Introdução
Esta amostra tem o objetivo de apontar importantes Mobilizadores Digitais dos protestos realizados em São Paulo entre os dias 19 e 25 de junho de 2013. Para isso, foi feita uma análise da participação dos internautas nas principais redes sociais (Facebook, Twitter, Blogosfera, Google+ e YouTube), verificando não apenas a quantidade de menções referentes ao assunto por usuário, mas também a capacidade individual de engajamento da população.
Metodologia
Esta análise teve como ponto de partida a base de dados monitorada no período mais intenso dos protestos (19 a 25/06), com impacto em mais de 95 milhões de usuários nas rede sociais, como revelou o Mapa Digital das Manifestações. Com base nessas informações, foi realizado um recorte para identificação dos principais movimentos, comunidades e usuários que utilizaram as ferramentas para levar a população às ruas na cidade de São Paulo. O recorte foi realizado com base no número de seguidores (alcance) e de postagens (ativismo), além de apuração nos próprios canais digitais.
Principais assuntos tratados pelos 50 influenciadores*: Transporte é o tema mais relevante para a PMSP
Revogação do aumento de R$ 0,20 Tarifa Zero Melhoria da qualidade no transporte público Transparência no balanço das empresas
*Lembrando que um indivíduo pode ter abordado dois ou mais temas da lista, o que significa que a soma dos percentuais não dará 100%.
Ativismo digital no País Mapa mostra a evolução hora a hora do debate sobre as manifestações nas redes sociais em 20/06
Mapa de ativismo digital na capital Levantamento entre os dias 19 e 25/06 mostra intensa atividade na capital e na região metropolitana de São Paulo
O mapa mostra a concentração de atividade nas redes sociais na capital paulista e também em cidades da região metropolitana, como Guarulhos, Osasco, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema. Quanto mais próximo do vermelho, maior o tráfego de dados .
Movimentos identificados Apesar de ter indicado a pulverização dos protestos, a análise dos mobilizadores indicou a presença de *grupos organizados, seja por meio de representantes diretos ou simpatizantes, como mostra a lista abaixo. Nos próximos slides, um resumo da atuação de cada um deles.
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A Verdade Nua & Crua (AVNC) Anonymous Brasil Black Bloc Brasil Circuito Fora do Eixo Intervozes Movimento Contra Corrupção Movimento Passe Livre N.I.N.J.A. Povo Brasileiro Resistência Urbana
*Movimentos, coletivos e táticas de mobilização
A VERDADE NUA E CRUA https://www.facebook.com/AVerdadeNuaECruaOficial (525 mil likes)
Uma das páginas amadoras mais relevantes do Facebook, A Verdade Nua & Crua foi criada por Daniel Silva em outubro de 2012 e já alcançou mais de 525 mil likes em menos de um ano. Se dedica a compartilhar frases, charges e imagens prontas que façam alusão à corrupção da política brasileira. Por seu alcance na rede social, divulgou as manifestações e efetivamente disseminou mensagens de incentivo à população que foi às ruas.
Perfil em destaque
Daniel Silva
ANONYMOUS BRASIL https://www.facebook.com/AnonBRNews (213 mil likes) https://twitter.com/AnonBRNews (75 mil seguidores) Grupo internacional conhecido por ataques cibernéticos a grandes corporações e órgãos oficiais, o Anonymous também tem representantes no Brasil. Surgido em 2004, o grupo se autodenomina uma comunidade on-line descentralizada, associada ao hacktivismo, que atua de forma anônima e coordenada. Foram alvos do Anonymous durante a onda de manifestações o portal da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, o site da Copa na cidade de Cuiabá, e o perfil no Twitter da revista Veja.
Perfis em destaque
Rafael Souza
Ricardo Almeida
João Rodrigues (Mark Flynn)
BLACK BLOC BRASIL https://www.facebook.com/pages/Black-Bloc-Brasil/353035154737576 (3 mil likes)
https://twitter.com/BlackBlocBRASIL (374 seguidores)
Não se trata de um movimento, mas de uma tática, uma estratégia de ação dentro de outros movimentos. Preconizam o ataque ao patrimônio público e privado como forma de atuação política. Apartidário, se denomina anarquista, antiglobalização e anticapitalista. Início na Alemanha e popularização em 1999, em Seattle / EUA (OMC). Reúne jovens da periferia e atua em situações de presença mais ostensiva das polícias. Com o estado em descrédito, essa forma de ação contagia toda uma geração de universitários da classe média.
Perfis em destaque
William José Cega
Mário Palhares
CIRCUITO FORA DO EIXO https://www.facebook.com/foradoeixo (32.271 likes)
O Circuito Fora do Eixo é um grupo idealizado e liderado por Pablo Capilé, com o objetivo de expandir conhecimento, informação e tecnologia para locais que não pertençam ao grande eixo Rio-SP. Concebida por produtores culturais no final de 2005. Por ter sede no centro da capital paulista, foi um dos principais disseminadores amadores de informações sobre as passeatas do mês de junho.
Perfis em destaque
Pablo Capilé
Felipe Altenfelder
INTERVOZES https://www.facebook.com/intervozes (3.956 mil likes)
O Intervozes (“coletivo brasil de comunicação social”, fundado em 2002 e com representantes em 15 Estados) é uma organização que, segundo seus criadores, trabalha pela efetivação do direito humano à comunicação no Brasil. Sua linha de pensamento é semelhante à do grupo Ninja (descrito a seguir). Também faz a cobertura de protestos, como os ocorridos no mês de junho.
Perfis em destaque
Victor Sá
Pedro Ekman
MOVIMENTO CONTRA A CORRUPÇÃO https://www.facebook.com/MovimentoContraCorrupcao (791 mil likes)
https://twitter.com/mccnacional (1.995 seguidores) Fundado em janeiro de 2013, o movimento divulga notícias referentes a casos de corrupção, com agenda contra o governo federal. Cria eventos no Facebook, organiza e divulga ações simultâneas em diversas cidades. Durante a semana das grandes manifestações, a página atingiu seu pico de audiência, com 1,2 milhão de pessoas. Marcella Lyra é a principal representante paulistana do grupo, utilizando sua página pessoal e a página do movimento para divulgação de suas ações – em especial com início no MASP.
Perfil em destaque
Cristiano Zillmann
Marcella Lyra
MOVIMENTO PASSE LIVRE (MPL) https://www.facebook.com/passelivresp?fref=ts (289 mil likes)
https://twitter.com/tarifazeroorg (1.423 seguidores) Grupo que defende a adoção da tarifa zero para o transporte coletivo público, o MPL foi fundado em 2005, em Porto Alegre, e com as ações de junho conseguiu repercussão internacional. Foi o movimento que deu início às manifestações, defendendo exclusivamente a revogação do aumento das tarifas. O movimento se autodenomina “autônomo, apartidário, horizontal e independente, que luta por um transporte público de verdade, gratuito para o conjunto da população e fora da iniciativa privada”.
Perfis em destaque
Mayara Vivian
Matheus Preis
N.I.N.J.A. https://www.facebook.com/midiaNINJA?fref=ts (86 mil likes)
https://twitter.com/MidiaNINJA (5.546 seguidores) A Mídia N.I.N.J.A., cujo nome é um acrônimo de “Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação”, é um grupo formado por jornalistas e voluntários que realizam a cobertura e transmissão ao vivo – via streaming – de eventos, como os protestos realizados em todo o País. Surgido em 2005, destaca em sua militância as questões políticas e sociais e acusam os grandes grupos de mídia de promover uma cobertura superficial ou tendenciosa. Foi o principal grupo a confrontar veículos como as Organizações Globo e a revista Veja. O grupo é liderado pelo jornalista Bruno Torturra.
Perfis em destaque
Bruno Torturra
Pablo Capilé
Fillipe Peçanha
Felipe Altenfelder
POVO BRASILEIRO https://www.facebook.com/PovoBrasileiroOnline (12 mil likes)
Criada em 13 de junho de 2013, já em meio aos protestos, a página Povo Brasileiro tem mais de 12 mil fãs no Facebook. Articulada por Marcelo Faria e Vitor Araújo, cria eventos públicos na rede social e mobiliza, em média, mais de 10 mil pessoas por protesto. Possui foco definido na cidade de São Paulo, invariavelmente utilizando o MASP como ponto de encontro dos manifestantes.
Perfis em destaque
Marcelo Faria
Vitor Araújo
RESISTÊNCIA URBANA https://www.facebook.com/ResistenciaUrbanaFrenteNacionaldeMovimentos (573 likes)
É o principal grupo da periferia de São Paulo a apoiar o MPL, auxiliando na mobilização da população nos lugares mais distantes do centro. Apesar de contar com apenas 573 likes em sua página no Facebook, a atuação de Paulo Spina (PSOL) dentro e fora das redes é destacada e se mostrou atuante ao estabelecer pontes com os movimentos Terra Livre, MPM, MTST e Periferia Ativa.
Perfil em destaque
Paulo Spina
ASSUNTOS: TRANSPORTES
Mayara Vivian https://www.facebook.com/mayara.vivian.1?fref=ts 3.850 conexões
Principal nome do Movimento Passe Livre (MPL), tem 23 anos, trabalha como garçonete e é estudante de Geografia na USP, curso para o qual se transferiu depois de dois anos como aluna de História. Apesar de predominarem em suas mensagens as questões relacionadas aos preços das passagens, também debateu causas levantadas por outros grupos, como o combate à corrupção e a luta contra o chamado “monopólio da mídia”. Utiliza seu perfil para a convocação de usuários a atos públicos em prol do poder popular, sobretudo nas regiões periféricas da capital.
Matheus Preis https://www.facebook.com/matheus.nordonpreis (369 amigos)
Estudante da FFLCH, da USP, tem 19 anos. É responsável não apenas pelas ações do MPL nas redes sociais, mas também por organizar e informar o trajeto das passeatas em São Paulo. Com grande participação como porta-voz do MPL na imprensa, é também o principal interlocutor do grupo com a Polícia Militar. Junto com Mayara Vivian, representou o MPL em encontro com a presidente Dilma Rousseff.
Paulo Spina https://www.facebook.com/paulospinapsol (1.604 amigos) https://twitter.com/paulospinasp (50 seguidores)
Thomas Dreux https://www.facebook.com/thomasdreuxmira nda.fernandesfejao?fref=ts (614 amigos)
http://blogdopaulospina.blogspot.com.br/
Militante do PSOL, Paulo Spina é uma das lideranças do grupo Resistência Urbana, que esteve ao lado do MPL desde o início dos protestos. Quase não usa o Twitter, mas conta com mais de 1,5 mil contatos no Facebook, além da audiência de seu blog. Apesar de estar conectado a Pedro Ekman, age de forma independente para divulgar os movimentos sociais. Foi a principal interface do PSOL em São Paulo durante os protestos. Apesar do caráter apartidário do movimento, Mayara Vivian (MPL) afirmou que PSOL e PSTU tiveram participação fundamental para o engajamento da população.
Historiador e jornalista, é uma das lideranças dos protestos dentro da FFLCH. Apesar de não ser ‘heavy user’ das redes sociais, utilizou o Facebook para divulgar passo a passo os movimentos em São Paulo e também para orientar os manifestantes sobre como deveriam se comportar diante das agressões da Polícia Militar. Criticou duramente a participação da ‘direita’ nos protestos, mas não focou seus comentários diretamente em causas singulares – e sim no conjunto que viabilizou as manifestações. Se declarou a favor da presença dos partidos nos protestos, mencionando o fascismo ao citar os grupos que combateram as pessoas com bandeiras partidárias.
Rafael Bruno Lopes
Marcelo Santos
https://www.facebook.com/rafael.bruno.1806
https://twitter.com/celosantos
(317 seguidores)
(24.194 seguidores)
Estudante da USP, direciona todas as suas postagens desde o início das manifestações para divulgar e comentar os protestos. Não tem contato direto com nenhum dos outros mobilizadores sociais desta lista, mas esteve em todas as manifestações de junho em São Paulo, bem como trabalhou para divulgá-las e organizá-las. Participa de diversos grupos de discussão, entre eles o do Movimento Passe Livre.
Tuiteiro com mais de 21 mil seguidores, Marcelo Santos foi um dos internautas em São Paulo que mais publicaram frases de incentivos para que a população fosse às ruas. Utilizou a rede para divulgar os locais dos movimentos, bem como os acontecimentos durante os protestos.
Alê Youssef https://www.facebook.com/aleyoussef (5.000 amigos) https://twitter.com/AleYoussef (21.037 seguidores)
Colunista da revista Trip, Youssef é considerado sucessor de Lino Bocchini no veículo, além de ser amigo pessoal de Bruno Torturra (Ninja). Trata das questões culturais de São Paulo e produziu conteúdo a favor das manifestações desde seu início. Defendeu a revogação do aumento das passagens de ônibus e metrô em São Paulo e criticou o prefeito Fernando Haddad por não tê-lo feito logo nos primeiros dias de protestos.
Renato Rovai https://www.facebook.com/renato.rovai.forum?fref=ts (2.150 amigos) https://twitter.com/renato_rovai (13.465 seguidores)
Mestre em Comunicação e editor da Revista Fórum, Renato Rovai é mais um na lista de comunicadores que endossaram a legitimidade dos protestos através das redes sociais. Defendeu desde os primeiros dias de protesto o diálogo entre a prefeitura e os líderes do MPL. Para ele, “esse movimento se legitimou nas ruas”. Passou os dias subsequentes publicando frases de incentivo aos manifestantes e buscando convencer seus seguidores de que o protesto de verdade deveria ser feito nas ruas, não somente nas redes sociais.
Gaía Passarelli https://www.facebook.com/GaiaCPassarelli (10.886 likes) https://twitter.com/gaiapassarelli (12.455 seguidores)
VJ na MTV, Gaía Passarelli tem atuação relevante nas redes sociais junto a um público mais jovem. Possui mais de 10 mil likes em sua página do Facebook e 12 mil seguidores no Twitter. É ‘Heavy user’ das redes sociais. Nos dias mais tensos das manifestações, se dedicou a ressaltar e debater a importância dos protestos e da ida da população às ruas. Se declarou contra a presença de partidos nas manifestações (“ABAIXA A BANDEIRA! ABAIXA A BANDEIRA!”).
Paulo Bufalo https://www.facebook.com/paulo.bufalo.9 (5.447 amigos)
Sergio de Moraes https://www.facebook.com/sergio.d.paulo.9 (número indisponível)
https://twitter.com/PauloBufaloPsol (2.226 seguidores)
Com capacidade de atingir diretamente 5 mil pessoas no Facebook e 2 mil no Twitter, o presidente do Diretório Estadual paulista do PSOL, Paulo Bufalo, deu apoio às manifestações desde o início, com conversas frequentes com membros do Movimento Passe Livre. Apesar do caráter apartidário do movimento, Mayara Vivian (MPL) deixou clara por diversas vezes a importância da participação dos partidos políticos para o debate e engajamento da população. Junto a ela nessa luta esteve Bufalo.
http://opalpiteiro.blogspot.com.br/
Professor da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP), Sergio de Moraes Paulo tratou principalmente do preço da passagem do transporte público. Apoia o movimento, mas diz que o reajuste das tarifas era necessário. Atribui a culpa, no entanto, ao exprefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a quem chama de oportunista. Segundo ele, o reajuste deveria ter sido feito no ano passado, mas não foi levado adiante por se tratar de um ano eleitoral, o que poderia prejudicar as aspirações políticas do antigo prefeito.
Leandro Almeida
Ana Paula Fabrini
https://www.facebook.com/leandro.almeida.562
https://www.facebook.com/anapaula.fabri
1 (943 amigos)
ni.9 (209 amigos)
Amigo de Mayara Vivian, do MPL, Leandro Almeida trata apenas da questão do transporte público nas redes sociais. Também organiza eventos e lidera grupos na rede para fazer protestos em toda a Grande São Paulo.
Líder regional da ANEL (Associação Nacional dos Estudantes – Livres), instituição que faz oposição à UNE (União Nacional dos Estudantes), foi uma das principais articuladoras do apoio que o grupo deu origem ao MPL. Tem ligação direta com o PSTU, partido que esteve à frente em parte dos atos. Apoiou os movimentos os movimentos iniciais para redução das tarifas do transporte público e inseriu o tema Educação na pauta.
DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA
Bruno Torturra https://www.facebook.com/bruno.torturra (6.032 amigos) https://twitter.com/torturra (9.713 seguidores)
Ex-diretor de redação da revista Trip, Bruno Torturra é também fotógrafo e o principal articulador da página Ninja do Facebook (mais de 67 mil likes), que se posiciona como uma proposta de mídia “independente”. Direciona os protestos em prol do que chama de “a democratização da mídia”, com ataques à Rede Globo e a veículos de grandes grupos, como a revista Veja. Sua página pessoal é direcionada para a divulgação de manifestações que ocorrerão nos dias subsequentes, bem como repercutir os acontecimentos das anteriores.
Pablo Capilé https://www.facebook.com/pablocapile?fref=ts (4.177 amigos) https://twitter.com/PabloCapile (7.006 seguidores)
Produtor cultural, ligado às ações do grupo Ninja, Capilé é gestor do Circuito Fora do Eixo, página que estimula o intercâmbio de informação e tecnologia em locais fora do eixo Rio-SP. No entanto, apesar de ser de Cuiabá, está na capital paulista nos últimos meses e utiliza de sua influência nas redes para promover encontros e debates. Possui mais de 4 mil fãs no Facebook, além de 7 mil seguidores no Twitter.
Bernardo Gutiérrez https://www.facebook.com/bernardo.gutierrez.18 (2.442 amigos) https://twitter.com/bernardosampa (4.523 seguidores)
O escritor e consultor digital Bernardo Gutiérrez tratou das manifestações de maneira mais branda, sem ataques ou grandes movimentações. No entanto, sua experiência com mídias digitais o fez promover debates acerca das ações de grupos, como o Anonymous, e com relação à importância das redes sociais na mobilização da população. Se opõe à cobertura da grande imprensa. Com alcance de mais de 5 mil pessoas (somados Facebook e Twitter), produziu conteúdo sobre as manifestações em português e em espanhol, para se comunicar com seus interlocutores em Madri, onde viveu anos atrás.
Eduardo Cabral https://www.facebook.com/oeduardocabral?fref=ts (16.056 amigos) https://twitter.com/oeduardocabral (975 seguidores)
Editor do site Comunicadores.info, ex-presidente do Diretório Central dos Estudantes do Mackenzie e publicitário, Eduardo Cabral não está ligado oficialmente a nenhuma organização relacionada aos protestos. No entanto, é o criador da página Brasileiro Anônimo, que ficou famosa no final de 2012 por propor o voto consciente à população. Conseguiu engajar grandes celebridades nesta causa e hoje participa e também divulga os movimentos em São Paulo. Possui mais de 10 mil seguidores no Facebook e utiliza sua influência para engajar as pessoas em torno dos ideais dos protestos. Está em contato direto com outros líderes como Pablo Capilé e Bruno Torturra. Trata de diversos temas como corrupção, educação e mídia.
Filipe Peçanha
Felipe Altenfelder
https://www.facebook.com/filipestream
https://www.facebook.com/FelipeAltenfelder
(3.189 amigos)
(4.382 amigos) https://twitter.com/Felipe_Alten (1.546 seguidores)
Com 24 anos, é um dos líderes do N.I.N.J.A. São Paulo. Responsável pela transmissão ao vivo das manifestações por um sistema chamado Pós-TV, está conectado a mais de 3 mil pessoas pelo Facebook, articula encontros simultâneos em diversas praças. Sua base de atuação não se restringe apenas à cidade de São Paulo: viaja frequentemente ao Rio de Janeiro com para reuniões do Ninja. Apesar de apoiar os protestos de forma geral, seu foco é na divulgação de informações sobre os encontros e a disseminação de material sobre as passeatas.
Militante de esquerda, é membro tanto do N.I.N.J.A. como do Fora do Eixo. Está conectado a mais de 5 mil pessoas somando seus seguidores no Facebook e Twitter. Seus protestos foram direcionados exclusivamente ao que chama de “Monopólio na Mídia”. Trabalhou para divulgar os movimentos antes, durante e depois, com imagens exclusivas, que, segundo ele, a mídia tradicional não divulgou.
Renata Mielli https://www.facebook.com/renata.mielli (1.942 amigos) https://twitter.com/renatamielli (1.298 seguidores)
William José Cega https://www.facebook.com/will.cega?fref=ts (1.191 amigos)
http://renatamielli.blogspot.com.br/
Jornalista e Diretora do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, segue a mesma linha do N.I.N.J.A., ou seja: o foco de seus protestos é a mídia tradicional e o “monopólio” da comunicação, nas mãos de grandes famílias (Mesquita, Marinho, Frias, Civita, etc.). Militante do PC do B, além de utilizar as redes sociais para tratar dos movimentos e dos avanços conquistados pela população, ministra palestras junto com Pedro Ekman sobre “o monopólio na mídia e a democracia brasileira”.
Estudante de filosofia da USP e assumidamente anarquista, William é apontado como integrante de grupos como MPL, Ninja e Black Bloc Brasil. Tem criticado duramente a participação de membros de “direita” e os “ares nacionalistas” que tomaram as manifestações de junho. Organiza e divulga movimentos em toda a Grande São Paulo, sempre com o apoio dos grupos que integra.
Victor Sá https://www.facebook.com/victor.sa.94 (1.377
amigos)
Paulo Fluxus https://www.facebook.com/fLUXusPaulo (660 amigos)
https://twitter.com/victorsas (678 seguidores)
Victor Sá é o braço direito de Pedro Ekman no Intervozes. No último mês, seus posts foram direcionados quase que em sua totalidade para divulgar as passeatas pela “democratização da mídia”.
Defensor dos direitos humanos e da causa homossexual, o estudante de artes visuais da USP Paulo Fluxus (Paulo Favero) tem participação importante em fóruns e grupos do Facebook. É um dos principais responsáveis pelo ataque de lasers à Rede Globo durante a transmissão do SPTV 2ª edição do dia 11/07. Ativista conhecido da imprensa, Fluxus já foi tema de reportagem da Folha de S. Paulo.
Pedro Ekman https://www.facebook.com/pedro.ekman (1.203
Daniel Silva
amigos)
https://www.facebook.com/danielsilvak3
https://twitter.com/pedroekman (1.413 seguidores)
(8.153 amigos)
Ligado aos movimentos de esquerda, Ekman é muito respeitado dentre os ativistas. Está conectado a Capilé e Torturra, e sua luta também é direcionada à comunicação. Líder do Intervozes, organização “que trabalha pela efetivação do direito humano à comunicação no Brasil”, foi um dos mentores dos protestos em frente à Rede Globo, mas também participou dos chamados Grandes Atos em São Paulo.
Se apresenta como ex-funcionário do Facebook e seu perfil é apontado como um dos administradores da página A Verdade Nua & Crua no Facebook, tida por muitos estudiosos das redes sociais como um dos principais vetores de informação durante os movimentos ocorridos em junho. Tem capacidade de atingir a mais de 500 mil pessoas através da fan page, o que lhe torna um dos principais engajadores neste movimento. Não tem foco definido de protesto, mencionando temas genéricos como corrupção, educação, saúde e transporte público. Além disso, não produz conteúdo, apenas compartilha informações trazidas por outros usuários.
Ana Flávia Marx https://www.facebook.com/anaflavia.marx (3151 amigos) http://anaflaviamarx.blogspot.com.br/
Jornalista e editora do site Vermelho.org, trabalhou na cobertura e na divulgação dos movimentos em São Paulo no último mês. Suas mensagens foram voltadas principalmente para a liberdade de expressão e contra o chamado “monopólio da mídia”, bem como grande parte dos comunicadores de mídias alternativas. Com capacidade para atingir diretamente mais de 3 mil pessoas pelo Facebook, disseminou os ideais dos protestos e efetivamente convocou seus amigos a irem às ruas.
COMBATE À CORRUPÇÃO
Marcelo Faria
Vitor Araújo
https://www.facebook.com/chellosp (número
https://www.facebook.com/vitor.araujo.dionizio
indisponível)
(1.130 amigos)
Aluno da FEA (USP) e integrante do FEA Marketing Clube, Marcelo Faria é o líder da página Povo Brasileiro no Facebook, voltada a organizar diversas passeatas pela cidade no último mês. Os eventos organizados por ele na rede social atingem, em média, 10 mil simpatizantes. Apesar de fazer menções ao aumento da passagem, seu principal foco de protestos é o combate à corrupção. Não declara abertamente sua preferência política.
Junto com Marcelo Faria, é o principal articulador da manifestação que acontecerá no dia 7 de setembro. Seu foco é o MASP, local de início de todas as passeatas que organizou. Se declara veementemente contra a presença de partidos políticos nos movimentos. Apesar de ter pouco mais de mil contatos no Facebook – única rede social que utiliza –, cria grupos e eventos para debater e organizar os movimentos.
Rafael Souza https://www.facebook.com/bileday (70 amigos)
João Rodrigues (Mark Flynn) https://www.facebook.com/joaosdrodrigues (48 amigos)
Apesar de aparentar ter pouca relevância nas redes sociais, por possuir apenas 70 amigos no Facebook, Rafael Souza é um dos administradores de uma página do Anonymous Brasil na rede, referendada pelos canais oficiais do grupo (Facebook e Twitter). A página que administra é restrita, possui aproximadamente 1.100 ‘colaboradores’, como gosta de mencionar. No entanto, é a partir dela que são organizados os ataques, sempre de forma orquestrada.
Bem como Rafael Souza, sua relevância na rede não se mede por sua página pessoal (se esconde sob a máscara do personagem “Mark Flynn”). Também é um dos coordenadores da página do Anonymous Brasil no Facebook. Apesar disso, não é possível apontar quais são as efetivas lideranças do grupo, cujo principal mote é o anonimato.
Marcella Lyra
Cristiano Zillmann
https://www.facebook.com/marcella.lyra
https://www.facebook.com/cristianoz86
(número indisponível)
(número indisponível)
Apesar de ser parte de um grupo com mais de 10 pessoas, Marcella Lyra (ou Marcella L, como assina os posts) é a principal articuladora em São Paulo da página Movimento Contra Corrupção, com mais de 772 mil likes no Facebook em sua versão nacional, mas apenas 1,9 mil seguidores no Twitter. Não utiliza suas páginas pessoais para organizar eventos ou divulgar as ações do grupo, mas tem forte influência na página local do Facebook (15,4 likes).
Técnico em TI na empresa BRQ, Cristiano Zillmann é o principal responsável pela página Movimento Contra Corrupção. Apesar de viver em Curitiba, também tem influência em outras praças – como São Paulo – articulando encontros simultâneos em diversos locais do País. Seus comentários são sempre focados no combate à corrupção e no que chama de “mídia manipuladora”, com ataques direcionados à Rede Globo e à Revista Veja.
Bia Bastos
Kaleb Araújo
https://www.facebook.com/bia.bastos.1?ref=ts
https://www.facebook.com/kaleb.m.araujo
&fref=ts (135 amigos)
(122 amigos)
Aluna de cursinho Poliedro, criadora de páginas, grupos e eventos para reunir a população. Seu foco é sempre o MASP, ponto de partida de todos os protestos que organiza. Conseguiu unir mais de 10 mil pessoas, pelo menos na rede social, em evento marcado para o dia 19 de junho. Seu foco de reclamações sempre é a corrupção.
Sua página pessoal é absolutamente irrelevante. No entanto, bem como Marcelo Faria, organiza grupos e eventos no Facebook para convocar a população a participar dos protestos. Faz ataques diretos à presidente Dilma e se declara de direita. Também não tem foco definido em suas postagens, fazendo menções à corrupção, ao sistema público de Saúde e Educação.
Ricardo Almeida https://www.facebook.com/mythg.legan
Marília Moschkovich https://www.facebook.com/mari.moscou?fref=ts (8.080 amigos)
(1.205 amigos) https://twitter.com/MariliaMoscou (3.587 seguidores)
Com pouco mais de 1 mil amigos, organiza eventos na rede social e mobiliza manifestantes através de um mailing que criou (mencionado pelo próprio usuário em sua página). Promove reuniões para definir quais serão os próximos passos, apesar de não externar quais são os focos de protesto de seu grupo.
Jornalista, socióloga (Unicamp) e militante feminista, está conectada a mais de 10 mil pessoas no Facebook e 3,6 mil no Twitter. Tem grande apelo com o público feminino e pode ser considerada ‘heavy user’ das mídias sociais. Durante as manifestações, produziu dezenas de posts defendendo a ida da população às ruas.
Alexandre Capozzoli
Rogério Polenta
https://www.facebook.com/alexandrecgduarte
https://www.facebook.com/rogeriopolenta
(número indisponível)
(número indisponível)
Bacharel em Design para Mídia Digitais e Interativas, Alexandre é um dos líderes da página Dia do Basta no Facebook, movimento com mais de 125 mil seguidores e que organiza manifestações desde dezembro de 2011. Seu foco de debate é a corrupção, com ataques diretos a parlamentares. Também combate a PEC 33 (ascendência do Congresso a decisões do STF) e defende a PEC 280 (limite ao número de deputados).
Rogério também é um dos líderes da página Dia do Basta no Facebook, além de ser voluntário esporadicamente do grupo Ninja. Foca seus protestos na corrupção, tendo aderido ao movimento em São Paulo após o dia 13 de junho, quando a reação da Polícia Militar foi o principal ponto de discussão nas redes sociais.
CRÍTICAS À ATUAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR
Leonardo Rossatto https://twitter.com/leorossatto (2.201 seguidores)
Mário Palhares https://www.facebook.com/mario.palhares.5 (973 amigos)
http://leorossatto.wordpress.com/
https://twitter.com/mario_palhares (73 seguidores)
Leonardo Rossatto é cientista social e foi um dos primeiros a trazer à tona a questão dos abusos da Polícia Militar como um ponto de virada nas manifestações em São Paulo. Possui mais de 2,4 mil seguidores no Twitter, faz articulação com vários movimentos que questionam a atuação das polícias.
O fotojornalista apoia grupos como o Black Bloc e o MPL. Esteve presente nos movimentos e trabalhou na divulgação de imagens das agressões da Polícia Militar contra manifestantes, incitando seus seguidores a participarem dos movimentos. Não trata de nenhuma causa específica, mas defende o direito da população de se expressar.
Weslley Arúda https://www.facebook.com/weslley.aruda (685 amigos)
Não possui fotos próprias, o que coloca em dúvida a autenticidade de sua página, mas participa de passeatas desde maio deste ano, como a Marcha contra a Monsanto. Ao contrário da grande maioria dos personagens aqui listados, faz apologia ao vandalismo. Seus comentários são quase sempre direcionados à truculência da polícia.
TEMAS DIVERSOS
PC Siqueira https://twitter.com/pecesiqueira (1.307.501 seguidores) https://www.facebook.com/pecesiqueira (834.108 likes) http://www.youtube.com/user/maspoxavida Com grande apelo entre o público jovem – principal nicho responsável pelas manifestações –, PC Siqueira está entre as personalidades mais engajadas nos protestos do último mês. Possui mais de 1,3 milhão de seguidores no Twitter e mais de 830 mil no Facebook. Famoso por seu Vlog, produziu um vídeo para difundir os ideais dos movimentos (1 milhão de visualizações), e um outro que explica as diferenças entre a esquerda e a direita, com ataques à Rede Globo (1,9 milhão de visualizações).
APLICAÇÃO ÀS EMPRESAS
Mudança na produção das informações Constatação: movimentos nas redes casados com protestos nas ruas
Antes: Agressões surgiam e sumiam nas redes, se não fossem repercutidas pela mídia tradicional) Agora: Redes sociais influenciam veículos, que sofreram mudanças em suas linhas editoriais
Antes: Imprensa escolhia pautas Agora: Imprensa pautada pelas redes sociais
Impacto para consumidores Nova relação entre empresas e público-alvo
Avaliação de possíveis mudanças nas tendências de consumo
Acompanhamento mais atento do ativismo digital
Atenção a eventuais mudanças no mercado publicitário
Cases
Post Lia Camargo – ‘Carta à Danone’
Uma das blogueiras pioneiras de moda e lifestyle, Lia Camargo chegou a alcançar 2,5 milhões de visualizações em seu blog, em abril. Sua “Carta à Danone” é um exemplo de agressão à marca no Facebook
Cases
Campanha ‘Vem pra rua’ - Fiat
Em meados de junho, a Fiat resolveu tirar do ar sua campanha promocional criada para a Copa das Confederações. Divulgou um comunicado oficial no qual informava que o encerramento já estava previsto na programação original de mídia
Para não ser surpreendido
1
Você se preocupa como deveria com o impacto das redes sociais no seu negócio?
2
Você ouve seus consumidores nas redes sociais?
3
Você está se comunicando da maneira correta com esses consumidores?
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