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Em uma sala de aula qualquer... (apos a aprovacao dos Pls Escola sem partido)
atenÇÃo, turma!
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Proibido falar sobre: Machismo Racismo Homofobia Representatividade Religiões
Eleições Notícias de jornal Política Economia Cultura
Professora, ontem vi no jornal que essa lei não vai deixar a gente pensar mais sobre os assuntos do cotidiano, é verdade?
Mas, de fato, querem transformar a educaÇão em algo absolutamente doutrinário
Luizinho, não podemos falar mais sobre o que se passa em jornais em sala de aula.
Machism Racismo Homofobi Represen Religiões
Mas, profe, é certo ficar ensinando ideologias em sala de aula?
Toda leitura da realidade expressa um ponto de vista, então é impossível se interpretar a realidade sem se refletir valores. A educação é um ato político, Maria. De que adianta você saber os conteúdos de cada disciplina, se não consegue relacionar esses conhecimentos com as questões do cotidiano das pessoas, com desafios enfrentados pela sociedade?
Aprender o português lindamente se você não sabe conversar com as pessoas? Não sabe a realidade delas.
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Meu pai disse que tudo, na verdade, é ideológico. Até, inclusive, a restriÇão de diversos temas em sala.
Para de falar bobeira! O deputado que fez essa lei falou que tem muito professor que fica colocando minhoca na nossa cabeÇa!
que nos manipula como se não tivéssemos condiÇões de pensar por conta própria.
Se fazer a gente pensar é minhoca…
Você fala isso porque toda a menina é burra!
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Professora, o Luizinho disse que toda menina é burra!!!
Infelizmente não podemos debater sobre isso na sala, pois machismo é um dos temas proibidos. Se fizermos esta discussão, eu posso até sofrer um processo...
Mas, professora, qual é o sentido da escola se não é deixar a gente pensar além dos livros?
discordo!
eu quero uma a escola que ensine pensar!
Só quer o aprend er o necess ário para passar no Enem ...
Fome...
sim!!!
liberd falar
pensa, moleque!
ade!
DIALOGAR Tem que debate r!
nsar!
pe
Tá mais do que provado que a escola é lugar de diálogo,formaÇão e transformaÇão.
Em todas as nossas ações
TOMAMOS PARTIDO!
também formamos nossas opiniões e convicÇões na escola, com debate e respeito às diferenÇas.
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Não basta saber conceitos científicos, operaÇões matemáticas, fatos históricos ou as transformaÇões da paisagem. É preciso articular tudo isso para entender como e porque as coisas acontecem.
fim
Escola Sem Partido ou Escola censurada?
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Essa história em quadrinhos parece ficção, mas pode ser a realidade das escolas em breve. Em uma ação articulada, vereadores, deputados estaduais e deputados federais estão submetendo às diversas casas legislativas um mesmo texto, que impede o debate de determinados temas na escola, assuntos importantes a serem compreendidos e que estão presentes na vida cotidiana, nas redes sociais, nos meios de comunicação. Na verdade, este anteprojeto foi redigido por uma Organização Não-Governamental chamada ‘Escola sem Partido’. Além desse anteprojeto disponibilizado como modelo a ser replicado, o site do movimento oferece também um modelo completo para os pais que quiserem denunciar ao Ministério Público a suposta prática de doutrinação dos filhos. O anteprojeto e o modelo de representação ao Ministério Público têm o objetivo de impedir que temas como o machismo, orientação sexual, doenças sexualmente transmissíveis etc. sejam trabalhados em sala de aula sob o argumento de que podem ferir os princípios religiosos e morais da família do estudante. É uma proposta de censura, por isso nos referimos a esta iniciativa como “ Escola Censurada” pois representa melhor seus verdadeiros objetivos. Os professores atualmente não podem fazer propaganda partidária e eleitoral em sala de aula. E o que o projeto impede, na verdade, é que temas de relevância social e individual para o desenvolvimento do aluno sejam debatidos.
Como trabalhar a prevenção à violência contra a mulher sem discutir o machismo? Sem debater a distinção que nossa sociedade faz ao atribuir papéis como “de homens” ou “de mulheres”? É simplesmente impossível! Mas o problema vai além: Em nome da liberdade religiosa, o que esta iniciativa da “escola censurada” pretende é impedir que temas como as diferentes teorias sobre o surgimento do Universo possam ser debatidas, caso se contradigam com a fé de determinados estudantes. É uma volta à Idade Média! A Constituição, nosso principal documento de garantia da democracia, traz em diversos artigos o direito à liberdade de expressão, de pluralidade, cultura, mas há ainda, um específico sobre a autonomia do ensino: o artigo 206 diz que o ensino será ministrado com base em determinados princípios como liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber e ainda a garantia do pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas. A lei de diretrizes e bases curriculares (LDB), principal documento que dita os mínimos padrões da educação nacional, reafirma em seu artigo 3º as liberdades garantidas na Constituição e amplia os princípios do ensino dizendo, por exemplo, que ele deve ter ainda o respeito à liberdade e apreço à tolerância; Ou seja, qualquer que seja o projeto de lei ou iniciativa que tenha a tentativa de proibir que temas como racismo, homofobia, movimentos sociais sejam debatidos dentro das escolas ferem a Constituição, e são consideradas, portanto, uma tentativa ideológica e autoritária, porque configura, inclusive, censura, uma vez que batem de frente com princípios constitucionais garantidores da plena democracia. Os defensores dessa iniciativa tentam coibir os estudantes pois consideram que temos jovens frágeis, sem opinião e vontade própria, presas fáceis para professores inescrupulosos que não sabem construir conhecimentos, apenas reproduzir determinadas informações. Os professores não querem fazer propaganda política dentro de sala, eles querem debater assuntos do cotidiano importantes na construção de um ser político, para que o aluno saia da escola atuando como cidadão. Sem preconceitos e entendendo seu papel na sociedade.
Vamos lutar contra essa barbaridade.
que Por uma escola nsar nos ensine a pe r! e NAo a obedece Expediente
Roteiro e textos: Viviane Tavares Ilustracões e Design: Flávia Mattos Revisão: Luciano Vasconcellos e Flavio Serafini
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