Maranduba, 1º de Abril de 2010
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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
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Ano I - Edição 04
Turismo:
Passeio de escuna na Maranduba
pg 03
Política:
Eleição do Conselho Tutelar acontece sem incidentes pg 05 Turismo Rural:
Alunos de Turismo visitam propriedade rural Dica de Turismo:
pg 06
Ruínas da Lagoinha: encantos e mistérios pg 08 Cachoeira Véu de Noiva é atração em meia a mata pg 09 Gente da Nossa História:
Pedro Bernardino, um homem de bem pg 10 Lenda:
A Mina de Ouro pg 11 Profissão:
Interruptor paralelo e intermediário pg 12 Cultura:
Rumo à Aparecida do Norte (Parte I) pg 13
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Jornal MARANDUBA News
Editorial
Cartas à Redação
Por ironia do destino, nos orgulhamos por ter produzido o primeiro site do Litoral Norte Paulista na Internet. Isso foi em 1996, época da jurássica internet discada com modem de 9600bps. Fomos assinantes do primeiro provedor de internet do Vale do Paraíba, a NetVale, a qual acessavamos no inacreditável modem 9600bps via interurbano para São José dos Campos. A primeira conta de telefone depois da internet eu nunca mais esqueci: 106 horas conectado. O valor? Quase dava para comprar uma linha telefonica. Naquele tempo a gente comprava e vendia linha telefonica, lembra? A velocidade de acesso foi aumentando. 14400bps, 28800bps, 56000bps, 112000bps... até que chegou a banda larga. Ah... O primeiro acesso ao Speedy a gente também nunca esquece! Conectado 24 horas por dia, 128kbps... 256kbps... 512kbps... 1 Mega!!! 2 Megas!!! Uau!!! Dowload rápidos, vídeo, musica, fotos, multimídia, upload eficiente, aumento do tráfego na rede, mais trabalho, mais conectividade, YouTube, Orkut, Skype, um mundo novo, que a apenas 15 anos seria inimaginável. Hoje, em pleno século 21 (já a uma década), voltamos para a Maranduba, e como nosso trabalho necessita de conexão banda larga com a internet, solicitamos uma linha com o Speedy para a Telefonica. - Não há disponibilidade - alega a atendente do irritante 10315. - Tem previsão? - suplico. - Infelizmente não. O Sr. terá que aguardar. Peço transferência de uma outra linha com Speedy já instalado na Maranduba, e até o momento, nada. Transfiro outra linha que tenho com Speedy para o novo endereço, e nada. Fica aqui uma questão. Porque a Telefonica investe tanto em propaganda na TV e em revistas oferecendo o Speedy, se quem realmente precisa do serviço não pode ser atendido. Não seria melhor investir em infraestrutura para atender a demanda. Não sou o único que necessita do serviço. Se a gente realmente pudesse escolher a companhia telefonica que instalaria o cabo em nossa porta acredito que seria diferente. Enquanto isso, como o pioneiro da internet no Litoral, faço meus acessos via Banda Larga 3G da OI e da Claro, que por sinal está funcionando muito bem. Emilio Campi Editor
Parabéns I Nós da Kauan Turismo, de São José do Rio Preto-SP, vimos através deste e-mail parabeniza-los pelo vosso jornal, tão simples e tão gostoso de ler. Estivemos em Maranduba com uma excursão em fevereiro de 2010 e li vosso jornal. Estivemos ai de 19 a 21/03 e pegamos novamente vosso jornal e achamos as matérias de uma simplicidade maravihosa, mas de uma seriedade fora do comum. Continuem denunciando como fizeram com Rio Lagoinha, porque voces são a arma da população. Queremos ressaltar que sempre que hospedamos nossos passageiros em Maranduba, ficamos nos chalés Agua do Mar, e o povo do Bairro é de uma atenção incrivel, principalmente a Neuza do mini mercado ao lado dos Chalés. Parabens à todos: editores, responsaveis, diretores, continuem nesta linhagem que o susseso já esta garantido. Grande abraço. Roberto Pirani Promotor de Viagens São José do Rio Preto-SP www.kauanturismo.com.br
Editado por:
Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.
Av. Paraná, 1085 - Indaiá - Caraguatatuba - SP Fones: (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563 - Nextel ID: 55*96*28016 e-mail: jornal@maranduba.com.br Site: www.jornalmaranduba.com.br Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: quinzenal Responsabilidade Editorial:
Emilio Campi Colaboradores:
Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues, Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo
Parabéns II Gostei muito de receber via email o Jornal Maranduba. Abraço. Ana Zita Ubatuba, SP Parabéns III Um único reparo: precisa ter política local independente. As coisas só mudam pela política. É minha opinião. Um forte abraço. Mauricio Moromizato Ubatuba, SP
Parabéns IV Adorei... parabéns pelo lindo trabalho... Continuem firmes e fortes... Maranduba merece.. Abraços a todos.. M. Angelica F. Caldas via e-mail Chico Romão Tá linda a história sobre Chico romão, mas teve um erro grave. Quanto a disposição dos filhos, a Bernadete está como filha morta e ela está viva, graças a Deus. E quando fala sobre o ultimo dia no hospital, que o papai sentou-se na varanda e estava vendo a neblina... que o tempo estava mudando e em seguida veio a falecer, está é uma visão que ele estava tendo dentro do hospital. Na verdade ele não estava na varanda. Isso foi uma graça de Deus, pois ele sempre pediu que não gostaria de falecer em hospital e assim ele se sentiu na varanda. Bel Dergam Sertão da Quina Estacionamento Cópia de carta enviada a Sr. Ezio / Sr. Luis Felipe Azevedo Prezados Senhores, Conforme contato telefônico com o Sr. Ezio na data de hoje venho por meio desta repetir minha reclamação em relação a perturbação sonora já efetuada pessoalmente na Ouvidoria em Jan/2010. Os Fatos: A Prefeitura veio na Praia de Maranduba em outubro/ 2002 (Prefeito Paulo Ramos) e construiu uma praça e estacionamento Zona Azul. Durante o dia a Prefeitura explora este estacionamento cobrando dos veículos automotivos. A noite este espaço fica
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completamente abandonado e vem sendo utilizado por veículos que possuem equipamentos profissionais de som em altíssimo volume até o amanhecer. Como foi a Prefeitura que construiu e que arrecada com este estacionamento solicito mais uma vez suas breves medidas no sentido de fechar o mesmo no período noturno (seja com correntes, vigias e/ou outros) ou entrega-lo para os moradores da região administra-lo. Visto que este estacionamento não traz benefício nenhum para a região e a noite se transforma (em fins de semana e temporada) em local de reunião de desocupados, bebados, drogados, point de motoqueiros e de veículos acima descritos, Local do estacionamento: Praia de Maranduba, anexo aos quiosques Eskizitinho e Joel na altura do 30 ao 150 Av. Tenente Manoel Barbosa da Silva - Em frente Posto BR Aproveito para inquerir a Prefeitura sobre uma prestação de contas dos recursos arrecadados e gerados por este estacionamento. Aguardo retorno, Belinda Goldberg via e-mail Amante da Maranduba Muito Legal a iniciativa, desta maneira posso ficar informado sobre a praia que mais adoro do Litoral Norte. Inclusive estou descendo e ficarei ate o dia 01/04. O site já está adicionado em meus favoritos. Tiago Almeida Campinas, SP Mande sua mensagem para jornal@maranduba.com.br
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Turismo: Passeio de escuna na baía da Maranduba EMILIO CAMPI Além da belezas naturais que a região Sul oferece, uma das atrações mais agradáveis são os passeios de escuna que partem da praia da Maranduba. A Lupamar Turismo oferece passeios todos os finais de semana e feriados em escuna com capacidade para 120 passageiros, com saídas as 11 e 13 horas. O roteiro compõe saida da praia da Maranduba (em frente ao Corpo de Bombeiros), parada na praia do Bonete, onde o turista pode apreciar a beleza da praia, praticar mergulho, ou fazer a trilha que leva a praia Grande do Bonete, um dos últimos redutos caiçara que preserva a tradição local. Após essa parada, a escuna navega para o ilhote da Maranduba, com sua linda vista para a orla dessa praia, retornando em seguida para o ponto de partida. A escuna possui serviço de bar, som ambiente e musica ao vivo (nos feriados prolongados), aluguel de equipamento de mergulho e é conduzida por marinheiro treinado com mais de 15 anos de experiência. O preço do passeio é de R$ 15,00 para maiores de 10 anos, R$ 10,00 para crianças de 5 a 10 anos e cortesia para os menores de 5 anos. Segundo o proprietário, Marcio Lopes de Almeida, mais conhecido como “Marcio Romão” (por ser neto do saudoso pescador Chico Romão, citado em materia na edião anterior), a Lupamar Turismo é uma empresa familiar, atuando a cerca de quatro anos no setor náutico. Como empresa familiar, o nome Lupamar foi composto pelas primeiras silabas de LUana (filha), PAtricia (esposa) e Maria Clara (filha).
Fotos: Divulgação
Escuna parte da Maranduba com destino a Praia do Bonete (abaixo). O passeio oferece cenários encantadores e natureza exuberante
A Lupamar Turismo também oferece serviço de fretamento para pescarias, passeios e confraternizações, oferecendo como sugestão roteiros que abrangem a Ilha Vitória, Ilha de Búzios e Ilhabela.
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Vamos falar sobre turismo III FERNANDO PEDREIRA Como dissemos iremos expor aqui todos os projetos que desenvolvemos do PDTR PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO RECEPTIVO. Lembrando que o Circuito Litoral Norte está retomando as ações agora em Março e realmente é uma boa para qualquer empresário, não sei se ainda dá para se inscrever, mas basta contatar com a Associação Comercial de Ubatuba ACIU para saber. O Circuito nada mais é que o PDTR, porém de forma regional, englobando as quatro Cidades do Litoral Norte e está recebendo apoio financeiro de Quatro Milhões de Reais, sendo Um Milhão somente para Ubatuba, esta verba destinase a dar Capacitação e apoio aos empresários através de Consultorias Especializadas de Técnicos do Sebrae. O segundo projeto que desenvolvemos foi o de SENSIBILIZAÇÃO DAS ESCOLAS. Apesar das informações que a Secretaria da Educação jamais abriria as portas para nossos projetos, fomos procu-
rá-los e lá foi tudo muito diferente, a receptividade foi excelente e chegamos até a fazer duas Oficinas com Diretores (as) e Coordenadores (as) da Rede Municipal de Ensino de Ubatuba. Numa das reuniões havia 41 pessoas. Começamos a desenvolver duas Cartilhas que seriam introduzidas nas salas de aula, porém como tudo nada virou. Veja o Objetivo Geral: Sensibilizar e conscientizar a comunidade escolar da importância do turismo sustentável (ambiental, social e econômica) para o município de Ubatuba, objetivando o envolvimento e integração dos mesmos no desenvolvimento ordenado do segmento (reforço na construção de cidadania) assim como a formação de multiplicadores dos conceitos referentes ao turismo responsável. Desenvolver projeto pedagógico junto a alunos e professores da rede pública. Todo o projeto, bem como algumas atas e esboço das cartilhas iremos disponibilizar no site. ( não deixem de ver, somente assim Você poderá
Regional Sul realiza mutirão A Administração Regional Sul vem fazendo uma série de serviços visando a melhoria dos bairros da região Sul de Ubatuba. Na última quinzena foi realizado serviço de limpeza, tapaburacos e capina no bairro da Lagoinha, inclusive a limpeza das ruínas para evento a ser realizado durante a Semana Santa. Outros bairros que estão recebendo os serviços é a SAMOLA e Vila Santana, que recebeu parte do asfalto antigo retirado
da margem da rodovia SP-55. Segundo o adminstrado da Regional Sul, Moralino Valim Coelho, esse asfalto foi retirado com a autorização do Eng. Luiz Fernando, do DER, e tem sido de grande valia para restaurar as vias da região. Segundo Moralino, os serviços terão continuidade nos demais bairro, porém para agilizar os trabalhos ele está aguardando a liberação de mais veículos da Adminstração Municipal para manter a região sul em perfeito estado de conservação.
avaliar o que perdemos e o que poderíamos ser já no dia de hoje). Mas antes de nos despedirmos vamos contar mais umas historinhas estarrecedoras. Ainda no Conselho Municipal de Turismo, deparamos com a notícia que iria ser votada na Câmara a extinção da zona azul, como tínhamos como objetivo e obrigação conforme estatuto concretizar o Fundo Municipal de Turismo, sugerimos que enviássemos para a Câmara um adiamento da votação para que discutíssemos no Conselho a viabilidade desse numerário ser destinado ao fundo, recebemos como resposta um não do tamanho da Maranduba. Foi uma pressão e tanto. Nossas primeiras propostas para serem discutidas no Conselho foram: a) Normatização dos Meios de Hospedagem b) Normatização dos Meios de Transportes Coletivos de Turismo c) Normatização e Quantificação dos Ambulantes. Como podem perceber até ontem...
Cartilha da oficina de sensibilização do PDTR em Ubatuba
Cadela “Tetê” amamenta gatinhos no Boêmio Foto: Emilio Campi
Cadela Tetê adota e amamenta filhotes de gatos abandonados. A mãe natureza aflora o instinto materno para preservação dos animais.
Uma cena inusitada chama a atenção de quem visita o quiosque Boêmio Bar, na Maranduba. Uma cadela amamenta vários gatinhos e trataos como filhotes. Segundo Salete Piza, “a Tetê vem fazendo isso há tempos, pois basta aparecer filhotes de gatos abandonbados que ela ‘adota’ e passa a alimentá-los sistematicamente”. Como podemos perceber, a mãe natureza faz aflorar o verdadeiro instinto materno quando mais se precisa dele.
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Eleição do Conselho Tutelar acontece sem maiores incidentes No último domingo, 28, foi realizado as eleições para a escolha dos cinco membros do Conselho Tutelar triênio para o 2010/2013. Apesar de reclamações sobre o transporte de eleitores para o conselho, a eleição transcorreu Foram eleitos Iramaia Antunes de Oliveira Santos (374 votos), Edineia Renata de Souza (323 votos), Rute Ribeiro de Campos (308 votos), Ronaldo Rodrigues S. de Souza (290 votos) e Solange Teixeira da Silva Ribeiro (247 votos). Nesta eleição participaram cerca de 3.129 eleitores. Este ano o numero de eleitores que foram as urnas surpreendeu os candidatos e a Comissão Especial das eleições para escolha dos membros do Conselho Tutelar, já que tratase de uma eleição que não é obrigatória.Os novos conselheiros tomaram posse na terça, 30, na Secretaria Municipal de Educação. O numero expressivo de votantes se deu pela descentralização dos locais de votação.
A importância do Conselho Tutelar O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que em cada Município haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar composto de cinco membros, escolhidos pela comunidade, para um mandato de três anos. Os candidatos devem ter reconhecida idoneidade moral, residir no Município e ter idade superior a vinte e um anos. O Conselho é um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, integrante do conjunto de instituições brasileiras, sujeito e subordinado ao ordenamento jurídico do país e que, em suas decisões, tem autonomia para desempenhar as atribuições que lhe são confiadas pelo Estatuto Federal que o instituiu. A função principal do Conselho Tutelar consiste na fiscalização do cumprimento dos direitos previstos no ECA. Seus membros são os principais responsáveis para fazer valer esses direitos e dar os encaminhamentos necessários
para a solução dos problemas referentes à infância e à adolescência. Também deve ser consultado na elaboração da proposta orçamentária, já que o Executivo e o Legislativo não podem argumentar que des-
frutam do poder discricionário, pois quando exercitam os princípios da conveniência e oportunidade, devem adotar o princípio da prioridade absoluta, como dispõe a Constituição e o Estatuto.
Ao Conselho Tutelar são encaminhados os problemas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão que tenham como vítimas as crianças e os adolescentes. Quando recebe uma denúncia, passa a acompanhar o caso para definir a melhor forma de resolver o problema. Podemos citar exemplos de quando o Conselho deve ser procurado: quando os pais de uma criança ou adolescente não encontram vagas para os seus filhos na escola; quando uma criança ou adolescente não estiver recebendo o tratamento de saúde que estiver necessitando, etc. Nesses casos, o Conselho requisita os serviços públicos para atender as necessidades. A requisição não pode ser entendida como mera solicitação. Estamos diante de uma determinação, para que o serviço público execute o atendimento. Na falta de providência, o Conselho deve encaminhar o caso ao Ministério Público, que adotará as providencias jurídicas necessárias.
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Alunos de Turismo visitam propriedade rural na Região Sul EZEQUIEL DOS SANTOS Alunos do curso de Turismo da Escola Tancredo Neves, Centro, visitaram na tarde do último dia 28 o Sitio Recanto da Paz no bairro do Araribá. A visita, que é parte da programação pedagógica ministrado pelo professor Edson Chagas, tem como finalidade a preparação dos alunos em articular e conhecer as várias vertentes do turismo, com isto engrandece o conhecimento prático dos futuros profissionais da área. Na propriedade foram abordados temas como a didática da implantação do Turismo Rural na região desde o descobrimento do Brasil, o histórico da localidade e a importância da parceria dos trabalhos com as agências de tecnologias e de extensão rural. A manutenção do meio ambiente aliada ao respeito às culturas e tradições também foram temas importantes. Como parte das atividades de turismo rural, foram convidados alguns moradores a apresentar seus trabalhos, foi montada uma mesa especifica dos produtos da região, desde artesanato a sorvete de gengibre, passando pelos deliciosos doces as flores tropicais, sem esquecer o rico artesanato local a dança country realizada por meninos e meninas da localidade. Tudo isto se remete aos áureos tempos das grandes produções, porém a atividade atualmente é otimizada por novas metodologias e procedimentos, grande parte em fase de transição agroecológica, que provem maior valor agregado aos produtos e ao turismo propriamente dito como também melhorar a qualidade do meio ambiente.
Fotos: Emilio Campi
Professores e alunos do curso de Turismo do Tancredo degustam o resultado da atividade da agricultura familiar dentro do turismo rural
Vale lembrar de que a proposta de turismo para o litoral paulista é viável e de quase exclusividade, já que é possível desenvolver atividades que possam render financeiramente o ano todo, além da buscar a valorização do etnoconhecimento e dos processos que formaram a região. A região ainda é rica na diversidade pluriétnica e mantém, mesmo que de forma tímida, a identidade da formação deste território brasileiro, são quilombos, indígenas e moradores tradicionais que começam a entender e a mensurar seus valores. A visita, considerada positiva, tende a estreitar os laços entre os
“operadores” do real turismo, aquele que pauta pela sóciosustentabilidade, o que é bom para todos, principalmente a aqueles que foram considerados criminosos e que na realidade transmitiram apenas o seu rico conhecimento e com isto, seja qual for à atividade de turismo, devemos toda a nossa gratidão pela insistência em manter o seu conhecimento. Para moradores, turistas e usuários dos roteiros turísticos a região precisa é que cada vez mais profissionais se capacitem para a demanda presente e futura, e que, a comunidade em geral deseja muita sorte e sucesso aos
novos profissionais, que pelo visto buscam maior equilíbrio e responsabilidade na transmissão das atividades de turismo, do etnoconhecimento e da tradição oral.
Gengibre: planta ideal para o cultivo no Litoral Norte Paulista e é a base de vários produtos do agronegócio do Sítio Recanto da Paz, no Araribá
Quilombo Caçandoca apresentou artesanato tradicional que foi muito apreciado pelos visitantes
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Moradores do Araribá e Vila Santana transitam no escuro em pleno século XXI EZEQUIEL DOS SANTOS Moradores do bairro do Araribá e Vila Santana encontramse indignados com a situação em que se encontra o trecho da estrada municipal do Araribá que liga os dois bairros. É que há vários anos moradores buscaram na prefeitura municipal uma resposta sobre a implantação de luminárias públicas para o local. Não é difícil encontrar trabalhadores e estudantes que utilizam o trecho à noite descontentes com a situação, muitos deles descrevem situações constrangedoras e de risco que passaram por transitarem no escuro. Moradores informam que até agressões já ocorreram por tratar-se de um local abandonado. O trecho em questão não tem mais de cem metros e que, segundo moradores três ou quatro luminárias seriam o suficiente para amenizar a situação. O problema não é novo e não são só neste local, vários outros bairros reclamam a mesma situação. Para a moradora Juraci Maria da Vila Santana, “o pior ainda é nos dias de chuva, que tendo uma luz não é tão difícil passar pelo lugar”. Vários foram às solicitações a prefeitura para que implante as luminárias públicas na localidade.
Foto: Emilio Campi
Comunidades reivindicam iluminação publica em local de grande movimentação de trabalhadores, estudantes e moradores
Em contato com a concessionária de energia elétrica, ela informa de que a responsabilidade é da prefeitura e que a concessionária apenas implanta extensão de rede onde não tem, desde que os locais estejam legalizados, a ligação de padrões, a manutenção da rede, implantação de programas estaduais e federais como o Luz Para Todos. A concessionária informa ainda que vários outros serviços foram terceirizados, mas só são executados através da concessionária. Com a escuridão em que se encontram o local, moradores temem que aconteçam assaltos, estupros e até assassinatos, com este
problema muitos tem de fazer uma grande volta buscando trechos mais seguros. A iluminação pública no Brasil já é considerada parte dos processos que visam melhorar as condições da segurança pública, basta fazer um comparativo entre um local bem iluminado e outro com deficiência de iluminação para perceber os problemas e os constrangimentos de que passam seus moradores. Enquanto a questão não é resolvida, os contribuintes se viram como podem e vivem na eminência de sofrer algum dano, seja material, físico ou psicológico. Neste meio tempo, infelizmente, o que todos podem fazer é aguardar.
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Curva ou Cruzamento? Perigo na Avenida do Engenho
Foto: Emilio Campi
A curva que liga a Av. do Engenho com a Estrada Fujio Iwai, também recebe acesso da Rua Cabo Luiz Gomes de Quevedo e tem preocupado moradores devido ao grande perigo que oferece. Segundo o morador Jean Giraud, vários acidentes ocorrem nesta confluência de vias. “O ideal seria a colocação de lombadas ou uma sinalização eficiente para evitar futuros acidentes”, declara o morador.
Devido a falta de sinalização, fica confuso saber de quem é a preferencial já que as três vias formam um cruzamento, onde duas delas são asfaltadas, e uma de terra. SINALIZAÇÃO Consultado, o administrador da Regional Sul, Moralino Valim Coelho se prontificou a solicitar junto ao Departamento Municipal de Trânsito que faça a sinalização correta no local para evitar acidentes.
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Ruínas da Lagoinha: encantos e mistérios num só lugar EZEQUIEL DOS SANTOS Muito além da beleza, muito além da história e muito além do mistério, assim foi à fazenda da Lagoinha que mantém ainda de pé um conjunto de patrimônio histórico, arquitetônico e natural mais próximo às pessoas e preservado da região. Pela rodovia se vê ainda os pilares (construídas com conchas moídas e óleo de baleia) do que sobrou da primeira fábrica de vidros da América Latina, a frente uma praia onde até os bois da fazenda passeavam tranquilamente, do lado oposto ainda imponente, as ruínas da Casa Sede da Fazenda e em seu contexto poços, trilhas, fauna, flora e cachoeiras de tirar o fôlego. Se as ruínas contassem às histórias que já viveram daria centenas de livros, então vamos ao que conhecemos. As ruínas pertenciam à família do Capitão Romualdo e que eram produtoras de café e cana de açúcar. Para engarrafar a cachaça foi então construída a fabrica de vidros, que na realidade era para produzir garrafas. Existem ainda trechos e objetos deixados pelos antigos moradores como vestígios de rocas por toda a sua extensão . As janelas e suas venezianas eram as primeiras da região a abrirem para fora, o vidro teria de ser mostrado aos outros, era chique vidro nas janelas. Ao lado um sistema de abastecimento de água que atendiam as necessidades da Sede. Para quem chega à localidade não imagina de que sua várzea foi muito produtiva. De onde será que vinham as pedras que construíram as grandes paredes, é que nosso visitante não foi ä trilha que leva a cachoeira do véu de noiva, aquela que dá
Fotos: Emilio Campi
As janelas e venezianas eram as primeiras da região a abrirem para fora, pois era chique mostrar o vidro para ver da rodovia na subida da Lagoinha para a Praia Dura. Ao fundo da sede, existem muitos lugares que foram transformados por conta das necessidades as época, alguns pontos são dotados de muitos mistérios, como por exemplo, a caverna que tem acesso por baixo da trilha, percebe-se que ela já teve muito espaço e hoje só passa uma pessoa por vez, mas por questão de segurança é bom apenas apreciar e tentar entender. O trecho até a cachoeira da fazenda é considerado fácil moderado e não leva uma hora para percorrer todo o local, a cada 20 metros tem um poço cada qual com sua particularidade, um convite irrecusável para um relaxante e energizante banho. A trilha começa na rua que leva as ruínas, começa por baixo de um portal de madeira, passa pela estru-
tura de filtragem e limpeza de água da Sabesp e não é difícil de encontrar cobras no local. Suas águas transparentes parecem vidros (claro que não os feitos na fazenda), nas laterais do rio existem muitos vestígios de construções antigas, pedaços de paredes, tijolos assentados no meio do rio, árvores frutíferas centenárias, vestígios de roças, troncos de árvores retorcidas por conta das águas e do solo rochoso, tudo isto e muito mais nos remetem a entender como viviam os antigos habitantes. Sabemos que pelo menos as belezas naturais eram muito bem desfrutadas, mesmo que por regras estranhas para nós, as madames tomavam banho sempre acima dos homens, estes só depois que as águas do banho das mulheres passassem por eles. Toda esta magia
é mostrada também através da biodiversidade do local, a quantidade árvores como Coração de Nego (Araçarana Vermelha), Guacá, Bacupari, Bocabixaba, Guacá de Remo, Maracujá de trepadeira, Coco Pati, Jabucatiba mostra também a quantidade de animais que freqüentam o lugar, que
por vezes nos surpreendem com sua rápida visita. As bromélias e orquídeas também dão um espetáculo à parte. A chegada à cachoeira principal e como se estivéssemos próximo a um quadro gigante, olhando ela num todo é fácil descobrir porque a chamam de véu de noiva.
bromélias e orquídeas são um espetáculo à parte
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Cachoeira Véu de Noiva é atração em meio a Mata Atlântica A sua frente é percebida a mudança de temperatura, parece que você esta na frente de um ar condicionado, difícil é descobrir o melhor ângulo para uma foto, temos que fazer um esforço para levantar o pescoço, são cerca de 50 metros de águas caindo suavemente pela rocha, da a vontade de abrir os braços e abraçar a pedra, dando a entender de que tomamos um ducha gigante, massageando nosso corpo. Tudo é tão belo que parece um capricho colocada por mãos divinas. O local merece bastante tempo para um bom descanso, lugar ótimo para esquecer das preocupações cotidianas, ao redor as particularidades da floresta encantam. Subindo um pequeno paredão, logo acima da cachoeira ainda existe outra pequena queda e um poço fundo para mais um relaxante mergulho. Durante o trajeto não foi difícil encontrar plásticos, meias, garrafas e papéis as suas margens. Irritado com a irresponsabilidade dos visitantes ao local, o Técnico em Turismo Rural Fábio de Souza, 35, desabafa: Se existe a necessidade de levar mantimentos,
Foto: Ezequiel dos Santos
Fábio de Souza, técnico em Turismo Rura, aponta para a grandiosidade da cachoeira véu de noiva, na Lagoinha equipamentos e alimentação ao lugar, existe uma maior necessidade de levá-lo de volta,
A natureza ainda permanece intocada: que continue assim!
a floresta não necessita disto para viver, cada um deve fazer a sua parte, comenta. Fábio nasceu nas proximidades e freqüenta o local desde pequeno e nos informa ainda da existência de vários fornos de carvão nas montanhas que rodeiam a sede da fazenda e de até animais raros como a lebre. Conhecedor da fauna e flora da localidade, ele aponta as varias árvores e flores, algumas que nascem apenas ali, que completam este maravilhosa visita a cachoeira Véu de noiva na Lagoinha. A trilha ainda leva a outra região, como os bairros do Sertão do Ingá e do Corcovado.
Vale lembrar de que as pedras são perigosas e merecem muita atenção, quando chove, aquelas passageiras, todas as pedras ficam muito lisas, aumentando a possibilidade de um acidente, e por falar em pedra, o local ainda possui um tipo raro de pedra, a pedra ferro. Não raro a visão de pegadas de pequenos animais como paca nas areias cristalinas e limpas das margens do rio. Todas as quedas, pequenas ou grandes, deixam as águas branquinhas, assim como o açúcar refinado, que na época da fazenda era colocado em um saquinho e escondido entre as roupas como se fossem perfumes caros que não podiam
gastar, davam dulçor à roupa, isto também era chique. A cada minuto vemos algo diferente, porem a água continua limpa, cristalina e fria, na parte de cima vemos pequenos viventes coladas as pedras que só existem em locais de extrema conservação e pureza e para que continuem assim devemos cuidar e educar. É fundamental saber que muitas medidas têm de serem seguidas, principalmente no quesito segurança e proteção do patrimônio a ser visitado, que assim como nos, muitos visitantes também querem ter este privilegio, para isto devemos cuidar e respeitar cada espaço.
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Gente da nossa história: EZEQUIEL DOS SANTOS “Bom dia comadre! Vai pra Caraguá? E Então trás pra mim filé minhão (filé mignon), sapatos novos, um quarto de fazenda de Casemira Aurora (pano mais caro da época), sorvete e bastante dinheiro.” Era dessa forma, brincalhona que Pedro Bernardino de Amorim costumava brincar com quem passava em frente a sua casa a esperar a condução para ir a cidade vizinha. O primeiro choro de Pedro Bernardino de Amorim aconteceu na maranduba em 05 de julho de 1909, nasceu numa típica casa caiçara, cercada de mata e de culturas de ano inteiro. Pedro não era muito ligado ao mar como o amigo Chico Romão, mas tinha um estreito laço com a roça, com a agricultura, do que sempre sobreviveu. Na época, mesmo não havendo grau de parentesco, todos tinham um grande respeito pelos mais velhos e com ele não foi diferente, carinhosamente o chamavam de Tio Pedro Amorim. Não diferente também eram os apelidos dos homens da casa, muitos tinham apelidos de bichos conhecidos da mata atlântica e o dele era “Zampiu”, uma ave da região. Era um homem determinado, sem preguiça, que realmente gostava do que fazia, sua visão empreendedora passava dos limites capitalistas, pois para ele antes do dinheiro vinha o ser humano, sua família. Pedro sempre foi muito alegre, porém por conta da ganância alheia esta alegria foi sumindo até que lhe pregaram uma peça, que foi fatal. Em tempos de trabalho duro, Pedro Bernardino era homem de bem, sempre tinha uma solução pacífica pra tudo. Filho de Bernardino de Amorim e de Benedita Isaias da Conceição, agricultores humildes, como todos da época, também nasceram e viveram nesta região da caça, da pesca e principalmente da agricultura. Diziam os amigos que ele era alegre como Emidio Luiz de Deus, trabalhador como João Rosa, destemido como Chico Romão, seresteiro como Manoel Hilário e sarrista como Virgilio Lopes. Casou-se com Lurdes Cesário do Prado Amorim e com ela tiveram onze filhos: os falecidos Benedito e João e os demais Benedito (de novo), Pedro, Izabel, José, Sebastião, Ber-
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Pedro Bernardino, um homem de bem
nardo, Antonio, Maria e José. Lurdes também era de família de agricultores. Como todos na época, começou cedo a lida na terra, pois era dela que tiravam o sustento e mantinham sua cultura, em suas terras se plantavam de tudo. Sua casa era de pau-a-pique em cima do morro onde hoje é o inicio da estrada do Araribá, a casa mais próxima era a do compadre Joaquim Vieira, mais conhecido como Joaquim “Cantoneiro”, que era funcionário do DER. Na casa de Joaquim todos iam lavar os pés para pegar o ônibus para a cidade. Atrás do caminho havia um caminho ainda do período dos primeiros colonizadores, na sua entrada uma porteira, onde dá acesso ao Costão, passando pelo Sitio Recanto da Paz, subindo pela antiga propriedade do João Apolinário (uma das vistas mais bonitas da região), dali avistam todo o Sertão das Piabas, Araribá, Maranduba e o Morro do Botujuru (boca do monte, bocaina, garganta da serra). Atrás da casa de Apolinário havia uma bica de águas cristalinas, que corriam direto da cachoeira, era um platô natural e em seguida passava a propriedade de Antonio Gonçalves (Sítio Lama Mole), beirando o Bananal do Sr. Arnaldo até a propriedade do Dito Gil, passando o rio, chegavam às propriedades de Celestino Amaro de Oliveira, Manoel Cesário do Prado, Salvador e Sebastião Jesuíno e do Benedito Peixoto onde tem seu término no Rio Araribá. Por conta dos enormes bananais, Pedro tinha muitas responsabilidades, era ele que organizava a compra e a venda das produções, seus compadres e amigos carregavam toneladas de bananas nas costas até a porteira que tinha na entrada do caminho, nesta época só um homem possui cafezal, era o compadre Mane Cezario. Na ocasião o caminho era o único elo entre as propriedades e a estrada. A única coisa que faziam estas pessoas pararem de trabalhar era a chegada da Folia de Reis, principalmente a Pedro Bernardino de Amorim que era devoto de Nossa Senhora Aparecida. Era ele que todos os anos quando podia, alugava um caminhão pau-dearara para levar à família e amigos à cidade de Aparecida. Nesta época de
Pedro Bernardino em Aparecida
ouro da banana, era capataz de uma fazenda de bananas que ia de partes do Araribá até a Maranduba, porém em sua propriedade nunca deixava de cultivar alguma coisa. Hoje ao lado da estrada Fujio Iwai existe o que sobrou de um imponente alambique, lá também era de responsabilidade de Pedro Bernardino. Sonhador, era esguio, sorridente e trabalhador, seu coração era maior que ele, relembra os mais antigos, pois muita gente hoje tem família graças aos empregos que ele dava nos bananais, ele sempre conseguia algum emprego para quem precisava. Na região também colhia de quase tudo, eram toneladas de mercadorias que passavam por suas mãos, era Pedro que pagava os camaradas e ninguém reclamava, todos recebiam direitinho. No caso de doença ou de precisão ia ele fazer um vale ou até mesmo emprestar algum dinheiro para que o camarada não ficasse a margem da situação. Pedro com toda esta responsabilidade sentiu a necessidade de melhor o escoamento da produção, com isto estudou uma forma de construir uma estrada para facilitar o serviço. O local próximo onde ele morava era um taboal imenso, onde as mulheres as utilizavam para fazer esteiras, no local havia
muita água. Pedro saiu da sua casa no morro que lá existia para que a terra fosse retirada a fim de dar inicio a estrada, com o aterro o acesso foi tomando forma, muita gente veio ver a grande obra no taboal, muito conhecido não foi difícil conseguir uma máquina para adiantar o serviço, pois havia o grande interesse dos compradores de mercadorias da época. Saindo dali tratou de erguer outra casa, ao mesmo tempo em que erguia a casa ele balizava o local aonde seria a estrada, seu primo Antonio Cruz de Amorim contava que eram utilizados sacos de açúcar e outros panos para o balizamento. Antonio colaborou neste trabalho. O trecho foi realizado em etapas e aproximadamente em meados dos anos sessenta ela por fim estava terminada. A supervalorização das terras dos antigos moradores, a especulação imobiliária e o cartel da “grilagem” oficial e não oficial, a simplicidade e o desconhecimento da leitura fizeram com que muitos conflitos de terras acontecessem na região, da Caçandoca até a Tabatinga, com Pedro Bernardino não foi diferente. Os conflitos, as tentativas de subtração de seus bens fizeram com que as compras diminuíssem. Pedro se manteve forte em suas terras, enfrentou vários processos judiciais e foi ganhando todos, para sustentar os filhos teve de abandonar os bananais e tirar estacas na mata para vender, muitas vezes só saia com o café da manhã, trabalhava o dia inteiro, voltava para casa com fome e não desanimava. Jose Amorim, seu penúltimo filho conta que se lembra como se fosse hoje: “Papai já andava triste demais, e num certo sábado e eu percebi meu pai inquieto e preocupado, pois na segunda próxima ele teria de depor novamente sobre as terras que tinha herdado de seus antepassados. Papai dizia que o dinheiro agora não valia nada, não dava para nada, tanta coisa para pagar e o dinheiro não vale mais nada, o importante e ter a terra, ela sim tem muito valor”, termina o filho. Contam que Pedro cansado, depois de uma manhã inteira tirando estacas na mata para vender aos japoneses, pegou uma sacola e foi fazer compras na Maranduba, no armazém do Ângelo Zacarias, por volta das
quatro horas da tarde, na vinda para o Araribá o acompanhava o amigo Benjamim da Caçandoca, do outro lado da Rodovia Rio – Santos (ainda de terra) o Joaquim Vieira (treinador do time de futebol da Maranduba), ali nas proximidades da casa do Avelino, foi quando uns cem metros atrás de Pedro, vinha em alta velocidade um carro vermelho, um Dodge Dart, avançou e atropelou apenas Pedro, o Benjamim ficou em estado de choque pois estava colado ao Pedro. Pedro foi airado longe e no desespero ninguém consegui anotar a placa do carro. Seu Avelino contava que o camarada que atropelou, parou um pouco a frente de Pedro, colocou a cabeça para o lado de fora e soltou uma gargalhada. Pedro tinha ainda nas mãos as balas que levaria a filha mais nova Izabel. Um senhor desconhecido que passava pela estrada rapidamente o socorreu, levando Pedro a Santa Casa de Caraguatatuba. Á noite a notícia, Pedro não suportou a tantos ferimentos e havia partido, era 1972. Sem Pedro a família perdeu as terras, os costumes, as tradições, a cultura, a terra para a família tinha outro valor, não o financeiro. Pedro ainda havia trabalhado em uma olaria tocado a burro que fornecia tijolos e telhas a capital. Teve um alambique em parceria com o Mesquita, era homem brincalhão, homem que não media esforços para ajudar, cansou de buscar remédios em Caraguatatuba para os outros pagos com seu dinheiro. Pedro ainda havia tentado montar um armazém em sua casa, existiam mantimentos inéditos para a época, como as sacolas de náilon, lingüiça defumada, melancia e lanternas. Pedro também havia achado pedaços de vasos, ferramentas de pedra e muito carvão enterrado onde hoje se encontram as casas dos Gil. Pedro Bernardino se foi, deixa saudades até hoje quando de fala de Tio Pedro Amorim, principalmente em saber da forma que ele foi, pois era um homem de bem e que tinha muita coisa para ensinar e muitos sorrisos ainda para oferecer. Seu nome figura na estrada Municipal do Araribá, infelizmente não tem uma placa em respeito a sua vida e o que ele representou para a toda uma geração foi testemunha da vida de um homem de bem.
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Lenda: A Mina de Ouro Em vista dos misteriosos fatos contidos em minha narrativa anterior, ninguém mais se atrevia aproximar-se do “Pico Encantado”. Muitos anos depois do desaparecimento de frei Bartolomeu, o capitão Manoel Fernandes Corrêa instalou uma belíssima fazenda na Praia Dura. Um dia, Alice, filha única do capitão Corrêa, saiu à caça nas proximidades. Vendo-se só, longe da vista severa do pai, admirando o cenário belíssimo que se deparava aos seus olhos virgens de tanta maravilha, embrenhou-se incautamente pela mata. Súbito, um medo vago e inexplicável percorreu aquele corpo misto de anjo e de mulher. Quis voltar mas compreendeu que estava perdida. Correu, gritou, sentiu faltarem-lhe as forças, e espinhos aduncos rasgaram-lhe as carnes alabastrinas. Um último esforço e caiu desfalecida. Ao cair da noite, quando o sino melancólico da fazenda chamava do eito os escravos para a ceia, era indescritível o desespero do capitão Corrêa pelo desaparecimento da filha. Mandou reunir a turba negra e, pela primeira vez suplicante e dócil, o impiedoso senhor proclamou que daria liberdade imediata ao servo que lhe trouxesse, com a maior rapidez possível, sua querida Alice. Nenhum crédito deram os escravos àquelas palavras brotadas de um coração empedernido, momentaneamente compungido com o desaparecimento da filha, mas a adoração que dedicavam a Alice - angelical e bondosa criatura - fez daqueles homens exaustos umas feras bravias.
Sem tomar alimento algum cada qual partiu para um lado, sem esperança de recompensa, mas querendo ser o primeiro a beijar a mão da “Nina Alice”. Pedro, um escravo robusto, forte, parou repentinamente na corrida em que ia. Sua idéia embrutecida vagueou procurando recordar-se da companheira amada e de uma filhinha de dois anos de idade, que o impiedoso capitão vendera, por castigo! Quis esconder-se e voltar no dia seguinte “sem notícias de nina Alice”, mas... - Alice! - esse nome repelia a idéia de vingança que fervia em seu cérebro inculto, porém, compreensivo. Odiava o pai mas adorava a filha. A adoração venceu. Enxugou as lágrimas que lhe corriam pelas faces retintas e reencetou a busca interrompida há pouco. Cansado, parou. Sentouse um pouco para reanimarse, mas foi logo atraído por um farfalhar de folhas secas acompanhado de um gemido surdo e prolongado, partido de pouca distância. Aproximando-se cautelosamente percebeu estendido no chão um vulto alvo de mulher, mal distinguido na escuridão da noite. - Nina Alice! - esclamou o preto com sua voz fanhosa e forte. - Oh, salva-me! Tira-me daqui... Quem é? Meu pai? Luz... Quero luz... Horas depois, nos robustos e retintos braços de Pedro, Alice subia os degraus da “Casa Grande”. Horrores da escravidão! No dia seguinte, Pedro, exausto pelo esforço despendido durante a noite, gemia sob açoites, no tronco, porque não podia trabalhar.
Extraído do livro “Ubatuba - Lendas & Outras Estórias” de Washington de Oliveira (“seo” Filhinho)
Alice, sabendo o que se passava com o seu salvador, exigiu do pai o que na véspera prometera espontaneamente. Liberto, Pedro beijou as mãos de “Nina Santa” e partiu sem destino, para os lados do Corcovado, e lá instalou sua choça, ao lado de uma cascatinha murmurante, próxima, bem próxima da escarpa misteriosa. Corria de boca em boca a aventura de “Pai Pedro”. O preto vinha sempre a Ubatuba com pequenos canudos de bambu cheios de grânulos auríferos, que trocava por fumo, cachaça e alguns gêneros com os quais assegurava sua subsistência. Essa notícia foi bater também na fazenda do capitão Corrêa, que duvidava do que lhe diziam, mas, um dia, ele mesmo viu na vila as negociações que eram propaladas. Cheio de inveja e cobiça, pensou logo em se apoderar do tesouro do preto. Certa noite, em companhia de um grupo armado, foi à choça de Pedro, capturando seu ex-escravo e levando-o para a sua fazenda. Ali chegando, sem mais delonga, Pedro era premido a contar como descobrira aquele fabuloso tesouro. - Sinhô, Pedro num pode cuntá, pruque... Uma violenta chicotada estalou nas faces já rugosas do mártir, cortando-lhe a frase. Depois, novas torturas, imprecações, terríveis ameaças, até que Pedro resolveu iniciar a narrativa, na linguagem carregada e fanhosa, toda peculiar aos pretos africanos. Disse que foi morar no sítio solitário onde o encontraram, bendizendo sempre o nome de Alice, até que um dia, na vila, veio a saber da morte da moça, sua libertadora. De vol-
ta à choça, um profundo pesar oprimia-o todo. Pedro parou para disfarçar um soluço e enxugar uma lágrima, ao que o capitão esbravejou: - Continua, bandido! E Pedro continuava, trêmulo, acovardado. À noite não conseguira dormir, parecendo-lhe ouvir ao longe a voz cristalina da moça numa canção de amor. De repente a porta do casebre tremeu e escancarou-se, penetrando por ela um vulto diáfano de mulher. Era Alice! Ele a reconheceu. Como que agarrado por mãos invisíveis, não se pôde mover no lugar em que se achava, mas ouviu perfeitamente a visão dizer: - Pedro, tu foste um dia o meu salvador. Dei-te a liberdade, mas sei que sofres, neste exílio onde te arrojou a impiedade de meu pai. Não te assustes e ouve-me. Não muito longe daqui, oculto nas entranhas da terra, existe uma mina de ouro. Ela será tua sob a única condição de nunca revelares a outrem esse lugar cobiçado. Se isso tentares, a vingança do gênio protetor da mina cairá sobre tua cabeça, ouviste? Cuidado, pois, e segue meus passos. - Negro maldito! - gritou o capitão - não retardes a revelação. Onde está o tesouro? - Sinhô... tá lá pra banda do... E o surdo ruído do baque de um corpo ecoou na sala da “Casa Grande”. Pedro caira morto, fulminado, antes de revelar o sítio misterioso de tão cobiçado tesouro, que até hoje jaz nas proximidades do Corcovado. Pedro bem dizia: - Negro num pode cuntá...
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GARDENIS: Máquina de cortar grama eletrônica Carinha de máquina tipo hobby... mas com coração de equipamento industrial DENIS RONALDO Assim é essa máquina implementada aqui na Maranduba, com um custo aproximado de 1000 reais, possui um motor trifásico, com muito mais robustez do que o utilizado nas convencionais, que é acionado por equipamento eletrônico programável chamado “Inversor de frequência” muito utilizado nas indústrias automatizadas. Com total controle de velocidade, torque, acelerações, frenagem e com a possibilidade de programação pelo proprietário, de forma que o jardineiro fique protegido contra a agressividade de um motor sem controle. Também a programação permite a limitação do impactos contra pedras e raízes, que normalmente danificam a faca e o motor. Outra característica da programação, que ela possui, é de proteger o motor contra sobre carga causados por possíveis travamento do eixo por arames, folhas, etc. Apesar do motor ser trifásico, não há
Foto: Emilio Campi
necessidade de que a alimentação seja trifásica também, basta uma tomada de 220 Vca bifásica. O custo pode parecer elevado para uma máquina de cortar grama, entretanto, a economia que ela proporcionará, com a diminuição de manutenção de motor, faca, paradas para manutenção e também com a segurança que ela proporcionará ao jardineiro, com certeza terá o retorno do investimento em pouco tempo.
Conforme comentam os jardineiros, as máquinas convencionais não possuem nenhum tipo de controle sobre o motor, fazendo com que a máquina seja muito agressiva, assim causando danos a mesma e ao usuário. Com essa “Máquina Eletrônica”, os síndicos e zeladores poderão limitar as quebras, que em muito oneram as taxas de condomínios. Informa o inventor, que ela também está preparada, para
entrar em conformidade com alguma NR do Ministério do Trabalho, assim que for implementada para a área de jardinagem. Resumo das Características: Utiliza motor trifásico com proteção contra umidade e poeira, sem escovas. Possui controle de velocidade. Economiza energia elétrica. Proteção contra travamento evitando danos à faca, motor e instalação elétrica. Não da “trancos” no acionamento evitando soltura da faca. Protege o usuário através de sua limitação de velocidade e força. Possui inversão de rotação. Não necessita de alimentação trifásica (é alimentada por tensão bifásica 220 Vca) Parada instantânea em caso de acidentes. O inventor aceita encomendas e está à disposição para demonstrações e tirar dúvidas à respeito do funcionamento. Tratar com Ronaldo (12) 9134.7749.
Interruptor Paralelo e Intermediário DENIS RONALDO Nos dias de hoje, com a falta de tempo e correria, o conforto nas instalações elétricas dos condomínios, hotés, e residências, se tornou algo fundamental para as pessoas. Assim resolvemos esclarecer de vez, os tipos de acionamento de luzes, normalmente utilizados. Basicamente existem 4 tipos:
3. Intermediário
1. Simples No tipo Intermediário o acendimento e apagamento pode ocorrer à partir de 3 lugares diferrentes. Para cada aumento de ponto de interruptor, deve ser acrescentado um interruptor do tipo intermediário no meio do circuito. 4. Eletrônico (Utiliza um Módulo de Controle) Como o próprio nome já diz, é aquele em que existe um interruptor ou chave elétrica que abre ou fecha um circuito elétrico que pode conter uma ou mais lâmpadas. 2. Paralelo
Neste tipo, uma mesma lâmpada pode ser acendida e apagada por dois interruptores, de dois lugares diferentes.
Permite operações especiais, tais como: Acendimento ou apagamento simultâneo;por exemplo quando você for sair de casa aciona um só comando e todas as luzes se apagam juntas. Pode conter temporizadores programáveis para a simulação de existe pessoas na casa, etc. Utiliza botões simples tipo campainha para acender e apagar a luz.
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Rumo à Aparecida do Norte (Parte I) Em 1936, promessa moveu moradores do Sertão da Quina a caminhar até Aparecida EZEQUIEL DOS SANTOS Pra quem vem ao bairro do Sertão da Quina a se aventurar aos banhos de suas cachoeiras, quase que obrigatoriamente tem de passar pela Rua Benedito Antonio Elói, onde seu trecho foi roça de mandioca, cana, frutas, plantas medicinais, bananal, onde se via muito “tendal de café” (local para secar café feito de madeiras rústicas como o tronco do palmito e de umbaúba). O homenageado da rua era devoto de São Benedito, na sua casa de tapera eram realizados todos os anos as festividades em homenagem ao Santo, não faltavam era doces de mamão, quentão, concertada (bebida a base de canela, cravo, melado e um pouco de cachaça), fogueira, era uma festa entre compadres e comadres que serviam para estreitar os laços familiares. Ele também era chamado de “Tibitilói”, isto é, Tio Benedito Elói. Casado com Ana Soares tiveram quatro filhos: Maria Elói, Filomena Elói, Conceição Elói e Elói dos Santos, só que o casal também carinhosamente adotou mais um casal: Benedita Juliana de Jesus (a nossa Titia) e o moço Francisco que veio da Serra Acima acompanhado pelo Oliveira. Movidos pela fé, o casal havia pedido a intercessão de Senho-
ra das Graças para que o casal tivesse um filho homem e que se realizado fariam uma caminhada até a cidade de Aparecida do Norte para batizá-lo. Como o casal tinha três mulheres, à vinda do quarto filho - um homem ajudaria muito o pai nos afazeres da roça. A comadre Benedita Januária, que duas décadas atrás pode ouvir a Santa, disse que a Nossa Senhora das Graças atenderia o casal, de fato Ana Soares ficou grávida de um menino, após o nascimento mais que depressa deram inicio as preparações. Na época ser padrinho ou madrinha era coisa muita séria, já que a eles seria passada uma grande responsabilidade, na falta dos pais, assumiam os padrinhos. Por outro lado, na região os padres vinham apenas uma vez por ano, na época em que eles se vestiam apenas de preto. Após muita conversa foram escolhidos o compadre José Pedro e a comadre Joana Maria de Jesus (irmã de Ana Soares). Precisaram de mais de três meses para preparar a saída, ainda tinham que entregar a farinha, feita em seu próprio viamento, na venda do Benedito Ozório na Maranduba, outras sacas, amarradas com cordas de imbira passados por uma agulha de arame foram levadas nas costas até a Vila de Santo An-
tonio – Caraguatatuba. Por conta da tecnologia da escassez, as mulheres tinham de preparar suas roupas para o grande acontecimento, com fazendas de chitas faziam vestidos novos, com sacos de panos as roupas para as crianças, preparavam a combinação (vestido íntimo de alça), levavam ainda o saiote de três marias ou anáguas em estilo reto. Depois de tudo combinado começaram a subir a serra, era 06 de maio de 1936, neste dia foram: o Zé Pedro, Geralda Justina, José Benedito Amorim, Januário Amorim, Benedita Januária, Pedro Rosa (que já foi mais de 15 vezes a pé para Aparecida), Pedro Oliveira, Generosa Amorim, Mané Pedro, Maria das Graças, Benedito Elói, Ana Soares, Elói dos Santos, Joana Soares, Francisco (adotivo), Maria Balbina, Elais Correa, Ana Correa, Manoel Francisco Brak e Sebastiana Tereza. Para matar a fome levaram os seguintes mantimentos: peixe seco, açúcar cristal, feijão, pó de café, sal, carne seca, biju, farinha pra sopa dágua, bolo de forno de farinha enrolado na folha de banana, colher, carne na gordura, farofa de torresmo, torresmo, frango assado na brasa, toucinho para assar no caminho, laranjas e bananas eram
Foto: Arquivo Família Benedito Elói
Ana Soares, a filha Conceição e Benedito Antonio Elói no quintal de sua casa no Sertão da Quina em 1952
apanhados no caminho como complemento alimentar. Grande parte dos mantimentos era guardada em latas de banha e os sacos, que iam às costas, amarradas com imbira (casca de árvore), outros com timopeva ou imbé (cipó, um era duro e o outro maleável), para segurar as calças dos homens eram utilizados ainda fibra de
bananeiras torcidas a mão como cinto. Para a segurança eram levadas espingardas do tipo “espera que já vou” ou também conhecida como “quarentinha”, cartucheiras de carregar pela boca calibre quarenta, ou alguma Henrique Laporte calibre 36, facões não podiam faltar. Continua na próxima edição
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Classificados IMÓVEIS
Sertão da Quina - Casa térrea, 2 dormitórios, sala, cozinha, banheiro social, área com churrasqueira e banheiro. Área do terreno 400 m². Área construída 125 m². Valor R$ 70.000.00 Tratar (12) 3849.8393 ------------------------------------Sertão da Quina - Casa térrea c/ 3 dormitórios, sendo uma suíte, sala, cozinha e lavanderia. Escritura definitiva. 150 metros da praia. Valor R$ 115.000,00 Tratar (12) 3849.8393 ------------------------------------Tabatinga - Casa térrea, 3 dorms (uma suíte), terreno grande c/ gramado, piscina, churrasqueira coberta. R$.170.000,00 Tratar (12) 3849.8393 ------------------------------------Condomínio Sapê - Casa térrea, 2 suítes, 2 dorms, 2 banheiros, sala, cozinha, lavanderia, varanda e churrasqueira, 50 metros da Praia do Sapé. R$ 200.000,00 - (12) 3849.8393 ------------------------------------Maranduba - Casa térrea, 3 dorms, 1 suíte, banheiro, sala, churrasqueira, cozinha e garagem coberta. Localizada á 50 metros da praia, de frente para rodovia. Valor R$ 300.000,00 Tratar (12) 3849.8393 ------------------------------------Estufa II - Terreno 275m2 doc OK, atrás Toninho Terraplenagem (antigo Flat Club). Valor R$ 70.000,00. Aceito proposta. (12) 9135.3998 Lucimara
jornal@maranduba.com.br
VEÍCULOS
Triciclo 1.6 c/ INMETRO, lindo. Doc. OK. R$ 18,000,00. Tratar (12) 3832.4192 ou 9601,5472 -------------------------------------
NAUTICA
Escuna 30 passageiros, Doc OK. Completa, motor Yanmar novo. Tr. (12) 3832.4192 ou 9601.5472 c/ Eduardo
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Arte no Quilombo da Cassandoca Na noite do ultimo dia 20 até a madrugada do dia 21 aconteceu a Arte no Quilombo, que regado a muita dança e cultura reuniu diversas apresentações culturais, os mais visitados foram o desfile de crianças quilombolas de 4 a 15 anos, teatro mudo e hip hop, como ninguém é de ferro foram servidos café da manhã e almoço aos participantes e visitantes. Houve ainda palestras sobre as doenças sexualmente transmissíveis e Aids. O evento será transmitido pela TV Brasil. No final das festividades todos se deliciaram nas águas cristalinas da Praia da Caçandoca, não faltou foi música e muita alegria, os organizadores e participantes do evento agradecem a todos. CURIOSIDADE A palavra quilombo tem origem africana, da língua “banto”(kilombo) e significa acampamento, fortaleza de di-
Foto: Ezequiel dos Santos
Confraternização na praia da Caçandoca após o evento
fícil acesso, onde negros que resistiam a escravidão conviviam com brancos pobres e indígenas.o banto teve origens em países africanos como Angola, Congo, Gabão, Zaire e Moçambique. Apalavra “Cacandoca”, apesar de relacionado à casa devido ao sufixo”oca”(casa em tupi-guarani), significa “ga-
bão do mato” numa referencia ao país do centro-oeste africano Gabão. O que define um quilombo é o movimento de transição de condição de escravo para a de camponês livre. Suas duas principais características não foram o isolamento e a fuga e sim a resistência e a autonomia. (Bruna Vieira)
Mortes suspeitas poderão ser investigadas pelo Cremesp
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As mortes de Maurício Mungioli e Caio Sigaud, registradas na Santa Casa de Ubatuba, em fevereiro último, poderão ser objeto de investigação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). A informação foi dada pela assessoria de imprensa do Conselho. A abertura de uma sindicância, passo inicial da investigação, depende apenas de um pedido oficial da família. Maurício, que era professor e residia na região central da cidade, foi tratado como se tivesse virose e acabou falecendo três dias depois vítima de aneurisma cerebral. Segundo a família, Maurício retornou várias vezes ao hospital,
sempre com muita dor e precisava ficar na fila de triagem. Quando piorou, a família tentou levar um neurologista que não pertence ao quadro clínico da Santa Casa e foi impedida. No caso de Caio Sigaud, um jovem de 24 anos, morador da Maranduba, falecido dia 8 de fevereiro, familiares contam que ele procurou atendimento no Pronto Atendimento do bairro às 12 horas, com dor nas pernas. O diagnóstico foi problema de coluna, ele recebeu uma injeção e voltou para casa. Às 18 horas, ele voltou já sem conseguir andar ou mover braços e pernas, falecendo três horas depois, vítima de uma pa-
rada cardiorespiratória. A irmã de Caio, Daniela, diz que a família irá denunciar ao Conselho o médico do PA da Maranduba, um plantonista que atende apenas nos finais de semana. Para iniciar uma sindicância no Cremesp basta que algum familiar faça a denúncia por escrito ao Conselho, identificando-se corretamente. Não é necessário advogado. A denúncia deve ser encaminhada a uma das regionais do Conselho, no caso, Santos; ou à sede da entidade, em São Paulo; pessoalmente, ou pelo correio. Mais informações podem ser obtidas no site www.cremesp.org.br Fonte: Imprensa Livre
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Aumente seu apetite sexual
Isso é Maranduba!
Cardápio para aumentar o desejo sexual
Mande sua foto retratando cenas do cotidiano da região sul de Ubatuba: jornal@maranduba.com.br
ADELINA CAMPI - Frutas Abacate, abacaxi, morango, figo, mamão papaya, açaí, banana, cacau: são fontes de vitaminas, antioxidantes e dão energia.
Fila Indiana
Os precoces banhistas já descobriram o caminho para a felicidade nas límpidas águas da praia da Maranduba Foto: Kil
- Ervas e temperos Açafrão, baunilha, canela, cravo, mostarda, noz moscada, ginseng, pimentas de vários tipos: com seus aromas intensos e sabor picante, estimulam a circulação sanguínea e a libido. - Frutos do mar Ostras, atum, camarão, salmão, mariscos e frutos do mar em geral: são os estimulantes mais poderosos. Ricos em zinco, iodo, selênio e fósforo, regulam a produção dos hormônios sexuais e, como contêm pouca gordura, aumentam a disposição para o sexo. - Óleos vegetais Azeite, canola, girassol, milho, linhaça: fontes de ômega 6, dão energia para a mobilidade dos espermatozoides. -Mel e bebidas Mel: rico em vitaminas, estimula a produção de hormônios sexuais.Guaraná: dá mais energia. Vinho: é rico em polifenóis, poderoso antioxidante. Uma taça de vinho relaxa e ajuda a estimular os sentidos.
Receita
Camarão do amor ao molho picante - Ingredientes: 1/4 xícara (chá) de manteiga 1 xíc (chá) de salsão picado 1/2 xícara (chá) de pimentão verde picado grosso 2 col (sopa) de cebola picada 1/4 xícara de farinha de trigo Sal e molho de pimenta Páprica picante (a gosto) Pimentas dedo de moça e do reino (a gosto) 2 col (chá) de molho inglês 4 xíc (chá) de camarão cozido 2/3 xícara (chá) de leite 1/4 xícara (chá) de queijo parmesão ralado - Modo de preparo Derreta a manteiga e refogue o salsão, o pimentão e a cebola por 5 min. Junte a farinha de trigo, o sal e o molho de pimenta, as pimentas, a páprica e o molho inglês. Mexa bem. Jogue o leite aos poucos. Cozinhe até engrossar. Tire do fogo. Adicione o camarão e misture. Despeje numa forma de alumínio e salpique com queijo. Leve ao forno por 40 min., ou até dourar.
Hora do Rush
É difícil enfrentar a hora do rush na orla da Lagoinha e Maranduba Foto: Emilio Campi
Quero-quero
O pássaro saúda o amanhecer na praia da Maranduba desejando um bom dia à todos Foto: Adelina Campi