RIO
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6 JUNHO 2014 | Ed. 20 | R$ 9,90
Editora MA
O Rio sem sujeira
“O Rio de Janeiro continua lindo”, como está o processo de maquiagem da cidade, no ano dos grandes eventos. A culpa do lixo é da população ou do governo?
MAIS MULTAS POR MENOS LIXO
TRANSFORMANDO O LIXO EM ARTE
A medida de punir lixos domésticos, ainda Como reutilizar o lixo em objetos de decoraA medida de punir lixosestá domésticos, ainda está sob estudo, mas já provoca discussão donas deo casa. sob estudo, mas já provoca discussão ção,entre transformando inútil em algo útil. principalmente entre donas de casa.
Sumário Op i ni ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 3 Cons ci e n t i z açã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 4 Col un a d o L e i t o r . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 5 Comp o r t am e n t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 8
Editora MA Avenida das Américas, 3900 - Barra da Tijuca, RJ. Cep: 25320-39 Telefone: 3245-9087 Email: ma@preserve.com.br www.preserve.com.br
Rec i c l ag e m. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 9 Lei t or N o t a 1 0. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... 10
Diretor Responsável: Gilvan Nascimento
Editora de Arte: Mara Martins
Editora de Texto: Maracy Guimarães
Reportagem:
Beatriz Matos Carolina Santos Tatiane dos Santos
Diagramação:
Beatriz Matos Carolina Santos Tatiane dos Santos
Administrativo:
Faculdades Integradas Hélio Alonso
OPIN IÃO
Beatriz Matos Jornalista beatrizmatos@preserve.com.br
Em que Rio acordaremos amanhã?!
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uem vive na Cidade Maravilhosa, cartão postal do Brasil, sabe que por aqui as coisas não são bem assim. A cidade não se mostra tão maravilhosa assim para seus moradores, há falta de investimento na saúde, educação e segurança, enquanto o prefeito prefere investir no embelezamento da cidade para atrair turistas nos grandes eventos. Será que ele já se perguntou o que os cariocas querem?! O que é a nossa prioridade?! Porque de uma coisa eu tenho certeza, as prioridades dele estão totalmente invertidas. Na área de educação, o analfabetismo é assustador. Os índices, do Censo de 2010 do IBGE, apontam para 8% de analfabetos na cidade, um total de 147.549. Outro levantamento do IBGE classificou o Rio de Janeiro como o estado que menos investiu em saúde pública no país em 2013. O estado investiu apenas 7,2%, inferior a cota mínima de 12% prevista pela constituição. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, a violência cresce mês a mês. Comparando com os dados do ano passado houve um crescimento alarmante. Só em janeiro de 2014 foram 13.876 roubos e 17.284 furtos, um total de 76.238 ocorrências.
Com dados como esses, por que deste embelezamento da cidade? Será que os cariocas merecem apenas uma cidade mais bela?! Será para melhorar a qualidade de vida dos cariocas?! A resposta é uma só: NÃO. Tudo o que está acontecendo no Rio de Janeiro é, como dizem, “para inglês ver”. As mudanças constantes só estão ocorrendo por causa da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Ou tem alguém que acha que é por outro motivo?! É, sinto informar-lhes, que tem. Apesar de todos os transtornos que as obras intermináveis estão causando, algumas pessoas ainda apoiam e defendem o governo. Na página do prefeito Eduardo Paes, em meio a críticas, aparece também que “nenhum prefeito fez tanto quanto Eduardo Paz” (SIC). É deve ser outro prefeito por aí, porque o do Rio eu tenho certeza que não é. Diante de tantas mudanças na cidade é para desconfiar se quando acordarmos ainda estaremos no Rio de Janeiro, porque como as coisas estão poderemos acordar em um: Rio de lixo, Rio de obras, Rio de sangue. Cabe a cada carioca escolher o Rio de merecemos nas próximas eleições. E, sinceramente, espero que os cariocas façam diferente. Aos iludidos com o governo só tenho a minha pena como resposta. Arquivo / Glauco Cortez
Rio do contraste: A cidade dividida por uma zona de interesses.
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C ON SC IEN TIZA ÇÃ O
O Rio sem sujeira “O Rio de Janeiro continua lindo”, como está o processo de maquiagem da cidade, no ano dos grandes eventos. A culpa do lixo é da população ou do governo? A paralisação durou oito dias, os garis chegaram a receber ameaças de demissão em massa com ordem do governo municipal. Eles desejavam aumento de 50%, a prefeitura ofereceu apenas 9% de aumento em um acordo com o sindicato e a volta ao trabalho sob a pena de multa no valor de 25 mil reais. Os trabalhadores não se intimidaram e seguiram firmes na luta, acumulando apoio de grande parte da sociedade até o momento em que o novo acordo foi selado. Hoje, o salário final com benefícios é de R$1.540. A greve aconteceu nas vésperas do Carnaval, a festa que marca a imagem da cidade perante o mundo. Oito dias, foi número suficiente para torna a “cidade maravilhosa” em um verdadeiro lixão a céu aberto. Mas, por que teve tanto acúmulo de lixo? A conscientização é um passo fundamental para que não haja esse acúmulo. Nas ruas, é muito comum encontrarmos vários tipos de descartes localizados a poucos metros de uma lixeira. A falta de educação é o principal fator que faz a cidade ficar cada vez mais suja. O primeiro passo para reduzir a poluição ambiental deve ser dado por nós mesmos.
O Brasil que nós queremos Arquivo / Favela em Foco
Tatiane dos Santos Jornalista tatianesantos@preserve.com.br
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este ano, além de sediar grandes eventos, o Rio de Janeiro também está sendo marcado pelas greves dos garis e pelas multas do Programa Lixo Zero, que entrou em vigor na cidade, no dia 20 de agosto de 2013. O intuito é conscientizar a população sobre o descarte de lixo. Segundo Fernando Alves, coordenador do Programa, pelo menos 1.890 pessoas foram autuadas em 17 bairros, apenas no primeiro mês da instalação. As autuações ocorreram entre a zona sul e o centro da capital fluminense. O número poderá ter aumento significativo no mês da Copa do Mundo. Fernando afirma que entre as autuações, a maioria foi por descarte de pequenos resíduos, cuja multa é de R$ 157. Mas, afinal a punição é garantia de menos lixo na cidade? No Carnaval ocorreu paralisação dos garis. Eles foram para as ruas reivindicar aumento de salário, melhores condições de trabalho e outros benefícios. Foi uma dura negociação com êxito dos trabalhadores, que tiveram aumento de 37%, passando de R$ 802,57 para R$ 1.100. O vale alimentação teve acréscimo de 66% e foi de R$12 para R$20. Além disso, os garis receberam insalubridade de 40%.
O Japão é um dos países mais limpo e que mais recicla material no mundo, os cidadãos sabem separar os resíduos adequadamente. Reutilizar é a palavra mágica de folhetos distribuídos aos turistas que visitam o país. O material incentiva a compra consciente, adquirir apenas o que necessário, para evitar que seja descartado após o uso. Não existem garis no Japão. Os cidadãos japoneses seguem as normas de não jogar lixo nas ruas. A própria população é responsável por fazer mutirão de limpeza nas ruas, nos rios, entre outros. No Brasil, o gari tem a função de zelar pela limpeza pública, mas essa responsabilidade não se restringe apenas aos profissionais. Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, regulamentada em 2010, todos os cidadãos devem cuidar da limpeza pública. Diariamente há acúmulo de lixo em locais público como praças e praias. Além de provocar fortes odores há a proliferação de moscas e insetos ofensivos a saúde humana. Na tentativa de diminuir os prejuízos ao meio ambiente, o Programa Lixo Zero foi implantado no dia 20 de agosto de 2013, na Cidade do Rio de Janeiro. A iniciativa prevê a aplicação de multa para quem sujar a cidade. Vários fiscais se dividem em diferentes pontos do Rio de Janeiro, a fim de punir o descarte fora das lixeiras. Em fevereiro deste ano, o prefeito Eduardo Paes foi flagrado jogando uma maçã no chão. Após o “incidente” a autoridade pediu que fosse multado, como uma forma de se redimir pelo ato. O fato é que a prática de jogar lixos nas ruas se tornou cada vez mais comum e está bem longe de acabar.
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COLU N A DO LEITO R
Zero de Lixo? O Coordenador do Lixo Zero conversou com a REVISTA PRESERVE sobre as autuações desde o início do projeto
Arquivo / Manchete Atual
Tatiane dos Santos Jornalista tatianesantos@preserve.com.br
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Programa Lixo Zero tem como objetivo aplicar integralmente a Lei 3273, que já existe há 12 anos. A medida deseja que a população cuide melhor da cidade, conscientizando a todos sobre a importância de tratarmos o espaço público como uma extensão da nossa própria casa. Para entendermos melhor sobre as propostas e os benefícios do programa, Fernando Alves de Oliveira, coordenador do Programa Lixo Zero conversou com a Revista Preserve. Preserve – Como foi feita a escolha dos bairros para a implantação do Programa? E qual foi o local com maior número de infrações? Fernando - Nós escolhemos por prioridade aqueles que têm uma maior circulação de pessoas. Com o objetivo de propagar a ação do programa e irradiar pra toda a população da cidade do Rio de Janeiro, essa consciência de cuidar melhor da cidade. Sem dúvidas, o Centro da Cidade foi o local com maior número de infrações, foram 1.444 multas aplicadas e esse número vem crescendo. Preserve–Quais são os valores das multas e como são as classificações desta? Fernando - As multas variam de R$ 98,00 até R$ 3 mil para quem fizer descarte irregular de lixo nas áreas públicas. O valor das multas depende do tamanho do resíduo descartado fora das lixeiras. Os produtos menores ou iguais a uma lata de refrigerante geram o auto de infração com o custo de R$ 157. Os maiores que uma lata e menor 1m³ é de R$ 392 e maior que um 1m³ levam punição de R$
3 mil. Quem não recolher as fezes dos animais sofrerá a penalidade de R$ 98. Preserve – Há papeleiras suficientes para atender a população? Fernando – Tinham 30 mil antes do Lixo Zero começar. Já foram compradas e instaladas 44 mil papeleiras. Mas, a não existência de uma papeleira não justifica você jogar o lixo no chão. Você não tem uma papeleira na sua sala e nem por isso joga o seu lixo na sala. Como um programa, o Lixo Zero é uma ação permanente, não é projeto e nem operação. Para Fernando Alves, a continuidade poderá mudar a consciência do cidadão, e isso não ocorre do dia para a noite. Fernando Alves de Oliveira, Coordenador do Programa Lixo Zero.
Arquivo Pessoal
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Qual cidade
Editora MA
você prefere?
``A Cidade limpa não é aquela que mais se varre, mas é aquela que menos se suja.`` (Commam)
Faça a sua parte, colabore!
C O M P OR TA MENTO
Mais multas por menos lixo A medida de punir lixos domésticos, ainda está sob estudo, mas já provoca discussão principalmente entre donas de casa
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ecentemente, foi discutida a hipótese de multa para as pessoas que não separam o lixo em suas residências, desobedecendo às normas da coleta seletiva. Além desta ideia, outra medida está em discussão: a aplicação de tarifa de acordo com a quantidade de resíduos produzida nos lares. As penalidades ainda não foram adotas, mas já provoca discussão. Afinal, como será obrigatória à separação de tais, se nas ruas ainda não implantaram as novas lixeiras e o número de lixeiras convencionais não é suficiente? Considerando que se todas as pessoas levassem o próprio lixo para casa, deixaria a rua mais limpa e consequentemente aperfeiçoaria o processo de limpeza, como no Japão. Dessa forma, não seria necessária a adoção de multas com tarifas abusivas se os cidadãos fossem efetivamente limpos.
O que pensam as donas de casa? Marluce Sabino, é dona de casa e garante que se a medida fosse adotada, contribuiria. Segundo ela, a diminuição dos lixos por casa, ajudaria de forma mais eficaz o meio ambiente. Arquivo Pessoal
Cristiane Albuquerque, formada em Jornalismo e dona de casa, acredita que a coleta seletiva poderia favorecer e incentivar a reciclagem. Enquanto que a multa poderia estimular a compra consciente.
Faça a sua parte!!
Arquivo Pessoal
Conheça as cores da coleta seletiva: Azul: papel e papelão Vermelho: plástico Verde: vidro Amarelo: metal Preto: madeira Laranja: resíduos perigosos Branco: resíduos ambulatoriais e de serviço de saúde Roxo: resíduos radioativos Marrom: resíduos orgânicos Cinza: resíduos não recicláveis, misturados ou contaminados.
Claudia Souza, formada em Gestão de RH e dona de casa, afirma que para quem trabalha fora é difícil separar o lixo adequadamente devido a falta de tempo. Arquivo Pessoal
Carolina Santos Jornalista carolinasantos@preserve.com.br
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R ECICLAGEM
Transformando o lixo em arte
Como reutilizar o lixo em objetos de decoração, transformando o inútil em algo útil Carolina Santos Jornalista carolinasantos@preserve.com.br
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Arquivo / Reclicarte
abemos que a reciclagem é uma forma de diminuir o impacto de lixos acumulados sobre o meio ambiente. Quando há a separação de forma correta, chegam aos aterros e aos lixões apenas os rejeitos (restos de resíduos que não podem ser reaproveitáveis). Os outros resíduos poderão ser reaproveitados na própria casa virando fonte de renda para muitas pessoas. A Recicloteca – Centro de Informações sobre Reciclagem e Meio Ambiente - foi criada pela ONG Ecomarapendi. A iniciativa tem o objetivo de disseminar informações sobre reaproveitamento e reciclagem, promovendo a redução de lixo. No site é possível conferir trabalhos voluntários, dicas sobre o que fazer com o lixo doméstico, além de divulgações de verdadeiras obras de arte produzidas a partir de materiais recicláveis. Em breve, contará com oficinas e cursos visando utilizar o lixo como fonte de renda.
Como mágica: caixotes viram mesa de centro Você vai precisar: - 4 caixotes de madeira, daqueles usados para guardar frutas. - Lixas finas e grossas. - Verniz para madeira - Rodízios/Rodinhas - Uma placa fina de mdf para a base - Cola para madeira - Máquina para aparafusar
Fonte: http://www.recicloteca.org.br/
Como fazer: Lixe os caixotes com a lixa mais grossa, onde a madeira estiver mais danificada, em seguida lixe toda a caixa com a lixa mais fina para dar o acabamento. Depois de tirar o pó com um paninho é hora de envernizar a peça, se preferir pode pintá-la com tinta para madeira. Após deixar secar bem, cole os caixotes na base, eles devem ser posicionados com a parte aberta para fora, dessa maneira vai restar um pequeno espaço no meio, gosto da idéia de preencher esse espaço com rolhas de vinho ou se preferir pode colocar um vaso com flor. Não se esqueça de aparafusar as rodinhas ou pezinhos de madeira, que também podem ser colados. As laterais da mesa vão funcionar como uma mini estante decore-as com objetos, livros, revistas, entre outros.
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L e i t o r N o ta 10
Criatcividade Nossos leitores Samai e Leonardo Sabino tornaram
Arquivo pessoal
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casamento ocorreu na Praia de Itaipuaçu, em Maricá, em dezembro de 2013 e desde então o casal tem trabalhado na confecção de outros casamentos utilizando materiais recicláveis. Samai e Leonardo Sabino estudam Veterinária, e são adeptos a preservação da natureza. O casamento foi articulado de forma a reaproveitar caixotes de madeira deixados em feiras e supermercados, como forma de produzir o painel. Além disso, foram reaproveitados bambus e galhos de árvore seca, assim como todo tipo de garrafa. Todo material utilizado foi readaptado para compor posteriormente o lar do casal.Hoje, Samai e Leonardo tem como fonte de vida secundária a produção de evento em praias. Conte sua história de aproveitamento do lixo, envie sua mensagem para preserverio@preserve.com.br Beatriz Matos Jornalista beatrizmatos@preserve.com.br
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Leitor N ota 10
Reciclagem o casamento Ăşnico, moderno e barato
Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
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Sua pele com um toque de rosas
Mulheres modernas preferem a tradição