Um lugar imaginado para aqueles que não possuem lugar. Maíra Ortins

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Maíra, uma artista ... [Silas de Paula] ... a história social da arte geralmente falha em questionar o próprio status, aceitando seu discurso como dado, uma espécie de fundamento originário ou causador e, em seguida, posicionando a representação visual como resultado ou fenômeno secundário. (PETKOVSKA, 20101)

O crítico de arte James Elkins em uma entrevista à revista Perspective, em 2013, aponta os múltiplos argumentos sobre visualidades ao redor do mundo e critica a postura de historiadores de arte que se submetem à visão hegemônica eurocêntrica sem analisar as diferentes abordagens que existem globalmente. Maíra traz isso, também, à tona e precisa ser vista. Gosto dela e dos seus trabalhos, o que é um gostar duplo ou por inteiro, a pessoa e sua obra. Costumo dizer que grandes artistas têm, além de outras habilidades, um certo sentido premonitório pois conseguem apreender o mundo e ver com a alma e o coração. Não alteridade - algo praticamente impossível -, mas um ver criativo, solidário e crítico que se transforma em atitude política. Segundo Louis Marin, em seu livro On Representation, “...existe uma diferença crucial, entre 1 PETKOVSKA, A. The Social Function of Art in Contemporary Macedonian Society. 7th Conference of the European Research Network Sociology of the Arts. Viena, 2010.


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