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Filmes
ESTREIAS
ENCANTADOR PARA ADULTOS E CRIANÇAS
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O livrinho ilustrado infantil O Touro Ferdinando, lançado em 1936, ganhou, dois anos depois, adaptação da Disney em formato de desenho animado. Mais de oito décadas após sua publicação, a história continua atual. A proeza é mérito do diretor brasileiro Carlos Saldanha (de A Era do Gelo e Rio), que faz da nova animação uma atração rica em detalhes. O fator fofura ressurge, sobretudo na primeira meia hora, quando o bezerro Ferdinando foge de um rancho de touros e, abalado
pela morte de seu pai numa tourada, encontra abrigo, proteção e a companhia da garotinha Nina na fazenda do pai dela. Ao contrário de outros de sua espécie, Ferdinando é dócil e, por isso, recebe tratamento de um animal de estimação. Ele ama as flores e detesta violência. Ao esticar um texto literário curtíssimo, o roteiro tem uma “barriguinha”, compensada por ótimas sequências de ação e momentos comoventes. Direção: Carlos Saldanha (Ferdinand, EUA, 108min). Livre.
BLUE SKY STUDIOS
Dois filmes em um
Em O Estrangeiro, Jackie Chan (foto) interpreta um chinês com sede de justiça. Um atentado em Londres, organizado pelos terroristas do IRA, vitimou sua única filha. A obsessão do vingador, portanto, é extrair uma confissão do vice-primeiro-ministro da Irlanda do Norte (papel de Pierce Brosnan), que pode saber quem são os responsáveis. Chan, astro das artes marciais, luta pouco e é produtor de uma mistura de thriller político com trama de pancadaria dispensável. Os dois enredos se entrosam à força e esbarram no lugar-comum. Direção: Martin Campbell (The Foreigner, Inglaterra/China/EUA, 2017, 113min). 14 anos.
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O DESEMPENHO DO ATOR VALE O INGRESSO?
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Com mais de três décadas de carreira, o inglês Gary Oldman foi indicado apenas uma vez ao Oscar de melhor ator — por O Espião que Sabia Demais, em 2012. Seu nome é certeiro neste ano entre os concorrentes e é bem provável que ele ganhe, finalmente, o troféu por seu desempenho em O Destino de uma Nação. Fabuloso na pele de Winston Churchill, o astro dá conta do recado mesmo sem ter a aparência do icônico primeiro-ministro britânico. A formidável maquiagem (que também merece ser premiada) e a atuação o transformaram em um homem mais velho, pesado, de postura arqueada e vozeirão potente. A interpretação de Oldman (na foto, com Kristin Scott Thomas) vale, sim, o ingresso, mas o personagem já foi visto muito recentemente — na série The Crown e na também cinebiografia Churchill. O episódio registrado, contudo, guarda mais parentesco com o espetacular Dunkirk e mostra como Churchill, recém-empossado primeiro-ministro em maio de 1940, enfrentou Hitler durante a II Guerra. Direção: Joe Wright (Darkest Hour, Inglaterra, 2017, 125min). 12 anos.
ACOMPANHE O CRÍTICO
Miguel Barbieri Jr.
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O QUE VEM AÍ
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Timothée Chalamet e Armie Hammer vivem uma paixão de verão em Me Chame pelo Seu Nome, que estreia na quinta (18).
EM CARTAZ
Os mais bem avaliados*
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120 BATIMENTOS POR MINUTO Vencedor do Grande Prêmio do Júri em Cannes, o longa recria a militância contra a aids na França, no começo dos anos 90. Estreou em 4/1/2018.
COM AMOR, VAN GOGH A belíssima animação usa a técnica inconfundível do pintor holandês e traz no roteiro uma fictícia investigação em torno de seu controverso suicídio, em 1890, aos 37 anos. 12 anos. Estreou em 30/11/2017.
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NINGUÉM ESTÁ OLHANDO Um ator gay argentino que fez sucesso numa telenovela se muda para Nova York na esperança de filmar um longa-metragem. Mas acaba trabalhando como baby-sitter. 14 anos. Estreou em 23/11/2017.
SUBURBICON — BEM-VINDOS AO PARAÍSO Num condomínio da década de 50, moradores se revoltam contra a chegada de uma família de negros. Mas mal sabem eles o que um vizinho planejou. 16 anos. Estreou em 21/12/2017. LUMIÈRE! A AVENTURA COMEÇA O documentário mostra 108 raros filminhos restaurados, de cinquenta segundos, registrados por Louis e Auguste Lumière e sua equipe entre 1895 e 1905. Estreou em 14/12/2017. Livre. VIVA — A VIDA É UMA FESTA Inventiva animação inspirada na tradição mexicana do Dia dos Mortos. Na trama, o pequeno Miguel descobre que a rotina além da vida é uma farra animada. Estreou em 4/1/2018.
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THE SQUARE — A ARTE DA DISCÓRDIA O vencedor da Palma de Ouro em Cannes é um drama cômico de camadas sofisticadas e amplas discussões sobre arte e internet, entre outros temas. Estreou em 4/1/2018.
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EXTRAORDINÁRIO Na comovente história de superação, um garoto que tem o rosto deformado terá de enfrentar seu primeiro ano escolar. Mas seus pais temem o preconceito e o bullying. 10 anos. Estreou em 7/12/2017.
LUCKY Em sua despedida do cinema, Harry Dean Stanton interpreta, com muita emoção, um senhor de 90 anos que mora num vilarejo, tem hábitos metódicos e um estilo de vida singular. 16 anos. Estreou em 7/12/2017.
O REI DO SHOW Hugh Jackman agarra o papel de P.T. Barnum, lendário empresário que, no século XIX, montou um espetáculo com anão, mulher barbada, albinos, siameses e... dividiu opiniões. 12 anos. Estreou em 21/12/2017.
EMPODERADA DO SÉCULO XIX
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DIVULGAÇÃO
Lou Andreas-Salomé (1861-1937) — interpretada na idade adulta por Katharina Lorenz (foto) —, escritora e psicanalista nascida em São Petersburgo, ganhou uma cinebiografia em Lou. Após passar por um trauma na adolescência, ela recusou os casamentos impostos pela mãe. Teve uma união de fachada, formou um triângulo afetivo com os filósofos Friedrich Nietzsche e Paul Rée e foi amante do poeta Rainer Maria Rilke. Embora com lacunas e narrativa atemporal, o filme exibe elegância e joga luz em direção a uma mulher empoderada, à frente de seu tempo. Direção: Cordula Kablitz-Post (Lou Andreas-Salomé, Alemanha, 2016, 113min). 16 anos.
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Embora seu protagonista seja engraçado e o início de O Motorista de Táxi divirta, o desenrolar da trama ganha ares pesados e culmina num desfecho de partir o coração. A inusitada injeção de humor e docilidade faz bem a um triste episódio verídico, ocorrido em 1980 na Coreia do Sul. Após a morte do ditador Park Chung-hee, militares assumem o poder, exterminando a democracia. Ao saber que na cidade de Gwangju há protestos, um repórter alemão (Thomas Kretschmann) contrata um taxista (Song Kang-ho) para levá-lo de Seul até lá. Tomada por protestos e fechada por barreiras policiais, Gwangju é uma mistura de convulsão e resistência. Ao se aproximarem cada vez mais dos rebeldes, mudanças ocorrem: o motorista deixa de lado a alienação política e o jornalista encontra um cenário de guerra devastador. Direção: Jang Hun (Taeksi Woonjunsa, Coreia do Sul, 2017, 137min). 12 anos. Coreia do Sul em convulsão
CWJ