MADEIRA ESTRUTURAL NA FORMULAÇÃO DE MÓDULOS ESTRUTURAIS (PORTUGUESE ONLY)

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A MADEIRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A utilização da madeira na construção civil é datada de milhares de anos quando tudo que se havia para construir eram pedras e algumas toras de madeira nativa. Acompanhamos a evolução da engenharia e as potencialidades estilísticas que foram se abrindo com relação à partidos arquitetônicos, resistência dos materiais e, por consequência, a possibilidade de cobrir vãos maiores com menos material, conferindo eficiência, economia e elegância aos projetos. Desde a construção vernacular de nossos ancestrais, independente da etnia, desenvolvemos uma relação com o material quase que intrínseca, fomentado principalmente pela necessidade de abrigo e de reunir comunidades para ritos religiosos ou culturais. A edificação com troncos roliços e o uso de ferramentas manuais até a utilização de maquinários CNC (Computer Numeric Control) nos evidencia que trilhamos um caminho longo e que essa relação há de se estreitar. Segundo Alex de Rijke, professor da Royal College of Arts de Londres nos escritos de Alan Dias (2018): “Se o século XVII foi caracterizado por trabalhos com pedras, o XVIII como o refinamento da alvenaria , o XIX como o auge da estrutura metálica e o XX como a era do concreto, isso deixa o século XXI a um próximo sucessor. Minha aposta é a madeira”. A frase se evidencia de forma mais abrupta quando pensamos na forma de se construir com base em dois elementos fundamentais: o aço e o concreto. Segundo Michael Green (2017), 8% da emissão

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de gases em escala global é voltada para a produção desses itens (3% para o aço e 5% para o concreto), além do dispêndio quase incomensurável de energia engendrada nesses processos voltados à construção civil, o que contribui para a emissão de Dióxido de Carbono (CO₂) na atmosfera na grandeza de 47% frente a 33% dos transportes e 19% das indústrias. Segundo DIAS (2018), para cada quilo de aço são removidos 8 kgs de recursos naturais do planeta, assim como cada quilo de cobre, são retirados 348 kgs. O Canadian Wood Council 2004 em DIAS (2018) alega que: “Os projetos de aço e concreto necessitam respectivamente de 26% e 57% mais energia em relação ao projeto de madeira, emitem 34% e 81% mais gases de efeito estufa, liberam 24% e 47% mais poluentes no ar, descarregam 400% e 350% mais poluição na água, produzem 8% e 23% mais resíduos sólidos e usam 11% e 81% mais recursos (de uma perspectiva ponderada de uso de recursos).” Se continuarmos com o desmatamento desenfreado de 7 milhões de árvores por ano, a extração de recursos naturais e a emissão de gases estufa nesta proporção, podemos findar nossos recursos minerais e aumentar em até 4,8ºC a temperatura do planeta ainda nesse século, impactando profundamente a fauna, flora e agricultura mundiais, sem contar no impacto produtivo e econômico.


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