Jornal Maranduba News #120

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Maranduba, Maio 2019

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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br

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Ano 10 - Edição 120

Foto: acervo de José Cesar dos Santos

4º Romaria Maranduba - Aparecida a pé


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Quilombolas ficam sem energia por mais de 24 horas e perdem mercadorias O mau tempo do último domingo, 28, causou vários danos à região. No quilombo da Caçandoca não foi diferente, uma árvore caiu na rede elétrica nas proximidades do centro comunitário. Não fosse só isso a árvore recebia descarga elétrica que provocava fumaça em seu tronco. Com isso e sem energia elétrica duas coisas aconteceram: os veículos, por questão de segurança, foram instruídos a não passarem pelo local, isso incluiu o ônibus escolar. Outro foi o corre-corre para buscar alternativas para guarda do pescado e demais alimentos que estavam em geladeiras ou freezers. Alguns buscavam vizinhos em bairros próximos, outros colocavam em gelo, até geradores foram procurados para salvar a “lavoura”. Nas redes sociais quilombolas informam que fizeram várias reclamações e solicitação de pedidos para a Elektro - vários protocolos sem devolutiva. Em vários canais de comunicação a reclamação foi publicada. Nas redes sociais, com o tempo passando e a energia não restabelecida, os moradores foram informando o que perdiam por descongelamento. Foram informados pela empresa que o dano seria sanado no dia seguinte, 29, às nove da manhã, depois as 13

Editado por: Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda. Fones: (12) 3849.5784 (12) 99714.5678 e-mail: jornal@maranduba.com.br Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal Editor: Emilio Campi Jornalista Responsável: Ezequiel dos Santos - MTB 76477/SP Editora de Variedades: Adelina Fernandes Rodrigues Consultor Ambiental - Fernando Novais - Engº Florestal CREA/SP 5062880961 Gestora Ambiental - Isaura Monteira dos Santos CFQ 175439 Consultor de Marketing - Luiz Henrique dos Santos - Publicitario Consultor Jurídico - Dr. Michel Amauri OAB/SP 324961 Consultor de Turismo - Fabrizio Fambrini- Turismólogo Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

horas, as 16 horas, as 17 horas, as três da manhã, numa das ligações a Elektro informa a uma quilombola que não havia registro de pedidos de restabelecimento de energia para aquele território. O presidente da associação quilombola, Mario Gabriel, informou ao JMN que só ele ligou seis vezes so-

licitando o atendimento, além dos demais moradores que também fizeram o mesmo. O JMN foi informado pelos quilombolas que a energia foi restabelecida na noite do dia 30 por volta das 23 horas. Na manhã seguinte, dia do trabalhador, a comunidade contabiliza as perdas e os prejuízos.


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Prefeitura e AEAU dão início à revisão do Plano Diretor de Ubatuba Prefeito Sato destacou necessidade de desenvolvimento responsável e prudente COMUNICAÇÃO PMU Revisão do Plano Diretor e da Lei de Uso e Ocupação do Solo foram temas discutidos na noite de terça-feira, 23, na sede da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Ubatuba (AEAU). Essa foi a primeira reunião, que deu início ao estudo dos temas, e contou com cerca de 40 pessoas, entre associados, representantes da Prefeitura, Instituto dos

Arquitetos do Brasil (IAB), Associação Comercial e Industrial (ACIU), colaboradores do mercado imobiliário e, ainda, o ex-prefeito de Caraguatatuba, Antonio Carlos da Silva. A iniciativa ainda contará com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil de Ubatuba (OAB). O prefeito Délcio Sato (PSD) esteve acompanhado de seus secretários de Ur-

banismo, Obras Públicas e Meio Ambiente, que apresentaram sugestões para sistematizar e avançar na proposta. Convidado pelo prefeito, Antônio Carlos compartilhou sua experiência no tema e fez sugestões com base no modelo de desenvolvimento aplicado em Caraguatatuba durante suas gestões. Adiantou, ainda, que é necessário pensar na expansão

imobiliária, da Maranduba ao Perequê-Açu, preservando definitivamente a região norte do município. Sato considerou que a união de todos os setores para planejar Ubatuba é fundamental para a cidade avançar ainda mais. “A revisão do Plano Diretor também passa pelo saneamento, royaltes da Petrobrás, infraestrutura, etc. Precisamos planejar a nossa cidade com desenvolvimento responsável e prudente”, finalizou. O presidente da AEAU, engenheiro Beto Mendes, citou a necessidade desta atualização do Plano Diretor, com ênfase na Lei 711/85, que regulamenta o uso e a ocupação do solo, já que hoje o município conta com muitas construções irregulares em virtude da falta de clareza e dúbias interpretações que a Lei apresenta. “Precisamos ajustar esta Lei para que a cidade seja mais justa e sustentável, com regras mais

claras. Nossa entidade já atualizou por duas vezes, em 2002 e 2007, ambas engavetadas. Esta é nossa grande oportunidade de mobilizar todos os setores e, assim, discutir, planejar e obter uma Lei que possa atender às necessidades de desenvolvimento do município”, disse Mendes. O secretário de Urbanismo da Prefeitura, arquiteto e urbanista César Abboud, propôs dar início ao trabalho pela revisão da Lei 711/84 e, posteriormente, seguir com o Plano Diretor, além de descentralizar as audiências públicas, realizando no modelo bairro a bairro. Ele também se comprometeu a levar o professor Cândido Malta à próxima reunião, visto que o profissional possui um currículo reconhecido internacionalmente, com mestrado e doutorado em Arquitetura e Urbanismo e, principalmente, atuações em Plano Diretor.


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Como passamos de Homo sapiens para “Homo idiotas”

Ezequiel dos Santos Os cientistas do Instituto de Permacultura (ipoema.org.br/) mostram de forma científica, eficiente, pratica, prazerosa e objetiva o porquê devemos praticar a permacultura. Antes de mais nada, claro! Precisamos saber que bicho é esse. Para os que a praticam há muito tempo a permacultura é uma filosofia de vida, para os que agora começam é algo do tipo uma metodologia para o planejamento de ocupações humanas sustentáveis! Há toda uma ciência por detrás disso, metade disso vem das experiências de moradores tradicionais em todo o globo. Mas o texto refere-se à hipocrisia que nos assola sobre o meio ambiente. Muitos de nós defendemos a tartaruga, porém ligamos o som no mais alto volume em horários impróprios incorrendo em crime ambiental - poluição sonora por exemplo. Conseguimos matar, no caso do turismo, das belezas cênicas e naturais, a “galinha dos ovos de ouro” que nos cerca em detrimento do progresso de outros. Poluímos a água e o ar e depois precisamos introduzir, no caso da água, substancias estranhas para despoluir o que poluímos para te-la novamente como limpa. No caso do ar a mesma coisa, poluímos algo essencial a ma-

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nutenção da vida, que, pior, não pagamos nada, se pagasse viraria commodities e estaria na bolsa de valores e não em nossos pulmões. Brigamos com o vizinho porque jogou latinhas de alumínio e resto de lixo na calçada alheia, mas não separamos o lixo que produzimos e nem o acondicionamos de modo eficiente. Na realidade, pensando bem, é coisa de maluco porque de fato somos nós mesmos que fazemos ou produzimos tais besteiras. Vejamos, numa pequena lista é possível ilustrar como o nosso modo de viver caminha, como conseguimos destruir nossa “Casa Comum” e que no mínimo, anda meio esquisita e sem exagero nenhum, acabando com o equilíbrio ecológico do planeta, afetando diretamente a nossa qualidade de vida e até o futuro da nossa espécie. O que será de nossos filhos e netos? Ou você é uma semente transgênica que não pode possuir descendente senão seu proprietário irá ser processado porque é obrigado a pagar royalties ao progresso? A tá! Desculpem, vamos a tal listinha, vamos lá! Nós fazemos coco na água potável; envenenamos nosso próprio alimento; tratamos restos orgânicos de alimento como lixo; desperdiçamos água de chuva nas cidades;

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andamos de carro sozinho; consumimos plástico e isopor; fazemos queimadas como prática agrícola e eliminação de lixo e quando se fazem pousio, tiguéra, agrofloresta ou plantio direto somos considerados povos atrasados; queimamos restos de podas ou jogamos no lixo comum; comemos alimentos não nutritivos e maléficos à saúde; passamos mais de oito horas por dia trabalhando com algo que não gostamos; passamos horas do dia sentados; reproduzimos atitudes machistas, racistas, homofóbicas e desrespeitosas; compramos objetos que as vezes nunca vamos usar; jogamos comida boa no lixo; sujamos a praia que vamos pegar sol; ganhamos um pouco mais e já pisamos em quem vem atrás; ainda nos vemos e vemos os outros como cifrões - $$$ - e não como indivíduos da comunidade; vivemos buscando o que o outro possui e não o que o outro pode ensinar; ainda somos da sociedade do “ter” e não da sociedade do “ser”, acreditamos mais em fofoca do que na palavra de um amigo, não falamos direto e sim mandamos recado, se é rico “bom dia” e se é pobre “sai daqui!”, entre outros vários exemplos. E então pense! Em que categoria você se enquadra? Sapiens ou idiotas?

TODO MUNDO LÊ. ANUNCIE: (12) 99714.5678

Nova imagem de Nossa Senhora das Graças em etapa de acabamento Após o processo de escultura em argila a imagem de Nossa Senhora das Graças já caminha para o acabamento em pintura. Antes, porém, o ateliê onde a obra de arte se encontra, recebeu a visita do ilustre escultor Ginez Ribeiro Munhoz, 59, responsável por fazer a forma e a fundição da imagem. É que depois de pronta a escultura em argila acontece o processo de forma onde o material argiloso é retirado e é realizado o processo de fundição em resina. Agora é a fase do processo de acabamento em pintura e posterior a parte cromática da escultura, explica o escultor Gilmar Ribeiro Munhoz, 58, que iniciou o processo desta réplica. Gilmar e Ginez além de escultores competentes,

com vários trabalhos reconhecidos, são dois profissionais muito requisitados também em restauração de obras de arte e são irmãos, o que facilita a sintonia no trabalho e o entendimento para a melhor compreensão da necessidade das obras que realizam. A imagem pesa 90 quilos e possui 1,75 metros de altura e será afixada em uma base de metal e será cercada por uma redoma de vidro resistente. Para arrecadar fundos para a redoma circula na comunidade duas rifas, sendo uma bicicleta e outra uma viola muito especial do caiçara, observador de pássaros, dendrólogo, consultor histórico e cultural, contador de causos, sarrista e violeiro Zeca Pedro.


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Jovens artistas embelezam ponto de ônibus em Ubatuba

Despontou nas redes sociais a imagem de três jovens “dando” um trato em um ponto de ônibus de Ubatuba. O trabalho finalizado foi muito elogiado e de fato ficou uma obra-prima. Os Jovens, nas redes sociais, Fernando Viviani, Tiano Mendes, Jeferson Guedes e provavelmente o artista que tirou a foto e que não aparece seu nome informam que são artistas, uns são caiçaras e outros filhos de Ubatuba por opção e esta ação foi no intuito de homenagear o município com sua arte. Falam ainda que fizeram o trabalho por pernas próprias e por amor a arte. Ao final enfatizam que não

possuem ideais ou iniciativas políticas. O trabalho chamou a atenção de quem passou por lá. Na publicação não foi informado qual a localização do ponto de ônibus, porém não demorará muito para aparecer onde foi exposta esta arte. O tema traduz um pouco do histórico de Ubatuba, as belezas naturais, seu povo e suas potencialidades. E saber que existem muitos outros artistas que também podem realizar este distinto serviço a cidade, o que falta é apoio e estrutura, mas o que sobra da comunidade é doação e vontade de fazer.

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Escola Nativa Fernandes promove Workshop

No último dia 17, docentes da escola municipal Nativa Fernandes promoveram o IV Workshop Trilha da Leitura para alunos e pais durante todo o dia. A PROMATA participou como voluntaria para tratar de aves, trilha, água, histórico do lugar e meio ambiente. Outros temas como nutrição e segurança foram abordados. As crianças receberam explicações

sobre a importância do Palmito Jussara (Euterpe edulis) para a natureza e principalmente as aves. Na ocasião cada criança fez uma semeadura em recipiente biodegradável colocando terra e levou para casa com o compromisso de cuidar para plantar. A escola também ficou com alguns para acompanhar seu desenvolvimento. A PROMATA vai, junto com os professores, acompanhar

o crescimento e verificar com alunos o processo de cuidar da espécie. Todas as salas, período da manhã e tarde, ficaram ocupadas com atividades interessantes. Os palestrantes se surpreenderam com o nível de abordagens e perguntas das crianças sobre os temas. O projeto continua e haverá mais atividades e saídas de campo com as crianças, o futuro de nossa região.


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Fundac Ubatuba oferece oficinas gratuitas para crianças e adolescentes Inscrições podem ser feitas na sede da fundação ou no Espaço de Convivência COMUNICAÇÃO PMU A Fundação da Criança e do Adolescente de Ubatuba (Fundac) informa que estão abertas as oficinas gratuitas voltadas para crianças e adolescentes entre 8 e 18 anos. Em 2019, as atividades oferecidas são: capoeira, desenho, jiu-jitsu, judô, taekwondo, violão e xadrez. Elas acontecem em dois locais diferentes: a

Fundac oferece oficina de xadrêz entre outras atividades

sede da Fundac, que fica na Av. Prof. Thomaz Galhardo, 865, e o Espaço de Convivência, na Rua Joaquim Cursino dos Santos, 60, ambos no Centro. As inscrições podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Para efetuar a matrícula, basta comparecer à sede da Fundac ou diretamente

no Espaço de Convivência, apresentando documento de identidade ou certidão de nascimento do aluno, documento de identidade dos pais ou responsável, declaração escolar e atestado médico (atividades físicas). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (12) 3833-9119 ou ou (12) 38321421.


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4° Edição da Romaria Maranduba a Aparecida

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“Do nível do mar, cruzando as montanhas aos pés de Aparecida” - este é o cartaz que indicava que mais um grupo estava no desafio de chegar até a Basílica Nacional andando A chegada aconteceu no último Domingos de Ramos, 14, o Santuário de Aparecida recebeu uma equipe de 41 pessoas da região sul de Ubatuba que transpuseram a serra do mar e os verdes campos do Vale do Paraíba para alcançar a missa de domingo de Ramos. A equipe recebeu as bênçãos de envio do padre na igreja Cristo Rei na Maranduba na quarta feira dia 10. A equipe de caminhantes é formada em sua maioria pela IBS academia e fora do circuito oficial toparam o desafio em sair da região sul em um único bloco. Do total de quatro veículos, sendo um alugado e os demais de voluntários, estes serviram de apoio e paravam a cada 5 kms para atender a equipe. No caminho foram cafés, pousada, almoço, lanches e muita solidariedade. Um dos participantes conta que “que a caminhada foi incrível, perfeita, poder sair de casa e caminhar até a casa da mãe Aparecida.” Lembram ainda que a caminhada não teria o mesmo efeito sem as risadas e a alegria de estar juntos neste objetivo. Embora faltem alguns patrocinadores a equipe agradece os comerciantes da região que efetivamente colaboraram neste evento e para a próxima edição buscam mais patrocinadores para cobrir os custos. Para alguns esta edição foi uma benção, talvez um milagre, que aconteceu e que irá continuar acontecendo. Os organizadores agradecem todos os envolvidos diretos e indiretos que colaboraram no sucesso deste evento.


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Cruzeiro da Maranduba - há tempos um patrimônio esquecido e deteriorado Ezequiel dos Santos Antes da destruição da paisagem por máquinas e caminhões de quase 30% da flora na parte plana, do esticamento dos rios, e, consequentemente de parte da fauna para atender moradias de segunda residência, rodovia ou espaços litorâneos como mercadoria, o local era conhecido por Santa Cruz do Sapé. Era uma referencia em toda planície e parte das encostas que eram conhecidas por Maranduba e seus sertões, assim como consta nas certidões de óbitos ou de nascimentos de antigos moradores de ao menos um século atrás. Este primeiro nome, Santa Cruz do Sapé, se deu por conta de uma cruz de madeira - de pau lavrado - lá colocada e a

vegetação predominante que lá existia. “Aperta Guéla - Araçarana” e “Guanxuma” Em seu entorno um jundu intacto ladeado, em alguns espaços, por ranchos de canoas e por árvores como “Aperta Guéla - Araçarana (Calyptranthes clusiifolia)” e “Guanxuma (Sida spinosa L.)”, que se viam cheios de sabiás e sanhaços. A “préia” era a estrada da época, de um lado se alcançava a trilha do Bonete para ir à Ubatuba, de outro a trilha da Caçandoca, a trilha do “cafezá” do Chico Cabral até o Lama Mole alcançando os sertões ou a trilha do telégrafo para a vila de Santo Antonio de Caraguatatuba. Para isso, para se alcançar este lado mais ao sul do território, diziaAndré Pereira e os da cidade em frente ao Cruzeiro do Sapé

Procissão saindo de frente ao Cruzeiro para o “Sertão da Santa”

-se que a pessoa ia pela praia a “barra”, indicando ir ou atravessar a barra do Rio Grande, nome oficial do rio na época antes do inicio da barbárie territorial, ambiental, histórica e cultural que assolou o litoral paulista e parte do carioca. Em várias pesquisas sobre a origem daquela Cruz não se chegou a um veredicto. Não foi encontrada, por enquanto, nenhuma fonte primária de sua origem, porém especula-se que alguém, por conta do enfrentamento de alguma tempestade no mar conseguiu sair ileso e como agradecimento a Deus fincou a cruz naquele lugar. Outra hipótese seria, para quem vem do mar, uma referencia para não cair em águas traiçoeiras, ou também simplesmente pela fé ergueu-se, antes de tudo e de todos, um primeiro contato humano cristão naquelas areias. Com o tempo, assim como os bairros, os nomes foram alterados, suprimidos ou abreviados.

Casamento de Benedito Rosa na Maranduba- decada de 1920


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Do jeito que anda, nem nome e nem estrutura restará Nesse caso, depois de Santa Cruz do Sapé, ficou Porto da Cruz da Maranduba, depois Cruzeiro da Maranduba, em seguida apenas Cruzeiro, e do jeito que anda nada restará, nem nome e nem estrutura. Moradores antigos contam que a primeira cruz de cimento colocada na época foi quando Maria Balio era vereadora, antes porém o cruzeiro chegou a possuir uma estrutura de madeira muito bem trabalhada confeccionada em madeira bruta por Mario Fava, esposo de Maria Balio. Havia na frente deste Cruzeiro uma pequena capela onde as pessoas se reuniam. Alguns casamentos foram lá realizados e alguns datam da década de 1920. Numa destas imagens é possível ver ao fundo a cruz ainda de madeira. Como referencia geográfica, o Cruzeiro que era tão importante, fez com o governo federal resolvesse construir por ali e também próximo da capela, um pequeno cômodo de 3x2 metros, que era a “lan house da época” - a sala do “telegrapho”. Dois telegrafistas foram lembrados, um dos primeiros - Anastácio Mesquita e o derradeiro - Deolindo Romão Cezar. Na sala, seus operadores, recebiam ou enviavam mensagens duas ou três vezes por dia, tanto para o Rio de Janeiro quanto para Santos. Quando perdiam contado com suas bases os operadores tinham que “correr linha” com outros camaradas para sanar o problema. A casa do “telegrapho” mais próxima era a da Ilha dos Porcos - Ilha Anchieta. Havia, em décadas diferentes, o comércio de secos e molhados do Pimenta e a esquerda a “venda” do Ângelo

Zacarias. No centro, entre estas estruturas uma pequena depressão natural que, quando chovia ou a maré enchia, acumulava água e, para qualquer um alcançar a “préia” tinha que molhar os “cambitos”. Não havia sequer a idéia de mutilação ambiental, os rios eram cheios de meandros, a vegetação vistosa, o solo bem nutrido e a praia limpa e pulsante em vida. Já, em direção a Lagoinha havia o jundu da praia e atrás a “queimada”, que nada mais era de uma extensa faixa de terras de solo arenoso e vegetação rala, tendo árvores apenas a beira das lagoas que fora produzido pelos escravos de João Alves da Silva Porto, da fazenda Lagoinha, para retirada de areia à fabricação de vidros. As lagoas eram tão imponente que moradores pescaram em suas águas até a década de 1980, depois virou local para prédios e segundas residências ou comércios. Havia nesta faixa de areia muito sapé e era cortado por vários “carreiros” e caminhos, feitos por pessoas quanto por animais. Nesta vegetação rala, além de muito sapé, havia musgos no solo que eram utilizados para produzir belos presépios nas casas e nas capelas locais. Em alguns trechos, mais próximos as casas dos tradicionais, havia algumas culturas como mandioca ou batatas. Era na Santa Cruz do Sapé que os primeiros padres realizavam sua primeira parada para os sertões. Os camaradas da Folia do Divino também o faziam para alcançar as casas ao longo da mata na época. Por ali que as pessoas passavam para alcançar suas canoas e depois irem às vogas

Praça do Sapé em 1952 retrata a realidade da época

para transpor o litoral selvagem da época. Guardadas as devidas proporções, o agora Cruzeiro mutilado deveria ser o equivalente ao marco zero oficial da região, que em países sérios são resguardados e moldados como referencia geográfica, cultural histórica e turística. O descampado de séculos atrás ainda continua com o nome de Praça Santa Cruz e o nome original da época só o da Capela - Santa Cruz do Sapé, falta agora um devido reconhecimento ao Cruzeiro. Este patrimônio abandonado é parte integrante de uma história vivida, real e não uma estória produzida, de papéis que visa ainda atender outros interesses a margem do que gostaria as comunidades reais. Agradecimentos a Maria Cruz, Antonio Antunes e Zeca Pedro

Estado atual do Cruzeiro do Sapê


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Região Sul de Ubatuba ganha unidade do AcessaSP

COMUNICAÇÃO PMU A Prefeitura de Ubatuba inaugurou na última sexta-feira, 26, o AcessaSP no Espaço Cidadão, na Maranduba. O AcessaSP é um programa do Governo do Estado de São Paulo, realizado em parceria com a Prefeitura, que disponibiliza computadores e internet de maneira gratuita à população. Os computadores podem ser utilizados durante uma hora, mediante cadastro no local. São cinco computadores com acesso à internet e um monitor, que orientará e esclarecerá dúvidas dos usuários. Nas unidades do AcessaSP, os cidadãos podem ter acesso aos serviços públicos oferecidos pelo governo por meio digital. O prefeito de Ubatuba, Délcio Sato (PSD), secretários municipais, o vereador Osmar de

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Souza (PSD) e moradores da região participaram da solenidade. Durante a inauguração, Sato falou sobre as conquistas, serviços e benefícios para a região Sul. “Hoje ofertamos e descentralizamos mais um serviço para essa região, que é o Acessa SP. Além disso, por meio da Administração Regional Sul estamos intensificando os serviços de zeladoria, nivelamento e limpeza”, afirmou o prefeito. No primeiro atendimento o usuário precisa apenas fazer um cadastro, apresentando o RG e assinar o Termo de Adesão. Nos demais acessos basta apresentar o RG. Menor de idade deve se cadastrar com a autorização do responsável e apresentar cópias dos RGs de ambos. Para menores de 12 anos, além do cadastro, é necessário que o responsável

acompanhe a utilização dos computadores.Cada sessão de uso é de 60 minutos e, ao final da sessão, o usuário pode utilizar novamente o computador desde que volte para a fila e aguarde sua vez. Não há limites de acessos por dia. O posto funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h, Em Ubatuba, o programa já é oferecido na região Central, na Fundart, e na Oeste, na ONG Gaiato, no Ipiranguinha. Agora a inclusão digital se amplia para a região Sul. Espaço Cidadão O Espaço Cidadão reúne a Administração Regional Sul Francisco Lopes de Araújo – “Chico Romão”, o Centro de Referência de Assistência Social ”Maria Balio e uma unidade do Procon. O endereço do Espaço Cidadão é: rua Oscar Rossin, nº 10, na Maranduba.

Ong recebe alvará da Federação Internacional de Taekewondo

No último dia 27, nas dependências do Colégio Áurea Moreira Rachou, no sertão da Quina, a Ong Estudar para Crescer recebeu Marcos Roberto Sanchez, instrutor internacional do departamento técnico da Federação Internacional de Taekewondo - ITF - sigla em inglês. O evento foi para coroar o tão esperado alvará da federação. Com isso a Ong poderá participar efetivamente do campeonato internacional que acontecerá em agosto no sul do país. Hoje a Ong do Sertão da Quina é a única entidade do país que pode receber certificação internacional deste esporte. A Ong foi registrada com como afiliada número 14 de mais de 166 organizações filiadas para o evento internacional deste ano. Num rol de competência sua graduação foi classificada em 163° lugar, considerada muito boa para uma equipe que tem pouco tempo de existência. A International TaeKewondo Federation (ITF) é uma das federações internacionais de TaeKewondo. Foi fundada em 22 de março de 1966 em Seoul (sul) Coreia do Sul, pelo General Choi Hong Hi. Naquela época, nove países estavam envolvidos: Coréia, Vietnã, Malásia, Singapura, Alemanha Ocidental, EUA, Turquia, Itália e Egito. Taekwondo é agora ensinado em quase todos os países do mundo, e General Choi é reconhecido como o pai do Taekwondo. A ITF foi legalmente registrada na Espanha e tem sua sede em Benidorm. O principal torneio da ITF é o ITF World ChampionShip onde a organização local disputará o torneio. O evento de entrega de alvará no Áurea contou com café da

manhã para pais de alunos e equipe técnica, abertura oficial e início das avaliações de todos os alunos, almoço, horas aula - demonstração e certificação para o mundial com os atletas que irão representar o Brasil. Houve muito registro de fotos já que trata-se de um momento ímpar na história local, regional e quem sabe nacional. A equipe corre contra o tempo para arrecadar fundo par a viagem, que será de van e os custos foram estimados em torno de R$ 5.200,00. Quem puder colaborar com prendas para bingos, rifas ou qualquer coisa ou ação que possam levantar verbas para esta finalidade é bem vindo e a vendas a organização agradece. Vagas na Ong Ong Estudar Para crescer está com matriculas abertas para as aulas de capoeira, inglês, Italiano, reforço escolar e surf. Os interessados deverão levar cópia do RG e CPF, comprovante de residência e declaração escolar na sede ou na escola Nativa de segunda a sexta feira das 19 as 20 horas. Feijoada A Ong Educar Para Crescer está arrecadando itens para feijoada solidaria com finalidade de adquirir tatames, colchonetes e uniforme para competição. Estes itens são exigidos por órgãos que os assistem no esporte. Assim que arrecadarem todos os itens o evento será amplamente divulgado e os convites serão vendidos. O Ong pede a sua colaboração. Participe!

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Entre Viajar e Ler um Livro, Escolha os Dois

Elilde Browning O processo de criação de uma obra literária é um trabalho prazeroso e compensador, principalmente quando percebemos que o leitor identifica-se com as mensagens e as emoções dos personagens e passa a pensar e refletir sobre os questionamentos da narrativa. Escrever é ter a felicidade à nossa disposição e segurá-la para que não fuja. Quando decidimos escrever um livro a primeira dificuldade é como iniciar o relato, e, mais ainda, como concluir. Durante o desenrolar da narrativa as emoções e um universo de ideias brotam espontaneamente levando-nos a vivenciar uma suprarrealidade como se estivéssemos no pensar e no agir de todos que compõem o enredo. A vida é um constante desafio, e para conquistarmos o nosso lugar neste planeta precisamos cultivar a sabedoria e a criatividade. Essas armas nos são ofertadas mediante a observação constante do que acontece ao nosso redor, a leitura de mestres da literatura e o amor próprio que cada um

deve ter em todos os momentos do viver. Nascemos sozinhos e certamente morreremos da mesma forma. Entretanto durante a nossa permanência neste mundo ter uma crença, uma família e amigos nos ajuda a transpor os obstáculos encontrados pelo caminho. Ser feliz é um sonho de todos os viventes, porém para se alcançar a felicidade existe um longo caminhar que envolve, acima de tudo, bem estar-físico e mental. Portanto adquirir hábitos saudáveis contribui para se ter saúde, o que é sem dúvidas um fator fundamental da vida. Todas as portas para o bem e o mal estão abertas à nossa disposição. Cada uma tem atrativos de forma convincente. Fazer escolhas acertadas não é uma tarefa fácil. É nesse momento que se faz necessário usar o bom senso, e, sobretudo, ouvir o nosso eu interior. Ele fica de plantão se assim quisermos. Jamais seremos os mesmos após a leitura de um livro ou de uma viagem. Essas duas situações enriquecem o nosso viver, ampliam os nossos ho-

rizontes e passamos a ver o mundo de forma diferente. O poder da mente precisa ser exercitado visualizando antecipadamente o que queremos ao final da caminhada. Nenhum vento é favorável para quem não sabe aonde quer chegar. Faz-se necessário ter consciência de que nada é fácil, mas com coragem e determinação é possível realizar todos os nossos sonhos. Investir em conhecimento é o melhor caminho para uma vida promissora, porque a nossa visão do mundo se amplia e isso nos dá condições para compreender melhor as pessoas e o mundo que nos cerca. Não se intimide com as dificuldades que inevitavelmente surgirão. Nesses momentos será preciso muita força de vontade, coragem e determinação para vencer os obstáculos. A vitória pertence aos fortes e corajosos. Seu sabor é incomparável! Vivencie tudo isso e muito mais lendo o livro E assim foi a vida, de Elilde Browning. * * *

Depois de 53 anos de ter escrito o seu primeiro livro e perdido os originais voltou a escrever. Em apenas 6 meses, aos 77 anos de idade escreveu “E Assim Foi a Vida”.

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Vivência Quilombo da Caçandoca

Liliana Soares Ass. Grupo Cultural Tiduca No último dia 27 de abril, a Associação Grupo Cultural Tiduca visitou o Quilombo da Caçandoca (Ubatuba – SP), levando a Comunidade Jongo Tiduca para a realização de mais uma ação do projeto “A voz negra ecoa através dos tambores trazendo de volta sua história” que visa à disseminação da cultura afro, mais especificamente o Jongo. Ao chegar à comunidade, fomos recepcionados por Mario Gabriel do Prado, líder local, que nos apresentou toda a área e nos contou um pouco da história local. Após o almoço, demos início a atividade proposta, com uma roda de conversa sobre a história do jongo, das tradições, e das diferentes formas que são praticadas nos estados da região sudeste. Nessa vivencia/ oficina, foram mostrados os passos dançados e os toques praticados, além de uma roda

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de jongo para “encerrar” as atividades da parte da tarde. E a noite, ao pé de uma linda fogueira, realizamos mais uma Roda de Jongo, onde integrantes da Comunidade Jongo Tiduca e moradores do Quilombo, participaram em comunhão, trocando passos,

palmas, pontos e muita energia. Após uma maravilhosa acolhida, fomos embora com o gostinho de querer mais e com um convite para que em breve retornemos ao Quilombo, levando mais um pouco da nossa cultura.

Verticalização e mudança no plano diretor de Ubatuba

Dr. Michel Amauri Nos últimos dias está é a pauta das redes sociais em Ubatuba, inclusive álguns que pretende algum cargo político no futuro já estão afinados com discursos de ser contra a verticalização e a mudança no plano diretor da cidade. É possível sim a verticalização de Ubatuba, porém á verticalização planejada para não cairmos o que ocorreu no litoral paulista. Como exemplo a verticalização poderia acontecer de forma gradual a partir da 3 ou 4 quadras da linha da praia respeitando as particularidades de cada praia, áreas ambientais, comunidades tradicionais, áreas institucionais, histórica e cultural. A partir daí aumentaria gradativamente o número de pavimento de até no máximo 4 a mais em um total de até 8 pavimentos tudo com estudo prévio com aprovação nos órgãos de classe de

arquitetura e engenharia. O exemplo é a Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. Ubatuba possuí muitas construções irregulares e clandestina, então a verticalização já ocorre em Ubatuba bastaria olharmos para álguns prédios erguidos recentemente na cidade que em muitos extrapolam o número de pavimento e altura permitido, estando na hora também de mudar o plano diretor e permitir a construção em locais como Perequê-Açu e Maranduba. Maranduba é a queridinha da região sul recebe a reurbanização da praia, porém em muito sofre com as construções irregulares e clandestina, porém está na hora de ser permitido a construção de empreendimentos devidamente regularizados no padrão que realizado na praia grande, toninhas e Itagua . Consulte sempre um advogado(a).


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Aves da nossa Mata Atlântica – Tietinga Apelidado de “o elegante cantor” o Tietinga cujo nome cientifico é Cissopis leveriana do (grego) kissa = pêga; e -öpis = com a face de; e de leveriana, leverianus = homenagem ao naturalista inglês fundador do Museu Leverian, Sir Ashton Lever (1729-1788). (Ave) com face de pêga de Lever, também é conhecido como Pipira (Mato Grosso), Probexim, Sanhaço-tinga (São Paulo), Pintassilgo-do-mato-virgem, Sabiá-tinga e Pega (Pernambuco). Mas não importando como o chamem, nosso elegante amiguinho sempre se apresenta bem-vestido, com seu elegante fraque de cauda longa. Um bom observador da natureza saberá que não é difícil achá-lo: do alto das copas das árvores (onde estão as frutas, principalmente banana e goiaba, também os insetos que tanto gosta), suas “apresentações” são bastante barulhentas, pois permanecem unidos até o período reprodutivo, que ocorre oito vezes ao ano esteja em dupla ou em bandos de até 10 indivíduos. O bando utiliza do vôo em conjunto como estratégia de defesa. Outra particularidade, bastante destacada pelos observadores, são a íris de seus olhos que possuem uma coloração dourada maravilhosa. Pequeno mede cerca de 30 centímetros de comprimento e pesa 76 gramas (macho) e 67,5 gramas (fêmea). Esta ave possui duas subespécies reconhecidas: a Cissopis leverianus leverianus (Gmelin, 1788) - ocorre no leste da Colômbia até o sudeste da Venezuela, Guianas, norte da Bolívia, e na Amazônia brasileira. Esta subespécie

Foto: Antonio de Oliveira ”Tio” /PROMATA

apresenta o dorso branco e a porção escura no peito é mais estreita que na subespécie major e a Cissopis leverianus major (Cabanis, 1851) - ocorre do Paraguai até o sudeste do Brasil e na região adjacente do nordeste da Argentina na província de Misiones. Esta

subespécie apresenta o dorso e peito com a coloração escura. Tem em média 2 ninhadas por estação com 3 ovos cada uma. É até comum encontrá-las, no que infelizmente sobrou de nossas matas, capoeiras arbustivas com árvores esparsas e florestas de gale-

ria, no estrato médio ou na copa. Raramente se junta a bandos mistos. Durante a alimentação, lembra as gralhas vasculhando a vegetação à procura de insetos e frutas. O que dá para garantir que é mais ave interessante de se observar.

Fonte: Promata, www.oeco. org.br, passarinhando, Ubatubabirds, Wikipédia, Wikiaves, passarinhando.com.br, “Ornitologia Brasileira”, de Helmut Sick, avescatarinenses.com.br, coave.org.br, vivaterra.org.br, Portal São Francisco, vivaterra.org. br, http://blog.cobrap.org.br


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Maio 2019

Manhas e Artimanhas do cacique Cunhambebe Para deixar registrado nos anais da história ubatubense iremos republicar a brilhante trilogia das crônicas de Renato Nunes, que através de seus “poderes”, consegue contato com o grande cacique destas paragens. Por ser uma obra de ficção, qualquer semelhança com fatos reais poderá ser (ou não) mera coincidência. Depois que eu decidi contar neste jornal o que é, como surgiu e o que deve ser feito com a “maldição de Cunhambebe” que inferniza Ubatuba há mais de três séculos, fui procurado por muitas pessoas interessadas em maiores detalhes sobre o veterano cacique. Pouco pude acrescentar ao que eu já havia dito, mas para espanto meu, aconteceu uma coisa extraordinária. O próprio Cunhambebe apareceu em minha casa anteontem durante a madrugada. Como moro na avenida do Cruzeiro, disse-me que é por ali que passa seus dias, organizando todos os movimentos para ver permanentemente cumprida sua conhecida maldição, e depois que eu a revelei resolveu se apresentar, quis me conhecer e se dar a conhecer. Realmente a história tem razão, é um tipo grandalhão, de fala mansa e gago. Me pareceu um sujeito alegre e gozador apesar do aspecto sombrio, dos olhos terríveis e duros e da enorme cicatriz que vai de um lado a outro do peito. Contou que observa quem chega, quem sai e o que fazem na cidade, aí então vai desfazendo as iniciativas, pondo pedras no caminho e trabalhando há séculos para irritar e prejudicar os descendentes, amigos e convidados daqueles portugueses que humilharam seu povo. Disse-me que anda meio cansado desse assunto mas, como foi ele que lançou a maldição, ficou eternamente comprometido com sua perfeita realização. Outros caciques o ajudaram nos primeiros duzentos e cinqüenta anos, porém acha-

ram que já era demais e se foram. Ele, teimoso e determinado como sempre, se mantém ligado em tudo que acontece. Comentou que a cidade cresceu muito ultimamente, com muita gente que veio de fora sendo também vítimas de sua maldição, mas que era isso mesmo que ele queria. Quanto mais gente, mais problemas e pior os governantes, foi o que ele disse. Conversa vai, conversa vem convidei-o a dar uma volta para que me mostrasse como agia para que as coisas não dessem certo por aqui. Levou-me para o alto do morro do Matarazzo que ele chamou de Curuçá-mirim dizendo que de lá, onde estava antigamente sua aldeia, podia avistar toda a baía e a cidade, acompanhando os passos das pessoas e o que faziam. Disse que ficava por lá porque se sentia bem naquele terreno velho conhecido, e que sua condição de cacique secular o permitia estar em todos os lugares e ver tudo ao mesmo tempo. Contou que a primeira coisa que fazia era retirar das pessoas sua capacidade de reclamar e de cooperar, introduzindo em seu lugar o sentimento de inveja e a prática da futrica. Só isso, disse ele, era suficiente para paralisar tudo porque as pessoas se destruíam sozinhas. Deu como exemplo o seguinte: qualquer um que começasse a se destacar em algum trabalho comunitário seria logo chamado de candidato a prefeito para que despertasse naqueles que pretendiam candidatar-se, a preocupação com o futuro concorrente. Aí então trabalhavam contra ele. O pessoal da admi-

nistração pública, vereadores e chefes partidários passavam-lhe toda espécie de rasteira, negando-se ainda a atendê-lo em seus pedidos em favor do bairro para destruí-lo perante a população, só porque achavam que chegaram antes na fila dos candidatos a prefeito. Como a população já tinha sido privada da capacidade de reclamar e cooperar, viravam as costas para o sujeito, acreditando nas futricas que lançavam contra ele, negando-lhe qualquer apoio. Assim era mais um que se ia e tudo ficava na mesma. Outra artimanha do velho cacique, contada em meio a enormes gargalhadas, era a cegueira seletiva que aplicava nas pessoas. Produzia uma cegueira no cidadão que o impedia de ver só o que ele, cacique, não queria que a pessoa visse. Por exemplo, os policiais encarregados de manter a ordem para criar um clima favorável aos turistas que deveriam trazer dinheiro para a cidade, ficavam cegos em relação ao montão de mendigos que perseguem as pessoas atrás de uns trocados, ou cegos quan-

to aos motoristas de cidades do interior que ligam um som altíssimo nos seus automóveis toda noite nas principais ruas da cidade, embolando as calçadas e xingando as pessoas que estiverem a passeio ou em suas casas que, aborrecidos e ofendidos vão-se embora achando que a cidade não oferece segurança. Os policiais são bem intencionados, mas o cacique se diverte criando neles a cegueira seletiva porque isso reforça os efeitos da sua maldição sobre a cidade. Também se diverte muito com o golpe da cegueira aplicado na privatização do espaço público, isto é, o que é de todos fica sendo apenas de um, com a concordância e prejuízo de todos, e todos riem. Funciona assim : vêm uns caras e montam um quiosque no meio da calçada ou na beira da praia, de preferência em algum lugar bonito e tranqüilo. A seguir, enchem a sua volta de mesas e cadeiras, metem um som barulhento durante a noite toda até a madrugada. Ninguém vê o abuso, mas o pessoal da cidade, os moradores do lugar, todos se aborrecem. Sua paz vira um inferno mas todos toleram porque dizem que a zorra é para alegrar os turistas. E é aí que o cacique se diverte mais. Diz que conseguiu pôr na cabeça das pessoas que aquela zorra atrai turistas, e ninguém percebeu que é justamente o contrário, espanta os visitantes. Assim, os próprios chefes da cidade afugentam aqueles que tem dinheiro e gostariam de gasta-lo em Ubatuba, ficando por aqui, rebolando “quinem

doidos nos quiosques”, como disse o velho morubixaba, apenas as pessoas que andam de Kombi 79, Opala 68 e Brasília qualquer ano. Esses não tem dinheiro nenhum mas como são muito numerosos, enganam as pessoas da cidade que, sem saber que estão afetadas pelo golpe da cegueira, dizem que o futuro vai ser bom porque a cidade está cheia. Cheios ficaram aqueles que viraram as costas para Ubatuba e foram gastar seu rico dinheirinho noutras cidades do litoral, menos bonitas mas mais organizadas e inteligentes, arrematou às gargalhadas o gigante Cunhambebe. Nesse momento, como o sol já estava querendo aparecer no horizonte do mar do Itaguá, lançando uns raios de fogo contra as nuvens ainda escuras da noite e fazendo as águas da baía parecerem uma enorme planície negra, o cacique, voltando-se para mim com um olhar sério e cansado, disse que estava na hora de caminhar sozinho por aquela superfície em direção ao astro rei. E foi-se. Ainda vi seu enorme vulto andando contra o vermelho da alvorada quando parou, virou a cabeça em direção à praia e gritou, “qualquer noite voltarei para contar mais uns truques que faço com alguns chefes desse vilarejo, para que aceitem umas galinhas e um pouco de peixe com farinha para mudar as leis e desorganizar tudo, e ainda assim continuando a ser respeitados e tratados como pessoas importantes”. Ouvi uma enorme gargalhada e o perdi de vista.” Renato Nunes - 25/03/2005


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Coluna da Adelina Fernandes

Crônica do Amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Cohen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar.

Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor? Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa. Arnaldo Jabor

ANUNCIE: (12) 99714-5678 (12) 3849-5784 Jornal Maranduba News



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