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Mulheres à obra

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Ideias incríveis

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ENTREVISTA

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•“MULHERES À OBRA”•

Em março de 2017, nascia um grupo no Facebook chamado “Mães à Obra”.

Dirigido a mães, o grupo pretendia oferecer um caminho profissional diferente a todas as mulheres que, dentro das suas necessidades de conciliação da vida família-trabalho, dos seus gostos e habilidades pessoais, procuravam novos desafios.

PORQUÊ A MUDANÇA DO NOME PARA “MULHERES À OBRA”?

As mães que integravam o nosso grupo propuseram que o grupo passasse a abranger todas as mulheres, independentemente de serem mães ou não. Como era uma vontade generalizada e como temos por princípio auscultar e, na medida do possível, respeitar a opinião de quem está no nosso grupo, optámos por alargar o seu âmbito. Além disso, fazia todo o sentido para nós fazer chegar a mais mulheres as iniciativas, as oportunidades e os debates que surgiam no seio do grupo.

“MULHERES À OBRA” É O NOME DE UM DOS MAIORES GRUPOS DE NETWORKING NO FEMININO, EM PORTUGAL. É FÁCIL COORDENAR UM GRUPO TÃO GRANDE E POVOADO DE MULHERES DAS MAIS DIVERSAS ÁREAS? OU, PELO CONTRÁRIO, É ENRIQUECEDOR?

Não é fácil assumir qualquer iniciativa ao nível da organização colectiva numa

sociedade com uma cultura democrática frágil e com pouca experiência participativa. No geral, os cidadãos portugueses (não, não são as mulheres, são todos) têm dificuldade em pensar e agir em função do bem comum, pois estão demasiado centrados nos seus próprios interesses individuais. Aquilo que não os beneficia diretamente e no imediato tem tendência a ser descartado como inútil. Para além disso, Portugal é um dos estados membros que apresenta níveis de confiança interpessoal e institucional mais baixos e não tem feito progressos significativos a este nível, pelo que quem tenta liderar estes movimentos está sempre sob suspeita, independentemente daquilo que faça. As pessoas tendem a desconfiar à priori e facilmente confundem liberdade de expressão com maledicência. Apesar disso, sente-se por parte de muitas pessoas uma insatisfação com este ambiente social pouco saudável. As mulheres, em particular, estão ávidas por partilha, interajuda e cooperação e isso tem favorecido o crescimento do nosso grupo e tem transformado todo o processo numa experiência extremamente enriquecedora, apesar dos percalços ocasionais.

O QUE É QUE ESTAS MULHERES PROCURAM ENCONTRAR NAS MULHERES À OBRA?

Precisamente o referido acima: partilha, interajuda e cooperação. Quem procura unicamente o benefício pessoal imediato tem tendência a ficar desiludido e

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rapidamente sai do grupo. Por isso, apesar de não fazermos qualquer triagem à partida, pois aceitamos qualquer mulher que se queira juntar a nós, esta autotriagem permite-nos manter a qualidade do debate. Só permanece quem de facto se identifica com o espírito do grupo.

O QUE É QUE AS MULHERES À OBRA PODEM OFERECER?

Não somos o Viagra dos negócios. Não prometemos resultados milagrosos a ninguém, nem às nossas patrocinadoras. Quem quiser descobrir o segredo para o sucesso rápido e sem esforço não o encontrará connosco. Não lhes vamos dizer como aumentar os seus seguidores nas redes sociais do dia para a noite, nem lhes vamos ensinar a bater recordes de vendas. O que se encontra no nosso grupo é uma comunidade onde mulheres diferentes podem debater questões relacionadas com o empreendedorismo, em pé de igualdade, de forma aberta e com respeito mútuo.

PARA ALÉM DO GRUPO NO FACEBOOK, JÁ POSSUEM O PORTAL MULHERES À OBRA. OS DOIS COMPLEMENTAM-SE OU CADA UM DOS LOCAIS POSSUI OBJETIVOS DISTINTOS?

São complementares, sendo que o grupo é restrito a mulheres e o Portal está aberto a todo o público interessado nas temáticas abordadas, sejam mulheres ou homens, que são convidados a contribuir com artigos e podem aceder aos conteúdos.

QUEM PARTICIPA NAS MULHERES À OBRA? MULHERES DE NACIONALIDADE PORTUGUESA OU INTERNACIONAL?

Os dados que o Facebook nos fornece, assim como o resultado de sondagens que já efetuámos no grupo, aponta para uma maioria considerável de mulheres de nacionalidade portuguesa, residentes no território nacional, essencialmente no

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