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4.12.4 África

tem as chaves/ Mas prende seus heróis na marginalidade/ Vi nos olhos verdes do holandês outro país/ Caiu Palmares, liberdade não se mata na raiz”. (Anexo 136) 2003 – Acadêmicos do Engenho da Rainha: Ganga-Zumba, a raiz da liberdade: “O rufar dos tambores/ Ecoava pelos ares/ No grito de liberdade/ Do quilombo de Palmares”. (Anexo 174) 2009 – Mocidade Independente de Inhaúma: Gritos de liberdade: “É Ganga Zumba, é Zumbi Rei dos Palmares/ Seus gritos de liberdade ecoam pelos ares”. (Anexo 197)

Podemos verificar que os excertos supracitados acerca de Palmares dialogam entre si, apresentam um discurso que se associa à liberdade, por meio da resistência. Comumente, Zumbi e Ganga Zumba, seus principais líderes são reverenciados como exemplos notáveis de heroísmo. É a escrita sobre a liberdade, muito provavelmente pela parcela da população que dela foi a mais desprovida, e que encontra na memória cultural a sua identidade, a sua força expressiva, o seu grito que ecoa na avenida e para além dela.

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4.12.4 – ÁFRICA

Apresentamos, a seguir, quatro sambas-enredos, escritos no período de 1986 a 2000, em que se inscreveu a liberdade relacionada à África. África, um lugar em que o negro tinha as suas próprias regras e era livre. África, o berço da sabedoria. África, a raiz mãe. África, Angola, navio negreiro. 1986 – Tradição: Rei senhor, Rei Zumbi, Rei Nagô: “O negro lá na África era um rei/ Foi artesão, foi caçador/ Guerreiro, feiticeiro, camponês/ Exímio dançador/ Tinha sua própria lei/ E a liberdade sem favor”. (Anexo 43) 1994 – Portela: Quando o samba era samba: “África encanto e magia/ Berço da sabedoria/ Razão do meu cantar/ Nasceu a liberdade a ferro e fogo/ A mãe negra abriu o jogo/ Fez o povo delirar”. (Anexo 77) 1998 – Império Serrano: Sou ouro negro da mãe África: “Vim da África/ Minha raiz mãe tesouro/ A liberdade é meu ouro/ Sou negro sim senhor”. (Anexo 95) 2000 – Tradição: Liberdade! Sou negro, Raça e Tradição: “Liberdade/ Sou negro, raça e Tradição/ Vim de Angola, da minha mãe África/ Num navio negreiro clamando por Zambi”. (Anexo 110)

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