Edição de novembro 2018

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ENTREV ISTA

•“MULHERES À OBRA”• Em março de 2017, nascia um grupo no Facebook chamado “Mães à Obra”. Dirigido a mães, o grupo pretendia oferecer um caminho profissional diferente a todas as mulheres que, dentro das suas necessidades de conciliação da vida família-trabalho, dos seus gostos e habilidades pessoais, procuravam novos desafios. PORQUÊ A MUDANÇA DO NOME PARA “MULHERES À OBRA”? As mães que integravam o nosso grupo propuseram que o grupo passasse a abranger todas as mulheres, independentemente de serem mães ou não. Como era uma vontade generalizada e como temos por princípio auscultar e, na medida do possível, respeitar a opinião de quem está no nosso grupo, optámos por alargar o seu âmbito. Além disso, fazia todo o sentido para nós fazer chegar a mais mulheres as iniciativas, as oportunidades e os debates que surgiam no seio do grupo. “MULHERES À OBRA” É O NOME DE UM DOS MAIORES GRUPOS DE NETWORKING NO FEMININO, EM PORTUGAL. É FÁCIL COORDENAR UM GRUPO TÃO GRANDE E POVOADO DE MULHERES DAS MAIS DIVERSAS ÁREAS? OU, PELO CONTRÁRIO, É ENRIQUECEDOR?

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Não é fácil assumir qualquer iniciativa ao nível da organização colectiva numa

sociedade com uma cultura democrática frágil e com pouca experiência participativa. No geral, os cidadãos portugueses (não, não são as mulheres, são todos) têm dificuldade em pensar e agir em função do bem comum, pois estão demasiado centrados nos seus próprios interesses individuais. Aquilo que não os beneficia diretamente e no imediato tem tendência a ser descartado como inútil. Para além disso, Portugal é um dos estados membros que apresenta níveis de confiança interpessoal e institucional mais baixos e não tem feito progressos significativos a este nível, pelo que quem tenta liderar estes movimentos está sempre sob suspeita, independentemente daquilo que faça. As pessoas tendem a desconfiar à priori e facilmente confundem liberdade de expressão com maledicência. Apesar disso, sente-se por parte de muitas pessoas uma insatisfação com este ambiente social pouco saudável. As mulheres, em particular, estão ávidas por partilha, interajuda e cooperação e isso tem favorecido o crescimento do nosso grupo e tem transformado todo o processo numa experiência extremamente enriquecedora, apesar dos percalços ocasionais. O QUE É QUE ESTAS MULHERES PROCURAM ENCONTRAR NAS MULHERES À OBRA? Precisamente o referido acima: partilha, interajuda e cooperação. Quem procura unicamente o benefício pessoal imediato tem tendência a ficar desiludido e


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