Impacto das mídias - 2014

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Impacto das MĂ­dias 2014


04 UM FAROL PARA O FUTURO DA MÍDIA Maristela Mafei Sócia-fundadora do Grupo Máquina PR

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Highlights

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A pesquisa Impacto das Mídias

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Redes sociais crescem entre executivos, mas sem tradução em credibilidade

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Público consultado e metodologia

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Sites, rádios e redes sociais lideram no consumo diário de informação

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Em tempos digitais, credibilidade é o diferencial da imprensa

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Folha de S.Paulo é o veículo favorito

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Jornais têm credibilidade em alta

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Economia é tema de maior interesse

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Jornal nacional e Veja são os que mais influenciam a opinião pública

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Facebook e LinkedIn são as redes mais utilizadas

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Executivos acreditam que situação econômica do país vai piorar

14 Ainda o ‘papel’, mas em outro formato 21 Redes Sociais entre executivos: uso intenso, mas cauteloso 23 Em ano de Copa, insatisfação com política e economia explicam pessimismo


GRUPO MÁQUINA PR

Sócia-Fundadora Maristela Mafei

VP de Operações Rosa Vanzella

VP de Operações Cleber Martins

VP de Conteúdo Marcelo Diego

VP da Máquina Brasília Vivaldo Souza

VP de Contas Corporativa Daniella Camargos

Diretora da Máquina Rio Fabricia Rosa

ÁREAS ESPECIALIZADAS

ESCRITÓRIOS E CONTATOS São Paulo: Av. Paulista, 2.006, cjs. 807/809, Cerqueira César. Tel. (11) 3147-7900 ● Brasília: SHS AS Lote 1 - Quadra 6 / Conjunto A - Sala 311, Edifício Centro Empresarial Brasil XXI. Tel. (61) 3323 2884 ● Rio de Janeiro: Av. Rio Branco, 1 - 8º andar, sala 803, Centro. Tel. (21) 3478 3100 ● www.grupomaquina.com

IMPACTO DAS MÍDIAS 2014 Diretor Executivo Marcelo Diego Diretor de Pesquisa Rodrigo Barneschi Supervisão estatística Luis Contreras Coordenadoras de Pesquisa Cintia Taketomi Renata Marins Analistas Daniel Cassiano Gabriela Queiroz Guilherme Torrezani Miriam Sodré Tecnologia da Informação Reinaldo Kelciauskas

Coordenação da Pesquisa Renata Marins (renata.marins@grupomaquina.com) Rodrigo Barneschi (rodrigo.barneschi@grupomaquina.com) Pesquisadores Cintia Taketomi Daniel Cassiano Gabriela Queiroz Guilherme Torrezani Miriam Sodré Supervisão estatística Luis Contreras

Muito se discutiu sobre o posicionamento da chamada Grande Imprensa por ocasião das manifestações que tomaram conta do país recentemente. Houve quem apontasse que os grandes grupos de mídia foram soterrados pela avalanche de mensagens das redes sociais, em um debate um tanto anárquico que foi encontrar ressonância nas ruas de todo o país. Para outros analistas, no entanto, a “onda” nas redes sociais foi criada a partir de discussões e compartilhamentos de reportagens publicadas pelos meios tradicionais. Trata-se de um embate inconcluso, e, por isso mesmo, de essencial importância para todos os que lidamos com comunicação. Afinal, a velocidade com que circulam as informações de domínio público colocou as empresas em posição vulnerável ao mesmo tempo em que ampliou as oportunidades de atuação e relacionamento com o consumidor. Um estudo como este que o Instituto Máquina de Pesquisa apresenta agora ao mercado tem o mérito de colocar em relevo a opinião de parte expressiva do PIB brasileiro e, ao provocar a reflexão de formadores de opinião e outros profissionais da área, sugere caminhos para entender o futuro da comunicação corporativa. Este levantamento dos hábitos de consumo de informação dos executivos traz indícios bastante úteis para referendar certas teses ou desmistificar conclusões precipitadas. Entre os dados oferecidos, há que se considerar, por exemplo, que os meios de comunicação tradicionais (jornais, revistas e emissoras de TV e rádio) seguem influentes junto aos tomadores de decisão – ao mesmo tempo em que a credibilidade das redes sociais entrou em declínio. São informações que, como outras tantas, devem ser encaradas menos com um tom alarmista e mais como elementos de ponderação. Levando em conta ainda a qualificação do público consultado, é de se esperar que as respostas sirvam não apenas como parâmetro do comportamento dos executivos brasileiros, mas também como um farol para identificar tendências válidas para toda a sociedade. Afinal, trata-se de um universo repleto de early adopters (aqueles que primeiro desbravam os novos recursos disponíveis), com as tecnologias da informação se disseminando mais rapidamente e com maior intensidade. Toda e qualquer mudança nos hábitos deste estrato específico pode ter efeito na sociedade em curto espaço de tempo. Em tempos assim tão digitais e acelerados, são muitos os desafios para todos que trabalhamos com comunicação. Com esta nova edição de sua pesquisa sobre o impacto das mídias, o Grupo Máquina PR espera contribuir para a superação deles.

Redação Renata Marins Gabriela Queiroz

Maristela Mafei Sócia-fundadora do Grupo Máquina PR

Edição e revisão Marcelo Diego Rodrigo Barneschi Tecnologia da Informação Reinaldo Kelciauskas

Impacto das Mídias 2014

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96% ACESSAM REDES SOCIAIS

87% UTILIZAM O FACEBOOK

R$ 433 bi

51%

É O FATURAMENTO DO CONJUNTO DE COMPANHIAS REPRESENTADAS (R$ 433.583.570.000,00)

VEEM A NOTÍCIA COMO O GÊNERO INFORMATIVO MAIS CONFIÁVEL

10% 61%

Folha de S.Paulo

49%

57%

ACREDITAM NA PIORA DA ECONOMIA EM UM CENÁRIO PÓS-COPA E ELEIÇÕES

ACOMPANHAM NOTÍCIAS NA INTERNET, MAS NÃO ABRE MÃO DE LER JORNAIS E REVISTAS NO FORMATO TRADICIONAL

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EXECUTIVOS ENTREVISTADOS

DAS RIQUEZAS GERADAS PELO PAÍS EM 2012 VIERAM DAS EMPRESAS PARTICIPANTES

ENTENDEM QUE O NÍVEL DE IMPRENSA MELHOROU OU SEGUIU INALTERADO DESDE 2011

FOI CONSIDERADA O VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO PREFERIDO E O JORNAL QUE MAIS INFLUENCIA A OPINIÃO DO EMPRESARIADO BRASILEIRO

226

23

SETORES DE ATUAÇÃO

137

EMPRESAS CONSULTADAS

70%

ACREDITAM QUE A CORRUPÇÃO É UM DOS PRINCIPAIS ENTRAVES PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO

Jornal Nacional É O QUE MAIS INFLUENCIA A OPINIÃO PÚBLICA

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A conclusão da quarta edição da pesquisa Impacto das Mídias revalida o compromisso do Grupo Máquina PR de manter um olhar sempre atento às transformações do mercado. É mais uma entre as iniciativas recentes para manter a vigilância sobre as evoluções da mídia e os impactos para o setor. Foi assim com os investimentos que deram origem ao mapa de influenciadores digitais, ao mapa das manifestações, à plataforma digital do IDM (sua metodologia de mensuração de resultados em comunicação que é referência entre grandes empresas) e a outros produtos e recursos tecnológicos disponibilizados para seus clientes apenas no último ano. Por meio do Instituto Máquina de Pesquisa, seu departamento especializado em levantamentos e sondagens, o Grupo Máquina PR atualiza levantamento semelhante, de 2011, para traçar o panorama atual de como as informações chegam até os tomadores de decisão do meio empresarial brasileiro e apontar como este estrato da população avalia os meios de comunicação. A pesquisa foi conduzida de 7 de abril de 2014 a 16 de maio de 2014, com abordagem quantitativa via questionário online, e contou com a participação de uma equipe multidisciplinar, mobilizando dez profissionais da agência. Foram consultados 226 executivos, representantes de 137 empresas que atuam em 23 setores da economia. Juntas, as companhias apresentam faturamento superior a R$ 400 bilhões e empregam mais de 300 mil pessoas. Todas as regiões do país foram contempladas. Para garantir a qualificação dos resultados, a amostragem incluiu pessoas em cargos equivalentes a gerência, direção e presidência. O questionário foi elaborado com base em levantamentos anteriores (para viabilizar comparações), mas houve ajustes para abarcar novas temáticas do mercado da comunicação e para tornar o processo de participação mais eficaz. Além de informações sobre mídia, o levantamento comporta percepções dos executivos sobre cenário econômico e perspectivas para o país. Devidamente apresentados ao mercado, os dados obtidos por este levantamento cumprem ainda o papel de atualizar a matriz de pesos dos principais instrumentos de análise conjuntural e desempenho na mídia oferecidos pelo Grupo Máquina PR a seus clientes, o IDM (Índice de Desempenho na Mídia) e o IDI (Índice de Desempenho de Imagem), bem como um produto em gestação para a análise de reputação nos meios digitais.

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Em uma era em que as informações trafegam tão rapidamente e em que os meios tradicionais deixaram de ter a primazia da produção de conteúdo, o uso das plataformas colaborativas cresceu também entre os executivos (96% fazem uso de alguma rede social), mas isso não se traduz em credibilidade para os novos meios - apenas 7% manifestam confiança elevada nas informações produzidas em mídias sociais. Esse número contrasta com os 81% que veem credibilidade nos jornais impressos, os 71% das rádios e os 68% das revistas, por exemplo. Os executivos consultados mostram ainda uma tendência a formar opinião sobre os fatos não a partir dos espaços destinado a esse fim (artigos, colunas e editoriais), mas sim a partir das reportagens – citadas como fonte primária de influência por 51% dos entrevistados. As redes sociais têm relevância quase nula (2%) para a formação de opinião dos executivos. A mídia com mais credibilidade perante o público analisado é o jornal impresso. A Folha de S. Paulo, inclusive, foi eleita a preferida dentre todos os títulos de jornais, revistas, sites/agências, blogs, rádios e telejornais. Na votação segmentada por tipo de mídia, a Folha também lidera o ranking de influência dentre os jornais. Nos demais meios, os primeiros colocados foram: Veja (revista), Agência Estado (site/agência de notícia), Jornal Nacional – TV Globo (telejornal) e CBN (rádio). O rádio, aliás, está mais presente no dia a dia dos executivos do que a TV. Em 2011, 38% consumia informação por esse tipo de mídia diariamente. Em 2014, a parcela cresceu para 60%. E MAIS:

›› Miriam Leitão é a colunista mais lida ›› Lauro Jardim tem o blog mais visto ›› Economia é o principal assunto de interesse dos entrevistados

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Para chegar aos resultados da pesquisa Impacto das Mídias 2014, foram ouvidos 226 representantes (em cargos de gerência, direção e presidência) de 137 empresas. A amostra contempla 23 setores de atuação e inclui todas as regiões brasileiras. O critério de seleção das companhias participantes foi o faturamento (acima de R$ 55 milhões/ano). Juntas, as organizações presentes faturam montante superior a 400 bilhões de reais*. Os levantamentos do Instituto Máquina de Pesquisa são feitos com rigor técnico baseados nas normas previstas pela Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa e com total independência. Nos casos possíveis, os números foram arredondados para facilitar a visualização dos dados. Os gráficos abaixo e ao lado detalham a qualificação do público, apresentando os setores de atuação das empresas e a divisão geográfica, bem como dados relativos a nível hierárquico, faixa etária e sexo dos participantes.

AM 1 resposta 0,44% da amostra 1 empresa Faturamento R$ 11.065.400.000,00 BA 3 respostas 1,33% da amostra 3 empresas Faturamento R$ 6.563.900.000,00 CE 1 resposta 0,44% da amostra 1 empresa Faturamento R$ 849.900.000,00 DF 6 respostas 2,65% da amostra 4 empresas Faturamento R$ 1.788.800.000,00

RJ 20 respostas 8,85% da amostra 18 empresas Faturamento R$ 151.899.400.000,00

MG 6 respostas 2,65% da amostra 5 empresas Faturamento R$ 9.983.500.000,00

RS 5 respostas 2,21% da amostra 5 empresas Faturamento R$ 3.526.000.000,00

MT 1 resposta 0,44% da amostra 1 empresa Faturamento R$ 28.533.000.000,00

SC 7 respostas 3,10% da amostra 2 empresas Faturamento R$ 16.620.700.000,00

PR 6 respostas 2,65% da amostra 5 empresas Faturamento R$ 19.281.769.000,00

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SP 170 respostas 75,22% da amostra 92 empresas Faturamento R$ 183.471.201.000,00

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Sede das empresas participantes

*Faturamento base de 2012, segundo dados da edição de julho de 2013 da revista “Maiores e Melhores – Exame” e levantamento próprio. Nem todas as empresas disponibilizaram seus dados financeiros.

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Apesar de a mídia online ter forte presença no cotidiano dos executivos, eles não

FREQUÊNCIA DE USO DAS MÍDIAS

deixam de acompanhar as notícias pelos meios tradicionais. Confrontados com as mudanças nos hábitos de consumo de informação nos últimos anos, 49% declararam não abrir mão de ler as versões impressas de jornais e revistas. Em contrapartida, 14% só se informam pela internet e outros 9% têm o consumo de informação vinculado às redes sociais. Os sites de notícia repetem o resultado da edição anterior, sendo o único meio de comunicação presente na rotina de todos os entrevistados – para 75%, a frequência de uso é diária; outros 22% declaram que as visitas são frequentes. Já os blogs são os menos consumidos, dentre todas as possibilidades apresentadas. Os jornais diários são fonte de consulta diária ou frequente para 70% dos respondentes; quando se considera a versão digital, o índice sobe para 80%. A situação se inverte com as revistas: elas são lidas por 81% nas versões impressas e por 52% na interface digital (via tablet ou site, por exemplo). Os canais de TV por assinatura superam a frequência diária de telespectadores da TV aberta: 89% fazem uso da mídia paga de forma constante, contra 76% dos que assistem à programação das emissoras que têm concessão pública. O rádio, por sua vez, atinge diariamente 60% dos “tomadores de decisão”. Por fim, as redes sociais têm elevado nível de utilização neste estrato; apenas 4% dos executivos abrem mão deste meio para se informar. Abaixo, é possível acompanhar a postura dos entrevistados quanto aos hábitos de consumo; ao lado, os índices de frequência de uso de cada meio. A partir do avanço da mídia online e das redes sociais, qual das sentenças abaixo melhor representa a sua interação atual com os meios de comunicação tradicionais?

49%

Acompanho o noticiário online, mas não abro mão de ler jornais e revistas no formato tradicional

21%

Continuo me informando pelos mesmos veículos, mas agora prefiro a versão online pela comodidade

14%

Parei de ler jornal impresso e revistas; vejo tudo pela internet

9%

Fico o dia todo conectado, e as redes sociais direcionam o meu consumo de notícias

6%

Não confio nas redes sociais; prefiro a credibilidade das mídias já consolidadas

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Rodrigo Barneschi Diretor da Máquina Metric e do Instituto Máquina de Pesquisa

Apesar de as redes sociais estarem presentes na rotina de 96% dos executivos, é na imprensa tradicional que eles buscam informações com segurança. Não à toa, os veículos apontados como os mais influentes, tanto em relação à capacidade de impactar a opinião pública quanto na apreciação particular dos entrevistados, são de TV e jornal imprenso: Jornal Nacional (TV Globo), no caso da opinião pública, e Folha de S.Paulo para os participantes. O meio online está presente no radar do público consultado todos os dias, mas 49% das pessoas afirmam acompanhar o noticiário digital sem abrir mão de ler jornais e revistas no formato tradicional – informação que contrasta com a queda na tiragem dos grandes jornais. Em geral, os executivos dizem utilizar a internet como plataforma, mas acessam por meio dela as notícias publicadas pelos veículos tradicionais. O gênero notícia/reportagem foi apontado como o mais confiável pelos entrevistados (51% da amostra), frente a artigos (24%), colunas (14%), editoriais (8%) e redes sociais (2%).

O QUE MUDOU?

CREDIBILIDADE DAS REDES SOCIAIS EM XEQUE

Lá se vão duas décadas desde o domingo em que a Folha de S.Paulo atingiu a maior tiragem de sua história, 1.117.802 exemplares. Os domingos de 2014 reservam números bem mais modestos, na casa dos 370 mil exemplares. Em 1994, sequer havia internet comercial no Brasil. Muita coisa mudou de lá para cá, e poucos segmentos foram tão impactados pela revolução tecnológica quanto a comunicação de massa. Marcas centenárias se dissiparam em meio a novos hábitos, líderes globais surgiram de maneira inesperada, o broadcast deu lugar ao socialcast. Tamanha ruptura, no entanto, foi insuficiente para abalar o prestígio dos meios de comunicação que souberam se reinventar. É o caso desta mesma Folha de S.Paulo, que compensa hoje a tiragem mais tímida com uma avassaladora audiência digital (4,6 milhões de leitores diários) e com uma série de interfaces para seu público. Tal audiência não teria efeito se não fosse a credibilidade por trás da marca do jornal impresso, que ainda prende a atenção dos “tomadores de decisão”. Quase metade (49%) dos entrevistados diz não abrir mão de ler jornais e revistas no formato tradicional, ante 14% que abandonaram o papel. Não à toa, a Folha adota, desde março de 2012, uma nova metodologia para apresentar sua tiragem, informação disponibilizada diariamente em sua capa:

No levantamento de 2011, 18,6% dos executivos viam as redes sociais com credibilidade; esse número caiu para 7% na pesquisa de 2014, em um intervalo que coincide com o período de ascensão do Facebook no Brasil.

O QUE MUDOU?

JORNAIS AUMENTAM INFLUÊNCIA JUNTO AO EMPRESARIADO Mesmo com tiragens em queda e com o fim de títulos importantes, a mídia jornal mantém a dianteira quando se pensa em credibilidade junto aos executivos: se 75,9% deles apontavam os diários impressos como veículos confiáveis em 2011, este número subiu para 81% em 2014.

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Pode-se presumir aí uma artimanha para disfarçar a queda na circulação em bancas. Mas é possível considerar também que, por comodidade, muitos dos leitores diários migraram para o tablet sem abandonar o hábito de leitura, virando página por página e conferindo caderno por caderno. Não é tanto uma nova linguagem, pois não se alterou a dinâmica de consumo de informação, mas sim uma plataforma diferente para visualizar o mesmo conteúdo. É ainda o bom e velho jornal impresso, mas em um novo formato. O que se perde em circulação nas bancas se recupera com a reverberação do conteúdo por meio das plataformas de interação social. É a única forma, por sinal, de preservar o valor da marca para as novas gerações. Impacto das Mídias 2014

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COLUNISTAS E BLOGS MAIS LIDOS

2º 3º Em pergunta aberta (e não estimulada) sobre o veículo de comunicação favorito, ente todos os títulos existentes, os três mais destacados foram Folha de S. Paulo (17%), O Estado de S. Paulo (13%) e Valor Econômico (11%). Dentre os que elegeram a Folha, 48% o fizeram por considerar que o jornal é que o “causa maior repercussão”. Na sequência do escrutínio sobre os motivos para a preferência (cada votante poderia escolher até três fatores que justificassem a escolha), vieram o “pluralismo da cobertura”, com 48%; e o “foco nos assuntos de interesse particular”, 44%. No caso do Estadão, 78% dos que o têm como seu preferido apontam que o jornal “trata dos assuntos com mais profundidade”. Na sequência, o periódico é elogiado por ter “foco nos assuntos que afetam meu negócio” e “nos assuntos de interesse particular”, ambos com 43%, Sobre o Valor Econômico, o motivo que mais justificou a escolha foi: “tem foco nos assuntos que afetam meu negócio”. Entre os meios online, o primeiro da lista é o UOL (com 7%), que ganha a predileção do público por “tratar de assuntos diversos”. Motivo é idêntico é apontado pelos que elegem a Rádio CBN (4%) como meio favorito. Na sequência da relação de meios apontados como favoritos pelos executivos, aparecem O Globo (4%), rádio BandNews (3%), Exame (3%), TV Globo (3%), Veja (3%) e G1 (2%). Foram citados outros 32 veículos (incluindo revistas e jornais do exterior), todos com menos de 2% de preferência do público consultado.

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Miriam Leitão Colunista mais lida

Lauro Jardim Blog mais acessado

Também de forma espontânea, os participantes foram questionados quanto ao colunistas e blogs que mais costumam ler – em perguntas separadas. Os colunistas mais mencionados foram: ›› Miriam Leitão (O Globo): 8% ›› Elio Gaspari (Folha de S.Paulo e O Globo): 5% ›› Mônica Bergamo (Folha de S.Paulo): 4% ›› Ricardo Boechat (IstoÉ): 4% ›› Eliane Catanhêde (Folha de S.Paulo): 3% ›› Ancelmo Gois (O Globo): 3% Na pesquisa anterior, os três mais lembrados foram Mônica Bergamo, Miriam Leitão e Sonia Racy. Em 2014, grande parte da amostra (39%) declarou não ter o hábito de acompanhar nenhum colunista em particular. Prevalece, entre um levantamento e outro, a hegemonia dos articulistas de jornais, sendo poucos lembrados os de revistas semanais. Entre os blogueiros, Lauro Jardim e Ricardo Noblat foram mencionados de forma mais recorrente, por 4% e 3% da amostra, respectivamente - em 2011 os principais foram Ricardo Noblat e Lauro Jardim. Aqui, foi ainda maior o volume de pessoas que não acompanham com frequência nenhum blog (66%). Em contrapartida, foram mencionados outros 52 blogs de abordagens muito distintas, evidenciando a dispersão desse tipo de espaço.

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Mais do que a investigação sobre os hábitos de consumo de informação dos executivos brasileiros, a pesquisa Impacto das Mídias procurou avaliar qual é o nível de credibilidade conferido às diferentes interfaces midiáticas. Para isso, cada respondente deveria apontar (em uma escala crescente, de 1 a 5) qual é o nível de confiança atribuído a cada um dos meios de comunicação. Equiparadas aos tipos de mídia mais consolidados, as redes sociais tiveram o pior desempenho: apenas 7% de alta credibilidade (níveis 4 e 5) e 64% nos níveis mais baixos (1 e 2). Isso contrasta com o bom desempenho dos jornais (81% nos patamares mais elevados), que mantêm a dianteira verificada desde o levantamento feito em 2008 pelo Instituto Máquina de Pesquisa. Outros tipos de mídia tradicionais também foram bem avaliados pelo empresariado. Foram os casos de agências de notícia (81% com alto índice de credibilidade), rádios (71%) e revistas (68%). Merece destaque ainda o fato de os canais de TV por assinatura alcançarem um desempenho superior aos canais abertos (72% de credibilidade elevada contra 54%).

A partir de uma lista pré-determinada, os participantes assinalaram os assuntos de maior interesse no noticiário (por ordem, do primeiro ao terceiro). O cruzamento desta informação com outros dados permite estabelecer conclusões acerca do comportamento dos executivos brasileiros em função do consumo de mídia. Observa-se, por exemplo, que Economia é, de longe, o tema de maior apelo, situação já identificada nos levantamentos anteriores, mas desta vez com mais ênfase. Para os executivos brasileiros, o segundo tema que desperta mais atenção é Empresas e negócios, evidenciando que o consumo de mídia é ditado pelo que tem impacto direto sobre a atividade profissional. Temáticas políticas e esportivas tiveram desempenho contrastante na comparação entre 2011 e 2014. Política teve alta expressiva, sendo lembrada por 49,1% dos votantes – ante 28,6% do escrutínio anterior. Em contrapartida, quando se considera a somatória das categorias Esporte e Olimpíada/Copa, o interesse até caiu de 2011 para 2014 (de 23,6% para 21,6%).

AVALIAÇÃO DE CREDIBILIDADE DAS MÍDIAS

VOTOS POR ASSUNTO, EM ORDEM DE IMPORTÂNCIA

Agências de notícias

Blogs

Canais de TV aberta

Cidades/Cotidiano

Cultura

Economia

Empresas e negócios

Canais de TV por assinatura

Jornais

Redes Sociais

Esporte

Meio ambiente

Olimpíada/Copa

Política

Revistas

Rádio

Sites

Publicidade

Tecnologia

Turismo/Viagem

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O Jornal Nacional, da TV Globo, é o programa que mais influencia a opinião do brasileiro, na visão dos executivos. Este resultado se repete em quaisquer recortes que se faça do público. A revista Veja foi apontada como o segundo meio de comunicação mais influente. Em terceiro lugar, vem a Folha de S.Paulo, com O Estado de S. Paulo e Valor Econômico vindo logo depois. Esta é a mesma ordem verificada no levantamento anterior, em 2011.

VEÍCULOS QUE MAIS INFLUENCIAM A OPINIÃO DOS EXECUTIVOS, POR TIPO DE MÍDIA

VEÍCULOS QUE MAIS INFLUENCIAM A OPINIÃO DOS EXECUTIVOS Jornal Nacional, Veja e Folha de S.Paulo também lideram o ranking dos que mais moldam a opinião dos próprios executivos, cada qual em seu grupo segmentado por tipo de mídia, como mostram as tabelas ao lado. Entre as rádios, a CBN é a mais influente para a maioria dos entrevistados (54,4%), ampliando a liderança registrada já na pesquisa anterior. É o maior índice alcançado por um veículo de comunicação dentro de seu segmento. A rádio BandNews tem uma fatia considerável (22,6%), ficando todas as demais (Jovem Pan, Bandeirantes, Globo e Estadão) com índices inferiores a 10%. No caso dos telejornais, a liderança do Jornal Nacional (35%) não é ameaçada, mas vale registrar a evolução do Jornal das Dez (21,2%), da Globo News, em linha com a predileção do empresariado pela TV paga. Jornal da Globo, Bom Dia Brasil, Jornal da Cultura e Jornal da Band foram bem votados. Os demais tipos de mídia registram alterações importantes. No caso das revistas, por exemplo, a Veja ultrapassou a Exame para assumir a liderança do ranking. Vale ressaltar o bom desempenho da Piauí, que superou Época, Época Negócios e IstoÉ, entre outras publicações. Considerando os meios digitais, a Agência Estado deixou a quarta colocação para liderar o ranking, junto com o UOL. Pouco depois, G1 e Folha.com. Entre os jornais, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e Valor Econômico são os veículos citados por mais de 90% dos respondentes.

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Mariana Ditolvo Diretora da MDigital Dentre os entrevistados, 96% utilizam redes sociais. Dentro deste grupo, há um pequeno universo (2%) que diz fazer parte de alguma rede, mas sem poder participar efetivamente dela por falta de tempo. Os gráficos abaixo mostram o percentual do público consultado que usa as redes listadas.

REDES SOCIAIS UTILIZADAS (EM %)

A pesquisa Impacto das Mídias procurou avaliar também qual é o comportamento dos executivos nas redes sociais: Como você caracteriza o seu padrão de utilização de redes sociais?

31%

Sou usuário frequente, mas apenas consumo e compartilho informação

24%

Faço uso moderado, basicamente para acompanhar as notícias

22%

Sou usuário frequente e produtor de conteúdo

16%

Utilizo as mídias sociais basicamente para interagir com amigos

6%

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“Com as redes sociais, qualquer internauta pode ganhar status de veículo de comunicação”. A frase, muito utilizada para ilustrar o poder transformador das plataformas colaborativas, não se aplica tanto aos executivos brasileiros, que, em sua maioria, mantêm com as novas mídias um relacionamento intenso (94% administram ao menos um perfil), mas contido (somente 22% se assumem como produtores de conteúdo). Em boa medida, a explicação está no fato de este ser um público avesso a exposições e que, devido às obrigações profissionais, sequer encontra tempo para uma atuação digital mais engajada. Desta forma, o padrão de uso é mais cauteloso (com perfis restritos no Facebook e em outras mídias) e destinado ou ao diálogo com amigos e familiares ou a leitura e eventual compartilhamento de conteúdos produzidos por terceiros. O Facebook, utilizado por 87% dos executivos, é hegemônico. Mas vale destacar ainda a aderência do LinkedIn (76%), bem superior à do Twitter (55%), seguindo a tendência que acaba se concretizar junto à população em geral - segundo recente relatório da comScore, a rede de relacionamentos profissionais é apontada como a segunda mais utilizada no Brasil (com 11,8 milhões de usuários, contra 11,3 milhões do Twitter).

Não participo de nenhuma rede social por falta de tempo

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Marcelo Diego VP de Conteúdo do Grupo Máquina PR e Diretor Executivo do Instituto Máquina de Pesquisa

Em um ano atípico para o Brasil, movimentado por Copa do Mundo e por eleições presidenciais, procurou-se entender, na visão dos executivos do país, como ficará a situação da economia nacional com esses eventos de grande porte. Com base nos números apurados, é possível concluir um pessimismo diante do tópico abordado. Não se identificou qualquer traço distintivo no comportamento dos entrevistados em função de faixa etária, nível hierárquico ou região do país, evidenciando o mal-estar generalizado. Há que se considerar, no entanto, que os profissionais que demonstram menos interesse em temas econômicos são também os mais reticentes em relação ao futuro do país. A pesquisa procurou entender também o que provocaria essa expectativa pouco favorável, abrindo para os profissionais a possibilidade de elencar três fatores que representariam os mais sérios entraves ao crescimento da economia brasileira: Em sua opinião, quais são os principais entraves para o crescimento econômico hoje? De todos os itens abaixo, selecione três que entender mais representativos. Confira a seguir a porcentagem de votos em cada item. 70,35% 57,08% 44,25% 35,96% 33,63% 19,47%

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Corrupção Estrutura tributária Infraestrutura precária Burocracia Política econômica do governo Sistema político atual

13,72% 8,41% 8,41% 6,64%

Crises políticas Falta de mão de obra qualificada Regulamentação excessiva Taxa de juros

1,77%

Taxa de câmbio

1,33%

Instabilidade social

O pessimismo dos “tomadores de decisão” sobre o futuro da economia brasileira é muito mais acentuado do que a média da população, aponta o levantamento do Instituto Máquina de Pesquisa, junto a executivos de 113 das maiores companhias do País. Já a avaliação sobre a imprensa tem contornos muito mais positivos. Para 57% dos respondentes, a expectativa é de piora nos indicadores econômicos no futuro próximo. Para apenas 7%, a situação tende a melhorar. Outros 35% acham que as coisas vão permanecer iguais (sem juízo de valor se isso seria bom ou ruim). Levantamento do instituto Datafolha em junho/2014 indica que, entre os brasileiros em geral, 36% acham que a situação vai piorar - ou seja, o PIB industrial está 21 pontos acima na escala do pessimismo. É enganoso enxergar influência das manifestações que vêm moldando o humor nacional: apenas 1,3% dos executivos apontam a instabilidade social como entrave para o crescimento econômico. Velhas conhecidas, corrupção (lembrada por 70,3%), estrutura tributária (57,0%), infraestrutura (44,2%) e burocracia (34,9%) são fatores apontados como os mais críticos. Nesse cenário, mesmo tendo sido realizada às vésperas da Copa do Mundo, a pesquisa indica que, para este grupo, interessa muito mais a eleição de 2014 que o Mundial. Política foi apontada como o assunto mais importante por 49,1% das respostas (que permitiam mais de uma escolha). Três anos atrás, quando levantamento semelhante foi feito, o tema atraiu 28,6% das respostas computadas. Já os temas Esporte e Copa/Olimpíada receberam, juntos, 21,6% das manifestações de interesse em 2014 – menor do que os 23,6% de 2011. Em ambos os levantamentos, há oscilações naturais quando se observam os demais aspectos (Cidades, Cultura, Tecnologia etc.), e o assunto prioritário segue sendo Economia: 63,3% há três anos e 69,9% agora. Entre os “tomadores de decisão”, 61% acham que a qualidade da imprensa seguiu inalterada ou até melhorou, contra 39% que avaliam que houve piora.

Impacto das Mídias 2014

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Impacto das MĂ­dias 2014


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