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1.1.2.2 2 ª fase: 1947 1951

Monteiro, pela Victor; em 1940, a marcha Quando eu for bem velhinho24

(parceria com F. Martins), na voz do conhecido sambista Newton Teixeira, pela Odeon; em 1941, o samba Sempre eu (parceria com F. Martins), com o conjunto "Os Pingüins, pela Odeon; em 1942, o samba O carteiro (parceria com F. Martins), com a cantora Odete Amaral (segundo o próprio Lupicínio, uma cantora bastante considerada na época, e que então era noiva de Ciro Monteiro), pela Odeon; em 1943, o samba Cigano25 (parceria com F. Martins), com o sambista Moreira da Silva, pela Odeon; em 1943, o samba Eu é que não presto26, na voz de Morais Neto, pela Odeon; em 1944, o samba Basta (parceria com F. Martins), com o importante cantor Orlando Silva, pela Odeon27 ; em 1944, o samba Meu pecado (parceria com F. Martins), novamente com Moreira da Silva, pela Odeon; em 1944, o samba Briga de gato (parceria com F. Martins), marcando a estréia do importante sambista gaúcho Caco Velho em disco, pela Odeon; em 1945, o samba Brasa28 ( parceria com F. Martins), novamente com Orlando Silva, pela Odeon; em 1945, o samba Malvado (parceria com F. Martins), nas vozes de Ataulfo Alves e Suas Pastoras, pela Odeon; em 1945, o samba Que baixo29, feito em parceria com Caco Velho, gravado de maneira originalíssima também por Caco Velho, pela Continental; em 1945, o samba-choro O relógio lá de casa (parceria com F. Martins), com Moreira da Silva e Inezita Galvão, pela Odeon; em 1945, a marcha Verão do Brasil (parceria com Denis Brean), na voz de Rubens Peniche, pela

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Continental.

1.1.2.2 2 ª fase: 1947-1951

O ano de 1947 evidencia duas importantes tendências na forma de compor de Lupicínio Rodrigues: a pouco conhecida via regionalista e o já famoso samba-canção.

24 Versão gravada p/ Tese: Cd 3 - Multiplicidade de estilos: faixa 1. 25 Versão gravada p/ Tese: Cd 3 - Sambas : faixa 21. 26 Versão gravada p/ Tese: Cd 4 - Sambas: faixa 12, em outra versão, na voz de Carmen Costa. 27 Apesar do grande intérprete que foi Orlando Silva, e do relativo sucesso desta composição, assim como Brasa, também de Lupicínio, esta não é melhor fase do cantor, que já tinha comprometida sua dicção e voz pelo uso da morfina. Sobre o assunto ver: CASTRO, Ruy. A onda que se ergueu no mar. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, pp. 149-170. 28Versão gravada p/ Tese: Cd 4 - Sambas: faixa 4. 29 Versão gravada p/ Tese: Cd 4 - Sambas: faixa 3.

Este é o ano em que Felicidade recebe sua primeira gravação, a partir do Quarteto Quitandinha. Apesar do refinado estilo do grupo, batizado a partir do local em que se apresentava, o Cassino Quitandinha em Petrópolis /RJ, a canção é gravada com referência explícita ao regionalismo no RS. O "Quitandinha Serenader's", como passou a se chamar, adota também a bombacha como indumentária, apresentando o xote Felicidade num compasso bem marcado, inconfundível quanto à sua origem gaúcha, porém restringindo o que parecia ser um "excesso" na letra. 30

Ainda neste mesmo ano, Nervos de aço é gravada duas vezes: a primeira, na versão do cantor Déo, que apesar da qualidade do intérprete não teve uma repercussão maior; e, a segunda, com o "Rei da Voz" - Francisco Alves , que projetou nacionalmente, em sua primeira gravação, uma música de Lupicínio Rodrigues.31

O sucesso foi tamanho que repercutiu no desenvolvimento de todo um anedotário, acerca do exagero dramático da canção. É muito conhecido e citado nos textos sobre Lupicínio Rodrigues um fato curioso, que paira entre a ficção e a realidade, quanto a um anúncio de jornal que oferecia emprego de domésticas a moças que "não" cantassem Nervos de aço. O motivo é tão bom que no ano seguinte a gravação, a famosa dupla humorística da Rádio Nacional, Alvarenga e Ranchinho, realizam a sua versão parodiada desta música.32

As gravações das canções de Lupi que se sucedem, nesta fase, encontram-se registradas nas grandes vozes do rádio, no seu momento de maior esplendor. É o caso de intérpretes como Francisco Alves e Linda Batista, que revezavam-se nestas gravações, junto a outros nomes: em 1947, a "canção" Zé Ponte (parceria com F. Martins), é gravada na voz de Orlando Silva, através da Odeon; em 1948, o samba Esses moços (pobres moços), é gravado por Francisco Alves, na Odeon; em 1948, a versão parodiada de Nervos de aço (autoria Lupicínio Rodrigues e Alvarenga), chega ao disco, com a dupla Alvarenga e Ranchinho, na gravadora Odeon; em 1948, o samba-

30 Versão gravada p/ esta Tese: Cd 1 - As três canções: faixa 1. 31 Versão gravada p/ Tese: Cd 4 - Sambas: faixa 14, na interpretação do Quarteto em Cy. 32 A versão parodiada será melhor comentada no capítulo 3 desta Tese. Fonte da paródia: Programa Disse-me Disse, feito por José Louzada, que interpretava o personagem Zé da Roça (que cantava a composição); gênero humorístico feito pela PRK 30, na Rádio Nacional, na conjuntura pós-Estado Novo, com a saída de Getúlio Vargas (pós-45).

canção Quem há de dizer (música de Alcides Gonçalves e letra de Lupicínio Rodrigues), é gravado por Francisco Alves 33, e é também um grande sucesso34 ; em 1950, o samba-canção Maria Rosa (música de Alcides Gonçalves e letra de Lupicínio Rodrigues), é também gravado por Francisco Alves, na Odeon; em 1950, o sambacanção Cadeira vazia (Alcides Gonçalves e Lupicínio Rodrigues) é gravado também por Francisco Alves, na Odeon; em 1950, o samba Eu e o meu coração , é gravado por Francisco Carlos, na RCA Victor; em 1950, o samba-canção Eu não sou louco (em parceria com Evaldo Rui), é gravado na voz de Isaura Garcia, também na RCA Victor; em 1950, o samba-canção Migalhas (em parceria com F. Martins), é gravado por Linda Batista (aparentemente esta é a primeira música de Lupicínio gravada por ela), na RCA Victor.

O ano de 1951 é outro grande marco na carreira do compositor, a partir da gravação de Vingança. A versão original é gravada pelo Trio de Ouro, já em sua segunda formação, sem a presença marcante de Dalva de Oliveira.35 Em torno de dois

meses depois, Linda Batista faz a genial recriação da música, tornando-a simultaneamente o maior sucesso de sua carreira e da de Lupicínio.36 O disco, gravado em apenas duas faixas, pela RCA Victor, traz na outra face a música Dona Divergência (em parceria com F. Martins), que fica um tanto obscura com relação a Vingança, apesar da interpretação de qualidade da cantora.

Novamente, a partir do sucesso, o aplauso e a crítica, na denúncia do "excesso emocional" desta canção. A densidade dramática atingida por sua versão gravada, enquanto uma canção de 2 minutos e 38 segundos, já foi comparada a um filme de 2 horas, numa temática afim. Afirmava-se sobre ela, muito ao gosto do esquema publicitário da época, que "causava suicídios". Não podia mesmo escapar de uma versão

33 Versão gravada p/ Tese: Cd 2 - Os parceiros: faixa 2. 34 Nesta ocasião, foi omitida a parceria de Alcides Gonçalves na identificação do disco, gerando um estremecimento na relação de amizade e parceria da dupla; novos casos de restrição a autoria deste compositor em parcerias com Lupicínio ainda aconteceriam, agravando a situação. Observando os registros do Catálogo Funarte, pude constatar o fato, pois traziam as informações conforme constavam na documentação da gravadora. Sobre o fato ver o Anexo 2, "Quadro/Catálogo Funarte". 35 Versão gravada p/ Tese: Cd 1 - As três canções: faixa 8. 36 Versão gravada p/ Tese: Cd 1 -As três canções: faixa 9.

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