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Guinness reconhece recorde do 'Maior Arroz de Sardinha do Mundo'P. 13 PUB

DIRETOR: VIRGÍLIO TAVARES // SAI ÀS QUARTAS // 29 ABRIL 2020 PREÇO AVULSO: 1€ // ANO 8 // Nº 383 // WWW.MAISSEMANARIO.PT

PÓVOA DE VARZIM PÁGINA 2

Aumento do desemprego e centenas em lay-off

DESPORTO

SOCIEDADE

SOCIEDADE

Varzim com regresso aos treinos na próxima semana

Pesca interdita ao fim de semana permite escoar produto

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Obra do santuário em Balasar a concurso no mês de maio PÁGINA 4

- HIPER -

PINGO DOCE - ARGIVAI

Muito Obrigado por estar connosco Faça sempre distância social Continuamos a cada semana, independentemente das dificuldades criadas pela pandemia da Covid-19, a levar até cada um dos nossos estimados leitores a edição do jornal. Apesar de ser no formato e-paper, estamos a chegar cada vez a mais pessoas que nos contactam e incentivam a manter este trabalho de informar o que se passa na nossa região. A todos o nosso MUITO OBRIGADO, sendo uma enorme honra contar com a confiança e a preferência dos leitores, parceiros e anunciantes. No próximo domingo é celebrado o Dia da Mãe. Um enorme beijinho para todas as mães que dão alento e força no combate ao vírus. Será também um dia de mudança, já que vamos deixar o estado de emergência para passarmos a outra condição. No entanto, o ALERTA é fundamental. Faça sempre distância social. O contacto connosco mantém-se, geral@maissemanario.pt PROTEJA-SE PUB

Pandemia da Covid-19 já provoca:


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QUARTA-FEIRA 29 ABRIL DE 2020

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Desemprego em março cresce 13% na Póvoa de Varzim e 20% em Vila do Conde Comparando com o mês de fevereiro, o desemprego na Póvoa de Varzim aumentou 12.81% e em Vila do Conde 20,42%. Juntando os dois concelhos, os números médios são de quase 17% estado de emergência na economia local. A nível de todo o país, a subida foi de 9%. Na região, o número de desempregados no final de março era 5155, ao passo que em fevereiro era 4281 e em janeiro 4334 [ver quadro ao lado com os dados para os dois

concelhos]. A subida foi mais acentuada em Vila do Conde (20%) do que na Póvoa de Varzim (13%) face ao segundo mês do ano. De forma esmagadora e em ambos os municípios, o principal motivo para as novas inscrições prendeu-se com o fim do trabalho não permanente. A faixa etária mais representada é a de 35-54 anos e a escolaridade mais presente é o secundário.

ARQUIVO

Face a fevereiro, o mês de março fechou com um aumento de 16.95% de inscritos no centro de emprego afeto a Póvoa de Varzim e Vila do Conde. Isso quer dizer que há mais 874 desempregados na região. É um primeiro olhar aos eventuais efeitos da Covid-19 e do

Mais de 500 empresas locais recorrem ao lay-off A Associação Empresarial da Póvoa de Varzim divulgou que 562 empresas do concelho poveiro já aderiram a um dos apoios estatais, designado por lay-off, que permite a suspensão dos contratos de trabalho ou a redução temporária do horário. Ainda de acordo com a mesma entidade, entre 1096 empresas que responderam a um inquérito, é indicado que cerca de 20% admitem diminuir o número de colaboradores, enquanto cerca de 56% defenderam o regresso ao trabalho no imediato ou até ao início do próximo mês de maio. Igualmente 210 associados revelaram que recorreram ao crédito junto da banca.

Mês de março com mais 874 desempregados na região

Desemprego global no fim do mês

Janeiro/2020 - total 4334 • Póvoa de Varzim - 2055 • Vila do Conde - 2279 Fevereiro/2020 - total 4281 • Póvoa de Varzim - 2048 • Vila do Conde - 2233 Março/2020 - total 5155 • Póvoa de Varzim - 2349 • Vila do Conde - 2806

Desempregados que se inscreveram ao longo do mês Janeiro/2020 - total 705 • Póvoa de Varzim - 334 • Vila do Conde - 371 Fevereiro/2020 - total 656 • Póvoa de Varzim - 316 • Vila do Conde - 340 Março/2020 - total 1132 • Póvoa de Varzim - 450 • Vila do Conde - 682

Praias com lotação máxima e com distância definida entre toalhas primeira semana de maio. A época balnear, que tem o dia 1 de junho como data oficial de abertura, vai contar com uma lotação máxima de banhistas, tendo esta de ser calculada em função da “capacidade de carga de cada praia”, informou na passada quarta-feira Catarina Gonçalves. “As praias, sendo espaços públicos, também terão de ter os procedimentos e regras a serem implementados para segurança de todos e que têm a ver, obviamente, com o distanciamento social", explica.

ARQUIVO / JOSÉ ALBERTO NOGUEIRA

Devido à pandemia, as áreas balneares terão regras mais apertadas e que se estendem às zonas de estacionamento. As próprias entradas e saídas deverão ser reguladas. Para já são diretrizes mas poderão passar a obrigações. A coordenadora nacional do programa Bandeira Azul, Catarina Gonçalves, revela que está a ser elaborado um “manual de procedimentos” sobre o acesso às praias. Está a ser ultimado por várias entidades marítimas e de saúde e estará pronto na

ARQUIVO / JOSÉ ALBERTO NOGUEIRA

Entre as recomendações para a próxima época balnear, destaque para a implementação da distância mínima entre chapéus de sol ou toalhas. O número de metros ainda não está definido mas não vai ser inferior a dois. Isto além da lotação máxima no areal

Manual de procedimentos

Época balnear inicia a 1 de junho e terá regras e medidas de segurança

Está a ser elaborado um manual de procedimentos sobre os acessos às praias de Portugal, que conta com o apoio da Marinha portuguesa, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Instituto de Socorro a Náufragos (ISN) e a Direção-Geral da Saúde (DGS), e que deverá estar pronto já na primeira semana de maio. Este manual terá a explicação de “questões mais práticas que têm que ver com a higienização dos espaços, a utilização de máscaras, a própria utiliza-

ção de esplanadas e bares - saber se é passível de ser feita ou não e em que condições se for feita -, os passadiços, os chuveiros, as gaivotas, os escorregas, as espreguiçadeiras, tudo isso terá que ter uns procedimentos de higiene, obviamente muito mais apertados", explica a responsável. Catarina Gonçalves refere ainda que o controlo das praias é “muito mais complicado”, daí que a fiscalização adotará medidas “diferentes”, pelo que se espera o “bom senso” por parte dos banhistas para acarretar as regras que serão estabelecidas.


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Suspensão da pesca ao fim de semana vale 'ouro' para os homens do mar O Ministério do Mar publicou uma portaria suspendendo a pesca ao fim de semana como forma de contribuir para o ajustamento entre a oferta e a procura durante a atual pandemia da Covid-19. Esta suspensão começou a 10 de abril e durará até 31 de maio, sempre ao fim de semana. Homens do mar saúdam medida Os pescadores vinham há algum tempo criticando o excesso de peixe no mercado, que baixava muito os preços de compra na lota. Por isso, clamavam por medidas que garantissem a sua subsistência numa altura em que os restaurantes estão fechados, fazendo com que o peixe maior e mais caro não tivesse colocação. Ora, o Governo decidiu suspender a pesca ao fim de semana, entre a noite de sexta e a de domingo, e a medida está já a ter efeitos positivos. Quem o diz é a Apropesca, Organização de Produtores de Pesca Artesanal (OP) sediada na Póvoa de Varzim. Isso mesmo foi transmitido ao ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, que esteve naquelas instalações no dia 22 de abril. "A suspensão é necessária para a valorização do pescado e para o aumento da procura. Esta medida impõe sacrifícios a toda a frota e a todos os pescadores, mas os resultados estão à vista: finalmente começamos a ver o pescado a ser vendido como 'ouro', expressão utilizada por um dos nossos associados", explicou ao nosso jornal o presidente da OP, Carlos Cruz. "Este aumento no valor de primeira venda em leilão faz com que os pescadores mantenham a força e a vontade de continuar a trabalhar

Santos populares sem festa mas, espera-se, com sardinhada

Nesta cerimónia foi abordado o atual plano em vigor da Apropesca de medidas de proteção à Covid-19, nomeadamente a distribuição de 14.500 máscaras e 500 litros de gel a todas as embarcações que aderiram ao projeto. Neste âmbito, adiantou Carlos Cruz que, no que concerne aos associados da Apropesca por todo o país, há apenas duas embarcações de Matosinhos paradas devido a testes positivos de Covid-19. Nenhuma delas tem tripulantes de Póvoa de Varzim ou Vila do Conde.

Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, visitou a Apropesca na passada quarta-feira, 22 de abril

não obstante a pandemia nacional, sentindo que o trabalho realizado tem frutos condignos". Daí a necessidade desta interdição da pesca, que já veio ajudar a aumentar o valor da venda do pescado e ajudar à rentabilidade do setor.

tarias do Ministério do Mar que se encontram a ser elaboradas e cujo parecer das organizações de pesca será preponderante. "Estando em discussão a publicação de duas portarias que fixaram as regras para acesso às cessações temporárias quer para a pesca polivalente, quer para a pesca do cerco, aproveitamos a presença do ministro para expor o nosso parecer sobre as lacunas que estes projetos de portaria têm", começou, continuando: "Com especial relevo para a questão de não abranger todos os trabalhadores das empresas do setor da pesca, atento que a sua formulação apenas abrange os que constam do rol de tripulação com cédula marítima, sendo que atualmente as embarcações têm trabalhadores estrangeiros (indo-

Ainda faltam os trabalhadores de terra Medidas positivas mas ainda há alguns apoios em falta. Nesta visita do governante, os pescadores tiveram oportunidade de expressar as suas perspetivas em relação às por-

da sustentabilidade da espécie e da gestão de recursos, mas sim de qual será à data a situação do país", descreve Carlos Cruz. "Olhamos com cautela para o futuro e também nós vivemos um dia de cada vez, mas sabemos que a sardinha no mês das festas populares não pode faltar. Para dar alento a todos os portugueses, é sabido que as embarcações do cerco farão um esforço para não faltar a sardinha". ARQUIVO / JOSÉ CARLOS MARQUES / CMPV

Este ano não há festas de santos populares na rua mas as pessoas continuam a querer a sardinha na mesa. Essa parte, ao que tudo indica, não deverá faltar. "No que diz respeito à pesca da espécie da sardinha, a continuação ou o início da faina no mês de junho já só não depende

Distribuído kit de proteção às embarcações

Sardinha é indispensável à mesa durante o mês das festas populares

nésios) sem cédula marítima. São trabalhadores de terra que trabalham em exclusivo para as embarcações e não constam do rol de matrícula, mas todos este sofrem com a afetação da pesca e da pandemia nacional". Certo é que "as respostas e a dedicação do ministro do Mar e das demais instituições envolventes estão a ser positivas e sentimos que estão a trabalhar para o melhor deste setor", reconheceu o responsável da Apropesca.

Durante a passagem pela Póvoa, Ricardo Serrão Santos visitou também a Pró-Maior

Pró-Maior no combate à Covid-19 O ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, na visita que fez à Póvoa de Varzim, também esteve na Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar,

onde também verificou as medidas que estão a ser adotadas pelos pescadores no âmbito da prevenção da Covid-19. O mestre José Festas explicou ao governante a prevenção que tem sido realizada junto dos pescadores e das embarcações.

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Fundação Alexandrina de Balasar lança em maio concurso para construir santuário O padre Manuel Casado Neiva, responsável pela Fundação Alexandrina de Balasar, sediada na paróquia local de Santa Eulália, revelou que será lançado durante o próximo mês o concurso para a construção do Santuário em honra da beata O sacerdote fez o anúncio no final das cerimónias que assinalaram, no sábado, na Igreja de Balasar, o 16º aniversário da beatificação de Alexandrina de Balasar, e que pela primeira vez não contaram com a presença de fiéis devido à pandemia da Covid-19, tendo sido transmitidas pela internet.

"É com grande alegria que anunciamos que no próximo mês de maio vamos lançar o concurso internacional para a construção do edifício do Santuário". Casado Neiva sabe que “os tempos são difíceis", mas lembra que "Deus é pai e chama a sua filha Alexandrina e no mês de maio quer

O novo Santuário Eucarístico em honra da beata quer ser um dos maiores centros de espiritualidade cristã do país

dar uma prenda para construir toda esta obra belíssima”. O novo Santuário Eucarístico em honra da beata Alexandrina de Balasar quer ser um dos maiores centros de espiritualidade cristã do país. Será construído nos terrenos

Padre Manuel Casado Neiva

onde esteve o campo de futebol e adjacentes, e vem corresponder à grande multidão de peregrinos que todos os anos rumam a Balasar.

Obra será realizada em várias fases Apresentado em abril de 2016, a primeira pedra do santuário foi lançada a 13 de outubro de 2018. Já no ano passado teve lugar o processo de demolição e terraplanagem do local, numa obra que irá demorar vários anos. Atendendo às dimensões do edifício, o projeto será adjudicado em várias fases, incluindo consultas para a realização dos trabalhos de estruturas de betão armado, de estruturas da cobertura em madeira, de revestimentos e de arranjos exteriores”, explica a arquidiocese minhota. Alexandrina Maria da Costa nasceu a 30 de março de 1904 e morreu no dia 13 de outubro de 1955.

Auto Furtado apoia a mobilidade para quem mais precisa Cooperantes na manutenção do direito de mobilidade, a Comissão Especializada de Serviços de Mobilidade da DPAI da ACAP, da qual faz parte a empresa Auto Furtado, recomendou às oficinas de manutenção e reparação automóvel a adoção de medidas de contingência estritas e novas regras de funcionamento no atendimento ao público, de forma a prevenir a propagação da Covid-19. "Pedimos aos portugueses que se mantenham em casa, que respeitem as indicações da Direção Geral de Saúde e as que se impõem neste estado de emergência nacional. Em caso de necessidade, agradecemos que privilegiem, sempre que possível, o contacto prévio com a oficina habitual, através de meios à distância, como o telefone, e-mail e plataformas eletrónicas. Agradecemos aos profissionais do setor que todos os dias asseguram a mobilidade de quem precisa", comunicam, numa medida para ajudar todos os que, nesta altura, mais precisam de se movimentar em segurança, como os profissionais dos setores de saúde, alimentar, segurança, comunicações, energias e águas.

Conferência Vicentina paga a renda e as contas de família em dificuldades por causa da Covid Casal de Argivai viu-se recentemente impossibilitado de trabalhar e os rendimentos baixaram drasticamente. Por isso, a Conferência Vicentina local pagou-lhes metade da última renda e vai cobrir a totalidade da próxima. Isto, além das contas de água, luz e gás, e da oferta de cabazes de alimentos Horácio Carvalho, 64 anos, é o presidente da Conferência Vicentina de Argivai (é uma entre várias) e presidente do Conselho de Zona da Póvoa de Varzim, que coordena todas elas. As Conferências Vicentinas, movimento católico de leigos, prestam apoio a famílias e indivíduos que vivem em situação de carência. Esse apoio traduz-se em oferta de alimentos (sob a forma de cabaz), e, em muitos casos, no pagamento das contas de água, luz, gás e até renda. Mesmo em plena pandemia da Covid-19, Horácio Carvalho faz saber que não tem havido pedidos suplementares de ajuda por parte da população. Há, no entanto, uma família que tem suscitado maior preocupação. São de Argivai e preferem não ser identificados, mas o responsável vicentino pode partilhar um pouco do que se tem passado. "Trata-se de um casal com um filho de

10 anos. Precisam de nós, nesta fase mais do que nunca", começa por contar, explicando porquê: "A mãe trabalha numa instituição de solidariedade social que, como muitas outras, está fechada nesta altura". Já o marido, que é mecânico, "foi operado a uma vista e teve de meter baixa durante um mês". No fim deste tempo, quando era altura de rever a situação junto do médico, "a consulta foi cancelada por causa do estado de emergência". Ou seja, mesmo que o homem já estivesse em condições de trabalhar, não o poderia fazer sem a alta médica. Estão os dois em casa e, em ambas as situações, houve um corte drástico no rendimento. Um cenário que piora quando há renda e contas para pagar, que, tudo somado, ascendem aos 460 euros mensais. "É a família que mais atenção nos tem merecido e nós não a temos deixado na mão. Pagámos metade da última

Horácio Carvalho

renda e estamos a preparar-nos para pagar o valor total da próxima". A Conferência também já lhes ofereceu um cabaz de alimentos, e agora vai seguir-se outro.


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"Conseguimos em tempo recorde nos reinventar" Luís Costa, administrador do Grupo Gese Seguros, sublinha que a mediadora rapidamente se adaptou e "redefiniu processos", numa linha de relação direta e de proximidade com o cliente, que sempre norteou a empresa criada por Alberto Câncio Costa, seu pai. O 'amor à camisola' distingue a equipa que lidera e que irá continuar, ainda mais forte e com novas contratações, no pós-pandemia

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Como tem sido a gestão diária da empresa e se a mesma tem reflexo no volume de negócios? Vivemos tempos diferentes, e o mercado obrigou a uma adequação e redefinição de processos muito rapidamente. Na Gese Seguros começamos a delinear o plano em início de março, e no dia 16 desse mês encerramos ao atendimento público, no entanto continuamos a trabalhar pelos canais alternativos. Não sentimos alterações significativas no nosso volume de negócios, porque muitos dos nossos clientes continuam a trabalhar. Estamos a gerir, por semana, em média 400 chamadas, sem contar com os contactos através de telemóveis, emails e redes sociais. Na primeira semana este número ascendeu às 800 chamadas. Muitas dúvidas e incertezas sobre coberturas e procedimentos por parte dos nossos clientes. Pró ativamente começamos a contactar diversos clientes para explicar como poderíamos ajustar a realidade dos seus seguros a estes novos tempos. E em boa hora o fizemos. Temos uma equipa muito motivada e profissional e é um dos nossos fatores de distinção, atendemos sete dias por semana, para que os nossos clientes nunca se sintam desprotegidos. A empresa sentiu a necessidade de recorrer a algum mecanismo de apoio do estado? Na Gese Seguros levamos o planeamento financeiro muito a sério, juntamente com o nosso TOC da empresa Enes & Araújo, na pessoa do Dr. José Luis Enes, tentamos ter uma saúde financeira robusta. Não foi necessário, nesta fase, recorrer a nenhum apoio, cumprimos todas as nossas obrigações fiscais, para com fornecedores e com todos os colaboradores. Na GESE continuam todos a trabalhar e como têm sido os contactos com os clientes? Continuamos quase todos a trabalhar, dos 15 profissionais apenas 4 recorreram ao apoio de família, em virtude dos colégios estarem fechados. Mantemos o contacto com os nossos clientes de todas as formas possíveis, apenas

com uma grande redução na forma presencial. Os clientes adaptaram-se muito bem a esta realidade. Ajuda imenso termos a estrutura da empresa preparada para responder em qualquer parte do mundo através dos nossos servidores, em qualquer portátil acedemos ao nosso software de gestão e à nossa central telefónica, os clientes nem notam a diferença, estamos simplesmente sentados num local diferente. Ao nível comercial temos uma equipa de excelência, liderada pelo Pedro Martins, sócio da empresa e diretor comercial. Criamos uma série de processos para que os nossos clientes se sintam protegidos e acompanhados. Caminhar lado a lado com os nossos clientes é o que nos motiva. Um desafio constante que abraçamos com dedicação. As seguradoras têm apresentado novos produtos, nomeadamente para a Covid-19. Que seguro é possível ter caso haja um portador da doença? As seguradoras têm estado, como todos nós, a avaliar. Saíram algumas medidas para tentar atenuar o problema, redução de prémios durante o estado de emergência por exemplo, adequação de capitais e massas salariais, prazos de pagamento mais dilatados para clientes que estejam a experienciar alguma dificuldade. Ao nível dos seguros de vida, a questão que mais nos surgiu foi se a morte, derivada ao novo Covid19, estaria garantida, a resposta é sim e em todas as companhias que representamos. A Generali/Tranquilidade lançou um produto inovador até ao final do mês e para o Covid19, uma apólice de saúde que em caso de internamento paga um determinado capital. Produto que custa menos de 20€ por colaborador. Representamos a única companhia de seguros de Saúde que não exclui os tratamentos por Covid19, as pandemias não são exclusão. A generalidade das companhias apenas comparticipa o teste. Queremos fazer a diferença no mercado, com produtos e coberturas dife-

Equipa do Grupo Gese Seguros

rentes do habitual. Adaptamos os nossos contratos de Responsabilidade Civil Profissional e Produto por exemplo, ajustando as coberturas às novas realidades dos clientes, nos casos em que os clientes adaptaram a sua produção a outros produtos, nomeadamente máscaras, viseiras e álcool gel, sem custos associados. Sentimos também uma grande procura pelos nossos produtos de CyberRisks, dezenas de novas emissões nos primeiros dias do Estado de Emergência, os nossos clientes preocupados com ataques que poderiam ter nas suas empresas. Na área dos seguros prevê que a pandemia altere valores de mercado? Existe de facto uma redução da sinistralidade, nomeadamente em acidentes de trabalho e automóvel, mas um claro acréscimo por exemplo em saúde pelos dados que temos analisado. Eu acho que vai permitir em primeiro lugar estabilizar um pouco as taxas de sinistralidade destes ramos, e as companhias estão atentas ao fator pricing. Com certeza iremos ter uma adaptação gradual das companhias a esta nova realidade. Algumas companhias já nos informaram que este assunto está a ser analisado e já foram lançadas algumas campanhas de descontos específicos. A Ageas, Allianz, Liberty e Tranquilidade têm sido muito atentas aos problemas de mediadores e segurados. Fazendo tudo o possível para nos ajudar. Nesta área de negócio, o período tem sido de readaptação e admite que surjam novas oportunidades? Sim, têm sidos tempos de readaptação, na Gese Seguros estamos constantemente a nos reinventar, desta forma, conseguimos acompanhar os nossos clientes e propor sempre novos produtos e novos caminhos. O processo digital no seu todo é algo que analisamos sempre com muita atenção. Queremos ser digitais mas sem nunca perder os olhos nos olhos. Sermos analogicamente digitais é um dos nossos objetivos. Por esta razão a adaptação foi mais pacífica, os processos já

existiam e já estavam pensados, foi só antecipar a sua implementação. Aceleramos a nossa revolução digital e em tempo recorde reinventamos. Digo muitas vezes, em tempos de crise temos quem chore e quem venda lenços, o nosso grupo vende lenços. Fizemos o possível para que o dia a dia dos nossos clientes não fosse afetado, pela nossa parte continuamos disponíveis. É com os nossos clientes que temos de estar, hoje e sempre. Outro fenómeno interessante, é a grande quantidade de clientes que nos têm procurado. Sejam atuais, reencaminhados ou que regressam, são clientes que procuram segurança e que apostam num grupo com mais de 40 anos de atividade. Temos analisado várias novas oportunidades, novas parcerias e aquisições, e contamos durante 2020 partilhar algumas delas, e este problema mundial veio acelerar algumas negociações que temos em curso. E cá estamos para as levar a bom porto. Como analisa o negócio e as relações empresariais pós-pandemia? Sou otimista por natureza, vamos viver uma realidade diferente, mas o mundo vai seguir o seu caminho. Sou dos que defendem que não vai ficar tudo bem, perdemos a guerra quando começamos a perder vidas humanas, estamos a perder uma faixa da população que nos ensinou tudo que sabemos e que nos deu o ser. Isso é por qualquer ponto de vista uma tragédia. O nosso negócio vai continuar, temos uma equipa que está motivada e com objetivos bem definidos, esta equipa é a razão do nosso sucesso. Disponibilidade, dedicação, profissionalismo e amor à camisola é o que nos distingue. Iremos ter algumas alterações sociais logicamente, teremos que ter muitos mais cuidados nas interações sociais e obviamente com os nossos clientes, mas, em conjunto, teremos sempre as melhores formas para continuar seguros. Seguros de nós, Seguros de si, é o nosso lema.


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Órgãos sociais do Clube Taurino demitem-se em protesto contra demolição da Praça de Touros

Todos os dirigentes do Clube Taurino Povoense demitiram-se das suas funções que exerciam na coletividade como protesto pela futura demolição da Praça de Touros da Póvoa de Varzim. A demissão dos órgãos sociais do Clube Taurino, até agora liderado por presidente Rui Porto Maia, foi divulgada através de comunicado na terça-feira, ficando agora o clube suspenso entregue a Sérgio Brito, presidente da Assembleia Geral, que apesar de também ter assumido a demissão, fica como “fiel depositário da preservação do património histórico e cultural, que Poveiros fundadores deixaram como herança”. Os membros demissionários afirmam que o Clube apesar de “criado e mantido para defender o património histórico e cultural que tem o seu expoente na existência da Praça de Touros, o Clube Taurino Povoense foi, e é, como organização associativa, a genuína congregação de vontades e esforços, na defesa deste símbolo patrimonial, ex-libris desta nossa cidade e concelho da Póvoa de Varzim”, e acrescentam que “não querem ser associados a tal crime”, e “perante tais factos e atitudes do poder político autárquico, que ignorou até a apresentação que lhe foi feita de cerca de doze mil e trezentas assinaturas, apresentaram a quem de direito, a sua demissão, como protesto”. Para os ex-dirigentes a decisão não passa por “virar a cara à luta, porque continua o gosto pela Festa dos Toiros, pela Tauromaquia”, sublinha a nota enviada à comunicação social. O equipamento, propriedade da Câmara Municipal, está atualmente em processo de concurso para a sua futura transformação na Póvoa Arena, um pavilhão multiusos que irá abranger diversas funções, com desporto, cultura e atividades económicas e sociais. ARQUIVO

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A Banca não está a ajudar! RICARDO SANTOS PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE VILA DO CONDE

O meu artigo desta edição prende-se com um tema que muitos já ouvimos, repetidamente, falar na televisão, mas que muito poucos sentimos, efetivamente, acontecer. Apoio da Banca às pequenas e médias empresas! O momento que vivemos é único e revestido de uma enorme incerteza. Será que o confinamento a que estamos obrigados, por força das atuais circunstâncias, resolverá o assunto como um todo? Será que a economia voltará a “respirar” em maio e junho e teremos uma recuperação económica vigorosa? Será que teremos uma segunda vaga de infetados que levará a que tenhamos um segundo semestre cheio de hesitações e cheio de condicionantes na nossa acção diária? Podemos refletir sobre todos estes pontos e muitos outros, mas a minha maior dúvida e preocupação, neste momento, é entender como estão a ser geridos os auxílios e apoios públicos para as empresas e para a manutenção do emprego. Todos sabemos que o crescimento económico e a criação de emprego estão hoje em dia interligados. Vejamos o exemplo de Portugal que registou em 2018 e 2019 um dos índices mais baixos de desemprego da última década, fruto do que era o crescimento económico e a dinâmica de investimento e de expansão económica. Momentos em que a banca era ágil a aprovar linhas de financiamento e créditos ao consumo, sem precedentes. Em 2019 batemos record de endividamento privado no crédito ao consumo, fruto de uma estratégia de estímulo a este nível. Hoje, pelo contrário, é importante refletirmos sobre o comportamento da Banca Portuguesa para com a realidade desencadeada pela crise provocada pela pandemia COVID-19.

Os relatos que tenho recibo de centenas de empresários não são os mais animadores e não nos deixam muito satisfeitos. O apoio bancário nunca foi tão importante para a economia e para as empresas, pois vivemos momentos únicos de quebra de tesouraria proveniente do encerramento forçado dos nossos negócios. Vivemos momentos em que as empresas precisam de ter um auxílio na obtenção de margem de tesouraria para fazer face aos seus custos diários que continuam a existir e para suprir a falta de receitas, visto que a maioria dos negócios estão encerrados. Assim, interrogo-me se a banca vai olhar para os empresários como parceiros, se vai orientar-se pelas indicações do Governo e pelo apoio do Senhor Presidente da República e vai aprovar linhas de financiamento. Não! Um redondo não! A banca não está a ajudar. A banca tem tido um comportamento inaceitável! Tem exigido o encerramento de contas de 2019, quando todos sabemos que as contas têm obrigatoriedade legal, este ano, de serem apresentadas ate final de junho. A banca tem exigido documentos e mais documentos, numa excessiva exigência face ao que é a garantia do estado e a garantia das entidades públicas, em caso de mora ou não pagamento. O estado, e bem, apresentou um modelo de financiamento com garantia como uma medida de apoio às empresas e essa medida até poderia apresentar-se como uma solução válida se existisse aprovação rápida, eficiente e com juros controlados. Temos relatos de vários empresários com taxa de juro de 3.25%, quanto todos sabemos que há bem menos de dois meses os bancos aprovavam com 1.5% ou menos. Isto não será oportunismo da banca? Temos recebido relatos e queixas de que o estado está a cobrar imposto de selo nestes créditos. Não seria o mínimo o estado, neste momento excecional, não onerar os empresários a pagarem mais uma taxa? Obrigar as empresas que estão a ser estimuladas a

solicitarem créditos para manterem empregos, a terem de pagar imposto de selo sobre esse crédito?! Não sinto que seja justo colocar o empresário refém da banca e numa constante ida e vinda de documentos para solicitar um apoio que o Estado na televisão o anuncia como sendo simples e rápido. Não tem sido assim! O número de empresas apoiadas tem sido muito baixo e o número de empresas a necessitar deste apoio é elevado. Urge que se faça algo no sentido de a banca ser justa e agora ajudar a economia a crescer. Porque nunca me irei esquecer que na crise de 2008 obrigaram todos os contribuintes a dar dinheiro aos bancos e todos os portugueses cooperaram e participaram com os esforços do seu trabalho para ajudarmos a banca. O mínimo que se exige agora é que a banca não se esqueça do que lhe fizemos. Para concluir gostaria de dizer que este momento que vivemos é muito especial e gostaria de apelar a todos os bancos e todos os banqueiros que sejam mais humanos, mais sensíveis e mais céleres. Todos somos poucos para contribuir para este momento invulgar. Ajude você também e faça com que o seu contributo seja crucial no desenvolvimento do comércio e da economia local. AJUDE QUEM O AJUDA!

Celebrar o 25 de Abril em tempos de pandemia JOÃO MAGALHÃES

Sou de uma geração que nunca se sentiu privada da sua liberdade. Nascemos num Portugal já democrático e, talvez seja por isso que este distanciamento social nos custe tanto. Esta alteração forçada das rotinas criadas por cada um gera um conflito enorme a quem, desde sempre, teve a sua vida facilitada e onde o tal conceito de liberdade muitas vezes não passa de isso mesmo, um conceito abstrato e tomado como adquirido. Perigosamente, assistimos à difusão de discursos propagandísticos e populistas de exaltação ao período salazarista onde se afirma muitas vezes que, com o Estado Novo, o tão badalado “Covid-19” teria uma resolução muito mais eficiente e rápida. Discursos estes que não servem mais do que os interesses de uma minoria que pretende chegar à Assembleia da República, a casa primordial da democracia, para a utilizar em benefício próprio, num exercício de poder pelo poder. É um erro pensar assim. O 25 de Abril não acabou com a possibilidade de discursos antidemocráticos terem a oportunidade de ser difundidos. Contudo, proporcionou o que pode ser considerado um dos princípios basilares de uma democracia, a liberdade de imprensa. Numa era onde a difusão de informação acontece praticamente ao segundo, é fulcral que se volte

à génese dos meios de comunicação: questionar, incomodar, mas acima de tudo informar, de uma forma fidedigna. Se em tempos se usou o cravo como uma arma no combate do regime, nos nossos dias, os meios de comunicação são quiçá, a melhor forma de combate e desconstrução dos discursos populistas acima mencionados. Portanto, se esta pandemia está a criar à sociedade dificuldades às quais esta não está habituada a dar resposta, imagine-se o quão mais complicado seria atravessar este mesmo período sem existir a possibilidade de, apesar de separados, continuarmos todos ligados à distância de um clique, fintando assim o isolamento social. Ou ainda se não tivéssemos um acesso livre à cultura, talvez aquela que tem sido a maior aliada durante este período de exceção, contribuindo para a monotonia dos dias se tornar, de uma maneira ou de outra, menos monótona. Diz-se que um otimista não passa de um pessimista mal-informado. Contudo, apesar de ser um realista convicto, não iria tão longe, acreditando que existe lugar para o otimismo no desenrolar da vida. Talvez seja por isso que por mais arco-íris que veja, e por mais ondas de positivismo onde esteja inserido tenho noção de que não, não vai ficar tudo bem. A tempestade que assolou todo o mundo veio para ficar. Mas, ainda assim, o ligeiro otimismo que eu acredito que tem lugar na vida faz-me pensar que, por mais tempo que demore, eventualmente

a bonança vai chegar. Assim, é importante não deixar cair no esquecimento o ato heroico dos “Capitães de Abril”. Seja onde for, o 25 de Abril deve ser celebrado e relembrado, para não existir espaço para que qualquer ideia antidemocrática volte a pairar sobre as pessoas. Não vivi o 25 de abril é certo, mas tenho consciência de quem sem ele não poderia estar aqui a escrever este artigo. Ao som da icónica “Grândola, Vila Morena” a bonança chegou em Abril de 1974. Agora, resta à sociedade cumprir com a sua parte, para descobrirmos ao som de que música é que iremos festejar o fim da pandemia.


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Após praticamente um mês parada por causa da pandemia, a Associação Humanitária de Dadores de Sangue da Póvoa de Varzim (AHDSPV) regressou a semana passada com duas sessões de recolha. A mais recente, na sua sede perto da Praça do Almada, decorreu ao longo de dez horas sem pausas, por forma a espaçar bem a chegada das pessoas e evitar aglomerados. Aos dadores foi medida a temperatura para identificar eventuais sintomas de Covid-19

Próxima recolha realizar-se-á esta quarta-feira, 29 de abril, entre as 9h e as 19h na sede da associação

A primeira sessão após o regresso foi dia 20 no Centro Paroquial de Rates, onde registaram 48 colheitas. Na outra, dia 23, na sede da associação na cidade, foram mais 90. Esta última estendeu-se das 9h às 19h sem rigorosamente qualquer paragem, nem sequer para almoço. Isto para dar tempo às pessoas de irem chegando ao longo do dia e, assim, não permitir os tais ajuntamentos. Foi uma das medidas que a Associação poveira e o Instituto Português do Sangue implementaram para garantir toda a segurança. Mas houve mais: "À entrada, foi medida a temperatura dos dadores para saber se havia febre ou indícios da mesma", fez saber Vítor Correia, presidente

Juliana deu sangue pela primeira vez apesar do receio das agulhas Juliana Silva 'furou' a quarentena pela melhor das razões. A jovem de Beiriz, que completou 18 anos em fevereiro, nunca tinha dado sangue. Fê-lo na quinta-feira. "Eu tenho medo de agulhas mas, como eu soube através da minha mãe que o meu

da AHDSPV, acrescentando a isso toda a proteção em termos de máscaras e luvas, e a desfinfeção do espaço e dos equipamentos. Vítor frisa que estes procedimentos são uma forma de prevenção como aquelas que se veem em qualquer outra área de atividade, e ressalva que o vírus não se propaga através do sangue. As pessoas podem e devem continuar a doar, apela, principalmente depois de tanto tempo em que as recolhas estiveram interrompidas. Bom sinal foi o facto de ambas as colheitas da semana passada terem registado "forte adesão". A próxima realiza-se esta quarta-feira, 29 de abril, também na sede situada na rua Almirante Reis, novamente das 9h às 19h.

tipo de sangue (chamado O Negativo) era particularmente necessário, ganhei coragem e vim cá", contou à nossa reportagem. "Correu tudo bem, estava com receio mas olhei para o lado e a verdade é que não doeu tanto como eu pensava". A estudante do 12º ano da secundária Eça de Queirós, área de humanidades, não tem dúvidas de que as dádivas de sangue "são para continuar".

Colégio de Amorim arranca em rede com 3º período escolar Desde o dia 14 de abril que alunos e professores do Colégio de Amorim retomaram as atividades letivas, após duas semanas de habituação e de um período de férias da Páscoa atípico, no que toca ao distanciamento físico entre familiares. Isto, depois de um "esforço apreciável" de professores, alunos e pais, para dar continuidade às atividades letivas, no conforto dos lares e à distância de múltiplos ecrãs, dá nota o Colégio. Após a verificação de que o formato "cuidadosamente improvisado" nessas duas semanas funciona, as atividades letivas prosseguem com objetivos bem definidos: garantir que o 3.º período arranque com a maior normalidade possível até ao dia do seu término, 26 de junho. Através de um formulário online e com base nos contactos individuais trocados por chamada, videochamada e e-mail, pais e alunos foram chamados a partilhar as suas opiniões e a avaliar este modo alternativo de funcionamento, no sentido de se identificarem aspetos a reformular e de se aferirem modos de funcionamento mais funcionais. Globalmente, "as reações foram positivas e de incentivo" à continuação deste caminho. Assim, a prioridade definida pelo Colégio de Amorim consistiu em estipular uma estratégia concertada a nível tecnológico, para que a atuação seja uniforme em todas as turmas, definindo-se como base de trabalho e de comunicação a plataforma Edmodo, e como obrigatório manter a assiduidade e pontualidade, em função do definido no horário escolar. Esta permite manter acessível um repositório de informação, de acesso restrito aos elementos da turma e aos seus professores, organizado por disciplina, onde os professores agregam conteúdos disciplinares que

se mantêm permanentemente disponíveis e acessíveis para consulta. Manter as rotinas diárias dos alunos é outra das prioridades a que o Colégio procurou dar resposta. "É fundamental ter uma hora certa para acordar, para ir dormir, para lanchar e almoçar, até mesmo para ir à casa de banho, para interagir com os colegas, para usufruir de tempo livre, para reforçar aprendizagens e para verificar a aquisição de conhecimentos", explicam. Assim, por muito que as ferramentas digitais estejam a ser uma importante ajuda, "é incontornável a exigência e o cansaço" associados ao facto de se estar concentrado num ecrã, por 45, 90 ou 100 minutos. No Colégio de Amorim, as atividades letivas irão continuar, alternando entre as aulas síncronas e assíncronas, com flexibilidade temporal na execução da tarefa, contemplando um tempo de intervalo entre cada uma, procurando-se sensibilizar os alunos para a importância de se encontrarem alternativas aos ecrãs e tecnologias para os outros momentos em que o horário não está preenchido por aulas ou atividades. "Até porque há vida para além da escola", ressalvam.

Maior arroz de sardinha realizado na Póvoa entra no livro de recordes do Guinness O livro de recordes do Guinness (Guinness Book of Records) reconheceu e confirmou que o evento do “Maior Arroz de Sardinha do Mundo”, realizado na Praça do Almada a 6 de julho do passado ano, passa a constituir recorde mundial nesta especialidade. A distinção foi dada pelo Guinness à Confraria dos Sabores Poveiros, associação responsável pela organização do evento, que contou com o apoio do município e de várias entidades e empresas do concelho da Póvoa de Varzim para cozinhar, o que foi na altura, 1027 quilos de arroz de sardinha. O arroz foi cozinhado num tacho com 2 metros de diâmetro por 60 centímetros de altura, com 30 mãos a ajudar, e contou com 150 quilos de arroz e 450 quilos de sardinha, distribuídos pelas mais de 2000 pessoas que aderiram ao evento. A pesa-

CMPV

Dez horas seguidas a recolher sangue em segurança e sem ajuntamentos

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gem final ultrapassou largamente a proposta inicial de 850 quilos. Lucinda Amorim, presidente da Confraria dos Sabores Poveiros e vereadora da Câmara Municipal no pelouro do Turismo, deu conta “desta boa notícia para a Póvoa de Varzim, num momento tão difícil que a sociedade está a atravessar”, e explicou que a ideia principal desta candidatura era voltar a ter este prato tipicamente poveiro de volta aos cardápios dos restaurantes da cidade: “Queremos que este arroz entre no cardápio da nossa restauração e, no fundo, que se valorize mais o nosso peixe e as nossas hortícolas". Sobre a distinção que colocou a Póvoa de Varzim no Guinness, diz ser esta de todos os poveiros: "É um orgulho. Não é um recorde da Confraria. É de todos. É um prato nosso", termina.


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Varzim desinfeta instalações e volta aos treinos na próxima semana O Varzim tem previsto o regresso aos treinos para a próxima segunda-feira, 4 de maio, com o objetivo de começar a preparar desde logo um eventual retorno do campeonato da II Liga. Será um regresso de forma faseada, com os jogadores do plantel profissional a serem divididos em múltiplos grupos e a trabalhar em horários diferentes. Em forma de manter as dire-

trizes de segurança, já na passada segunda-feira foi realizada uma desinfeção exterior e interior das instalações. A paragem do campeonato e de treinos tem sido aproveitada pela direção do Varzim para recuperar o terreno de jogo, com o relvado a apesentar uma imagem a lembrar outros tempos em que o tapete verde foi considerado um dos melhores do país.

As estórias com história do futebol alvinegro O futebol já não é o que era e, infelizmente, já lá vai o tempo em que pertencer à claque do clube significava ter de andar de cerveja na mão Decorria a época de 1981/82, e os Lobos do Mar tinham pela frente a difícil tarefa de fazer esquecer uma descida de divisão que deixou marcas. Bastaria a vitória no derradeiro jogo em Penafiel, da equipa liderada pelo "magriço" José Carlos, e a permanência seria conseguida. Teria sido um justo prémio para o então presidente José Troina e toda a sua direção, já que tinha construído um plantel digno de uma equipa com ambições de chegar à Europa. Na época seguinte, a aposta foi num dos mais carismáticos treinadores que passaram no clube. António Teixeira tinha sido o herói nos anos 70, e foi resgatado para devolver o clube à 1ª divisão. Uma aposta ganha, num tempo em que não

Regresso aos treinos apontado para segunda-feira, 4 de maio

Voleibol do Desportivo vive "um mar de incertezas" Para a secção de Voleibol do Clube Desportivo da Póvoa a situação atual face à interrupção dos campeonatos está a criar uma incerteza em relação ao futuro. Com uma aposta forte na subida de divisão da sua equipa sénior masculina, a falta de informação e, sobretudo, a falta de decisões é no entender do coordenador Igor Oliveira "no mínimo uma falta de respeito perante os clube que pouco ou nada estão a ser auscultados pelas entidades que gerem o voleibol. Aqui e ali vamos ouvindo algumas coisas, mas não passa tudo de mera especulação. Há quem adiante o recomeço dos campeonatos para o mês de setembro, sem especificar os moldes da competição. Nessa altura era tempo de apresentarmos um plantel para uma nova época, e só sabendo a divisão que iremos competir é que realmente poderemos construir uma equipa em conformidade. Por tudo isto, teremos que ter paciência e aguardar serenamente pelas determinações da Federação".

Igor Oliveira

Futevólei só regressa em setembro Igor Oliveira também está ligado ao futevólei, onde também já foi coordenador da secção do clube poveiro, mas hoje apenas relacionado com a modalidade pela arbitragem. Na categoria de árbitro internacional, o poveiro não teve "papas na língua" ao afirmar que "no futevólei já está tudo definido. As competições (a acontecer) só para finais de setembro, porque, até lá, não haverá nenhuma competição, tanto em Portugal como fora de portas. Na melhor das hipóteses, o campeonato europeu poderá ser uma realidade lá para janeiro, e em Israel, já que a Itália (onde estaria agendada) está fora de questão". Também nos areais, numa modalidade onde se joga aos pares e ao ar livre, os efeitos da pandemia condicionam a modalidade que faz da Póvoa de Varzim a sua capital.

era difícil encher o estádio. Sem marketing, mas com o desporto rei a ser um dos poucos divertimentos para as tardes de domingo, as bandeiras e os cachecóis alvinegros dominavam as bancadas. Era também a época das cornetas. As tais que irritavam todos aqueles que estavam por perto, principalmente quando os jogos não corriam de feição, e que deixavam marcas evidentes nos "beiços" dos teimosos jovens apoiantes. Em todos os estádios, a música era a mesma "té, té té...té, téré, té té..." e lá se iam conquistando os pontos, jogo após jogo, até à ambicionada subida de divisão. Na altura, a festa foi antecipada e acinzentada por uma derrota no derradeiro jogo na Póvoa. Antes, um cortejo de um mar de gente, que

teve início na zona sul da cidade, mesmo junto à barbearia do sr. Joaquim Fangueiro (o Quim Barbeiro), com pessoas de todas as idades e que ocupavam praticamente os mesmos locais no estádio, ainda muito longe de saberem o que eram sócios cativos. Para o simples adepto alvinegro o dinheiro não era muito, mas o primeiro a gastar era na cota que lhes permitia assistir aos jogos. Quando a crise apertava, trocavam-se cartões e ninguém ficava de fora. Os mais novos encostavam-se aos mais velhos, agarrando-os pelo braço num desesperado apelo para os levar para dentro do estádio. Depois acontecia a magia, com cada lance a ser vivido intensamente para volvidos 38 anos serem humildemente partilhados.

"Futuro do hóquei adiado para meados de maio" O mar de incertezas não deixou de fora uma das modalidades mais queridas dos portugueses. Para os clubes de hóquei em patins,

Ruben Fangueiro

onde o Clube Desportivo da Póvoa está representado, o futuro é ainda incerto. Líder da zona norte da 3ª divisão (à condição) com mais quatro pontos do que o Paredes (mas com menos um jogo), os poveiros estão motivadíssimos para "acertar contas" com uma inesperada descida de escalão na última época. Depois de uma década, onde pela primeira vez chegaram ao convívio dos grandes, cair novamente na 3ª divisão foi um dos momentos mais tristes para os poveiros. No entanto, é no reerguer que se definem os campeões, e a equipa poveira estava, por mérito, a arrepiar caminho e perto do regresso à 2ª divisão. Agora joga-

-se muito fora das tabelas, e para o coordenador, jogador, capitão e treinador, Ruben Fangueiro, "a hora é de aguardar o que será decidido. Estamos a conversar, e naturalmente a defender os nossos interesses. Há várias soluções em cima da mesa e cabe à Federação decidir. Já se falou numa liguilha e, muito francamente, não nos parece a solução mais justa. Vamos aguardar serenamente por uma decisão que vá ao encontro do esforço e do mérito desportivo que os clubes estavam a ter, sabendo que não será uma decisão fácil, até porque há uma nova época a programar, e só o poderemos fazer com as garantias da divisão que teremos que jogar".

"Saber não ocupa espaço" O basquetebol foi sempre uma das suas paixões e quem com ele priva percebe que o seu sonho é chegar ao nível dos melhores. Afonso Tavares é um jovem poveiro que, como muitos, iniciou a sua prática desportiva no Clube Desportivo da Póvoa. Como atleta, acabou por não cumprir todos os escalões de formação, optando mesmo por se empenhar no desporto escolar, onde representou a Escola Rocha Peixoto. O gosto de treinar levou-o novamente ao CDP, de onde partiu para uma experiência de um par de anos no rival e vizinho CD

José Régio. De regresso a "casa", agora sob a liderança na coordenação de Hugo Matos, Afonso tem "bebido" todos os conhecimentos de técnicos conceituados, tendo no professor José Ricardo um dos seus exemplos a seguir. Com o confinamento obrigatório, o jovem poveiro viu uma oportunidade para dar corpo a um projeto antigo. E, de repente, eis que a obra que sonhou tornou-se uma realidade. Um site de treinadores e para treinadores, disponível para todos, onde muito do que aprendeu está registado. O jovem poveiro viu

Afonso Tavares

nas atuais dificuldades a oportunidade de concretizar mais um dos seus objetivos.


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"Não esperamos outra coisa senão a 1ª divisão" ia à frente. E no nosso caso, que liderávamos a fase de subida, que não aconteça o mesmo". Independentemente do que venha a acontecer, já que nas conversas de bastidores o termo "liguilha" tem sido bastante comentado, é público que os responsáveis do clube poveiro têm vindo a trabalhar no sentido de construir um plantel com qualidades para se estrear na 1ª divisão.

Mais uma "truta" apontada aos poveiros Depois da adiantada possibilidade do guarda-redes Humberto Gomes reforçar o clube poveiro, agora é o ponta direito José Rolo, um dos mais

"Há muita pressão para o regresso"

Carlos Carvalhal

Carlos Carvalhal, treinador do Rio Ave, em declarações ao diário Marca, na sua edição online, analisou o possível regresso do futebol em Portugal e noutros países europeus. O técnico sublinha que “há uma pressão muito grande em cadeia: os clubes precisam do dinheiro da televisão, os operadores só pagam se houver futebol, os clubes só pagam aos profissionais se tiverem dinheiro e nós, profissionais, que estamos no fim da cadeia, vamos ter de jogar”. O treinador

conceituados andebolistas, que é também apontado como reforço do Póvoa Andebol Clube para a próxima época. O andebolista que se formou no ABC, tem um currículo invejável. Depois do clube bracarense, José Rolo esteve meia dúzia de anos em Angola, onde se sagrou várias vezes campeão pelo 1º de Agosto. Esta época representou o Hurry -.Up da Holanda, e no regresso a Portugal refere que o clube poveiro está como "uma lufada de ar fresco no andebol português, e com condições para se tornar num dos quatro clubes de referência, ao nível de um ABC, Belenenses e Águas Santas". Confrontado com mais esta notícia, José Henrique Teixeira, vice-presidente do

Póvoa Andebol e ligado intimamente ao projeto sénior, revelou que "é uma grande satisfação para o clube estar tão bem-conceituado na praça pública, principalmente pelos atletas, que no fundo são os motores da modalidade. No entanto, é bom que os poveiros e os simpatizantes do clube saibam que nenhuma das notícias que saiu na comunicação social corresponde à verdade. Ou seja, não confirmamos enquanto os atletas não assinarem os contratos, mas também não desmentimos que (em alguns casos) não tenhamos conversado com as pessoas. Gostaria de acrescentar também que o nosso projeto assenta em fundamentos reais, e nunca em loucuras do momento. Sabemos o que

queremos e até onde poderemos ir para que tenhamos uma equipa competitiva para a nossa estreia na 1ª divisão".

disse que “em circunstâncias normais, o futebol não podia existir sem público. O ritual do futebol, desde o início, está ligado às comunidades locais e se não cumprimos o ritual, o ‘fenómeno’ fica incompleto”.

cerão, mas em outros moldes: “A situação única, inesperada e as condições atípicas com que nos deparamos pela vivência de dias tão diferentes do que tínhamos por normal obriga-nos a refazer e a adaptar projetos. Teremos de nos reinventar”, palavras que podem ser lidas em comunicado. A celebração marcada para 10 de maio era ainda antecedida por um calendário de pequenos momentos que enalteciam a data comemorativa, uma semana de festa caracterizada “pelos habituais momentos de convívio que tanto nos são queridos, e que têm sido tão espe-

ciais pela proximidade, partilha e união”, refere António da Silva Campos, presidente do Rio Ave, no comunicado. No entanto, o marco festivo será assinalado, mas recorrendo a “outras ferramentas, mais digitais e imaginativas, mas que consigam ser o veículo da maior proximidade possível entre nós”, é referido. “Será diferente e até mais estranho, mas tenho a certeza que, tal como esta pandemia que nos afasta fisicamente das nossas famílias não quebra os laços afetivos, também entre nós nada irá criar distâncias na paixão que nos une”, termina.

Rio Ave celebra aniversário através dos meios digitais Devido à situação atualmente vivida, o Rio Ave anunciou que as atividades preparadas para a semana do 81º aniversário estão “anuladas na forma como estavam programadas”, sendo que aconte-

José Rolo

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O anúncio público das decisões em relação aos campeonatos de andebol está agendado para os próximos dias, depois de interrompidos derivado aos acontecimentos provocados pela pandemia do coronavírus. A hora é de repensar o futuro, sair do casulo e anunciar as decisões. Segundo José Oliveira Pereira, presidente do Póvoa Andebol Clube, "este tem sido um tempo de alguns contactos informais, e de nos pedirem opiniões, com a Associação de Andebol do Porto a ser conhecedora do nosso posicionamento e das nossas legítimas aspirações". Para o dirigente "não faz sentido que numa corrida que seja interrompida por uma qualquer razão, se atribua a vitória ao piloto que


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Enfermeira vila-condense do hospital S. João não abraça os filhos há seis semanas

Sandrine Duarte, de Vila do Conde, é enfermeira do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto. A trabalhar na ala dos Cuidados Intensivos de doentes com Covid-19, decidiu a 16 de março ficar a residir no Porto para não colocar o marido e os dois filhos em risco de contágio. Desde aí que ainda não deu um abraço ou um beijinho à família. A filha mais nova, de 7 anos, chegou a ligar a meio da madrugada a chorar e a perguntar pela mãe

Enfermeira de 43 anos, Sandrine Duarte é natural de França e vive em Vila do Conde há mais de uma década. É casada e tem dois filhos, um de 12 anos e uma de 7. Em março, quando exercia funções no bloco operatório do hospital S. João, foi-lhe solicitado, por causa do novo coronavírus, que reforçasse os Cuidados Intensivos, uma vez que tinha experiência nessa área. Foi aí que tomou uma decisão: "A minha presença em casa após um dia de trabalho seria um risco acrescido de contágio para a minha família. Por isso, mudei de residência por tempo indeterminado de forma a proteger o meu marido, os meus filhos e a minha avó de 82 anos que na altura se encontrava a passar uns dias em nossa casa", contou-nos. O marido Telmo, vila-condense, também enfermeiro, mas no Centro Hospitalar de Póvoa de Varzim-Vila do Conde, pediu licença do trabalho para ficar a cuidar dos filhos, numa altura em que as escolas já estavam paradas. Sandrine está, desde então, a pernoitar na casa do cunhado, um médico vila-condense que vive no Porto. "Ter saído de casa para o desconhecido foi muito difícil. Tive medo mas fui sem olhar

Em plena Páscoa, doente de 60 anos respira sozinha após 24 dias No meio de um cenário desolador também é possível descortinar momentos de exaltação. Para Sandrine, isso aconteceu no dia de Páscoa. A equipa de trabalho assistiu à sua primeira extubação, ou seja, retirada do tubo que liga o ventilador ao doente quando este já pode respirar sozinho. Neste caso, tratou-se de uma senhora de 60 anos. Estava há 24 dias ligada a um ventilador em coma induzido, dada a gravidade da situação clínica provocada pela Covid-19. A partir desse dia já não precisou que o ventilador respirasse por ela e, uma semana depois, seguiu com alta para outro serviço, embora ainda com Covid. "Foi um ressuscitar em pleno dia de Páscoa. O nosso primeiro sucesso após dias intermináveis de batalha. Fui invadida pela emoção, já estava muito cansada, fragilizada e acabei por chorar", confessa a enfermeira. Um momento inspirador que ajudou a atenuar um bocadinho a ausência da família.

Sandrine Duarte

para trás. Não sei que marcas ficarão, principalmente nos meus filhos pela angústia de verem a mãe partir e não saberem quando volta", desabafa Sandrine, dando um exemplo concreto. "Nas primeiras semanas, a minha filha mais nova ligava por videochamada a meio da noite (às 3h e 4h da manhã) a dizer que tinha medo, a chorar porque não conseguia dormir e a pedir para eu voltar. Eu deixava a câmara ligada como se estivesse a dormir com ela e cantava-lhe músicas de embalar", lembra. Outra consequência da separação é a filha por vezes pintar "desenhos escuros representando o vírus", além de enviar corações a toda a hora com a mensagem 'amo-te mãe'. Já o rapaz de 12 anos é mais contido nas emoções, mas não deixa de perguntar: "Mãe, morrem muitas pessoas com o vírus? Podes ficar doente mesmo com as proteções?". A resposta é franca: "Sim, filho, morrem muitas pessoas. A mãe pode ficar doente mas vai ter o máximo de cuidado. Vou sempre proteger-nos". Sandrine confessa que houve um dia em que teve a necessidade de quebrar a distância, mas acabou por não o fazer completamente: "Fui a casa, de máscara, mas ainda assim não passei do portão. Quatro metros distanciavam-me dos meus. Eles precisavam de me ver e eu a eles. Foi estranho e doloroso", exclama. "A Maria gritava que só me queria abraçar e o João estava inexpressivo, resignado. Tentei conter-me, mas não consegui...chorei! E eles também", conta. As novas tecnologias ajudam a manter a proximidade, e as refeições são feitas 'em família' via chamadas de vídeo, por exemplo. Mas não é a mesma coisa: "Não vejo a hora

do verdadeiro abraço e de me perder no cheirinho característico dos meus filhos. E nos braços do meu marido, companheiro de luta".

Longos dias e noites a trabalhar "no inferno" A partir do momento em que integrou os Cuidados Intensivos, Sandrine trabalhou sempre com doentes Covid-19 positivos. Uma vez que estas unidades foram criadas em tempo relâmpago e preenchidas com enfermeiros vindos de diferentes serviços, a maioria não se conhecia e nunca tinha trabalhado junta. "Na primeira semana havia dificuldade em identificar os rostos por trás de tantas máscaras", diz. "Tivemos de nos conhecer e coordenar de forma rápida em ambiente hostil. Começámos por escrever os nossos nomes e classe profissional nas fardas e tudo o resto foi-se desenvolvendo turno após turno". Com isto, mãos à obra. "Perdemos a conta aos dias e às noites em que entrávamos muito mais cedo e saíamos muito mais tarde. Mas nunca baixámos os braços. Desconheço qualquer desistência e sempre que possível havia alguém a soltar uma piada para tornar o ambiente mais leve". Desde o dia 16 de março que a vila-condense só lida com os doentes mais graves da Covid-19. Isso obriga a cuidados específicos. "O nosso equipamento de proteção é quente e doloroso, e passámos a trabalhar com farda, duas batas, dois/três pares de luvas, duas máscaras, uma viseira constantemente embaciada e sacos de plástico a fazer de botas. O calor é insuportável. É como estar a trabalhar no inferno", descreve,

Diretor Virgílio Tavares (CP 10419) E-mail geral@maissemanario.pt • Redação José Pedro Gomes (CP 6448), Virgílio Tavares (CP 10419), Paulo Salazar (TP 446A) • Colaboradores Sofia Teixeira, Mário Bettencourt Sardinha, José Andrade, Edmundo Marques, Miguel Pinto, Edgar Torrão, Fernando Novo • Design e Paginação Ilustrepágina Unipessoal Lda. • Fotografia - Colaboração Hugo Eugénio, José Alberto Nogueira, José Carlos Marques • Assinaturas Continente (anual) 32,00 Euros / Estrangeiro Europa (anual) 65,00 Euros / Resto do Mundo 80,00 Euros (IVA incluído à taxa de 6%) / Preço avulso 1,00 Euro • Proprietária e Editor Ilustrepágina, Unipessoal Lda. • NIF N.º 508 958 660 • Sede e Redação Rua Eng. Duarte Pacheco, 5 A Fr – 4490-631 Póvoa de Varzim • Telemóvel 963 290 152 • Internet www.maissemanario.pt • E-mail geral@maissemanario.pt • Sócios com mais de 10% Afonso Tavares • Impressão Diário do Minho - Rua Cidade do Porto, Pq. Ind. Grundig, lote 5, Fracção A, 4700-087 Braga • Expedição Empresa do Diário do Minho • O Estatuto Editorial encontra-se disponível na internet em www.maissemanario.pt

acrescentando: "Temos dores de cabeça e feridas faciais. Os lábios estão gretados, a boca seca, o corpo húmido, o suor corre pelo pescoço. Não sei o que incomoda mais: a sede, o calor, a dor constante no rosto ou a dificuldade em ver pela viseira embaciada. Não bebemos água, comemos mal e fora de horas. E ainda temos de gritar para ser ouvidos devido ao ruído das máquinas e ao abafamento da nossa voz pela 'carapaça' que usamos de segurança". Ao vivenciar de perto a calamidade da Covid, Sandrine foi-se apercebendo de que este vírus é completamente atípico e não obedece a um padrão. Pode atingir com gravidade os mais jovens ou os mais velhos. "Tem sido muito difícil atuar e cuidar. Os tratamentos são muito agressivos e alguns doentes ficam irreconhecíveis", explica, recordando que, em caso de morte, muitos dos familiares e amigos não podem prestar uma última homenagem da forma habitual. De referir que, durante este mês e meio, Sandrine não teve sintomas de coronavírus nem nunca fez o teste. A terminar, Sandrine Duarte deixa uma mensagem de gratidão à sociedade em geral por cumprir o confinamento, aos profissionais de saúde, a todos os que ofereceram bens de proteção e de alimentação e, finalmente, ao marido, que de várias formas "permitiu que eu me entregasse de alma e coração ao combate à Covid-19", completou.

Ano 8 - Nº 383 | Tiragem 3000 Nº. Reg. ERC - 126244 Depósito legal nº. 346066/12


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Comunidade chinesa oferece milhares de máscaras à GNR de Vila do Conde Empresários chineses em Portugal ofereceram três mil máscaras à GNR de Vila do Conde para ajudar a combater e mitigar o novo coronavírus. Esta comunidade imigrante explicou que é uma forma de agradecer ao país onde vivem e trabalham O comandante do destacamento de Matosinhos, responsável pelo posto da GNR de Vila do Conde, lembrou que "em Vila do Conde, e mais concretamente na zona industrial da Varziela, existe uma representação muito significativa da comunidade chinesa em Portugal, e tiveram esse ato generoso de nos oferecer três mil máscaras, que muito agradecemos". Tiago Pacheco disse que as máscaras vão servir como "um bom complemento ao material já existente, nomeadamente às

viseiras, reforçando a proteção dos militares e dando uma maior folga na gestão destes equipamentos". Acrescentou ainda que a comunidade chinesa local tem sido muito "ativa e cooperante" com as autoridades na adoção das medidas recomendadas pelas Direção-Geral de Saúde."É uma comunidade disciplinada e exemplar nessa matéria, sempre muito preocupada e empenhada na sensibilização. Da parte da GNR, há muito tempo que temos promovido uma interação, e feito formação, para nos

aproximarmos culturalmente e garantirmos uma maior integração desta comunidade na sociedade portuguesa e, mais concretamente, em Vila do Conde", terminou.

Liga dos Chineses doa 8000 máscaras ao município A Liga dos Chineses em Portugal fez doação de 8000 máscaras ao município de Vila do Conde Parte deste material de proteção já começou a ser distribuído pelas instituições de solidariedade e de saúde de acordo com as necessidades manifestadas na auscultação feita pelos serviços sociais da autarquia. Esta oferta ao município de Vila do Conde aconteceu no âmbito de uma doação abrangente de mais de 100 mil máscaras cirúrgicas a diversos municípios portugueses, instituições e forças de segurança. Na cerimónia de entrega do material, o presidente da Liga dos Chineses em Portugal, Y Ping Chow, esclareceu que estas máscaras foram doadas à sua instituição pela cidade chinesa de Lanxi e pelo Instituto Lanxi Hongze Charity Hall.

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1000 testes ao novo coronavírus no pavilhão de desportos de Vila do Conde Desde sábado, 25 de abril, que os colaboradores das instituições de intervenção social de Vila do Conde estão realizar o teste da Covid-19. Os testes abrangem cerca de 1000 pessoas e são realizados no pavilhão de desportos local, "numa ação conjunta da Câmara Municipal com a Segurança Social e as Autoridades Locais de Saúde", divulgou o município, assegurando que estão reunidas “todas as condições logísticas e sanitárias necessárias para a realização desta operação de grande vulto”. A iniciativa da autarquia engloba-se no programa 'Estamos Aqui' dedicado aos munícipes e instituições vila-condenses, e em colaboração direta com as Juntas de Freguesia, as Forças de Segurança, Bombeiros e Cruz Vermelha.

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QUARTA-FEIRA 29 ABRIL DE 2020

MAIS/Vila do Conde

Movimento 'Contra o Covid Marchar' entrega equipamentos de proteção a instituições da Póvoa de Varzim e Vila do Conde

Na região, equipamentos foram entregues a sete instituições da Póvoa e duas de Vila do Conde

O Movimento “Contra o Covid, Marchar, Marchar”, iniciativa nacional que tem como objetivo a angariação de fundos e recursos materiais para fornecer equipamento de proteção a profissionais de saúde, forças e serviços de segurança e de proteção, concluiu na segunda-feira a entrega de mais de 4500 equipamentos de proteção individual, que distribuiu por 14 instituições do norte do país. Entre elas estão sete instituições da Póvoa de Varzim e duas de Vila do Conde, além dos centros de saúde de ambos os concelhos. No total foram entregues 3049 máscaras cirúrgicas, 12 máscaras bico de pato, 1400 luvas de nitrilo, 50 viseiras, 6 embalagens de álcool-gel antissético e 5 óculos de proteção, fornecidos a instituições da Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Santo Tirso, Vila Nova de Famalicão e Trofa. “Os profissionais de saúde, de segurança, proteção e apoio que diariamente sacrificam as suas vidas pessoais em prol da saúde pública e segurança de todos os portugueses precisam de nós! A limitação de recursos materiais que protejam estes concidadãos sensibilizou-nos para a necessidade de agirmos com celeridade, criando sinergias”, sublinha Francisco Neto, coordenador do Movimento “Contra o Covid, Marchar,

Marchar”. “Pedimos, essencialmente, que nos ajudem a ajudar a fazer parte da solução. Qualquer cidadão comum, empresa ou entidade poderá colaborar, seja através de um donativo, cedência de material, divulgação do movimento ou oferecendo-se como voluntário para nos ajudar a minimizar as consequências da pandemia da Covid-19 e zelar pelo nosso futuro”, acrescenta o mesmo responsável. Criado por duas entidades, uma da área da solidariedade social e outra da saúde/formação (Liga dos Amigos do Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim/Vila do Conde e Formaterapia, respetivamente), o Movimento iniciou uma campanha de angariação de fundos no passado dia 2 de abril e que se manterá até ao fim da pandemia. Nas últimas semanas, a onda de apoio à divulgação da campanha de angariação de fundos deste Movimento tem vindo a crescer, com várias personalidades ligadas ao desporto, como os futebolistas Nélson Semedo (FC Barcelona), André Carrillo (Al-Hilal Saudi FC), Nicolás Gaitán (Lille OSC), André André (Vitoria SC) ou o campeão mundial de bodyboard Manuel Centeno, a darem a cara por uma iniciativa que já ultrapassou as fronteiras nacionais (ver, abaixo, links para vídeos de apoio).

Lista das Instituições apoiadas na Póvoa de Varzim e Vila do Conde • Agrupamento de Centros de Saúde do Grande Porto IV (Póvoa de Varzim/Vila do Conde) • Póvoa de Varzim: Casa do Regaço; MAPADI; Centro Social Bonitos de Amorim; Centro Social Paroquial de Terroso; Centro Social Paroquial de Aguçadoura; Cruz Vermelha Portuguesa; A Beneficente. • Vila do Conde: MADI; Associação de Solidariedade Social O Tecto.

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CDU quer gestão das águas e saneamento de volta às mãos da Câmara Municipal CDU considera que contrato com privados tem sido prejudicial para os vila-condenses, incluindo esta altura de pandemia em que as pessoas estão obrigadas a passar mais tempo em casa e gastam mais. Num comunicado enviado no domingo à imprensa sobre o serviço de água e saneamento, a CDU considera "lamentável" que em consequência do "erro histórico" da entrega deste serviço a privados, (um erro que, lembram, contou com o voto favorável de Elisa Ferraz enquanto vereadora mas também do PS, PSD e CDS, exceto a CDU, que votou contra) não seja possível na presente situação de crise minimizar junto das famílias e empresas vila-condenses esse custo. Mais, é mesmo "reprovável" que, em entrevista recente, a presidente da Câmara tenha tranquilizado mais uma vez a administração da Indaqua (que defende os seus acionistas na procura do maior lucro) referindo que nada faria, intervindo junto da empresa, relativamente a esta questão. "Tem sido sistemática a conivência dos executivos municipais de Vila do Conde com a Indaqua como aliás se verificou novamente este ano com a assinatura de um 3º aditamento ao contrato apesar do parecer desfavorável da Entidade Reguladora", escreve a CDU. "Ao longo dos anos este contrato tem sido prejudicial para os interesses dos vila-condenses, pelo que

CDU considera que contrato com privados tem sido prejudicial ao concelho, especialmente em altura de pandemia

devemos usar todos os mecanismos para reverter esta concessão e devolver à Câmara a capacidade e os instrumentos necessários para decidir conforme as necessidades da população". Por a água estar nas mãos de privados verifica-se que, por um lado, "é mais difícil a aplicação de medidas de apoio a muitas famílias e, por outro, que seja a Câmara a financiar essas medidas, tudo para manter intocáveis os lucros das empresas privadas". Foi exemplo deste tipo de procedimento uma das medidas contempladas no 3º aditamento imposto este ano por este executivo municipal: as ligações de água aos consumidores finais. "Para ser possível a isenção das ligações de água nas casas dos vila-condenses este executivo abdicou de parte da renda a liquidar pela Indáqua pela utilização da rede mantendo assim intocável o lucro da Indaqua", cri-

tica a CDU, dando ainda nota que o município cobra, através da fatura da Indaqua, uma Taxa de Resíduos Sólidos, "sendo possível a sua intervenção neste item. No entanto, este executivo opta por nada fazer". Numa altura em que muitas famílias se veem obrigadas a maiores consumos, e tendo em conta que as tarifas praticadas em Vila do Conde são das mais caras do país, "é lamentável a insensibilidade social deste executivo". A terminar, a CDU recorda que o parlamento aprovou um projeto lei proposto pelo PCP para a suspensão dos cortes dos serviços essenciais como água, luz, gás e telecomunicações, bem como a impossibilidade de cobrança de juros de mora e demais penalizações que possam advir do atraso no pagamento de contas para as famílias com quebra de rendimentos devido à pandemia da Covid-19.

PSD defende que Câmara devia abdicar de impostos em prol dos munícipes O PSD Vila do Conde defende que a autarquia deve abdicar, em prol dos munícipes. da percentagem de 5% do IRS a que tem direito. Esta medida aplicar-se-ia aos rendimentos de 2020. O partido recorda que a Lei das Finanças Locais destina às Câmaras 5% do imposto sobre os rendimentos singulares coletado nos respetivos municípios, uma verba

Sentiu-se Abril à janela para celebrar a liberdade quando ela mais falta Numa altura em que não se pode sair à rua nem as pessoas se podem juntar, celebrar a liberdade é ainda mais imperativo. Pela voz de dezenas de vila-condenses, ouviu-se em Vila do Conde através das redes sociais a eterna senha do 25 de Abril, originalmente cantada por Zeca Afonso, "Grândola

que a autarquia “deveria devolver na totalidade aos munícipes, que ficariam assim com um imposto mais leve no momento de pagar, ou um reembolso mais elevado no momento de receber”, escrevem os social-democratas em comunicado. Além disso, a autarquia também “não deveria cobrar derrama” às empresas que tenham um volume de negócios inferior a

Vila Morena". Foi assim que aconteceu a iniciativa "SENTIR ABRIL 2020", um desafio lançado pela Câmara Municipal. Ao músico vila-condense Paulo Praça juntaram-se dezenas de populares que, durante a última semana, gravaram os seus vídeos a cantar a 'Grândola' e os enviaram à autarquia. O resultado foi transmitido no facebook na noite de 25 de Abril, mostrando os rostos das

250 mil euros, taxa essa referente ao exercício de 2020. Conforme acrescenta o PSD, a derrama é um imposto municipal que incide sobre o lucro tributável das pessoas coletivas e varia consoante o município. São duas propostas que pretendem “diminuir os impactos negativos da pandemia nas famílias, empresas e instituições”.

pessoas nas suas janelas virtuais. Segundo a edilidade, o objetivo foi assinalar "a memória da instauração da democracia e da devolução a todos os portugueses desse bem inestimável que é a liberdade, no espírito de união e de solidariedade que abril potenciou". Nesta data, foi também hasteada a bandeira nacional pelo presidente da Assembleia Municipal e pela presidente da Câmara, na Praça Vasco da Gama.


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Passeios na história “O pescador poveiro e os dias Santos”

DR

Conta a tradição misturada com a crença e com os mitos que são muito abundantes na nossa classe piscatória que os nossos pescadores deixaram de fazer a sua faina nos dias Santos como o Dia do Corpo de Deus, Sexta-Feira Santa, Domingos, etc., porque, como as suas histórias fazem assento, um dia de Corpo de Deus um grupo de pescadores rumou barra fora em busca do bom peixe. Porém, no regresso à sua Póvoa que, nesse dia, se encontrava pejada de gente, trazendo o barco cheio do melhor peixe, satisfeitos e felizes com a faina, se depararam com um facto pouco vulgar. No caminho para a barra notaram que,

atrás do seu barco, nas águas turbulentas desse cérulo farante de ventura que é o mar, nadava um peixe de proporções invulgares e nunca vistas. Era um peixe estranho que perseguia, sem parar, o barco que tornava da sua faina. Era uma perseguição de tal forma teimosa que o mestre logo imaginou e sugeriu aos seus companheiros ser castigo divino determinando, então, que para se defenderem de tal perseguição começassem a lançar peixe para alimentar o seu perseguidor. Passada que foi a barra constatou a “companha”, com surpresa, que não havia peixe em seu barco. Chegados a terra e depois de a beijarem com a devoção que a tradição impunha em tom de agradecimento pela chegada a salvamento, tomaram consciência que essa perseguição e essa perda do peixe, haviam sido maldição e, dessa forma fizeram promessa de nunca mais voltar à faina em tempo de dias Santos. Paulo Veríssimo A coluna “Passeios na história” tem como objetivo apresentar através deste jornal factos e locais históricos da Póvoa de Varzim. Este será um espaço a publicar quinzenalmente. (Os artigos podem ser também consultados no facebook: Associação Cultural Póvoa Ontem e Hoje)

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PÓVOA DE VARZIM Rua Gomes de Amorim nº1122, 4490-197 Póvoa de Varzim Telf: 252 691 366 Encerra à Segunda-feira VILA DO CONDE Av Julio Graça, 221, 4480-672 Vila do Conde Telf: 252 615 469 Encerra à Segunda-feira Rua Carrazedo 402 4490-536 Póvoa de Varzim Telf: 252 610 765 Aberto à segunda-feira encerra à Terça-feira


u www.maissemanario.pt e geral@maissemanario.pt

m Rua Eng. Duarte Pacheco, 5 4490-631 Póvoa de Varzim

t 963 288 522 t 252 623 032

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Proibido sair do concelho no fim de semana que vai do 1º de Maio ao dia da Mãe O fim de semana prolongado entre os próximos dias 1 e 3 de maio vai ter restrições idênticas às que sucederam durante o período da Páscoa.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou na semana passada que, ao longo desses três dias, “haverá a proibição de deslocações inter-concelhos”.

Nesse fim de semana estão marcadas ações de comemoração do 1º de Maio, uma sexta-feira, e no domingo dia 3 maio, celebra-se o dia da Mãe.

Poveiros a comprar tabaco em maiores quantidades nos quiosques

Casos confirmados com Covid-19 na Póvoa de Varzim e Vila do Conde Evolução diária PV

VC

DIA

PV

VC

26 de março

13

12

12 de abril

60

86

27 de março

15

15

13 de abril

62

130

28 de março

15

22

14 de abril

69

137

29 de março

15

34

15 de abril

71

174

30 de março 24

39

16 de abril

77

182

31 de março

15

34

17 de abril

79

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01 de abril

21

39

18 de abril

80

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02 de abril

23

36

19 de abril

87

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03 de abril

27

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20 de abril

88

197

04 de abril

30

47

21 de abril

90

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05 de abril

30

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22 de abril

90

202

06 de abril

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23 de abril

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07 de abril

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24 de abril

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08 de abril

34

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25 de abril

95

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33

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Com tantos cafés e estabelecimentos fechados, alguns dos quiosques da Póvoa de Varzim registaram um aumento da procura do tabaco neste período de emergência. Sobretudo pessoas que, ao saírem menos de casa, vão aos quios-

ques e levam tabaco em grandes quantidades. Numa ronda pela cidade, é isso que se percebe, mesmo considerando que estes espaços agora funcionam em horário reduzido. O quiosque Armando, na Praça do

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DIA

Quiosque Armando com vendas superiores ao habitual

Almada, revela que o negócio ainda vai melhor do que o habitual. Não só em tabaco como também no resto, incluindo jornais e revistas, a responsável pelo estabelecimento diz-nos que tem registado uma afluência superior. A localização, no centro da cidade, é sem dúvida um facto determinante para este crescimento, porque os outros quiosques não têm tido tanto movimento, à exceção na procura do tabaco. Os quiosques K e Varzim concordam que têm vendido tabaco em quantidades muito maiores do que no resto ano. Em tudo o resto, porém, a tendência é claramente de haver menos clientes. O espaço Palavras e Números observa que as pessoas, de facto, compram tabaco em maiores quantidades mas também vão menos vezes lá. Estes estabelecimentos, no que toca aos outros artigos à venda, como jornais e revistas, registam menos procura.

Fonte: Direção Geral de Saúde

Junta da Estela cancela celebrações do Dia da Freguesia Em consequência do estado de emergência devido à Covid-19, o executivo da Junta de Freguesia da Estela comunica que as comemorações do dia da Freguesia, celebradas a 7 de julho, estão oficialmente canceladas. "Tendo em conta que este dia requer a preparação de um conjunto de atividades que deveriam

ser neste momento planeadas, parece-nos que não conseguimos garantir condições para que este evento aconteça", justificam. "Acompanharemos de forma atenta, o desenrolar desta situação, que a todos preocupa, e no futuro pensaremos numa forma de assinalar esta data para que não passe em branco".

PS/Póvoa propõe criar programa municipal de apoio ao ensino à distância O PS/Póvoa de Varzim quer ver criado de forma urgente um programa municipal de apoio ao ensino à distância. Considera que o ensino à distância ainda não está a chegar a todos, seja por dificuldades económicas das famílias, seja pela inexistência de infraestrutura de acesso à internet em banda larga em muitos locais do concelho. As três propostas desde logo são: o empréstimo de computadores ou tablets aos alunos sinalizados pelos agrupamentos escolares do concelho; um protocolo a celebrar com um operador de telecomunicações para a disponibilização de

acesso em banda larga para os alunos que o requeiram; e a criação de uma equipa municipal de apoio que possa ministrar formação na utilização das ferramentas de ensino à distância. "A equidade e a justiça social são basilares na nossa democracia, e a educação está no âmago desses valores. Uma comunidade forte e coesa exige que se mobilizem todos os esforços para o futuro das crianças e jovens, apoiando pais e professores nesta missão, sem deixar ninguém para trás", explica em comunicado João Trocado, presidente do PS/Póvoa.

João Trocado


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