Ano 12
número 41 Janeiro/Fevereiro/Março 2015
Cassio Dreyfuss, vice-presidente do Instituto Gartner, revela como as tecnologias digitais revolucionam a forma de fazer negócios_
Cultura_ Alô, Alô Terezinha: Conversamos com Pedro Bial, um dos criadores do musical que celebra a irreverência e a alegria do precursor da comunicação de massa no Brasil. Estratégia_ O dia a dia mais eficiente: a internet de todas as coisas transformará a forma de fazer negócios e levará a eficiência operacional a novos patamares.
sua EmprEsa é iguana ou Humana? A autora do livro O Efeito Iguana, Graziela di Giorgi, compara as principais características de empresas inovadoras.
EConomia Criativa_ Ideias que valem ouro: um mercado que movimenta bilhões.
A Datastorm é uma empresa de tecnologia especializada em soluções de Big Data Analytics. Através da aplicação prática de Data Science, combinamos habilidades em matemática, estatística, tecnologia e negócios, e oferecemos soluções que ajudem nossos clientes a obter valor de seus dados.
Conheça mais sobre as nossas ofertas e entenda como a Datastorm pode empoderar o seu negócio para atingir patamares inimagináveis!
www.datastorm.com.br
EDITORIAL
N
STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015
O CENÁRIO ECONÔMICO ATUAL, inovação é a palavra de
Um exemplo é a pesquisa feita pela diretora do Grupo
ordem. É urgente que as empresas se reinventem para ganhar
Consultores do Brasil, Graziela di Giorgi, publicada no livro O
mercado. As grandes corporações lançam mão das tecnolo-
Efeito Iguana. Ao pesquisar 75 grandes marcas, ela desco-
gias mais avançadas para ampliar seu market share, conquis-
briu que empresas inovadoras são as abertas à criatividade,
tar o consumidor e agregar valor aos produtos e serviços.
que desafiam o status quo, ajustam suas falhas e reciclam
A grande revolução vem com os chamados negócios
suas ideias; já as empresas iguanas são avessas às dife-
digitais, em que, com a chegada da Internet das Coisas, ga-
renças, possuem um medo grande de errar e, por isso, não
nham novos desenhos de produtos, processos e serviços.
se arriscam (ver Empresas visionárias não sofrem do
Tecnologias que o Instituto Gartner chama “O Nexo das For-
“efeito iguana”, página 32).
ças”, que estão provocando mudanças profundas no merca-
Outro conceito que vem ganhando evidência é o da Eco-
do e na tecnologia em que se baseiam as atividades econô-
nomia Criativa, que se tornou uma poderosa força de trans-
micas e transformando os processos das indústrias.
formação do mundo. De acordo com especialistas da área,
Mas a inovação não está presente apenas na tecnologia.
indústrias criativas são aquelas que utilizam o talento individu-
Entre as várias formas de buscar inovação está, por exemplo,
al e a criatividade como insumo para as suas produções (ver
adequar-se a novos mercados, construir novos modelos de
Quando as ideias valem ouro, página 12).
negócios, novos processos e métodos organizacionais e até
Nesta busca pela inovação, a revista Trends também
buscar novas fontes de suprimento. A inovação está na cabe-
entrou no ciclo e apresenta não somente layout mais leve e
ça das pessoas, em forma de ideias. De que adianta investir
moderno, com mais páginas e fotos, como busca trazer os
somente em tecnologia se a empresa não abre espaço para
temas mais atualizados do setor, com opiniões dos mais des-
novas ideias. A edição da revista Trends, deste início de ano,
tacados especialistas.
traz uma série de reflexões sobre o tema.
Boa leitura, Marco Stefanini CEO Global
3
SUMÁRIO 12
24
18
08
07 INSIGHTS
18 VAREJO
08 INSIDE
22 INOVAÇÃO
O futuro é brilhante
O dia a dia da Stefanini
12 ESPECIAL
Capital intelectual é a mola propulsora da economia criativa
Estratégia de Analytics é a discussão do momento
Terceirização de infraestrutura estimula competitividade
24 BATE-PAPO
Tecnologias digitais estão revolucionando a maneira de fazer negócios
JAN | FEV | MAR 2014
STEFANINITRENDS#41
40
36
22
50
44
32
32 ENTREVISTA
44 CULTURA
36 FUSÃO
50 PEOPLE
40 ESTRATÉGIA
54 ARTGRAM
Efeito Iguana, de Graziela Di Giorgi, mostra que atitudes inovadoras ajudam as empresas a alcançar o sucesso
Stefanini aposta na automação comercial com sua mais nova coligada, IHM Engenharia
Internet das Coisas aumenta eficiência operacional e melhora produtividade
Chacrinha, o musical, homenageia o precursor da comunicação de massa no Brasil
Liderança feminina tem contribuído para o empreendedorismo brasileiro
Ricardo Vivona
Capa: Diego Santos
5
EXPEDIENTE
Escritórios e Empresas do Grupo Stefanini AMÉRICA
A Stefanini TRENDS é uma publicação da Stefanini (www.stefanini.com). Todos os direitos reservados. Entre em contato conosco em trends@stefanini.com
COORDENAÇÃO GERAL:
Eliezer Silveira COORDENAÇÃO EDITORIAL:
Rodrigo Sampaio PROJETO EDITORIAL:
DFREIRE Comunicação e Negócios (11) 5505-8922 www.dfreire.com.br EDIÇÃO E REVISÃO:
Marisa Mazza MTB 12.527 REDAÇÃO:
Aline Vieira, Diana Carvalho, Luciana Abritta e Marisa Mazza Colaboraram nesta edição a jornalista Kátia Simões e o ilustrador Ricardo Vivona PROJETO GRÁFICO, ARTE E DIAGRAMAÇÃO:
M Paton Viola Comunicação TIRAGEM:
25 mil exemplares
BRASIL STEFANINI CONSULTORIA E ASSESSORIA EM INFORMÁTICA S/A. Jaguariúna - SP (matriz) Avenida Marginal, 156 - Centro CEP 13820-000 Tel (19) 3867-8800 Fax (19) 3867-8810 Alphaville/Barueri - SP Avenida Copacabana, 238 – Conj. 2002 B CEP 06472-001 Aracaju - SE Avenida Deputado Silvio Teixeira, 1300 – Sala 116 - Centro Empresarial Carlos Cunha - Bairro Jardins CEP 49025-100 Tel (79) 3217- 6517 Belém - PA Travessa Dom Romualdo de Seixas, 1560, sala 902, 903, Bairro de Umarizal CEP 66.055-200 Brasília - DF ST SCS Quadra 06, nº 113 - Bloco A - 2º Andar - Salas 201 a 209 e 3º Andar - Salas 301 a 309 - Ed. Sofia CEP 70306-902 Tel (61) 3704-8400 Hortolândia - SP Rua Therezinha Navarro da Silva, 620 - Sala 23 - Jardim do Bosque CEP 13186-241 Juiz de Fora - MG Rua Carlos Chagas, 33, Bairro São Mateus, Juiz de Fora -MG CEP 36025-010 Porto Alegre - RS Avenida Ipiranga, 6681 - Sala 210 - Prédio nº 96 D - PUCRS - Centro CEP 90610-001 Tel (51) 3016-5900 Recife - PE Rua do Apolo n° 81, Bairro de Recife Antigo, CEP 50030-220 Tel (81)3224 7576 Rio de Janeiro - RJ Av. Rio Branco,103 – 4º, 14º,15º,16º Andar – Centro CEP 20241-150 Tel (21)3539-8299 Vitória - ES Rua Comissário Octávio Queiroz, 44 - Jardim da Penha CEP 29060-270 Tel (55) 27 3022-0116 Salvador - BA Rua Coronel Almerindo Rehem, 126, Edifício Costa Andrade sala 1105 a 1112 CEP 41820-768 São Leopoldo - RS Avenida Unisinos, 950- Prédio Administrativo - Sala 8215 - 3º Andar - Bairro Cristo Rei Rio Grande do Sul, CEP 93022-000 Tel (51) 3539-6400 STEFANINI NETWORKING CONSULTORIA DE INFORMÁTICA LTDA. Belo Horizonte - MG [matriz] Av. Bernardo Monteiro 971- 5 andar – Santa Efigênia CEP: 30150-281 Tel (31)3546-8601 [filial] Rua Paraíba, 330, 19º andar - CEP 30130-917 São Paulo - SP Rua Eugênio de Medeiros, 242 3º, 4º e 5° Andar - Pinheiros CEP
05425-000. Tel (11) 3094-6000
Chico Oficina principal 801 Tel 571-7454777
Avenida Guido Caloi, 1000 - Bloco 3 3º Andar - Cond. Panamérica Park - SP CEP 05802-140 Tel (11)5852- 2900
Medellin Cra. 52 No. 14-30 Centro Empresarial Olaya Herrera II local 260 Tel: 0340642556
Curitiba - PR Rua Pasteur,463 cjto 1003, Ed. Jatobá, Batel, Curitiba, Paraná CEP 80250-080 Tel (41)3017- 3800 Fortaleza -CE Avenida Santos Dumont, 2122 7º andar - Sala 702 - Aldeota CEP: 60150-161 Tel (85) 3244-6711 São José do Rio Preto - SP Rua General Glicério, 4354 – Sala 2 Redentora - CEP 15.015-400 WOOPI Socoraba - SP (matriz) Rua Campinas, 77 – Jardim Leocadia CEP 18085-400 Tel (15) 3388-6395 SUNRISING São Paulo - SP (matriz) Rua Luigi Galvani, 146, Conj. 21 - 2° Andar – Cidade Monções CEP 04575-020 Tel (11) 5505-1870 ORBITALL São Caetano do Sul - SP (matriz) Rua Manoel Coelho, 600 1º piso - Centro CEP 09510-111 Tel (11) 4223-2701 São Paulo - SP Rua Alfredo Pujol, 506 – Santana CEP 02017-001 Tel (11) 2281-4332 Campina Grande - PB (matriz Orbitall Atendimento) Rua Elpidio de Almeida, 111 Catole CEP 58410-215 VANGUARD Recife - PE (matriz) Rua do Apolo, 181, Térreo – Recife Antigo CEP 50.030-170 DOCUMENT SOLUTIONS Olinda - PE (matriz) Avenida Governador Carlos de Lima Cavalcanti, 3.995 - Sala 27 - Bairro Casa Caiada CEP 53.040-000 Tel: (81) 3224.7421
Sede Barranquilla Callle 76 No. 54-11 Oficina 413 Wold Trade Center Tel: 3450326
Córdoba Itazaingo, 606 planta baja B - 5000. Tel: (54) 351 570-9999 Fax: (54) 351 570-9999 CHILE
FRANÇA 3, Rue Du Colonel Moll 75017 Paris, France POLÔNIA
ESTADOS UNIDOS
Ul. Krasinskiego 17/2 31-111 Krakow, Poland
27335 West 11 Mile Road Southfeld, MI 48033, U.S. Tel: 800-522-4451 Tel: 248-357-2866 Fax: 248-357-2570
Ul. Batorego 28-32, Suite 502 81-366 Gdynia, Poland Tel: +32 2 620 20 20 Fax: +32 2 726 05 45
1010 East Kimberly Road Davenport, IA 52807, U.S. Tel: 888-688-2275 Tel: 563-445-7200 Fax: 563-386-9166
PORTUGAL
MÉXICO
REINO UNIDO
Cidade do México Av. Ejercito Nacional, 539 - piso 4 Colonia Granada - C.P. 11520 - D.F. Tel: (52)55 5254-0292
Lakeside House 1 Furzground Way Stockley Park Uxbridge, Middlesex UB11 1BD, U.K. Tel: +44 208 622 3490 Fax: +44 208 622 3200
Monterrey Av. Batallón de San Patricio 109 Sur, Ed. CNCI, piso 6 Col Valle Oriente, San Pedro Garza García Nuevo León - CP 66260 Tel: (52) 81 8133-2726 Fax: (52) 81 8133-2707
ROMÊNIA
Querétaro Av. Peñuelas 5 - int 35 Zona Industrial San Pedrito - QRO. CP 76140 Tel: (52 442) 220-6662 Toluca Av. Benedito Juarez, 1001 - 4º piso Col. San Francisco Coaxusco Metepec Estado de México Tel: (722) 2329458 (722) 2329459 Guadalajara Av. Moctezuma 3515, local 1B, Colonia Ciudad del Sol - CP 45050 PERU Lima República de Panamá 3030 Piso 11 - San Isidro Tel: (51 1) 221 4600 / 421 8100 Fax: (51 1) 221 5070 VENEZUELA
Rua Castilho, 1651070-050 Lisboa – Portugal
IRIDE Industrial Park 9-9A Dimitrie Pompei Blvd. Cladirea 2A2, Sector 2 020335 Bucharest, Romania Tel: +40 21 305 1400 Fax: +40 21 305 14 24 URL: www. akelasoftware.com Email: akela@ techteam.com 24, Calea Dumbravii Royal Business Center, 4th Floor 550324, Sibiu Sibiu, Romania Tel: +40 21 301 23 56 Fax: +40 21 242 34 54 3 George Constantinescu Street Building A, Entrance B, 1st Floor 020339, 2nd District Bucharest, Romania Tel: +40 21 301 23 01 Fax: +40 21 242 34 54 SUÉCIA Sundbybergsvägen 9 Box 1152, 171 23 Solna, Sweden Tel: +32 2 620 20 20 Fax: +32 2 726 05 45 SUÍÇA Case postale 476 Avenue de Gratta-Paille 1-2 1000 Lausanne 30 Grey Switzerland
Caracas Ed. La Union - Piso 6 - Ofcina 6B Av. Tamanaco - El Rosal Tel: 58 (212) 953-4781 Fax: 58 (212) 951-7954
__________________________
__________________________
Shanghai Bo Xia Road 50 Tel: 86-21-5027-5198
ARGENTINA Buenos Aires Calle San Martin, 323 – Piso 13 – Buenos Aires – Capital Federal, CP 1425. Tel: (5411) 4325-1250
Madrid, Spain Tel: +34 91 355 97 95 Fax: +34 91 725 48 91
EUROPA ALEMANHA
ASIA CHINA
FILIPINAS
Im Zollhafen 24 DE-50678 Koeln, Germany Tel: +49 221 650 78 466
30th Floor GT Tower International Ayala Avenue, cor. H.V. Dela Costa Street Makati City 1200 Philippines Tel: +1-632-310-5859
BÉLGICA
INDIA
Zweefvliegtuigstraat 10 - Rue du Planeur 1130 Brussels, Belgium Tel: +32 2 620 20 20 Fax: +32 2 726 05 45
Noida C-25 Stellar IT Park Tel: +91 120-4695750-770
Santiago Av. Nueva de Lyon, 096 ofcina 702 piso 7 - Providencia Tel: (56 2) 598 8800
DINAMARCA
COLÔMBIA
ESPANHA
Bogotá Calle 100 No. 19 a- 50 Barrio
C/Padre Jesús Ordoñez nº18, 2ºIzquierda, código postal 28002
Toldbodgade 18 5 1253 Kobenhavn, Denmark
INSIGHTS
STEFANINITRENDS#41
7
JAN | FEV | MAR 2015
Soluções digitais de
“Em 2020, teremos mais de 50 bilhões de coisas conectadas e mais de 200 bilhões penduradas intermitentemente”
Big Data e Analytics movimentarão
US$ 788
mi
no mercado local em 2015, grande parte da demanda vai surgir das áreas de negócios
Previsão do Gartner para a Internet de Todas as Coisas
(IDC Brasil, Janeiro de 2015)
O FUTURO DIGITAL É BRILHANTE... É PARA LÁ QUE EU VOU Cássio Dreyfuss
Vice-presidente do Gartner
Foco : você não tem que ter vontade de vencer, mas vontade de treinar duro para vencer
Ricardo Rittes, IT & Shared Services Officer, AmBev
“A inovação é o que distingue um líder de um seguidor” Steve Jobs
8
INSIDE
SERVIÇOS E SOLUÇÕES PARA
PRÉ-PAGOS
G
RAÇAS ÀS INÚMERAS UTILIDADES DOS CARTÕES PRÉ-PAGOS, como fazer compras físicas, pela internet, efetuar pagamento de despesas, recarregar e até transferir dinheiro para outras pessoas, o setor vem se consolidando cada vez mais no Brasil. Reforçando sua atuação no atendimento às demandas do mercado, a Orbitall está renovando a plataforma Vision Plus Flex para processamento de cartões. Com a plataforma mais atualizada do mercado brasileiro, a VisionPLUS Flex, e disponibilidade de 99,98%, a empresa oferece serviços no formato “full service” ou soluções modulares para mercados do setor. “Empresas do setor utilizam as ferramentas pré-pagas como instrumento de tecnologia para diminuir a circulação de moeda, substituindo o dinheiro físico pelo virtual nos atos de pagamento e recebimento para todas as classes sociais”, afirma Marcos Monteiro, diretor geral da Orbitall. Ele destaca também os cartões pré-pagos como forma de mitigar fraudes, controlar as despesas e reduzir os custos, agilizando o pagamento dos serviços, combustível, alimentação, oficinas ou demais despesas. Quase 40% da população brasileira ainda não têm conta em banco. Assim, o cartão pré-pago é uma ferramenta com a qual a população não-bancarizada se conecta ao banco.
STEFANINITRENDS#41
JAN | FEV | MAR 2015
TREINAMENTO ON-LINE A Samba Tech, parceira estratégica da Stefanini, está auxiliando a multinacional brasileira a fazer a transmissão e gestão de vídeos e treinamento on-line, para proporcionar conhecimento e engajamento a seus funcionários em todo o mundo. A empresa mineira foi escolhida para implementar a solução de treinamentos on-line e distribuição de vídeos na Stefanini por apresentar uma plataforma simples, completa e flexível. As plataformas disponibilizadas são: LMS Edools para e-Learning e Samba Vídeos para distribuição de vídeos. A princípio o projeto será aplicado aos líderes de cada área da Stefanini, contemplando 900 profissionais em todo o mundo, com a transmissão de conteúdos exclusivos para liderança e planos estratégicos da empresa. Após a aplicação da solução-piloto, o projeto será aberto para todos os outros funcionários, com conteúdos personalizados e desenvolvidos pela Stefanini. “O mercado de treinamentos on-line cresce muito no Brasil. Grandes players nos procuram por oferecermos uma solução completa, que permite transmissão de conteúdo com qualidade e proporciona redução de custos com deslocamento de pessoal, otimizando processos internos de nossos clientes”, conclui Gustavo Caetano, CEO da Samba Tech.
NEGÓCIOS EM NUVEM O mercado de soluções em nuvem cres-
modelo. “Com a diversidade de solu-
ce a uma taxa de 40% ao ano e deve
ções em nuvem, altamente especializa-
chegar a US$ 1,11 bilhão em 2017, se-
das e prontas para uso imediato, estas
gundo a consultoria Frost&Sullivan. De
áreas vêm cada vez mais adotando es-
olho neste mercado, a Stefanini está in-
sas soluções, sem mais depender da TI
vestindo na oferta de soluções na nuvem
interna. Esse tipo de comportamento é
para melhorar CRM, força de vendas,
muito importante para as empresas
campanhas de marketing, além de aná-
diminuírem o risco de experimentação
lise de tendências e comportamento de
de novas estratégias de negócios com
consumidores, além de ERPs mais leves,
um ótimo custo-benefício e redução de
comum algumas empresas sofrerem
no modelo SaaS (Software as a Service).
time-to-market”, explica.
com altos custos de infraestrutura,
Segundo Breno Barros, Head of
Entre os principais motivos para
além de riscos que trazem grandes
Global Solutions Center da Stefanini, as
aderir à nuvem, destaca Barros, estão
impactos financeiros. Para atender es-
áreas que não estão ligadas diretamen-
o menor custo de suporte e operação,
sas necessidades, oferecemos solu-
te ao setor de TI como, por exemplo,
modalidade de pagamento por uso
ções em cloud que ajudam a diminuir
marketing, P&D e vendas são as que
dos sistemas e menos preocupação
os riscos e contribuem para a segu-
mais buscam e se beneficiam deste
com atualizações tecnológicas. “É
rança das empresas.”
9
10
INSIDE
PARCERIAS ESTRATÉGICAS
R
ecentemente, a Stefanini fechou duas parcerias estraté-
Juntas, as empresas alcançarão um aumento no volume
gicas. A primeira com a McAfee, para oferecer serviços
de vendas de soluções de segurança”, afirma Marcos Ta-
voltados à segurança, e outra com a Ação Informática, pio-
bajara, diretor de canais da McAfee do Brasil. A princípio,
neira no modelo de negócios de distribuição de soluções
as atividades estão direcionadas para empresas localiza-
de valor agregado (S-VAD) no Brasil e América Latina.
das nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Ge-
Segundo Antonio Bruno, diretor-executivo da Stefanini,
rais e Distrito Federal.
a parceria com a McAfee agrega valor aos negócios de
Já com a Ação, a Stefanini fortalece sua atuação nas
ambas as empresas, além de oferecer soluções inovado-
tecnologias IBM, Oracle, HP e VMWare. “Buscamos par-
ras e diferenciadas para os diferentes setores. “Estamos
ceiros que possam transformar nossas tecnologias em so-
investindo em parcerias para reforçar o portfólio de solu-
luções eficientes para os clientes finais. Acreditamos que a
ções de software e hardware”, conta o executivo.
Stefanini tenha todos os atributos necessários para isto”,
Para a McAfee, o acordo é uma oportunidade de ala-
diz Enio Issa, presidente da Ação Informática.
vancar mais produtividade na prestação de serviços de TI
Para Bruno, a parceria reforça o posicionamento da
com soluções alinhadas às expectativas de negócios da
Stefanini, ampliando o portfólio e a cobertura geográfica.
companhia. “A Stefanini é uma grande integradora de sis-
Além disso, a aliança fortalece a empresa frente aos desa-
temas com atuação em todo o Brasil e em outros países.
fios do mercado em 2015.
STEFANINITRENDS#41
JAN | FEV | MAR 2015
CARNAVAL NO RECIFE A filial de Recife comemorou o carnaval deste ano em grande estilo. Segundo o CEO da Stefanini Document Solutions, Paulo Tadeu, é uma tradição das empresas do polo digital em Pernambuco terem um bloco próprio. “Tinha a ideia de utilizar eventos típicos da cultura de Pernambuco para trazer clientes para participar”, conta. A isso, somou-se o fato de a filial estar dentro do quartel-general do carnaval tradicional do Recife. “Montamos o projeto, apresentamos ao Marketing da empresa, que aderiu de imediato à iniciativa. Os vários setores do escritório passaram a trabalhar na organização e, hoje, temos o bloco ‘Quanto mais byte, mais gosto’, o primeiro a ter um boneco gigante representando o CEO Global da empresa, Marco Stefanini”, explica Tadeu. O boneco, representando seu patrono Marco Stefanini, mede entre 2,5 m e 3 m e desfilou de terno. “Contratamos um dos bonequeiros mais tradicionais dos blocos de Olinda. Além disso, convidamos amigos, familiares, clientes e colegas de outras empresas”, conta o executivo. O bloco saiu da sede da empresa, no Recife antigo, na sexta-feira pré-carnavalesca, desfilando pelas ruas de mais de 500 anos, consideradas a principal “passarela” do carnaval de rua do Recife, e por onde também passam os blocos tradicionais, os maracatus e os caboclinhos. O desfile encerrou-se no famoso Marco Zero, principal ponto de encontro de todas as manifestações culturais e políticas da cidade. “Nosso patrono reagiu à ideia com bom humor! Esse ano, ficou muito em cima da hora para ele e a família virem, mas já temos a promessa de estarem aqui no ano que vem. Afinal, ele tem de batizar o seu clone gigante!”, brinca Tadeu.
PREVENÇÃO À FRAUDE A Orbitall está apostando na oferta de serviços via SMS para gerar eficiência operacional e praticidade aos clientes. Essa oferta é destinada a diversos segmentos, como produtos, serviços e meios de pagamento. “No caso específico de cartão de crédito, identificamos alguns pontos fortes, tais como comunicação mais eficaz com o associado, facilidade ao acesso da informação, agilidade no envio de informações e fácil localização do cliente”, afirma Marcos Monteiro, CEO da Orbitall. O diferencial da ferramenta, ainda de acordo com o executivo, é a conveniência e facilidade de acesso à informação, além de ter um papel diferenciado no processo de Prevenção à Fraude e Redução de Ligações no Atendimento Assistido. O desenvolvimento desta funcionalidade foi feito internamente, garantindo uma ferramenta moderna e competitiva. Entre as principais funcionalidades, destacam-se as mensagens de limite disponível, alteração de endereço, aumento de limite, emissão de 2ª via de cartão, bloqueio e desbloqueio do cartão, cartão adicional, corte da fatura, alteração do vencimento, pagamento da fatura, compra negada, compra com limite disponível e envio da senha.
11
12
Especial >>>
QUANDO AS IDEI Por Katia Simões
GANHAR DINHEIRO É UMA ARTE, TRABALHAR É UMA ARTE E FAZER BONS NEGÓCIOS É A MAIOR DE TODAS AS ARTES.” É ASSIM QUE O AMERICANO ANDY WARHOL, PAI DA POP ART, COSTUMAVA DEFINIR O DESAFIO DE SER UM ‘BUSINESS ARTIST’ EM UM TEMPO EM QUE ARTE ERA ALGO RESTRITO A UM PÚBLICO SELETO (E ENDINHEIRADO). COM SEUS PENSAMENTOS E PRODUÇÕES, WARHOL FOI PIONEIRO EM MUITAS FRENTES, ENTRE ELAS, NA LUTA PELA VALORIZAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL, A MOLA PROPULSORA DA ECONOMIA CRIATIVA, TÃO EM ALTA NESTA SEGUNDA DÉCADA DOS ANOS 2000
STEFANINITRENDS#41
JAN | FEV | MAR 2015
AS VALEM OURO
Embora a expressão Economia Criativa
uma abordagem total e multidisciplinar,
mico. Grande parte dessas atividades
tenha sido veiculada pela primeira vez
que lida com a interface entre econo-
está diretamente ligada às áreas de
pelo jornalista inglês John Howkins, es-
mia, cultura e tecnologia. Tomando por
cultura, moda, design, música e arte-
pecialista em negócios e autor do livro
base esse conceito, indústrias criativas
sanato. Outra parte tem origem no se-
Economia Criativa, uma das definições
são aquelas que utilizam o talento in-
tor de tecnologia, e um terceiro grupo
mais aceitas hoje em dia é a da brasi-
dividual e a criatividade como insumo
é gerado pelos ambientes da televisão,
leira Edna dos Santos Duisenberg, que
para as suas produções.
rádio, cinema e fotografia, além da ex-
foi chefe do Programa de Economia
De acordo com a ONU, as ativida-
pansão dos diferentes usos da internet.
e Indústrias Criativas da Conferência
des do setor estão baseadas no co-
Em todas as frentes, o crescimen-
das Nações Unidas para Comércio e
nhecimento e produzem bens tangíveis
to surpreende, seja na geração de em-
Desenvolvimento (UNCTAD) até 2012.
e intangíveis, intelectuais e artísticos,
pregos, seja na construção de novos
Segundo ela, a Economia Criativa é
com conteúdo criativo e valor econô-
processos e produtos. A edição espe-
13
14
Especial >>>
O MERCADO DE TRABALHO DA INDÚSTRIA CRIATIVA CRESCEU 90% ENTRE 2004 E 2013 E, HOJE, SOMA MAIS DE 892,5 MIL PROFISSIONAIS FORMAIS.
cial do Relatório de Economia Criativa
recursos que podem ser encontrados
da indústria criativa cresceu 69,8% em
2013, da Organização das Nações
em qualquer lugar do planeta, em qual-
termos reais, enquanto o PIB brasileiro
Unidas para a Educação, a Ciência e
quer porte e perfil de empresa. Os nú-
avançou apenas 36,4%.
a Cultura (Unesco) e do Programa das
meros confirmam.
MÃO DE OBRA CRIATIVA
Nações Unidas para o Desenvolvimen-
O comércio mundial de bens e
to (PNUD), destaca que a economia
serviços criativos totalizou US$ 624
Ainda de acordo com o Mapea-
criativa tornou-se uma poderosa força
bilhões em 2011, segundo dados do
mento da Firjan, o mercado de traba-
de transformação do mundo. Criativi-
Relatório de Economia Criativa 2013,
lho da indústria criativa cresceu 90%
dade e inovação, tanto individual quan-
e mais do que duplicou entre 2002 e
entre 2004 e 2013 e, hoje, soma mais
to coletiva, são a riqueza das nações
2011. Nesse mesmo período, as ex-
de 892,5 mil profissionais formais. Um
no século XXI, escrevem os estudiosos
portações de produtos do segmento
exército de boas ideias distribuído em
do assunto.
registraram aumento médio anual de
quatro grandes áreas: Consumo (Ar-
“Denomina-se a nova fonte de ri-
12,1% nos países em desenvolvimen-
quitetura, Publicidade, Design e Moda);
queza, porque a economia criativa traz
to. O Brasil não ficou de fora. De acordo
Cultura (Patrimônio e Artes, Artes Cêni-
uma nova proposta para o valor dos
com a quarta edição do Mapeamento
cas, Música, Expressões Culturais), Mí-
produtos e serviços”, afirma Adolfo
da Indústria Criativa no Brasil, realizado
dias (Editorial, Audiovisual) e Tecnologia
Melito, presidente do Instituto de Eco-
pela Federação das Indústrias do Esta-
(Biotecnologia, Pesquisa e Desenvolvi-
nomia Criativa. “O preço não é mais
do do Rio de Janeiro (Firjan), a indústria
mento, Tecnologia da Informação e
determinado por ativos físicos e, sim,
criativa nacional gera um Produto In-
Comunicação-TIC).
pelas ideias.” Os combustíveis da eco-
terno Bruto (PIB) de R$ 126 bilhões, o
Embora, entre as áreas, Consu-
nomia criativa, avisa o especialista, são
equivalente a 2,6% do total produzido
mo tenha recebido grande destaque
as boas ideias, o talento, a inovação,
no País em 2013. Neste período, o PIB
por dobrar o número de trabalhadores
STEFANINITRENDS#41
JAN | FEV | MAR 2015
US$
624 bilhões
é quanto movimenta o comércio mundial de bens e serviços criativos
R$
126 bilhões
é o valor do PIB da Economia Criativa no Brasil
69,8% foi quanto cresceu o PIB da Economia Criativa no País na última década
formais entre 2004 e 2013, também
Para ele, a criatividade é algo pessoal
participação de todos na busca de no-
ganharam visibilidade no período os
que vem de dentro da pessoa. Porém,
vas ideias para produtos e processos.
segmentos de Biotecnologia, Pesquisa
ninguém pode fazer tudo sozinho. O
A primeira iniciativa concretizada
e Desenvolvimento e TIC. Os três du-
ser humano precisa de outras pesso-
foi a Hackathon, uma maratona saudá-
plicaram suas forças de trabalho neste
as para desencadear ideias e o ajudar.
vel, com a proposta de receber ideias
período e contam hoje com nada me-
“A criatividade vem da interação entre
e trabalhá-las para que se materializem
nos do que 306 mil profissionais.
a nossa própria imaginação e aquilo
em projetos inovadores dentro da em-
O estudo destaca, ainda, que do
que vivenciamos no mundo”, escre-
presa. O encontro, que já aconteceu
total de profissionais criativos mape-
veu Howkins. “A inspiração pode vir de
em São Paulo e Belo Horizonte e de-
ados no Brasil, 19,4% atuam em em-
qualquer lugar, a qualquer momento,
verá correr o Brasil este ano, já gerou
presas consideradas criativas, como
durante o dia, à noite, quando estamos
resultados, segundo Vinícius Fontes,
agências de publicidade e escritórios
a sós ou com os amigos.”
Head of Innovation da Stefanini.
de design, e 80% em outros setores
Segundo o especialista, as pesso-
Entre as sugestões mais expres-
econômicos. A indústria de transfor-
as criativas estão sempre aprendendo
sivas e que já estão sendo levadas
mação, por exemplo, emprega 24,7%
como melhorar e fazer o seu trabalho
adiante está a conexão de grupos de
destes profissionais, ou seja, 221 mil.
de forma melhor. Ciente de que esta é
estudo com foco em idiomas, conec-
uma receita com todas as chances de
tando interessados em aprender e ha-
LIÇÃO POSTA EM PRÁTICA
gerar bons frutos, seja na integração
bilitados a ensinar, com custos muito
Em seu livro, John Howkins obser-
da equipe, seja na geração de novos
baixos. A mais nova ideia vencedora
va que os valores da economia criativa
produtos e processos, a Stefanini deu
da maratona, no final de janeiro, foi a
são baseados na diversidade, liberda-
início a uma série de encontros e ativi-
criação de um aplicativo para disse-
de, ambição, tolerância e curiosidade.
dades, com o objetivo de incentivar a
minar a cultura da Stefanini, pautada
15
16
Especial >>>
OS VALORES DA ECONOMIA CRIATIVA SÃO BASEADOS NA DIVERSIDADE, LIBERDADE, AMBIÇÃO, TOLERÂNCIA E CURIOSIDADE.
251
892,5
empresas brasileiras adotam algum conceito de Economia Criativa
é o número de empregos formais gerados pela Economia Criativa no País
mil
mil
em sete atitudes que devem virar re-
sozinho, fechado no seu mundo”,
Ainda dentro da cultura empre-
ferência. “Por meio do aplicativo, po-
afirma o executivo. “Temos enfatiza-
endedora aliada à economia criativa,
deremos disponibilizar rapidamente o
do muito o tema ‘Por uma Stefanini
a Stefanini criou o Open Startups,
recebimento de um prêmio por algum
melhor’ em nossos encontros, a fim
programa de relacionamento com
membro da equipe ou uma referência
de transformar o que não estava sa-
startups dispostas a trazer novos
recebida do mercado em relação ao
tisfatório em algo atraente.” Na visão
produtos e processos para dentro
nosso trabalho”, exemplifica Fontes.
de Fontes, as empresas de tecnologia
de uma das áreas da organização.
Outra iniciativa nascida do exercício
apresentam o ambiente ideal para o
“No total, 50 empresas nascentes se
criativo do grupo foi a criação da pla-
crescimento da economia criativa e,
aproximaram do grupo, 20 delas com
taforma Webinar, evento pela internet,
se insistirem em não aplicá-la, terão
produtos já prontos passaram para
mais descontraído e aberto ao público
grandes problemas. Segundo ele, tra-
uma segunda fase e, agora, 16 en-
externo.
ta-se de uma questão de sobrevivên-
contram-se no processo final de se-
Fontes salienta que as empresas
cia. “Organizações que não trabalham
leção”, revela o executivo. “Em breve,
demandam cada vez mais do pensa-
com a massa crítica principal, que são
apresentaremos as vencedoras ao
mento e da criatividade das pessoas.
as pessoas, perdem oportunidades e
mercado como parceiras para gerar
“Ninguém consegue mais trabalhar
talentos”, afirma.
novos negócios com a Stefanini.”
a r a p a i g o l o n c e T
seus
s o T e j pro
s i a i r T s u ind
A partir de agora, os clientes da Stefanini e da IHM Engenharia passam a ter uma solução com um único fornecedor, podendo contar com a consistência que a IHM possui no setor industrial somado à expertise em TI e presença global da Stefanini.
JuntaS, StEfanInI E IHM EngEnHarIa, vão aJudar o SEu nEgócIo a proSpErar E SEguIr conStruIndo uMa SólIda traJEtórIa dE SucESSo.
CIvIl + MeCânICo + eléTrICo + ProCeSSo + GerenCIAMenTo +AuToMAção + oTIMIzAção + MÊS + TI
www.ihm.com.br
18
Varejo >>>
STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015
A
LOJA QUE
MEDE INTEGRAÇÃO ENTRE O ON-LINE E O OFF-LINE TRAZ STORE ANALYTICS PARA O CENTRO DAS DISCUSSÕES ESTRATÉGICAS DO VAREJO
TUDO
UANDO STEPHEN SADOVE, O CHAIRMAN DA NATIONAL RETAIL FEDERATION (NRF), FEZ SEU DISCURSO ABRINDO A 104ª EDIÇÃO DO BIG SHOW, O MAIOR EVENTO DO VAREJO MUNDIAL, EM JANEIRO EM NOVA YORK, DEIXOU UMA MENSAGEM PODEROSA: AS HABILIDADES NECESSÁRIAS PARA O SUCESSO NO VAREJO DO FUTURO SERÃO MUITO DIFERENTES DAS HABILIDADES EXIGIDAS ATÉ HOJE. FOI A SENHA PARA QUE AS MAIS DE 30 MIL PESSOAS PRESENTES AO EVENTO TOMASSEM CONTATO COM UMA VERDADEIRA REVOLUÇÃO QUE ESTÁ PRESTES A ACONTECER.
19
20
Varejo >>>
sim, desenhar mapas de calor do chão de loja. Soluções em identificação por radiofrequência (RFID, do inglês Radio-frequency identification) oferecem sugestões de produtos relacionados e apresentam a opinião de outros clientes com perfil semelhante ao seu. A integração dos beacons ao Bluetooth e aplicativos de celulares, por sua vez, oferece A integração entre o digital e a loja física
uma experiência de compra muito mais inte-
foi a tônica do evento. O ponto de venda está
ressante: a rede de games GameStop, por
mais vivo do que nunca, mas a partir de agora
exemplo, usa essas tecnologias para continuar
ele será muito diferente: tecnológico, científico,
na loja o relacionamento que já tem com os
capaz de entregar uma quantidade imensa de
clientes pela web e celular. Ao entrar na loja, o
informação para os gestores do varejo, que
cliente é reconhecido e os games que ele pes-
poderão tomar decisões importantes para o
quisou recentemente aparecem nas telas à sua
negócio em tempo real.
frente, em mais um impulso à compra.
O mais interessante é que a tecnologia já está disponível para quem quiser colocar mãos à obra. A primeira keynote session da
UMA COISA SÓ
NRF mostrou várias lições do mundo esportivo: a seleção da Alemanha analisou, durante a
Tudo para fazer com que a experiência
Copa, todas as informações disponíveis sobre
on-line seja integrada ao que acontece dentro
o desempenho de seus atletas e dos adver-
da loja. Como disse o presidente da Levi’s, Ja-
sários, e assim sabia muito bem o que fazer
mes JC Curleigh, em uma das palestras mais
em cada partida (para desespero de nós, bra-
elogiadas do evento, “para o consumidor não
sileiros). A NBA, por sua vez, disponibiliza para
existe separação de canais, é tudo uma coisa
os fãs as estatísticas de todos os jogadores da
só. É hora do varejo agir da mesma forma”.
história do basquete profissional americano, o
Ao abraçar a integração on-line/off-line, o
que só aumenta a disposição dos torcedores
varejo levará para os pontos de venda tradicio-
em se engajar mais com o esporte.
nais as métricas que hoje são comuns na inter-
Esse lado “moneyball” do esporte está che-
net. O store analytics ganha relevância e os vare-
gando ao varejo. Nos dois andares e mais de
jistas passam a se perguntar, por exemplo, qual
20 mil metros quadrados de área de feira, os
é a taxa de conversão de cada departamento
expositores mostraram não somente projetos, mas também aplicações reais que usam, por exemplo, sistemas do tipo Kinect para identificar os clientes no ponto de venda (PDV) e, as-
STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015
da loja, por dia da semana ou por perfil de público. Ou quais são os produtos mais vendidos junto com um determina-
A INTEGRAÇÃO DOS BEACONS AO BLUETOOTH E APLICATIVOS DE CELULARES, POR SUA VEZ, OFERECE UMA EXPERIÊNCIA DE COMPRA MUITO MAIS INTERESSANTE.
do produto. Ou se o preço de certo produto é competitivo, não apenas em relação a outros varejistas físicos, mas também em relação à internet.
Outra grande vantagem da solução é entender a sazonalidade e definir o melhor target,
As lojas enfrentam uma concorrência glo-
além de analisar o custo de perda de um clien-
bal, com outras lojas e com a internet. No centro
te. “O Analytics permite um planejamento cor-
dessa competição está o consumidor, conecta-
reto, a partir da compreensão de tendências
do via smartphone com o mundo. Para atender
do mercado”, ressalta Loyal Pridgen, diretor
melhor seu cliente e vender mais, os vendedo-
NA/APAC da Stefanini.
res precisarão estar conectados também.
Então está na hora de aproveitar o potencial do Analytics e da própria mobilidade para criar experiências customizadas e relevantes
DATASTORM
para o varejo. Certamente os resultados mudarão completamente o modo de se fazer
Para isso, a Datastorm, empresa do gru-
varejo, garantindo novas possibilidades de
po Stefanini, dispõe de ferramentas de análise
vendas, além de uma experiência diferenciada
específicas, que podem descrever o que está
para o consumidor.
acontecendo numa determinada loja, avaliar o porquê de ter acontecido, o que pode vir no futuro e o que fazer para as coisas acontecerem da forma que a empresa planeja. Esse tipo de solução pode ajudar a mudar o diagnóstico e o rumo do varejo. “A solução de Analytics é uma combinação de arte e ciência. A informação que ela gera agrega valor ao negócio, refletindo diretamente no aumento da lucratividade e na satisfação do cliente”, afirma Leandro Faria, CEO da Datastorm.
21
22
Inovação >>>
MAIS INVESTIMENTO EM
FULL IT OUTSOU COM TERCEIRIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA, EMPRESAS FICAM LIVRES PARA FOCAR MAIS NOS NEGÓCIOS E AUMENTAR COMPETITIVIDADE
C
RESCER DE FORMA SUSTENTÁVEL é um dos principais desafios das empresas hoje em dia. Por isso, a terceirização da infraestrutura de tecnologia ganhou espaço, contribuindo
para que as empresas foquem seus esforços no negócio, enquanto um parceiro mantém a infraestrutura da TI funcionando. Tanto que o mercado brasileiro deve investir somente na área de serviços em TI este ano cerca de US$ 21,5 bilhões, um acréscimo de 13,7% em relação ao ano passado. Atualmente, a oferta de outsourcing que tem se destacado é aquela que reúne em um único fornecedor as opções de hardware, software e serviços, o chamado Full
STEFANINITRENDS#41
JAN | FEV | MAR 2015
“A TENDÊNCIA É OFERECER UM CONJUNTO FLEXÍVEL DE SERVIÇOS, QUE ABRANGE DESDE UMA COMPLETA TRANSFORMAÇÃO DO MODELO DO CLIENTE ATÉ A INTERVENÇÃO EM UM SIMPLES CUSTO ESPECÍFICO OU EM UM PROBLEMA DE DESEMPENHO.”
sejam concretizados, o fornecedor precisa estar devidamente preparado para cumprir com requisitos fundamentais, tais como ter profissionais altamente qualificados e contar com parceiros especializados nas principais tecnologias utilizadas pelo mercado, capazes de fornecer soluções inovadoras para
RCING
os negócios. Outro ponto importante é que o conceito de outsourcing ponta a ponta também resolve o problema que as empresas enfrentam para contratar mão de obra de TI interna e também para gerir diferentes fornecedores. Cada vez mais, o gestor de TI compreende que manter altos investimentos em atualização de tecnologia e conseguir consolidar as perdas de conhecimento por conta da falta de mão de obra no mercado são
IT Outsourcing, possibilitando que as empresas alcancem
fatores que podem impactar na boa condução do negócio da
um alto desempenho com redução de custo e rentabilidade
empresa.
sustentável.
“Hoje o poder passou a ser a informação. Tanto que os
“A tendência é oferecer um conjunto flexível de serviços,
dados possuem valor intangível se comparado com o hardwa-
que abrange desde uma completa transformação do modelo
re que o suporta. É vital que a infraestrutura esteja dimensio-
do cliente até a intervenção em um simples custo específico
nada adequadamente e com toda a segurança e contingência
ou em um problema de desempenho”, afirma Eduardo Vale,
possível”, destaca.
diretor de ITO da Stefanini. As empresas que optam por esta modalidade contam com uma ampla gama de serviços que reúne todas as suas necessidades em infraestrutura de TI, desde servidores físicos e virtuais, comunicação unificada, mobilidade, segurança da informação, até data centers, desktops e dispositivos móveis.
INOVAÇÃO EM INFRAESTRUTURA Para o sucesso do negócio, as empresas precisam de infraestrutura adequada, com baixo custo, de modo a atender as necessidades atuais e futuras. Nesse caso, são fundamentais as soluções completas e totalmente adaptáveis de outsourcing de infraestrutura de TI, com metodologia própria baseada nas melhores práticas ITIL e profissionais especializados nos mais diversos ambientes e sistemas. O serviço de Service Desk da Stefanini, por exemplo, centraliza as ocorrências de in-
De acordo com Vale, para que
cidentes e problemas no ambiente do cliente, oferecendo atendimento e suporte técnico
os benefícios econômicos e ope-
de outsourcing de TI em todos os níveis organizacionais para manutenção de hardware,
racionais do Full IT Outsourcing
distribuição de software e todas as necessidades da área de informática da empresa. Outro ponto essencial ao sucesso de qualquer empresa é a segurança. “A tendência é que os serviços de Infraestrutura de TI englobem análise de vulnerabilidade, análise de riscos, plano de contingência e plano de continuidade dos negócios, conforme melhores práticas de ITIL para outsourcing”, frisa Eduardo Vale.
23
24
Bate-papo >>>
STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015
ADMIRÁVEL NOVO CASSIO DREYFUSS, VICE-PRESIDENTE E LÍDER DE PESQUISA DO GARTNER PARA O BRASIL, CONVERSA COM MARCO STEFANINI, CEO GLOBAL DA CONSULTORIA QUE LEVA SEU NOME, SOBRE AS TECNOLOGIAS DIGITAIS QUE ESTÃO REVOLUCIONANDO A MANEIRA DE FAZER NEGÓCIOS Por Luciana Abritta e Marisa Mazza
ESTAMOS ROMPENDO AS FRONTEIRAS ENTRE O MUNDO FÍSICO E O DIGITAL, o mundo está virando uma coisa só. Com a chegada da Internet das Coisas, os negócios ganham novos desenhos de produtos, processos e serviços nunca antes imaginados. São os chamados negócios digitais”, revela o vice-presidente e líder de pesquisa do Gartner para o Brasil, Cassio Dreyfuss. De acordo com Dreyfuss, as mudanças são permanentes. O primeiro grande salto veio com as tecnologias que o Gartner chama de “O Nexo das Forças”, dando origem, em seguida, aos negócios digitais, com profundas mudanças no mercado e na tecnologia em que se baseiam as atividades econômicas, e transformando os processos das indústrias. O cenário digital conta hoje com oito famílias de tecnologias. As quatro primeiras – mobilidade, cloud, redes sociais e analytics – já estão viabilizando novos modelos de negócios e permitem uma sinergia entre elas. As outras quatro são a Internet das Coisas, os dispositivos vestíveis, as máquinas inteligentes e a impressão 3D. No encontro com o CEO Global da Stefanini, Marco Stefanini, Dreyfuss fala com exclusividade para a revista Trends sobre as tecnologias e a inovação que estão revolucionando o mundo dos negócios.
25
26
Bate-papo >>>
JÁ É POSSÍVEL, POR EXEMPLO, TER UMA SÉRIE DE DISPOSITIVOS QUE TOMAM DECISÕES NA CASA, COMO A GELADEIRA QUE AVISA SOBRE PRODUTOS QUE ESTÃO FALTANDO OU DEVICES QUE DESTRANCAM A PORTA, LIGAM A TV E SELECIONAM O PROGRAMA FAVORITO DO MORADOR.”
Marco Stefanini - Como o Gartner define negócios digitais? Cassio Dreyfuss – São a criação de novos desenhos de produtos, de processos, de serviços, de negócios, que alavancam possibilidades tecnológicas revolucionárias. Estamos rompendo as fronteiras entre o mundo físico e o digital, o mundo está virando uma coisa só. Em várias áreas, como saúde, educação, trabalho e mesmo na vida pessoal, já é possível usufruir de muitas tecnologias para facilitar nosso dia a dia. sempenhados em qualquer lugar, a qualquer tempo, a partir MS – Como estas tecnologias podem ajudar na
de qualquer dispositivo. As empresas estão percebendo o
educação ou na saúde?
potencial de trabalhar mais flexivelmente, de qualquer lugar.
CD - Os novos processos educacionais customizam
MS – Mas, no caso da vida pessoal, ainda está se
conteúdos por meio de métodos digitais. Cada aluno
iniciando o uso de Internet nas casas.
evolui de acordo com a capacidade e nível de conheci-
CD – As interações por meio de aplicativos estão ganhando
mento e interesse, além de entrar em contato com uma
espaço. Eles permitem não só sugerir o melhor trajeto para
rede de pessoas no mesmo nível. Na saúde, equipa-
fugir de congestionamentos, como o GPS, mas os sensores
mentos com sensores relatam o status de recuperação
também estão cada vez mais baratos, já sendo introduzidos
de um paciente para o médico, via iPad, e permitem a
em muitos objetos. Já é possível, por exemplo, ter uma série
tomada de decisões sobre o melhor tratamento.
de dispositivos que tomam decisões em casa, como a geladeira que avisa os produtos que estão faltando ou devices
MS – Os profissionais também se beneficiam
que destrancam a porta, ligam a TV e selecionam o programa
com um trabalho mais flexível, porque estão
favorito do morador. Mais que isso, também sugerem a que
sempre on-line...
horas o dono da casa deve acordar no dia seguinte, por con-
CD - Sem dúvida, são variados papéis profissionais de-
ta de sua agenda diária.
STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015
S I N E R G I A MS - Que tecnologias são estas que vão viabilizar a
dermos a informação são os quatro Vs: velocidade, volume,
economia digital?
variedade e valor. Temos que reaprender a lidar com a infor-
CD - São oito famílias. Na visão do Gartner, as quatro pri-
mação. E mais: não precisamos mais guardar a informação,
meiras – ferramentas sociais, mobilidade, cloud e analytics
o paradigma foi totalmente subvertido. Quando precisarmos
– chamamos de Nexo das Forças e já estão sendo empre-
vamos buscá-la na rede. Guardamos apenas os registros das
gadas com grande sinergia, viabilizando novos modelos de
operações da nossa própria empresa.
negócios. As outras quatro que vêm para participar dessa sinergia são a Internet das Coisas, os dispositivos vestíveis,
MS – Os processos de cloud computing estão avan-
as máquinas inteligentes e a impressão 3D.
çando no País? CD – A nuvem tem apresentado taxas de crescimento cres-
MS – Como as ferramentas sociais podem alavan-
centes, especificamente em 2014, o que significa que as em-
car os negócios?
presas brasileiras estão aderindo aos poucos – mas o volume
CD – As ferramentas sociais são, na verdade, uma cole-
ainda é pequeno. Do ponto de vista econômico, a lógica de
ção de serviços oferecidos. Estamos vendo, ainda timida-
aquisição de tecnologia passa pela nuvem. O paradigma muda
mente, processos de negócios em que, por meio de redes
também. Ao invés de investir na construção de um data center,
sociais, as empresas permitem às pessoas participar da
comprar tecnologia, contratar e treinar pessoas, podemos ter
definição de produtos. A rede não é apenas um instrumen-
serviços por meio da nuvem, quando e na medida em que
to de marketing, é um instrumento para trazer as pessoas
precisarmos. Então, a tendência é que todas as empresas no
aos processos da organização.
futuro, com poucas exceções, terão um misto de arquitetura tradicional entre nuvem pública e nuvem privada. Em que pro-
MS – A mobilidade facilita o dia a dia, mas também
porção? Vai depender de cada empresa.
gera muita informação. O que fazer com isso? CD – Os dispositivos móveis, ao se comunicarem com outros dispositivos, criam um contexto e colocam as pessoas no centro dessa rede. O exemplo mais corriqueiro é o aplicativo 99 Táxis, mas existem exemplos muito mais sofisticados. Falar ao telefone talvez seja hoje a função menos nobre desses dispositivos. Os dispositivos móveis tornam todas as informações uma extensão do nosso cérebro. A maneira de encarar a informação mudou completamente em função da quantidade, da velocidade da geração de informação. O novo paradigma para enten-
27
28
Bate-papo >>>
Internet das Coisas
“SÃO OITO FAMÍLIAS [DE TECNOLOGIAS]...” Dispositivos Usáveis
Informação
Ferramentas Sociais
Impressão 3D
NEXO DAS COISAS Nuvem
Máquinas Inteligentes Mobilidade
MS – Agora a Internet das Coisas veio para ficar. Como você vê a tendência da IoT para os negócios? CD - A Internet das Coisas é uma explosão que vai acontecer muito rápido, porque os custos dos sensores, tal como aconteceu com os transistores e os microprocessadores, estão caindo em ritmo acelerado. Em 2020, daqui a cinco anos, haverá 50 bilhões de dispositivos pendurados na Internet e mais de 200 bilhões de coisas ligadas intermitentemente. A explosão da Internet das Coisas abre infinitas possibilidades,
vers”, robôs de movimento muito usados em fábricas; os “do-
novos modelos de negócios, mas representará, também,
ers”, que executam tarefas; e os “thinkers”, que tomam atitu-
a explosão da informação. Cada um desses dispositivos
des por meio da análise de informação. Por exemplo, o Boeing
estará produzindo informação.
787, que tem centenas de sensores, processadores e atuadores a bordo, pode tomar atitudes sem a interferência do piloto.
MS – Os dispositivos usáveis ainda estão inician-
A impressão 3D está revolucionando a fabricação de peças
do. Como eles podem ajudar as empresas?
complexas, como próteses ortopédicas, e que precisam estar
CD - Os “wearables” ligam as pessoas e sua vida à rede.
disponíveis a distância, como peças de reposição para aviões
Existem dois tipos, um sensor que transmite seus sinais
e equipamentos militares.
vitais para a rede ou outro que traz informações da rede para você. Ou os dois. Já é possível utilizá-los para oferecer
MS - Como se faz inovação digital?
serviços e produtos. Uma seguradora, a Prudential, lançou
CD - Células de inovação devem fazer parte das empresas.
um produto de seguro, usando sensores que monitoram a
Hoje em dia, inovação é um trabalho colaborativo, que reúne
vida do seu segurado e, em função da melhora do seu perfil
profissionais de TI, gente dos negócios e especialistas em as-
de saúde e consequente redução de riscos, pode oferecer
suntos específicos, que podem estar em qualquer lugar. É um
descontos na apólice.
novo paradigma de inovação. Estamos dizendo aos nossos clientes que eles não têm e não terão todos os recursos ne-
MS – As máquinas inteligentes e a impressão 3D
cessários para realmente fazerem inovação nos negócios. As
ainda estão começando. Qual será o impacto des-
empresas terão que lançar mão de provedores externos para
sas tecnologias no futuro?
trazer os recursos necessários.
CD - Estamos iniciando uma mudança na manufatura provocada pela revolução industrial, iniciada no século XVIII. Hoje, há três categorias de máquinas inteligentes: os “mo-
STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015
O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES [NO BRASIL] É UM GARGALO QUE TENDE A SER SUPERADO NOS PRÓXIMOS ANOS.” I N O V A Ç Ã O
cidades, mas não no resto do País. O setor de telecomunicações é um gargalo que tende a ser superado nos próximos anos. Com relação ao armazenamento, os profissionais de BI e big data dizem que ele irá aumentar geometricamente, mesmo jogando fora o que você não precisar.
MS – Como se educa para a inovação? CD - A primeira ação é gerar ideias. Das milhares de ideias
MS – Dentro deste movimento de inovação, de imagi-
geradas, é necessário selecionar aquelas em que vamos apos-
nar e criar, qual é o maior desafio para as empresas do
tar, fazer um piloto para experimentar os novos processos de
mercado brasileiro para a geração de novos negócios?
negócios. A partir de um piloto bem sucedido, vamos desen-
CD – Penso que o maior desafio é o empresário começar a pen-
volver, generalizar e modificar o comportamento das pessoas
sar com uma cabeça diferente. É um novo paradigma, a empresa
para trabalhar no novo processo. Finalmente, vamos analisar o
vai investir em informação, conhecimento, e não em ativo tangível.
que aprendemos e como mudamos nossos paradigmas.
O empresário brasileiro tem possibilidade de fazer isso, mesmo sob o difícil cenário econômico atual. Em vez de investir em ativos,
MS - Quais são os papeis que as pessoas vão exercer
adquirir o talento necessário para criar inovação.
em inovação? CD - O primeiro papel é o criativo, a pessoa que tem a capa-
MS - E como estimular a pensar diferente? As pessoas
cidade de pensar fora da caixa, no que é possível fazer e ainda
têm muito medo de errar, como mudar isso dentro das
não foi feito. A partir dele, precisamos de alguém que desafie
empresas?
a criação inicial e contribua para que se refine a criação. Daí,
CD – Exatamente. Somente com novas atitudes, de educar
precisamos de um agente colaborativo, que ajuda as pesso-
nesse sentido, de fazer as pessoas acreditarem numa realidade
as a trabalhar em conjunto, pegando o melhor de cada um e
diferente. É isso que você falou, medo de errar. A maioria das
obtendo a sinergia esperada. Na retaguarda, teremos alguém
pessoas tem gravado que o erro é sempre punido. Quando você
coordenando e integrado às ações. Finalmente, há o papel de
resolve criar coisas novas, a falha faz parte do processo. Não es-
liderança, pois sem alguém para direcionar os esforços não
tou dizendo que se deve premiar as falhas, mas entender que elas
chegaríamos a lugar nenhum.
fazem parte do processo.
MS - Com a introdução da IoT, como o Gartner vê o impacto do armazenamento de dados na infraestrutura de telecomunicações, com o volume de tráfego de tantas informações? CD - Esse é um desafio principalmente no Brasil. É uma das razões pela baixa velocidade de implantação da nuvem no Brasil, porque ela funciona nas capitais ou principais
29
30
Bate-papo >>>
“ESTE É O MOMENTO DE OUSAR PORQUE NEGÓCIOS DIGITAIS NÃO SÃO MAIS DO MESMO.
O U S A D I A MS – Se as pessoas encararem isso como parte do processo, a inovação passa a ficar mais próxima? CD – Elas perdem o medo de ousar e este é o momento de ousar, porque negócios digitais não são “mais do mesmo”. Não é usar mais computador ou mais informação em cima dos processos existentes. São outros processos, outros modelos de negócio. MS – Conhecendo bem a realidade do mercado brasileiro, latino-americano inclusive, o que você
em minha opinião, acho que boa parte da mentalida-
diria sobre o potencial de crescimento em inova-
de empresarial terá de dar um salto de visão. É difí-
ção na região?
cil, porque o ambiente digital não é confortável para
CD – Acho que o potencial é grande justamente porque
as gerações mais velhas, imagine nessa visão muito
isso permite ao empresário brasileiro entrar no jogo. Ele
industrial. O choque é grande, a distância é grande.
não pode dizer que não consegue competir com o em-
CD – Mas é justamente isso. Temos de assustar essas pes-
presário estrangeiro. Mas por quê? As ideias deles são
soas para perceberem que, se não fizerem alguma coisa, vão
melhores que as nossas? Vamos competir por ideias, por
ficar para trás.
informação. Nós, latinos, gostamos de dizer que somos criativos, ágeis, flexíveis, gostamos de coisas novas. São
MS – Destas tendências abordadas – cloud, mobile, In-
todas características positivas. Agora falta o outro lado, o
ternet das Coisas –, qual será a tônica maior em 2015?
foco, a disciplina, a persistência.
CD - A sinergia entre essas tecnologias está sendo ainda pouco explorada. Mas temos conversado com vários clientes
MS – Acreditar, né? Eu acho que tem um ponto
e eles estão investindo na construção de modelos de negó-
que vejo quando temos estas discussões em nível
cios, apostando na sinergia.
mais alto, não só no governo, mas com os empresários, é que boa parte da cultura empresarial
MS – A questão do modelo híbrido é uma tendência
brasileira ainda é muito industrial, quer dizer, está
no Brasil também?
mais longe do processo criativo. Essa mentalida-
CD – É, sem dúvida. Meus colegas da área de infraestrutura e
de industrial é extremamente de processo. Então,
data center mostram isso com clareza, e nessa área fica muito claro, você faz a conta na ponta do lápis. Os novos CPDs terão esta característica híbrida. Ninguém vai se dar ao luxo de criar um CPD exclusivamente para uso próprio.
STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015
SEGURANÇA ABSOLUTA NÃO EXISTE. ENTÃO A QUESTÃO É A SEGUINTE: QUAL É O NÍVEL DE SEGURANÇA QUE VOCÊ EXIGE PARA O NÍVEL DE INVESTIMENTO QUE ESTÁ DISPOSTO A FAZER?.” S E G U R A N Ç A MS – Quando se pode esperar que se integrem todos os sistemas no Brasil? MS – Por que cloud está demorando a pegar no Brasil? Quando você vislumbra a utilização de maneira efetiva? CD - Está crescendo muito rapidamente e já está pegando. No Brasil, temos um problema que é o seguinte: durante décadas, o mercado falou que o CIO bom era aquele que juntava os melhores equipamentos, hardwares etc., e entregava serviço, porque hardware sempre foi caro e pouco disponível. Agora estamos falando que isso não é o mais importante, que o provedor vai trazer o que for necessário. MS – A questão da segurança ainda é uma preocupação? CD - Claro que sim. Eu digo que a segurança absoluta não existe. Então a questão é a seguinte: qual é o nível de segurança que você exige para o nível de investimento que está disposto a fazer?. É uma decisão de negócio. Mas já existe muita resposta tecnológica convincente a problemas de segurança. MS – A tendência é a necessidade da ajuda de um
CD - Não há muita previsão para isso. Gostamos de imaginar o seguinte cenário: o Brasil, com a extensão territorial que tem, vai ter de usar a Internet das Coisas. Por exemplo, atividades em que os sensores vão ter um papel muito destacado serão o agronegócio, a inspeção de gasodutos, a verificação de linhas de transmissão. Todas as áreas que dependem de um penoso deslocamento por grandes extensões territoriais são um mercado que está esperando pelos sensores. Isso vai começar a acontecer muito rapidamente. MS – Em meio a todas essas mudanças, qual será o novo papel do CIO? CD - O CIO está numa encruzilhada. Ele pode escolher ser o CIO técnico, responsável pela montagem de uma capacidade de processamento de alto nível de eficiência, de confiabilidade, de segurança. Esse é um tipo de CIO que ainda vai existir. Embora importante, ele terá muito pouco a contribuir para a estratégia do negócio. Do lado oposto, há outro tipo de CIO, que se virou para o lado dos negócios e está usando sua capacidade, inteligência e percepção para trabalhar com os líderes de negócios com o objetivo de criar novos modelos. O profissional terá de escolher.
provedor externo? CD - Isso não tem a menor dúvida. Vemos cada vez mais empresas que terão um núcleo interno, terão seus profissionais para aqueles modelos de competitividade, e mais uma constelação de provedores aos quais se pedem novos recursos, novas aplicações.
31
32
Entrevista >>>
EMPRESAS VISIONÁRIAS
efeito iguana NÃO SOFREM DO Por Marisa Mazza
STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015
OR QUE AS EMPRESAS TÊM DIFICULDADE PARA APROVAR IDEIAS CRIATIVAS? FOI COM ESTA INDAGAÇÃO QUE GRAZIELA DI GIORGI, DIRETORA DO GRUPO CONSULTORES DO BRASIL E PESQUISADORA DA ÁREA DE DESENVOLVIMENTO DE EMPRESAS E INOVAÇÃO, RESOLVEU MERGULHAR NO ASSUNTO Ela pesquisou 75 marcas, das quais entrevistou 60 executivos de marketing e 15 líderes inovadores de grandes empresas, entre bens de consumo, bancos e varejo, dentre outros, além de analisar 28 cases em seu primeiro livro, O Efeito Iguana, lançado pela Alta Books Editora. Nesta entrevista exclusiva para revista Trends, ela explica que a ideia do livro é demonstrar de uma maneira teórica e prática, quais atitudes inovadoras ajudam as empresas a alcançar o sucesso e, por outro lado, quais as barreiras que as impedem. A autora faz o jogo de palavras/ideias entre iguanas/humanas. “Pessoas e empresas humanas se adaptam ao mercado, desafiam o status quo, ajustando suas falhas e reciclando suas ideias. São reconhecidas pela habilidade de se colocar no lugar do outro, a fim de criar ideias que gerem valor para as pessoas”, explica. Em contrapartida, revela que empresas/pessoas iguanas são avessas às diferenças, possuem um medo grande de errar e, por isso, não se arriscam. Ela escolheu a iguana para apresentar este efeito por ser um réptil que, como todos, age por instinto de sobrevivência por meio de uma motivação exclusivamente autocentrada, nutrida por sua incapacidade de se emocionar, de colocar-se no lugar dos outros.
33
34
Entrevista >>>
Stefanini Trends – Como surgiu
ST – O que são empresas “igua-
este conceito e como você o apli-
nas” e por que a correlação?
cou na pesquisa? GG – A iguana não tem o sistema límGraziela Di Giorgi - Foi a partir da
bico ou emocional e nem o neocórtex,
análise das entrevistas que realizei com
que é responsável pela razão. Vive do
as marcas, somada a oito anos de
instinto e quer somente sobreviver. A
observação desse mercado. Ao longo
empresa “iguana” também é assim,
dos anos, ficava claro que um dos atri-
imediatista, autocentrada, só pensa no
butos mais valorizados pelas marcas é
curto prazo e no lucro. Quando uma
a capacidade criativa que uma agência
empresa não é empática é também
pode aportar. Porém, quando conver-
egoísta e, nesse caso, não gera valor
sava com executivos de agências de
para as pessoas. Contentar-se em so-
propaganda, ouvia com frequência a
breviver significa apenas a espera da
dificuldade em aprovar uma ideia cria-
morte de uma empresa.
tiva. Onde estava o problema? Essa pergunta foi a minha motivação para conduzir as entrevistas com os executivos, para entender o que é estimulante
ST – Por que as empresas “igua-
na hora de aprovar um material criativo
nas” inibem a criatividade?
e o que impede essa tomada de decisão. Como contraponto, conversei
GG – Por que elas têm aversão ao ris-
com os líderes inovadores brasileiros
co, ou melhor, à perda. Em 1970, dois
para entender por que e como eles
psicólogos descobriram que odiamos
conseguem fazer coisas diferentes,
perder duas vezes mais do que ado-
que as empresas mais conservadoras
ramos ganhar. Em um cenário cada
não conseguem.
vez mais pragmático, focado em resultados de curto prazo e que reveste a cultura empresarial de objetivos concretos, há um distanciamento do real significado da criatividade. As pessoas esqueceram o que é criatividade. Perguntadas sobre o que é criatividade, 64% delas dizem que é uma ideia original, enquanto 46%
A EMPRESA ‘IGUANA’ É IMEDIATISTA, AUTOCENTRADA, SÓ PENSA NO CURTO PRAZO E NO LUCRO.
afirmam que é uma ideia prática. No entanto, somente 14% acham que devem ser as duas coisas. Talvez o termo inovação venha a recuperar a praticidade que existe
nas ideias criativas, uma vez que está focada na geração de soluções que ofereçam valor às pessoas.
STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015
ST – Qual a diferença em relação às empresas humanas? GG – A empresa inovadora dá chance ao erro ao estimular a tentativa. Ela é consciente que, ao trilhar um caminho novo, erros podem acontecer. Por isso, estimula a criação de novas soluções
A EMPRESA INOVADORA É CONSCIENTE QUE, AO TRILHAR UM CAMINHO NOVO, ERROS PODEM ACONTECER.
mesmo com a possibilidade do erro. É um risco que se corre, mas se ela errar já estava previsto. E, se acertar, pode ser um golaço. Isso abre a cultura para a inovação. As empresas humanas
ST – O que as empresas devem
oferecem soluções interessantes para
fazer para mudar?
a sociedade por serem autênticas, empáticas e visionárias.
GG – Não existe mágica, são as pessoas que fazem isso. O que é preciso é construir um clima propício para contaminar as pessoas, uma cultura que
ST – Como ficam as marcas brasi-
estimule a colaboração, a tentativa, que
leiras neste ranking?
ouça e que invista em capacitar suas pessoas com ferramentas que ampliem
GG – Depende da cultura da empresa.
suas visões. No livro, criamos cinco
O Brasil, em geral, tem alta aversão à
cápsulas para olhar os problemas com
incerteza. De uma forma generalizada,
novos olhos e incentivar a inovação de
só mudam seu status quo quando re-
dentro para fora. São elas: contexto, co-
sultados ruins acontecem. E, ao anali-
nhecer, cocriar, construir e compartilhar.
sar os resultados das entrevistas, fica
Inovar é mais sobre mudança de com-
claro ser essa aversão mais acentuada
portamento e menos sobre tecnologia.
em empresas que têm medo de per-
E nasce da diferença que você pode
der a liderança. As empresas humanas
fazer nos problemas do dia a dia.
brasileiras se destacam no mercado por procurarem vantagem competitiva permanente, por buscarem gerar benefícios às pessoas e, sobretudo,
ST – Como a tecnologia pode
por saberem quem elas são, o seu
ajudar as empresas no processo
propósito e o seu papel ampliado na
de inovação?
sociedade. Sendo assim, o lucro surge como consequência.
GG – A tecnologia é o meio que permite desenvolver projetos inovadores. Mas é preciso acioná-la a partir de uma atitude inovadora. Associada a um comportamento sociocentrado, que motive a entrega de valor em vez do lucro imediato, o seu papel pode ser transformador.
Obra ensina como estimular inovação para alcançar sucesso.
35
36
Fusão >>>
A HORA
É DE
STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015
MESMO NUMA VISÃO MAIS REALISTA, A TENDÊNCIA É QUE OS INVESTIMENTOS EM TI CRESÇAM, INCLUINDO A ÁREA DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
O
ANO COMEÇOU COM ALGUMAS MEDIDAS IMPOPULARES do governo que afetam todos os setores da economia. Apesar da previsão de alta da inflação, da queda do PIB, do aumento da taxa Selic até o final do ano, e de outros preços que podem impactar o mercado como um todo, a expectativa é de que estes ajustes ajudem a recolocar a economia nos trilhos e, com isso, estimular a retomada da confiança para melhorar os investimentos. Principalmente na área de Tecnologia da Informação, pois disso depende e muito o avanço do País. A previsão do instituto Gartner, para este ano, é de que investimentos no setor de TI devem crescer 2,4% em todo o mundo. De acordo com a projeção, o mercado de TI receberá cerca de US$ 2,8 trilhões em 2015. A consultoria destaca ainda que haverá redução de preços e consolidação de fabricantes no mercado de software empresarial. A razão deste cenário é a elevada concorrência entre os fornecedores de software na nuvem e on premises. Porém, o investimento neste setor deve totalizar US$ 335 bilhões em 2015, o que significa um aumento de 5,5% em relação a 2014. Além disso, a projeção de aumento no faturamento no setor de automação industrial chega a 6%, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee).
37
38
Fusão >>>
INVESTIMENTOS NO SETOR DE TI DEVEM CRESCER 2,4% EM TODO O MUNDO. O MERCADO DE TI RECEBERÁ CERCA DE US$ 2,8 TRILHÕES EM 2015.
Diante disso, a Stefanini amplia o portfólio
com a presença internacional e expertise de 28
de soluções para reforçar sua atuação no mer-
anos de atuação da Stefanini. Esta, por sua vez,
cado de automação industrial por meio da fusão
passa a complementar o portfólio com as solu-
com a IHM Engenharia, com sede em Belo Hori-
ções mais eficientes do mercado de automação
zonte (MG). Há 20 anos no mercado, a IHM ge-
industrial. Já os clientes passam a ter uma so-
rencia projetos industriais multidisciplinares em
lução em um único fornecedor”, complementa.
vários segmentos: mineração, siderurgia, química, papel, agronegócios, alimentos, automotivo, energia, óleo e gás, dentre outros. Segundo Marco Stefanini, CEO global da em-
UM NOVO PASSO PARA A IHM
presa, a iniciativa segue a estratégia de investir em empresas que tenham afinidade com o negócio e
Fundada em 1994, com sede em Belo Horizonte (MG), a IHM Engenharia
que possam agregar soluções ao seu portfólio. “A
iniciou suas atividades como integradora de sistemas, atuando no merca-
IHM é uma empresa consistente e líder no setor
do como fornecedora de serviços de engenharia para projetos de siste-
industrial e poderá nos ajudar a levar as ofertas da
mas de automação, elétricos e de informação.
Stefanini para outras verticais”, afirma o executivo.
A experiência de sua equipe, acumulada ao longo de 30 anos de ati-
Num primeiro momento, o foco de atuação
vidades no setor, aliada à aplicação e ao desenvolvimento de produtos
será no mercado nacional e, em alguns meses,
de última geração tecnológica, permitiu à empresa expandir o escopo
a parceria irá se estender para a América Latina.
de suas atividades.
As ofertas globais integram TI industrial, auto-
Em 2006, a empresa consolidou seu novo posicionamento no mercado
mação industrial, engenharia elétrica e painéis
industrial brasileiro. Hoje, a empresa está capacitada a gerenciar grandes
elétricos.
projetos industriais multidisciplinares na modalidade turn-key. Neste senti-
“Há uma grande sinergia de experiências
do, a empresa investe na capacitação de sua equipe gerencial, fundamental
entre as companhias. Com isso, vamos acelerar
para o sucesso de empreendimentos de grande porte. Em 2014, a empresa
o processo de internacionalização, que já esta-
atingiu a marca de 800 projetos concluídos, no Brasil e no exterior.
va nos planos da IHM”, destaca Augusto Moura, CEO da IHM Engenharia.
Com a fusão, a IHM Engenharia e a Stefanini passam a atender seus clientes de forma completa. Com a inovação oferecida, os clientes ganham
De acordo com ele, a fusão beneficiará tan-
mais segurança dos ativos; aumentam a produtividade e eficiência opera-
to as duas empresas quanto os clientes. “No
cional; reduzem custos e passivos; integram informações corretas em uma
caso da IHM, a empresa ganha capilaridade
cadeia produtiva, tudo num ambiente sustentável.
A MELHOR TECNOLOGIA POR TRÁS DO SEU CARTÃO Com uma experiência de mais de 40 anos, a Orbitall - empresa do Grupo Stefanini, apresenta soluções completas e modulares de processamento para Cartões de Crédito, Cartões Consignados, Híbridos, Private Label, Empresariais, Alimentação, Refeição, Pré-pagos e Gift Cards. Além disso, oferece serviços de BPO, como Atendimento, Crédito, Cobrança e Back Office, bem como serviços exclusivos, como análise de portfólio, sistemas de rede neural na prevenção à fraude, gerenciamento de Escritórios de Cobrança e Tratamento de Causas Cíveis e PROCON, sempre aplicando o modelo de gestão por processos conforme SLA’s previamente acordados com seus Clientes. A Orbitall possui certificação PCI-DSS (Payment Card Industry Data Security Standard) e é homologada pelas principais bandeiras do mercado (Mastercard, Visa e Diners).
ENTRE EM CONTATO CONOSCO E DESCUBRA COMO NOSSOS 40 ANOS DE EXPERIÊNCIA E SOLIDEZ FARÃO A DIFERENÇA EM SUA EMPRESA.
www.orbitall.com.br
40
EstratĂŠgia >>>
STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015
MAIS EFICIENTE
TECNOLOGIA IMPULSIONA CRIATIVIDADE E EFICIÊNCIA OPERACIONAL NAS INDÚSTRIAS
Por Marisa Mazza
A
QUESTÃO DA EFICIÊNCIA OPERACIONAL é ampla e a tecnologia está transformando o mundo. Já não se concebe o dia a dia sem as facilidades proporcionadas pelos dispositivos tecnológicos, seja para pegar um táxi por meio de um aplicativo, fazer um pagamento pelo mobile banking, resolver problemas com um clique ou utilizar o Waze para ganhar tempo no
trânsito, fugindo dos congestionamentos. Segundo John Chambers, presidente mundial da Cisco, a Internet de Todas as Coisas
(do inglês Internet of Everything), produto da conexão entre as “coisas” (todos os aparelhos conectados), pessoas, dados e processos, é uma oportunidade com potencial de US$ 19 trilhões, para a resolução de antigas ineficiências operacionais. Dentre as primeiras áreas a serem beneficiadas estão, no setor privado, as de automação industrial, varejo, serviços financeiros, que responderão por US$ 14,4 trilhões de soluções de ineficiências operacionais e, no público, por US$ 4,6 trilhões. Até 2020, haverá mais de 50 bilhões de dispositivos conectados, numa grande rede de serviços que inclui carros, edifícios, sinais de trânsito, iluminação pública, ônibus, trens e uma infinidade de outros dispositivos.
41
Estratégia >>>
42
MER U S CON OME &H
INF
TY & E I R U SEC ILLANC VE SUR
TRA
RT S M A CT U R E TRU R AS
E
RED I R OUT
ST NDÚ
VA R
NSP
ORT
E
SAÚ
DE
EJO
RIA
OS PRODUTIVIDADE Para o americano Philip Evans, sócio da consultoria Boston Consulting Group, a eficiência financeira e operacional não são mais suficientes como diferenciais de produtividade. “Antes prevalecia a ideia de que uma empresa para ser bem gerida, mesmo com dezenas de unidades de negócios, dependia apenas da gestão eficiente A Internet das Coisas consolidará este
da área financeira. Hoje em dia isso não basta. É
conceito e a sociedade conectada estará mais
preciso traçar uma estratégia para cada unidade.”
uma vez à beira de uma mudança de padrões
De acordo com Evans, nos últimos cinco
comportamentais com tudo operando de forma
anos, as companhias globais passaram a ela-
mais eficaz. Em contrapartida, os processos de
borar um plano estratégico para o dia a dia de
negócios estarão em um novo patamar de ar-
cada unidade. Com isso, elas respondem me-
quitetura inter-relacionada.
lhor às tendências da economia mundial, como
“São coisas que vão evoluindo e as soluções inteligentes e simples representam as que mais
globalização, maior importância da internet e ciclo de vida de produtos mais curtos.
geram eficiência”, analisa Ailtom Nascimento,
A tecnologia influencia cada vez mais as
vice-presidente da Stefanini. “A indústria está
grandes indústrias, tanto para criar produtos
passando por um choque de eficiência operacio-
mais inteligentes, quanto no controle de custos,
nal, pois precisa de extrema automação e inova-
enquanto o varejo aposta na análise do com-
ção para se engajar nas cadeias globais de valor,
portamento do consumidor (business analytics)
mesmo sendo a quinta maior produção mundial
para saber o que ele quer.
atualmente responde por menos de 1,9% nas
Segundo a IDC Brasil, a chamada terceira
exportações o que denota a falta de competi-
plataforma, que incorpora Internet das Coisas
tividade. A média de obsolescência do parque
(IoT), impressão 3D, sistemas cognitivos, robó-
industrial brasileiro gira em torno dos 20 anos,
tica, interfaces neurais e segurança de próxima
enquanto nos países de produção mais eficiente,
geração, será a base para acelerar a inovação e
este número não chega a cinco anos.”
os negócios das empresas brasileiras.
STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015
“A BASE DA EFICIÊNCIA OPERACIONAL É MUITAS VEZES CONFUNDIDA COM REDUÇÃO DE CUSTOS, MAS, NA VERDADE, É FAZER MAIS COM MENOS INVESTIMENTO E/OU OTIMIZANDO OS RECURSOS DISPONÍVEIS.”
A Internet das Coisas irá revolucionar to-
Já a indústria financeira, diz o executivo
dos os setores empresariais, principalmente
da Stefanini, está mais madura para a melho-
Varejo, Consumer & Home, Smart Infrastructu-
ria da eficiência operacional. “A necessidade
re, Security & Surveyllance, Transporte, Saúde,
de serem cada vez mais competitivos tem
Indústria, entre outros.
impulsionado os bancos a melhorar seus pro-
“A base da eficiência operacional é muitas
cessos. Inclusive estão contratando muitos
vezes confundida com redução de custos, mas,
profissionais do setor de e-commerce para
na verdade, é fazer mais com menos investi-
desenvolver canais eletrônicos mais eficien-
mento e/ou otimizando os recursos disponíveis.
tes”, compara.
Ao melhorar a produtividade, a empresa melho-
O executivo revela que a Stefanini conver-
ra sua cadeia como um todo, revê processos,
giu para ser uma empresa de soluções, visan-
tecnologias, novos canais de distribuição, o que
do levar mais eficiência para o cliente. A área
aumenta tremendamente a capacidade de en-
de Business Consulting estruturou um portfó-
trega”, define Nascimento.
lio de soluções inteligentes criadas tanto para atender conglomerados quanto o consumidor
OBSOLESCÊNCIA
final, em alguns casos.
Segundo uma das previsões da IDC Brasil,
De acordo com Nascimento, a Internet das
em 2016, 80% dos CIOs irão acelerar a migra-
Coisas vai impulsionar o mercado mundial, inje-
ção da plataforma tecnológica para combater a
tando bilhões de novos produtos, de dinheiro e
obsolescência de ativos de TI atuais.
de consumidores ávidos. Entretanto, esta festa
O mercado de computação em nuvem cresce
tecnológica só ocorrerá se houver os recursos
38,7% ao ano, segundo a consultoria Frost & Sulli-
necessários, como infraestrutura de redes e
van, embora alguns empresários ainda se preocu-
dados em nuvem, por exemplo, e a segurança
pem com a segurança das informações. Com ex-
requerida. Neste caso, um interessante mundo
ceção de empresas como o Walmart e a Amazon,
se desenrola, deixando cada vez mais tênue a
que são pioneiras, o varejo ainda apresenta um
linha que separa a ficção da realidade.
alto nível de ineficiência em seus processos, com plataformas antigas e sistemas que não suportam o aumento da demanda de transações. “Quem não mudar agora não vai ganhar mercado e, quando descobrir que está perdendo, vai ter de mudar com muito mais velocidade”, alerta Nascimento. “O uso do Analytics será uma ferramenta poderosa para obter mais conhecimento de mercado, pois o consumidor está mais exigente. O varejista só conseguirá prever a próxima compra do cliente analisando os eventos anteriores.”
43
44
Cultura >>>
STEFANINITRENDS#41
JAN | FEV | MAR 2015
A, U M RBOS A B I L, O BRAS ARD L O E D B S MA A OR DORE NAGE CRIAD U N I CA , M L A O I HOME C S AL DRO B AIORE DE PE MUSIC A O T , DOS M S A I V CRINH NTRE O CHA COM E L U C PETÁ D O ES
risa Por Ma
Mazza
45
46
Cultura >>>
“Na televisão
nada se cria,
tudo se copia.”
COM ESTES E OUTROS BORDÕES
ENGRAÇA-
DOS, ABELARDO “CHACRINHA” BARBOSA FOI CONQUISTANDO UM LUGAR CATIVO NO IMAGINÁRIO POPULAR. COM SEUS PROGRAMAS DE CALOUROS E DE DIVULGAÇÃO DA MPB, COMO A DISCOTECA DO CHACRINHA, A BUZINA DO CHACRINHA E O CASSINO DO CHACRINHA – E QUE TINHA COMO ATRAÇÃO AS CHACRETES, QUE SE TRANSFORMARAM EM VERDADEIRAS MUSAS DA TELEVISÃO NA DÉCADA DE 70 – , O VELHO GUERREIRO, APELIDO DADO POR GILBERTO GIL, SE CONSAGROU COMO O PRIMEIRO COMUNICADOR DE MASSA DO BRASIL.
De acordo com o cineasta Daniel Maia, diretor do documentário “Alô, alô Terezinha”, o programa do Chacrinha era um caldeirão de culturas, sua estética incorporava tudo e promovia a conciliação dos contrários. “Ele subvertia a parafernália e o seu espaço. Transgredia e, sobretudo, obrigava o espectador a transgredir. Essa desconstrução anárquica era como a tradução perfeita da brasilidade. Chacrinha foi um grande criador dentro do panorama da cultura de massa. Uma figura anticonvencional que democratizou, abrasileirou e miscigenou a nossa TV”, destaca. Agora o apresentador ganhou um espetáculo que conta sua trajetória. Com texto de Pedro Bial e Rodrigo Nogueira, sob a direção de Andrucha Waddington, “Chacrinha, o
STEFANINITRENDS#41 STEFANINITRENDS#41
JAN | FEV | MAR 2015 JAN | FEV | MAR 2015
“Quem não
se comunica,
se trumbica.”
musical”, ganha vida nas peles de Stepan Nerces-
dos Mundos, do Orson Welles, que transmitiu um
sian, que interpreta o artista consagrado no rádio e
programa convencendo os americanos de que mar-
na TV, e Leo Bahia, que incorpora o jovem Abelardo
cianos estavam invadindo a Terra. “O Chacrinha e
Barbosa. Completam o elenco 22 atores-cantores-
o China, o sonoplasta dele, promoveram no rádio
-bailarinos, que dão vida a familiares do Velho Guer-
um cassino tão rico, que as pessoas não apenas
reiro e personalidades que fizeram parte da vida do
escutavam o programa, elas viam esse cassino e
apresentador como Boni (Saulo Rodrigues) e Elke
eram capazes de descrever, com detalhes, o vestido
Maravilha (Mariana Gallindo).
que a Dalva de Oliveira estava usando, a piteira do
De acordo com o jornalista e autor do texto, Pe-
Orlando Silva, as cores, a tal ponto que paraguaios,
dro Bial, o Chacrinha inaugurou, na mesma época
argentinos, uruguaios escutavam o programa e vi-
dos Beatles e outros, a comunicação de massa no
nham até o Rio achando que iam encontrar um cas-
Brasil. “Esse cara inventou o primeiro palhaço da te-
sino de verdade. Encontraram um cara sozinho de
levisão”, comenta. “Até então, o formalismo imperava
cueca ao lado do sonoplasta.”
tanto na televisão quanto no rádio. No rádio, os locu-
Ele fazia rádio com imagens e, naturalmente,
tores tinham que ter um vozeirão... Vamos pensar em
o destino dele seria a televisão. Mas, na televisão,
Vicente Celestino, Francisco Alves, Orlando Silva e
o Chacrinha não se deu bem imediatamente – o
vamos pensar na revolução que o João Gilberto signi-
equivalente ao vozeirão do rádio era a gravata, o
ficou? Então, era isso. Você tinha o César de Alencar,
smoking, que representavam o formalismo. Até que
os grandes locutores, e o Chacrinha era tudo que o
ele começou a usar chapéu e outros figurinos e
locutor de rádio não podia ser: tinha uma voz ruim,
criou esse personagem de uma forma intuitiva. A
sotaque pernambucano forte, tinha nariz e dicção
TV, nos primeiros dez anos, era um veículo de elite.
ruins, mas ele tinha algo chamado imaginação.”
Então, quando o Chacrinha chega, a TV cumpre a
No rádio, de acordo com Bial, a revolução que o Chacrinha representou só se compara à Guerra
sua vocação de ser um veículo popular de excelência. Chacrinha fala com todas as classes.
47
47
48
Cultura >>>
Chacrinha, o musical A
O CRIAR A PEÇA, “CHACRINHA, O MUSICAL”,
De onde ele tirou isso?´. Aí a gente pergunta
Pedro Bial e Rodrigo Nogueira explicam que, num
e vai atrás das respostas para essa pergunta
primeiro momento, havia a intenção de contar toda
durante o espetáculo. Mais do que eventos
a biografia do Chacrinha, tornar clara e compreensível a tra-
biográficos, queremos ser fiéis ao espírito do
jetória que forjou o personagem. No caso, dois personagens,
Chacrinha, ao que ele nos propõe. Não é se-
o criador Abelardo e a criatura Chacrinha - ainda que logo se
gui-lo, é seguir as coisas que ele buscava. Eu
façam indistinguíveis, o que viria a ser a causa e consequên-
fiz o tratamento inicial da história procurando
cia trágicas, no sentido dramatúrgico do termo. Em seguida,
contá-la de maneira atraente, informativa e líri-
buscar entre os momentos definidores de tal biografia, aqueles
ca. A linhagem do palhaço Chacrinha é uma li-
que se prestariam a virar cena de teatro musical.
nhagem felliniana, dentro dos duplos sentidos
Ainda num momento seguinte, alcançada a linearidade,
mais chulos, sem medo disso. A partir desse
quebrá-la em lógica poética de palco. “Se seguíssemos a
primeiro tratamento do texto, chamei o Rodri-
lógica cartesiana, tentando explicar, a gente estaria traindo
go para dar continuidade ao projeto.”
o próprio espírito dele, que era ‘vamos confundir’, vamos seguir adiante”, comenta Bial. Segundo ele, o que não poderia ficar de fora: a coragem e ho-
Stefanini Trends: Quais lembranças sig-
nestidade do personagem para com seu desejo e singularidade.
nificativas você tem daquela época? O
Tudo o que Chacrinha pedia era: “todos já fazem a mesma coisa,
programa do Chacrinha tem um valor
deixem-me fazer a minha coisa!”.
afetivo para você? Por quê?
Na entrevista a seguir, Bial explica: “Responder a per-
Pedro Bial - Todos os grandes comunicadores
gunta: `Por que Chacrinha?’ é difícil. O melhor é perguntar:
a que assisti me marcaram. Chacrinha, Flavio
‘Como o Abelardo inventou o Chacrinha? Como esse sujeito
Cavalcanti, Silvio Santos. Chacrinha nos fez a to-
inaugurou no Brasil e no mundo a comunicação de massas?
dos perder o medo de enlouquecer. Verdade que
Como esse cara inventou o primeiro palhaço da televisão?
alguns enlouqueceram mesmo, no processo...
ST - Teve a oportunidade de estar diante ou próximo do Abelardo Barbosa? O que mais atraia a atenção na figura dele? PB - Fui assistir ao programa do Chacrinha, várias vezes, quando estudante. Impressionou-me o rigor com que conduzia a aparente bagunça. Uma lição de liberdade: “Queres ser livre? Liberdade é conhecer os cordéis que nos manipulam”. O Chacrinha criou uma aleFoto: Juliana Cerdeira
goria de si mesmo e da vida. ST – O que mais chamou sua atenção, surpreendeu ou emocionou quando assistiu o resultado final desse trabalho, sendo encenado no palco? PB – É a experiência vivida mais próxima a sonhar desperto e lúcido. Ver aquelas palavras que manchavam a tela ganhar forma, corpo e volume. Acompanhar a transformação das
sim mesmo, cada um precisa do que precisa.
ideias em vida própria, compartilhada entre
Em tudo o que se faz na TV brasileira, Chacri-
criadores, diretor, coreógrafo, maestra, atores...
nha está presente na informalidade, na alegria, na abrangência, na inclusão geral.
ST - Quem viveu aquela época, ao assistir o espetáculo, consegue recordar. Mas
ST - Qual foi a maior invencionice, excen-
quem não viveu e assiste a peça reco-
tricidade ou ousadia que ele trouxe para
nhece nela elementos familiares, que
a TV, em sua opinião?
estão na TV até hoje. Concorda? O Ve-
PB - Além do respeito e reconhecimento à dife-
lho Guerreiro ainda vive, por meio desse
rença, sem bajulação ou demagogia, a elevação
legado, ou nada hoje se compara ao que
dela para o trono da popularidade. Se seguísse-
ele propôs e concebeu para a TV?
mos a lógica cartesiana, tentando explicar, a gen-
PB - Chacrinha nos propõe a libertação. Se
te estaria traindo o próprio espírito dele, que era
nem todos se libertaram ainda, é porque é as-
‘vamos confundir’, vamos seguir adiante...
Patrocínio da Stefanini em São Paulo O musical é produzido pela Aventura Entreteni-
projeto recorre aos três principais pilares da cul-
mento, criada em 2008, com o objetivo de investir
tura e do entretenimento no Brasil: a música, a
no crescimento e na modernização do mercado
televisão e o cinema. Reunidas nesta plataforma,
de musicais. Em 2013, foi lançada a Trilogia “Uma
histórias de grandes ídolos e muita emoção dão o
Aventura Brasileira”, que teve seu início com Elis,
tom de espetáculos como Elis, A musical, Se Eu
A musical. A proposta é produzir espetáculos com
Fosse Você, o musical e Chacrinha, o musical ,
grandes nomes, temas e mitos da nossa cultura,
que terá apoio da Stefanini na temporada paulis-
adaptando conteúdos ao formato de musicais. O
tana, de 27 de março a 26 de julho, no teatro Alfa.
50
People >>>
é que são MULHERES QUE TÊM CONTRIBUÍDO PARA ESCREVER A HISTÓRIA DO EMPREENDEDORISMO FEMININO NO BRASIL SE MOSTRAM PROFISSIONAIS DEDICADAS, MÃES, ESPOSAS E GRANDES LÍDERES Por Diana Carvalho
CENÁRIO ATUAL APRESENTA UMA EVOLUÇÃO NO COMPOR-
Algumas competências diferenciam o estilo de gestão femini-
TAMENTO FEMININO, mais precisamente no que diz respeito ao
na, tais como a capacidade de multiprocessamento de informações
mercado de trabalho, onde cada vez mais as mulheres estão
e situações que ajudam a ter uma visão mais sistêmica e não se-
ocupando cargos de liderança. O papel da mulher na sociedade
quencial da realidade e maior flexibilidade e habilidade de enxergar
vigente transforma-se gradativamente e elas, por sua vez, con-
as pessoas como um todo e não apenas no âmbito profissional.
quistam espaço significativo em cargos prestigiados, que em
Um exemplo de profissional e líder é o da CEO da Stefanini
tempos de outrora eram dominados pelos homens. As mudan-
no Brasil, Monica Herrero. Matemática por formação, a executiva
ças sociais e culturais fizeram com que a mulher se firmasse
descobriu seu gosto pela área de tecnologia da informação ainda
como líder, empreendedora e, consequentemente, atingisse alto
jovem e iniciou a carreira no Serviço Federal de Processamento
patamar nos diversos setores da economia.
de Dados (Serpro), onde, em 1982, fez um curso de formação na
STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015
EU SEMPRE BUSQUEI OS MEUS DESAFIOS NO MEU LOCAL DE TRABALHO E O QUE NÃO FALTARAM FORAM
Administração, diretorias estatutá-
DESAFIOS NESSES 20 ANOS.”
listadas na BM&F Bovespa são de
rias e conselhos fiscais de empresas apenas 7,71%, sendo que 66,3%
Monica Herrero
das corporações listadas não incluem mulheres nesses segmentos. Para o sociólogo e filósofo Cesar
área e conquistou seu primeiro emprego. Em 1985, passou a atuar
Mangolin, a evolução da mulher e o espaço cada vez mais sig-
em bancos de investimento e a flertar com a área administrativa.
nificativo que essas profissionais vêm conquistando no merca-
Depois dessa experiência, foi para a Stefanini, onde permanece
do de trabalho, muitas vezes, assumindo papeis de liderança,
até hoje. “Eu sempre busquei os meus desafios no meu local de
é algo positivo, mas ao mesmo tempo demarca uma necessi-
trabalho e, até mesmo pela história da Stefanini, o que não faltaram
dade do capital de absorver força de trabalho qualificada em
foram desafios nesses 20 anos, dado o crescimento da organiza-
maior escala. “Pela própria condição social da mulher, há o
ção. O bom de estar numa empresa que está crescendo é que
risco da utilização de profissionais que podem tender a maior
você cresce com ela. Foi o que aconteceu comigo”, conta.
fidelidade à causa da empresa. Mas o processo representa,
“Mulheres se destacam em promover a união e a coopera-
sem dúvida, um avanço para a condição social da mulher.”
ção dentro do ambiente de trabalho e isso é algo primordial para
Outro exemplo de liderança feminina é Sonia Regina Hess
o crescimento da empresa. Eu acho incrível poder influenciar
de Souza, presidente da Dudalina. Catarinense natural da cidade
pessoas e ser ouvida por elas. Isso é importante, porque, para
de Luis Alves e a sexta filha em uma família de 16 irmãos, cujos
você liderar, deve agir de acordo com aquilo que diz. Isto gera
pais empreendedores - Rodolfo (Duda) e Adelina – fundaram a
segurança, identificação e confiança. Outra coisa, é que eu sempre tive uma gestão participativa e esse é um pouco do meu perfil desde o inicio da carreira até hoje. Sempre trabalhei muito em equipe, muito próximo, na alegria e na tristeza”, ressalta Monica. Na Stefanini, as mulheres ocupam 40% dos cargos de diretoria. “Acredito que a função de um bom líder é primeiramente desenhar para seu time que o objetivo é coletivo, as responsabilidades são coletivas e as habilidades dos indivíduos complementares. A comunicação deve ser intensa e frequente”, completa a executiva. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação feminina no mercado de trabalho cresceu. De 34,85% em 2001 para 44,01% em 2009. Há um crescimento também em posições de liderança, mas ainda é inferior em relação aos homens. De acordo com a Catho Online, em 2009, as mulheres ocupavam 21% dos cargos de presidente, 17% de vice-presidente e 26% de diretoria nas empresas. Informações do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) mostram que a presença feminina nos Conselhos de
O BOM LÍDER TEM QUE DAR APOIO, DAR EXEMPLO E SER ANTENADO, ALÉM DE TRAZER AS PESSOAS DA EQUIPE PARA TRABALHAR JUNTO A ELE.” Sonia Regina Hess de Souza
51
52
People >>>
ACREDITO MUITO NA CAPACITAÇÃO DAS MULHERES E HOJE ENCONTRAMOS MUITAS FERRAMENTAS PARA QUE ISTO ACONTEÇA.” Beatriz Alves
de motivar pessoas e o poder de influenciar. Em outras palavras, esse processo pode ser definido como a capacidade de influenciar um grupo para alcançar metas. A liderança feminina é hoje um diferencial para as empresas, com atributos que fazem a diferença no momento de liderar pessoas e consequentemente trazendo maior vantagem competitiva para as organizações, observando principalmente as características das mulheres que desempenham cargo de liderança. Diante desse novo cenário, a mulher se vê na árdua tarefa de delegar funções e, principalmente, conciliar a vida pessoal com a rotina no trabalho. A psicóloga, escritora e vice-presidente da ONG Dirija sua vida, Olga Tessari, afirma que a mulher deve valorizar suas competências de liderança: tomar iniciativas, ter foco no resultado, demonstrando integridade e honestidade. Além disso, usar a sua capacidade de construir relacionamentos e colaboração do trabalho em equipe. Ser um bom exemplo empresa Dudalina há 56 anos. Ainda muito jovem começou a
e realizar, demonstrando resultados. “Em geral, a mulher líder
trabalhar nos negócios da família. Estudou Administração de
pode ser vista por seus colegas de trabalho como excessiva-
Empresas e desde 2003 assumiu a Presidência da Dudalina,
mente agressiva, teimosa ou mandona. Não que ela o seja, mas
atualmente a maior camisaria da América Latina. Hoje 73% dos
ela age dessa forma porque busca respeito, não necessariamen-
funcionários da Dudalina são representados por mulheres, sendo
te o reconhecimento. É fundamental que ela esteja aberta para
que 30% ocupam cargos de liderança.
ouvi-los e dialogar com eles, condição importante para que ela
A executiva acredita que o segredo para atuar como uma
possa ser ouvida e seguida”, diz Olga.
boa líder e ser ouvida pelos colaboradores é acreditar na equipe
Para Beatriz Alves, proprietária da BR Goods, empresa de
e trabalhar em conjunto. “O bom líder tem que dar apoio, dar
cortinas antibacterianas e produtos hospitalares, as mulheres
exemplo e ser antenado, além de trazer as pessoas da equipe
têm, por natureza, algumas características que as fazem sair na
para trabalhar junto a ele. Temos que construir uma empresa
frente na administração do negócio e no gerenciamento da equi-
diferenciada, compartilhando resultados e, dessa forma, gerar
pe. “Acredito muito na capacitação das mulheres e hoje encon-
bons negócios”, diz. “Uma boa gestão é quando olhamos para
tramos muitas ferramentas para que isto aconteça, mas acredito
nossos colaboradores e entendemos as necessidades deles. A
que ao longo destes anos aconteceram grandes mudanças so-
empresa tem que ser humana, trabalhar com sinergia, em busca
ciais que afetaram as expectativas sobre nossas vidas pessoais.
de resultados que sejam positivos para todos”, conta Sonia.
Existem vontades e satisfações fora do universo familiar e, quando reconhecemos isto e acreditamos em nossa capacidade para
UM NOVO OLHAR PARA O FUTURO
liderança, conseguimos atingir nossos objetivos”, conta. “Para
As mulheres passam a perceber que, diante da grande com-
mim, ser verdadeira, mostrar para o time aquilo em que acredito,
petitividade organizacional, é necessário utilizar métodos cada
saber comunicar com clareza as ideias, metas, valores e princi-
vez mais eficientes, focando nas relações humanas, além de se
palmente acompanhar o desempenho e orientar os funcionários
prepararem para atuar como líderes. A liderança é a capacidade
são características primordiais para ser um bom gestor.
STEFANINITRENDS#41
53
JAN | FEV | MAR 2015
Segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor, as mulheres já representam 51% dos empreendedores brasileiros, sendo 20% jovens com idade entre 25 e 30 anos. De acordo com os dados da Endeavor, organização não governamental que dá suporte a empreendedores, elas não só estão à frente dos negócios como também estão fazendo dinheiro e criando ambientes de trabalho mais sadios. A Endeavor ouviu, em novembro de 2010, gestores de 52 empresas consideradas de alto crescimento — elas crescem 20% ao ano, há pelo menos três anos. Metade dessas companhias é administrada por mulheres e um destaque é que elas conduzem seus times com mais facilidade do que os homens. Embora as pesquisas apontem que as mulheres representam uma parcela significativa na liderança e no comando das organizações, o preconceito ainda é um desafio. Para essa questão, a psicóloga Olga Tessari acredita que, numa sociedade ainda patriarcal, onde o homem tem a força, as mulheres tiveram que lutar muito para conseguir provar a sua competência. E, mesmo assim, ainda precisam continuar provando-
AINDA VIVEMOS NUMA SOCIEDADE
-a o tempo todo. O caminho que ela sugere para driblar isso é “seguir em frente, de forma bem profissional e
PATRIARCAL, PORÉM COM BOA PARTE DOS
austera, focando no seu objetivo de
LARES SENDO SUSTENTADOS POR MULHERES.”
crescer dentro da empresa e de ser
Ana Fontes
vista como tão competente quanto o homem”, comenta. Segundo Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher empreende-
Organização, priorização, foco, aprender a delegar e valori-
dora e do Natheia Coworking, as mulheres assumiram o papel no
zar quem faz parte da equipe é essencial para conciliar os vários
mercado de trabalho muito recentemente, se for considerada a his-
papéis que as mulheres exercem com tamanha maestria. Essas
tória, e ainda há um ‘gap’ para conseguir a igualdade de gênero. “A
são apenas algumas das muitas mulheres que fazem diferença na
solução é uma combinação de várias ações, desde políticas afirmati-
sociedade e que têm contribuído para escrever a história do em-
vas, como quotas para mulheres em cargos de liderança, até treina-
preendedorismo feminino no Brasil, seja por serem líderes notórias,
mentos e apoio dos meios de comunicação e dos próprios homens
empreendedoras de sucesso e profissionais dedicadas, ou sim-
para que este ‘gap’ diminua”, diz. “Ainda vivemos numa sociedade
plesmente por serem mães, esposas e fontes de inspiração.
patriarcal, porém com boa parte dos lares sendo sustentados por
A diversidade pode trazer vários benefícios para a organi-
mulheres. O que precisamos é que todos enxerguem esta mudança
zação, pois aumenta a capacidade de responder a mudanças
e no seu dia a dia considerem que as mulheres exercem papel funda-
em ambiente dinâmico. Traz pessoas diferentes para perspec-
mental nos negócios”, conclui.
tivas diversas.
54
STEFANINITRENDS#41
ARTGRAM
Ricardo Vivona
JAN | FEV | MAR 2015
DeDique-se mais ao
core business
Da sua empresa!
outsourcing De ti
Reconhecida pela Associação Internacional de Profissionais de Outsourcing como uma das 100 mais importantes empresas do mercado global de outsourcing, a Stefanini conta com uma equipe capacitada nas mais diversas tecnologias, consultorias e negócios e possui em seu portfólio Outsourcing de Aplicações, que abrange toda a parte de aplicações, com desenvolvimento de soluções específicas; Outsourcing de Infraestrutura, que engloba toda a infraestrutura de tecnologia, com suporte e manutenção de sistemas; BPO de Recursos Humanos, Compras, Finanças e de Projetos On Demand.
Baixe o QR Code no seu celular e acesse o vídeo exclusivo sobre o Outsourcing de TI da Stefanini.
www.stefanini.com/ito