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Marly de Souza 65 e
Eu canto o mendigo de sujo farrapo, Coberto de trapo e mochila na mão, Que chora pedindo o socorro dos home, E tomba de fome, sem casa e sem pão. E assim, sem cobiça dos cofre luzente, Eu vivo contente e feliz com a sorte, Morando no campo, sem vê a cidade, Cantando as verdade das coisa do Norte. 2 – Zé da Luz, nome artístico de Severino de Andrade Silva, foi um alfaiate de profissão e poeta popular brasileiro. Publicava suas obras em forma de literatura de cordel.
Ai se sesse (Zé da Luz) Se um dia nós se gostasse Se um dia nós se queresse Se nos dois se empareasse Se juntin nós dois vivesse Se juntin nós dois morasse Se juntin nós dois durmisse Se juntin nós dois morresse Se pro céu nos assubisse Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse A porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice E se eu me arriminasse E tu com eu insistisse pra que eu me aresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do céu furasse Talvez que nos dois ficasse Talvez que nos dois caísse E o céu furado arriasse e as virgem todas fugisse
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FONTES: www.brasilescola.uol.com.br www.portugues.com.br www.todamateria. com.br www.recantodasletras.com.br www.escolakids.uol.com.br www.dicio.com.br www.laart.art.br/blog/cordeis-famosos www.mundoeducacao.uol.com.br/literatura/ literatura-cordel.htm www.neoenergia.com/pt-br/te-interessa/cultura/Paginas/literatura-de-cordel-historiacuriosidades www.coletivoleitor.com.br www.culturagenial. com www.pt.wikipedia.org
Zé da Luz.
Campanha da cidade de Curitiba - Divulgação
Viva Cultura Um jantar a dois...
Marcelo Conti
Escritor, Gestor Cultural Sócio da SOLUÇÃO Gestão de Negócios e Cultura Ltda. www.solucao-gnc.com.br
Aconteceu na década de 70. Ainda namorados, Lelo e Ruth sonhavam com a construção de seu mundo, com o futuro que viria, com a casa própria, o carro, e todos aquelas oportunidades e planos que fazemos quando pensamos em casar. E lutavam cada qual em seu emprego, em busca desse ideal. Difícil busca, contudo, para quem sempre revezou trabalho com estudo, emendando noites de vésperas de provas com árduos dias de longos congestionamentos, intempéries as mais variadas. Ricos, com certeza, não eram. Pobres, muito menos. Viviam dentro dos padrões da classe média, que tentava ascender a um patamar um pouco melhor. Por isso mesmo, dinheiro no bolso é o que menos tinham. Mas, como todo ser humano, procuravam se renovar em momentos seus. Aquela coisa de sair para um programa barato, apenas para estar junto. Para conversar, para curtir a cidade, sonhar e, claro, para namorar... Numa tarde de domingo qualquer foram ao cinema. Voltavam no começo da noite, naquela hora em que a fome vem batendo forte. Ruth não teve coragem de falar, mas Lelo, que também estava faminto, sugeriu que comessem alguma coisa. Consultaram o bolso e... digamos, em moeda de hoje, algo em torno de R$ 30,00. Iniciaram uma pequena peregrinação, em busca de algo que lhes coubesse no estômago, segundo o tamanho do bolso. De repente, um cartaz na porta de um restaurante chamou a atenção: “Sopas por R$ 30,00”. Pronto! Estava aí a solução. Afinal, sopa é uma delícia e alimenta bem. Quer dizer, não é aquela “quantidade”, aquela “sustância”, como diria outro amigo meu, mas na hora da fome... “Boa noite”, disse o garçom prestativo e ansioso, quando viu aquele casal bem vestido e perfumado. “Já escolheram?”. E Lelo ali, firme e forte, salivando cada prato que olhava no cardápio sem poder dar a entender a realidade financeira que o envolvia, fez cara de abonado, perguntou por um ou dois pratos e, finalmente, em tom convincente soltou: “Uma sopa... hummm... de ervilhas, por favor!”. Seguiu-se, então, o seguinte diálogo entre o garçom e Lelo: “Muito bem, uma sopa de ervilhas. E, o quê mais?” “Nada mais, obrigado”, agora já meio constrangido, comple-