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Anita Tarasiewicz 51 a

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Ebe Fabra 93 e

Ebe Fabra 93 e

Foto: criogenesis.com.br a pessoa passou num vestibular ou num concurso difícil e dizer que isso não é relevante ou que não fez mais que sua obrigação. - maximizar os problemas do outro. - ameaçar, sempre fazer a pessoa se sentir ansiosa. - permanecer em silêncio, por horas, dias ou semanas,ignorando que a pessoa está sofrendo.

- Gaslightning, ou seja sempre virar o jogo, fazendo a pessoa se sentir culpada. - tecer críticas disfarçadas de elogios, do tipo: bonito o vestido que você comprou, mas esta cor não combina com você.

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Porque a “vítima “ continua nessa relação abusiva? Porque foi manipulada pelo abusador, para não mais se dar conta do abuso. O abuso acontece gradativamente, e geralmente as vítimas não percebem que estão sendo abusadas. O abusador começa seduzindo suas vítimas, até se sentir confortável para o “ataque”. O abusador intercala atitudes gentis e sensíveis com momentos de violência. Prometer ao parceiro(a) que irá mudar, o que cria esperanças de que as pessoas não mais serão como antes. - Muitas vezes, as vítimas dependem financeiramente do parceiro abusador. - A falta de apoio de familiares e amigos. - A crença de que pode mudar o outro e suas atitudes. - O medo de que o (a) parceiro faça algo contra ele(ela) ou contra alguém querido. Mas o maior empecilho sempre é a falta de clareza da vítima, que não percebe que está numa relação abusiva.

O QUE FAZER?

Contar para a família,assim que for possível. Contar para uma amiga, pedindo ajuda. Buscar uma delegacia e lavrar um B.O. Afastar-se do abusador, assim que se der conta do abuso

Anna Anita Tarasiewicz <dra.annaanita@gmail. com>

CriativA Idade Aulas de ballet para deficientes visuais

ENTREVISTA

Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta

O desafio de incluir –se numa realidade de pessoas com alguma deficiência é totalmente possível! A bailarina e professora Carolina Barretto é exemplo disso! Ela é parte de um projeto com promoção da arte e da cultura para pessoas com deficiência visual. Na associação Fernanda Bianchini isso é possível por meio da pratica da dança, uma das linguagens da arte que é usada como ferramenta de inclusão, promovendo livre acesso para superação de limitações reais das pessoas portadoras de deficiência visual. Atrás de uma deficiência ou limitação há uma pessoa, e é dessa forma que esse trabalho enxerga o outro, de forma responsável e consciente, com pautado na humanização e qualidade de vida das pessoas que são parte do projeto. Por Jane Barreto Arteterapêuta e Carolina Barretto (foto a direita) Professora e Bailarina de deficientes visuais Ms. Reabilitação e inclusão social Fotos: Jane Barreto

Jane- É um privilégio conhecer e revelar um trabalho tão especial como o que você realiza Carolina, conte um pouco sobre sua formação.

Carolina - Sou formata como Bailarina clássica, professora de Ballet, Pilates e PBT (Progressing Ballet Technique – metodologia para condicionamento e fortalecimento para o ballet clássico). Realizei curso de Bacharel em Educação Física pela FMU, e Bacharel em Administração de

Empresas pela Universidade Mackenzie. Depois segui com a pós graduação em docência na Educação Infantil e pós graduanda em Lesões e Doenças Musculoesqueléticas.

Jane-Sua trajetória profissional é riquíssima, como foi que chegou até esse projeto.

Carolina- Trabalho atualmente como professora de ballet clássico para todos os níveis e idades, incluindo aulas de ponta e trabalhos de fortalecimento, flexibilidade e preparo físico para bailarinos e estudantes não só com as aulas de ballet mas também com aulas de Progressing Ballet Technique e Pilates. No Pilates, atendo não só estudantes e praticantes de ballet mas também, pessoas de todas as idades Comecei a dar aulas em 2003 e nesses quase 20 anos de dedicação ao ballet, nunca imaginei que poderia estar onde estou hoje. Trabalhei em diferentes escolas, estúdios de ballet adulto e como professora extra curricular em alguns colégios. Sempre busquei cursos, workshops, seminários, especializações para professores de dança para me manter atualizada. Em um desses cursos, conheci uma professora que trabalhava na Associação*. Como nada é por acaso, pouco tempo depois desse curso a Associação fez uma campanha chamando professores interessados em doar uma aula. Eu já conhecia o trabalho deles, acompanhava como expectadora e sempre me emocionava quando estava na plateia dos espetáculos que eles produziam. Então eu me inscrevi como voluntária daquela campanha em 2017. Aquela aula que eu doei foi muito emocionante. Terminei a aula com a certeza de que eu precisava estar ali mais vezes. No ano seguinte iniciei meu trabalho lá como professora voluntária e assistente nas aulas da tarde das sextas feiras. Mais um ano e passei também a participar das coreografias da turma que eu trabalhava, dançando com as meninas no palco para auxiliá-las nas apresentações. Pouco tempo depois passei a ser professora contratada. E hoje sigo como professora e bailarina, dando aulas de nível intermediário e avançado, aulas de ponta, aulas de PBT e dançando com as meninas sempre que necessário.

Jane- Como é realizado o trabalho com pessoas deficientes visuais? Onde fica a Associação? Carolina- A Associação Fernanda Bianchini existe há 26 anos e oferece aulas de dança, música e teatro para pessoas com todos os tipos de deficiência. Ela iniciou o trabalho a partir de um projeto da sua fundadora, Fernanda Bianchini, com aulas de ballet para deficientes visuais para alunos do Colégio Padre Chico. A quantidade de alunos foi aumentando e as aulas passaram a precisar de mais salas e um espaço maior. Nesses 26 anos o projeto cresceu, passou a ter a própria companhia de dança profissional, uma sede física, ampliou o atendimento e passou a oferecer outras modalidades de dança, além de aulas de música e teatro, ao longo do tempo. A Companhia Ballet de Cegos é a primeira companhia profissional de dança do mundo formada por deficientes visuais e hoje faz apresentações nacionais e internacionais. As aulas de todas as modalidades são oferecidas para todas

as idades. Os alunos são organizados em turmas e horários de acordo com a idade e o conhecimento da modalidade. Nas aulas de dança o ensino é feito através do Método Fernanda Bianchini, desenvolvido por ela mesma, que é basicamente cenestésico, onde o toque segue por via de mão dupla: alunos tocam os professores para aprender os movimentos e professores tocam os alunos para orientar a execução. Além da facilitação cenestésica, todo o movimento também é descrito verbalmente em detalhes para a completa compreensão pelos alunos. Em alguns casos também é utilizado o recurso tátil, com a oferta de objetos relacionados ao aprendizado, para que os alunos possam tocar, permitindo uma melhor compreensão do que está sendo ensinado.

Jane -Quais os maiores desafios encontrados nesse trabalho com pessoas cegas?

Carolina -Eu não diria maiores desafios, porque trabalhar com deficientes visuais é um desafio diário. É desafiador para nós, que enxergamos, porque precisamos nos colocar no lugar do outro, compreender o seu entendimento de mundo para que possamos contribuir com o seu aprendizado. Cada aluno é único e cada aluno é um universo muito rico em aprendizado para nós professores. Estou na Associação há 5 anos e ainda hoje aprendo um pouquinho a cada aula com as alunas. Todos os dias vencemos algum desafio novo na nossa convivência. Às vezes, as meninas passam por um novo tratamento, uma fisioterapia, uma recidiva de alguma condição de saúde, ou mesmo a melhora dessa condição, além de todos os acontecimentos normais da vida de todas as pessoas, como trânsito, chuva, problemas com transportes.... Ao longo desses anos, fui percebendo que no fundo, não existem grandes diferenças entre todos nós. Existe, é lógico, uma diferença no quanto conseguimos enxergar, mas tenho certeza que a maior diferença está na vontade de aprender, de conquistar e de vencer que elas têm.

Jane – De que forma você considera que a arte, especificamente a dança, contribui para a inclusão e livre acesso das pessoas Aula da turma das intermediárias na Associação, em outubro/21, quando retornamos ao presencial

Aula de ballet da turma intermediária

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