Rio de janeiro, 09 de setembro de 2015 - 1º edição/2015 - Revista Mensal - Distribuição Gratuíta
Mídia alternativa em favelas e espaços populares
Festival de dança traz o passinho da Periferia para o Teatro Municipal!
Projeto Céu de história chega ao Santa Marta Grafite da favela carioca invade Nova York Ambiente favorável ao crescimento dos jovens na Rocinha O Grupo Nós do Morro apresenta o espetáculo “Domando a Megera” na Mostra de Teatro 2015.
Taça das favelas promove integração entre as comunidades cariocas.
O Campinho Show oferece oportunidade a novos artistas da comunidade do Vidigal.
Na rocinha: Ambiente favorável ao crescimento dos jovens
A Oficina do Sucesso beneficia crianças e adolescentes da comunidade da Rocinha, idealizado a partir da identificação de necessidades das crianças e adolescentes participantes do Estudo Dirigido em ampliarem suas atividades de forma a que seu desenvolvimento físico, intelectual e emocional possa ser aperfeiçoado. O objetivo do programa é criar oportunidades para a prática de esportes e para o acesso à cultura de qualidade,além do aprendizado de línguas estrangeiras, melhorando a capacitação dos jovens para o ingresso no mercado de trabalho. O projeto já proporcionou cerca de 300 jovens a melhoria da auto-estima, o exercício da disciplina e o conhecimento de esportes que até. No programa eles não apenas praticam mas recebem orientação e treinamento de professores especializados, formados em Educação Física. O projeto conseguiu um espaço na comunidade, localizado na Rua Dionéia, 20, de fácil acesso a todos os participantes , considerando a realidade da comunidade, esse espaço é considerado excelente pelos especialistas para a prática de esporte na comunidade. Dispõe de 3
patamares relativamente espaçosos com quadra polivalente para todos os tipos de esportes oferecidos pelo programa, descritos a seguir, uma piscina para as aulas de natação infantil e um bom pátio para o ensino e a prática de dança, capoeira, realização das oficinas e eventos. A quadra é considerada por profissionais o melhor espaço esportivo da localidade. Além dela dispõe de espaços cobertos e fechados. Um desses, favorecido com excelente acústica, é utilizado para aulas de teatro, dança moderna, coro, e palestras com profissionais da área artística, educadores, etc. O segundo espaço é usado para recreação como: ping-pong, damas, xadrez. Os planos futuro pretendem reformar uma edificação situada dentro do terreno, para montar uma escola com cursos profissionalizantes, e um curso supletivo do 2º grau. Diante das barreiras que lhes são impostas, grande contingente de jovens da comunidade deixa de estudar na idade crítica por falta de incentivos e de opções ao seu alcance, preferindo fazer outras escolhas. A Oficina do Sucesso acontece de segunda a sábado de 8:00 às 18:00 em atividades divididas em turnos
da manhã e da tarde, com aulas de Basquete, Vôlei, Natação Infantil, Futebol Masculino, Futebol Feminino, Futebol Infantil, Capoeira, Dança Contemporânea, Hip-Hop, Teatro, Coro, Paisagismo, Inglês e Musica. Além das aulas desportivas a Oficina do Sucesso proporciona as crianças e jovens o comparecimento a eventos culturais e sociais, externos e internos, com objetivos educativos e informativos. Em síntese, o programa é o componente do Projeto Social Maria de Nazaré que visa estimular o aprendizado e a prática desportiva, o desenvolvimento cultural e o exercício da cidadania para crianças e adolescentes da comunidade da Rocinha. Busca ainda, através de cursos como o de Informática e de Inglês, incrementar a capacitação pessoal de jovens para seu ingresso no mercado de trabalho em melhores condições. Essa também é a motivação para os eventos que são periodicamente organizados em forma de seminários específicos. No momento estão oferecendo um curso para montagem de aplicativos,as terças-feiras 14:00.Curso gratuito. revista é nós - 3
Depois de 10 anos, estreia o documentário sobre o filme da Cidade de Deus
Documentário “Cidade de Deus – 10 anos depois” estreia nas telonas. O emblemático filme “Cidade de Deus”, poderá ser relembrado por fãs no cinema. O documentário “Cidade de Deus – 10 anos depois”, de Cavi Borges e Luciano Vidigal, foi lançado na última quinta-feira e será exibido nos principais cinemas do Rio de Janeiro. Ao contrário da exibição original, o novo filme trata-se de uma produção com depoimentos dos atores que participaram de um dos principais filmes desde a retomada do cinema nacional. O documentário também fará um “remake” de algumas cenas do filme de 2002 com alguns atores, como explica o diretor Cavi Borges: “Numa mistura de realidade e ficção, algumas cenas marcantes de Cidade de Deus foram recriadas para o documentário, com os atores uma década depois. Essas cenas servirão como elipses temporais, uma metáfora dos tempos real e cinematográfico" Por motivos de edição (foram 200 horas de filmagens) e dificuldades no financiamento da distribuição, o longa só pôde ser lançado comercialmente em 2015, depois de dois anos rodando por mais de 60 festivais.
Órfãos do Eldorado' traduz fantasia e crítica da obra de Milton Hatoum Elenco, Dira Paes, Mariana Rios e Daniel de Oliveira.
Drama humano, fantasia e crítica social sustentam "Órfãos do Eldorado", primeiro longa de ficção do documentarista premiado ("Fala Tu" e "PQD") Guilherme Coelho. Estrelado por Dira Paes, Mariana Rios e Daniel de Oliveira, em atuações bastante comprometidas, o filme é baseado no livro homônimo escrito por Milton Hatoum. 4 - revista é nós
Centro cultural do Vidigal conta com o Projeto Bom Aprendiz: transformação por meio da música
Há dois anos, um policial da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Vidigal vem transformando vidas por meio da música. Trata-se do soldado Fábio de Oliveira Pimentel, professor do projeto “Bom Aprendiz”, iniciativa que tem como objetivo ensinar aulas de violão e cavaquinho para os moradores da comunidade. O soldado, que é músico profissional sempre quis fazer um trabalho em comunidades, mesmo antes de entrar para a Polícia Militar. Quando foi trabalhar na UPP, viu a oportunidade de iniciar um projeto de prevenção ligado a música. Hoje, as aulas de violão acontecem nas escolas da região e as aulas de cavaquinho e violão acontecem na associação de moradores e no Centro Cultural da comunidade.
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Projeto de braços Abertos abraça as comunicades pacificadas do Rio de Janeiro O Projeto de Braços Abertos usa o esporte como plataforma de integração, com passagens por comunidades, como: Rocinha, Borel, Manguinhos, Maré, Jacarezinho, Vidigal, Santa Marta e Caju, foi para a quinta e última etapa de 2015: Santa Marta. No dia 14 de Novembro, a comunidade recebeu o evento que conta com provas de 5 Km e corrida infantil, além de outras atividades sociais e culturais, como: capacitação, oficina de grafite e concurso de fotografia. Como é tradição, o projeto transcende o esporte e contempla a integração social da comunidade por meio de oficina de capacitação profissional e os concursos Grafite seu Esporte – liderado pelo grafiteiro Lamarca – e Fotografe essa Ideia, que premia as três melhores fotos tiradas durante a etapa. “Acreditamos que o esporte é uma importante ferramenta no processo permanente de pacificação e o projeto de Braços Abertos é parte integrante desse processo”, ressalta Bernardo Fonseca, presidente do Instituto XTERRA, empresa responsável pelo projeto. “Nas etapas contemplamos atividades que integram a comunidade e proporcionam entretenimento e capacitação aos moradores do local”, finaliza Fonseca. Na área de capacitação profissional haverá um curso e um treinamento, para seleção da equipe a ser formada por moradores da comunidade, com o objetivo de proporcionar novas experiências para a população local. Essa medida de responsabilidade social, ganha ainda mais valor diante do próximo evento esportivo de grande porte que será sediado na cidade do Rio de Janeiro, em 2016.
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Projeto Céu de história chega ao Morro do Santa Marta e colore os seus com sua poesia. A iniciativa tem como ponto de partida uma ação realizada com aproximadamente 250 crianças na comunidade Santa Marta, no Rio de Janeiro. Lá, neste mês, foram distribuídas mais de 400 pipas com contos e fragmentos de obras de importantes autores nacionais, como o escritor e cartunista Ziraldo, o novelista Benedito Ruy Barbosa, e os escritores Pedro Bandeira, Ana Maria Machado, Roseana Murray, Silvia Orthof e Leo Cunha. Os 11 modelos de pipas com diferentes ilustrações foram criados em parceria com alguns dos principais estúdios do Brasil, o que tornou os textos ainda mais atraentes. Essas pipas invadiram e coloriram o céu da comunidade, estimulando as crianças a pegarem as que tinham suas linhas cortadas para que tivessem a chance de ler as histórias que elas traziam. Uma dessas crianças foi Alisson Patrick Cardoso Dias, de 12 anos. Morador da comunidade, o aluno do 6º ano do Ensino Fundamental achou “muito maneiras” as pipas com trechos de livros. “Costumo ir na biblioteca olhar os livros. Se acho maneiro, pego para ler”. Ele se interessou particularmente pela pipa com trechos do Menino Maluquinho. “Acho que esse livro pode ser legal, talvez eu leia”, afirmou. Antonio Luiz Rios, presidente da IPL, destaca a importância da campanha e das parcerias, afirmando que ações como essa devem ser estimuladas, pois promovem a leitura espontânea. Citando as informações da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, desenvolvida pelo instituto, ele ressalta que a pesquisa revela que 88% dos leitores informaram que ganhar livros foi importante para despertar o gosto pela leitura, enquanto 87% dos não leitores afirmaram que nunca ganharam um livro. Toda a ação voltada a despertar o interesse pela leitura de literatura e valorizar o livro são importantes para reverter os baixos índices de leitura do brasileiro. Ele informa que, segundo a pesquisa, que tem amplitude nacional, as crianças leem principalmente para cumprir uma exigência escolar. Na faixa etária de 5 a 13 anos leu-se em média, em um período de três meses, 3.2 livros. Destes 2.4 foram indicados pela escola. “É nesta fase que conseguimos estimular com maior intensidade o gosto pela leitura, tanto que em nosso levantamento, os entrevistados que se disseram leitores afirmaram que os professores e as mães foram seus principais influenciadores”. revista é nós - 7
Grafite da favela carioca invade Nova York
Nova York , berço do hip hop mundial, experimentou o gosto da favela carioca. Com uma exposição de grafite no Consulado Brasileiro, que contou com a presença de Jay Levenson, diretor de programação internacional do Moma (Museu de Arte Metropolitana), e intervenção no muro do Andrew Fredman Home, no Bronx, a Cufa (Central Única das Favelas) deixou sua marca na Big Apple. “Meu sonho era apenas ir a São Paulo”, relembra Celso Athayde, fundador da ONG, orgulhoso por levar grafiteiros — como Panmela Castro, cria da Penha, hoje baseada na comunidade Tavares Bastos — para a semana global da Cufa, que termina amanhã, com palestra dele na ONU. “E agora chegamos a Nova York. É muito orgulho.” Dos dez grafiteiros que deram brilho ao muro da sede da Cufa, um era o lendário Jessie Rodriguez, o Sonic, 54, inventor da arte coletiva que coloriu muros e trens do metrô de Nova York antes de dominar o mundo. “Eu tenho é que agradecer à Panmela. A cultura do grafite no Brasil é muito rica”, disse, relembrando o início do hip hop, nos anos 70, quando começou a ‘rabiscar’ as paredes do metro.
A exposição da CUFA nos Estados Unidos ainda contou com a abertura da exposição "Morrinho", com maquetes de Favelas que ficaram exposta na Queens College, NY, e também as obras de 20 artistas de favelas brasileiras. O evento contou a com a participação da Embaixadora Ana Lucy Cabral, Cônsul Geral do Brasil em NY que recebeu a todos no Consulado. As telas grafitadas ficarão expostas até novembro em NY quando serão leiloadas e terão sua grana revertida para os artistas. 8 - revista é nós
O Grupo Nós do Morro apresentam o espetáculo “Domando a Megera” na Mostra de Teatro 2015 Encenada pela primeira vez no final do século XVI, em Londres, “A megera domada”, de William Shakespeare, tornou-se um de seus mais populares textos. As peripécias vividas pelo casal Petruchio e Catarina ganham nova e moderna montagem teatral do grupo Nós do Morro patrocinado pela Petrobras. “Domando a megera” é um bem-humorado musical de autoria de Luiz Paulo Corrêa e Castro e direção de Fernando Mello da Costa. A montagem reúne em cena duas trupes de artistas que se enfrentam para apresentar duas leituras simultâneas para o enredo do dramaturgo inglês. Domando a megera, de William Shakespeare Petruchio, um aventureiro de Verona, decide se casar com Catarina, uma megera que aterroriza a sociedade da cidade de Pádua, onde vive com o pai, Batista Minola e a irmã mais nova, Bianca. Teatro do Vidigal (Rua Dr. Olinto de Magalhães, 16, fundos da Escola Municipal Almirante Tamandaré) Dias 7, 8, 9, 15, 16, 22, 23, 29 e 30 de outubro, 21h. - Entrada gratuita. Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 120 minutos.
FICHA TÉCNICA Texto Original: William Shakespeare Tradução e adaptação: Luís Paulo Corrêa e Castro Direção: Fernando Mello da Costa Elenco: Camilo Oliveira, Cida Costa, Eduardo Bastos, Gizela Mascarenhas, Hélio Rodrigues, Hugo Alves, Juliana Melo, Renata Grieco, Leo Bitencourt, Lorena Baesso, Luís Delfino, Melissa Arievo, Marcello Melo, Nino Batista, Paula Almeida, Renan Monteiro, Samuel Melo, Sandro Mattos, Tatiana Delfina e Vanessa de Aragão. Direção Musical e Música Original: Gabriel Moura Figurinos: Kika de Medina Cenografia: Fernando Mello da Costa Designer de luz: Renato Machado Preparação Corporal, Direção de Movimento e Coreografias: Márcia Rubin Técnica Vocal: Leila Mendes Instrutora de canto: Gabriela Geluda Instrutor de técnica circense: Rafael Senna Direção de Produção: Dani Carvalho
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Comunidades disputarão eliminatórias para a Taça das Favelas de 2016 Visando atender o maior número de jovens e comunidades possível, a Taça da Favelas terá uma novidade importante a partir da próxima edição. Assim como acontece na Copa do Mundo, as seleções das favelas terão que disputar uma eliminatória para garantir vaga na competição do ano que vem. Ao todo, serão 128 equipes jogando entre si no sistema de mata-mata. O campeão será premiado com R$ 3 mil e o passaporte para a Taça das Favelas 2016, junto com os outros 19 times mais bem colocados. Os jogos serão disputados entre os dias 1º de agosto e 4 de outubro, no Campo do Ceres, em Bangu. “As Eliminatórias nos dará a possibilidade de integrar ainda mais jovens e mais favelas ao nosso projeto, queremos dobrar o número de participantes da Taça das Favelas”, afirma Celso Athayde, fundador da Cufa (Central Única das Favelas) e idealizador da Taça das Favelas. A mudança ocorre por conta de uma demanda cada vez maior de favelas interessadas em participar do torneio, que já atende mais de 90 mil jovens de mais de 100 áreas distintas do Rio de Janeiro. Para se inscrever nas Eliminatórias, o representante da comunidade interessada deverá preencher um cadastro no site da organização (www.tacadasfavelas.com.br) até a próxima quarta-feira, dia 15.
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Festival “Terra do Rap” mistura culturas na Tijuca com artistas africanos que falam português O Rio de Janeiro possui uma ampla gama de variedades artísticas e culturais e será palco, mais uma vez, de grande representatividade cultural. Desde o dia 23 de novembro, rappers brasileiros e africanos estão reunidos na Tijuca, zona norte da cidade, para a terceira edição do festival Terra do Rap, que se encerra dia 26. Não por acaso, esse é o período em que se comemoram os dias da cultura hip hop e da consciência negra, e o evento terá outras ações além da música: oficinas, debates e mostras de filmes são algumas das atrações do Festival que tem a coordenação da Repprodutora – Ritmo e Poesia Produtora Artística, de Cleide Fonte e Vinicius Terra. Entre os destaques do evento está a homenagem à um dos maiores rappers nacionais: o paulistano Sabotage (1973-2003), realizada através de uma performance ao vivo com releituras de músicas do artista pelos rappers Alexandre Diaphra e BNegão com o acompanhamento de Donatinho no piano.
De acordo com Vinicius Terra, considerado por muitos o embaixador do rap lusófono no Brasil, o objetivo do festival é o intercâmbio de culturas com o continente africano: “Nos interessa pesquisar os sons nascidos nessa África que vai dos filhos de imigrantes que produzem cultura urbana no Complexo da Maré, em Realengo e no Catumbi, bairros cariocas, aos artistas brasileiros que exaltam os antepassados africanos em seus trabalhos, abrindo o diálogo com rappers de Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e os que buscaram oportunidades no mercado fonográfico em Portugal”. Ao todo, 16 artistas estarão envolvidos nas atividades e a entrada será gratuita para a maioria delas, com ingressos para os shows a preços populares: só R$ 1. O patrocínio é da Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. revista é nós - 11
Entenda as diferenças entre ser de E
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Esquerda ou ser de Direita na política
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EDITORIAL – REVISTA É NÓS Sinta-se convidado a descobrir o que de melhor acontece nas comunidades do Rio. A revista “É Nós” irá te levar o que de melhor acontece no cenário artístico e cultural das periferias da cidade maravilhosa. Aqui você irá encontrar gente que faz da sua arte instrumento para a construção de vidas melhores. A arte não se restringe à zona sul: as zonas norte, leste e oeste também contam com grandes intervenções artísticas que muitos não tem a oportunidade de conhecer e aqui na “É Nós”, você poderá acabar com a curiosidade. Nosso compromisso é com a propagação da cultura e ampliar a convivência com as diferentes manifestações culturais para que possamos viver em harmonia.
EXPEDIENTE Editor Editorial : Michel Fernandes Superintendentes: Marco Dobal Conselho Editorial: Tiê Leal
Tiê Leal
Marco Dobal
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