O cristão e a política

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ANO 10 | SET/OUT | 14

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Índice

40 CAPA

Pesquisas apontam que o governo brasileiro cobra impostos altos. Confira o aumento da carga tributária desde 1986 e o impacto que esse fato tem causado na sociedade

52 TAXA CONDOMINIAL

Saiba os cuidados que devem ser tomados antes da entrega do imóvel

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EBOLA Saiba mais sobre a doença que tem atingido milhares de pessoas

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12 ENTREVISTA

Conheça a história de um pastor que tem um projeto na Albânia

30 EVANGELISMO

A Igreja deve ser missional. Entenda mais sobre esse termo

Seções 10 EDITORIAL 24 educação 32 pé na estrada 36 perfil

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EMPRESARIAL fique por dentro conta corrente Profissão

78 aconteceu comigo 82 reflexão

FAMÍLIA Nos itens de atividades diárias, o relacionamento familiar precisa ter espaço prioritário na agenda

Diretor Executivo: Marcelo Inácio, MTB 55.665/SP marcelo@seveneditora.com.br | Diretor Comercial: Rafael Sampaio comercial@seveneditora.com.br | Editor de Conteúdo: Mayra Silva redacao@seveneditora.com.br | Revisão: Vanessa Moraes | Direção de arte e Capa: Rogério Viola Junior arte@seveneditora.com.br | Assinaturas: contato@seveneditora.com.br | Colaboradores: Ranieri Sales, Douglas Pessoa, Maria Caroline Zimermann, Edimar Sena, Equipe de Comunicação APlaC, APS, IAP, UCOB e ULB. FALE COM A MAIS DESTAQUE (11) 3852-6404 | site: www.maisdestaque.com.br | e-mail: contato@seveneditora.com.br twitter: @maisdestaque | facebook.com/maisdestaque Tiragem: 15.000 exemplares

A Revista Mais Destaque é uma publicação da Seven Editora. “Os textos e opiniões dos autores subscritores dos artigos publicados nesta edição não refletem necessariamente a opinião dos editores, sendo de integral responsabilidade dos autores eventuais violações de direito de terceiros.”

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Editorial

ORDEM E PROGRESSO Outubro é o mês das eleições. Você já decidiu seus votos? O Brasil é dotado de um sistema político democrático, em que os eleitores têm a oportunidade de participar de uma das decisões mais importantes do país. Portanto, lembre-se de que votar não é brincadeira. A ação precisa ser feita de forma consciente. Analisar o governo e os candidatos deve ser opção prioritária, antes de decidirmos o voto. Depois da análise, cabe a nós, eleitores, tentar promover a mudança que queremos ver no país. Porém, isso não significa que devemos aderir ao vandalismo e desordem das manifestações de rua. Como vimos nos noticiários, o lema “Ordem e Progresso”, descrito na bandeira do Brasil, não está fazendo sentido para a sociedade. A frase, cunhada pelo positivista Augusto Comte, significava a realização dos ideais republicanos, no que diz respeito à busca de condições sociais básicas, ou seja, respeito aos seres humanos, salários dignos aos cidadãos e o melhoramento do país, nos quesitos materiais, intelectuais e morais. Mas pesquisas apontam que o Brasil cobra impostos demais e não dá o retorno que deveria à população, o que justifica a desordem nos protestos. O ano de 2013 foi marcado por manifestações, e 2014 não está sendo diferente. Como cristãos, qual deve ser nossa postura diante dessas movimentações sociais? A matéria de Capa desta edição pode responder melhor essa questão, além de nos fazer refletir um pouco mais sobre o verso bíblico de Provérbios 29:4: “Quando o governo é justo, o país tem segurança; mas, quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba na desgraça”. Portanto, não deixe de conferir. Nas demais seções da revista você também poderá conferir uma matéria sobre o ebola, vírus que tem matado centenas de pessoas; vai entender as fórmulas de aprimorar o estudo da língua inglesa; conhecer um pouco da trajetória de um pastor brasileiro que tem um projeto evangelístico na Albânia; e muito mais. Aprecie a leitura e depois nos envie um comentário dizendo o que achou desta edição. Será um prazer ter a sua opinião na seção Destaque-se da revista.

Destaque-se

ANO 10 | Nº 57 | JUL/AGO | 14

Precisamos nos ocupar mais com a evangelização. E não precisa ser só através de projetos que a Igreja Adventista tem, mas por meio de nossas atitudes e palavras no nosso dia a dia. Muito boa a escolha do tema da seção Evangelismo. Gabriel Possemozer, estudante de psicologia

Argumentos racionais baseados em fatos científicos, como descritos na seção Evidências, servem como revigoramento da fé, e nós mostramos que a beleza do Cosmos é o reflexo da glória do seu Criador. Anderson Barbosa, analista de sistemas

O Facebook é uma ferramenta fantástica, que deu a oportunidade para os leitores se transformarem em escritores. Entretanto, é preciso ter cuidado, pois essa ferramenta é usada tanto para o bem quanto para o mal, como o pastor Rafael Rossi explicou. Andréa Romero, estudante de jornalismo

Abordar um tema sobre Concursos Públicos foi muito interessante para os jovens recém graduados e que ainda não conseguiram a dependência financeira. Gostei das dicas! Vieram diretamente ao encontro das minhas necessidades. Edicarlos Castro, engenheiro agrônomo

A abordagem sobre como as redes sociais influenciam nossa vida foi muito interessante. Hoje vivemos em um mundo totalmente digital e podemos usar isso como maneira de evangelizar. Felipe Bonsanto, administrador

ROGÉRIO VIOLA JR.

Marcelo Inácio

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Entrevista O ministério é todo abrangente, mas Deus abençoou tanto o trabalho que exerci como missionário na Albânia, que acabei criando um laço com isso

Oliveiros Ferreira

liderança e

Além de exercer a presidência da Associação Paulista Central, o pastor Oliveiros Ferreira lidera um projeto missionário na Albânia Por Mayra Silva e Rafael Sampaio

O

pastor Oliveiros Ferreira nasceu na cidade de Paraguaçu, Minas Gerais, em 30 de agosto de 1952. Conheceu a mensagem Adventista em 1974, em Guarulhos, São Paulo. Foi batizado em abril de 1975. Estudou teologia no Instituto Adventista de Ensino (IAE), em São Paulo, onde se formou em 1982. Concluiu o curso de mestrado dez anos depois, no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho. 12

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Trabalhou como pastor distrital em São Paulo, nos distritos de Casa Verde, Vila Nova Cachoeirinha e São José dos Campos. Foi líder de Mordomia Cristã e Lar e Família na Associação Paulista Leste (APL), de 1989 a 1992. Em janeiro do ano seguinte foi para o Newbold College, na Inglaterra, onde estudou inglês e matérias relacionadas ao chamado para ser missionário, como Missiologia, Antropologia e Islamismo. Em julho de 1993, seguiu para a Albânia,

quando ajudou a estabelecer a Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), trabalhando como missionário até fevereiro de 1997. No mesmo ano, retornou ao Brasil e trabalhou 12 meses como Secretário Ministerial na APL. Em outubro de 1998 foi chamado para o departamento de Mordomia Cristã da União Central Brasileira (UCB), cargo que ocupou até outubro de 2001, quando foi eleito pela Assembleia Denominacional Ordinária presidente da Associação Paulista Central (APaC), onde atua até hoje. É casado com a professora Elange Ester Ferreira, com quem tem três filhos: pastor Jonatas Lincoln Ferreira, pastor Oliveiros Ferreira Júnior e a enfermeira Ellen Joyce Ferreira. Em entrevista concedida à Mais Destaque, Oliveiros fala sobre liderança e seus projetos missionários.

O que te motiva a continuar na presidência da Associação Paulista Central (APaC)? Já pensou em exercer outra função? A primeira experiência que tive como presidente, durante todo o meu ministério, foi na APaC. A motivação para isso está acima de qualquer função. Deus nos chamou para o ministério. Os pastores estudam teologia e se colocam nas mãos de Deus como resposta a um chamado. As funções que nós desempenhamos na Igreja são dadas pela própria instituição. Mas é Deus quem as dirige. Todos os lugares em que eu trabalhei servindo, inclusive fora do Brasil, foram convites que a Igreja me fez e eu respondi. A motivação para continuar como presidente é apaixonante, assim como era ser pastor de igreja e missionário. IMAGEM: ARQUIVO PESSOAL


“Alguns anos atrás visitamos esta universidade e ficamos impactados por tudo o que ela oferece. Buscando que nossas filhas tivessem a melhor formação acadêmica, decidimos pela UAP. Nos mudamos com nossa família para esta localidade e não nos arrependemos: hoje temos uma filha que em breve será enfermeira com vocação missionária e outra nutricionista dedicada ao ensino e à investigação. Sentimos que todos os nossos esforços valeram a pena.” Jorge (60, vendedor) e Silvia (58, dona de casa) Pais de Agostina e Karen, alunas da UAP.

*Ano após ano, a UAP entrega à Argentina e ao

mundo mais de 400 profissionais de 30 cursos diferentes, formados com os mais altos padrões em um modelo de ensino completo e personalizado que oferece aos seus alunos a melhor infraestrutura e tecnologia para uma aprendizagem ideal. Seu filho pode ser um deles. Seu sonho está mais perto do que você pensa. Consulte-nos!

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Entrevista

A Constituição da Albânia, em 1967, decretou o país como 100% ateu. Nós, da Igreja Adventista do Sétimo Dia, fomos os primeiros a construir um templo evangélico que falava de Cristo no país”

O ministério é todo abrangente, mas Deus abençoou tanto o trabalho que exerci como missionário na Albânia, que acabei criando um laço com isso. Mas como eu disse, o ministério é apaixonante. Se eu receber um convite para voltar ao campo missionário, voltarei feliz e realizado também.

Além da liderança da APaC, você é coordenador de um projeto na Albânia. Como ele funciona? Eu sinto que Deus quer me usar para ajudar a evangelizar a Albânia. O que é feito? Nós trazemos alguns jovens daquele país para o Brasil, ajudamos eles a se formarem, em parceria com o Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). Já formamos pastores e professores que voltaram para a Albânia. Agora, os projetos que a gente faz são através da liderança que está na Albânia hoje. Além disso, temos a oportunidade de levar pessoas daqui para executar projetos lá. O maior

deles foi enviar um grupo de quase 30 jovens brasileiros voluntários. Ficamos lá durante duas semanas e fizemos distribuição de livros missionários em todas as casas da cidade onde morei, além de um evangelismo e ações de impacto na sociedade, com temas voltados à saúde e necessidades da periferia local, especialmente.

Quais foram as experiências mais surpreendentes do projeto na Albânia? A Constituição da Albânia, em 1967, decretou o país como 100% ateu. Mesmo com a existência de outras religiões naquela nação, nós, da Igreja Adventista do Sétimo Dia, fomos os primeiros a construir na região um templo evangélico que falava de Cristo. A segunda experiência foi a de um jovem que trouxemos para o Brasil. Ele concluiu o Ensino Médio e decidiu cursar teologia. Esse rapaz se tornou pastor ordenado e, no primeiro dia de junho deste ano, foi nomeado departamental da Great New York Conference, sede administrativa da Igreja Adventista para a cidade de Nova York e os municípios de Columbia, Dutches, Greene, Nassau, Orange, Putnam, Rockland, Suffolk, Sullivan, Ulster e Westchester, nos Estados Unidos. Outra experiência foi a da jovem Adriana, que se formou em pedagogia no Unasp, conheceu um rapaz que estava se formando em teologia, casou-se com ele e, hoje, ambos estão trabalhando como missionários na Albânia. Essas e outras experiências nos inspiram muito. Deixe uma mensagem para os leitores da MD. Eu acho que a característica principal de um missionário é colocar impulso naquele dom que recebeu de Deus. O missionário só é bem-sucedido em um campo ou país distante quando ele é, primeiramente, ativo em sua comunidade. O meu apelo para os jovens, de maneira especial, é, primeiro, colocar-se nas mãos de Deus, porque é Ele quem vai dirigir a sua vida. Em segundo lugar é saber e conhecer bem a língua inglesa, pois muitas vezes o brasileiro é limitado no serviço que ele poderia prestar em outras partes do mundo porque não consegue se comunicar em inglês. E, por último, dizer que o princípio de nosso Senhor Jesus é: fazei essas coisas sem omitir aquelas. Hoje, podemos receber um chamado e devolver o bem que recebemos do passado dos missionários que aqui vieram, indo para outros países que precisam da nossa participação. Mas lembre-se: devemos fazer essas coisas sem omitir aquelas que estão ao nosso alcance.

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IMAGEM: ARQUIVO PESSOAL



Especial

Pessoas têm substituído o relacionamento familiar por outras atividades. Porém, a família deve ter prioridade na agenda do dia a dia Por Mayra Silva

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uando se fala em prioridades, muitos colocam a família na lista, depois de Deus. Mas vivemos em um mundo onde a busca pelo materialismo acaba tomando o lugar dessas prioridades. Na “aceleração” do dia a dia, com o foco nas novas conquistas, as famílias têm deixado o relacionamento entre pais e filhos em segundo ou terceiro plano, a fim de obter interesses pessoais. Neste ano, em agosto, o site de recrutamento Catho, rede brasileira de classificados de empregos, fez um levantamento em homenagem ao Dia dos Pais. A pesquisa revelou que 58,3% dos pais acreditam não passar tempo suficiente com a família. Os resultados ainda destacaram outros aspectos, quando a pesquisa questionou o que esses trabalhadores mais sentem falta na correria do dia a dia. Quase 35% gostariam de fazer mais passeios em família, 22,8% sentem falta de estar presente em momentos que consideram importantes, 21,5% queriam ter mais participação na educação dos filhos e 16,1% lamentam não ter tempo para brincar um pouco com suas crianças. Não é comum, mas outro dado apontado pela pesquisa é que 16,1% dos pais deixaram o mercado de trabalho para passar mais tempo com os filhos e, destes, 13,6% ficaram mais de dois anos afastados das atividades profissionais. “O tempo em família não é contado pelo relógio e sim pelos relacionamentos. Os pais sábios tiram qualquer tempo que têm para ouvir, brincar e elogiar os filhos, e estes gravarão na memória, quando adultos, os bons tempos que a família passou junta. Muitas vezes, para os pais, foram apenas alguns minutos a cada dia, mas com certeza minutos de grande valor emocional para os filhos”, comenta a psicóloga Maria de Lourdes. “O lar

é o primeiro local que reconhecemos como um lugar seguro, que tem nutrição e conforto, por isso é importante para o psicológico que esse lugar seja sempre provedor do emocional seguro, pois é através do que se vivencia no lar que formatamos a ideia do mundo lá fora”, complementa. “As famílias precisam cultivar relacionamentos”

Recentemente, o Papa Francisco encorajou os pais a passarem mais tempo com os filhos e brincar mais com eles. Disse ainda que o mundo está centralizado no dinheiro e não na pessoa humana. Nesse quesito, o papa tem razão. Como disse o pastor e jornalista Michelson Borges, em seu site sobre Criacionismo, “as famílias precisam cultivar relacionamentos mais profundos, e os trabalhadores têm direito a um dia de descanso”. Aliás, “o sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2:27). “Parar um dia na semana para priorizar o descanso e os relacionamentos, sem dúvida, é a proposta ideal para solucionar muitas injustiças sociais”, escreveu Borges. O Papa Francisco lamentou também o abandono da prática cristã que veta o trabalho aos domingos, ação definida pelo imperador Constantino, justificando que as pessoas deveriam dedicar esse dia para adorar a Deus e relacionar-se com a família. O gnosticismo tinha como costume venerar o Sol e separar o domingo para essa prática. O chamado Édito de Constantino foi uma legislação do imperador romano, proclamada em 7 de março de 321 a.C., quando rezou: “Que todos os juízes, e todos os habitantes da cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atendam

53% Dos pais acreditam não passar tempo suficiente com a família

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Especial

deus família igreja saúde

“A sua agenda é o seu credo: você tem tempo para aquilo em que acredita” 18

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os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer amiúde que nenhum outro dia é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo céu”. Entretanto, de acordo com a Bíblia Sagrada, há um engano nessa afirmação. O domingo não é o dia escolhido por Deus para ser venerado, mas sim o sábado. “Lembra-te do dia de sábado para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a sua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu animal, nem teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o Senhor o dia de sábado e o santificou” (Êxodo 20:8-11). A Bíblia também diz que devemos fazer do sábado um dia deleitoso, ou seja, prazeroso. “Se desviares o teu pé do sábado, de fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso, e o santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras. Então te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse” (Isaías 58:13-14). Orar com a família, separar um tempo para estar com ela, conversando, se preparando para ter um encontro especial com Deus aos sábados são coisas que as pessoas podem fazer para que o dia santo se torne ainda mais deleitoso. Existe uma frase que diz: “A sua agenda é o seu credo: você tem tempo para aquilo em que acredita”. O autor da frase é desconhecido, porém, essa é uma citação simples e cheia de verdades. Quanto tempo você dedica para Deus? Quantas horas passa com sua família? E brincando com seus filhos ou dialogando com sua esposa? Quanto tempo você dedica ao trabalho ou fica preocupado com as atividades profissionais? Relações humanas

Segundo a escritora americana Ellen White, uma das pioneiras da Igreja Adventista, o relacionamento familiar supre as necessidades do coração humano, e a restauração e reerguimento da humanidade começam no lar. “A obra dos pais é a base de toda outra obra. A sociedade compõe-se de famílias, e é o que a façam os chefes de família. Do coração ‘procedem as saídas da vida’ (Provérbios 4:23); e o coração da comunidade, da igreja e da nação é o lar. A felicidade da sociedade, o êxito da igreja e a prosperidade da nação dependem das influências domésticas” (A Ciência do Bom Viver, p. 349). O pastor Marcos Bomfim, responsável pelo departamento do Ministério da Família da Divisão Sul-Americana (DSA), sede administrativa da Igreja Adventista para a América do Sul, diz que é “trabalhando por outras famílias ou indivíduos que uma família se beneficia e fortalece os próprios vínculos”. Essa afirmação complementa o que Ellen White escreveu: “O laço familiar é o mais íntimo, o mais terno e sagrado de qualquer relação humana sobre a Terra”. IMAGENS: canstockphoto



Saúde

Vírus mortífero Surto de ebola já matou mais de mil pessoas no continente africano Por Vanessa Moraes

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IMAGENS: DIVULGAÇÃO



Saúde

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os últimos meses, o terror invadiu a África Ocidental. A epidemia de ebola, doença que já infectou quase duas mil pessoas e matou mais de mil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a pior já registrada. O surto teve início em Guiné, no mês de março, e assola também a Libéria, Serra Leoa e Nigéria. No dia 8 de agosto, a OMS declarou estado de emergência internacional. O caos preocupa a população de outros países, que teme a propagação do vírus. Qualquer lugar do mundo corre esse risco, pois, um passageiro infectado, mas que não apresenta as características da doença, pode transmiti-la por meio do contato físico. Entretanto, essa hipótese não configura possível epidemia, de acordo com os cientistas. Vírus fatal

Entre 50 e 90% dos casos o vírus é fatal. Dos registros de morte, pelo menos 80 são de médicos e enfermeiras que tratavam os doentes. Embora testes laboratoriais estejam ocorrendo, como a nova droga testada nos Estados Unidos - cujo resultado foi satisfatório e por isso a OMS aprovou seu uso na África -, ainda não existe cura para a doença, já que o vírus se multiplica nas células do pulmão, fígado, tecido linfático e baço, destruindo células endoteliais (que recobrem o interior dos vasos sanguíneos). De acordo com o presidente do Instituto de Saúde Pública da Inglaterra, professor John Ashton, como até hoje o ebola só atingiu o continente africano, os laboratórios relutam em investir na doença a fim de criar uma vacina. No entanto, o assunto só ganhou destaque na mídia quando a contaminação de dois agentes humanitários norte-americanos foi confirmada. Ambos ficaram doentes na Libéria e deixaram o país.

Progressão da doença

Sintomas e contaminação O ebola é contagioso e pode causar febre hemorrágica, vômitos, diarreia, falta de apetite, dores de cabeça, musculares e estomacais, fraqueza e calafrios. O vírus fica incubado entre dois e 21 dias, período em que a doença não é contagiosa. Diferente do que muitas pessoas pensam, o ebola não é transmitido pelo ar. O contágio pode ocorrer quando há contato direto com as secreções (urina, fezes, sêmen, lágrima e saliva) ou sangue do doente. Na África, é comum parentes tocarem o corpo da vítima durante o funeral ou até mesmo escondê-lo em casa, fazendo com que o quadro de contágio se agrave ainda mais. Mesmo sem vida, o corpo continua oferecendo risco de contaminação. As medidas preventivas são a única maneira de evitar a infecção. Ter melhores condições de higiene nos hospitais e prontos-socorros pode ajudar a diminuir a propagação. Além disso, é importante não tocar em animais selvagens, evitar o consumo de carnes cruas ou mal-passadas e não abraçar, beijar ou apertar a mão de infectados. O vírus ebola surgiu em 1976 nas florestas da África. Nas cavernas de lá vivem os morcegos frutívoros (que se alimentam de frutas). Os cientistas consideram essa espécie como hospedeira natural do vírus, que nesses morcegos não provoca doença. No Brasil, não é necessário temer o vírus. Arthur Chioro, ministro da saúde, afirmou que o risco de a doença atingir o país é baixo. “Além de não haver foco do vírus no Brasil, ele está circunscrito àquela região da África”, disse. Chioro também garantiu que o governo está seguindo as recomendações da OMS e tomou medidas de prevenção, reforçando ações de vigilância em portos e aeroportos.

O vírus do ebola se propaga pelo contato direto com quem está infectado. Os sintomas se agravam com o passar dos dias. Veja:

dias...

7 e 9 10 • Dor de cabeça • Dor muscular • Fadiga • Febre

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• Febre alta • Vômitos de sangue • Comportamento passivo

11 • Hematomas • Dano cerebral • Sangramento pela boca, nariz, olhos e ânus

12 • Perda de consciência • Convulsões • Hemorragia interna e morte FONTE: FMI/PNUD/MTC



Educação

Brasil evolui na Educação, mas permanece nas últimas posições do ranking mundial. Esse fator interfere, inclusive, no aprendizado que os brasileiros precisam obter de outros idiomas Por Douglas Pessoa e Mayra Silva

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Brasil está entre os piores países do mundo no quesito Educação. Segundo o relatório solicitado pela empresa de sistemas de aprendizado Pearson (que tem ligação com o jornal britânico Financial Times) e divulgado pela consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), em 2012 o país se encontrava em penúltimo lugar. Mas o último estudo relata que o Brasil conseguiu subir um degrau no ranking mundial. Agora ele se encontra na antepenúltima posição numa lista que reúne 40 países que comparam seus sistemas educacionais. As últimas posições são ocupadas pelo México e Indonésia. A classificação é liderada pela Finlândia, Coreia do Sul e Hong Kong.

IMAGENS: CANSTOKPHOTO/ FREEPIK



Educação Dados do último relatório “De olho nas metas”, publicado pelo Governo Federal, mostram que a maior deficiência encontra-se no ensino de línguas, em especial o inglês e espanhol. O relatório também constatou que 30% dos alunos das escolas públicas não conhecem a língua portuguesa, conforme é exigido. Mas a situação do aprendizado do inglês é ainda a mais preocupante. Segundo a Education First, empresa de educação internacional especializada em intercâmbios, o Brasil precisa de sérias melhorias em seu sistema educacional. Com base nos últimos dados divulgados pela empresa (2012), o país subiu 2,8 na proficiência em inglês, mas, se comparado com os demais, é um resultado baixo. O relatório se baseou em percentuais de alfabetização e desempenhos dos estudantes em exames internacionais de avaliação da língua. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising, que junto aos seus associados vem organizando e participando de diversas ações para o sistema de desenvolvimento do Brasil, o país abriga um pouco mais que 6,2 mil filiais de mais de 70 escolas em idiomas, e as aulas particulares com professores de inglês estrangeiros custam entre R$ 60 e R$ 110 por aula. Portanto, estima-se que apenas cidadãos de classe média ou alta podem custear esses estudos. Estimulando um inglês melhor

Segundo Azenil Nunes de Andrade, professora de língua inglesa da rede estadual de ensino do Paraná, o método de ensino que é utilizado hoje não é o mais adequado para o aprendizado de inglês. “É preciso ensinar o aluno a falar com a pronúncia correta e só depois é que se deve aplicar o livro didático”, afirma. A professora também enfatiza a importância do preparo do corpo docente. “Esse é um detalhe que os próprios professores muitas vezes não percebem. É preciso haver um preparo no próprio sistema de formação dos educadores”, enfatiza. Na opinião de Wellington Santos, professor do curso de inglês da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), a maior dificuldade no aprendizado do idioma é a dependência da tradução. “Enquanto o aluno estiver preso às traduções, não se sentirá apto para desenvolver as práticas do idioma, como ler, escrever e entender”, defende. Saber uma língua estrangeira, em especial o inglês, é uma das exigências do mercado de trabalho. Mas de acordo com o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), aproximadamente 80% da classe média declararam não falar nenhum idioma estrangeiro. Para Evelyn de Carvalho, professora de um curso de inglês em Campinas, interior de São Paulo, um problema grave dessa questão é a falta de estímulo para praticar a língua. “Grande parte dos alunos não coloca o idioma em prática, fazendo com que percam a fluência no mesmo”, ressalta. Segundo Evelyn, os professores devem estimular mais o interesse dos alunos pelas aulas. “O ensino do idioma é totalmente desinteressante para o aluno, o que contribui para que ele não dê a devida importância à disciplina”, argumenta. 26

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5 erros comuns de quem estuda inglês Professores observam que existem certos fatores que impedem as pessoas de falar um inglês fluente. Veja quais são os erros mais comuns entre os estudantes:

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Achar que é rápido Ninguém aprende inglês em apenas algumas aulas. O aprendizado demanda tempo e até mesmo contato com pessoas que falam o idioma fluentemente.

Não seguir uma meta É necessário traçar planos detalhados para saber quais as necessidades para aprender o idioma. Com isso, o objetivo de estudar inglês é melhor alcançado.

definir um prazo As pessoas aprendem o idioma em ritmos diferentes. Então, é importante estabelecer um prazo para aprender, sem estipular um período muito grande.

achar que aprende só na sala de aula Ler livros e revistas, assistir filmes, programas de entrevista e noticiários em inglês são dicas para quem deseja aprender o idioma mais rápido.

Desistir A perseverança nos estudos é imprescindível. Aliás, estudar uma língua estrangeira exige tempo, dedicação e força de vontade.





Evangelismo

Igreja MISSIONAL A igreja missional é naturalmente reprodutiva, mas deve se empenhar para construir novos povos ual é a primeira coisa que vem à mente quando você pensa em igrejas missionais? Igrejas que se dedicam à comunidade com projetos evangelísticos? Que são adaptadas a grupos da sociedade? Que têm diferentes ministérios? Neste artigo, quero lhe apresentar alguns fatores fundamentais para uma igreja ser considerada “missional”. Na verdade, esse é um conceito sem uma definição úni30

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ca e facilmente aplicada a atividades ministeriais incontáveis. Ser missional vem diretamente do mandamento de Jesus, que disse: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação do século” (Mateus 28:19-20). Portanto, a missão da Igreja é nada mais nada menos do que

Ser uma igreja missional é uma necessidade para os nossos dias e fundamental para cumprirmos nossa missão

Rafael Rossi é pastor e diretor de Comunicação da DSA

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO/ARTE SEVEN


Para ser uma igreja missional é preciso ter profunda confiança em todo o conteúdo bíblico trazer o mundo inteiro à fé cristã e maturidade. Uma igreja missional deve criar estratégias adaptáveis e contextualizadas sobre como cumprir a missão no seu tempo e lugar, lutando, cada vez mais, contra uma cultura não religiosa. Para ser uma igreja missional é preciso ter profunda confiança em todo o conteúdo bíblico. Nenhuma igreja deveria ancorar toda a sua doutrina em qualquer ensinamento, que não seja o das Sagradas Escrituras. Uma igreja missional não pode fazer separação entre o Antigo e o Novo Testamento. A Bíblia revela o plano de redenção de Deus através de Jesus Cristo, e isso passa pelos dois testamentos. A visão precisa ser elevada quanto à importância da pregação e do ensino completo da revelação. Igrejas missionais não devem apenas pregar o arrependimento, mas seus líderes devem dar o exemplo. O alvo é estabelecer uma cultura de humildade e arrependimento sincero na igreja para todos seguirem. Ser missional é lidar com questões internas para impactar a comunidade externa. “Quem são seus membros” é mais importante do que “o que farão seus membros”. Uma igreja missional sabe que Deus a enviou em missão, não só em um tempo ou lugar, mas para a formação de um povo. No capítulo 17 do livro de Atos, Paulo declarou esse fato ao tribunal ateniense, explicando como Deus não só nos criou, mas também determinou quando e onde iríamos morar. Igrejas missionais sabem disso e prestam muita atenção para onde Deus as enviou. Dentro desse contexto, a igreja missional segue o exemplo de Jesus, no que chamamos de enculturação. Jesus deixou uma cultura e entrou em outra completamente diferente. Ele tornou-se um de nós e participou em tudo da nova cultura, usando a linguagem, os costumes e as limitações sem nunca ter cometido pecado. Assim, Jesus deu o exemplo perfeito do que é ser missional. No mundo da missiologia, isso é chamado de contextualização, que significa estar consciente da situação cultural em torno de você e das pessoas perdidas. É fazer todos os esforços para levar o amor e a verdade de Jesus para elas. Contextualização é sobre fazer a igreja culturalmente acessível, sem comprometer a verdade da crença cristã. O que se busca é a verdade plena e os métodos em tempo hábil para

não perder a relevância. Em outras palavras, a contextualização não é apenas tornar o evangelho relevante, mas mostrar a relevância do evangelho. Tudo o que uma igreja missional faz tem como objetivo exaltar a glória de Deus, e isso acontece em grande parte na conversão de não cristãos. Uma igreja missional aceita a responsabilidade de ser o principal veículo que Deus usa para estar na missão de fazer discípulos. Membros de igrejas missionárias são esperados para servir na linha de frente de missões culturais. Eles são testemunhas do mundo sobre Jesus. Uma vez que eles estão na linha de frente do ministério, como Jesus, membros de igrejas cristãs missionárias precisam ser treinados em teologia, hospitalidade e apologética para que possam praticar o que a Bíblia nos apresenta em 1 Pedro 3:15-16. Lucas descreve a igreja como uma comunidade sobrenatural: “Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos” (Atos 2:43). Igrejas missionais acreditam nos dons espirituais e procuram os exercer de maneira humilde e serviçal. Isso também significa que o povo de Deus precisa viver suas vidas como uma comunidade contracultural, ou seja, cuja cidadania está no reino do Senhor Deus. A vida contracultural expressa adoração a Jesus pela obediência aos seus ensinamentos (Mt 28:18-20), treina gerações mais jovens na vida missionária para que haja um legado de fé que continue e fornece a não cristãos uma forma alternativa e atraente de vida com Jesus e seu povo. As igrejas missionais são naturalmente reprodutivas e expressam isso através do plantio de novas congregações. Ser uma igreja missional é uma necessidade para os nossos dias e fundamental para cumprirmos nossa missão. REVISTA MAIS DESTAQUE

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Pé na estrada Monte Roraima, Gran Sabana

“A Venezuela que eu vi”

á pensou em fazer um turismo pela Venezuela? O país conta com uma geografia bastante variada. Praias, planícies e montanhas são os pontos turísticos. Entretanto, outro quesito chamou a atenção da brasileira e estudante Juliana Muniz, que passou 15 dias em solo venezuelano. “Dos dias que passei na Venezuela, posso dizer que, ao contrário de muitas pessoas, gostei da comida. Morangos suculentos, biscoito Oreo de todos os tipos. Nos Andes, recomendo o pão de alho. Com a nata fica uma delícia”, comenta Juliana. A gastronomia da Venezuela é bem diversificada. O prato mais famoso e consumido lá é a Arepa. Trata-se de um pão ou tortilha grelhado, frito ou cozido. As paisagens também chamaram a atenção da estudante. “Começou quando entrei na Gran Sabana. Uma paisagem de Savana, mas sem a fauna. Vi o Monte Roraima de longe, visitei algumas de muitas cachoeiras”, recorda. A estudante ainda diz que é interessante percorrer a Venezuela notando as diferentes regiões. Ela fala que os Andes, com aquele frio intenso e interminável, “que faz doer os ossos”, compensa nas paisagens. “Montanhas, neblina, nuvens na estrada, devido a altitude. Agricultores cuidando de suas plantações de batatas, morangos e arroz”, enumera Juliana. Mas para quem pretende colocar o pé na estrada e ir para a Venezuela, a brasileira deixa uma dica: “Gaste seu dinheiro na Ilha! A Ilha de Margarita é Puerto Libre! Além de as coisas serem baratas,

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Estudante brasileira visita a Venezuela e fala sobre seus momentos durante o turismo Por Mayra Silva eles têm de tudo para vender”. Juliana diz que, fora o comércio variado de artefatos, Venezuela é repleta de belezas naturais, como as praias. De lacha, ela foi da Ilha de Margarita até a Ilha de Coche. Lá, mergulhou nos corais e andou a cavalo na praia. Margarita é uma ilha localizada no mar do Caribe, a nordeste de Caracas, capital da Venezuela. De acordo com Juliana, existem duas formas de chegar lá: avião ou balsa. “De avião, gasta-se mais ou menos 30 minutos. De balsa, gastamos quase 4 horas. Mas vale muito a pena”, frisa. “Para chegar de balsa, adulto paga 20 reais e criança dez”, informa. Usando suas técnicas de estudante de jornalismo, ela aproveitou para documentar cada momento. “Fiz um diário de viagem para as pessoas assistirem aos momentos em que estive lá”, conta. O vídeo está disponível no blog que ela criou no ano passado, junto a um grupo de amigos, o Eat is a Trip, canal em que também compartilham várias dicas de viagens.

Juliana se diverte com os cavalos em Laguna de Mucubají - Apertaderos

IMAGENS: canstockphoto/ arquivo pessoal/ divulgação





Perfil

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icardo Rossi sempre foi apaixonado por arquitetura. Aos 11 anos de idade, ele já afirmava que queria ser arquiteto. Em suas boas lembranças, Rossi se recorda também que gostava de mudar de lugar os móveis da casa de seus pais, tios e avós. “Minha mãe saía e, quando voltava, já estava tudo mudado”, lembra o arquiteto. Outra coisa que fazia quando criança, com seus irmãos, era passar boa parte do tempo montando casas, edifícios e outros monumentos com blocos de lego (peças coloridas que crianças usam para montar objetos). “Quando fiquei mais jovem, confirmei que o antigo sonho poderia ser uma grande realidade e, assim, ingressei no curso de arquitetura. Hoje, totalizo 25 anos de carreira”, diz. Rossi estudou Arquitetura e Urbanismo na Faculdade de Belas Artes de São Paulo, mas iniciou sua profissão antes mesmo de concluir o curso. Ele deu um pontapé na carreira quando fazia estágio na Associação Paulista Sul da Igreja Adventista (APS), onde, depois de formado, continuou trabalhando por alguns anos desenvolvendo novos conceitos para as escolas e igrejas da região. “Na parte escolar fizemos grande transformação. Produzimos diversos projetos novos e repaginamos outros, totalizando aproximadamente 80% das escolas da APS”, menciona Rossi. Os projetos de escolas e igrejas também foram desenvolvidos em outros estados brasileiros e no exterior, em Washington, Estados Unidos. Atualmente, Rossi traz em seu currículo cerca de 600 projetos nas diferentes áreas: residencial urbano, praia e campo; comercial; corporativa; educacional; náutico; fazenda e haras; hotelaria; templos religiosos; monumentos; condomínios; edifícios; cenários para TV e eventos. Para alcançar êxito

Arquiteto fala sobre a profissão, seus projetos e premiações que já obteve Entrevista: Siloé Almeida | Texto: Mayra Silva

Na arquitetura, bem como nas demais profissões, existem desafios. Siloé Almeida é consultor e jornalista www.consulsiloe.com

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No Brasil, o arquiteto já foi requisitado em 12 estados diferentes, mais o Distrito Federal, e, fora do país, na Bolívia e nos Estados Unidos. Seus projetos sempre priorizam o visual e a estética, aliados ao conforto e aconchego de ambientes intimistas, com funcionalidade e praticidade, estilo clean e toques contemporâneos de vanguarda e ousadia. Além disso, tem participado de diversas exposições de decoração, com destaques para Artefacto B&C, Artefacto D&D e Casa Cor (maior evento de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas), Casa Hotel e Casa de Vidro, do shopping D&D, localizado em São Paulo. IMAGENS: ARQUIVO PESSOAL



Perfil Na arquitetura, bem como nas demais profissões, existem desafios. Por isso, Rossi deixa algumas orientações: “A primeira e principal é gostar da profissão”, comenta. “A segunda é estagiar em escritórios especializados em diferentes áreas, como projetos arquitetônicos, construtoras, urbanismo, projetos de interiores e outras áreas existentes no mercado, diversificando o máximo de estágios para ter o maior conhecimento possível na profissão como um todo”, complementa. O terceiro fator que o arquiteto aconselha aos aspirantes e arquitetos em geral é observar tudo ao redor: construções, edifícios, revistas, filmes, documentários e internet. “É preciso estar ciente de tudo o que existe e está acontecendo em termos de arquitetura”, julga Rossi, que ainda considera um quarto fator: “foco e perseverança”. O arquiteto já realizou grandes obras. Ele diz que, antes de iniciar um projeto, é interessante pedir a Deus iluminação e orientação para a criação da obra. “Às vezes, as ideias surgem com rapidez, outras demoram um pouco mais. Esporadicamente estou em pleno desenvolvimento de um projeto e, ao dormir à noite, vem a ideia de uma obra pronta”, conta.

Pastor João Linhares (à esquerda) e pastor Roberto Mendes Rabello (à direita), fundadores do programa “A Voz da Profecia” no Brasil

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Premiações e reconhecimentos Rossi foi finalista no prêmio Deca, em 2007. A Deca é uma empresa que investe continuamente no desenvolvimento de novos produtos, sempre com foco no design, na tecnologia, sustentabilidade e inovação. Ela reconhece o trabalho de quem é apaixonado por design, por isso criou concursos que premiam e transformam os melhores projetos em inspiração e motivação. Ele ganhou o Prêmio Gypsum Lafarge, em 2008. O prêmio tem por objetivo reconhecer profissionais e seus projetos arquitetônicos residenciais ou corporativos que façam uso do drywall (parede seca) como solução funcional e decorativa, com desempenho técnico em paredes, forros, revestimentos e mobiliários integrados. Três anos depois, Rossi foi reconhecido novamente por esse prêmio. Em 2009, a premiação foi pela Clássica Design, cuja missão é produzir móveis clássicos de designers, criações próprias e alto padrão de qualidade e excelência. Já em 2011, Rossi garantiu o 2º lugar no Prêmio Tile Brasil, direcionado a profissionais que inscreveram seus projetos a base de cerâmicas, porcelanatos e afins. Em 2012, o arquiteto obteve o 1º lugar nessa premiação. Ainda no mesmo ano, Rossi recebeu o Prêmio Melhor Espaço Comercial Casa Cor São Paulo. No ano passado, o arquiteto foi premiado novamente pelo Prêmio Tile Brasil e Prêmio OK Olga Krell, obtendo o 2º lugar na categoria Mostra, e Prêmio Abilux de Iluminação, onde alcançou o 2º lugar na categoria Residencial. Neste ano, ele obteve o 1° Prêmio Estilo Design e Decor 2014 e o 1° lugar no Prêmio Tile Brasil, na categoria Residencial. Para obter sucesso, Rossi diz que é preciso gostar de arquitetura, visitar locais onde possa conhecer melhor a profissão, traçar o foco e persistir.

Nota: Ricardo Rossi veio de famílias pioneiras da Igreja Adventista no Brasil. Por parte de sua mãe, Clarisse Linhares Rossi, foi bisneto do pastor Manoel Margarido, que era esposo de Estefânia Apolinário. Seu avô é o pastor João Linhares (6º pastor ordenado do país), que em parceria com um amigo, pastor Roberto Mendes Rabello (7º pastor ordenado do Brasil), desenvolveu várias funções no programa “A Voz da Profecia” do Brasil. Linhares inclusive ensinou o primeiro quarteto americano a cantar em português. Já o pai do arquiteto, Wilson Rossi, sempre batalhou pelos interesses da Igreja como leigo, sendo sua grande conquista a aposentadoria para pastores que, até então, não existia. Isso aconteceu quando trabalhava na Superintendência do INPS/INAMPS do estado de São Paulo. Foi também grande batalhador para o início da TV Adventista no Brasil. Seu tio, Clayton Rossi, como presidente da Sociedade Bíblica do Brasil e subprocurador geral da República, sempre que pôde, desdobrou-se em prol da causa da Igreja. São questões que Rossi cita com orgulho por tanto empenho que sua família sempre teve para com a Igreja, “deixando-nos, assim, esse legado de verdadeira missão”. Por isso, ele e sua família sempre participam de campanhas de distribuição de livros e materiais missionários, que chegam às mãos de autoridades, personalidades e celebridades. Ricardo Rossi é casado com Laudicéia Tassolo Rossi, com quem tem três filhos: Raffaella, de 21 anos, Giovanni Riccardo, de 18, e Paola Antonella, de 11.

IMAGENS: DIVULGAÇÃO



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Desgra O Brasil é finalista em alta de tributação e pouco retorno à população, que fica injuriada com os elevados impostos que paga ao governo Por Mayra Silva | Fotos: Isadora Stentzler

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utubro é o mês das eleições. Quer queira ou não, quer goste ou não, o povo brasileiro certamente não é isento delas. As eleições definem o futuro do país em vários aspectos, especialmente políticos, sociais e econômicos. Política e religião são assuntos distintos, mas a Bíblia trata os dois aspectos com propriedade, sem confundi-los. “O cristianismo bíblico rege todas as esferas de relacionamentos humanos, como: família, igreja e sociedade. A política também se ocupa dessas esferas, principalmente a sociedade. Por isso, sempre serão pertinentes as admoestações bíblicas: ‘Dai a Cezar o que é de Cezar e a Deus

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o que é de Deus’, ‘vós sois o sal da terra e a luz do mundo’ etc. Concluímos, assim, que o cristianismo não trata apenas dos aspectos relacionados à espiritualidade, ou seja, nosso relacionamento com Deus. Ele aborda também as questões sociais e políticas”, explica Ranieri Sales, pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho. Em Provérbios 29:4 está escrito: “Quando o governo é justo, o país tem segurança; mas, quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba na desgraça”. A quinta edição do estudo “Carga Tributária/PIB x IDH”, feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação

(IBPT), aponta o Brasil entre os 30 países de maior carga tributária do mundo. Entretanto, é um dos lugares que oferece os piores serviços à população, justamente nos quesitos que a sociedade cobra nas manifestações: saúde, educação, transportes, segurança, pedágios, além de outros aspectos. Entre os países que compõem o BRICs (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul), o Brasil é o que apresenta maior carga tributária: 36,42% (fechamento de 2013). Segundo o estudo, os Estados Unidos, seguidos da Austrália, Coreia do Sul e Irlanda, são os países que melhor fazem a aplicação dos tributos arrecadados, trazendo, assim, qualidade de vida aos seus cidadãos. IMAGEM: RAFAEL SAMPAIO IMAGENS: ARTE SEVEN


esgraรงa REVISTA MAIS DESTAQUE

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Salomão também sobrecarregou seus subordinados e a Israel de impostos, e isso contribuiu para a ruína do reino O contexto de Provérbios 29:4 é do reinado de Salomão, de seu tempo. “Ele sobrecarregou seus subordinados e Israel de impostos, e isso contribuiu para a ruína do reino”, explica o pastor Vanderlei Dorneles, que defendeu a tese sobre o tema “Política e Religião nos Estados Unidos da América” na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). “Não tenho dúvidas de que o verso bíblico mencionado se aplica também ao governo atual de nosso país”,

complementa o pastor Leandro Quadros, pastor e apresentador do programa “Na Mira da Verdade”, da TV Novo Tempo. “Afinal, de acordo com o comentário de Russell Norman Champlin, volume 4 (São Paulo: Agnos, p. 2681, 2001), no original hebraico, o termo ‘amigo de impostos’ equivale a ‘ser um homem de cobranças’”, aclara Quadros, referindo-se ao rei Salomão. De acordo com o estudo “Carga Tributária/PIB x IDH”, mencionado neste texto, é exatamente isso que o governo

brasileiro é: de cobranças. Ainda segundo a pesquisa, e de acordo com as insatisfações da população, é também um governo de baixa disposição em investir devidamente os impostos que arrecada e de fazer a justa distribuição das verbas. “Como estamos muito longe de ser um país de primeiro mundo, é óbvio que a arrecadação no Brasil é exorbitante em comparação com aquilo que realmente é empregado em benefício do povo brasileiro”, opina Quadros. “O gigante acordou”

Antes da Copa do Mundo, os brasileiros já estavam opinando e se manifestando, tanto nas ruas como nas redes sociais, quais militâncias políticas apoiariam e as ações que repudiariam. “Mais

Evolução da Carga Tributária por Governo desde 1986 %

Itamar

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collor sarney

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25,38% 22,39%

28,61%

22,16%

20 ano Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT)

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educação e saúde e menos corrupção”, defendem os eleitores. O mundial, chamado de “A Copa das Copas” pela atual presidente Dilma Rousseff aguçou ainda mais as manifestações dos brasileiros sobre as eleições. As pessoas diziam que o problema não era o campeonato, mas sim o fato de ele estar acontecendo no Brasil. Os protestos contra esse e outros acontecimentos, que começou com algumas frases simples, do tipo “O gigante acordou”, terminou em bagunça. “Mas o cristão deve ser cuidadoso em avaliar o espírito e a inclinação das manifestações, a fim de não emprestar seu apoio a causas de vandalismo e desordem. Entretanto, quando puder ajudar a promover o bem social, sem ferir seus princípios, deve ter liberdade de fazê-lo, mas nunca em nome

da igreja”, explica o pastor Dorneles. Uns dizem que se a “casa não cair”, o governo não vai mudar. Outros acreditam que, com ou sem baderna, o país vai continuar do jeito que está, julgando-o bom ou ruim. E ainda existem aqueles que só observam. “Os cristãos não são deste mundo, mas ainda estão nele, e como tais devem fazer o que puderem para promover a paz, a justiça e os direitos humanos. Isso significa que se votar pode ajudar a promover esses valores, devemos fazê-lo. No entanto, a igreja de Deus não deve assumir nenhuma bandeira partidária nem sócioideológica, segundo o mundo”, aponta Dorneles. Entretanto, grande parte dos brasileiros, independente de classe social ou religião, estão insatisfeitos com o retorno do governo. Com isso, o que o jornalismo

noticia? Desgraça! Em meados de agosto, a Igreja Adventista lançou um documento com uma relação entre os cristãos, as eleições e a política. O material aborda assuntos como movimentos políticos, candidaturas de adventistas, postura dos cristãos quanto às decisões nesse campo, as relações com as autoridades governamentais, entre outros temas. “Em tempos onde a política e a religião se cruzam permanentemente com impacto direto na vida dos religiosos, a Igreja Adventista do Sétimo Dia sente necessidade de deixar claro seu posicionamento frente a temas relacionados à política e eleições (...); reconhece seu papel dentro da sociedade como uma organização ativa e envolvida com questões pertinentes à cidadania”, destaca o documento, disponível no portal oficial da Igreja: adventistas.org.

De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), a carga tributária do Brasil em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 22,39% (Sarney – 1986) para 36,42% (Dilma – 2013).

Dilma LULA fhc

34,22%

36,42%

32,64%

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Por Ranieri Sales, pastor da IASD do Centro Universitário Adventista de São Paulo, campus Engenheiro Coelho

É lícito os cristãos participarem de manifestações contra o governo?

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ivemos em um momento no país em que a sociedade tem se mobilizado para manifestar-se contra várias posturas e ações do governo. Durante a Copa das Confederações, isso ficou muito notório e, de lá para cá, temos visto e acompanhado nos noticiários inúmeros episódios de passeatas, manifestações e violência. Daí surge um questionamento muito oportuno para nós, cristãos: é lícito que a igreja ou seus membros participem de manifestações contra o governo? Não estaria a Bíblia, notadamente em Romanos 13:1-7, proibindo tal prática? “Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo. Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.” Bem, primeiramente quero dar uma breve explicação do significado dessa passagem. Ao longo da história, a igreja cristã tem cometido equívocos na interpretação do texto, como descreve Robinson Cavalcanti: “Em vários episódios históricos, esse texto tem servido de justificativa para o apoio ou passividade dos cristãos diante de governos despóticos, sendo notório o caso de forte parcela da Igreja Evangélica Alemã diante do nazismo ou da Igreja Ortodoxa diante dos monarcas

absolutos e governantes muçulmanos ou comunistas. Cristãos norte-americanos e sul-africanos se omitiram de combater o racismo, apoiando-se em Romanos 13. Pastores cubanos e russos vivem uma “igreja de sacristia” com base em Romanos 13. Nesses casos não sabemos bem onde termina a ortodoxia e começa a preocupação com a situação privilegiada ou o medo dos riscos” (Cristianismo e Política, p. 85). Querer interpretar essa declaração como sendo uma exigência bíblica de submissão completa a toda e qualquer iniciativa ou postura dos governantes seria impor ao apóstolo Paulo uma contradição, pois ele mesmo, por diversas vezes, fez oposição às autoridades por causa da pregação do evangelho. Ele foi preso, condenado e finalmente morto por isso. No contexto da carta aos Romanos, podemos entender que era preocupação do apóstolo coibir alguns cristãos convertidos do paganismo de posturas anárquicas, em relação às autoridades civis constituídas. Isso não significa, porém, que todos os cristãos são obrigados à concordância ou mesmo passividade para com governantes corruptos, despóticos ou injustos. No caso do Brasil, vivemos em uma democracia. A democracia implica, por definição, a interação popular nos processos governamentais. Portanto, é absolutamente legítimo que todos, cristãos e não-cristãos, assumam suas responsabilidades sociais e políticas e exerçam sua influência no sentido de apoiar e motivar as boas ações das autoridades, bem como manifestar-se contra as más iniciativas do governo. O que deve ser reprovado e condenado é a violência, anarquia e o vandalismo. Por essa razão, dependendo das circunstâncias, talvez seja aconselhável ficar de fora das manifestações de rua por causa desses riscos. O cristão legítimo jamais vai depredar o patrimônio público ou privado, participar ou incentivar a violência e o desrespeito às autoridades e engrossar fileiras de movimentos com interesses partidários mascarados.

IMAGENS: ISADORA STENTZLER

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Empresarial

Vem aí o Supersimples!

Empresários e prestadores de serviço devem analisar, cautelosamente, o regime tributário do seu negócio

É imprescindível analisar, estudar e verificar qual é a melhor alternativa tributária para sua empresa Douglas Perez Barros é contador da Perez Barros Contabilidade douglas@perezbarros.com.br

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omo novidade para o ano de 2015, a Receita Federal do Brasil vai lançar o Supersimples. O Projeto de Lei Complementar nº 221/12, aprovado de forma unânime pelos deputados, atualiza o Simples Nacional, Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar nº 123/06). O assunto ainda tramitará no Senado e passará para a sanção presidencial, mas, por estarmos em um ano eleitoral, o assunto será resolvido de forma rápida. Por meio dessa mudança, será ampliado o número de setores enquadrados no Simples Nacional. Categorias de profissionais liberais, como médicos, advogados e jornalistas, poderão ser enquadradas no regime tributário Simples. Com a mudança, para o ingresso ao sistema, o único fator limitador é o faturamento anual de R$ 3,6 milhões ou R$ 300 mil por mês. Essa atividade não vai mais interferir na opção do Simples. Se eu parasse por aqui, poderíamos dizer que houve um grande avanço e que, finalmente, chegamos a um plano tributário mais justo e interessante aos empresários, mas a felicidade dura pouco. Como bem sabemos, é difícil aprovar qualquer matéria sobre questões tributárias e, para que o assunto tramitasse de forma rápida, tiveram que criar uma nova sistemática para os setores beneficiados. Essa nova tabela possui alíquotas pouco atrativas, ou seja, enquanto empresas enquadradas no Supersimples pagam entre 4% e 12% de imposto sobre o faturamento bruto, as novas empresas que entrarem para o regime simplificado vão desembolsar de 16,93% a 22,45% de tributos. De fato, a vantagem no Supersimples é a desburocratização das obrigações acessórias das empresas, ou seja, a unificação dos impostos em uma única guia e a simplificação das informações ao fisco. Portanto, é imprescindível analisar, estudar e verificar qual, de fato, é a melhor alternativa tributária para sua empresa. Mais uma vez, fica a dica de buscar uma consultoria profissional da área para lhe apresentar o cenário tributário e a melhor opção para sua empresa. 50

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Você precisa avaliar e se aprofundar no assunto tributário e buscar orientação para não arriscar o seu negócio e ter surpresas desagradáveis Uma escolha errada pode gerar prejuízos e dificuldades futuras para o negócio. Tenho um cliente que, em 2010, não atentou para o regime tributário. Resultado: perdeu o benefício do Simples em 2011, a carga tributária subiu de forma expressiva, ele acabou tendo que recorrer a terceiros (bancos) para conseguir honrar os compromissos e quase jogou por terra anos de trabalho. Você precisa avaliar e se aprofundar no assunto tributário e buscar orientação para não arriscar o seu negócio e ter surpresas desagradáveis. IMAGENS: CANSTOCKPHOTO



Seu direito

EM OBRAS

Taxa condominial:

Obrigação da construtora Atenção deve ser prestada antes da entrega do imóvel para habitação No período de consertos/conclusão de parte da obra, o pagamento da taxa de condomínio deverá continuar sob a responsabilidade da construtora

Fabio Ricardo do Nascimento é advogado em São Paulo (Autarquia Pública Municipal) fabio.nascimento@adv.oabsp.org.br

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oda família sonha em obter a casa própria em algum momento da vida. Para a realização desse sonho, muitos adquirem o imóvel ainda na planta. Essa opção decorre principalmente pela facilitação do acesso ao crédito, do aquecimento do mercado e do “déficit” habitacional. Diante do cenário favorável, especialmente aos interesses das construtoras, algumas têm infligido obrigações ao comprador antes do tempo correto, resultando num verdadeiro abuso ou excesso do seu direito. Isso porque as construtoras transferem sua obrigação de pagar taxas condominiais antes de encontrar o imóvel disponível à moradia ou, em alguns episódios, da própria entrega das chaves. Em muitos casos, no ato de vistoria do imóvel, o comprador detecta problemas, como a falta da entrega de produtos/ serviços, mau funcionamento de equipamentos e vazamentos, não se limitando aos exemplos mencionados. Tais defeitos ou vícios na construção resultam na necessidade de reparos que, em muitos casos, impossibilitam o uso do bem. 52

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Fique atento! Caso o comprador detecte algum problema, deverá tomar algumas providências:

Condomínio Notificar a construtora; constar na ata de condomínio a falta de entrega de serviços/produtos, com a presença do representante da construtora; cobrar prazo para solução dos problemas; cobrar um comparativo entre a vistoria inicial e a atual situação.

Unidade condominial A locação deve ser celebrada por escrito e tempo determinado de, no mínimo, cinco anos, admitida a soma dos prazos de contratos sucessivamente renovados por acordo amigável.

As observações mencionadas são importantes para você não arcar com despesas condominiais antes da entrega do imóvel em condições de habitação.

No período de consertos/conclusão de parte da obra, o pagamento da taxa de condomínio deverá continuar sob a responsabilidade da construtora, já que o imóvel foi disponibilizado ao comprador sem condições de habitabilidade. Somente com a efetiva entrega das chaves e com disponibilidade da posse, do uso e gozo do imóvel, transfere-se a obrigação para o comprador em executar o contrato com o custeio dos encargos condominiais. Até esse marco, que é a entrega das chaves ou da posse em condições de uso, o real proprietário do imóvel, diga-se a construtora, é quem deve arcar com o custeio de todas as despesas condominiais. IMAGENS: CANSTOCKPHOTO/ ARTE SEVEN


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Fique por dentro / Empreendedores

Pense grande

e cresça! Para expandir seu negócio, é preciso se lembrar de alguns requisitos importantes Por Mayra Silva

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o abrir um negócio próprio, é preciso continuar investindo na manutenção da empresa e expandir o negócio. Segundo a pesquisa “Estatísticas do Empreendedorismo”, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013, no Brasil, de 2008 a 2011, já existia um total de 34.528 empresas em expansão, e as pequenas empresas são as que mais crescem. No programa Empreendedores, que vai ao ar toda quinta-feira, a partir das 21h, no canal NGT (canal 48 na capital paulista e 26 no Rio de Janeiro), o apresentador do programa, Rafael Sampaio, conversa com empresários que obtiveram sucesso no negócio próprio. Eles dão dicas de como as pessoas podem fazer suas empresas crescerem.

Como expandir um negócio

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3 1) À esquerda, Getúlio Rocha (RHYTHM AND BLUES) e Rafael Sampaio, à direta (2;3); 2) André Berti ( Jazz Restô e Burguers) 3) Igor, ao centro, e Valter, à direita (LOJA IGORALEX)

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Inovação Introduza novidades que atraiam mais clientes. Desenvolva estratégias que garantam melhor atendimento e reduza custos de produção.

Planejamento Planeje as metas para sua empresa. Com organização, os serviços fluem melhor. E com metas estabelecidas obtém-se maiores resultados.

Diferencial Para alcançar êxito, é necessário ter um diferencial, e quando este é competitivo e inovador, a imagem da empresa também é diferenciada.

Riscos O empresário precisa assumir alguns riscos. Mas antes de assumi-los, é importante analisar os possíveis resultados que trarão para a empresa.

Aperfeiçoamento Crescimento e expansão também são sinônimos de aperfeiçoamento dentro de uma empresa. Portanto, o empreendedor não pode se esquecer de continuar investindo em seu crescimento pessoal e profissional.

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO



Fique por dentro / APS

Doadores de alegria Estudantes de colégio adventista no sul de São Paulo mobilizam campanha de doação de cabelos para ajudar pessoas com câncer Por Danúbia França

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ocê conhece alguém que é vítima de câncer? A paranaense Naquiele de Souza, de 21 anos, mora na zona leste de São Paulo e é uma entre as milhares de pessoas que lutam contra e pela superação da doença. “A gente nunca espera, ainda mais com essa idade. Eu pensava que nunca ficaria doente”, afirma Naquiele, que, por conta da quimioterapia, acabou perdendo as madeixas. “Quando fui tomar banho, parece que o cabelo desprendeu. Foi bem horrível. Não gosto nem de lembrar”, conta a jovem. “Se a gente não tiver uma ajuda muito grande das pessoas que estão à nossa volta, para que reconheçam você daquela maneira, para que não perca só a autoestima, mas a sua própria identidade, isso vai trazer às pessoas alguns sentimentos que as levarão a um episódio depressivo”, alerta a psicóloga Rosana Mazzo. Não foi o caso de Naquiele, que teve o apoio da família, namorado e amigos. “Minhas irmãs e uma prima rasparam a cabeça. Eu não esperava. Eu não sabia se chora-

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va ou se ficava feliz”, declara. Mesmo sem saber da existência de Naquiele, a 40 quilômetros dali, na zona sul de São Paulo, a estudante Thaís Akemi, que cursa o terceiro ano do Ensino Médio no Colégio Adventista no bairro do Capão Redondo, mobilizou uma campanha de arrecadação de cabelos para a fabricação de perucas. Ação na prática

A iniciativa se espalhou por todo o colégio. No entanto, para incentivar exclusivamente as meninas na doação de caIMAGENS: Equipe de Comunicação da APS



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Naquiele de Souza, à esquerda, perdeu as madeixas nas seções de quimioterapia

belo, foi feito um trabalho de conscientização nas classes e redes sociais. Além disso, foram exibidos vídeos que incentivaram a ação. Um deles mostrou a atitude de uma menina de três anos, que mora no Canadá e decidiu cortar seu cabelo para ajudar crianças com câncer. Em pouco tempo, o projeto, que começou tímido, ganhou forças e atraiu mais de 150 pessoas, que se uniram a essa corrente de solidariedade. “No começo, não queria doar, mas devido à campanha que a escola levantou, decidi fazer parte, até porque o cabelo cresce e eu estou doando pouco para quem não tem nada”, afirma a estudante Walquíria Moura. Na ação, professores e pais também enfrentaram a tesoura. “Nós, professores, estamos aqui para ajudar o próximo e incentivar os alunos”, comenta a professora Caroline Pércio. Os cortes de cabelo, que variaram entre 10 e 30 centímetros de comprimento, foram feitos no próprio colégio por profissionais voluntários. Além disso, foram arrecadados desde cabelos naturais até os quimicamente tratados. “Para doar, é necessário que o cabelo esteja limpo e, se for ondulado, que esteja, se possível, escovado para facilitar o processo. A gente costuma fazer amarrações na hora de cortar para não perder nenhum fio”, explica o cabeleireiro voluntário Thiago Valério. A campanha também teve a participação da adolescente Joana Darles, que doou quase 30 centímetros de cabelo. Joana, que acompanha sua mãe, vendedora ambulante no centro de São Paulo, ficou sabendo do projeto e prontamente decidiu contribuir. Um dos motivos que a impulsionou a doar foi o fato de a mãe já ter enfrentado a doença. Parceria voluntária

Após a arrecadação, a segunda etapa do projeto foi enviar as doações à ONG Cabelegria, uma organização que atende, há quase dois anos, pessoas que perderam o cabelo após o tratamento contra o câncer. “A Thaís entrou em contato conosco. Aqui a gente separa os cabelos por cor, tipo e tamanho. Em seguida, nós enviamos para um salão, onde são confeccionadas as perucas”, explica Mariana Robrahn, uma das responsáveis 58

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pela ONG. É num pequeno ateliê, na Lapa, zona oeste de São Paulo, que as mechas são transformadas em perucas pela voluntária Fabiane Costa. “Primeiramente eu separo as mechas em partes, costuro na máquina, até que elas fiquem em tela, e, depois, costuro na touca, até que a peruca fique pronta”, explica a profissional. Por semana, são feitas aproximadamente cinco perucas. O material é entregue a custo zero. “É uma causa muito justa para as crianças que precisam. Às vezes, as mães não têm acesso a uma compra de peruca. Já tem pelo menos sete meses que a gente faz esse trabalho”, conta Andrea Lopes, dona do salão de beleza. Estatísticas sobre a doença

Segundo dados do Ministério da Saúde, o câncer é uma das doenças que mais mata no Brasil. No entanto, é desconhecida para muitos. “O câncer é uma doença degenerativa relacionada ao nosso tempo e estilo de vida, ou seja, ao que você come, se faz atividade física ou não, se submete à poluição etc. Isso faz com que o material genético seja alterado”, explica o radiooncologista Fabiano Luz. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), órgão do governo responsável pelo controle da doença no país, o câncer infantil, em pacientes com até 19 anos, responde por 3% dos casos, ou seja, cerca de 15,5 mil registros anuais. Porém, estima-se que em torno de 70% dos pacientes acometidos pela doença possam ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. Na maioria dos casos, o tratamento é feito com a radioterapia e a quimioterapia. Por isso o motivo da queda do cabelo e a necessidade de um novo visual. A campanha continua

A ação realizada pelos estudantes beneficiou não só pessoas que perderam o cabelo por conta do tratamento contra o câncer, mas alunos, professores, pais e comunidade, que puderam contribuir com a felicidade desses pacientes. “O objetivo é que essa campanha possa se estender às outras escolas, igrejas e comunidade. Quem puder ajudar, tenho certeza de que vai ser bem-vindo”, incentiva Darlison Luiz Barbosa, capelão do colégio. A iniciativa chamou a atenção da mídia e virou uma série de reportagens exibidas no programa Revista Novo Tempo, da emissora Rede Novo Tempo de Televisão. Para assistir, basta acessar o canal da Associação Paulista Sul no YouTube: Agência APS (http://www.youtube.com/agenciaaps). IMAGENS: Equipe de Comunicação da UCOB



Fique por dentro / ULB

Solidariedade e

compaixão Um movimento de compaixão tomou conta de Salvador, capital do estado da Bahia, nos dias 18 e 19 de julho Por Equipe de Comunicação ULB

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erca de dez mil voluntários vieram de Sergipe, Ceará, interior da Bahia e outros estados brasileiros para realizar a reforma de casas de pessoas carentes, limpar as ruas e espaços públicos, fazer coleta de lixo nas praias e pontos turísticos e atender o Centro Público de Hemoterapia do estado com a doação de sangue e cadastro de doadores de medula óssea. A ação, que ainda contou com um congresso de voluntários e um ato pela paz, foi chamada de Super Missão. Logo na sexta pela manhã, os voluntários se dividiram em bairros diversos para uma ação conhecida como “Dia de Fazer o Bem”, que levou diversos serviços para comunidades socialmente vulneráveis. No bairro da Liberdade, caravanas se juntaram para reformar as casas de quatro famílias, incluindo a da professora Maridélia Santos de Souza. A casa dela não passava por uma reforma havia mais de 30 anos. “Isso era algo que eu queria realizar, mas ainda não tive condições para fa-

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zer. Quando bateram na minha porta fazendo essa proposta, gostei. Todos estão trabalhando com boa vontade”, disse a moradora. Os voluntários se emocionaram com a iniciativa. “Nós precisamos tirar um tempo para fazer o bem para as pessoas, não só um dia ou dois. Nós passamos 365 dias, muitas vezes só pensando em nossos trabalhos, mas é bom a gente fazer a obra para outras pessoas também”, afirmou o professor Felipe Souza, que coordenou a tarefa. Na tarde de sexta, os voluntários dedicaram-se a interagir com banhistas, propondo recolher o lixo dos frequentadores das praias e, em troca, ofereceram o livro “A Única Esperança” de presente. Também abordaram pessoas com uma campanha antitabagista, oferecendo água em troca de cigarros. Doação e “gota humana de sangue”

A manhã de sábado começou com o Congresso de Voluntariado. As caravanas concentraram-se no Parque Aquático Wet’n Wild. O encontro foi marcado por testemunhos da ação do dia anterior, louvores, apresentações e batismos. Um momento celebrado foi a doação de R$ 7 mil para o projeto “PróVida”, mantido pelo escritório da ADRA Brasil na Bahia, que atende pessoas afetadas pela dependência química. A doação foi resultado do valor da inscrição dos jovens para o congresso. Estiveram presentes os pastores Areli Barbosa, líder de Jovens Adventistas na América do Sul, Gilbert Cangy, líder mundial de Jovens, e Erton Köhler, presidente da Igreja na América do Sul. O jornalista e apresentador Cid Moreira também participou, narrando textos bíblicos e interagindo com a juventude. Prestes a completar 70 anos de carreira, ele esteve acompanhado de sua esposa, Fátima Moreira. Enquanto esteve em Salvador, o apresentador, que durante 26 anos foi a voz do principal telejornal do Brasil, foi recebido pelos voluntários no aeroporto, participou de uma entrevista coletiva e visitou o Colégio Adventista de Salvador. IMAGENS: Equipe de Comunicação da ULB


Voluntários se reúnem para formar uma “gota humana gigante” e promover o “Vida por Vidas”

Um momento emocionante aconteceu no final da manhã, com a formação da “gota humana de sangue”. Em um campo de futebol, cerca de cinco mil voluntários se reuniram para formar uma coreografia semelhante a uma gota de sangue. O gesto serviu para promover o envolvimento da juventude cristã com o projeto “Vida por Vidas”, que agrega doação de sangue e cadastro de doadores de medula óssea por todo o Brasil. Vestidos com a camiseta vermelha do projeto, os voluntários foram acompanhados por um helicóptero, conduzindo uma equipe de cinegrafistas que registrou a mobilização. Durante toda a manhã, uma unidade móvel do hemocentro do estado esteve no local para receber doadores. Em menos de três horas foram coletados cerca de cem bolsas de sangue e realizados 50 cadastros de doadores de medula. As amigas Emanuela Duarte, 18, e Joice Moraes, 26, da caravana de Dias Dávila, cidade da região metropolitana de Salvador, entraram na fila do hemocentro pela primeira vez. “Valeu a pena saber que um pouco de sangue pode salvar uma vida”, disse Emanuela. Durante a tarde, os participantes acompanharam a celebração de 20 anos da Rádio Novo Tempo Salvador e também comemoraram o primeiro ano da chegada da TV Novo Tempo na capital da Bahia. Representantes do staff da rede de comunicação adventista estiveram na festa, participando por meio de mensagens e louvores. Ato pela Paz

No domingo, foi a vez do “Ato pela Paz”, uma marcha que reuniu cerca de 30 mil pessoas no Dique do Tororó, lago localizado no centro de Salvador. A ação contou com a participação de estudantes da Rede Adventista de Educação. Logo cedo, crianças e adolescentes iniciaram a concentração. Carregando faixas e portando acessórios com temas sobre leis de trânsito, os estudantes queriam chamar a atenção para a educação, como promoção da paz nas estradas. “Conhecer e respeitar a

O jornalista Cid Moreira leu textos bíblicos durante a Super Missão

sinalização é importante para que todos vivam em paz”, afirmou o aluno Gustavo Araújo. A marcha contou com a presença de Cid Moreira, que pela primeira vez, em 70 anos de carreira, subiu em um trio elétrico para narrar textos da Bíblia. O fato chamou a atenção da imprensa. A Super Missão teve cerca de 60 inserções na mídia do estado, veiculadas em blogs, sites, jornais impressos e emissoras de rádio e TV. “Fico feliz de ver que um veículo como esse, tão usado no Carnaval, me deu a oportunidade de levar a Palavra de Deus para essas pessoas”, afirmou Cid Moreira. Para o pastor Herbert Cleber, líder do Ministério Jovem da União Leste Brasileira (ULB) e coordenador geral do movimento, a Super Missão ajudou a priorizar na agenda da Igreja o compromisso de trabalhar voluntariamente pelo semelhante como uma ação missionária. “Nossa maior alegria é ver que a juventude foi despertada para valorizar a compaixão”, afirmou. O próximo encontro acontecerá em Aracaju, Sergipe, em 2017. REVISTA MAIS DESTAQUE

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Fique por dentro / APlaC

Fortes como Davi, grandes

como um gigante! O projeto “Grande como Davi” incentiva as crianças a se envolverem no trabalho evangelístico da igreja e nas atividades de cunho social Por Liane Prestes

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só ouvir falar de pedrinhas, funda e um “gigante que veio ao chão”, que qualquer um já sabe de qual história bíblica se está falando. Isso porque a história do jovem Davi é, sem dúvida, uma das preferidas de baixinhos e grandões. Descrito na Bíblia como um rapaz alegre, aventureiro, talentoso e muito corajoso, ele também se destaca pela fidelidade a Deus. Foi com base nesse personagem que o Ministério da Criança da Associação Planalto Central (APlaC) desenvolveu o projeto “Grande como Davi” ao longo do primeiro semestre deste ano. O projeto consiste em desafiar crianças e juvenis, de 7 a 12 anos, a se envolverem em atividades que as aproximem de Deus e também do próximo. 
 Divididos por regiões, mais de 2,1 mil pequenos “Davis” da APlaC cantaram, oraram, assistiram a uma apresentação musical sobre a história de Davi e Golias e aprenderam sobre como os cinco segredos do personagem bíblico podem os proteger contra as armadilhas de Satanás. Para envolver as crianças e incentivá-las a usar seus talentos desde pequenos, um pregador mirim se apresentou em cada programação. A coor-

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denadora geral do Ministério da Criança, Marli Peyerl, explica que o projeto reforça a comunhão diária com Deus desde os primeiros anos, “por isso é fundamental que os pais apoiem seus filhos e deem o exemplo dentro de casa. Também é preciso que as igrejas abram mais espaço, para que nossas crianças se envolvam no trabalho missionário”, afirma Marli. IMAGENS: Liane Prestes



Fique por dentro / UCOB

Construindo esperança Mais de 150 congregações participam do projeto “Igrejas Modelo”, que há seis anos constrói templos na região centro-oeste brasileira Por Deborah Lessa

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ealização de sonhos. Isso resume bem o que representa a construção de dezenas de congregações através do projeto “Igrejas Modelo”. Desenvolvido pela União Centro-Oeste Brasileira (UCOB), sede administrativa da Igreja Adventista para a região centro-oeste, o projeto é aplicado nos estados de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins. Em 2009, foi inaugurada a primeira igreja do projeto em Palmas, que ficou pronta em 57 dias. Com o objetivo de diminuir custos e simplificar as construções, são disponibilizados quatro projetos completos,

Igreja Modelo para 70 pessoas

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que possuem todos os elementos importantes para a construção de um novo templo. Para os líderes da denominação, os investimentos em construção e reforma de templos da região centro-oeste do Brasil se justificam pelo crescimento do adventismo nessa localidade. “Nossa Igreja reflete o Deus que servimos. Ela precisa ser a mais bela possível e a mais relevante na comunidade, para que represente a grandeza de Deus, sem que afete os recursos da pregação do evangelho”, ressalta o pastor Jairo dos Anjos, administrador financeiro da UCOB e coordenador do projeto.

Igreja Modelo para 120 pessoas

IMAGENS: ARQUIVO UCOB



Fique por dentro / UCOB Planejamento e execução No Mato Grosso, o mesmo projeto ganhou um nome significativo: “Plantando Igrejas, Semeando Esperança”. Nessa região, o trabalho tem se desenvolvido com muita pesquisa e planejamento. As equipes técnica e administrativa mapeiam as localidades que precisam de um novo templo, dando prioridade ao crescimento estratégico da Igreja. Atualmente, a sede administrativa da Igreja Adventista para o Mato Grosso (Associação Mato-Grossense) está comprometida na construção de 50 novos templos, sendo 31 deles no interior e dez em Cuiabá. As novas construções estão complementando o trabalho de evangelismo, pois novos membros já estão sendo recebidos com mais espaço, conforto e segurança. De acordo com o administrador financeiro da Igreja Adventista para o estado do Mato Grosso, Daniel Grubert, Deus tem conduzido todo o processo de expansão do projeto na região. “São tantas obras, reformas, construções, pessoas envolvidas e nenhum acidente. Isso prova mais uma vez que Deus está no controle de tudo, pois, além de acompanhar o crescimento de sua obra, Ele protege aqueles que se dedicam a ela”, destaca.

Transformando vidas

A parceria entre os membros da igreja local e a sede da Igreja em cada estado tem sido fundamental. “Isso tem motivado tremendamente nossos irmãos a viabilizarem seus projetos”, alegra-se Anilson Soares, administrador financeiro da Igreja em Goiás. Desde o início, o departamento de engenharia acompanha cada projeto e providencia todas as ideias complementares, legalização e autorização da construção junto aos órgãos municipais.

O projeto tem transformado a realidade de muitas igrejas que estão em condições precárias de se congregar. Aos poucos elas se tornam espaços dignos para a adoração a Deus. No Distrito Federal, bons frutos têm sido colhidos por meio do projeto, que está sendo realizado em vários distritos. Para o engenheiro Leandro Prado, que trabalha na sede administrativa da Igreja para o Distrito Federal e alguns arredores, as características do projeto fazem com que o resultado seja positivo. “Baixo custo, fácil método construtivo, projetos modernos e confortáveis e necessidades facilmente supridas, que fazem gerar bons resultados”, ressalta. Os fiéis se sentem felizes em participar do projeto, seja ajudando com seus recursos ou até mesmo com suas forças. O pedreiro Antônio Feitosa, diretor do grupo de adventistas do bairro Vila Cidinha, em Araguatins, Tocantins, tem acompanhado de perto a construção de sua igreja. Na verdade, está colocando as mãos na massa literalmente. Aos 68 anos, e com quase seis décadas de adventista, Feitosa se empenha para ajudar o grupo. “Eu faço isso por amor”, assegura. Ele está animado com esse projeto da construção de igrejas e tem um sonho. “A minha vontade é de sair levantando essas igrejas aqui da região de Araguatins”, revela. Para saber mais sobre o projeto, acesse: www.igrejasmodelo.com.br.

Igreja Modelo para 180 pessoas

Igreja Modelo para 230 pessoas

Trabalho em equipe

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Durante esse processo, a igreja local vai juntando os recursos para dar início às obras. “A cada igreja que é sonhada, é feito um estudo de viabilidade, visando não somente iniciar as obras, mas sua concepção e conclusão num prazo determinado”, enfatiza Ronei Pereira, tesoureiro da Igreja Adventista para o estado do Mato Grosso do Sul.

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IMAGENS: ARQUIVO UCOB



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Mais Destaque Noroeste Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima agitam páginas de revista regional Por Mayra Silva

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revista Mais Destaque não para de crescer. Chegou a vez da União Noroeste Brasileira (UNoB), sede administrativa da Igreja Adventista para os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, agitar as páginas da Mais Destaque Noroeste. No dia 16 de agosto, a Igreja Adventista central da Associação Amazonas Roraima (AAmaR) recebeu centenas de membros para o lançamento da revista. A programação foi um sucesso. A cerimônia contou com a presença do pastor Gilmar Zahn, presidente da UNoB, pastor Erton Köhler, presidente da Igreja Adventista para a América do Sul, e representantes dos campos administrativos da União Noroeste. A Mais Destaque Noroeste, como as demais revistas regionais produzidas pela Seven Editora, têm, de capa a capa, a identidade do local onde o periódico é circulado. “A Igreja Adventista vem levando a mensagem da volta de Jesus ao redor do mundo, mas, especialmente na Divisão Sul-Americana (DSA), percebemos um destaque do amplo crescimento da obra de Deus em seu território. Por isso, acreditamos que apenas uma revista, neste caso a Mais Destaque nacional, não é o suficiente para apresentar tantas bênçãos. A revista regional surgiu para divulgar os assuntos da União Noroeste, que tem o privilégio de ser a única sede administrativa da DSA a ter em todos os municípios a presença de adventistas. Queremos ajudar a cumprir a meta de atingir todos os bairros desse território”, considera Rafael Sampaio, diretor comercial da revista Mais Destaque. A tiragem da edição regional é de 40 mil exemplares e terá circulação trimestral nos campos da UNoB. O diretor executivo da revista, Marcelo Inácio, diz que a Mais Destaque Noroeste é a concretização de um sonho. “Fico muito feliz em Deus nos dar o privilégio de, através do periódico, informar milhares de pessoas das regiões do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima”, agradece. “Além de ser mais um meio de comunicação para que leitores e irmãos possam acompanhar as notícias do

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Marcelo Inácio (à esquerda), Gilmar Zahn (ao centro) e Rafael Sampaio (à direita) comemoram o lançamento da revista regional

trabalho da Igreja nesta região, é um material gratuito, o que facilita para muitas pessoas o receberem.” Sampaio e Inácio agradecem o apoio do pastor Zahn e de todos os representantes da União Noroeste por acreditarem nessa ideia. “E aos leitores, que possam encontrar, através das páginas da revista, informações e, principalmente, salvação. Que Deus abençoe a vida de cada um. Cada palavra que se encontra na revista é direcionada pelo Espírito Santo”, finaliza Inácio. “É uma imensa satisfação perceber claramente que as mãos de Deus estão sobre cada projeto que lançamos e a confiança que a Igreja demonstra ao acreditar em nossa equipe. São esses os sentimentos que eu sinto ao ver o lançamento de mais uma revista Mais Destaque regional”, complementa o diretor comercial.

IMAGENS: MARCELO INÁCIO/ WANDER FARIA



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Um novo lugar,

a mesma missão Associação Paulistana inaugura nova sede e abre as portas para os membros do Campo Por Mayra Silva

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m outubro de 2013, aconteceu a inauguração eclesiástica da Associação Paulistana (AP), sede administrativa da Igreja Adventista do Sétimo Dia para a região central de São Paulo, litoral sul, ABCD e uma parte da capital, mas a administração continuou funcionando no local anterior até que todos os documentos relacionados à prefeitura da nova sede ficassem prontos. O pastor Erton Köhler, presidente da Igreja Adventista para oito países da América do Sul, esteve presente, mencionando palavras de agradecimento a Deus e incentivando a administração da igreja para fazer da nova sede uma bênção. A mudança aconteceu no final de ju-

lho deste ano. No dia 24 de agosto, a AP abriu as portas para os membros conhecerem o novo prédio e, através da programação, foi apresentada a transição da sede antiga para a nova associação. O evento foi chamado de “Paulistana Aberta”. Cerca de 500 pessoas visitaram o ambiente. A administração da Associação e os pastores de departamentos e dos distritos marcaram presença na cerimônia de inauguração da nova sede. Sob o slogan “Um novo lugar, a mesma MISSÃO”, a mudança teve grande significado para os funcionários da AP. “O novo escritório representa novos e melhores recursos para que a geração de servidores faça mais e melhor, contribuindo na finalização da pregação da

Tríplice Mensagem Angélica em nosso território”, declara o pastor Sidionil Biazzi, presidente da Associação. Quando o antigo escritório foi construído, a AP era constituída por apenas dez mil adventistas no estado de São Paulo. “Chegamos a 240 mil membros”, alegra-se o pastor Biazzi. “Estamos usando o lema ‘Um novo lugar, a mesma MISSÃO’ para expressar o sentimento de respeito e gratidão pela dedicação, confiança, fé e trabalho árduo de todos que nos antecederam, contribuindo para o crescimento da Igreja em São Paulo”, completa. O desafio ainda é grande, mas, de acordo com o pastor Biazzi, a AP está melhor equipada para avançar. Nos últimos anos, um grande esforço foi aplicado na renovação e ampliação física das igrejas da AP. Hoje, mais congregações estão preparadas para receber adequadamente seus membros e visitantes. “O Senhor deseja continuar atraindo muitas pessoas para o nosso meio. Renovações físicas e estruturais contribuem para o avanço da pregação, mas o foco principal é a consagração pessoal. Somos o templo do Espírito Santo, e a certeza de Sua presença e poder entre nós garante a realização de grandes obras”, finaliza Biazzi.

Endereço da nova sede da AP

Representantes da AP participam da inauguração eclesiástica da nova sede

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Avenida Santo Amaro, 2949 Brooklin Paulista São Paulo – SP CEP: 04555-000 Telefone: 55 11 3545-0900

IMAGENS: Equipe de Comunicação AP



Conta corrente

Em que

Todas as propostas devem ser bem analisadas antes de fazer um investimento

não investir P

ara um investidor sem experiência, mas ambicioso e com pressa para investir em algo que possa render bem e rápido, muitos cuidados precisam ser tomados. É comum alguns investidores novatos serem vítimas de golpes e travestidos de investimentos. Podem mesmo colocar seu dinheiro em modalidades legais (sérias), levados pela propaganda e conselhos de pessoas ligadas ao sistema financeiro, mas que no final rendem bem menos que outros tipos de investimento. Em primeiro lugar, devemos considerar que investimentos informais são de alto risco e muitas vezes não passam de golpes. É comum acontecer de, pessoas conhecidas, ao saberem que temos algum dinheiro para investir, aparecerem com algumas “propostas”, como:

LEMBRE-SE

“Olha, tenho um projeto muito bom. Estou abrindo uma empresa e preciso de um sócio. Ela vai render mais de 30% ao mês. É um negócio seguro, pode crer”

“Nada rende mais que o sistema de ‘marketing direto’”

Não há investimento milagroso. É claro que nem tudo é golpe. Alguns tipos de oportunidades podem ser viáveis, mas entre eles pode existir o puro interesse de alguém em se apropriar do seu dinheiro. Prudência é a bandeira a ser levantada em todas as oportunidades a serem analisadas. “Sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas” (Mateus 10:16).

Devemos considerar que investimentos informais são de alto risco. Cuidado!

“Agora existe um negócio que é muito fácil. Basta investir um pouco de dinheiro e, em menos de um ano, você dobra seu capital”

Antonio Tostes é diretor geral da Rede Novo Tempo de Comunicação

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IMAGENS: CANSTOCKPHOTO


Alerta!

Vamos verificar algumas propostas desses chamados “investimentos”, mas que apresentam alto risco de perdas financeiras

PIRÂMIDE O esquema da pirâmide é um golpe que ganhou popularidade no século passado, mas continua fazendo vítimas pelo mundo afora. Algo que começa do nada, com poucos aderentes e promessa de rentabilidade diferenciada. Cuidado, pois muitos tipos de marketing direto usam o princípio da pirâmide. Melhor mesmo, recomendam os economistas, é desconfiar de toda e qualquer rentabilidade líquida superior a 1% ao mês que for apresentada como um retorno garantido.

Cuidado, pois muitos tipos de marketing direto usam o princípio da pirâmide TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO Mas não é só de golpes que um investidor deve se precaver. Um dos tipos mais conhecidos e reprovados pelos especialistas em investimento são os títulos de capitalização. O problema é o quanto o investidor ganha. O rendimento mínimo obrigatório é de 20% da taxa de juros básica aplicada às Cadernetas de Poupança. Esta, por sua vez, é um investimento seguro, mas com renda mais baixa em relação a outros investimentos também conservadores oferecidos no mercado financeiro. Uma vez que já tem uma renda considerada baixa, pense num título que rende apenas 20% da poupança, só porque oferece prêmios.

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SALDO EXTRA TV NOVO TEMPO | SKY 14 | NET 184 Confira o horário do programa e os reprises exibidos pela Reve Novo Tempo de Televisão: www.novotempo.com/saldoextra

A Caderneta de Poupança é um investimento seguro, mas com renda mais baixa em relação a outros investimentos também conservadores oferecidos no mercado financeiro REVISTA MAIS DESTAQUE

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Profissão

Quando a

sirene toca No SAMU, a palavra de ordem é salvar vidas Por Maria Caroline Zimermann e Mayra Silva

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or mais relevante que fosse a chamada e ainda que a cena parecesse sombria, era necessário manter a calma e avaliar a situação. Diante disso, a palavra de ordem é salvar a vida. Esse foi um dos momentos vividos pelo médico regulador Murilo Rodrigues, que sempre gostou do atendimento pré-hospitalar. “Eu gosto da imprevisibilidade, de ter que se deparar com uma situação inesperada e resolvê-la”, afirma. O médico regulador é responsável pela racionalização e distribuição dentro do sistema do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Rodrigues relata que, em um dos seus primeiros plantões, um caso o desafiou e marcou. Foi quando um senhor sofreu parada cardíaca no quintal de casa, em uma noite de chuva forte. “Nossa rapidez foi imprescindível para a recuperação dele”, diz. Mesmo sob condições desfavoráveis, o quadro foi revertido. De acordo com Gisele Corrêa, que exerce a função de coordenadora de enfermagem e geral de urgência, o

SAMU trabalha com o risco presumido, cuja porta de entrada é o telefone 192. “O solicitante deve manter a calma e falar de maneira adequada para que o gerenciamento das ocorrências aconteça”, explica. O técnico auxiliar de regulação médica (TARM), que atende chamadas de urgência, faz questionamentos básicos, tais como: nome do solicitante, seu telefone para contato, endereço do local onde se encontra a vítima, se sabe exatamente o que aconteceu, se a vítima está respirando e sua idade aproximada. A partir daí, a ligação é passada ao médico regulador, que avalia a gravidade do caso e direciona o recurso necessário ao local. O controlador de frota ou operador de rádio é o responsável pelas entradas e saídas de cada viatura. Após o comando do médico, faz contato com as unidades móveis e, a partir de um alarme específico, aciona aquela que será utilizada. O propósito do SAMU é prestar socorro ao indivíduo e encaminhá-lo a um hospital. Entretanto, dificilmente existe um desligamento. Funcionários do SAMU dizem que há uma preocupação em acompanhar a recuperação das vítimas, que constantemente ligam para fazer agradecimentos. Segundo a coordenadora Gisele, a primeira questão a ser avaliada, dadas as condições do socorro, é a segurança da equipe. Mas, durante a ocorrência, todos prezam o acolhimento da família e a preservação da imagem da vítima. “O chamado é um desequilíbrio que não imagens: canstockphoto/ divulgação

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se esperava na vida daquela pessoa. Por isso, é importante explicar a situação, humanizar o atendimento e ter cautela com relação à imprensa”, explica. Humanização do Serviço

“Independente de qualquer situação, a gente investe, mas quando acontece o pior, a equipe toda fica abalada”, confessa a enfermeira Andréia dos Santos, que trabalha no SAMU. Apesar de buscar equilíbrio emocional e psiquiátrico para que a vida pessoal não seja afetada, ela reconhece que, muitas vezes, os membros da equipe se sensibilizam com situações difíceis e acabam se colocando no


Capacitação O serviço do SAMU dispõe-se de profissionais treinados e bem capacitados, pois lidam com diversas situações. São basicamente cinco funções exercidas dentro de uma unidade: Condutor socorrista: aquele que conduz o veículo de atendimento móvel. Para exercer essa função, a pessoa precisa ter completado o Ensino Fundamental, ter Carteira de Habilitação na categoria D, pelo menos dois anos de experiência como motorista, idade superior a 20 anos e possuir certificado do curso SEST/SENAT de Condutor de Veículos de Emergência. Enfermeiro Intervencionista: responsável por supervisionar todo o atendimento na unidade móvel hospitalar. Para exercer a função, o profissional precisa ter formação em Ensino Superior de Enfermagem, reconhecido pelo Conselho Regional de Enfermagem, ter experiência em atendimentos hospitalares ou atendimento móvel.

Médico Intervencionista: responsável por coordenar as ações da equipe na unidade móvel. O profissional que exerce essa função precisa ter formação em ensino superior de Medicina e ser cadastrado no Conselho Regional de Medicina. Deve ser atuante nas áreas de regulação médica, suporte avançado de vida, atuação nas ambulâncias e pré-hospitalar e gerência do sistema.

lugar do outro. Na opinião de Andréia, os suicídios são os casos marcantes, pois estão carregados de agressividade visual. “Você começa a pensar no tamanho da angústia que a pessoa viveu para chegar a tal ponto. No entanto, quando conseguimos chegar a tempo de impedi-la, esbarramos em uma situação de mão dupla, pois estamos indo contra a vontade dela”, pondera a funcionária do SAMU. Apesar de lidar com situações muito difíceis, Andréia se diz profundamente apaixonada pelo que faz, considera importante a experiência em diferentes tipos de atendimento e sente-se gratificada a cada resultado positivo. “A diversidade faz de nós profissionais integrados a todas as áreas e possibilita nosso crescimento”, considera. Por fim, ela esclarece que a relação interpessoal é fundamental. “Na hora do atendimento é um pelo outro”. Apesar das diferentes perspectivas, a equipe deve estar sempre em harmonia e buscar bons resultados.

Técnico em enfermagem: é o responsável pela funcionalidade dos equipamentos utilizados em todas as operações. Esse profissional deve conhecer todos os equipamentos da unidade móvel. Ele precisa ter formação técnica em Enfermagem registrada pelo Conselho Regional de Enfermagem e ter no mínimo dois anos de experiência em enfermagem técnica. Técnico administrativo: é o profissional responsável por todos os relatórios e documentos da unidade. Por isso, precisa ter Ensino Médio completo, curso técnico em Administração, experiência de, pelo menos, dois anos em atividades administrativas, além de noções básicas de informática.

CURSOS OFERECIDOS PELAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA O Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus 1, apresenta cursos nas áreas de saúde que podem contribuir para aqueles que desejam seguir essa profissão. Como graduação, o Unasp oferece o curso de Enfermagem. Já para a pós-graduação tem o curso de Saúde Pública, Enfermagem em Saúde da Família, Obstétrica em Unidade de Terapia Intensiva e em Emergência. O Unasp campus 2, localizado em Engenheiro Coelho, também oferece uma pós graduação: Saúde Preventiva e Natural. Para mais informações, acesse: www.unasp.edu.br. A Faculdade Adventista da Bahia (FADBA) também oferece o curso de Enfermagem. Mais informações sobre a graduação podem ser encontradas no site da instituição: www.adventista.edu.br.

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Aconteceu comigo

“confiei no

poder de deus” Apesar do grande medo, mulher passa pelo leito de morte, mas confia no Deus a quem serve Por Mayra Silva

O

nome dela é Elaine Cristina Abdo. Ela mora no sul de Minas Gerais, na cidade de Varginha. Em dezembro de 2011, a mãe de Elaine teve um começo de derrame e foi submetida a três pontes de safena com urgência, resultado de uma diabetes que não foi tratada e uma alimentação inadequada, fatores que causaram o entupimento das artérias. Esse fato impactou muito a vida de Elaine, pois ela sempre foi apegada à mãe. Meses depois, para aliviar a tensão, Elaine resolveu fazer uma trilha de bicicleta com seu namorado (atualmente marido). Era tudo o que ela precisava para repor as energias e esquecer os problemas. No caminho de volta para casa, o casal passou por uma estrada esburacada e cheia de pedras. “De repente, ao ver que

iria cair, pulei da bicicleta e acabei batendo meu seio no guidão, com muita força. Na hora, não senti nada, mas quando paramos de pedalar, senti uma dor muito forte no seio por causa da pancada, mas não falei nada para ninguém”, comenta Elaine. Os dias e meses foram passando. Ela sentia como se agulhas estivessem fincando no local da batida, mas não deu importância. O acidente aconteceu em fevereiro de 2011. No final de maio do mesmo ano, Elaine foi convidada para recepcionar os membros da Igreja Adventista, religião a qual faz parte, durante a manhã de um sábado. “Graças a Deus, aceitei o convite.” Na mesa da recepção havia um panfleto falando sobre a importância de se fazer autoexame das mamas. “Era Deus me alertando”, diz Elaine que, ao chegar em

casa, fez o que o panfleto indicou. “Notei que havia um caroço estranho em meu seio. Lembrei imediatamente do tombo. Fui procurar um médico mastologista, que imediatamente retirou o nódulo que foi para biópsia”, conta. “Foram 20 dias de espera. Quando o médico disse que os resultados deram indício de um câncer, quase enlouqueci. E, nessas alturas, estava fraca na fé e não tinha forças para orar”, lamenta. Então, o exame chegou e o resultado foi: diagnóstico carcinoma ductal grau III, alto grau. “O medo da morte me dominou”, relata. Depois disso, Elaine foi submetida a outra cirurgia para saber se essa doença havia atingido a parte linfática e constatou-se que estava no começo de uma metástase. Nessas alturas, a paciente estava em desespero. Mas, ainda assim, prostrou-se diante de Deus e orou, pedindo que a livrasse desse mal e que Ele devolvesse a saúde dela. “Depois de tanto esperar por uma decisão, o médico me disse que não iria me operar e IMAGENS: arquivo pessoal

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Aconteceu comigo “Sentia que meu corpo já não aguentava mais, por causa dos efeitos colaterais e excesso de medicamentos. Mas parei de chorar e disse que fosse feita a vontade de Deus.”

Quando descobriu o câncer, Elaine Cristina só questionava a Deus o porquê da doença

me mandou direto para a quimioterapia. Senti algo errado nesse procedimento e, então, fui pedir uma opinião para outro profissional da minha cidade. Ele disse que o médico não poderia ter feito aquilo”, diz Elaine. Naquele momento, ela entrou em pânico e orou a Deus, em aflição, pedindo misericórdia. Posteriormente, saiu em busca de outros profissionais na cidade, mas não havia nenhum. A mãe de Elaine ligou para a irmã, que mora em Taubaté, no estado de São Paulo, e ela conseguiu uma vaga no hospital regional da cidade. Os médicos de Taubaté se sensibilizaram com a história e abriram uma vaga com urgência para Elaine, que ainda questionava a Deus o porquê de permitir que aquilo acontecesse em sua vida. “Era castigo por eu ter feito algo errado”, pensava. Então, Deus começou a mostrar que, pior que a doença física, era sua doença mental e espiritual. Com a experiência que teve, ela compreendeu o perigo da letargia espiritual e ficou muito constrangida, pois, em vez de levar esperança às pessoas através do conhecimento que tinha, as pessoas é que estavam a confortando, dizendo palavras de esperança. Quando Elaine estava para fazer a cirurgia da retirada do tumor, depois que acabaram as sessões de quimioterapia, o 80

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hospital ligou dizendo o dia em que seria internada. “Seria submetida à cirurgia do seio, com preservação do mamilo e da pele para colocar o silicone, mas, dias depois, a médica me informou que a cirurgia foi cancelada. Comecei a chorar, pois teria de tomar outra quimioterapia. Sentia que meu corpo já não aguentava mais, por causa dos efeitos colaterais e excesso de medicamentos”, lembra Elaine. “Mas parei de chorar e disse que fosse feita a vontade de Deus.” Subitamente, a médica saiu da sala, sem explicações. Só pediu para que Elaine aguardasse. Quando voltou, ela disse que tinha duas notícias, uma boa e outra duvidosa. A primeira era que uma mulher havia desistido da cirurgia e Elaine seria encaixada no lugar dela. A segunda era que a médica teria que verificar se a prótese já havia chegado, para, então, poder fazer a cirurgia. A prótese chegou. “O tempo todo fui pedindo para que Jesus me operasse e usasse o médico como Seu instrumento, e a cirurgia foi um sucesso. Depois dessa etapa, veio o resultado da biópsia. Para a glória de Deus, não foi mais constatado o câncer”, alegra-se. Jesus passou a ser o consolo e salvador pessoal de Elaine, ao dizer: “Vinde a mim todos os cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). “Compreendi que não precisava carregar esse fardo sozinha e que minha vida não estava em minhas mãos. Compreendi o milagre da fé, onde, mesmo passando por lutas, podemos ter a certeza e convicção de que Deus está no controle de tudo”, revela Elaine, que sempre teve baixa autoestima, traumas e problemas emocionais. “Mas dentro dessas provações, Deus tem trabalhado em minha vida, trazendo esperança, ânimo, força, paz, fé e luz para mim. Às vezes, temos que passar pelo fogo das aflições, para que Deus lapide o nosso caráter. Se eu não olhar para tudo o que me aconteceu com gratidão, de que valeu passar pelo vale da aflição?” Elaine

já terminou o tratamento e, hoje, mais uma bênção está a caminho: um bebê. Muitas pessoas oraram por ela, e Deus ouviu essas orações para que o nome dEle fosse glorificado e exaltado. “Diante das adversidades, você tem muitas escolhas. Pode desistir da vida, de crer em Deus, acusar as pessoas, sentir pena de si mesmo ou ficar sentindo culpa. Eu decidi agradecer e já fiz minha escolha. Escolhi Jesus. Sinto-me como um instrumento em suas mãos para anunciar a Sua salvação a quem não vê a luz. Ele é o Médico dos médicos, a ressurreição e a vida eterna. Só Deus pode curar e salvar. Ele está vivo e, em breve, voltará.” Atualmente, Elaine vive feliz, tanto pela cura quanto pelo apoio que teve de sua família, seu esposo, que tirou férias para ficar com ela no período de internação, demonstrando a maior prova de amor, e amigos, que estiveram orando por ela o tempo todo. “Eu nunca vi tamanho amor e poder. Louvai-O, pois Deus tem feito maravilhas entre seu povo. De coração, muito obrigada”, agradece Elaine.

O esposo de Elaine se casou com ela mesmo depois de descobrir a doença



Reflexão Os tempos mudaram, mas o poder divino não. Deus continua onisciente, onipresente, onipotente, útil e totalmente disponível

Edimar Sena é pastor Ministerial da Associação Sul Mato-Grossense

Esperança no espanto O poder divino continua disponível para ajudar a Igreja a enfrentar os desafios contemporâneos

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ddie Gibbs, em seu livro “Para onde vai a Igreja”, escreveu: “Olhando para trás, para meus anos de formação, percebo que fui treinado para um mundo que mudou além de qualquer previsão, não apenas em termos de progresso tecnológico, mas no clima cultural”. Essa afirmação parece se encaixar perfeitamente com os muitos e fortes desafios que a Igreja está enfrentando na atualidade, o que tende a se intensificar nos anos futuros. A velocidade das forças modeladoras de nossa cultura está deixando atrás de si um rastro assustador de fragmentação e colapso social, que as palavras de Gibbs quase se tornam as palavras da Igreja. Tudo isso vem provocando o enfraquecimento das igrejas em muitos lugares, principalmente nos Estados Unidos e Europa, e se espalhando por todo o mundo ocidental. Denominações históricas estão encolhendo, e os interesses espirituais das pessoas estão sendo canalizados para o islamismo, budismo, hinduísmo e paganismo. A realidade brasileira, que começa a aparecer, não deve ser desprezada. Segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento dos evangélicos foi de 5,18% nos anos de 1980-1991; e de 1991-2000, 7,43%. Já no período de 2000-2010, caiu para 4,9%, o menor crescimento nos últimos 30 anos. Particularmente, reconheço que é impossível para a Igreja entender e perceber o que está acontecendo ao seu redor se ficar presa a si mesma e focada em seus problemas internos, sem notar que está no meio de uma mudança cultural que afeta todas as áreas da sociedade. E se não entendermos a força dessa mudança, poderemos ser esmagados. Embora seja um grande desafio ser e fazer igreja no contexto atual, não devemos encarar esse momento e o futuro com desespero. É preciso humildade, sabedoria e ânimo redobrado para avançarmos. Uma das razões, para tanto, é: “Nada temos a recear quanto ao futuro, a não ser que nos esqueçamos do caminho pelo qual Deus nos tem conduzido” (Vida e Ensino, p. 204).

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Pessoalmente, vejo um tempo de grandes oportunidades se abrindo para a Igreja. As pessoas nunca estiveram buscando tantas respostas como nos dias atuais. Entendo que é de fundamental importância que a Igreja atual tome consciência de que está a serviço de Deus no mundo e não pode sair dele, pelo menos agora. Os tempos mudaram, mas o poder divino não. Ele continua onisciente, onipresente, onipotente, útil e totalmente disponível. Essa é a verdadeira esperança para o mundo e para a Igreja que vive o “espanto” dos desafios contemporâneos da missão. Meu anelo é que o Dono da Igreja, em meio ao “espanto”, renove a esperança da congregação e nos conceda o mesmo êxito outorgado aos cristãos do primeiro século. Que nossa geração, e não outra, tenha a alegria de ser aquela que verá, sem passar pela morte, Jesus voltar! IMAGEM: ARTE SEVEN




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