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Laites Temple Vidal 33 e

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Adenair Vazz 68 e

Adenair Vazz 68 e

foto: visite bebemamae.com anfitrião no colo, tentando fazer naninha, no cantinho. Por mais que seja bacana de se fazer tocar uma vitrola em uma reunião dessas, ninguém sentiu a ausência de som ambiente eletronicamente amplificado. Tamanha estava a importância da conversação, nem se cogitou um ritmo ou estilo, muito menos este ou aquele gênero preferido. Esse conjunto de gente tinha como propósito só um naipe, o das vozes, apenas vozes, ecoavam vozes, uma a uma, em maioria no sotaque paulistano, aquele cantado como na Moóca, ou arrastado como os do interior paulista, tipo Piracicaba, ou em coro de alegres risadas, uníssonas, solos, duetos, diálogos sem fim. Todos desejavam falar, contar, ouvir, observar, apreciar, narrar, c o n v e r s a r. Em uma certa minissérie que versa sobre o início da vida humana, desde a espera do nascimento aos primeiros meses e anos sagrados da infância, numa dada plataforma de streaming, uma fala brada: “para cuidar de uma criança é preciso uma vila inteira”. Verdadeiramente, constatei isso com a chegada de meu primeiro neto. Nascido nos EUA em abril passado, morando atualmente no Canadá, veio passear no Brasil e conhecer alguns ilustres Brasileiros – essa gente aí do parágrafo no topo, gente top! E aqui, em terras da grande São Paulo, numa pequena vila conhecida como a casa da vovó, todos irrompemos na ousadia de sermos muito felizes por pouco mais de duas semanas, cronológicas na duração, eternas no coração; após tantos meses de carência - não prevista num contrato, que aliás não fora assinado, leonino, que se nos apresentou a todos, e de modo implícito impõe cuidados radicais para quem quer ficar de bem com a Vida. Nessa toada, recheada de momentos mágicos as máscaras de medo, saudade, distanciamento, solidão às vezes, tristeza e insegurança, entre outras, caíram. No teatro da espontaneidade, sem mais suspense, o drama deu lugar à comédia de costumes, pois as pessoas gostam de conversar ao vivo, em pequenos grupos, se olhando com alguma proximidade afetuosa. Relembramos como é gostoso encontrar pessoas sem defesas armadas. Reunidos a partir de uma criança todos reviveram o poder do lúdico, preenchidos de ingenuidade autêntica que entra e sai da alma, provocando e conquistando belas relações interpessoais, resultando na possível, agradável e divertida paz pra todos. Na cozinha, no jardim, na varanda, no quintal, na sala. Em qualquer Sala de Estar Junto, é lá que prefiro

estar.

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Mais do que um pôr do sol

Entre ocasos magníficos sobre a praia, celebridades cavalgando pelo areal, arrozais e histórias para contar, eis a Comporta.

Cidália de Aguiar Bióloga, professora, repórter 60+

Foi na praia da Comporta que, no final do Verão, aguardamos ansiosamente pelo mítico pôr do sol que caracteriza este famoso areal. Rodeados pela calma e luminosidade única que alicia qualquer fotógrafo ou contemplativo, esperamos o desaparecimento do sol no horizonte e as expetativas foram superadas.

Mar, sol, areia branca e biodiversidade

As condições excecionais atraem atualmente muitos banhistas à Comporta, uma das praias que se estendem por muitos quilómetros, viradas para o Atlântico. Situa-se no litoral Alentejano, mais propriamente em Alcácer do Sal, concelho de Portugal. A norte encontra-se o estuário do rio Sado, rico em fauna e flora muito diversificada, contando mais de 200 espécies de aves. Inserida na Herdade da Comporta, temos, além da praia da Comporta, a do Carvalhal e a do Pego. Desde a temperatura e limpidez da água, à bandeira azul, às dunas selvagens e à extensão do areal branco e calmo, até às infraestruturas que a rodeiam, a Comporta, dantes privilégio de elites de poder económico, já se democratizou e internacionalizou. É por isto que se tornou um local de investimento imobiliário onde grandes projetos estão em andamento. Algumas celebridades já se apaixonaram por estas praias a perder de vista e adquiriram um “pedaço de paz” neste local paradisíaco. Foram conhecidas, entre outras, Madonna passeando a cavalo por estes lados, algo que é fácil concretizar, integrando um pasFotos: Cidália de Aguiar

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