÃO 03 JULHO, AGOSTO E SETEMBRO 2020
La Grande Famille João Pedro Marnoto Pia é filha de uma ex-modelo francesa e Zinzin é filho de um ex-viciado em heroína. Ambos são "saisonniers" trabalhadores agrícolas sazonais. Duas histórias diferentes com o mesmo destino: nómadas vivendo em florestas, abrigados por uma família escolhida por eles mesmos e vivendo uma vida longe da sociedade que eles rejeitaram. Festas secretas de música hard-techno, drogas, revivalismo hippie e outros rituais são revelados por esses dois jovens adultos, revelando a vida quotidiana de uma das maiores subculturas marginais e nómadas da Europa. La Grande Famille é uma jornada desde o passado sombrio até aos dias de hoje, vivido em comunidade familiar.
Ficha Técnica DIRECTOR Rui Miguel Cunha REDACÇÃO Vanessa Pereira DESENHO GRÁFICO E PAGINAÇÃO Rui Miguel Cunha FOTOGRAFIA Rui Miguel Cunha REVISÃO Nuno Guerreiro . Go4Word ERC n.125433 EDIÇÃO, PROPRIEDADE E SEDE Rui Miguel Cunha . Rua Jorge Barradas, 14 Almoinha . 2970-001 Sesimbra ESTATUTO EDITORIAL Clique PARCEIROS Projecto 33 . A Pequena Geleria WEB www.magazinereportagem.com EMAIL info@magazinereportagem.com COPYRIGHT @2020 Todos os Direitos Reservados.
52
magazine REPORTAGEM
02.2020
35
36
37