Maranduba, Abril 2019
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Canoa
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Ano 10 - Edição 119
Uma invenção óbvia, única e inerente ao gênero humano
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Moradores do Bonete na nova série brasileira do Animal Planet
Na tarde do último dia de fevereiro, na estréia da primeira temporada do Aprendiz Animal do canal Animal Planet, capítulo oitavo, figurou nesta estréia pescadores da comunidade da Praia Grande do Bonete que ajudaram o apresentador Gui Pádua no resgate de uma tartaruga presa a
uma rede. Este programa contou com pessoal do projeto Tamar que trataram de explicar ao público tudo sobre este ser. Os pescadores mostraram a rede do cerco e explicaram sobre este tipo de pesca, considerada a mais sustentável de todas, pois os peixes perma-
necem vivos sendo possível sua devolução ao mar os que não possuem tamanho para o consumo, os que exigem necessidade de proteção as futuras gerações e outros que os pescadores acharem que precisam ser devolvidos ao mar por vários motivos.
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Editado por: Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda. Fones: (12) 3849.5784 (12) 99714.5678 e-mail: jornal@maranduba.com.br Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal Editor: Emilio Campi Jornalista Responsável: Ezequiel dos Santos - MTB 76477/SP Editora de Variedades: Adelina Fernandes Rodrigues Consultor Ambiental - Fernando Novais - Engº Florestal CREA/SP 5062880961 Gestora Ambiental - Isaura Monteira dos Santos CFQ 175439 Consultor de Marketing - Luiz Henrique dos Santos - Publicitario Consultor Jurídico - Dr. Michel Amauri OAB/SP 324961 Consultor de Turismo - Fabrizio Fambrini- Turismólogo Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo
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MPF – Justiça mantém reconhecimento da Comunidade Quilombola Caçandoca O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) atendeu pedido do Ministério Público Federal para manter a portaria que reconheceu o território de 890 hectares da Comunidade de Quilombo da Caçandoca, no município de Ubatuba (SP). Segundo o MPF, os atributos do território tradicional devem ser preservados para garantir a continuidade de reprodução física e cultural da comunidade quilombola, nos termos do que determinam os artigos 215 e
216 da Constituição Federal. O pedido de anulação da Portaria nº 511, de dezembro de 2005, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi feito por Renato Sérgio Poggeti e outros em mandado de segurança acolhido pela 5ª Vara Federal do Distrito Federal. Em recurso contra a decisão, o MPF defendeu a aplicação do art. 68 do ADCT, segundo o qual “aos remanescentes das comunidades dos quilombos
que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos”. Segundo o procurador regional da República Felício Pontes Jr, trata-se de norma definidora de direito fundamental, dotada de eficácia imediata e autoaplicabilidade. Ele também argumenta que o Decreto 4.887/2003 regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e
titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos. Segundo o procurador regional, não se trata de decreto autônomo, mas exprime meios e modos de execução da norma constitucional, sem natureza constitutiva de direitos ou deveres. Além disso, o MPF sustenta que o decreto apenas reitera o mesmo modo de definição estabelecido na Convenção nº 169 da OIT, devidamente aprovado e inserido no sistema jurídico pátrio pelos moldes devidos. “De modo que, ainda que fosse declarado inconstitucional o decreto combatido, restaria o mesmo critério resguardado pelo tratado internacional”, diz. Segundo o art. 1º, item 1, alínea “a” da Convenção, a autoidentificação deverá ser considerada “um critério fundamental para a definição dos grupos aos quais se aplicam as disposições da presente Convenção”. Para o MPF, também não prospera o entendimento acerca da suposta inconstitucionalidade da expropriação das áreas remanescentes de quilombos. Isso porque, diferentemente do art. 231, parágrafo 6º da Constituição, que declara nulos e extintos os títulos incidentes sobre as terras tradicionalmente ocu-
padas pelos índios, o art. 68 do ADCT não invalida os títulos eventualmente existentes sobre a área, de modo que a transferência da titularidade só pode se dar por meio da via expropriatória. Pioneirismo – Segundo informações do Incra, a Comunidade Quilombola da Caçandoca é formada por cerca de 50 famílias que vivem na região praiana do município de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, a 250 quilômetros da capital. Os quilombolas têm fortes relações históricas com seu território, e um modo de vida sustentável que garante a preservação das praias e de grande parte da Mata Atlântica. Foi a primeira comunidade quilombola no país a conseguir um decreto de desapropriação do governo federal por interesse social após 2003, ano em que foi publicado o Decreto Federal 4.887/2003, que normatiza o processo de titulação das terras de quilombo. A área decretada corresponde a cerca de metade do território reivindicado pela comunidade. A decisão da 5ª Turma do TRF1 dando provimento à apelação do MPF é de fevereiro deste ano. Ap nº 000970010.2006.4.01.3400/DF Fonte: http://www.mpf.mp.br
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Sítio Recanto da Paz recebe painéis produzidos por especialista em geografia com explicações sobre as características da trilha do mirante A caiçara e doutora em geografia Maria do Carmo Oliveira Jorge, pesquisadora associada do LAGESOLOS (Laboratório de Geomorfologia Ambiental e Degradação dos Solos) da UFRJ, moradora do Araribá, instalou no Sítio Recanto da Paz, como parte de seus estudos e publicações, quatro painéis explicativos ao longo da trilha do Mirante. Em cada ponto um tema de relevante importância sobre a manutenção da qualidade e uso do solo em trilha e também essencial a quem trabalha com turismo, educação, primeiros-socorros, geografia, geologia, meio ambiente, desenvolvimento sustentável e cultura, principalmente nas áreas de geomorfologia, degradação dos solos, geoturismo, geodiversidade e geoconservação. Os painéis encontram-se em pontos estratégicos distribuídos ao longo dos seus um quilometro de caminhada até o ponto final. De lá é possível entender melhor o porquê das explicações observando de cima esta parte do território e a ocupação deste espaço. Trilhas são usadas por aqui há centenas de anos, porém não há, de modo prático e didático, explicações sobre seu uso, composição, localização, cuidados e manejo correto. Pensando nisso foi que a doutora Carmem produziu os painéis no Araribá. As explicações se apresentam de forma simples e didática onde qualquer pessoa poderá entender melhor sobre o local e se situar no contexto que a geógrafa explica. Vejamos o que explica cada painel:
Painel 1 Olá, meu nome é Ginger, sou feito de argila, e quando molhado, me chamam de barro. De acordo com a classificação granulométrica do solo, sou a menor dentre as demais partículas, < 0,002 mm, mas isso veremos mais adiante.... A partir desse ponto, podemos iniciar uma caminhada até o Mirante Sitio Recanto da Paz, percurso de aproximadamente 1 km de extensão, e irei apresentar algumas características da trilha, enfatizando a importância dos solos e suas relações com a paisagem. A Mata Atlântica encontra-se entre os cinco principais biomas no ranking dos Hotspots* de biodiversidade do planeta, devido ao seu alto grau de endemismo (Conservation International, 2016). A excepcionalidade da Serra do Mar, geodiversidade de grande valor, está relacionada a um verdadeiro feixe de atributos, como a mais importante das escarpas tropicais existentes no planeta (Ab’ Sáber, 1986). Painel 2 Ao percorrer a trilha, seja para observar a paisagem (formas de relevo), fauna ou flora, utilizamos o seu leito e, muitas vezes, não damos con-
ta da importância dos solos como parte desse ambiente e de como está propenso à degradação... Você conhece o solo por onde anda? Sob nossos pés há um vasto e desconhecido mundo. Vamos conhecer os fatores responsáveis dos solos? Painel 3 Existem vários parâmetros para entendermos as características dos solos, como os físicos, químicos, biológicos e mineralógicos. Agora vamos conhecer algumas características dos solos dessa trilha. Como exemplo para essa trilha foram utilizados a densidade dos solos, porosidade e
textura (físicos) e pH e matéria orgânica (químicos). Painel 4 Lembram quando no início da caminhada, chamei atenção sobre a excepcionalidade da Serra do Mar, paisagem ímpar? Agora vamos entender um pouco da sua história no contexto do tempo geológico. Para isso vamos voltar há 250 milhões de anos, e vamos entender o que era a Pangea. Agora, que terminamos nossa jornada ao longo da trilha, gostaria de fazer algumas
considerações....Minha intenção ao longo desse percurso era chamar atenção sobre as relações complexas que existem na natureza, e que a paisagem que vemos pode não apenas ser vista, mas também compreendida – afinal, todos nós temos uma história e fazemos parte dessa paisagem. Eu, por exemplo (Ginger), pude contar um pouquinho da minha história, das minhas inúmeras funções, mas nem sempre sou tratado como deveria. Faço parte dos recursos cujas pesquisas atuais mostram que mais de 30% dos solos do mundo estão degradados, onde geralmente essa degradação resulta de seu mau uso e conservação. Assim, espero que depois de ter me apresentado, o seu olhar possa me incluir como uma nova maneira de ver a paisagem... Vamos lá, deixei as dicas acima. Ao olhar a paisagem que se descortina à sua frente, você poderá me ver sob diferentes funções. E lembre-se, conservando o solo, você está conservando a vida.
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Atletas da região se preparam para representar país no campeonato mundial de Unified Taekewondo em Foz do Iguaçu/PR em agosto Está previsto para a semana dos próximos dias 5 a 11 de agosto de 2019, o maior campeonato de Taekewondo do planeta, que acontecerá na cidade de Foz do Iguaçu no Paraná. O evento receberá atletas de 170 países e os alunos do mestre Carlos Palma, 49, professor na ONG Estudar Para Crescer será o responsável pela equipe local neste mundial. Será um misto de alunos dos bairros do Pereque-Mirim e do Sertão da Quina que terão a honra de representar a cidade, o Estado de São Paulo e o país na cidade de Foz do Iguaçu/PR. As categorias são individual e coletivo, sendo entre cadetes, juventude, adulto e veterano onde participam atletas entre 12 e superiores a 36 anos. A equipe vem trabalhando com apoiadores, rifas, brechó, venda de bolos, colaboradores e voluntários para arrecadar
fundos para participarem sem problemas deste evento. Eles possuem um ritual a cumprir, inscrições a pagar, taxas, kits de competição para adquirir, viagens, alimentação, pouso, transporte, pedá-
Matheus, 16 anos, faixa verde, natural de São José dos Campos, atleta do Sertão da Quina
gio e outros gastos. O planejamento financeiro do grupo aponta custo de oito mil Reais para ida e volta. Os atletas não contam, até o momento, com patrocínio, apoio logístico, padrinho e nem colaborador oficial. Você pode colaborar.
Patrocine um Atleta!
Assim todos saem ganhando: você, o atleta, a comunidade, a sociedade, a cidade, o estado e o país.
BRASIL
O PAÍS DO FUTURO
Christopher, 14, faixa verde, medalhista de prata em 2018 Pedro Henrique Jann, 24, caiçara, faixa verde ponta azul Neucilene, faixa vermelha, 21 anos, caiçara, atleta do Pereque-Mirim
Carlos Palma, 49, categoria veterano Peso Médio - faixa preta 4º Dan, instrutor internacional filiado a OBTI e UNIFIED SULAMÉRICA
Brayan, já medalhista de ouro aos 15 anos, faixa verde, representa Sertão da Quina e Vila Santana
Gabriel Diogo, 17, faixa vermelha, rumo ao mundial
Jhonata, 23 anos, faixa amarela, morador da Lagoinha
Kauã Kamaitiorê, 18, nascido em SP, morador do Pereque-Mirim, faixa vermelha de ponta preta, medalhistra de ouro
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Oficina de placas educativas é cancelada por causa das chuvas A oficina de placas educativas que aconteceria no último dia 30 foi cancelada por conta das fortes chuvas que caíram sobre a região. O evento estava previsto para acontecer no pátio da escola do quilombo da Caçandoca é idealizado pelos Moradores e Amigos da Região Sul - Marsul, que conta com o apoio da associação quilombola e da regional sul. As placas produzidas por voluntários da Marsul já são
Equipe de Saúde da Sala Verde na Tabatinga Informa
A equipe de saúde na Sala Verde, no bairro da Tabatinga, informa a todos que esta realizando atendimento todas as quartas e sextas-feiras das sete horas da manhã até as 16 horas. Neste dia são realizados, além do atendimento médico, atendimento de enfermagem e grupos de saúde, curativos, aferição de pressão arterial, entrega de medicamentos, agendamento de consultas e os demais serviços relacionados ao programa que cabe a equipe. Lembrando aos munícipes e usuários do sistema municipal de saúde que o posto de saúde do bairro do Araribá e da Tabatinga é considerado uma única unidade de saúde e que no Araribá o atendimento é realizado todos os dias e na Tabatinga em dois dias da semana - as quartas e sextas-feiras. O atendimento nos dois postos
foi para otimizar os trabalhos, atender melhor a população e evitar o deslocamento por conta da distancia entre os bairros. Já as nove horas da manhã de todas as sextas-feiras, moradores do bairro do Rio da Prata, entre o Araribá e a Tabatinga, recebem atendimento com o grupo de saúde. A equipe de saúde local informa ainda que no próximo dia 26 de abril (uma sexta-feira), as 15 horas, haverá uma reunião aberta a população para uma conversa sobre esse novo sistema de funcionamento. A idéia é ouvir a opinião da população sobre esta nova agenda de atendimento implantada nos últimos três meses. As informações colhidas serão analisadas e encaminhadas a secretaria de saúde do município. Compareça, participe, de sua opinião.
encontradas em vários pontos da região e conta com um time de voluntários. As idéias, materiais, cores e texturas são partilhadas em redes sociais que recebem o apoio dos demais visualizadores. Os materias geralmente são os que, para muitos, não tem serventia. Muitas idéias são compartilhadas e quem não sabe desenhar ou pintar sempre terá algo o que fazer para ajudar.
Além de confeccionadas em materiais reutilizáveis, são, embora simples, belas obras que contam com dizeres didáticos, educativos, provocativos e direcionados a importância de não deixar lixo na praia e em nenhum lugar. Pelo jeito a moda vai pegar. Na próxima edição da oficina de placas estão todos convidados, inclusive o sol que anda sumido ultimamente.
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Entidades fecham acordo para uso da sede para continuidade dos programas sociais, educacionais e ambientais
No último dia 10 de março, a diretoria da PROMATA e a diretoria da ONG Estudar Para Crescer se reuniu para discutir as propostas de uso e desenvolvimento de projetos gratuitos nos âmbitos sociais, educacionais e ambientais a comunidade.
A aproximação se pautou da necessidade de um espaço fixo para atender um público crescente que se encontra sem opções de atividades na região, de aproximar as crianças e jovens da comunidade escolar, além da prática de esporte, atividades pedagógicas, de recebimento
de profissionais da saúde, lazer e de educação ambiental. O espaço também servirá como apoio as atividades de terceira idade, palestras, reuniões e demais atividades que possam servir a comunidade. A diretoria da ONG explica que o espaço atende as expectativas da entidade, a cozinha era o que mais fazia falta aos voluntários e agora neste prédio já é possível preparar os lanches aos alunos, principalmente os da turma do vespertino que atuam na sede e noturno que praticam suas atividades em outro espaço. Já a PROMATA enxerga uma possibilidade de trabalhar de forma mais objetiva, em parceria com a ONG, os temas educação ambiental e observação de aves com as crianças e jovens
da entidade, já que se trata de uma atividade que grande parte destas crianças teve contato em suas escolas com o grupo de observação de aves, podendo assim multiplicar o número de interessados nas questões de desenvolvimento sustentável, conhecimento de fauna e flora, planejamento sócio-ambiental, colaboração e partilha e observação de aves. Haverá um cronograma de
horários e atividades a ser fixado do lado de fora da sede para que toda a população tome ciência das atividades. O espaço ainda esta em adaptação de horários no atendimento e atividades, é aberta ao público e conta com voluntários, pais e parceiros. A ONG também se encontra disposta a receber colaboração, das várias formas, para continuidade das atividades.
Prefeitura de Ubatuba regulamenta Lei que proíbe canudos de plástico no município Decreto dispõe sobre fiscalização e penalidades; regras valem a partir de abril
Comunicação PMU Após a aprovação da Lei Municipal 4115, em novembro de 2018, que trata sobre a proibição do uso de canudos plásticos no município, a Prefeitura de Ubatuba vai publicar um Decreto para regulamentar a norma. A Lei obriga hotéis, restaurantes, bares, padarias, escolas, trailers de lanche, ambulantes e comércio expansionista nas praias, clubes noturnos, salões de dança e demais estabelecimentos comerciais do gênero, bem como eventos musicais de qualquer natureza sediados no muni-
cípio, a fornecerem canudos de papel biodegradável e/ou reciclável individual e hermeticamente embalados com material semelhante, além de impor penalidades caso a normal seja descumprida. O Decreto indica como será feita essa fiscalização – por meio de fiscais da secretaria da Fazenda e, no que couber, à vigilância em Saúde. As penalidades variam de mil a oito mil reais, dependendo de quantas vezes o estabelecimento foi autuado. Na primeira autuação, será feita uma advertência, emitida em termo de intimação, objetivando
a cessação da atividade irregular. Os valores arrecadados serão vinculados ao Fundo Municipal de Meio Ambiente. A Prefeitura reforça que é importante que todos os responsáveis pelos referidos estabelecimentos tomem ciência da medida e procurem se adequar rapidamente, uma vez que o Decreto deve entrar em vigor no início de abril. A iniciativa está em sintonia ao crescente movimento global de combate ao lixo plástico, que já foi identificado como um dos principais responsáveis pela poluição marinha e ameaça à fauna.
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Canoa - uma invenção óbvia, única e inerente ao gênero humano Ezequiel dos Santos “É só uma canoa, um tronco com um buraco no meio utilizado por um bando de desocupados que não sabem trabalhar, só vivem pescando”! Não é não! Esse tipo de pensamento é comum naqueles que não conhecem a história dos povos e talvez a sua própria. Canoa é o meio de transporte e de vida presente no cotidiano das populações anfíbias espalhadas pelo mundo. Pra começar não polui, utiliza a natureza a seu favor, por vezes a força do homem, carrega o suficiente e nunca o excedente, cada região com um modelo sustentável que lhe cabe e não um padrão de linha de montagem, provê autonomia e não a dependência dos povos por exemplo. Sua produção totalmente artesanal é de domínio exclusivo de poucos mestres canoeiros ainda em atividade, que utilizando saberes e fazeres ancestrais transmitidos de geração em geração através da oralidade, conservam este patrimônio cultural capaz de assegurar a autonomia desta população tradicional em plena harmonia com o ambiente marinho e terrestre em que vivem. Longa duração Estamos falando do tipo de embarcação mais antiga e de mais longa duração na história do planeta. Isso pode acabar em breve, fruto do tipo de pensamento de proteção ambiental - inacessível, inalcançável e para poucos endinheirados usufruírem. Há muita ciência - nas áreas de exatas, humanas e biológicas - por traz do fabrico da canoa, só que os mestres - que conduzem ou fabricam - não sabiam que seu conhecimen-
Sabedoria, conhecimento e paciencia
to tinha este nome e que vale muito para a academia. Seu estudo específico se baseia em suas características e técnicas construtivas, reunindo aspectos simbólicos, étnicos, técnicos e ergológicos, cujos únicos detentores destes saberes tácitos são os mestres caiçaras. Porém vale lembrar que antes e depois da canoa produzida ela esta inserida em estudos sobre geografia, gestão ambiental, oceanografia, história, cultura, arte, matemática, antropologia, línguas, gastronomia, biologia, meteorologia, religião, engenharia de pesca entre outras. Isso porque hoje, a estes povos, lhes é negado à garantia ao acesso sustentado aos grandes troncos de árvores. Com isso deixam de resgatar e valorizar seu universo histórico,
cultural e antropológico para que as novas gerações se interessem, deixam de mostrar um símbolo identitário nacional e como se fazer a defesa da biodiversidade ao passo que o avanço urbano desordenado e especulatório fazem reféns. Design É uma embarcação que carrega nos seus entalhes a associação direta da população dos pescadores caiçaras que habitam a faixa litorânea que vai do litoral sul fluminense, paulista, até o norte paranaense. Seu design especial com características próprias, desenvolvidas e aperfeiçoadas visa garantir a atividade pesqueira tradicional na máxima funcionalidade e segurança com a mínima manutenção e gasto energético, garantindo
a sobrevivência desta população em perfeita, em perfeita mesmo, harmonia com o ambiente natural. Canoa Monóxila Assim é chamada esta embarcação de um tronco só. A história conta que a mais antiga foi uma canoa de pinheiro escavado encontrada em Pesse na Holanda datada entre 8.200 e 7.510 anos a.C.. De quase 3 metros de comprimento e 40 cm de largura ela foi encontrada em 1955 durante a construção de uma estrada. Na África foi encontrada outra canoa datada de 8.000 a.C. Na Oceania as canoas são utilizadas a cerca de três mil anos e o enxó (ferramenta usada no fabrico da canoa) era considerado um instrumento religioso e sagrado. As árvores para canoa na Polinésia eram selecionadas por sacerdotes em função do seu espírito, ou "mana", e abençoadas antes do seu corte. Cristovão Colombo pela primeira vez nas Américas, 1947, descreveu em seu diário, dia 26 de outubro, o registro da canoa que viu por lá. O Brasil detém o titulo do país com maior variedade de canoas do mundo. Isso ocorre por contas das condições de
mar, ventos, pesca, madeiras e necessidades de cada uma das baías, enseadas, praias, ilhas, estuários e cursos d’água do litoral e interior deste gigantesco país. Por aqui as canoas são divididas em duas categorias: as ribeirinhas e do litoral, destas em quatro famílias: canoas do litoral sul/sudeste, do nordeste, do norte e do interior, estas representadas principalmente pelas embarcações da Amazônia e do Pantanal. Curiosamente as “haabjas“ da Estônia, são as canoas monóxilas européias que mais se destacam quanto as suas técnicas construtivas, incrivelmente similares às das tribos yanomami amazônicas.
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Canoas e suas famílias Segundo o estudioso Peter Santos Németh em um dossiê ao IPHAN, resume essa diversidade em quatro famílias principais: canoas do litoral sul/sudeste, do nordeste, do norte e do interior, estas representadas principalmente pelas embarcações da Amazônia e do Pantanal. Os primeiros colonos portugueses encontraram apenas dois tipos de embarcações nos mares e rios brasileiros: as jangadas e as canoas, sendo as jangadas ou “piperis” feitas de paus roliços atados com embira, sem vela nem bolina, navegando impulsionados por varejões e as canoas monóxilas divididas entre ubás, pirogas, e montarias. As ubás podiam ser de tronco escavado a fogo, machado e enxó ou feitas da casca grossa do jatobá passando a chamar-se “igaras”. Já as pirogas eram escavadas como as ubás, no entanto, em seu processo de esvaziamento do tronco, eram deixados 2 ou 3 blocos maciços da própria madeira para reforço da estrutura interna da canoa. As montarias eram canoas menores, obtidas a partir de um tronco escavado em meia-
-cana com o bojo mantido aberto por bancos transversais e as extremidades afiladas a fogo ou lavra e tampadas por uma peça discóide chamada “rodela”, sendo que, quando possuíam uma cobertura fixa na popa de palha ou madeira passavam a denominar-se “igarité” ou canoa verdadeira em língua Tupi. O que sempre impressionou as pessoas e é relembrada até hoje foram as canoas de voga, que podiam facilmente levar até 6.700 litros de aguardente, mais até 08 passageiros, e ainda os remeiros que podiam ser de 04 até 08 contando com o “patrão” que era o mestre comandante da voga. Guapuruvu, cedro ou jequitibá Segundo o estudo de Márcia Regina Teixeira da Encarnação, no litoral brasileiro, muito antes da chegada dos navegadores europeus e até mesmo dos grupos indígenas pré coloniais, já havia primitivos
grupos humanos organizados em sociedade, habitando nosso litoral entre 9.000 e 1.000 anos atrás, chamados de Sambaquieiros. Por aqui eram utilizados os troncos, na maioria das vezes, de árvore do guapuruvu, cedro ou jequitibá e chegava a ter 20 metros de comprimento. Estes primeiros “estranhos” em caravelas se impressionaram com a destreza e tamanho de algumas destas embarcações nativas, algumas carregavam até 40 indivíduos. O Brasão de Ubatuba é um dos poucos símbolos nacionais que pouco mudou e nela é possível ver uma canoa com líderes nativos da época do início do massacre de seus povos pelos europeus. Consta a canoa com cinco remadores navegando no mar que são: Cunhambebe, Aimberê, Pindabuçu, Coaquira e Araraí chefes das 5 tribos Tupinambá que formaram, ainda em aná-
lise, o que vem a ser a primeira confederação da América conhecida na época - a Confederação dos Tamoio. A canoa que está deixando aos poucos o cenário nacional ainda não tem o reconhecimento que merece e há, nas questões ambientais principalmente, um ranço a ser vencido e historicamente um destrato como mero objeto histórico sem fundamento. Fonte: Arquivo Nacional, www.fenope.com.br, http:// canoadepau.blogspot.com, Dossiê Canoa Caiçara para registro de bem cultural imaterial junto ao IPHAN, http:// ribeiraubatuba.com, Levantamento Histórico da Confecção da Canoa Artesanal no Litoral do Paraná - UFPR, a canoa monóxila pré-histórica da lagoa de Extremoz - RN - UFPE Agradecimentos: Associação de Amigos e Remadores da Canoa Caiçara de UbatubaAARCCA
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Grupos de pilates têm início na região Sul
Legislação ambiental ultrapassada
Atendimentos são feitos pelo NASF-AB na Lagoinha, Sertão da Quina e Rio Escuro
Comunicação PMU O Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) iniciou nesta segunda-feira, 18, novos grupos de atendimento em pilates na região Sul de Ubatuba. As atividades são todas gratuitas e acontecem nos bairros Lagoinha, Sertão da Quina e Rio Escuro. Criada pelo alemão Joseph Pilates (883-1967), a prática é utilizada tanto na promoção de saúde quanto na reabilitação física e representa o equilíbrio entre corpo, mente e espírito. Podem participar dos grupos usuários do Sistema Único
de Saúde (SUS). Basta comparecer no horário e local do atendimento levando o cartão SUS e algo para colocar no chão (canga, colchonete, toalha etc.) O cadastro é feito na hora. Confira as datas, horários e locais das atividades: Rio Escuro Local: SABRE – Sociedade Amigos do Bairro do Rio Escuro – Estrada Principal s/n (em frente à quadra de futebol) A partir de 18/03/19, toda segunda-feira, às 8 horas Sertão da Quina Local: EMEI Thereza dos Santos - Rua Manoel Gaspar dos Santos, 93
A partir de 20/03/19, toda quarta-feira, às 8 horas Lagoinha Local: Salão da Igreja Católica São Maximiliano – Rua dos Lírios, s/n A partir de 22/03/19, toda sexta-feira, às 8 horas Além dos grupos de pilates, a fisioterapeuta do NASF-AB responsável pela região, Kelly Borges, informa que há também a possibilidade de organizar grupos de dor crônica, academia pélvica e prevenção de quedas em idosos, entre outros. Caso o usuário tenha interesse, basta procurar o posto de saúde.
Michel Amauri Nos últimos dias o que não sai do noticiário em todo o mundo foi a queda da barragem em Brumadinho centenas de pessoas perderam a vida e outras milhares as casas e bens que possuíam .A pergunta que fica é onde estavam as legislações ambientais, os órgãos ambientais e os tais ambientalistas de “merda”. As legislações ambientais estão ultrapassadas não servem para nada, ou melhor servem apenas para beneficiar o rico e afortunado que degrada o meio ambiente e não planta um pé de goiaba. As legislações ambientais os órgãos ambientais a muito
tempo tem servido de entrave para o pequeno agricultor que cultiva uma pequena horta ou depende da natureza para retirar uma banana ou palmito, ou ainda, para o caiçara que sai com sua pequena canoa ao mar para buscar o sustento para sua família. O caiçara corta um toco de árvore para fazer canoa e é tratado como marginal pelos órgãos ambientais e ministério público. Já os grandes degradadores do meio ambiente são tratados com as regalias da nobreza não há o mesmo rigor igual o que é dado aos iletrados homem pacatos da terra. Consulte sempre um advogado.
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Curiosidades da Idade Média
Ao se visitar o Palácio de Versailles, em Paris, observa-se que o suntuoso palácio não tem banheiros. Na Idade Média, não existia escovas de dente, perfumes, desodorantes, muito menos papel higiênico. Os excrementos humanos eram despejados pelas janelas do palácio. Em dia de festa, a cozinha do palácio conseguia preparar banquete para 1500 pessoas, sem a mínima higiene. Vemos nos filmes de hoje as pessoas sendo abanadas. A explicação não está no calor, mas no mau cheiro que exalava por debaixo das saias (que eram propositalmente feitas para conter o odor das partes íntimas, já que não havia higiene). Também não havia o costume de tomar banho devido ao frio e à quase inexistência de água encanada. O mau cheiro era dissipado pelo abanador. Só os nobres tinham lacaios para abaná-los, para dissipar o mau cheiro que o corpo e boca exalavam, além de também espantar os insetos. Quem já esteve em Versailles admirou muito os jardins enormes e belos que, na época, não eram só contemplados, mas “usados” como vaso sanitário nas famosas baladas promovidas pela monarquia, porque não existiam banheiros. Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho (para eles o início do verão). A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim em junho, o cheiro das pessoas ainda era tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a incomodar, as noivas carregavam buquês de flores, junto ao corpo, para disfarçar o mau cheiro. Daí termos
“maio” como “o mês das noivas” e a explicação da origem do buquê de noiva. O banhos eram tomados em uma única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles a água da tina já estava tão suja que era possível “perder” um bebê lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês “don’t throw the baby out with the bath water”, ou seja, literalmente “não jogue o bebê fora junto com a água do banho”, que hoje usamos para os mais apressadinhos. Os telhados das casas não tinham forro e as vigas de madeira que os sustentavam era o melhor lugar para os animais - cães, gatos, ratos e besouros se aquecerem. Quando chovia, as goteiras forçavam os animais pularem para o chão. Assim, a nossa expressão “está chovendo canivete” tem o seu equivalente em inglês em “it’s raining cats and dogs” (está chovendo gatos e cachorros). Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxida-
vam o material, fazendo com que muita gente morresse envenenada. Lembremo-nos de que os hábitos higiênicos, da época, eram péssimos. Os tomates, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo, venenosos. Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo “no chão” (numa espécie de narcolepsia induzida pela mistura da bebida alcoólica com óxido de estanho). Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estivesse morto, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí surgiu o velório, que é a vigília junto ao caixão. A Inglaterra é um país pequeno, onde nem sempre havia espaço para se enterrarem todos os mortos. Então os caixões eram abertos, os ossos retirados, postos em ossários, e o túmulo utilizado para outro cadáver. As vezes, ao abrirem os caixões, percebia-se que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que o morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a idéia de, ao se fechar o caixão, amarrar uma tira do pulso do defunto, passá-la por um buraco feito no caixão e amarrá-la a um sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo, durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar. E ele seria “saved by the bell”, ou “salvo pelo gongo”, expressão usada por nós até os dias de hoje.
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Sertão da Quina recebe 1º acampamento de Jovens SHEKINAH No final de semana dos últimos dias 20, 30 e 31 a paróquia Nossa Senhora das Graças recebeu vários jovens para o primeiro ACAMPAMENTO SHEKINAH realizado no Morro do Emaús no Sertão da Quina. Na sexta-feira, a chuva não atrapalhou a recepção aos jovens. A única mudança foi o direcionamento dos jovens a um espaço coberto. SHEKINAH é uma palavra hebraica e significa “Morada de Deus”. O tema do retiro deste ano, segundo organizadores, foi sobre a passagem bíblica de Ezequiel 37 que fala do vale dos ossos, especificamente a parte em que Ezequiel fala “porei em vocês o meu espírito e vocês reviverão”. O retiro conta com apoio e a montagem das estruturas realizadas por 40 voluntários da paróquia Nossa Senhora de Fátima do Ipiranguinha. Lá tiveram experiência de 4 eventos desta natureza, sendo este o quinto encontro que ajudam a montar e organizar, também realizaram o primeiro encontro desta magnitude para casais. Segundo Bruno Henrique, um dos organizadores do encontro, “os jovens tem necessidade de Deus e mais do que necessidade tem sede de Deus, esse encontro é justamente a resposta a esta sede de Deus que os jovens tem”, falando da importância de tantos voluntários no resgate da juventude junto a Deus não só neste encontro, mas em todos os dias de suas vidas, reitera Diego. O encontro contou com desafios, responsabilidades, reencontros, reciprocidades, palavras divinas e muito mais. Os três dias proporcionaram vivencia de momentos fortes e marcantes de superação, de encontro consigo mesmo, de encontro com o irmão e de encontro com Deus. No total foram 78 jovens participantes e uma equipe de 67 voluntários que está a todo vapor para a próxima edição do encontro.
Agradecimento A Paróquia Nossa Senhoras das Graças, vem, em nome do Pároco Padre Daniel Inácio, agradecer a todos os colaboradores que fizeram acontecer o primeiro acampamento de jovens SHEKINAH, no Morro do Emaús - Sertão da Quina, local onde um dia ocorreram grandes conversões. Colaboradores: Adega Avenida Centro Ubatuba Arautos do Evangelho Banca do Valdir- Maranduba Cauanã Hortifruti - Ubatuba Camar Carnes - Maranduba Comercial Blessa - Sertão da Quina Comercial Itaguá - Pereque-Mirim Djalma Auto Peças - Jardim Sumaré Dmenor e equipe Emi Embalagens - Centro Forccis Soluções em Edificações - Praia do Sapé Frediani e Giovana Águas - Maranduba Frutverão Sorvetes Ubatuba - Estufa II Hidrel - Praia do Sapé Lan House Ponto Net - Maranduba Lojão Tem Tudo - Sertão da Quina Mauricio Gás e Água - Lagoinha Mercado e Adega MV Ubatuba - Umuarama Mercado Vila Flor - Sertão da Quina Metrauc Construções - Praia do Sapé Mini Mercado e Adega do Toninho - Maranduba Quiosque do Joel - Maranduba Quiosque Eskizitinho - Maranduba Quiosque Millenium - Maranduba Quiosque Valerine - Maranduba Quitanda Maranduba - Maranduba Restaurante Sinhá - Maranduba Supermercado Prime - Tabatinga Supermercado Uba Oba - Sapé Tachão de Ubatuba - Jardim Carolina Ubadesklimp - Sumidouro Varejão Santa Rita - Estufa I
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Aves da nossa Mata Atlântica – Surucuá-variado Trata-se de uma bela ave, que, certamente, se fosse um brinquedo de pelúcia faria um grande sucesso tamanha meiguice em que se apresenta. O surucuá-variado (Trogon surrucura) é também conhecida como surucuá-de-peito-azul, perua-choca, pata-choca e peito-de-moça. Seu nome científico significa: do (grego) trôgón, trogo = devorar, roer, para roer ou para ser roído- a forma como a ave se alimenta; e do (guarani) surrucura = nome indígena para a ave, então podemos falar que é uma “Ave devoradora surrucura”. Esta é uma espécie que possui duas variedades com coloridos diferentes e se alimenta de moluscos, aranhas, lagartas e frutas vermes e palmito. Mede aproximadamente 26 centímetros e pesa 80 gramas. É uma ave extremamente bonita e fácil de observar, pois não é muito arisca. A coloração azul do dorso e asas contrasta com o intenso alaranjado do peito. Os olhos são circundados pelo mesmo tom laranja. Seu habitat costuma ser as regiões montanhosas da mata e cerrado. Constrói seu ninho em cupinzeiros e tem em média 2 filhotes a cada reprodução. Fica pousado nos galhos, à espera de insetos que possa comer. Por isso, é considerado uma espécie importante no controle insetos. Ao cantar, faz um movimento curioso com a cauda, balançando-a da vertical para a horizontal. Detalhe: isso sincronizado com cada nota emitida. Além disso, como nidifica em ocos de árvores apodrecidos, fica com a boca cheia de pó-de-madeira, que acaba
Foto: Roberto de Oliveira”Pituí” /PROMATA
por cuspir abrindo e fechando o bico de forma compulsiva. Outra característica é quando toma banho de Sol: abre uma das asas de cada vez, além da cauda, e arrepia a plumagem do corpo. Para finalizar, ainda ofega de bico aberto. Possuem dedos bastante específicos que lhe permitem agarrar firmemente os ramos em que ficam empoleirados. Os dois primeiros dedos são
orientados para trás e os outros dois para a frente. * * * Fonte: Promata, infoescola. com, passarinhando, Ubatubabirds, Wikipédia, Wikiaves, passarinhando.com.br, “Ornitologia Brasileira”, de Helmut Sick, avescatarinenses.com. br, coave.org.br, vivaterra. org.br, Portal São Francisco, vivaterra.org.br, http://faunaeflora.terradagente.g1.globo. com
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A Maldição de Cunhambebe
Para deixar registrado nos anais da história ubatubense iremos republicar a brilhante trilogia das crônicas de Renato Nunes, que através de seus “poderes”, consegue contato com o grande cacique destas paragens. Por ser uma obra de ficção, qualquer semelhança com fatos reais poderá ser (ou não) mera coincidência. “Ubatuba é uma cidade que tem muita iniciativa e pouca continuativa”, dizia um velho caiçara para as pessoas que lá chegavam, no começo dos anos 70 em busca de um novo local para trabalho e morada. Com o passar do tempo se percebe que o velho tinha razão. Não só as iniciativas humanas, mas também a natureza se comporta aqui de maneira estranha, deixando muitas vezes as coisas pela metade. O exemplo mais fácil de encontrar são as mangueiras. Alguém já viu mangas nas mangueiras de Ubatuba? As mangueiras são comuns no litoral. Em Paraty estão carregadas na época certa, em Caraguá e em São Sebastião também. Em Ubatuba não. As mangueiras perdem as flores antes da hora. É claro existe uma ou outra mangueira de vez em quando, sem muita regularidade, dá algumas poucas mangas, mas isso são as exceções, para não fugir da regra de que toda regra tem exceções. Os governos começam as coisas e não terminam, os planos param pela metade, o comércio começa bem, logo depois não dá certo. As pessoas que chegam cheias de entusiasmo e idéias novas desistem e a maioria vai embora. É só prestar um pouco de atenção que os exemplos se multiplicam. Mas tudo tem uma explicação, e a explicação para o nosso caso é a maldição lançada sobre a Aldeia de Yperoig, hoje Ubatuba, pelo valente cacique Cunhambebe no ano de 1563. Logo após a descoberta do Brasil em 1500, os portugueses tiveram que dominar e garantir a posse das terras contra vários reinos europeus que naquele tempo se expandiam descobrindo novas terras ou simplesmente tomando a terra dos outros à força, fazendo depois acordos com a coroa para acomodar a convivência entre eles na Europa. Nessa época, na posse, no domínio e nos acordos valia a lei do mais forte.
Os holandeses e os franceses eram os mais terríveis interessados em tomar dos portugueses as terras descobertas. Os espanhóis que também foram grandes conquistadores lutavam para manter o outro lado do vasto continente. Para dominar a zona costeira e explorar o interior das terras descobertas, os portugueses usavam os índios como escravos no trabalho e nas lutas, capturados à força e muita brutalidade. E é aí que entra a história de Cunhambebe. Os índios eram pacíficos, não conheciam nada dos brancos, só conheciam a natureza que lhes dava tudo de comer e de curar alguma doença do mato, ferimentos ou comida mal digerida. Seus deuses eram as forças da natureza. Não tinham armas de fogo nem facas e facões porque não conheciam o metal, nem prisões. Os portugueses, para usar seu trabalho escravo, impunham grande pavor, matando, esfaqueando e prendendo com correntes de ferro os desobedientes. Cansados de tanto sofrimento os índios começaram a se revoltar atacando os invasores em suas aldeias, porém, poupando as mulheres e crianças que para eles são criaturas sagradas. Diferente dos portugueses que quando atacavam arrasavam tudo matando quem estivesse pela frente. Caciques de diversas tribos, liderados por Cunhambebe, (Koniam-bebê) homem de dois metros de altura cujo nome vem de sua gagueira e fala arrastada, resolveram pôr um fim a tantas injustiças e combinaram um grande ataque para expulsar de vez aqueles homens brancos muito maus. Comandados por Cunhambebe e pelos caciques Aymberê, Caoquira e Pindobossú os índios eram muito numerosos. Os registros do Padre José de Anchieta indicam a chegada de mais de duzentas canoas com mais de vinte índios cada uma, além dos milhares
que vinham por terra, provenientes das tribos situadas nas planícies acima da Serra do Mar. Se a batalha tivesse acontecido os portugueses seriam arrasados e expulsos do litoral de São Paulo, e os franceses, que dominavam o Rio de Janeiro e que se relacionavam muito bem com os índios daquela região, teriam tomado a terra brasileira das mãos da Coroa Portuguesa. A história seria outra. Mas a batalha não aconteceu. Os portugueses auxiliados pelos jesuítas que tinham grande poder sobre a bondade na terra e suas recompensas na eternidade conseguiram aplacar a ira dos chefes morubixabas com promessas de castigos divinos e muitas ameaças do furor das forças da natureza, que era a única coisa real que orientava as ações e os pensamentos daqueles homens primitivos em seu estado natural mais puro. É verdade que alguns índios duvidavam daquelas palavras, mas seu temor era tanto que não ficaram senão algumas memórias dessas dúvidas. Existe o registro de uma reclamação do cacique Aymberê que foi tema de uns versos escritos sobre aqueles tempos, que revela bem as dificuldades dos índios com as coisas que lhes eram ditas pelos padres. Diz um trecho do poema encontrado em velhos arquivos baseado nas indagações de Aymberê ao padre José de Anchieta:
“Não conhecem acaso os portugueses”. Essa pia doutrina que nos pregas? Como, pois contra nós, em guerra assídua, Sem medo de seu Deus, cruéis se mostraram? Ou, só porque de deus ao filho adoram, Lhes foi dado o poder de perseguir-nos? Mas se do céu as leis desobedecem Que deus é esse então que os deixa impunes, E vem por tua boca ameaçar-nos? Os índios recolheram seus arcos, flechas e bordunas em atenção às promessas de paz e convivência com os brancos garantidas pelos jesuítas. Depois de uma viagem do cacique Cunhambebe a São Vicente junto com o padre Manoel da Nóbrega para acerto dos acordos de fim das hostilidades, foi combinada a Paz de Yperoig, que serviu de argumento para o desânimo dos franceses que queriam ver os portugueses expulsos. Cunhambebe e seus guerreiros acreditaram na boa fé dos acordos. Os vários chefes com seus homens se dispersaram, se desarmaram e voltaram para suas tribos, e até hoje se comemora a paz de Yperoig como uma data importante que garantiu a unidade do Brasil contra as ameaças de divisão, graças ao trabalho de catequese e união promovido por Anchieta, Nóbrega e seus companheiros. Mas a história não comenta que logo depois de terem se desarmado e se dispersado os índios foram massacrados pelos rudes e estúpidos colonizadores portugueses interessados no ouro, nas riquezas e nas terras descobertas. Cunhambebe morreu doente, ferido no corpo e na alma, envergonhado diante da humilhação a que levou seu povo por ter acreditado na palavra dos brancos. Sabendo da importância que os portugueses deram àquela
data, pouco antes de morrer o grande cacique lançou uma maldição contra os invasores e seus descendentes dizendo que as terras de Yperoig que eles tanto quiseram seriam as terras do fracasso, que lá nada daria certo, tudo que se começasse não chegaria ao fim. Grande entusiasmo no início e resultado miserável no final. E assim tem sido a história de Ubatuba, seus ciclos econômicos sempre interrompidos, seus negócios e empreendimentos sempre fracassados. Já quiseram fazer porto de turismo, indústrias do pescado, faculdades, nada dará certo por lá enquanto se comemorar a Paz de Yperoig como homenagem ao trabalho dos jesuítas, esquecendo-se de que ela só foi possível porque enganaram a boa fé daqueles homens primitivos e os traíram matando seus chefes e humilhando seu povo, os verdadeiros donos da terra brasileira. Mas a maldição dos índios não é eterna, seu desejo não é vingança e sim serem tratados com dignidade e respeito. Para acabar com os efeitos da Maldição de Cunhambebe basta parar de comemorar a Paz de Yperoig da forma como ela é comemorada, que ignora o papel e a traição cometida contra os índios. Para isso a Câmara Municipal de Ubatuba deveria aprovar uma lei extinguindo o dia da Paz de Yperoig criando em seu lugar o dia de Cunhambebe e dos Índios do Litoral Norte. A paz que uniu o Brasil deveria ser atribuída ao martírio dos índios, da mesma forma que a independência do Brasil é atribuída ao martírio de Tiradentes. Para manter viva a homenagem, estátuas de Cunhambebe, Aymberê, Coaquira e Pindobussú deveriam ser erguidas nos principais pontos da cidade. Aí a nossa história será outra, podem crer... * * * Crônica de Renato Nunes publicada originalmente no Jornal A Cidade de 11/11/2001
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Coluna da Adelina Fernandes
Crônica De Páscoa - Luís Fernando Veríssimo -Papai, o que é Páscoa? -Ora, Páscoa é... bem... é uma festa religiosa! -Igual ao Natal? -É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição. -Ressurreição? -É, ressurreição. Marta, vem cá! -Sim? -Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal. -Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu? -Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho? -O que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo! -Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus? -É filho, Jesus e Deus são
a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. -O Espírito Santo também é Deus? -É sim. -E Minas Gerais? -Sacrilégio!!! -É por isso que a ilha de Trindade fica perto do Espírito Santo? -Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a professora explica tudinho! -Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa? -Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos. -Coelho bota ovo? -Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais! -Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa? -Era... era melhor, sim... ou então urubu. -Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? -Que dia ele morreu? -Isso eu sei: na Sexta-feira Santa. -Que dia e que mês? -(???) -Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele
morreu na Sexta-feira Santa e ressuscitou três dias depois, no Sábado de Aleluia. -Um dia depois! -Não, três dias depois. -Então morreu na Quarta-feira. -Não, morreu na Sexta-feira Santa... ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na Sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo! -Papai, porque amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua? -É que hoje é Sábado de Aleluia e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus. -O Judas traiu Jesus no Sábado? -Claro que não! Se Jesus morreu na Sexta!!! -Então por que eles não malham o Judas no dia certo? -Ui... -Papai, qual era o sobrenome de Jesus? -Cristo. Jesus Cristo. -Só? -Que eu saiba sim, por quê? -Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha? -Ai coitada! -Coitada de quem? -Da sua professora de catecismo!
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