Revista Caleidoscópio (Publicada)

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Revista

Caleidoscóopio Nº 71

COLÉGIO SANTA MARIA

A importância das brincadeiras e dos movimentos na Educação Infantil

Eu vim para servir. E você? Evolução nos resultados dos vestibulares 2015

Crise no abastecimento hídrico de São Paulo é trabalhada em sala de aula


convite

expediente

REGISTRO DA NATUREZA

Instituto das Irmãs da Santa Cruz

COLÉGIO SANTA MARIA Av. Sargento Geraldo Santana, 890/901 Jardim Marajoara – São Paulo/SP (11) 2198-0600 santamaria@colsantamaria.com.br www.colsantamaria.com.br CONSELHO EDITORIAL Irmã Diane Clay Cundiff Irmã Anne V. Horner Hoe Adriana Tiziani Beth Costa Karine Ramos Marcia Rufino Muriel Alves Roberta Edo Silvio Soares Moreira Freire Tiyomi Misawa EDITORA Suze Smaniotto DIRETOR DE ARTE Marcelo Paton REVISÃO Rita de Cássia Cereser Sogi

Quem visita o Santa Maria se impressiona com a beleza dos nossos jardins, resultado do primor da natureza e do capricho da nossa equipe de jardinagem. Você, que tem o privilégio de conviver com essa exuberância natural, está convidado a registrar o pedacinho do jardim ou a flor que mais lhe agrada. Envie desenhos ou fotos para o e-mail caleidoscopio@colsantamaria.com.br. Seu trabalho pode ser selecionado para a seção Mosaico da Caleidoscópio. Participe!

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COLABORADORES Adriana Freitas, Ana Cláudia Henriques Lasinskas, Carlos Eduardo Colabone, Caroline Mieko Agata Moreira, Claudia R. Simões Lacerda, Cleber Teodoro, Denise Carneiro, Edith Sonagere Nakao, Elaine Soares da Silva, Eliane Lima, Elizabeth Muniz, Gabriela Herane, Gilberto de Carvalho Soares, Inês Angelini Namour, José Antonio Pinedo, Luciana Proença, Luís Fernando Branco, Maíra Bedran Gouveia, Maíra Nascimento, Maria Carolina Biscaia, Maria Soledad Más Gandini, Marisa Dimov, Maria Beatriz Brito Rossetti, Patrícia Kraft, Priscilla Rolim, Ricardo Borduchi, Rita de Cássia Cereser Sógi, Rosilene Moutinho, Simei Ribeiro, Sueli A. G. Gomes, Tatiana Uehara, Wallace Marante Impressão Intergraf Tiragem 6 mil exemplares A Revista Caleidoscópio é uma publicação do Colégio Santa Maria. Não é permitida a publicação de seus textos sem a devida autorização.


carta

sumário

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COTIDIANO Irmã Diane Clay Cundiff Diretora geral do Colégio Santa Maria

ESPECIAL ÁGUA

VISÃO AÉREA

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SÓ NO SANTA

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NOSSOS GIGANTES

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MAIS SABER

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RADAR

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REFLEXÃO

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NA REDE

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RAÍZES

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DEPOIS DO SANTA

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TÚNEL DO TEMPO

C

omo muitos devem saber, acabamos de concluir uma obra bastante significativa, os novos prédios do Ensino Médio. Um dos pais do Colégio tem um drone (pequeno helicóptero, que permite acoplar uma câmera) e tirou fotos aéreas das novas instalações. Foi surpreendente ver do alto a obra que visitei mais de 500 vezes, conferindo cada espaço, cada novidade que os construtores preparavam. Entretanto, vê-la na sua totalidade e grandeza, representou uma experiência completamente diferente. É incrível enxergar o conjunto todo, não apenas a planta baixa ou por pedaços estanques. Tive a mesma impressão quando li esta edição da Caleidoscópio, como se estivesse, às vezes, em um drone e, às vezes, entrando nos espaços fragmentados. Ao ler sobre a atividade do Dia Internacional da Mulher, senti-me andando pelo detalhe da obra que é o dia a dia do Santa Maria. Na matéria sobre os Jogos Interclasses, a vista aérea mostra que nossos alunos desenvolvem habilidades como “persistência e perseverança”, que perpassam todos os artigos. Já nas matérias sobre a crise de abastecimento de água e os trabalhos relacionados ao tema da Campanha da Fraternidade, vê-se os detalhes de quem anda por dentro da obra e a grandeza do conjunto. Os alunos criam as peças e o conjunto vai se formando, o que fizermos aqui em São Paulo terá efeito planetário, pois o problema da água não é apenas de São Paulo ou do Brasil, mas sim do mundo inteiro. Cada um tem que ser criativo e responsável. As ações individuais é que gerarão o efeito necessário. Ou seja, a viagem de drone vai ser harmoniosa ou uma sequência de fragmentos desconectados. A matéria sobre tutoria é outro exemplo de atividade de quebra-cabeça que organiza peças aparentemente desvinculadas para ajudar o aluno a enxergar como aplicar conhecimentos e habilidades de uma aula ou componente a outros contextos. É um apoio para ele subir no drone. Já os ex-alunos, ao contarem suas histórias, também estão olhando a escola não da ótica que tiveram na vivência do dia a dia, mas do alto da sua experiência profissional, como se estivessem sobrevoando aquele período e avaliando o todo. Estão todos convidados a aproveitar esses voos e aterrissagens e compartilhar conosco, por carta, como fez uma ex-aluna no Túnel do Tempo (página 22), ou enviando fotos detalhando o que você, leitor, aprecia do Colégio (ver na página ao lado).

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cotidiano Caleidoscópio

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MULHER: DA

MITOLOGIA NÓRDICA AOS DIAS DE HOJE Os alunos do 7º ano do Fundamental II celebraram o Dia Internacional da Mulher de uma forma diferente. A partir de um breve estudo da mitologia nórdica, nas aulas de Língua Portuguesa e História, eles conheceram a narrativa de Idun, deusa da juventude, que teve sua mão ofertada em casamento contra sua vontade. Já no 9º ano, a data foi trabalha-

da nas aulas de Língua Portuguesa através do texto de Lola Aronovich, “Dispenso esta rosa”. Paralelamente, usando como mote a obra teatral O Noviço, de Martins Pena, analisaram o papel social feminino no século XIX. Em ambas situações, foi possível refletir sobre o papel da mulher nas diferentes culturas e momentos da história da humanidade.

JOGOS INTERCLASSES A primeira edição dos jogos de integração interclasses do Fundamental II foi realizada nos dias 28 de fevereiro e 7 de março. Além da recepção e acolhida aos alunos novos, o evento fez parte das atividades responsáveis pela criação de identidade e sociabilização do novo grupo, formado em 2015. Durante as aulas de Educação Física, os alunos foram preparados e orientados para um processo de organização, treinamento, análise tática e técnica nas modalidades disputadas. Isso culminou em disputas calorosas, leais e imbuídas do espírito de integração, união e parceria entre as diferentes turmas. Por meio da linguagem do esporte, os alunos colocaram em prática os valores e virtudes intrínsecos ao processo de trabalho com desporto: competição sadia e respeitosa, valorização do adversário e dos companheiros de equipe. Além de tudo, demonstraram persistência, perseverança, planejamento e aplicação de planos táticos, confraternização do grupo série, fair play, solidariedade e coerência nas atitudes e condutas desportivas. No segundo semestre tem mais!

CELEBRAR O SERVIÇO AO BEM COMUM Neste ano, a missa organizada pelo 6º ano propôs à comunidade do Santa Maria relembrar que essa é a celebração principal da fé, o centro e a raiz da vida. Por outro lado, por ser memorial da Páscoa de Jesus, a Celebração Eucarística não pode ficar alheia aos acontecimentos da vida, à realidade pessoal, social e política. Nesse sentido, em função do projeto da série Trans-forma-ação: Sociedade e Direitos Humanos e do contexto vivido, foi escolhido como tema do encontro de 11 de abril “Celebrar o serviço ao bem comum”. A vivência espiritual convidou a comunidade a refletir sobre a importância de todos nós – de acordo com o lugar e o papel que cada um desempenha - tomarmos parte na construção do BEM COMUM, entendendo que esse é um dever essencial à dignidade da pessoa humana.

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LAVA-PÉS

Em preparação à Páscoa, o 1º ano do Fundamental I realizou a celebração do Lava-pés. Os alunos repetiram o ato de Jesus com seus apóstolos em um clima cerimonioso e emocionante.


PALESTRA SOBRE

CIÊNCIAS DA NATUREZA

Os professores do Fundamental I tiveram, no início de março, uma palestra com o tema “Conceitos Estruturantes no Ensino de Ciências”, ministrada pelo professor de Ciências do 6º ano, Simei Ribeiro. A palestra teve como foco discutir o que são os

conceitos estruturantes no componente de Ciências: como selecioná-los a partir da construção dos mapas conceituais e, principalmente, como estes conceitos servirão para aprimorar o trabalho com habilidades junto aos alunos. Após a parte teórica e dis-

cussões sobre o tema, foram apresentadas duas aulas-modelo, utilizando diferentes conceitos estruturantes e recursos variados para ilustrar e demonstrar, através da aplicação, como os conhecimentos adquiridos devem ser trabalhados em sala de aula.

EXPERIÊNCIAS

Foto: Priscilla Rolim

PARTICIPATIVAS

NOVO CURSO

EXTRACURRICULAR

Com o objetivo de sistematizar os estudos e estabelecer uma rotina na vida acadêmica dos alunos, o Santa Maria passou a oferecer o curso de Tutoria e acompanhamento de lições e trabalhos. Os alunos precisam estar com suas agendas em ordem, lições e tarefas anotadas para que possam fazê-las no momento da aula. Além da execução das tarefas, eles são incentivados a rever todo o conteúdo trabalhado no dia. De acordo com a Neurociência, o conteúdo é assimilado na memória de longo prazo quando é revisto e se retoma o caminho pelo qual ele foi adquirido e, assim, quanto mais o aluno tem contato com sua própria aprendizagem, maior será a retenção da informação. Este curso também proporciona um momento específico de atenção às tarefas, minimizando os estímulos externos que interferem no momento do estudo. Outro benefício verificado é o estudo em grupo, que permite aos colegas de série troca de ideias, esclarecimento de dúvidas e discussão de diferentes pontos de vista de um mesmo conteúdo, pois cada um recebe, interpreta e utiliza o conhecimento adquirido de uma maneira diferente, trazendo uma grande riqueza cognitiva. É importante que as famílias incentivem os alunos para que mantenham esta rotina e esta sistematização de estudos em casa, que são valorizados hoje e sempre serão. A disciplina faz parte da vida!

A participação dos jovens no contexto escolar diz respeito à presença ativa deles nos processos de decisão da escola. A experiência participativa representa uma das formas de os jovens vivenciarem processos de construção de pautas, projetos e ações coletivas. Isso pode lhes proporcionar o desenvolvimento de habilidades discursivas, de convivência, de respeito às diferenças e liderança, dentre outras capacidades relacionadas ao convívio na esfera pública. No Santa Maria, há algumas e importantes experiências de participação dos alunos. O Grêmio do Ensino Médio atua de forma cada vez mais organizada e ampla na vida escolar. A atual gestão (Ágora), eleita pelos alunos para o mandato agosto 2014/ julho 2015, tem o objetivo de representar o corpo discente, defendendo seus interesses, incentivando atividades esportistas/culturais e buscando uma maior participação nos fóruns internos do Colégio. Aplicada no final do ano desde 2012, a Pesquisa on-line de Avaliação do Ensino Médio envolve todos os alunos das três séries. Ao participarem, eles manifestam sua opinião individual e anônima sobre os diversos setores da escola, avaliam as ações da orientação e direção e analisam os cursos desenvolvidos pelos professores durante o ano letivo. As 26 questões da pesquisa captam as expectativas, desejos e situações vividas pelos alunos, gerando uma revisão, após análises, de algumas práticas e procedimentos do Ensino Médio. “Ao vivenciar essas experiências, o jovem aprende e exercita sua participação nos processos de decisões da escola”, afirma Silvio Soares Moreira Freire, diretor do Ensino Médio.

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cotidiano Caleidoscópio

água

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SEDE DE AÇÃO E CONHECIMENTO As várias facetas e implicações da crise no abastecimento de água em São Paulo foram alvo de discussões, estudos e iniciativas inovadoras no âmbito do Santa Maria. As atividades aqui relatadas – entre as muitas desenvolvidas nos últimos meses - mostram que o trabalho extrapolou os muros do Colégio, ganhando a dimensão que o problema impõe a toda a sociedade

O MUNDO PRECISA DE BOAS INICIATIVAS

O BEM-ESTAR COLETIVO O projeto do 2º ano está relacionado ao desenvolvimento consciente e sustentável. A proposta de trabalho tem como objetivos refletir sobre a falta de água no Planeta Terra e identificar as consequências geradas; ler e analisar reportagens e imagens de populações que vivem com a falta de água; listar ações individuais que podem interferir, positiva ou negativamente, no coletivo e que podem ser modificadas; adquirir atitudes de reuso da água, na escola e em casa, para economia e outras finalidades possíveis; compreender que água e energia estão intimamente interligadas e são interdependentes. Além das informações e conscientização, realizamos um trabalho prático ao longo do ano, em que os alunos são “agentes ambientais”. Durante a semana, alguns são escolhidos para fiscalizar se as medidas combinadas estão sendo realizadas, como não dar descarga sem necessidade e acionar a torneira apenas quando for enxaguar as mãos. Para que o trabalho atingisse as famílias, os alunos fiscalizaram as pessoas que moram dentro da sua própria casa. Durante um período, observaram as atitudes das pessoas, anotaram em uma ficha o responsável pela ação, se ela foi positiva ou negativa e descreveram o ocorrido. Dessa forma, o foco do trabalho foi estimular a família a ter atitudes sustentáveis por meio da informação e conscientização levadas pelos alunos. Para ampliar o estudo, os alunos foram sensibilizados a pensar e ter consciência sobre o possível futuro, caso as nossas ações não sejam modificadas atualmente. “Eles assumiram seus papéis e se comprometeram, mesmo que com pequenas atitudes, a preservar o patrimônio natural que é de todos”, declara a professora Maíra Bedran Gouveia.

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A água é onipresente em nossas vidas, está em tudo o que nos cerca e nos movimenta. Mesmo considerada essa multiplicidade funcional e que a torna essencial, quase não a percebemos dentro da nossa rotina, ou melhor, não percebíamos. Com a atual crise de abastecimento, que nos incomoda e aterroriza, tivemos que nos adaptar de maneira abrupta e forçada a essa nova realidade, reaprender a nos relacionar com esse bem precioso. Para tanto, foram necessárias mudanças de postura, com um tanto de criatividade e aumento de vigilância. Qualquer gota perdida é desperdício. Partindo desse pensamento, o 7º ano, num trabalho interdisciplinar, promoveu discussões e reflexões que resultaram numa pequena mostra focada no tema gerador “O Mundo precisa de boas iniciativas”, com o intuito de reforçar e disseminar as boas ideias, as boas iniciativas.


GUARDIÕES DA NATUREZA Os alunos do 3º ano do Fundamental I refletem e também vivenciam experiências no projeto de Educação Ambiental da série, cujo tema é “A serviço do meio ambiente: ações que fazem a diferença!”. Para estimular os alunos a incorporar princípios e critérios de gestão ambiental em suas atividades rotineiras, bem como incentivar ações de combate ao desperdício e a minimização de impactos ambientais, eles se tornaram Guardiões da Natureza. “Com aventais verdes, durante o recreio, os Guardiões circulam pelos espaços e conversam com os colegas a respeito da importância de não desperdiçar os alimentos, destinando as sobras e o lixo produzido aos respectivos containers”, explica a professora Edith Sonagere Nakao. “Ser um guardião não é fácil. Precisamos conversar muito com os colegas para que todos ajudem a cuidar dos espaços em que tomamos o nosso lanche!”, afirmam Giovanna e Sophia, alunas do 3º ano D. A conscientização a respeito da importância da economia de água também mobilizou os Guardiões. Após coleta de dados, entrevistas com as famílias e reflexões coletivas, eles listaram formas de economizar a água. “Nós reduzimos o tempo do banho e deixamos a torneira fechada ao escovarmos os dentes e ensaboarmos a louça”, relata a família do aluno Miguel. Munidos de cartazes em forma de gotas, os estudantes fizeram uma campanha interna junto às demais séries, recitando quadrinhas sugestivas sobre formas de não se desperdiçar a água. No momento da saída, as famílias foram envolvidas com os cartazes e receberam panfletos com as quadrinhas.

BOCA NO TROMBONE

VISIBILIDADE ÀS INFORMAÇÕES Os alunos do 6º ano do Fundamental II prepararam para o Dia Mundial da Água propagandas inteligentes alertando sobre a escassez de água potável no Planeta. Anterior à montagem dos trabalhos, o professor responsável pelo componente de Ciências, Simei Ribeiro, realizou com os alunos discussões, utilizando textos, vídeos e projeções, sobre o assunto, para que eles pudessem construir seu embasamento teórico e ideias para produzir sua propaganda. Os trabalhos foram expostos no corredor da capela.

O Brasil joga fora 37% da água tratada que produz. Metade de toda a água que é produzida acaba sendo desperdiçada em vazamentos. E tem ainda o desperdício que, segundo os especialistas, não entrou nesta conta. Ele vem dos maus hábitos de consumidores, que deixam torneiras abertas, tomam banhos demorados e usam mangueiras sem controle. Estes e outros flagrantes do desperdício de água serviram como material de estudo para os alunos do 5º ano, que sabem que utilizar a água de forma mais racional é uma questão de sobrevivência para toda a humanidade. Em comemoração ao Dia Mundial da Água, 22 de março, os alunos realizaram uma série de ações visando esclarecer e conscientizar as pessoas sobre a necessidade de economia e do reuso da água. Elas foram compartilhadas com a Sabesp por meio de uma carta na qual os alunos também pediram maior transparência em relação às providências tomadas com os vazamentos que aparecem na cidade por canos furados, hidrantes em mau estado e até por causa das ligações clandestinas de água.

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água

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AMPLO DEBATE Os estudantes do 8º ano estão realizando um amplo debate com a finalidade de compreender como o Brasil, país que concentra cerca 12% da água potável disponível do planeta, vem enfrentando a mais grave crise de abastecimento de sua história. Nos momentos de discussão, em sala de aula, os jovens têm refletido as causas que envolvem o problema: falta de vontade política, notada na falta de investimentos para a captação de água; vazamentos nas redes de distribuição ou esgotos ainda despejados em rios sem qualquer tratamento; questões climáticas; distribuição desigual da água no país; desperdício.“Discutindo o problema, podemos procurar soluções, como evitar o desperdício, buscar formas de economizar, reutilizar ou aproveitar a água da chuva e, acima de tudo, formar cidadãos críticos, capazes de interferir de forma positiva participando da solução do problema”, declara a professora de Ciências, Denise Carneiro. As reflexões e análises foram divulgadas em um mural no Colégio e no site do Santa Maria. Os alunos também participam de um projeto de produção de minicisternas, já instaladas no viveiro de plantas do Santa Maria e em um orfanato de Carapicuíba, a título de doação. O conhecimento produzido tem sido ainda transmitido a outras séries.

CAUSA E EFEITO O 9º ano do Fundamental II visitou a represa Billings, que compõe o sistema de abastecimento de São Paulo.“Os alunos puderam notar o descaso com que o maior reservatório de água da região metropolitana é tratado”, diz a professora de Ciências da Natureza, Marisa Dimov. As discussões sobre o tema na série abordaram a dependência da chuva para que os reservatórios hídricos não sequem, fato ocorrido em muitas cidades do Estado, a necessidade de uma política de captação e armazenamento que garanta o abastecimento de água, ou seja, de planejamento hídrico. Eles também analisaram as consequências do uso inadequado do solo, da construção de moradias e indústrias próximas aos mananciais que afetam drasticamente a qualidade e o abastecimento de água. Ponderaram que não é mais possível pensar que a água é um recurso ilimitado, portanto, o uso irracional e a poluição da água, mesmo em uma das áreas melhor abastecidas do Planeta, pode ser um limite ao desenvolvimento e ao bem- estar. As alunas Letícia Hoenen, Luana Mitsudo e os alunos Luis Oshiro e Vinícius Fabri rimaram sobre o uso da água: “Se a água economizar, usada com consciência, responsabilidade e coerência, nossa vida vai melhorar”. Já o aluno Felipe de Sá completa: “Estamos fazendo com que a água escorra para longe de nossas vidas e isso é simplesmente lamentável”.

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só no santa Caleidoscópio

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O QUE PENSAM – E SENTEM – AS PESSOAS QUE CONSTROEM O SANTA MARIA DIA APÓS DIA Frases extraídas de uma atividade realizada no 2º ano do Fundamental I de relato de vivência, partindo de diferentes explorações do ambiente escolar:

Eu acho que essa escola é espetacular porque ela é grande, tem muitos alunos, professores gentis e uma floresta. Aqui eu tenho vários amigos. - Manuela Lippi Zanzotti

” “O Colégio Santa Maria é a melhor escola porque é grande, a paisagem é bonita e eu posso cantar, jogar futebol, desenhar, fazer contas e muitos desafios. - Francisco Atoiantz Delfino Capanacci Payão

“Por trás dos portões do Santa Maria, encontrei não só uma grande escola bem reconhecida de São Paulo, mas também uma segunda casa. O novo sempre assusta, pois fazer parte de um novo grupo exige adaptações e mudanças, entretanto, a minha sensação aqui desde o primeiro momento foi de encantamento. Aqui fui atenciosamente recebida pelo porteiro, que mesmo sem me conhecer, demonstrou se preocupar em me atender. Em seguida, fui muito bem acolhida por toda a equipe pedagógica, que fez com que eu já me sentisse parte da equipe como se há muitos anos já o fizesse. Assim, fazer o que se acredita e trabalhar em um lugar onde as pessoas se preocupam umas com as outras, sem dúvida é garantia de muitas conquistas e realizações. Portanto, fazer parte hoje de uma equipe tão comprometida, responsável e, acima de tudo, humana me torna uma profissional muito feliz e com certeza uma pessoa cada vez melhor.” Tatiana Uehara, professora do 2º ano do Fundamental I

A minha escola, claro, é a melhor! Todo mundo sabe disso! Tenho muitas lições que me deixam mais inteligente. - Manuela Marin Russo

O Colégio Santa Maria ensina a viver melhor, sentir o gosto da vida e da natureza. - Gabriela Barcelos Prada

No Colégio Santa Maria, a melhor escola do mundo, tem sagui, borboleta, minhoca, passarinho, tem fitinha nas árvores e plantas diversas. Eu aprendi, em Ensino Religioso, que é preciso cuidar de todos os animais e dos meus amigos porque Deus cuida de tudo. - Arthur Pernomian Brandão

“Dedico-me a aprender e ensinar há 19 anos e nesse período atuei em escolas públicas e privadas, estudei no Brasil e fora dele, me tornei Mestre em Educação e conheci muitas propostas pedagógicas, porém faltava-me um “lugar” que representasse minhas convicções, faltava-me uma Escola com características fundamentais para realizar verdadeiramente uma Educação de qualidade, uma Escola respeitosa para com seus alunos, professores e que defendesse valores éticos e morais, que acreditasse que seus professores são mestres e que possuísse mantenedores sábios, que atuam com princípios pautados na ética, no desenvolvimento intelectual e no amor. E foi então que em um dia de dezembro de 2014, encontrei uma esperança, adentrei uma Escola que reunia minhas convicções e com muito respeito e amor fui acolhida. Obrigada, Colégio Santa Maria!” Karine Ramos, orientadora do Pré

O Santa Maria é a melhor escola do mundo porque ela é especial para mim. As professoras são boas em ensinar e exigentes. Esta escola é bonita, arrumada e grande! Aqui tem jardineiros e eles cuidam bem do jardim, regam, tiram as plantas velhas e plantam flores novas. - Luísa Ruivo Andrade

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nossos gigantes Caleidoscópio

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PULANDO, DESENVOLVENDO, APRENDENDO E BRINCANDO

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rinquedos e brincadeiras populares vêm perdendo espaço para os tablets, televisão, jogos eletrônicos e brinquedos com controle remoto. Mas o que as famílias precisam saber é que elas oportunizam inúmeros benefícios para o desenvolvimento infantil que nenhum equipamento tecnológico é capaz de proporcionar. Ao pular corda, a criança compreende sua ação, desenvolve o pensamento lógico-matemático por meio de relações espaço-temporais, além de valorizar a cultura das brincadeiras de seus pais e familiares. No Santa Maria, brincadeiras são aplicadas ao desenvolvimento infantil e aliadas à compreensão matemática. As ladainhas (Quantos anos você tem? Um, dois, três...) permitem que os alunos percebam sequências, regularidades e dialoguem com a brincadeira, assim sentem-se motivados a participar inúmeras vezes, mesmo que encontrem dificuldades no início. “Depois da atividade realizada e algumas variações da brincadeira de corda, conversamos a respeito das estratégias utilizadas, o que deu certo, o que não deu e o que podemos melhorar na próxima brincadeira”, explica a professora do Pré, Maria Beatriz Brito Rossetti. Também é feito o registro em forma de desenho, para

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que a criança reflita sobre o que realizou e o professor perceba os aspectos mais significativos para cada um. Os registros são focados nas sensações corporais e do movimento da corda, que são características de quem ainda procura dominar e coordenar os movimentos do corpo e da corda para pular com maior destreza. “O aprendizado lúdico é uma constante no Santa Maria e, para a turma do Pré, aprender é sempre uma diversão”, define a professora.

NEUROCIÊNCIA NA PRÁTICA: O PAPEL DO DESENHO NA INFÂNCIA Conforme bem definiu a neurocientista Elvira Souza Lima, “Ao revelar essa coreografia cerebral, a neurociência nos mostra a melhor forma de interferir”. Uma das marcas da infância é o desenvolvimento da função simbólica, como brincar, desenhar, imaginar. “Ao longo desse processo, a criança desenvolve a memória, criando acervos e desenhos de acordo com sua ação nos contextos em que vive”, explica a professora Gabriela Herane. O desenho faz parte da cultura infantil e do currículo no Santa Maria. Por meio dele, a criança experimenta diversas formas e desenvolve o traçado. O domínio da forma desenhada é uma das bases do desenvolvimento da escrita. O desenho tem uma ação que se compõe formando uma

narrativa; nele a criança imagina, cria e organiza imagens, criando o que quer comunicar, por meio da oralidade e do desenho. “A partir destas experimentações a criança constrói suas redes neuronais e amplia suas habilidades para alfabetizar-se e produzir diferentes textos e maneiras de se comunicar”, revela a professora Patrícia Kraft.

OFICINAS DE PSICOMOTRICIDADE As turmas do Jardim I e II e seus familiares foram convidados a participar de oficinas de psicomotricidade. Vivenciar brincadeiras teve como objetivo refletir sobre as seguintes questões: Qual a importância das experiências sensoriais e das descobertas feitas por meio do corpo? Como posso ajudar meu (minha) filho (a) a desenvolver habilidades motoras e a perícia do movimento para andar numa guia, voltar de marcha ré, saltar, manusear a tesoura, o lápis, os pincéis? “A proposta era fazer com que pais e mães percebessem, por meio das atividades, que o corpo para a criança pequena é o principal instrumento de aprendizagem. Por meio dele ela sente, escuta, fala, brinca e interage nos espaços; os sentidos ficam despertos e atentos para os estímulos, experiências e aprendizagens”, explica a professora do Jardim II, Eliane Lima. “Os espaços são como o papel para a criança e o corpo, o lá-


pis”, resume a professora do Jardim I, Claudia R. Simões Lacerda. Papel (os espaços) e lápis (o corpo) que ajudam as crianças a desenvolverem o equilíbrio, a tonicidade, a lateralização, a noção de imagem, esquema corporal e a praxia fina; corpo que descobre, aprende e cria memórias do movimento. Depois de muitas brincadeiras, observações e percepção de como são organizadas e planejadas as manhãs das crianças na escola, como são convidadas a crescer “motoramente” e a conquistar habilidades fundamentais para seu desenvolvimento, o grupo refletiu sobre o que as crianças são capazes de fazer porque cresceram e, também, a respeito do que as famílias podem fazer em casa para que habilidades sejam desenvolvidas, como beber líquidos em copos, vestir roupas sozinhas e brincar de massa de modelar e argila.

VOCÊ TAMBÉM SONHA EM TER UM AMIGO? Logo no início do ano, período repleto de sentimentos e novidades, as crianças do Jardim II ouviram a história “Você também sonha em ter um amigo?”. “Nosso objetivo foi o de trabalhar a formação de um novo grupo, criando e estreitando laços de amizade”, revela a professora Luciana Proença. Por meio da história e de propostas de atividades, as crianças perceberam que podem fazer muitas coisas em companhia dos amigos: brincar, passear, lanchar, desenhar e até brigar e fazer as pazes. “Combinamos que os conflitos devem ser resolvidos com diálogo”, conta a professora Elizabeth Muniz. Todas as personagens do conto são animais e têm nomes; porém, um deles, o Nicolau, o autor não revela que animal é.

“AS EXPERIÊNCIAS NO COMEÇO DA VIDA FORMAM A BASE PARA TODO O DESENVOLVIMENTO POSTERIOR” JACK SHONKOFF Dessa forma, cada turma elegeu um animal para ser o Nicolau, criando assim uma identidade grupal. Surgiram “Nicolaus” de várias espécies: leão, peixe, elefante, entre outros. Depois de contarem e recontarem a história, cada turma construiu o seu Nicolau que, juntamente com o livro, visitou a casa de todos os componentes do grupo. As famílias contribuíram acolhendo Nicolau em suas casas e ajudando seus filhos em pesquisas. As crianças aprenderam a valorizar a amizade, respeitando o modo de ser de cada companheiro.

EM 2015, O PRÉ FALA INGLÊS! A primeira infância é um momento propício para iniciar o aprendizado de uma segunda língua. Nessa fase a criança dispõe de todas as conexões cerebrais para assimilar novos conhecimentos, sendo comprovados por meio de pesquisas científicas os benefícios desta aquisição em aprendizados futuros. A aquisição da língua inglesa acontece em estágios, sendo que cada um é imprescindível para o avanço ao seguinte. O currículo das aulas do Pré foi desenvolvido tendo em vista tais estágios: a) descoberta de um novo idioma, momento no qual a criança começa a entender que a língua que está ouvindo é inglês, diferente da sua língua materna, chamamos de período não verbal; b) linguagem telegráfica e estereoti-

pada, acontece quando a criança utiliza palavras isoladas para nomear objetos, pessoas ou recitar o alfabeto e numerais, bem como quando usa frases que ouve no contexto no qual ela está inserida; c) utilização produtiva na nova língua, estágio no qual criança começa o processo de construção de suas próprias frases, combinando frases prontas e nomes dos objetos que ela conhece. Tenta descrever atividades, ideias, necessidades. Para contemplar o desenvolvimento da língua inglesa as aulas foram organizadas tendo como objetivo oferecer duas aulas semanais que promovam interações e brincadeiras na segunda língua, bem como apoiem novas descobertas e expansão do conhecimento. “Nosso objetivo é que as crianças desenvolvam o gosto pelo aprendizado da língua por meio de músicas, vídeos, rimas, jogos, brincadeiras, contos e histórias; ampliem as competências linguísticas por meio do aprendizado de novas palavras, cantando canções, ouvindo padrões sonoros em palavras e aquisição de novos vocabulários e avancem os diferentes estágios de aquisição da língua inglesa”, declara a orientadora do Pré, Karine Ramos. Para encantar as crianças, está sendo utilizado o material Mother goose on the loose - “As rimas da Mamãe Gansa”, literatura de contos infantis.

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mais saber Caleidoscópio

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SINTONIA FINA A Campanha da Fraternidade deste ano traz um tema que encontra ressonância em várias atividades desempenhadas pelos alunos do Santa Maria: “Eu vim para servir” CONHECER O OUTRO, APRENDER COM AS DIFERENÇAS Os alunos do 1º ano do Fundamental I tiveram, logo no início do ano letivo, uma experiência que evidencia a habilidade de acolher e formar novas amizades. O trabalho foi contextualizado com o livro “Eu fico feliz, você fica feliz”, que fala de amizade. “Incentivamos os alunos a ‘adotar’ um aluno novo para acompanhar, ensinar os locais em que estudam e brincam, acompanhados pela professora e auxiliares”, explica a orientadora da série, Sueli A. G. Gomes. Assim, vão se construindo os primeiros pilares de um relacionamento, até que se constituam como um grupo. Aliás, esse espírito se estende às atividades de aprendizagem, como a formação de duplas colaborativas. Dessa forma, o ensino não está somente nas mãos dos professores, todos oferecem seus conhecimentos para contribuir. Nesse sentido, também se alinha o tema da Campanha da Fraternidade. O que é servir para alunos de 5 e 6 anos? Quando podemos dizer que servimos ao outro? “Quando aprendemos a olhar para ele, a identificar suas necessidades e nos colocamos a serviço dele para que as supere, como o trabalho do início do ano, por exemplo, propõe”, declara a professora Elaine Soares da Silva. A parceria com a Creche Nossas

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Crianças aproxima a todos. Visitas mensais com propostas de trabalho conjunto trazem situações de convivência e aprendizagem. Todos ensinam e aprendem, partilham afetos, conhecimentos, habilidades, conquistas – servem ao outro, enfim. “Teremos muito o que colher, no final do ano, com certeza!”, sintetiza a orientadora.

ESPAÇO ABERTO “Envelhecer com dignidade: um olhar para o idoso de São Paulo” é o tema do projeto de inserção social do 3º ano do Fundamental I. E é para que os idosos possam viver dignamente que o Centro de Acolhida Especial para Idosos, Jardim Umuarama, também conhecido como Espaço Aberto, trabalha. Com o intuito de viver momentos de troca de experiências, os alunos visitaram os idosos e foram recebidos com muita alegria por todos. Realizaram entrevistas, conversaram bastante, visitaram a casa, prepararam e serviram um delicioso café da tarde para os seus 60 moradores. Uma das perguntas feitas para o grupo de idosos era se eles gostariam de deixar alguma mensagem para os alunos.

O senhor Edgar comunicou: “Gostaria que Deus abençoasse as crianças. Que tenham uma infância e uma adolescência com muita paz, alegria, saúde e muita inteligência para aprender e vivam em paz e harmonia com sua família e com todas as pessoas”. Essa experiência trouxe um grande aprendizado aos alunos, ou reforçou algo que eles já acreditavam: é preciso sempre cuidar dos idosos. Em classe, os alunos escreveram um texto contando sobre a visita. O aluno Gustavo Martins e Sá escreveu: “Fiquei feliz por poder levar paz, alegria e esperança aos idosos com a nossa visita. Aprendi com eles que


devemos respeitar todos os idosos, em qualquer situação”. Para quem ficou com vontade de conhecer um pouco desse local, a diretora avisa que precisam de voluntários. A casa fica na Rua Eduardo Amigo, 103 B, Jardim Umuarama.

GESTÃO POSITIVA DE CONFLITOS Conflitos não são problemas externos que invadem a escola, nem são atípicos ou antinaturais. O problema não está no conflito, mas no modo como são resolvidos. É pelo conflito que se aprende, pois o ser humano é preparado para perceber perspectivas diferentes e se fortalecer diante das relações interpessoais. Os alunos do 4º ano do Fundamental I terão oportunidade de participar de atividades que discutirão e proporcionarão reflexões sobre o assunto. Em alguns momentos, serão mediadores de conflito e em outros serão mediados, pois na resolução dos conflitos os valores são transmitidos nos procedimentos, não nos resultados. Princípios de justiça, diálogo e respeito devem ser vivenciados. É fundamental acreditar na capacidade dos alunos de solucionar conflitos - o que não significa aceitar qualquer alternativa de resolução. Uma boa solução deve incidir sobre as causas e respeitar princípios. O desenvolvimento do projeto permeará todos os componentes curriculares em diferentes situações de comunicação favorecendo a troca de opiniões, a partilha de sentimentos e o exercício da empatia. A capacidade de recusar e divergir faz parte da autonomia que queremos desenvolver em nossos alunos. Conflitos devem ser vistos como um componente da ação coletiva que podem ser utilizados de maneira construtiva.

“COMO SOU NOVO NO COLÉGIO, NÃO SABIA MUITO SOBRE ESSA EXPERIÊNCIA. MAS ACHO QUE VAMOS CRIAR LAÇOS COM OS FUNCIONÁRIOS E APRENDER SOBRE O QUE ELES FAZEM TODOS OS DIAS. ACHO QUE VAMOS PODER NOS SENTIR COMO ELES” MÁRCIO VALLE MEIRELLES, DO 7º E.

VIVÊNCIA COM FUNCIONÁRIOS

SENSIBILIZAÇÃO AO TRABALHO VOLUNTÁRIO

Uma das atividades do Projeto da Série do 7º ano, “Trabalho a serviço da vida”, é a Vivência com os Funcionários. Nessa atividade, os alunos vivem a experiência de uma manhã em alguns departamentos do Colégio, acompanhados por funcionários/trabalhadores. Além de explicar aos estudantes as ações que desenvolvem no departamento no qual trabalham, os funcionários compartilham com o aluno a realização do seu trabalho, de modo que os alunos percebam a importância do ofício que eles (trabalhadores) desempenham. Antes, durante e depois da Vivência, são realizadas reflexões sobre o trabalho como ação que proporciona acessos, que insere o indivíduo na sociedade. Antecedendo o período da Vivência, os alunos recebem a visita de um funcionário durante uma aula para ser entrevistado com perguntas resultantes das orientações e reflexões sobre o trabalho e o trabalhador. Após a Vivência, os alunos realizam a atividade de metacognição, na qual respondem a perguntas que remetam à experiência vivenciada, com o intuito de fazê-los refletir sobre ela e produzir trocas entre o grupo. A etapa final é a Missa do Trabalho, no dia 25 de abril.

No início de cada ano letivo, os alunos são sensibilizados e convidados para a realização de um trabalho voluntário, que no 8º ano do Fundamental II acontece em CCAs (Centros da Criança e do Adolescente) da região. “Essa abertura ao outro, no intuito de conseguir um mundo mais humano, justo e solidário, tem sido prioridade na educação em nosso Colégio”, revela José Antonio Pinedo, professor de Ensino Religioso da série. As diretoras das entidades onde os alunos realizarão tal trabalho foram convidadas para apresentarem as propostas de ação e as características de cada uma delas. Os alunos puderam tirar suas dúvidas e conhecer melhor a realidade vivenciada na periferia. Cida Neves, diretora do CCA São Joaquim Santana, reforçou a ideia da importância da ação para as crianças da instituição: “Eles se sentem valorizados, importantes e queridos, pois um grupo do Colégio Santa Maria dedica-lhes um tempo semanal”. Aliás, isso pode ser percebido na reação vivenciada em cada entidade ao receberem os voluntários do Santa Maria. “Nesse aspecto, é importante ressaltar a facilidade de aproximação, de chegar perto do outro, que nossos alunos têm. Percebe-se todo o trabalho anterior realizado, superando preconceitos e valorizando a riqueza cultural e de vida do outro”, observa o professor.

“ESPERO VIVENCIAR O QUE UM FUNCIONÁRIO DO SANTA MARIA VIVE DIARIAMENTE. ALÉM DISSO, ESPERO INTERAGIR E CONHECER NOVAS PESSOAS E, ACIMA DE TUDO, RESPEITAR TODAS AS FORMAS DE TRABALHO”, MARIA LUIZA DE SOUZA GOMES, 7º D.

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radar Caleidoscópio

nº 71

É CAMPEÃO! Em um evento organizado pela Confederação Paulista de Tênis para homenagear os melhores do ano de 2014, Gustavo Lobue Horst, aluno do 6º ano B do Fundamental II, recebeu o prêmio na categoria 10 anos por ter chegado ao topo do ranking paulista da modalidade. Gustavo joga tênis competitivo desde os seis anos. Atualmente, treina três vezes por semana durante quatro horas no Instituto Tênis, em Alphaville, instituição que seleciona os melhores atletas do país e é mantida por empresas como Itaú e Fundação Lemann. Para conciliar o esporte com os estudos, Gustavo leva lições para os treinos e chega a estudar nos torneios, nas viagens da Confederação Brasileira de Tênis. Os pais o apoiam nessa rotina e se mantêm atentos ao desempenho escolar e esportivo. Aluno do Santa Maria desde o Pré, Gustavo herdou dos pais a paixão pelo tênis. A mãe lembra que os trabalhinhos de escola dele sempre estavam relacionados ao esporte. Se ele tem um ídolo? Sim, no seu quarto estão autógrafos e uma fotografia ao lado dele, o espanhol Rafael Nadal.

MULHER DE DESTAQUE A diretora do Santa Maria, sister Anne Veronica Horner Hoe, foi homenageada no XI Prêmio Excelência Mulher 2015, promovido pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo - Diretoria Distrital Sul e pela Fraternidade Aliança Aca Laurência no dia 24 de março. Parte

do calendário oficial de São Paulo comemorativo ao Dia Internacional da Mulher, o prêmio reconhece mulheres de destaque nas atividades de diversas áreas profissionais e filantrópicas que contribuíram com seu trabalho e dedicação para uma sociedade melhor.

PROFESSOR DA EJA

LANÇA LIVRO E DÁ PALESTRA NA CROÁCIA O professor de Língua Portuguesa da EJA (Educação para Jovens e Adultos) do Santa Maria, Lucas Limberti, lança seu novo livro, “RITMIA: O ritmo da vida”, após palestra sobre o ensino de Literatura no Brasil no Liceu e Biblioteca Pública Municipal de Pula, na Croácia. O convite partiu da USP em parceria com os organizadores de um instituto de pesquisa Brasil-Croácia para o “The Brazilian Day in Pula” (Gradsk Knjiznica I Citaonica Pula). No final do mês de abril, durante a semana nacional

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da leitura daquele país, o professor Lucas Limberti ministrará uma palestra intitulada “Literatura e os novos métodos de ensino” em italiano, segunda língua oficial daquele país. O evento marcará o lançamento oficial e internacional do novo livro de poemas do professor e escritor que, no Brasil, tem data marcada para dia 24 de abril na FLIPOÇOS 2015, a Feira Literária de Poços de Caldas, após outra palestra do professor: “O fazer poético e os mecanismos do fingimento”.


O QUE É UMA ESCOLA DE QUALIDADE? O QUE É UMA ESCOLA DE EXCELÊNCIA? Frequentemente essas perguntas surgem nas conversas entre professores e alunos, entre pais nas reuniões escolares e entre os educadores quando analisam os resultados das avaliações externas. Podemos afirmar que uma escola de qualidade e/ou excelência é aquela que busca cotidianamente atingir dois objetivos simultâneos e dinâmicos: EXCELÊNCIA DE RESULTADOS: quando a escola tem o domínio e o controle dos processos provocados e construídos pelos seus profissionais: professores, coordenadores e diretores. RESULTADOS DE EXCELÊNCIA: quando os alunos conquistam permanentemente ótimos índices de qualidades em indicadores como Enem, vestibulares e exames de proficiência entre outros. Nesse sentido, vejamos: O INEP divulgou, em dezembro de 2014, os resultados do ENEM por escola, onde pudemos verificar uma evolução das médias objetivas e ponderadas (641,62 e 669,04, respectivamente) do Colégio Santa Maria. O que, comparativamente, nos coloca entre as melhores

escolas particulares da cidade de São Paulo. Nos vestibulares 2015, os alunos conquistaram 166 vagas em universidades públicas e particulares (ver tabela abaixo). Além do evidente sucesso quantitativo, ocorreu uma melhora qualitativa, com o crescimento significativo da conquista de vagas nas universidades públicas que possuem os cursos mais desejados e, consequentemente,

APROVAÇÃO VESTIBULARES ALUNOS SANTA MARIA 2014 Alunos Candidatos 148 100% Alunos Aprovados 102 68%

Vagas conquistadas

166

Inst. Públicas Inst. Particulares

54 112

1,7 vagas por aluno 33% 67%

processos mais seletivos. Tivemos, por exemplo, 21 alunos aprovados na USP, 6 na Unicamp e 13 na Unesp. Verificamos também um crescimento no número de vagas conquistadas nas universidades particulares (112 vagas), dentre elas, 23 no Mackenzie, 21 na FEI, 10 na PUC-SP e 8 na ESPM. Todos os alunos das 2ª e 3ª séries do Ensino Médio participaram em 2014 dos exames de Proficiência da Língua Inglesa da Universidade de Cambridge. A porcentagem de alunos que conquistaram as certificações também foi elevada: PET 70%, FCE 87% e CAE 96% de aprovação dos estudantes inscritos. Os resultados aqui apresentados comprovam a qualidade do trabalho educacional do Colégio Santa Maria e indicam um crescimento da excelência almejada. Silvio Soares Moreira Freire, diretor do Ensino Médio

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reflexão Caleidoscópio

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A DIVERSIDADE SEXUAL NA ESCOLA:

UM INÍCIO DE CONVERSA

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Ilustração: 123rf.com

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entre tantos assuntos de relevância no contexto educacional, um que se coloca com urgência é a questão de gênero. Trata-se de uma categoria nova de investigação dentro das Ciências Humanas, que envolve indubitavelmente questões psicológicas, antropológicas, históricas, biológicas, políticas, entre outras. A categorização habitualmente conhecida, cuja dicotomia centrava-se nos binômios homem/mulher, pai/mãe não contempla a diversidade de relações que se observa em nossa sociedade ocidental. Nossos próprios estudantes vivem as novas configurações familiares: dois pais, duas mães, famílias agregadas, assim por diante. Desde cedo, surgem questões a respeito dos conceitos de bissexualidade, de transexualidade, de homossexualidade, de heterossexualidade. Dada a complexidade do tema, é necessário que a escola amplie seu olhar, investindo em estudos mais sistematizados com a equipe docente e modificando práticas que estão em descompasso com a realidade posta. Essa preocupação e necessidade de mudança de paradigma atingem as esferas públicas. O que foi pejorativamente chamado de “Kit Gay” é na verdade uma produção inserida no programa Brasil sem Homofobia - Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros) e Promoção da Cidadania Homossexual. No entanto, alas conservadoras no próprio

Congresso Nacional se fecham ao debate e o diálogo fica emperrado, cercado pelo ranço da ignorância, do preconceito e da discriminação. O mesmo acontece na comunidade escolar. O papel fundamental da escola cidadã é desnaturalizar e problematizar conceitos arraigados, trazendo à tona a reflexão sobre a temática que tem sido abordada de maneira cada vez mais direta, como em novelas, filmes e seriados. O investimento na formação de professores com a distri-

buição, proposta de estudo e utilização do caderno “Escola sem Homofobia”, para professores do Ensino Médio, é um exemplo do aprofundamento dessa preocupação ao trabalho pedagógico no Colégio Santa Maria. Adriana Pereira da Silva Baptista de Freitas, Maria Soledad Más Gandini e Roberta Edo, orientadoras do Ensino Médio Para saber mais: http://revistaescola.abril. com.br/pdf/kit-gay-escola-sem-homofobia-mec.pdf


na rede nº 71

O QUE NOS ESPERA EM

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odos os anos, a área de tecnologia é observada com certa ansiedade por novidades. Não é por menos, pois o mercado tecnológico oferece lançamentos em uma velocidade inimaginável há tempos. O NETi, Núcleo de Educação e Tecnologia da Informação, está sempre em busca de novas formas para aplicar a tecnologia de maneira significativa na aprendizagem. Pesquisamos, testamos, avaliamos e implantamos inovações. Mantemos em nossa consciência a necessidade de aprimorar o desenvolvimento de projetos bem sucedidos que já estavam em curso em anos anteriores. Nessa busca, focamos o uso de ferramentas que sejam coerentes com o planejamento pedagógico curricular, evitando implementar novidades por mero modismo e que não alcancem a profundidade necessária para um aprendizado eficaz. Trabalhos já consolidados, como a rede educacional Edmodo, o en-

2015

sino de programação, as atividades em Astronomia a partir do 2º ano e as campanhas sobre o uso responsável da Internet, precisam avançar e consolidar-se ainda mais, já que apresentam resultados favoráveis e relevantes na promoção do conhecimento e no desenvolvimento de competências. Bom, mas é claro que também teremos novidades durante o ano. Dentre os projetos novos, destaque para os que contemplarão o uso de computação física, conceito que permite interatividade em atividades que integram música, artes, movimento e tecnologia. Também em 2015, estamos avançando em propostas que englobam processos conhecidos atualmente como “gameficação”, uma associação da mecânica presente nos jogos eletrônicos a outros contextos de forma a aumentar o engajamento e a imersão dos alunos nos seus objetos de estudo. Estas e outras novidades serão abordadas na Semana Interna de Tecnologia. Muriel Alves, coordenador do NETi

Ilustração: 123rf.com

Caleidoscópio

EVENTO A IV Semana Interna de Tecnologia, de 4 a 8 de maio, vai oferecer oportunidades de formação, reflexão e vivência no que diz respeito ao uso das mais diversas tecnologias. Toda a comunidade do Santa participa: professores, alunos, funcionários e pais. A programação estará disponível no site do Colégio.

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raízes Caleidoscópio

nº 71

A avó, os netos e o professor Claudio no Tronco da Amizade

HERANÇA DE FAMÍLIA

Três gerações de uma família têm forte ligação com o Santa Maria

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xistem laços que duram a vida inteira. É o caso de Claudio Natacci de Souza, professor de Educação Física, com o Santa Maria. A história de cumplicidade começou quando ele era ainda uma criança e ingressou no Jardim. Foi uma decisão da mãe, Luiza Helena, matricular os dois filhos naquele belo e amplo colégio da Avenida Sargento Geraldo Santana. Enquanto eles estudavam, ela era voluntária no Centro Santa Marta. Como todos estavam muito satisfeitos, parecia que o enredo não teria fim, mas dificuldades financeiras obrigaram a família a transferir os alunos para outra instituição. “Me arrependi, mas não dava mais para pagar as mensalidades”, recorda Luiza He-

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lena. Claudio concluiu a 6ª série, atual 7º ano do Fundamental II, e deixou de frequentar o Santa Maria. Daquele tempo, ele guarda ótimas lembranças. “Tive a sorte de viver no Santa Maria minha infância, uma fase muito importante da vida, com muito desenvolvimento”, diz. A criança cresceu, tornou-se um jovem universitário. Depois de cursar um ano de Economia, decidiu migrar para Educação Física, profissão que


Acima, turma do professor Claudio no 4º ano: a então professora Tiyomi agora é sua orientadora. À direita, foto do aluno Claudio: “Tive a sorte de viver no Santa Maria minha infância, uma fase muito importante da vida”

professor com o Santa Maria conta ainda com outros personagens ilustres, já que os filhos estudam na escola. O caçula Hugo, de 9 anos, está no 4º ano do Fundamental I e gosta muito de tê-lo por perto. “Quando tive aula com meu pai estava no Infantil, mas me lembro como se fosse hoje. Me sentia importante. Gosto de encontrar com meu pai pela escola durante o horário escolar”, revela. Rebeca, a primogênita, de 15 anos, cursa a 1ª série do Ensino Médio e demonstra carinho pelo Colégio: “Gosto muito de estudar no Santa Maria. Estudo aqui desde o Infantil, e a escola faz parte da minha formação e da minha vida”. Mas o

Fotos: arquivo pessoal

abraçou desde o primeiro ano da faculdade ao lecionar na rede estadual de ensino. A experiência o levou para alguns colégios particulares. No Santa Maria, Claudio foi admitido em 2001, quando já estava formado. “O Colégio também mudou, cresceu muito, mas o vínculo afetivo sempre foi grande. A Tiyomi foi minha professora no 4º ano e hoje é minha orientadora, a sister Maria Regina foi a professora do Pré e tenho muito carinho pelas sisters Anne e Diane desde aquela época”, enumera. As áreas da escola remetem às recordações da mesma forma: “Quando estudava aqui, o ginásio era descoberto, tínhamos aula no bosque, onde está o Tronco da Amizade”, relembra. Hoje Claudio leciona para as turmas do Pré, 1º e 2º ano do Fundamental I, um trabalho que o enche de entusiasmo. “As crianças gostam muito das aulas de Educação Física, vão para lá como quem vai para o melhor lugar do mundo, prestam muita atenção e acabam gostando do professor”, diz, explicando que as aulas envolvem jogos, brincadeiras e músicas, como o alongamento cantado. Dessa forma, os alunos cumprem os exercícios necessários para a faixa etária de forma lúdica e descontraída. O capítulo mais recente da história do

ator mais longevo nessa história é a avó Luiza Helena, que está completando 39 anos de atuação no Centro Santa Marta, trabalho voluntário que manteve mesmo quando os filhos não puderam estudar no Colégio. “Deixei de trabalhar por um tempo quando minha terceira filha nasceu. Aqui você acha que ajuda, mas na verdade é você que está sendo ajudado”, declara. A neta Rebeca resume o que significa essa relação da família Natacci de Souza com o Santa Maria: “Ter o meu pai e minha avó no Santa torna a escola mais especial porque sinto como se fosse a extensão da minha casa e da minha família”.

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depois do santa Caleidoscópio

nº 71

Fotos: arquivo pessoal

ALEGRIA E DEDICAÇÃO

Ana Lúcia com a filha Sarah de um ano, que também deve estudar no Santa Maria

A

na Lúcia Misawa estudou no Santa Maria do Jardim até concluir o Ensino Médio, em 1997. Aluna aplicada, nunca abriu mão dos esportes e de participar das várias atividades que o Colégio oferecia, como os trabalhos voluntários e o Grêmio Estudantil. Essa ampla formação, a agora executiva de uma multinacional reconhece que favoreceu muito os rumos que tomou nas etapas seguintes de sua vida. Conheça um pouco de sua história: Quais são as principais recordações dos tempos de colégio? O Colégio sempre foi uma referência. Como minha mãe [Tiyomi Misawa, hoje orientadora do 2º ano do Fundamental I] trabalhava como professora, eu sempre estava lá. Nunca esquece-

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rei dos morros que eu rolei na infância, do tronco da amizade, da capela e das festas juninas. Minhas melhores amigas de hoje são amizades que eu construí durante os tempos de colégio. Gostava muito dos professores e das aulas, sempre sentava nas carteiras da frente. As aulas de que eu mais gostava eram de Artes e Educação Física, por serem diferentes da rotina de sala de aula. De todos os professores, a que mais marcou minha vida escolar foi a professora Regina, de Matemática, por me incentivar muito nos estudos e me ensinar a gostar dos números, grande influência na minha formação como aluna e hoje como profissional. Conseguia participar das várias atividades oferecidas? Sempre participei de todas as atividades do Colégio. As que eu mais gostava eram as rela-

cionados aos esportes, para tristeza da minha mãe, pois me rendiam muitas fraturas e machucados. Uma atividade que me marcou bastante foi a participação do Grêmio Estudantil. Com pequenas ações (que na época pareciam de grande dimensão), consegui exercer algumas habilidades políticas, lidar com frustrações, representar um grupo, coisas que me ajudaram muito, depois na época de faculdade e na minha carreira profissional. Participava dos trabalhos voluntários do Santa Maria? Se sim, o que a experiência acarretou em sua vida? Participei dos trabalhos voluntários desde o ginásio, no Centro Santa Marta, na comunidade São José, nas viagens para Telêmaco Borba. Esses trabalhos foram fundamentais para a minha formação de valores, que preservo até


e depois ser Auditora de duas empresas de grande porte fez com que eu acelerasse a minha carreira. Além das inúmeras viagens, a Auditoria faz com que você aprenda sobre diversos processos e ensina a trabalhar sobre pressão em ambiente hostil, já que o departamento de Auditoria nunca é bem visto pelos demais da empresa.

Educação Física era uma das aulas preferidas da ex-aluna (à esquerda)

hoje. Participar das atividades em comunidades carentes abre o horizonte de qualquer adolescente, faz perceber que o mundo não gira em torno de si mesmo, que a realidade da maior parte da população brasileira é diferente da nossa. Ajudar o próximo sem esperar nada em troca, não ter preconceito, respeitar o outro e tolerar as diferenças. Como foi a escolha da sua carreira? Desde a infância, eu gostava de mexer com o dinheiro, poupava a minha própria mesada para emprestar para os familiares cobrando juros. No Colégio, eu gostava de números, Matemática era uma matéria que eu tinha facilidade. Ao mesmo tempo, eu me identificava bastante nas discussões de História e Geografia. Quando eu me imaginava trabalhando, me via como um corretor na Bolsa de Valores de São Paulo, com aquele telefone pendurado e gritando se eu comprava ou vendia as ações. Então, eu não tive muita dúvida em prestar o vestibular para Economia. Ingressei logo que saí do Santa Maria, aos 17 anos, no curso de Ciências Econômicas da UNESP no interior de São Paulo. No início foi difícil me adaptar, pois sair da casa dos pais para morar com pessoas desconhecidas foi um grande desafio. Mas depois de três meses eu já estava adaptada e aprendendo a me virar sozinha. Foi a melhor experiência de vida que tive e que me fez amadurecer rapidamente para enfrentar todas as dificuldades da vida adulta. Aos poucos, fui conhecendo melhor o curso e a vontade de trabalhar no mercado financeiro foi diminuindo, uma vez que a UNESP está bem longe de formar seus alunos para esse fim.

Como foi o ingresso no mercado de trabalho? Quando me formei, em dezembro de 2001e retornei para São Paulo para buscar trabalho. Enviei inúmeros currículos, participei de muitas entrevistas e processos de recrutamento, quando finalmente consegui passar no processo de trainee de um grupo francês chamado Saint Gobain. Permaneci nesta empresa por três anos no departamento de Auditoria Interna, quando decidi me candidatar a outra vaga, na mesma área, na Nestlé, onde completo dez anos em 2015. Participar de um programa de trainee

Se pudesse voltar nos tempos de colégio, faria algo diferente? Estudaria menos e brincaria mais, porém com certeza os meus pais não permitiriam isso! Que conselhos daria aos estudantes do Santa Maria que querem trilhar carreira executiva em uma grande empresa? Eu diria para nunca deixarem de estudar e reciclar seus conhecimentos. Idiomas abrem muitas portas e hoje já não basta somente o Inglês. Experimentar todas as possibilidades de trabalho no início da carreira para descobrir o que gosta. Perseverança para conquistar os objetivos traçados e não desistir na primeira dificuldade encontrada. Ter autoconfiança para defender suas opiniões, mas também ser humilde para reconhecer um erro.

A turma de Ana Lúcia (1ª à esquerda, no chão) ao concluir o Ensino Médio

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túnel do tempo Caleidoscópio

nº 71

De: Elisabeta Cystynsko Para: Todos do Colégio Santa Maria Entrei na Escola em 1955 e cursei da 5ª à 8ª série. Cursei Científico em outra Escola e depois me formei em Medicina na especialidade de Pediatria. Sempre procurei me esforçar bastante, fazer um bom trabalho e em ser carinhosa e atenciosa. Isso sempre me deu uma alegria muito grande tanto para mim como para meus pacientes e amigos. Tenho dois filhos, a Valentine e o Ígor. A Valentine é analista de sistemas, moça bem esforçada e atenciosa. O Ígor gosta muito de pintar e de fazer caminhadas. É bem religioso. Agradeço. Agradeço muito pelas revistas Caleidoscópio que me tem mandado. Nos meus tempos, a Escola era pequena, mas as sisters, as professoras e colegas eram bem atenciosas e carinhosas. Vejo que a Escola evoluiu muito, é grande, de qualidade, com bom ensino e de bom ambiente. O que acho bom é que não só se esforça na qualidade do ensino, mas no aluno como um todo, dando-lhes uma boa base religiosa e o preparo para ser um adulto consciente, esforçado e atencioso. Acho bom que o estudo é amplo, bela jardinagem, respeito pela natureza, visitas a locais diversos e entrevistas com pessoas de vários ramos de trabalho. Bom caminho. Desejo a todos um ano de 2015 bom, carinhoso e de muito amor. Lembranças, Elisabeta

Ex-aluna Cris tina Almeida co governador Carvalho Pint m o o em 1966

ne Rylasky americana Catheri A voluntária leiga 1966 em to Pin lho or Carva com o governad

imeiras irmãs Chegada das pr 1947 , uz Cr a nt Sa da

s anos 1963

Aulas de ciência


eu que fiz

FRIDA KHALO APRENDENDO A REPRESENTAR O “ROSTO” COM O ARTISTA NORDESTINO RAFAEL ROCHA, OS ALUNOS DO PRÉ DESENHARAM UMA RELEITURA REINTERPRETANDO A OBRA “FRIDA, NUNCA KHALOU” (À ESQUERDA), QUE RETRATA A PINTURA MEXICANA FRIDA KHALO.

MINICISTERNA ALUNOS DO PRÉ CONSTRUÍRAM UMA MINICISTERNA COM GARRAFA PET E, OBSERVANDO A COLETA NOS MOMENTOS DE CHUVA NA CISTERNA PRODUZIDA PELO 8º ANO, PUDERAM NOTAR OS MECANISMOS DA “ENGENHOCA”. OS DESENHOS GRÁFICOS REVELAM SUAS OBSERVAÇÕES COM DETALHES DA CONSTRUÇÃO E OS MOVIMENTOS DA ÁGUA.


Novas instalações do Ensino Médio, aguardando a emissão do Habite-se

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Av. Sargento Geraldo Santana, 890/901 - Jardim Marajoara – São Paulo/SP Tel. (11) 2198-0600 - www.colsantamaria.com.br

Baixe um leitor de QRcode em seu celular e aproxime o telefone do código acima


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