Maranduba, Dezembro 2018
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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
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Ano 9 - Edição 115
Morador da Maranduba recebe a mais alta comenda municipal
Clemente Cruz das Chagas recebeu a mais alta comenda municipal “Título de Ubatubano Ilustre” proposta pelo vereador Reginaldo Bibi (MDB)
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Livro da escritora Elilde Browning mostra que a vida é feita de superação e escolhas
Regis Thiago Hoje, a resenha é do livro ‘E assim foi a vida’, escrito por Elilde Browning, publicado pela editora Artêra. Em resumo, o livro é incrível. Como muitos sabem, não sou muito fã de romances, mas a narrativa deste livro me surpreendeu. Em alguns eventos em minha cidade, tive o privilégio de conhecer a autora do livro, muito simpática e extremamente culta. Mas para falar sobre o livro tem um pensamento que resume muito sobre o livro, “nada neste mundo é perfeito. Todas as situações têm os seus prós e seus contras. E, numa avaliação profunda, tudo vale a pena viver”. Realmente, a personagem Lenira Silveira pode dizer com todas as palavras, E assim foi a vida. O livro é rico por descrever vários países e cidades brasileiras durante as viagens da personagem. É conseguir viajar através das palavras, entender culturas e entender os porquês de cada atitude de Lenira. Cada um tem sua história, uma trajetória, um caminho a seguir, mas ao ler esse livro, é fácil notar que Lenira nunca desistiu de seus sonhos, objetivos e principalmente de sua família. Algumas situações bem comuns onde cada pessoa que ler a obra poderá se identificar com cada situação;
Editado por: Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda. Fones: (12) 3849.5784 (12) 99714.5678 e-mail: jornal@maranduba.com.br Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal Editor: Emilio Campi Jornalista Responsável: Ezequiel dos Santos - MTB 76477/SP Editora de Variedades: Adelina Fernandes Rodrigues Consultor Ambiental - Fernando Novais - Engº Florestal CREA/SP 5062880961 Gestora Ambiental - Isaura Monteira dos Santos CFQ 175439 Consultor de Marketing - Luiz Henrique dos Santos - Publicitario Consultor Jurídico - Dr. Michel Amauri OAB/SP 324961 Consultor de Turismo - Fabrizio Fambrini- Turismólogo Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo
Foto: Francine Farfan
seja ela no amor, na questão profissional, na família e na superação de obstáculos. Na vida sempre precisaremos tomar uma decisão e ninguém poderá fazer isso além de nós mesmos. Outro detalhe importante que precisa ser destacado, é a fé demonstrada pela personagem. Sempre colocando Deus em sua vida. Eu indico o livro para todos aqueles que acreditam em seus sonhos e buscam superar as situações mais adversas que possa estar passando. A vida nem sempre é fácil, mas somente nós poderemos mudar cada situação. Conforme conversado com Elilde Browning, o livro foi escrito em apenas 6 meses, um trabalho
muito gratificante para ela, que além de escritora, faz seus mosaicos. Livro E Assim Foi a Vida E assim foi a vida é um romance de ficção com características filosóficas e existenciais e nuances de autoajuda. É a história de uma menina pobre, órfã de pai, nascida no interior da Bahia, de uma família de 13 irmãos e que um dia pensou: “Nascer pobre independe de nossa vontade. Permanecer pobre é uma escolha própria de cada um”. Fonte: http://www.tudojuntoemisturado.info/2018/11/ resenha-e-assim-foi-vida-livro-da.html?m=1
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Maciço da Água Branca sofre deslizamento após fortes chuvas
Na manhã do último dia 10, sábado, moradores da região sul acordaram com uma visão diferente nos “Mares de Morros” deste lado da Mata Atlântica. No Maciço que pertence a cachoeira “Santa Maria da Água Branca” vizinho ao maciço do “Peixe Galo” ocorreu, por contas das fortes chuvas anteriores, um deslizamento colossal na sua face norte. O evento causou a coloração barrenta em três córregos que
abastecem o rio no principal até o mar. A mancha possui um tamanho consideravelmente preocupante, já que rolaram com facilidade pedras e árvores de grande porte devido seu ângulo de inclinação. Primeiras imagens O caiçara Adalberto Silva dos Santos, 36, esteve lá no dia seguinte, 11, e cedeu gratuitamente ao JMN as primeiras imagens do acidente natural. Segundo ele o local ainda
apresentava um grande risco de deslizamento tendo em vista a quantidade de água que ainda descia entre os escombros. “Foi possível apenas visitar o amontoado de coisas na parte baixa do acidente, subir a montanha naquelas condições era inviável e muito perigoso naquele dia”, comenta Adalberto. Uma idéia preliminar dá conta que o ocorrido tem quase mil metros de extensão o que mostra quão
suscetível se mostra a região a qualquer alteração do clima e aos sinais de degradação causadas pelo ser humano. Quase uma represa Lembrando que há mais de cinco décadas o maciço da Água Branca foi estudado a exaustão e até explosivos foram utilizados para verificar a resistência do paredão rochoso no intuito de servir como barreira natural para a formação de uma represa, que acabou não acontecendo aqui
e construído então em Paraibuna. Ao que foi apurado hoje poucos moradores que trabalharam nestes estudos na época estão vivos, entre eles o caiçara e Ubatubano Ilustre Antonio Pereira.
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Litoral Norte na “Operação Chuvas de Verão”
Esta em vigor desde o primeiro dia de dezembro 2018 o PPDC (Plano Preventivo de Defesa Civil) nas cidades do Litoral Norte. Chamado de “Operação Chuvas de Verão”, que tem como objetivo identificar, avaliar e gerenciar as áreas de riscos para que medidas preventivas evitem mortes dos moradores em áreas de risco. O plano foi criado a partir de 1989 pelo governo do Estado, a partir de fortes chuvas registradas em Cubatão e Ubatuba, que resultaram na morte de moradores que ocupavam as encostas. Trata-se de uma parceria entre o Estado e as prefeituras, no período de maiores chuvas, ou seja, entre dezembro e março. Participam da “Operação Chuvas de Verão”, o IG (Instituto Geológico), o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e representantes e agentes das Defesa Civil estadual e municipal. Esses órgãos, através do monitoramento dos índices pluviométricos e da previsão meteorológica, vistorias de campo e atendimen-
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tos emergenciais, promovem ações preventivas nas áreas de risco, que podem, inclusive, em situações mais críticas, promover a remoção preventiva e temporária da população que ocupa as áreas de risco, antes que os escorregamentos atinjam suas moradias. Em Ubatuba, a prefeitura local informou que são 24 áreas de risco no município. Alguns bairros são considerados de risco muito alto: Corcovado, Sertão do Sesmaria, Estufa II, Bela Vista, Ipiranguinha,
Mato Dentro, Sumidouro e Picinguaba. A Defesa Civil de Ubatuba mantém um trabalho de monitoramento constante nesses locais. A Prefeitura tenta recursos com o Estado e União para construir casas em locais mais seguros e retirar dessas áreas as famílias que vivem em situação mais crítica. A operação conta com a colaboração dos moradores para acessar locais e receber informações que podem salvar vidas. Colabore!
Sociedade prevê maior lançamento de poluente nos rios nesta temporada
Somados aos poluentes que já são lançados nos rios da região atualmente, agregando as atividades da degradação ocorrida nas últimas décadas para atender ao mercado imobiliário e especulativo, náutico e comercial. Também a extração de matéria prima não licenciada, onde, junto a tudo isso, acaba sobrando para as calhas dos córregos, riachos e rios que integram a bacia hidrográfica da Maranduba levar esta sujeira e o mal cheiro a praia, e que, nesta temporada, infelizmente, pode receber o dobro ou o triplo de “lixo” do ano passado. Durante meses as redes sociais têm mostrado vários pontos de interferência humana na poluição dos rios. Algumas tão drásticas que teriam que ser resolvidas de imediato, mas é um problema desculpável que se arrasta há décadas. Com a descaracterização do espaço, o desmantelamento natural e cultural, a desculturação de grande parte da população que passa a ter como meta o$ valore$ apenas, prin-
cipalmente a ambiental remete o lugar a transforma-se em uma grande lixeira disfarçada de litoral, onde o que vale é o investimento economico e financeiro esquecendo-se de que, se matarem a galinha dos ovos de ouro, haverá só prejuízo, alguns irreparáveis já em curso. Exemplo prático é o esgoto despejado livremente no Rio Água Branca no bairro do Sertão da Quina, onde, na outra margem, é possível observar crianças banhando-se inocentemente em suas águas. Outro, na Maranduba, é o esgoto despejado, via canos por baixo das ruas, calçadas e jardins, em área mais organizada, de pessoas provavelmente mais abastadas e, portanto, talvez, com maior conhecimento. É a imundície gerada pela ganância humana que esta crescendo em todos os lugares e ainda o jogamos por baixo do tapete, quer dizer, nesta década, pra dentro do rio. Então que venha o lixo, a poluição, as doenças e principalmente o mau cheiro em plena temporada de verão.
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Morador da Maranduba recebe a mais alta comenda municipal
Caiçaras, moradores, conhecidos, amigos, turistas e visitantes estão em festa pelo também reconhecimento do caiçara Clemente Cruz das Chagas em receber a mais alta comenda municipal “Título de Ubatubano Ilustre” proposta pelo vereador Reginaldo Bibi (MDB) aprovado pela Camara Municipal como parte das comemorações do aniversário de Ubatuba. A comenda é oferecida pelo legislativo municipal a personalidades nativas deste território que atuaram e/ou contribuíram de alguma forma com o desenvolvimento da cidade, empreendedorismo, cultura, educação, tradições, bem estar, por exemplo. Na justificativa do vereador, consta a atuação do agraciado no ramo da construção civil, estando entre os primeiros a atuar nesta área profissional dentro desta porção geográfica, onde gerou oportunidades e empregos a muita gente. Também participou de eventos e lutas em prol da comunidade.
Nascido nesta terra em 19 de dezembro de 1949, filho do Caiçara João Paulo das Chagas e Dona Ana Rosa das Chagas, irmão de Maria Chagas Cancellier e Vera Lúcia Sodré, morador da Praia do Sapê é uma figura conhecida e que tem muitas histórias para contar, dentre elas a vivencia e a participação na tradição oral coletiva da formação histórica e cultural deste pedaço de terra Brasil. Casado com Laudicenia Cruz das Chagas ao qual soma-se 43 anos de matrimônio e destes tiveram três maravilhosos filhos; Tatiana Cruz das Chagas, Suzana Cruz das Chagas e Vitor Cruz das Chagas. Não esquecendo que para felicidade da família e dos avós corujas soma-se a esta conta as queridas netas; Rafaela Barana Chagas e Malu Chagas Costa. Mais do que uma homenagem a Camara faz justiça ao histórico de lutas e conquistas aos comunitários e, em especial, a Clemente Cruz das Chagas, ao qual quem o conhece sabe que foi mais do que merecido.
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“Resolvi ser feliz, pois faz bem a saúde” DECLARAÇÃO: Eu, dr. Jorge Emerson Estefan, CRM/SP 171209, declaro para todos os meus pacientes, desde 2015, na ESF Sertão da Quina, que sou grato ao Município de Ubatuba, pela oportunidade de trabalho e a esta região a qual exerci meu ofício. Foi uma experiência de realização profissional e pessoal, a qual não seria possível, sem a compreensão, tolerância e paciência de vocês. Por isto também sou muitíssimo grato a todos que fizeram parte desta história de quase 4 anos de atendimento, aos aproximados 7.500 cadastrados nesta unidade de saúde. Quero com o exposto, não dizer adeus, mas sim, até breve, pois, apesar de estar deixando meu cargo, os vínculos que fiz, o carinho que recebi, os êxitos e até mesmo os in-
fortúnios, me deixam com o sentimento de que valeu a pena! Gostaria de me despedir com a frase de Voltaire, que muitos conhecem, dos meus receituários de medicações,
como uma reflexão a todos meus pacientes, a qual diz: “Resolvi ser feliz, pois faz bem a saúde”. Pratiquem essa idéia, e tenham muita saúde. São os meus votos!
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homenagem ao dia da Consciência Negra
Alunos da aula de inglês e manicure do professores Caio e Michele prestam homenagem ao dia da Consciência Negra, na escola Nativa de baixo do trabalho escolar das crianças da escola.
ONG Ubatuba em Foco no mundial do Uruguai
Atletas Taekwondo da ONG UBATUBA EM FOCO , irá representar Brasil no campeonato mundial em 2019 no Uruguai. Administrador ONG Bruno Cesar recepcionou mestre Sanches do Uruguai juntamente com mestre Carlos Do-
jang Palma no último sábado , na ONG do Perequê Mirim, o qual veio fazer primeiro seminário no Brasil e do estado são Paulo, o qual certificou nosso atletas, e qualificou para disputar que irá acontecer no Uruguai.
Curso de Elétrica oferecido pela ONG Ubatuba em Foco tem número recorde de alunos
Curso de elétrica oferecida pela ONG UBATUBA em foco região sul, tem maior número de matrícula: 32 alunos.
O curso acontece todas as quarta feira na escola Nativa, com Prof. Paulo da Inatep. Mais uma conquista.
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Pescadores da região receberão do prefeito licença ambiental para uso da draga no desassoreamento do Rio Maranduba
No próximo dia 10, às dez da manhã, o prefeito municipal, Délcio José Sato-PSD junto com o secretário de Meio Ambiente Wilber Schmidt Cardozo, demais autoridades e convidados, farão a entrega oficial da licença ambiental para o Desassoreamento da calha do Rio Maranduba em beneficio dos pescadores da Região Sul. Trata-se de uma antiga reivindicação com intuito de colocar em funcionamento a Draga Flutuante doada a Associação dos Pescadores da Barra da Maranduba e Região Sul pela Petrobras através do Progra-
ma de Ação Participativa para a Pesca (PAPP) da Petrobras que nada mais é do que uma condicionante ambiental através de uma compensação à instalação do Sistema de Produção e Escoamento de Gás Natural e Condensado do Campo de Mexilhão (PMXL-1). Haverá as 10 horas do dia 10/12, segunda-feira, na barra do rio Maranduba no início da Estrada da Caçandoca, uma recepção para comemorar o feito já que há mais de uma década os pescadores vem lutando por esse beneficio. Todos estão convidados.
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Circuito Petrobras Rei e Rainha do Mar na Maranduba O maior festival de esportes de praia do Brasil no Litoral Norte Paulista No último dia 11, moradores, turistas, visitantes e curiosos se surpreenderam com a estrutura montada na Praia da Maranduba. Mesmo com o tempo propenso a fortes chuvas e vento a região foi palco da 4ª Etapa Ubatuba do Circuito Petrobras Rei e Rainha do Mar de natação. Dois mil atletas se inscreveram e a praia se encheu de braços e pernas nestas águas Tupinambá. Segundo a organização a praia de Maranduba foi escolhida não só pelo visual, mas por oferecer uma emoção a mais para os percursos aquáticos: a volta na ilha do Pontal. O circuito volta à São Paulo depois de percorrer o país, passando por Florianópolis, Brasília e Salvador. Os participantes que optaram pela prova mais extensa de natação, o Challenge, com 5 km, realizaram a volta na ilha do Tamerão que fica bem próxima à costa. Além dos nadadores do Challenge, os atletas de SUP também percorreram o trecho. A etapa contou com as tradicionais provas do evento - natação, Sprint e Classic, com 1 e 2,5 km, respectivamente; o Beach Run, 5 km de corrida na areia e o Beach Biathlon, 1 km de natação e 2,5 km de corrida na areia. As provas de Corrida Kids foram destinadas aos pequenos de 5 a 13 anos, com distâncias que variaram de acordo com a faixa etária; as de Natação Kids o mesmo percurso, porém exclusivo a faixa etária entre 9 e 13 anos. Atletas com alguma deficiência física também puderam participar, dentre eles, alguns conhecidos da região que chegaram a receber a coroa.
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A luta dos caiçaras para não perder heranças do passado... Leonardo Fuhrmann BBC News Brasil A dona de casa Nerci do Prado Martins, 52, não consegue mais entrar na residência onde passou a infância, dentro da reserva ecológica da Jureia, no litoral de São Paulo. Aliás, sequer sabe se seu imóvel ainda está de pé. De origem caiçara, ela hoje mora com um dos filhos e o marido, que trabalha como caseiro, em um bairro urbano de Peruíbe, cidade litorânea próxima. “A gente ainda tem uma casa de madeira lá dentro (da Jureia), mas faz mais de dois anos que a gente tenta autorização para consertá-la e não consegue. Já faz um tempo que nem vamos lá para ver como está. É capaz que já tenha caído tudo”, conta. “Só tenho dois tios que continuam lá dentro da reserva.” O distanciamento dessa família de suas terras originais é um exemplo de como a tradicional cultura caiçara, catalogada oficialmente e ligada a séculos de ocupação no litoral brasileiro, está se perdendo, segundo especialistas. Nerci perdeu o direito à casa e ao uso da área com a criação da reserva ecológica por parte do governo federal, ainda nos anos 1980, quando se planejava construir usinas nucleares no local. “A gente não podia mais abrir roças, caçar ou retirar palmito. Só sobrou a pesca”, diz ela. A ideia das usinas não prosperou, mas a região se tornou um parque de preservação ambiental. Quem vive cercado Caiçara é um termo de origem tupi, que faz referência a cercas que protegiam aldeias. Os caiçaras são descendentes
de índios, de portugueses que chegaram ao Brasil a partir do século 16 e, em alguns casos, de negros trazidos ao país como escravos. Por viverem em áreas isoladas, acabaram preservando muito da cultura de seus antepassados, como o modo de produção, festas com músicas e danças próprias e o ritmo de vida. Eles não têm, por exemplo, a cultura de acumulação. Além de indígenas e quilombolas, existem em território nacional outros povos tradicionais como faxinalenses, pomeranos, seringueiros, extrativistas, quebradeiras de coco babaçu e ciganos. Hoje, o caiçara é alguém que vive cercado – por fronteiras naturais do mar e da serra, e por imposições como a industrialização de áreas pesqueiras, a especulação imobiliária e a criação de reservas florestais, outro obstáculo ao modo de vida tradicional. Ainda que protejam a natureza, as reservas são vistas por alguns críticos como uma outra face da especulação imobiliária. “Além de tirar os caiçaras de suas terras para a criação de condomínios, é preciso expulsá-los das reservas também, em nome do mito da natureza intocada?”, questiona Antonio Carlos Diegues, coordenador do Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre Populações Humanas em Áreas Úmidas Brasileiras da USP (Nupaub-USP). Ele critica “o conceito de reserva florestal que exclui o ser humano que vive dentro daquela região e faz uso sustentável daqueles bens naturais”. Além da relação forte com o mar e rios que desembocam ali, os caiçaras ligam também seu modo de vida à
FOTOS: GUILHERME RODRIGUES/DIVULGAÇÃO
Seu Vitor e Dona Tereza em sua casa, na Barra do Una, comunidade caiçara dentro do Parque Estadual da Jureia
caça, à coleta de produtos da floresta e à agricultura. Não há estimativas oficiais do tamanho dessa população. Isolamento e cultura O território tradicional dos caiçaras vai do litoral sul do Rio de Janeiro até o Paraná. Como o isolamento favorece a manutenção desses povos e suas tradições, a cultura tem mais força em regiões como o extremo sul e o norte do litoral paulista, isoladas por mais tempo do que as áreas que vivenciaram avanço da rede rodoviária, a exemplo das cidades ligadas à capital paulista pelo sistema Anchieta-Imigrantes (que começou a
ser construído nos anos 1940) - antes, já havia a estrada velha de Santos e a ligação férrea da Santos-Jundiaí. Com a urbanização, tradições culturais também correm o risco de se perder, como o fandango caiçara, música folclórica com viola e pandeiro tocada em rodas feitas em casa. É considerado patrimônio imaterial nacional desde 2012. Nize, por exemplo, afastouse das festas de fandango por conta de sua religião evangélica, mas seu marido ainda organiza as rodas. Ao mesmo tempo, busca-se o reconhecimento oficial de outros aspectos típicos dessa
Wladimir, pescador artesanal de Ubatuba, calafetando seu barco
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cultura, como a canoa caiçara, feita a partir de um único tronco. Segundo o pesquisador Antonio Carlos Diegues, os saberes para sua construção incluem a escolha da árvore, o momento do corte e o ângulo certo de corte da madeira para a formação de cada uma das partes da embarcação. Hoje, muitos dos antigos fabricantes caiçaras abandonaram a atividade em razão das dificuldades impostas, e a maioria dos pescadores usa embarcações de outros materiais. Em nota, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo afirma que a preservação ambiental é prioritária em relação aos direitos culturais dos povos tradicionais e que a proteção da fauna e da flora beneficia a todos, inclusive os descendentes dos caiçaras. O Ministério do Meio Ambiente, por sua vez, diz levar em consideração o papel dos povos tradicionais na conservação da natureza, como defendem os especialistas, e incentivar em caráter experimental o manejo em áreas de reservas de proteção integral.
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...após ver terras virarem reservas ou condomínios No antigo território caiçara, foram construídos diversos condomínios residenciais, mais de uma dezena de parques, estações ecológicas e áreas de proteção ambiental, além dos portos de São Sebastião e Santos, em São Paulo, e Paranaguá-Antonina, no Paraná, e da bacia de extração de petróleo e gás natural de Santos, a segunda em produção do país. Em Santos, existem duas comunidades caiçaras, ambas longe da orla, na parte continental: Ilha Diana e Monte Cabrão. Outra comunidade, chamada Ilha Caraguatá, fica em Cubatão, cidade do litoral paulista que não tem praias. As três têm em comum a área de pesca: o estuário de Santos, trecho de mar que fica atrás de Santos, São Vicente e Guarujá. Nascido e criado em ilha Diana, Eduardo Hipólito Filho, 47, é da terceira geração de pescadores da sua família radicados lá. “Comecei a pescar aqui quando era criança, a gente ia num barco a remo pegar camarão”, conta. Hoje, segundo ele, dos cerca de 200 moradores da ilha, apenas cinco vivem exclusivamente da pesca. “Mas quem tem outra profissão pesca para complementar a renda, pois a maioria tem profissões simples, com remuneração baixa.” Eduardo afirma que a pesca está cada vez mais difícil. “O grande negócio que ainda há é a pesca do robalo, mas diminuiu muito a quantidade de peixes e frutos do mar aqui.” O problema, segundo ele, está na qualidade da água, por causa das indústrias instaladas em Cubatão, e da movimentação de embarcações do porto de Santos, instalado no estuário. Além de vender peixes e frutos do mar para entrepostos
de Santos, Eduardo também fornece camarões de pequeno porte como isca na pesca esportiva. A rotina de pescador, segundo ele, não começa na saída para o mar. “No dia anterior, eu estudo o mar para saber qual tipo de equipamento vou levar. Uma boa pescaria depende de acertar essa análise e sair com o equipamento correto para determinado tipo de presa e ir para o local certo capturá-la”, diz. Ele ressalta que a comunidade tem dificuldade de encontrar outras formas de sobrevivência. “A gente aqui não tem espaço para lavouras e sabe que a água não é boa para fazermos criações de frutos do mar em cativeiro”, diz. As empresas próximas acabam contratando eles apenas em momentos específicos, para trabalhos pouco especializados e de curta duração. Vagas informais Adriano da Silva Alves, 72, tio de Eduardo, mantém seus laços com a cultura caiçara, mas desistiu da pesca para trabalhar em obras de infraestrutura das prefeituras locais. Ele conta a pressão que faz junto aos prefeitos de Santos por melhorias na ilha Diana. Uma das principais demandas hoje é pela reconstrução da capela local. “Estamos há alguns anos sem o cortejo marítimo de Bom Jesus de Iguape, porque o nosso padroeiro está sem sede”, conta. “Os santos da nossa capela estão guardados nas casas dos moradores.” Na saída do estuário, do lado do Guarujá, o portuário Odair Marcelino, 74, também fala com saudades das festas profanas e religiosas que eram dadas na casa de seus avós,
FOTO: GUILHERME RODRIGUES/DIVULGAÇÃO
Vista da ilha Diana, comunidade caiçara, para o porto de Santos
na praia do Góes. “Aqui sempre tinha as festas juninas, o reisado e na época da tainha (setembro). O pessoal tocava pandeiro, viola e rabeca.” Conhecida na cidade pelo apelido Pouca Farinha, a praia de Santa Cruz dos Navegantes, no Guarujá, é um dos pontos de acesso às terras caiçaras da região. Tem construções precárias, que se espalham até o mar. Entre trabalhadores com funções menos qualificadas em Santos e Guarujá, a comunidade ainda tem aqueles que vivem da pesca, como Rodrigo Gianeta, de 40 anos, conhecido como Birigui. “Meu pai era pescador aqui e saiu para o interior, onde nasci. Mas ele não se acostumou e voltamos quando eu tinha quatro anos. São 36 anos de Pouca Farinha”, afirma Birigui. Ele trabalha em pequenas embarcações que pescam camarão no mar aberto. “Na água, a gente sofre com a concorrência desleal de embarcações maiores, que passam vários dias em alto mar e
pescam irregularmente na área destinada aos pequenos”, diz. Na época do defeso do camarão no litoral paulista (período em que é proibida a pesca do crustáceo na região para garantir sua reprodução), entre o começo de março e o fim de maio, Birigui recebe o salário mínimo do segurodefeso, pago pelo governo, e complementa sua renda com pequenos serviços de pedreiro e pintor. Isolamento do Guarujá Apesar de ser próxima a Santos, a cidade do Guarujá tinha até os anos 1970, quando foi construída a rodovia Cônego Domenico Rangoni, a balsa como principal ligação com as outras cidades do litoral sul. Com isso, apesar da forte especulação imobiliária a partir de então, algumas comunidades tradicionais conseguiram se manter na orla. Sãos os casos do Perequê e da Prainha Branca, ambas no norte da ilha. Assim como o Góes, a Prainha Branca também só tem acesso por meio de trilhas ou embarcações.
Em outras praias, a pesca com pequenas embarcações continua, apesar de os pescadores terem saído da orla. Uma das soluções para a venda de seus produtos foi a construção de mercados de pescados, como o da praia das Astúrias, inaugurado em 1999. Thainara Ricardo Bezerra, 22, trabalha ao lado do pai em um dos boxes de lá há 11 anos. “Os nossos principais produtos aqui são a pescada branca e o camarão sete-barbas pescados na praia, mas a gente vende também peixes de outras regiões e importados, como o salmão, que compramos nos entrepostos”, diz. Para Diegues, da USP, além de lutarem para manter seus territórios tradicionais e seu modo de vida, os caiçaras ainda precisam vencer o preconceito. Um exemplo desta marginalização ainda consta em alguns dicionários, que registram “sujeito ordinário, sem serventia”, “malandro”, vagabundo” e “bronco” como significados do termo caiçara.
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“Quando eu era viva não!” Dona Tiana Luiza (Sebastiana Luiza), patrona da escola do Araribá, foi uma parteira muito requisitada. Também foi conhecida por ser destemida, boa benzedeira, que não gostava de ser questionada quando estava fazendo algo e que tratava as pessoas com fitoterápicos. Dava muitos conselhos e as coisas com ela eram na “lata” - “Qué? Qué! Não qué “bá” a merda!” (Quer? Quer! Senão quiser vá à merda!). Não havia rodeios para explicar as coisas e tão pouco para tratar dos males físicos e até das “frescuras”. Dona Tiana não fugia as responsabilidades, se fosse solicitada iria sem questionar atender quem precisasse. Ai do “mardeloento” que a chamasse e fosse apenas “coisas de fresco” ou “bobage”- “Ai! ai! ai!”. No auge do seu trabalho, bem ao estilo Programa Saúde da Família, foi visitar uma “comadre que tava pra pari” na Caçandoca. Como não havia estrada na época todos usavam os caminhos ou os carreiros existentes. Um deles era o caminho que saía do canto da barra da Maranduba e passava junto ao cemitério - antigo caminho da Caçandoca - até chegar ao quilombo. Pegou suas coisas já preparada para realizar mais um parto em seu currículo. Lá, na casa da comadre, dispensou os curiosos e as que não tinham nada o que fazer e começou a preparar o parto. Todas as portas foram fechadas, todas as frestas da casa foram cobertas com panos e olha que eram muitas! Água no “carderão” sobre o fogão a lenha, muitos panos lavados, fervidos e passados a ferro de carvão, barbantes idem, tesoura passado no fogo, folhas, ervas, cascas, picumãs, pinga da boa, canfora, panos lavados, bacia limpa, enfim. Ficava com ela
uma ou duas ajudantes indicada pela parturiente. Parto realizado - nasceu um “minino home”. Na segunda parte, as orientações do resguardo enquanto dona Tiana mistura as ervas, cascas, picumã, folhas para o banho das “partes” - banho de tronco ou de assento. Duas vezes por dia havia os banhos e nem sempre com as mesmas substancias naturais. Por quarenta dias a “mãe fresca” tinha que ser alimentada com “escardado de galinha caipira”, macarrão, “cardo de feijão” etc. Nos banhos estava proibido, a criança e a mãe, lavar o cabelo nos sete dias seguintes ao parto, sair de casa nos 40 dias nem pensar! Nestes dias a mulher tomava “consertada” ou cachaça com picumã para limpar por dentro. Terminada sua árdua tarefa, Dona Tiana seguiu o carreiro em direção a “préia” da Maranduba para ir pra casa. Já era tarde e resolveu sentar em uma pedra a beira do cemitério a frente da casa do Seu Izidio Antunes. Sem “fashiláit” ou um “fifó” para iluminar o caminho resolveu descansar um pouco mais pra seguir “em diente” . Era uma sexta-feira e a época alguns turistas já se embrenhavam por trilhas para alcançar as praias selvagens. Ao passarem por dona Tiana, já no “serão” da noite, um turista com sua família, ser muito educado, olhou para dona Tiana ali estática sentada em uma pedra perguntou se “a senhora não tem medo de ficar ai parada, sozinha, a esta hora em frente ao cemitério?”. Ela, cansada e com o saco cheio prontamente respondeu ao distinto cavalheiro que “quando eu era viva não!”. Agora pensa num povo que correu pelo carreiro mato adentro até a praia mais próxima imaginando ter falado com uma assombração!
Foto: Antonio de Oliveira ”Tio” /PROMATA
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Aves da nossa Mata Atlântica – Garça Azul
Seu nome científico é Egretta caerulea, do (francês) aigrette = garça; e do (latim) caeruleus = azul, azul escuro, azulado. A garça azul. Em inglês é chamada de Little Blue Heron. Embora não esteja em risco de extinção, esta ave já foi vista com mais freqüência por aqui. Antes da descaracterização ambiental e territorial de nosso litoral, antes dos despejos de rejeitos e todo tipo de sujeira nos rios e no mar, antes do aterro das áreas de mangues e alagados, quem costumava caminhar nestes ambientes sadios e navegar por nossos rios e mar já deu de cara com muitas destas aves que, geralmente, viviam nos arredores desses ambientes aquáticos. Oferta de alimentos hoje, onde? Embora existam mais de dez espécies de garças, por aqui apenas quatro espécies se apresentam com maior freqüência e destas a Garça azul é a mais rara, pois costumava frequentar regiões abertas
onde existiam água e oferta de alimentos em abundancia. A garça-azul é uma espécie de tamanho médio, podendo medir até 55 centímetros de altura e ter uma envergadura de 1 metro. O pescoço violáceo é longo como das garças e cegonhas. Ambos os sexos são semelhantes na aparência. A plumagem é azul ardósia, pernas longas e finas de cor verdes. A coloração da cabeça pode tornar-se castanha durante a época de reprodução. Os olhos são claros com íris amarela. O filhote de garça-azul é branco e passa por um período de transição “malhado escuro” até obter a plumagem adulta. Alimentação da garça-azul. A garça-azul se alimenta mantendo o bico próximo à superfície da água ou do solo, revolvendo as folhagens, em busca de presas. A sua dieta alimentar inclui camarões, caranguejos, invertebrados, anfíbios, crustáceos e peixes. Os filhotes se alimentam principalmente de camarões.
Ninhos quadrados Eles aninham-se mais frequentemente em colônias pequenas. Os ninhos são quadrados, ficam em árvores altas com zonas aquáticas de alimentação perto e consistem de plataformas de galhos com 0,5 a 1 m. Põem de 2 a 7 ovos, aumentando do sul para o norte.A incubação dura aproximadamente 28 dias. A mortalidade é alta e apenas 1 ou 2 filhotes chegam a enpenar completamente. A plumagem azulada impressiona à primeira vista. As penas podem apresentar variação em tons que vão do cinza ao azul e só o adulto da espécie apresenta esse manto completo. O jovem apresenta as penas em tons esbranquiçados e apenas com um ano de vida assume a plumagem que lhe dá o nome popular. Fonte: Promata, infoescola. com, passarinhando, Ubatubabirds, Wikipédia, Wikiaves, passarinhando.com.br, avescatarinenses.com.br, coave. org.br, vivaterra.org.br, Portal São Francisco, vivaterra.org.br
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Projeto Terra de Guaiamum do quilombo Caçandoca promove às suas crianças quilombolas dia de vivencia no manguezal da Praia da Fazenda No ultimo dia 24, o projeto Terra de Guaiamum do quilombo Caçandoca, região sul de Ubatuba, promoveu um dia de campo e vivencia no manguezal da Praia da Fazenda dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, região norte de Ubatuba. O objetivo era mostrar a esta próxima geração de moradores do quilombo a importância de como ficará o manguezal de onde residem se mantiverem no preservado, limpo e saudável. Este espaço preservado pode trazer geração de emprego, renda, e economias sustentáveis a comunidade. Também informar quanto é importante para garantir a manutenção de seus patrimônios materiais e imateriais, já que no entorno o mangue que existia foi aterrado ou destruído para atender outras economias e interesses. Foram 25 crianças acompanhadas de cinco adultos do quilombo: Izabel, Jurandir, Ana Claudia e esposo e Marlene. Elas tiveram palestra, foram a praia, depois a trilha em terra, em seguida a trilha fluvial. Logo depois um lanche que foi doado pelos colaboradores da associação quilombola. A atividade contou com o apoio da Comunidade Caçandoca, Sr Elias do transporte de Ubatuba, Alexandre motorista, Neto da APPRU, Vânia Sala Verde de Ubatuba, Talita e os monitores do Núcleo Picinguaba. O projeto agradece a todos que proporcionaram este dia memorável as crianças do quilombo, tanto pela dedicada atenção quanto ao profissionalismo do oficio. O grupo MANGUEZAL TERRA DO GUAIAMUM agradece pela verdadeira colaboração
Dezembro 2018
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Evento Internacional de Astronáutica acontece em Ubatuba Ubatuba sedia, de 03 a 07 de dezembro, o 3rd IAA-LACW terceira edição do Congresso da Academia Internacional de Astronáutica (IAA), realizado no Teatro Municipal. A iniciativa irá manter o foco em tópicos relacionados às tecnologias de pequenos satélites, promovendo um fórum entre cientistas e engenheiros, a fim de discutir suas conquistas e descobertas sobre tecnologia de ponta. Considerando o aumento ao interesse ao CubeSat e em outros pequenos satélites em atividade, e o sucesso recente das iniciativas da America Latina, a Academia Internacional de Astronáutica organizou um workshop com participantes da indústria e estudantes, que terão oportunidade para compartilhar seu conhecimento profissional e expandir sua rede de contatos na área. Segundo o coordenador do projeto UbatubaSat, da Escola Municipal Presidente Tancredo de Almeida Neves, professor Cândido de Moura, a Academia Internacional de Astronáutica é uma sociedade científica cujo primeiro presidente foi Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na lua. “O congresso está recebendo cientistas de todo o mundo, vindo de países como Russia, Ucrânia, Estados Unidos e Inglaterra, além de países da América Latina, como a Argentina. Eles vieram para cá como uma forma de reconhecimento da IAA perante o trabalho desenvolvido pelos nossos alunos”, explicou Moura. Na programação, haverá abordagem sobre novidades técnicas e visões gerais de tutorial sobre
o CubeSat e tópicos relacionados a pequenos satélites, mas não limitados a eles, discutindo temas como missões e aplicações inovadoras do CubeSat, desenvolvimento do espaço, sensoriamento remoto e observação da Terra, soluções inovadoras para subsistemas universitários de satélite, CubeSats - futuras cargas úteis e experimentos, dentre outros. A organização espera que o sucesso das edições realizadas em 2014 e 2016, sediadas em Brasília e Florianópólis, seja repetida. De acordo com Moura, simultaneamente ao Congresso, também acontece uma exposição do trabalho com uma réplica do satélite lançado em 2017 pelos estudantes do UbatubaSat - aberta ao público das 9h às 11h e das 15h às 17h O prefeito de Ubatuba, Délcio Sato, comemorou a escolha da cidade como sede desta importante iniciativa. “Estamos muito felizes porque nosso desejo é que Ubatuba se consolidasse não só como destino turístico, mas como palco de grandes eventos. É exatamente isso que está acontecendo. Este ano, já recebemos o Conexidades e, agora, ampliamos nossas fronteiras para o mundo”, afirmou. Palestrantes convidados: Anna Guerman, Centro de Mecânica Aeroespacial de Ciência e Tecnologia da Universidade Beira Interior, em Portugal; Benjamin Malphrus, diretor do Centro de Ciência do Espaço da Universidade Estadual de Morehead, nos Estados Unidos e Mikhail Ovchinnikov, chefe do departamento do Instituto Keldysh de Matemática Aplicada da Rússia.
Dezembro 2018
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Alunos do Nativa Fernandes em aula de campo na Ilha Anchieta
18ª Romaria a pé de Ubatuba a Aparecida do Norte
Finalizou no último dia 03, mais edição da tradicional caminhada a Aparecida do Norte, interior de São Paulo. Intitulada “Do mar pelas montanhas, louvemos a Rainha” a caminhada vem atraindo um crescente número de participantes, fiéis e entusiastas da fé em meio a natureza vivenciada pela espiritualidade, Houve também aqueles que queriam descobrir um diferencial ao sentido da vida através dos passos da fé em meio a biodiversidade. Centenas de pessoas realizaram, uns pela primeira vez, outros já perderam a conta, mas dizem que a experiência e as sensações são as mesmas. Incluído no Turismo Rural, cul-
No último dia 27, 39 alunos da escola Nativa Fernandes de Faria, Sertão da Quina, passaram o dia na Ilha Anchieta para uma aula passeio. Lá aprenderam um pouco mais sobre a história da maior rebelião da época acontecida ali, receberam orientação sobre preservação e conservação do meio natural e como se comportar em uma unidade de conservação, realizaram caminhada até a trilha do mirante e ao aquário natural, puderam vivenciar através de mergulho a observação de peixes. Antes da finalização do projeto pedagógico e ambiental, participaram de recreação e lanche nas águas transparentes e areias límpidas da ilha. Tudo acompanhado de alguns pais, professores e dos monitores da ilha Caru, Paulo e Gabriel e membros da PROMATA Isaura e Fabrizio. A equipe e os alunos agradecem a cortesia fornecida pela Zeus Turismo que cedeu a escuna Genesis. È uma experiência que as crianças não esquecerão.
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tural e religioso, que embora não se saiba em qual roteiro, a caminhada encontra-se em estudos para alcançar status de reconhecimento nacional como patrimônio histórico, cultural e religioso. Pelo menos 90% dos participantes refazem o caminho de seus antepassados na fé e na estrada. Trata-se de uma atividade que requer muito planejamento e oferece também produtos e serviços a turistas, além da valorização das coisas regionais sem degradar o meio ambiente. A região sul de Ubatuba manda representantes em todas as edições e desta vez não foi diferente.
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Dezembro 2018
Chacina na Ilha Anchieta - Tiroteio na invasão e retomada da Ilha “Parte 44”
Jornais da época enviaram seus melhores repórteres para descrever a maior rebelião do planeta que aconteceu em nossa região, sobreviventes ajudam a contar a história. Ezequiel dos Santos “Diário da Noite” de 24/06/1952 é agora noticiada pelo renomado jornalista Austregésilo de Athayde onde detalha os relatos seguintes aos acontecidos na região conflagrada. Iniciou com a chamada: “ESPETACULAR DILIGENCIA, APESAR DE DADO COMO MORTO, A POLÍCIA CAPTUROU PORTUGA PEREIRA LIMA, O CÉREBRO DA RESISTENCIA DOS REBELDES - A DILIGENCIA: O MORRO DO CORISCO VOMITAVA FOGO”. O morro do Corisco localiza-se na Fazenda da Caixa, região norte de Ubatuba, seu caminho inicial começa no quilombo da Fazenda da Caixa em SP e leva até Paraty no RJ. Pois bem! Foi naquela região que as forças policiais do Estado do Rio e de São Paulo entraram em confronto com os fugitivos. Encurralados nas matas, a força policial iniciou neste dia, as 17 horas, o que chamaram de espetacular diligencia. Havia entre oito ou nove foragidos da Ilha Anchieta no tal morro. Os destacamentos policiais avançaram e houve um intenso tiroteio, que só cessou quando um dos fugitivos tombou morto. Os outros, entre eles o “Portuga”, um dos mentores da rebelião, que se renderam. O chefe da resistência, Pereira Lima, escapou. É homem perigoso e valente e a polícia acredita que ele se matará a ter de render-se. A reportagem também tece uma crítica dura sobre os representados dos periódicos da época começando assim: “Um leitor inteligente logo perceberá a extraordinária, inacreditável, universal falta de imaginação do nosso jornalismo”.
O jornalista contradiz os demais profissionais da informação e da fotografia em dizer que o povo do litoral - “dos trópicos” não possuem imaginação fértil e caprichosa como dizem. “Que é desmentido todos os dias pelos nossos jornais que, revelam, ao contrário, completa e sistemática ausência de fantasia”, que são os profissionais que copiam tudo, onde parece haver uma rede telepática das mesmas criações e invenções, tudo para um destaque maior, fugindo dos objetivos jornalísticos chamando-os de “poucos originais”. O comentário segue afirmando que todos os repórteres, mesmo os fotógrafos, que se dirigiram a Parati se tornaram heróis de feitos eletrizantes. Houve por exemplo certo jornalista que com um simples “revólverzinho” trinta e dois,
bala de estalo, diante dos bacamartes dos presidiários, prendeu em cima de uma pedra nada menos do que três
facínoras. Outro “apresentou seus enviados em pleno confronto, infelizmente o primeiro apon-
tando sua arma na cabeça do segundo, tamanha a infelicidade do fotografado no arranjo da pose. E, hoje, pela manhã, além de outros heroísmos que irão aparecendo com o tempo, pois o mato de Parati é grande e que embora Deus seja muito maior, vimos o representante de um matutino conduzindo displicentemente pela manga da camisa, como se fosse um menino birrento, um dos mais ferozes facínoras, que dois minutos antes estalava os céus com sua possante metralhadora. ” Na conclusão o que segue “A conclusão que se tira destes heroísmos jornalísticos é a completa inutilidade dos vasos de guerra, dos aviões, dos tanques e das tropas enviadas ao litoral fluminense para recolher os últimos evadidos. O acertado, como os fatos estão mostrando, seria mandar apenas equipes de jornalistas, repórteres, comentaristas, fotógrafos que liquidariam com menores gastos e maior eficiência os remanescentes da rebelião da ilha, escrevendo ainda excelentes descrições dos acontecimentos, alguns certamente utilizando o próprio sangue à falta de tinta e a pele dos facínoras à falta de papel. Caso, porém, houvesse maiores considerações contrárias ao envio de um pelotão de bravos jornalistas - as famílias não concordariam - o governo sempre na preocupação de economizar dinheiro, pólvora e sangue, poderia enviar o comissário Padilha e o investigador Generoso, se ainda não tiverem sido designados para outros postos de sacrifício”, conclui o comentarista da época.
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Coluna da Adelina Fernandes
O presente de Natal
Certa vez, um menino acordou em uma véspera de Natal, muito contente, pois uma data muito importante estava para chegar. Era o dia do aniversário do menino Jesus, e é lógico, o dia em que o Papai Noel vinha visitá-lo todos os anos. Esperava ansiosamente o cair da noite, para voltar a dormir e olhar o seu pé de meia que estava frente a porta, pois não tinha árvore de Natal. Dormiu muito tarde, para ver se conseguia pegar aquele “velhinho”, mas como o sono era maior do que sua vontade, dormiu profundamente. Na manhã de Natal, observou que seu pé de meia não estava lá, e que não havia presente algum em toda a sua casa. Seu pai desempregado, com os olhos cheios d’água, observava atentamente ao seu filho, e esperava tomar coragem para falar que o seu so-
nho não existia, e com muita dor no coração o chama: – Meu filho, venha cá! – Papai? – Pois não filho?” – O papai Noel se esqueceu de mim ? O pai abraça seu filho … – Ele também esqueceu do senhor papai ? – Não meu filho… o melhor presente que eu poderia ter ganho na vida está em meus braços, e fique tranqüilo, pois eu sei que o papai Noel não esqueceu de você. – Mas … todas as outras crianças vizinhas estão brincando com seus presentes… acho que ele pulou a nossa casa… – Pulou não, meu filho … Os dois foram caminhando sem rumo, até chegar num parque e ali passearam, brincaram e se divertiram durante o resto do dia, voltando somente no começo da noite. Chegando em casa, já muito
cansado, o menino foi para o seu quarto, e escreveu um bilhete para o papai Noel: “Querido Papai Noel, Quero agradecer o presente que o senhor me deu. Desejo que todos os Natais que eu passe, faça com que meu pai esqueça de seus problemas, e que ele possa se distrair comigo, passando uma tarde maravilhosa como a de hoje. Obrigado pela minha vida, pois descobri que não são os brinquedos que me fazem feliz, e sim, com o verdadeiro sentimento que está dentro de nós, que o senhor desperta nos Natais. Obrigado. ” ... e foi dormir… Entrando no quarto para dar boa-noite ao seu filho, o pai viu o bilhete, e a partir desse dia, não deixou que os seus problemas afetassem a felicidade dele, e começou a fazer que todo dia fosse um Natal para ambos.
Granizo, vento forte e chuvas causam transtornos no último dia do mês Na tarde do último dia de novembro, dez minutos de granizo, vento e chuvas causaram transtornos na região. Comércios, ruas e a rodovia foram invadidas por galhos, folhas e água. Outros sofreram com o rompimento de cabos e fios e até
um carrinho de praia foi virado pelo vento. O susto foi grande, mas mesmo assim alguns moradores enfrentaram a tempestade relâmpago e filmaram a queda de pedras de gelo que caiam n região, os fortes ventos e as chuvas. O susto foi grande.