A VIDA NO SERENGETI Por Luciana Maria Sanches e StĂŠphanie Habrich Com fotos de Luca, Matteo e Nicolas Habrich Guazzelli e arte de Bia Gomes
A VIDA NO SERENGETI
Por Luciana Maria Sanches e StĂŠphanie Habrich Com fotos de Luca, Matteo e Nicolas Habrich Guazzelli e arte de Bia Gomes
Sempre parece impossĂvel atĂŠ que seja feito. Nelson Mandela
EXPEDIENTE Fotos: Luca, Matteo e Nicolas Habrich Guazzelli Coordenação e textos: Stéphanie Habrich Organização e textos: Luciana Maria Sanches Projeto gráfico e diagramação: Bia Gomes Participação e agradecimento: Tatiana Pacheco Nunes Tratamento de imagem: Alvaro Zeni Edição 1 – dezembro 2017
SUMÁRIO QUÊNIA
10
TANZÂNIA
16
SERENGETI
22
ANIMAIS
26
BIG FIVE 30
32 Búfalo
40
44
52 Abutre
Elefante
Leopardo
Leão
36
48 Rinocerontes
56 Avestruz
60 Babuíno 7
64 Chacais
68
Girafa
80
Hiena
8
92 Hipopรณtamo
100
84 Guepardo
Gnu
88
Javali
Gazela
Crocodilo
76
72
96 Impala
104 Macaco
108 Zebra
SUMÁRIO CADEIA ALIMENTAR
112
A GRANDE MIGRAÇÃO
114
MASSAIS
116
SUAÍLI
120
CURIOSIDADES GERAIS
122
DIVERSÃO
126
PARA SABER MAIS
140
AUTORES
142
ÁLBUM DE FOTOS
144
APÊNDICE
198
9
SERENGETI
SERENGETI,
PARAÍSO DA DIVERSIDADE Massai Mara
QUÊNIA
Parque Nacional de Serengeti
TANZÂNIA
Reserva de Cratera de Maswa Zona de Ngorongoro Conservação de Ngorongoro
O Serengeti é uma região de 30 mil km2 na África Oriental que se estende do norte da Tanzânia ao sudoeste do Quênia. O bioma do local é a savana, ou seja, vegetação composta por plantas gramíneas, arbustos e árvores esparsas. O clima do Serengeti é geralmente quente e seco, mas se torna mais frio no período de junho a outubro, especialmente à noite. As temperaturas médias variam de 15ºC a 25ºC. As chuvas são mais abundantes entre março e maio e, entre novembro 22
e dezembro, mais fracas. No período chuvoso, a paisagem ganha vida e fica verde, mas, durante a estação seca, acontece o oposto. Com a chegada das secas prolongadas – que podem durar até dez meses – as chances de incêndios aumentam, uma vez que a vegetação rasteira acaba se transformando em palha de fácil combustão. Essa, entretanto, é a melhor época para encontrar animais, justamente porque a vegetação está baixa e os bichos, mais fáceis de avistar.
SERENGETI
Terra de leões, leopardos, crocodilos, hienas, gnus, zebras, elefantes e girafas, o Serengeti é morada de dezenas de milhares de animais e também dos guerreiros massais. Por falar neles, vale lembrar que Serengeti, no idioma massai, significa “planícies sem fim”.
A região também abriga um dos mais incríveis espetáculos da Terra, a maior migração de mamíferos do mundo. Por sorte, o Serengeti é tomado por áreas de conservação (80% é legalmente protegido), como Parque Nacional de Serengeti, na Tanzânia, e Massai Mara, no Quênia. Esses locais
garantem momentos incríveis de observação da vida animal, afinal, são mais de 2 milhões de gnus, 500 mil gazelas e 250 mil zebras, só para citar alguns! Como todos convivem em harmonia? A dieta explica: os hábitos alimentares das espécies são distintos, portanto, há comida para todos.
23
SERENGETI
AS PRINCIPAIS Ă RVORES DO SERENGETI:
Kigelia africana
24
Ficus thonningii
Euphorbia candelabrum
Acacia xanthophloea
Acacia drepanolobium
Phoenix reclinata
SERENGETI
A ÁREA PROTEGIDA DO SERENGETI CORRESPONDE A:
54 mil X
9X
Vaticano
Luxemburgo
2,2 X
75 X
2,5 X
Malta
Jamaica
Catar
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ANIMAIS
ANIMAIS
A PERDER DE VISTA No mundo todo, existem mais de um milhão de espécies animais, espalhadas por diferentes ambientes. Entre elas, há as microscópicas e as gigantescas – para todos os gostos há uma espécie animal! Para botar ordem na casa, os animais são primeiramente divididos
em dois grupos: invertebrados (sem esqueleto interno, como moluscos e insetos) e vertebrados (com esqueleto interno, como mamíferos e aves). Em seguida, são classificados de acordo com uma série de critérios. Aqui, abordamos somente os vertebrados. Confira a classificação deles na imagem abaixo:
PEIXES
ANFÍBIOS
RÉPTEIS
AVES
MAMÍFEROS
Exemplos
Sardinha e tubarão.
Rã e sapo.
Tartaruga e crocodilo.
Pinguim, avestruz e abutre.
Onça, rinoceronte e ser humano.
Principais características
Nadadeiras e escamas.
Fase larval (quando são aquáticos) e adulta (terrestres).
Pele seca.
A maioria voa. Têm penas e bico.
Glândulas mamárias e pelos.
Locomoção Nadadeiras.
Órgãos especiais e patas.
Patas – a não ser a cobra, que rasteja.
Asas e patas.
Pés, patas ou nadadeiras.
Reprodução
Sexuada.
Sexuada.
Sexuada.
Sexuada.
Sexuada.
Respiração
Branquial.
Pulmonar e cutânea.
Pulmonar.
Pulmonar.
Pulmonar.
Habitat
Aquático.
Aquático e terrestre.
Aquático e terrestre.
Terrestre.
Aquático e terrestre.
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CADEIA ALIMENTAR
UM POR TODOS, TODOS POR UM PRODUTORES
CONSUMIDORES PRIMÁRIOS (herbívoros)
CONSUMIDORES SECUNDÁRIOS (carnívoros e onívoros)
CONSUMIDORES TERCIÁRIOS (carnívoros e onívoros)
DECOMPOSITORES
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CADEIA ALIMENTAR A biodiversidade, ou seja, a existência de formas de vida distintas, só é possível quando todos os elementos do sistema estão presentes e em equilíbrio. Desde uma folha de planta, passando pelo menor dos micro-organismos, até a baleia-azul, todos os seres vivos são importantes para a manutenção da biodiversidade, garantindo remédios, alimentos, matéria-prima e – claro – aventuras espetaculares, com a observação da vida selvagem em tempo real e ao vivo. As diferentes espécies que integram um ecossistema (conjunto de comunidades em regiões específicas e suas interações) desempenham funções diferentes na cadeia alimentar, começando pelas plantas, que produzem seu próprio alimento se utilizando somente da luz solar – por isso são chamadas de produtores. Depois das plantas, vêm os herbívoros, animais que ingerem somente alimentos de origem vegetal. Na classificação da cadeia alimentar, eles são chamados de consumidores primários, pois se
alimentam de produtores (plantas). Em último lugar estão os animais carnívoros como leões, crocodilos, hienas, leopardos e muitos outros que têm papel de predador na natureza. Predadores se alimentam de herbívoros, ou seja, de consumidores primários. Os carnívoros podem ser classificados como consumidores secundários, terciários ou quaternários. Há ainda os animais que se alimentam tanto de produtores como de consumidores – são os onívoros. Após a digestão da caça, os dejetos dos predadores são depositados no solo, fazendo com que organismos decompositores concluam o ciclo – esses organismos decompõem as substâncias orgânicas (glicídios, lipídios, proteínas, ácidos nucleicos e enzimas) encontradas nas fezes, em carcaças de animais e em restos de vegetais e as transformam em substâncias inorgânicas (águas e sais minerais). E, novamente, plantas, com a ajuda do sol, produzem seu alimento, reiniciando o ciclo da vida.
IMPORTÂNCIA DA CADEIA ALIMENTAR PARA O EQUILÍBRIO DO ECOSSISTEMA O equilíbrio do ecossistema está profundamente ligado à realização de todas essas etapas. Caso alguma espécie seja extinta, as outras que dependem dela não resistirão. Hoje, o desequilíbrio do ecossistema é um dos principais problemas ambientais enfrentados. Com a extinção de algumas espécies animais e vegetais, há cada vez mais lacunas nas cadeias alimentares e, consequentemente, prejuízos para o ecossistema – e o ser humano. A caça predatória de animais, a poluição das águas, do ar e do solo são fatores que influenciam diretamente nessa situação.
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DIVERSÃO
7. FAÇA VOCÊ MESMO
dobre nas linhas pontilhadas
vire
vire para o outro lado
Cole as orelhas na cabeça e desenhe os olhos e as narinas
Cole a cabeça sobre o corpo
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AUTORES
LUCA HABRICH GUAZZELLI nasceu em 2003, em Nova York, onde os pais haviam se conhecido há alguns anos antes. O pai de Luca é brasileiro e a mãe, francoalemã. A família mora no Brasil desde que Luca tinha 4 anos, e ele adora aventuras e natureza. Quanto à fotografia, revela que foi a mãe quem o inspirou: “É a paixão dela, e logo virou a minha”.
MATTEO HABRICH GUAZZELLI também nasceu em Nova York, em 2005. Matteo conta que as viagens em família são sempre na natureza e afirma: “Adoro! Essa viagem à África ficará para sempre em nossa memória. Poder fotografar a jornada nos possibilitou um olhar ainda mais detalhado”.
NICOLAS HABRICH GUAZZELLI é de São Paulo, onde nasceu em 2008. O caçula da família adora jogar futebol, praticar kung fu, velejar e surfar. Para Nicolas, “fotografar na África foi muito fácil, afinal todas as paisagens são lindas”.
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AUTORES
STÉPHANIE HABRICH é franco-alemã, nascida na Alemanha de pai alemão e mãe francesa. Passou a infância e adolescência no Brasil, para onde voltou, em 2006, depois de dez anos trabalhando e estudando em Nova York. Stéphanie se considera cidadã do mundo: “Sinto-me bem entre culturas diversas”.
LUCIANA MARIA SANCHES é tão louca por animais como por letras. Adoraria passar a vida viajando, fotografando bichos e escrevendo. Em São Paulo, vive com Arthur e Valentina, dois whippets, é revisora do Joca e de outros títulos, direcionados a diferentes públicos. Aqui, atuou como redatora. Deve o amor animal aos pais, à irmã e ao sobrinho e sonha em ganhar um abraço – não fatal – de urso.
BIA GOMES é paulistana, designer por profissão e jogadora de futebol por hobby. Foi a responsável pelo projeto gráfico e pela diagramação do livro. Com vasta experiência em design editorial, não tem dúvidas: “Minha grande paixão, além do esporte, é fazer livros e revistas”.
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Deslumbrante e inexplorado, o continente africano guarda inúmeras surpresas. Após uma viagem à Tanzânia, voltamos com a cabeça fervilhante, uma infinidade de fotos e a vontade de compartilhar a experiência. Em A Vida no Serengeti, reunimos cliques feitos por crianças e informações sobre o ecossistema que se espalha entre o Quênia e a Tanzânia. A publicação é um convite para o leitor nos acompanhar na jornada e ver despertar em si o desejo de conhecer o mundo – por meio do conhecimento, de fotos incríveis e, finalmente, com os próprios olhos. Não faltaram entusiastas para concretizar o projeto: Luciana Maria Sanches, fascinada pela África, ama escrever e animais. Bia Gomes transforma ideias em arte como ninguém. Estamos em ótima companhia – agora só falta você! Embarque nesta viagem por cenários de tirar o fôlego e repletos de curiosidades. A Vida no Serengeti é o seu passaporte. Stéphanie, Luca, Matteo e Nicolas Habrich Guazzelli