Revista Stefanini Trends (Publicada)

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Ano 12

número 41 Janeiro/Fevereiro/Março 2015

Cassio Dreyfuss, vice-presidente do Instituto Gartner, revela como as tecnologias digitais revolucionam a forma de fazer negócios_

Cultura_ Alô, Alô Terezinha: Conversamos com Pedro Bial, um dos criadores do musical que celebra a irreverência e a alegria do precursor da comunicação de massa no Brasil. Estratégia_ O dia a dia mais eficiente: a internet de todas as coisas transformará a forma de fazer negócios e levará a eficiência operacional a novos patamares.

sua EmprEsa é iguana ou Humana? A autora do livro O Efeito Iguana, Graziela di Giorgi, compara as principais características de empresas inovadoras.

EConomia Criativa_ Ideias que valem ouro: um mercado que movimenta bilhões.


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EDITORIAL

N

STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015

O CENÁRIO ECONÔMICO ATUAL, inovação é a palavra de

Um exemplo é a pesquisa feita pela diretora do Grupo

ordem. É urgente que as empresas se reinventem para ganhar

Consultores do Brasil, Graziela di Giorgi, publicada no livro O

mercado. As grandes corporações lançam mão das tecnolo-

Efeito Iguana. Ao pesquisar 75 grandes marcas, ela desco-

gias mais avançadas para ampliar seu market share, conquis-

briu que empresas inovadoras são as abertas à criatividade,

tar o consumidor e agregar valor aos produtos e serviços.

que desafiam o status quo, ajustam suas falhas e reciclam

A grande revolução vem com os chamados negócios

suas ideias; já as empresas iguanas são avessas às dife-

digitais, em que, com a chegada da Internet das Coisas, ga-

renças, possuem um medo grande de errar e, por isso, não

nham novos desenhos de produtos, processos e serviços.

se arriscam (ver Empresas visionárias não sofrem do

Tecnologias que o Instituto Gartner chama “O Nexo das For-

“efeito iguana”, página 32).

ças”, que estão provocando mudanças profundas no merca-

Outro conceito que vem ganhando evidência é o da Eco-

do e na tecnologia em que se baseiam as atividades econô-

nomia Criativa, que se tornou uma poderosa força de trans-

micas e transformando os processos das indústrias.

formação do mundo. De acordo com especialistas da área,

Mas a inovação não está presente apenas na tecnologia.

indústrias criativas são aquelas que utilizam o talento individu-

Entre as várias formas de buscar inovação está, por exemplo,

al e a criatividade como insumo para as suas produções (ver

adequar-se a novos mercados, construir novos modelos de

Quando as ideias valem ouro, página 12).

negócios, novos processos e métodos organizacionais e até

Nesta busca pela inovação, a revista Trends também

buscar novas fontes de suprimento. A inovação está na cabe-

entrou no ciclo e apresenta não somente layout mais leve e

ça das pessoas, em forma de ideias. De que adianta investir

moderno, com mais páginas e fotos, como busca trazer os

somente em tecnologia se a empresa não abre espaço para

temas mais atualizados do setor, com opiniões dos mais des-

novas ideias. A edição da revista Trends, deste início de ano,

tacados especialistas.

traz uma série de reflexões sobre o tema.

Boa leitura, Marco Stefanini CEO Global

3


SUMÁRIO 12

24

18

08

07 INSIGHTS

18 VAREJO

08 INSIDE

22 INOVAÇÃO

O futuro é brilhante

O dia a dia da Stefanini

12 ESPECIAL

Capital intelectual é a mola propulsora da economia criativa

Estratégia de Analytics é a discussão do momento

Terceirização de infraestrutura estimula competitividade

24 BATE-PAPO

Tecnologias digitais estão revolucionando a maneira de fazer negócios


JAN | FEV | MAR 2014

STEFANINITRENDS#41

40

36

22

50

44

32

32 ENTREVISTA

44 CULTURA

36 FUSÃO

50 PEOPLE

40 ESTRATÉGIA

54 ARTGRAM

Efeito Iguana, de Graziela Di Giorgi, mostra que atitudes inovadoras ajudam as empresas a alcançar o sucesso

Stefanini aposta na automação comercial com sua mais nova coligada, IHM Engenharia

Internet das Coisas aumenta eficiência operacional e melhora produtividade

Chacrinha, o musical, homenageia o precursor da comunicação de massa no Brasil

Liderança feminina tem contribuído para o empreendedorismo brasileiro

Ricardo Vivona

Capa: Diego Santos

5


EXPEDIENTE

Escritórios e Empresas do Grupo Stefanini AMÉRICA

A Stefanini TRENDS é uma publicação da Stefanini (www.stefanini.com). Todos os direitos reservados. Entre em contato conosco em trends@stefanini.com

COORDENAÇÃO GERAL:

Eliezer Silveira COORDENAÇÃO EDITORIAL:

Rodrigo Sampaio PROJETO EDITORIAL:

DFREIRE Comunicação e Negócios (11) 5505-8922 www.dfreire.com.br EDIÇÃO E REVISÃO:

Marisa Mazza MTB 12.527 REDAÇÃO:

Aline Vieira, Diana Carvalho, Luciana Abritta e Marisa Mazza Colaboraram nesta edição a jornalista Kátia Simões e o ilustrador Ricardo Vivona PROJETO GRÁFICO, ARTE E DIAGRAMAÇÃO:

M Paton Viola Comunicação TIRAGEM:

25 mil exemplares

BRASIL STEFANINI CONSULTORIA E ASSESSORIA EM INFORMÁTICA S/A. Jaguariúna - SP (matriz) Avenida Marginal, 156 - Centro CEP 13820-000 Tel (19) 3867-8800 Fax (19) 3867-8810 Alphaville/Barueri - SP Avenida Copacabana, 238 – Conj. 2002 B CEP 06472-001 Aracaju - SE Avenida Deputado Silvio Teixeira, 1300 – Sala 116 - Centro Empresarial Carlos Cunha - Bairro Jardins CEP 49025-100 Tel (79) 3217- 6517 Belém - PA Travessa Dom Romualdo de Seixas, 1560, sala 902, 903, Bairro de Umarizal CEP 66.055-200 Brasília - DF ST SCS Quadra 06, nº 113 - Bloco A - 2º Andar - Salas 201 a 209 e 3º Andar - Salas 301 a 309 - Ed. Sofia CEP 70306-902 Tel (61) 3704-8400 Hortolândia - SP Rua Therezinha Navarro da Silva, 620 - Sala 23 - Jardim do Bosque CEP 13186-241 Juiz de Fora - MG Rua Carlos Chagas, 33, Bairro São Mateus, Juiz de Fora -MG CEP 36025-010 Porto Alegre - RS Avenida Ipiranga, 6681 - Sala 210 - Prédio nº 96 D - PUCRS - Centro CEP 90610-001 Tel (51) 3016-5900 Recife - PE Rua do Apolo n° 81, Bairro de Recife Antigo, CEP 50030-220 Tel (81)3224 7576 Rio de Janeiro - RJ Av. Rio Branco,103 – 4º, 14º,15º,16º Andar – Centro CEP 20241-150 Tel (21)3539-8299 Vitória - ES Rua Comissário Octávio Queiroz, 44 - Jardim da Penha CEP 29060-270 Tel (55) 27 3022-0116 Salvador - BA Rua Coronel Almerindo Rehem, 126, Edifício Costa Andrade sala 1105 a 1112 CEP 41820-768 São Leopoldo - RS Avenida Unisinos, 950- Prédio Administrativo - Sala 8215 - 3º Andar - Bairro Cristo Rei Rio Grande do Sul, CEP 93022-000 Tel (51) 3539-6400 STEFANINI NETWORKING CONSULTORIA DE INFORMÁTICA LTDA. Belo Horizonte - MG [matriz] Av. Bernardo Monteiro 971- 5 andar – Santa Efigênia CEP: 30150-281 Tel (31)3546-8601 [filial] Rua Paraíba, 330, 19º andar - CEP 30130-917 São Paulo - SP Rua Eugênio de Medeiros, 242 3º, 4º e 5° Andar - Pinheiros CEP

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Sede Barranquilla Callle 76 No. 54-11 Oficina 413 Wold Trade Center Tel: 3450326

Córdoba Itazaingo, 606 planta baja B - 5000. Tel: (54) 351 570-9999 Fax: (54) 351 570-9999 CHILE

FRANÇA 3, Rue Du Colonel Moll 75017 Paris, France POLÔNIA

ESTADOS UNIDOS

Ul. Krasinskiego 17/2 31-111 Krakow, Poland

27335 West 11 Mile Road Southfeld, MI 48033, U.S. Tel: 800-522-4451 Tel: 248-357-2866 Fax: 248-357-2570

Ul. Batorego 28-32, Suite 502 81-366 Gdynia, Poland Tel: +32 2 620 20 20 Fax: +32 2 726 05 45

1010 East Kimberly Road Davenport, IA 52807, U.S. Tel: 888-688-2275 Tel: 563-445-7200 Fax: 563-386-9166

PORTUGAL

MÉXICO

REINO UNIDO

Cidade do México Av. Ejercito Nacional, 539 - piso 4 Colonia Granada - C.P. 11520 - D.F. Tel: (52)55 5254-0292

Lakeside House 1 Furzground Way Stockley Park Uxbridge, Middlesex UB11 1BD, U.K. Tel: +44 208 622 3490 Fax: +44 208 622 3200

Monterrey Av. Batallón de San Patricio 109 Sur, Ed. CNCI, piso 6 Col Valle Oriente, San Pedro Garza García Nuevo León - CP 66260 Tel: (52) 81 8133-2726 Fax: (52) 81 8133-2707

ROMÊNIA

Querétaro Av. Peñuelas 5 - int 35 Zona Industrial San Pedrito - QRO. CP 76140 Tel: (52 442) 220-6662 Toluca Av. Benedito Juarez, 1001 - 4º piso Col. San Francisco Coaxusco Metepec Estado de México Tel: (722) 2329458 (722) 2329459 Guadalajara Av. Moctezuma 3515, local 1B, Colonia Ciudad del Sol - CP 45050 PERU Lima República de Panamá 3030 Piso 11 - San Isidro Tel: (51 1) 221 4600 / 421 8100 Fax: (51 1) 221 5070 VENEZUELA

Rua Castilho, 1651070-050 Lisboa – Portugal

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Caracas Ed. La Union - Piso 6 - Ofcina 6B Av. Tamanaco - El Rosal Tel: 58 (212) 953-4781 Fax: 58 (212) 951-7954

__________________________

__________________________

Shanghai Bo Xia Road 50 Tel: 86-21-5027-5198

ARGENTINA Buenos Aires Calle San Martin, 323 – Piso 13 – Buenos Aires – Capital Federal, CP 1425. Tel: (5411) 4325-1250

Madrid, Spain Tel: +34 91 355 97 95 Fax: +34 91 725 48 91

EUROPA ALEMANHA

ASIA CHINA

FILIPINAS

Im Zollhafen 24 DE-50678 Koeln, Germany Tel: +49 221 650 78 466

30th Floor GT Tower International Ayala Avenue, cor. H.V. Dela Costa Street Makati City 1200 Philippines Tel: +1-632-310-5859

BÉLGICA

INDIA

Zweefvliegtuigstraat 10 - Rue du Planeur 1130 Brussels, Belgium Tel: +32 2 620 20 20 Fax: +32 2 726 05 45

Noida C-25 Stellar IT Park Tel: +91 120-4695750-770

Santiago Av. Nueva de Lyon, 096 ofcina 702 piso 7 - Providencia Tel: (56 2) 598 8800

DINAMARCA

COLÔMBIA

ESPANHA

Bogotá Calle 100 No. 19 a- 50 Barrio

C/Padre Jesús Ordoñez nº18, 2ºIzquierda, código postal 28002

Toldbodgade 18 5 1253 Kobenhavn, Denmark


INSIGHTS

STEFANINITRENDS#41

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JAN | FEV | MAR 2015

Soluções digitais de

“Em 2020, teremos mais de 50 bilhões de coisas conectadas e mais de 200 bilhões penduradas intermitentemente”

Big Data e Analytics movimentarão

US$ 788

mi

no mercado local em 2015, grande parte da demanda vai surgir das áreas de negócios

Previsão do Gartner para a Internet de Todas as Coisas

(IDC Brasil, Janeiro de 2015)

O FUTURO DIGITAL É BRILHANTE... É PARA LÁ QUE EU VOU Cássio Dreyfuss

Vice-presidente do Gartner

Foco : você não tem que ter vontade de vencer, mas vontade de treinar duro para vencer

Ricardo Rittes, IT & Shared Services Officer, AmBev

“A inovação é o que distingue um líder de um seguidor” Steve Jobs


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INSIDE

SERVIÇOS E SOLUÇÕES PARA

PRÉ-PAGOS

G

RAÇAS ÀS INÚMERAS UTILIDADES DOS CARTÕES PRÉ-PAGOS, como fazer compras físicas, pela internet, efetuar pagamento de despesas, recarregar e até transferir dinheiro para outras pessoas, o setor vem se consolidando cada vez mais no Brasil. Reforçando sua atuação no atendimento às demandas do mercado, a Orbitall está renovando a plataforma Vision Plus Flex para processamento de cartões. Com a plataforma mais atualizada do mercado brasileiro, a VisionPLUS Flex, e disponibilidade de 99,98%, a empresa oferece serviços no formato “full service” ou soluções modulares para mercados do setor. “Empresas do setor utilizam as ferramentas pré-pagas como instrumento de tecnologia para diminuir a circulação de moeda, substituindo o dinheiro físico pelo virtual nos atos de pagamento e recebimento para todas as classes sociais”, afirma Marcos Monteiro, diretor geral da Orbitall. Ele destaca também os cartões pré-pagos como forma de mitigar fraudes, controlar as despesas e reduzir os custos, agilizando o pagamento dos serviços, combustível, alimentação, oficinas ou demais despesas. Quase 40% da população brasileira ainda não têm conta em banco. Assim, o cartão pré-pago é uma ferramenta com a qual a população não-bancarizada se conecta ao banco.


STEFANINITRENDS#41

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TREINAMENTO ON-LINE A Samba Tech, parceira estratégica da Stefanini, está auxiliando a multinacional brasileira a fazer a transmissão e gestão de vídeos e treinamento on-line, para proporcionar conhecimento e engajamento a seus funcionários em todo o mundo. A empresa mineira foi escolhida para implementar a solução de treinamentos on-line e distribuição de vídeos na Stefanini por apresentar uma plataforma simples, completa e flexível. As plataformas disponibilizadas são: LMS Edools para e-Learning e Samba Vídeos para distribuição de vídeos. A princípio o projeto será aplicado aos líderes de cada área da Stefanini, contemplando 900 profissionais em todo o mundo, com a transmissão de conteúdos exclusivos para liderança e planos estratégicos da empresa. Após a aplicação da solução-piloto, o projeto será aberto para todos os outros funcionários, com conteúdos personalizados e desenvolvidos pela Stefanini. “O mercado de treinamentos on-line cresce muito no Brasil. Grandes players nos procuram por oferecermos uma solução completa, que permite transmissão de conteúdo com qualidade e proporciona redução de custos com deslocamento de pessoal, otimizando processos internos de nossos clientes”, conclui Gustavo Caetano, CEO da Samba Tech.

NEGÓCIOS EM NUVEM O mercado de soluções em nuvem cres-

modelo. “Com a diversidade de solu-

ce a uma taxa de 40% ao ano e deve

ções em nuvem, altamente especializa-

chegar a US$ 1,11 bilhão em 2017, se-

das e prontas para uso imediato, estas

gundo a consultoria Frost&Sullivan. De

áreas vêm cada vez mais adotando es-

olho neste mercado, a Stefanini está in-

sas soluções, sem mais depender da TI

vestindo na oferta de soluções na nuvem

interna. Esse tipo de comportamento é

para melhorar CRM, força de vendas,

muito importante para as empresas

campanhas de marketing, além de aná-

diminuírem o risco de experimentação

lise de tendências e comportamento de

de novas estratégias de negócios com

consumidores, além de ERPs mais leves,

um ótimo custo-benefício e redução de

comum algumas empresas sofrerem

no modelo SaaS (Software as a Service).

time-to-market”, explica.

com altos custos de infraestrutura,

Segundo Breno Barros, Head of

Entre os principais motivos para

além de riscos que trazem grandes

Global Solutions Center da Stefanini, as

aderir à nuvem, destaca Barros, estão

impactos financeiros. Para atender es-

áreas que não estão ligadas diretamen-

o menor custo de suporte e operação,

sas necessidades, oferecemos solu-

te ao setor de TI como, por exemplo,

modalidade de pagamento por uso

ções em cloud que ajudam a diminuir

marketing, P&D e vendas são as que

dos sistemas e menos preocupação

os riscos e contribuem para a segu-

mais buscam e se beneficiam deste

com atualizações tecnológicas. “É

rança das empresas.”

9


10

INSIDE

PARCERIAS ESTRATÉGICAS

R

ecentemente, a Stefanini fechou duas parcerias estraté-

Juntas, as empresas alcançarão um aumento no volume

gicas. A primeira com a McAfee, para oferecer serviços

de vendas de soluções de segurança”, afirma Marcos Ta-

voltados à segurança, e outra com a Ação Informática, pio-

bajara, diretor de canais da McAfee do Brasil. A princípio,

neira no modelo de negócios de distribuição de soluções

as atividades estão direcionadas para empresas localiza-

de valor agregado (S-VAD) no Brasil e América Latina.

das nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Ge-

Segundo Antonio Bruno, diretor-executivo da Stefanini,

rais e Distrito Federal.

a parceria com a McAfee agrega valor aos negócios de

Já com a Ação, a Stefanini fortalece sua atuação nas

ambas as empresas, além de oferecer soluções inovado-

tecnologias IBM, Oracle, HP e VMWare. “Buscamos par-

ras e diferenciadas para os diferentes setores. “Estamos

ceiros que possam transformar nossas tecnologias em so-

investindo em parcerias para reforçar o portfólio de solu-

luções eficientes para os clientes finais. Acreditamos que a

ções de software e hardware”, conta o executivo.

Stefanini tenha todos os atributos necessários para isto”,

Para a McAfee, o acordo é uma oportunidade de ala-

diz Enio Issa, presidente da Ação Informática.

vancar mais produtividade na prestação de serviços de TI

Para Bruno, a parceria reforça o posicionamento da

com soluções alinhadas às expectativas de negócios da

Stefanini, ampliando o portfólio e a cobertura geográfica.

companhia. “A Stefanini é uma grande integradora de sis-

Além disso, a aliança fortalece a empresa frente aos desa-

temas com atuação em todo o Brasil e em outros países.

fios do mercado em 2015.


STEFANINITRENDS#41

JAN | FEV | MAR 2015

CARNAVAL NO RECIFE A filial de Recife comemorou o carnaval deste ano em grande estilo. Segundo o CEO da Stefanini Document Solutions, Paulo Tadeu, é uma tradição das empresas do polo digital em Pernambuco terem um bloco próprio. “Tinha a ideia de utilizar eventos típicos da cultura de Pernambuco para trazer clientes para participar”, conta. A isso, somou-se o fato de a filial estar dentro do quartel-general do carnaval tradicional do Recife. “Montamos o projeto, apresentamos ao Marketing da empresa, que aderiu de imediato à iniciativa. Os vários setores do escritório passaram a trabalhar na organização e, hoje, temos o bloco ‘Quanto mais byte, mais gosto’, o primeiro a ter um boneco gigante representando o CEO Global da empresa, Marco Stefanini”, explica Tadeu. O boneco, representando seu patrono Marco Stefanini, mede entre 2,5 m e 3 m e desfilou de terno. “Contratamos um dos bonequeiros mais tradicionais dos blocos de Olinda. Além disso, convidamos amigos, familiares, clientes e colegas de outras empresas”, conta o executivo. O bloco saiu da sede da empresa, no Recife antigo, na sexta-feira pré-carnavalesca, desfilando pelas ruas de mais de 500 anos, consideradas a principal “passarela” do carnaval de rua do Recife, e por onde também passam os blocos tradicionais, os maracatus e os caboclinhos. O desfile encerrou-se no famoso Marco Zero, principal ponto de encontro de todas as manifestações culturais e políticas da cidade. “Nosso patrono reagiu à ideia com bom humor! Esse ano, ficou muito em cima da hora para ele e a família virem, mas já temos a promessa de estarem aqui no ano que vem. Afinal, ele tem de batizar o seu clone gigante!”, brinca Tadeu.

PREVENÇÃO À FRAUDE A Orbitall está apostando na oferta de serviços via SMS para gerar eficiência operacional e praticidade aos clientes. Essa oferta é destinada a diversos segmentos, como produtos, serviços e meios de pagamento. “No caso específico de cartão de crédito, identificamos alguns pontos fortes, tais como comunicação mais eficaz com o associado, facilidade ao acesso da informação, agilidade no envio de informações e fácil localização do cliente”, afirma Marcos Monteiro, CEO da Orbitall. O diferencial da ferramenta, ainda de acordo com o executivo, é a conveniência e facilidade de acesso à informação, além de ter um papel diferenciado no processo de Prevenção à Fraude e Redução de Ligações no Atendimento Assistido. O desenvolvimento desta funcionalidade foi feito internamente, garantindo uma ferramenta moderna e competitiva. Entre as principais funcionalidades, destacam-se as mensagens de limite disponível, alteração de endereço, aumento de limite, emissão de 2ª via de cartão, bloqueio e desbloqueio do cartão, cartão adicional, corte da fatura, alteração do vencimento, pagamento da fatura, compra negada, compra com limite disponível e envio da senha.

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12

Especial >>>

QUANDO AS IDEI Por Katia Simões

GANHAR DINHEIRO É UMA ARTE, TRABALHAR É UMA ARTE E FAZER BONS NEGÓCIOS É A MAIOR DE TODAS AS ARTES.” É ASSIM QUE O AMERICANO ANDY WARHOL, PAI DA POP ART, COSTUMAVA DEFINIR O DESAFIO DE SER UM ‘BUSINESS ARTIST’ EM UM TEMPO EM QUE ARTE ERA ALGO RESTRITO A UM PÚBLICO SELETO (E ENDINHEIRADO). COM SEUS PENSAMENTOS E PRODUÇÕES, WARHOL FOI PIONEIRO EM MUITAS FRENTES, ENTRE ELAS, NA LUTA PELA VALORIZAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL, A MOLA PROPULSORA DA ECONOMIA CRIATIVA, TÃO EM ALTA NESTA SEGUNDA DÉCADA DOS ANOS 2000


STEFANINITRENDS#41

JAN | FEV | MAR 2015

AS VALEM OURO

Embora a expressão Economia Criativa

uma abordagem total e multidisciplinar,

mico. Grande parte dessas atividades

tenha sido veiculada pela primeira vez

que lida com a interface entre econo-

está diretamente ligada às áreas de

pelo jornalista inglês John Howkins, es-

mia, cultura e tecnologia. Tomando por

cultura, moda, design, música e arte-

pecialista em negócios e autor do livro

base esse conceito, indústrias criativas

sanato. Outra parte tem origem no se-

Economia Criativa, uma das definições

são aquelas que utilizam o talento in-

tor de tecnologia, e um terceiro grupo

mais aceitas hoje em dia é a da brasi-

dividual e a criatividade como insumo

é gerado pelos ambientes da televisão,

leira Edna dos Santos Duisenberg, que

para as suas produções.

rádio, cinema e fotografia, além da ex-

foi chefe do Programa de Economia

De acordo com a ONU, as ativida-

pansão dos diferentes usos da internet.

e Indústrias Criativas da Conferência

des do setor estão baseadas no co-

Em todas as frentes, o crescimen-

das Nações Unidas para Comércio e

nhecimento e produzem bens tangíveis

to surpreende, seja na geração de em-

Desenvolvimento (UNCTAD) até 2012.

e intangíveis, intelectuais e artísticos,

pregos, seja na construção de novos

Segundo ela, a Economia Criativa é

com conteúdo criativo e valor econô-

processos e produtos. A edição espe-

13


14

Especial >>>

O MERCADO DE TRABALHO DA INDÚSTRIA CRIATIVA CRESCEU 90% ENTRE 2004 E 2013 E, HOJE, SOMA MAIS DE 892,5 MIL PROFISSIONAIS FORMAIS.

cial do Relatório de Economia Criativa

recursos que podem ser encontrados

da indústria criativa cresceu 69,8% em

2013, da Organização das Nações

em qualquer lugar do planeta, em qual-

termos reais, enquanto o PIB brasileiro

Unidas para a Educação, a Ciência e

quer porte e perfil de empresa. Os nú-

avançou apenas 36,4%.

a Cultura (Unesco) e do Programa das

meros confirmam.

MÃO DE OBRA CRIATIVA

Nações Unidas para o Desenvolvimen-

O comércio mundial de bens e

to (PNUD), destaca que a economia

serviços criativos totalizou US$ 624

Ainda de acordo com o Mapea-

criativa tornou-se uma poderosa força

bilhões em 2011, segundo dados do

mento da Firjan, o mercado de traba-

de transformação do mundo. Criativi-

Relatório de Economia Criativa 2013,

lho da indústria criativa cresceu 90%

dade e inovação, tanto individual quan-

e mais do que duplicou entre 2002 e

entre 2004 e 2013 e, hoje, soma mais

to coletiva, são a riqueza das nações

2011. Nesse mesmo período, as ex-

de 892,5 mil profissionais formais. Um

no século XXI, escrevem os estudiosos

portações de produtos do segmento

exército de boas ideias distribuído em

do assunto.

registraram aumento médio anual de

quatro grandes áreas: Consumo (Ar-

“Denomina-se a nova fonte de ri-

12,1% nos países em desenvolvimen-

quitetura, Publicidade, Design e Moda);

queza, porque a economia criativa traz

to. O Brasil não ficou de fora. De acordo

Cultura (Patrimônio e Artes, Artes Cêni-

uma nova proposta para o valor dos

com a quarta edição do Mapeamento

cas, Música, Expressões Culturais), Mí-

produtos e serviços”, afirma Adolfo

da Indústria Criativa no Brasil, realizado

dias (Editorial, Audiovisual) e Tecnologia

Melito, presidente do Instituto de Eco-

pela Federação das Indústrias do Esta-

(Biotecnologia, Pesquisa e Desenvolvi-

nomia Criativa. “O preço não é mais

do do Rio de Janeiro (Firjan), a indústria

mento, Tecnologia da Informação e

determinado por ativos físicos e, sim,

criativa nacional gera um Produto In-

Comunicação-TIC).

pelas ideias.” Os combustíveis da eco-

terno Bruto (PIB) de R$ 126 bilhões, o

Embora, entre as áreas, Consu-

nomia criativa, avisa o especialista, são

equivalente a 2,6% do total produzido

mo tenha recebido grande destaque

as boas ideias, o talento, a inovação,

no País em 2013. Neste período, o PIB

por dobrar o número de trabalhadores


STEFANINITRENDS#41

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US$

624 bilhões

é quanto movimenta o comércio mundial de bens e serviços criativos

R$

126 bilhões

é o valor do PIB da Economia Criativa no Brasil

69,8% foi quanto cresceu o PIB da Economia Criativa no País na última década

formais entre 2004 e 2013, também

Para ele, a criatividade é algo pessoal

participação de todos na busca de no-

ganharam visibilidade no período os

que vem de dentro da pessoa. Porém,

vas ideias para produtos e processos.

segmentos de Biotecnologia, Pesquisa

ninguém pode fazer tudo sozinho. O

A primeira iniciativa concretizada

e Desenvolvimento e TIC. Os três du-

ser humano precisa de outras pesso-

foi a Hackathon, uma maratona saudá-

plicaram suas forças de trabalho neste

as para desencadear ideias e o ajudar.

vel, com a proposta de receber ideias

período e contam hoje com nada me-

“A criatividade vem da interação entre

e trabalhá-las para que se materializem

nos do que 306 mil profissionais.

a nossa própria imaginação e aquilo

em projetos inovadores dentro da em-

O estudo destaca, ainda, que do

que vivenciamos no mundo”, escre-

presa. O encontro, que já aconteceu

total de profissionais criativos mape-

veu Howkins. “A inspiração pode vir de

em São Paulo e Belo Horizonte e de-

ados no Brasil, 19,4% atuam em em-

qualquer lugar, a qualquer momento,

verá correr o Brasil este ano, já gerou

presas consideradas criativas, como

durante o dia, à noite, quando estamos

resultados, segundo Vinícius Fontes,

agências de publicidade e escritórios

a sós ou com os amigos.”

Head of Innovation da Stefanini.

de design, e 80% em outros setores

Segundo o especialista, as pesso-

Entre as sugestões mais expres-

econômicos. A indústria de transfor-

as criativas estão sempre aprendendo

sivas e que já estão sendo levadas

mação, por exemplo, emprega 24,7%

como melhorar e fazer o seu trabalho

adiante está a conexão de grupos de

destes profissionais, ou seja, 221 mil.

de forma melhor. Ciente de que esta é

estudo com foco em idiomas, conec-

uma receita com todas as chances de

tando interessados em aprender e ha-

LIÇÃO POSTA EM PRÁTICA

gerar bons frutos, seja na integração

bilitados a ensinar, com custos muito

Em seu livro, John Howkins obser-

da equipe, seja na geração de novos

baixos. A mais nova ideia vencedora

va que os valores da economia criativa

produtos e processos, a Stefanini deu

da maratona, no final de janeiro, foi a

são baseados na diversidade, liberda-

início a uma série de encontros e ativi-

criação de um aplicativo para disse-

de, ambição, tolerância e curiosidade.

dades, com o objetivo de incentivar a

minar a cultura da Stefanini, pautada

15


16

Especial >>>

OS VALORES DA ECONOMIA CRIATIVA SÃO BASEADOS NA DIVERSIDADE, LIBERDADE, AMBIÇÃO, TOLERÂNCIA E CURIOSIDADE.

251

892,5

empresas brasileiras adotam algum conceito de Economia Criativa

é o número de empregos formais gerados pela Economia Criativa no País

mil

mil

em sete atitudes que devem virar re-

sozinho, fechado no seu mundo”,

Ainda dentro da cultura empre-

ferência. “Por meio do aplicativo, po-

afirma o executivo. “Temos enfatiza-

endedora aliada à economia criativa,

deremos disponibilizar rapidamente o

do muito o tema ‘Por uma Stefanini

a Stefanini criou o Open Startups,

recebimento de um prêmio por algum

melhor’ em nossos encontros, a fim

programa de relacionamento com

membro da equipe ou uma referência

de transformar o que não estava sa-

startups dispostas a trazer novos

recebida do mercado em relação ao

tisfatório em algo atraente.” Na visão

produtos e processos para dentro

nosso trabalho”, exemplifica Fontes.

de Fontes, as empresas de tecnologia

de uma das áreas da organização.

Outra iniciativa nascida do exercício

apresentam o ambiente ideal para o

“No total, 50 empresas nascentes se

criativo do grupo foi a criação da pla-

crescimento da economia criativa e,

aproximaram do grupo, 20 delas com

taforma Webinar, evento pela internet,

se insistirem em não aplicá-la, terão

produtos já prontos passaram para

mais descontraído e aberto ao público

grandes problemas. Segundo ele, tra-

uma segunda fase e, agora, 16 en-

externo.

ta-se de uma questão de sobrevivên-

contram-se no processo final de se-

Fontes salienta que as empresas

cia. “Organizações que não trabalham

leção”, revela o executivo. “Em breve,

demandam cada vez mais do pensa-

com a massa crítica principal, que são

apresentaremos as vencedoras ao

mento e da criatividade das pessoas.

as pessoas, perdem oportunidades e

mercado como parceiras para gerar

“Ninguém consegue mais trabalhar

talentos”, afirma.

novos negócios com a Stefanini.”


a r a p a i g o l o n c e T

seus

s o T e j pro

s i a i r T s u ind

A partir de agora, os clientes da Stefanini e da IHM Engenharia passam a ter uma solução com um único fornecedor, podendo contar com a consistência que a IHM possui no setor industrial somado à expertise em TI e presença global da Stefanini.

JuntaS, StEfanInI E IHM EngEnHarIa, vão aJudar o SEu nEgócIo a proSpErar E SEguIr conStruIndo uMa SólIda traJEtórIa dE SucESSo.

CIvIl + MeCânICo + eléTrICo + ProCeSSo + GerenCIAMenTo +AuToMAção + oTIMIzAção + MÊS + TI

www.ihm.com.br


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Varejo >>>


STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015

A

LOJA QUE

MEDE INTEGRAÇÃO ENTRE O ON-LINE E O OFF-LINE TRAZ STORE ANALYTICS PARA O CENTRO DAS DISCUSSÕES ESTRATÉGICAS DO VAREJO

TUDO

UANDO STEPHEN SADOVE, O CHAIRMAN DA NATIONAL RETAIL FEDERATION (NRF), FEZ SEU DISCURSO ABRINDO A 104ª EDIÇÃO DO BIG SHOW, O MAIOR EVENTO DO VAREJO MUNDIAL, EM JANEIRO EM NOVA YORK, DEIXOU UMA MENSAGEM PODEROSA: AS HABILIDADES NECESSÁRIAS PARA O SUCESSO NO VAREJO DO FUTURO SERÃO MUITO DIFERENTES DAS HABILIDADES EXIGIDAS ATÉ HOJE. FOI A SENHA PARA QUE AS MAIS DE 30 MIL PESSOAS PRESENTES AO EVENTO TOMASSEM CONTATO COM UMA VERDADEIRA REVOLUÇÃO QUE ESTÁ PRESTES A ACONTECER.

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20

Varejo >>>

sim, desenhar mapas de calor do chão de loja. Soluções em identificação por radiofrequência (RFID, do inglês Radio-frequency identification) oferecem sugestões de produtos relacionados e apresentam a opinião de outros clientes com perfil semelhante ao seu. A integração dos beacons ao Bluetooth e aplicativos de celulares, por sua vez, oferece A integração entre o digital e a loja física

uma experiência de compra muito mais inte-

foi a tônica do evento. O ponto de venda está

ressante: a rede de games GameStop, por

mais vivo do que nunca, mas a partir de agora

exemplo, usa essas tecnologias para continuar

ele será muito diferente: tecnológico, científico,

na loja o relacionamento que já tem com os

capaz de entregar uma quantidade imensa de

clientes pela web e celular. Ao entrar na loja, o

informação para os gestores do varejo, que

cliente é reconhecido e os games que ele pes-

poderão tomar decisões importantes para o

quisou recentemente aparecem nas telas à sua

negócio em tempo real.

frente, em mais um impulso à compra.

O mais interessante é que a tecnologia já está disponível para quem quiser colocar mãos à obra. A primeira keynote session da

UMA COISA SÓ

NRF mostrou várias lições do mundo esportivo: a seleção da Alemanha analisou, durante a

Tudo para fazer com que a experiência

Copa, todas as informações disponíveis sobre

on-line seja integrada ao que acontece dentro

o desempenho de seus atletas e dos adver-

da loja. Como disse o presidente da Levi’s, Ja-

sários, e assim sabia muito bem o que fazer

mes JC Curleigh, em uma das palestras mais

em cada partida (para desespero de nós, bra-

elogiadas do evento, “para o consumidor não

sileiros). A NBA, por sua vez, disponibiliza para

existe separação de canais, é tudo uma coisa

os fãs as estatísticas de todos os jogadores da

só. É hora do varejo agir da mesma forma”.

história do basquete profissional americano, o

Ao abraçar a integração on-line/off-line, o

que só aumenta a disposição dos torcedores

varejo levará para os pontos de venda tradicio-

em se engajar mais com o esporte.

nais as métricas que hoje são comuns na inter-

Esse lado “moneyball” do esporte está che-

net. O store analytics ganha relevância e os vare-

gando ao varejo. Nos dois andares e mais de

jistas passam a se perguntar, por exemplo, qual

20 mil metros quadrados de área de feira, os

é a taxa de conversão de cada departamento

expositores mostraram não somente projetos, mas também aplicações reais que usam, por exemplo, sistemas do tipo Kinect para identificar os clientes no ponto de venda (PDV) e, as-


STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015

da loja, por dia da semana ou por perfil de público. Ou quais são os produtos mais vendidos junto com um determina-

A INTEGRAÇÃO DOS BEACONS AO BLUETOOTH E APLICATIVOS DE CELULARES, POR SUA VEZ, OFERECE UMA EXPERIÊNCIA DE COMPRA MUITO MAIS INTERESSANTE.

do produto. Ou se o preço de certo produto é competitivo, não apenas em relação a outros varejistas físicos, mas também em relação à internet.

Outra grande vantagem da solução é entender a sazonalidade e definir o melhor target,

As lojas enfrentam uma concorrência glo-

além de analisar o custo de perda de um clien-

bal, com outras lojas e com a internet. No centro

te. “O Analytics permite um planejamento cor-

dessa competição está o consumidor, conecta-

reto, a partir da compreensão de tendências

do via smartphone com o mundo. Para atender

do mercado”, ressalta Loyal Pridgen, diretor

melhor seu cliente e vender mais, os vendedo-

NA/APAC da Stefanini.

res precisarão estar conectados também.

Então está na hora de aproveitar o potencial do Analytics e da própria mobilidade para criar experiências customizadas e relevantes

DATASTORM

para o varejo. Certamente os resultados mudarão completamente o modo de se fazer

Para isso, a Datastorm, empresa do gru-

varejo, garantindo novas possibilidades de

po Stefanini, dispõe de ferramentas de análise

vendas, além de uma experiência diferenciada

específicas, que podem descrever o que está

para o consumidor.

acontecendo numa determinada loja, avaliar o porquê de ter acontecido, o que pode vir no futuro e o que fazer para as coisas acontecerem da forma que a empresa planeja. Esse tipo de solução pode ajudar a mudar o diagnóstico e o rumo do varejo. “A solução de Analytics é uma combinação de arte e ciência. A informação que ela gera agrega valor ao negócio, refletindo diretamente no aumento da lucratividade e na satisfação do cliente”, afirma Leandro Faria, CEO da Datastorm.

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Inovação >>>

MAIS INVESTIMENTO EM

FULL IT OUTSOU COM TERCEIRIZAÇÃO DA INFRAESTRUTURA, EMPRESAS FICAM LIVRES PARA FOCAR MAIS NOS NEGÓCIOS E AUMENTAR COMPETITIVIDADE

C

RESCER DE FORMA SUSTENTÁVEL é um dos principais desafios das empresas hoje em dia. Por isso, a terceirização da infraestrutura de tecnologia ganhou espaço, contribuindo

para que as empresas foquem seus esforços no negócio, enquanto um parceiro mantém a infraestrutura da TI funcionando. Tanto que o mercado brasileiro deve investir somente na área de serviços em TI este ano cerca de US$ 21,5 bilhões, um acréscimo de 13,7% em relação ao ano passado. Atualmente, a oferta de outsourcing que tem se destacado é aquela que reúne em um único fornecedor as opções de hardware, software e serviços, o chamado Full


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“A TENDÊNCIA É OFERECER UM CONJUNTO FLEXÍVEL DE SERVIÇOS, QUE ABRANGE DESDE UMA COMPLETA TRANSFORMAÇÃO DO MODELO DO CLIENTE ATÉ A INTERVENÇÃO EM UM SIMPLES CUSTO ESPECÍFICO OU EM UM PROBLEMA DE DESEMPENHO.”

sejam concretizados, o fornecedor precisa estar devidamente preparado para cumprir com requisitos fundamentais, tais como ter profissionais altamente qualificados e contar com parceiros especializados nas principais tecnologias utilizadas pelo mercado, capazes de fornecer soluções inovadoras para

RCING

os negócios. Outro ponto importante é que o conceito de outsourcing ponta a ponta também resolve o problema que as empresas enfrentam para contratar mão de obra de TI interna e também para gerir diferentes fornecedores. Cada vez mais, o gestor de TI compreende que manter altos investimentos em atualização de tecnologia e conseguir consolidar as perdas de conhecimento por conta da falta de mão de obra no mercado são

IT Outsourcing, possibilitando que as empresas alcancem

fatores que podem impactar na boa condução do negócio da

um alto desempenho com redução de custo e rentabilidade

empresa.

sustentável.

“Hoje o poder passou a ser a informação. Tanto que os

“A tendência é oferecer um conjunto flexível de serviços,

dados possuem valor intangível se comparado com o hardwa-

que abrange desde uma completa transformação do modelo

re que o suporta. É vital que a infraestrutura esteja dimensio-

do cliente até a intervenção em um simples custo específico

nada adequadamente e com toda a segurança e contingência

ou em um problema de desempenho”, afirma Eduardo Vale,

possível”, destaca.

diretor de ITO da Stefanini. As empresas que optam por esta modalidade contam com uma ampla gama de serviços que reúne todas as suas necessidades em infraestrutura de TI, desde servidores físicos e virtuais, comunicação unificada, mobilidade, segurança da informação, até data centers, desktops e dispositivos móveis.

INOVAÇÃO EM INFRAESTRUTURA Para o sucesso do negócio, as empresas precisam de infraestrutura adequada, com baixo custo, de modo a atender as necessidades atuais e futuras. Nesse caso, são fundamentais as soluções completas e totalmente adaptáveis de outsourcing de infraestrutura de TI, com metodologia própria baseada nas melhores práticas ITIL e profissionais especializados nos mais diversos ambientes e sistemas. O serviço de Service Desk da Stefanini, por exemplo, centraliza as ocorrências de in-

De acordo com Vale, para que

cidentes e problemas no ambiente do cliente, oferecendo atendimento e suporte técnico

os benefícios econômicos e ope-

de outsourcing de TI em todos os níveis organizacionais para manutenção de hardware,

racionais do Full IT Outsourcing

distribuição de software e todas as necessidades da área de informática da empresa. Outro ponto essencial ao sucesso de qualquer empresa é a segurança. “A tendência é que os serviços de Infraestrutura de TI englobem análise de vulnerabilidade, análise de riscos, plano de contingência e plano de continuidade dos negócios, conforme melhores práticas de ITIL para outsourcing”, frisa Eduardo Vale.

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Bate-papo >>>


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ADMIRÁVEL NOVO CASSIO DREYFUSS, VICE-PRESIDENTE E LÍDER DE PESQUISA DO GARTNER PARA O BRASIL, CONVERSA COM MARCO STEFANINI, CEO GLOBAL DA CONSULTORIA QUE LEVA SEU NOME, SOBRE AS TECNOLOGIAS DIGITAIS QUE ESTÃO REVOLUCIONANDO A MANEIRA DE FAZER NEGÓCIOS Por Luciana Abritta e Marisa Mazza

ESTAMOS ROMPENDO AS FRONTEIRAS ENTRE O MUNDO FÍSICO E O DIGITAL, o mundo está virando uma coisa só. Com a chegada da Internet das Coisas, os negócios ganham novos desenhos de produtos, processos e serviços nunca antes imaginados. São os chamados negócios digitais”, revela o vice-presidente e líder de pesquisa do Gartner para o Brasil, Cassio Dreyfuss. De acordo com Dreyfuss, as mudanças são permanentes. O primeiro grande salto veio com as tecnologias que o Gartner chama de “O Nexo das Forças”, dando origem, em seguida, aos negócios digitais, com profundas mudanças no mercado e na tecnologia em que se baseiam as atividades econômicas, e transformando os processos das indústrias. O cenário digital conta hoje com oito famílias de tecnologias. As quatro primeiras – mobilidade, cloud, redes sociais e analytics – já estão viabilizando novos modelos de negócios e permitem uma sinergia entre elas. As outras quatro são a Internet das Coisas, os dispositivos vestíveis, as máquinas inteligentes e a impressão 3D. No encontro com o CEO Global da Stefanini, Marco Stefanini, Dreyfuss fala com exclusividade para a revista Trends sobre as tecnologias e a inovação que estão revolucionando o mundo dos negócios.

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Bate-papo >>>

JÁ É POSSÍVEL, POR EXEMPLO, TER UMA SÉRIE DE DISPOSITIVOS QUE TOMAM DECISÕES NA CASA, COMO A GELADEIRA QUE AVISA SOBRE PRODUTOS QUE ESTÃO FALTANDO OU DEVICES QUE DESTRANCAM A PORTA, LIGAM A TV E SELECIONAM O PROGRAMA FAVORITO DO MORADOR.”

Marco Stefanini - Como o Gartner define negócios digitais? Cassio Dreyfuss – São a criação de novos desenhos de produtos, de processos, de serviços, de negócios, que alavancam possibilidades tecnológicas revolucionárias. Estamos rompendo as fronteiras entre o mundo físico e o digital, o mundo está virando uma coisa só. Em várias áreas, como saúde, educação, trabalho e mesmo na vida pessoal, já é possível usufruir de muitas tecnologias para facilitar nosso dia a dia. sempenhados em qualquer lugar, a qualquer tempo, a partir MS – Como estas tecnologias podem ajudar na

de qualquer dispositivo. As empresas estão percebendo o

educação ou na saúde?

potencial de trabalhar mais flexivelmente, de qualquer lugar.

CD - Os novos processos educacionais customizam

MS – Mas, no caso da vida pessoal, ainda está se

conteúdos por meio de métodos digitais. Cada aluno

iniciando o uso de Internet nas casas.

evolui de acordo com a capacidade e nível de conheci-

CD – As interações por meio de aplicativos estão ganhando

mento e interesse, além de entrar em contato com uma

espaço. Eles permitem não só sugerir o melhor trajeto para

rede de pessoas no mesmo nível. Na saúde, equipa-

fugir de congestionamentos, como o GPS, mas os sensores

mentos com sensores relatam o status de recuperação

também estão cada vez mais baratos, já sendo introduzidos

de um paciente para o médico, via iPad, e permitem a

em muitos objetos. Já é possível, por exemplo, ter uma série

tomada de decisões sobre o melhor tratamento.

de dispositivos que tomam decisões em casa, como a geladeira que avisa os produtos que estão faltando ou devices

MS – Os profissionais também se beneficiam

que destrancam a porta, ligam a TV e selecionam o programa

com um trabalho mais flexível, porque estão

favorito do morador. Mais que isso, também sugerem a que

sempre on-line...

horas o dono da casa deve acordar no dia seguinte, por con-

CD - Sem dúvida, são variados papéis profissionais de-

ta de sua agenda diária.


STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015

S I N E R G I A MS - Que tecnologias são estas que vão viabilizar a

dermos a informação são os quatro Vs: velocidade, volume,

economia digital?

variedade e valor. Temos que reaprender a lidar com a infor-

CD - São oito famílias. Na visão do Gartner, as quatro pri-

mação. E mais: não precisamos mais guardar a informação,

meiras – ferramentas sociais, mobilidade, cloud e analytics

o paradigma foi totalmente subvertido. Quando precisarmos

– chamamos de Nexo das Forças e já estão sendo empre-

vamos buscá-la na rede. Guardamos apenas os registros das

gadas com grande sinergia, viabilizando novos modelos de

operações da nossa própria empresa.

negócios. As outras quatro que vêm para participar dessa sinergia são a Internet das Coisas, os dispositivos vestíveis,

MS – Os processos de cloud computing estão avan-

as máquinas inteligentes e a impressão 3D.

çando no País? CD – A nuvem tem apresentado taxas de crescimento cres-

MS – Como as ferramentas sociais podem alavan-

centes, especificamente em 2014, o que significa que as em-

car os negócios?

presas brasileiras estão aderindo aos poucos – mas o volume

CD – As ferramentas sociais são, na verdade, uma cole-

ainda é pequeno. Do ponto de vista econômico, a lógica de

ção de serviços oferecidos. Estamos vendo, ainda timida-

aquisição de tecnologia passa pela nuvem. O paradigma muda

mente, processos de negócios em que, por meio de redes

também. Ao invés de investir na construção de um data center,

sociais, as empresas permitem às pessoas participar da

comprar tecnologia, contratar e treinar pessoas, podemos ter

definição de produtos. A rede não é apenas um instrumen-

serviços por meio da nuvem, quando e na medida em que

to de marketing, é um instrumento para trazer as pessoas

precisarmos. Então, a tendência é que todas as empresas no

aos processos da organização.

futuro, com poucas exceções, terão um misto de arquitetura tradicional entre nuvem pública e nuvem privada. Em que pro-

MS – A mobilidade facilita o dia a dia, mas também

porção? Vai depender de cada empresa.

gera muita informação. O que fazer com isso? CD – Os dispositivos móveis, ao se comunicarem com outros dispositivos, criam um contexto e colocam as pessoas no centro dessa rede. O exemplo mais corriqueiro é o aplicativo 99 Táxis, mas existem exemplos muito mais sofisticados. Falar ao telefone talvez seja hoje a função menos nobre desses dispositivos. Os dispositivos móveis tornam todas as informações uma extensão do nosso cérebro. A maneira de encarar a informação mudou completamente em função da quantidade, da velocidade da geração de informação. O novo paradigma para enten-

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Bate-papo >>>

Internet das Coisas

“SÃO OITO FAMÍLIAS [DE TECNOLOGIAS]...” Dispositivos Usáveis

Informação

Ferramentas Sociais

Impressão 3D

NEXO DAS COISAS Nuvem

Máquinas Inteligentes Mobilidade

MS – Agora a Internet das Coisas veio para ficar. Como você vê a tendência da IoT para os negócios? CD - A Internet das Coisas é uma explosão que vai acontecer muito rápido, porque os custos dos sensores, tal como aconteceu com os transistores e os microprocessadores, estão caindo em ritmo acelerado. Em 2020, daqui a cinco anos, haverá 50 bilhões de dispositivos pendurados na Internet e mais de 200 bilhões de coisas ligadas intermitentemente. A explosão da Internet das Coisas abre infinitas possibilidades,

vers”, robôs de movimento muito usados em fábricas; os “do-

novos modelos de negócios, mas representará, também,

ers”, que executam tarefas; e os “thinkers”, que tomam atitu-

a explosão da informação. Cada um desses dispositivos

des por meio da análise de informação. Por exemplo, o Boeing

estará produzindo informação.

787, que tem centenas de sensores, processadores e atuadores a bordo, pode tomar atitudes sem a interferência do piloto.

MS – Os dispositivos usáveis ainda estão inician-

A impressão 3D está revolucionando a fabricação de peças

do. Como eles podem ajudar as empresas?

complexas, como próteses ortopédicas, e que precisam estar

CD - Os “wearables” ligam as pessoas e sua vida à rede.

disponíveis a distância, como peças de reposição para aviões

Existem dois tipos, um sensor que transmite seus sinais

e equipamentos militares.

vitais para a rede ou outro que traz informações da rede para você. Ou os dois. Já é possível utilizá-los para oferecer

MS - Como se faz inovação digital?

serviços e produtos. Uma seguradora, a Prudential, lançou

CD - Células de inovação devem fazer parte das empresas.

um produto de seguro, usando sensores que monitoram a

Hoje em dia, inovação é um trabalho colaborativo, que reúne

vida do seu segurado e, em função da melhora do seu perfil

profissionais de TI, gente dos negócios e especialistas em as-

de saúde e consequente redução de riscos, pode oferecer

suntos específicos, que podem estar em qualquer lugar. É um

descontos na apólice.

novo paradigma de inovação. Estamos dizendo aos nossos clientes que eles não têm e não terão todos os recursos ne-

MS – As máquinas inteligentes e a impressão 3D

cessários para realmente fazerem inovação nos negócios. As

ainda estão começando. Qual será o impacto des-

empresas terão que lançar mão de provedores externos para

sas tecnologias no futuro?

trazer os recursos necessários.

CD - Estamos iniciando uma mudança na manufatura provocada pela revolução industrial, iniciada no século XVIII. Hoje, há três categorias de máquinas inteligentes: os “mo-


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O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES [NO BRASIL] É UM GARGALO QUE TENDE A SER SUPERADO NOS PRÓXIMOS ANOS.” I N O V A Ç Ã O

cidades, mas não no resto do País. O setor de telecomunicações é um gargalo que tende a ser superado nos próximos anos. Com relação ao armazenamento, os profissionais de BI e big data dizem que ele irá aumentar geometricamente, mesmo jogando fora o que você não precisar.

MS – Como se educa para a inovação? CD - A primeira ação é gerar ideias. Das milhares de ideias

MS – Dentro deste movimento de inovação, de imagi-

geradas, é necessário selecionar aquelas em que vamos apos-

nar e criar, qual é o maior desafio para as empresas do

tar, fazer um piloto para experimentar os novos processos de

mercado brasileiro para a geração de novos negócios?

negócios. A partir de um piloto bem sucedido, vamos desen-

CD – Penso que o maior desafio é o empresário começar a pen-

volver, generalizar e modificar o comportamento das pessoas

sar com uma cabeça diferente. É um novo paradigma, a empresa

para trabalhar no novo processo. Finalmente, vamos analisar o

vai investir em informação, conhecimento, e não em ativo tangível.

que aprendemos e como mudamos nossos paradigmas.

O empresário brasileiro tem possibilidade de fazer isso, mesmo sob o difícil cenário econômico atual. Em vez de investir em ativos,

MS - Quais são os papeis que as pessoas vão exercer

adquirir o talento necessário para criar inovação.

em inovação? CD - O primeiro papel é o criativo, a pessoa que tem a capa-

MS - E como estimular a pensar diferente? As pessoas

cidade de pensar fora da caixa, no que é possível fazer e ainda

têm muito medo de errar, como mudar isso dentro das

não foi feito. A partir dele, precisamos de alguém que desafie

empresas?

a criação inicial e contribua para que se refine a criação. Daí,

CD – Exatamente. Somente com novas atitudes, de educar

precisamos de um agente colaborativo, que ajuda as pesso-

nesse sentido, de fazer as pessoas acreditarem numa realidade

as a trabalhar em conjunto, pegando o melhor de cada um e

diferente. É isso que você falou, medo de errar. A maioria das

obtendo a sinergia esperada. Na retaguarda, teremos alguém

pessoas tem gravado que o erro é sempre punido. Quando você

coordenando e integrado às ações. Finalmente, há o papel de

resolve criar coisas novas, a falha faz parte do processo. Não es-

liderança, pois sem alguém para direcionar os esforços não

tou dizendo que se deve premiar as falhas, mas entender que elas

chegaríamos a lugar nenhum.

fazem parte do processo.

MS - Com a introdução da IoT, como o Gartner vê o impacto do armazenamento de dados na infraestrutura de telecomunicações, com o volume de tráfego de tantas informações? CD - Esse é um desafio principalmente no Brasil. É uma das razões pela baixa velocidade de implantação da nuvem no Brasil, porque ela funciona nas capitais ou principais

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30

Bate-papo >>>

“ESTE É O MOMENTO DE OUSAR PORQUE NEGÓCIOS DIGITAIS NÃO SÃO MAIS DO MESMO.

O U S A D I A MS – Se as pessoas encararem isso como parte do processo, a inovação passa a ficar mais próxima? CD – Elas perdem o medo de ousar e este é o momento de ousar, porque negócios digitais não são “mais do mesmo”. Não é usar mais computador ou mais informação em cima dos processos existentes. São outros processos, outros modelos de negócio. MS – Conhecendo bem a realidade do mercado brasileiro, latino-americano inclusive, o que você

em minha opinião, acho que boa parte da mentalida-

diria sobre o potencial de crescimento em inova-

de empresarial terá de dar um salto de visão. É difí-

ção na região?

cil, porque o ambiente digital não é confortável para

CD – Acho que o potencial é grande justamente porque

as gerações mais velhas, imagine nessa visão muito

isso permite ao empresário brasileiro entrar no jogo. Ele

industrial. O choque é grande, a distância é grande.

não pode dizer que não consegue competir com o em-

CD – Mas é justamente isso. Temos de assustar essas pes-

presário estrangeiro. Mas por quê? As ideias deles são

soas para perceberem que, se não fizerem alguma coisa, vão

melhores que as nossas? Vamos competir por ideias, por

ficar para trás.

informação. Nós, latinos, gostamos de dizer que somos criativos, ágeis, flexíveis, gostamos de coisas novas. São

MS – Destas tendências abordadas – cloud, mobile, In-

todas características positivas. Agora falta o outro lado, o

ternet das Coisas –, qual será a tônica maior em 2015?

foco, a disciplina, a persistência.

CD - A sinergia entre essas tecnologias está sendo ainda pouco explorada. Mas temos conversado com vários clientes

MS – Acreditar, né? Eu acho que tem um ponto

e eles estão investindo na construção de modelos de negó-

que vejo quando temos estas discussões em nível

cios, apostando na sinergia.

mais alto, não só no governo, mas com os empresários, é que boa parte da cultura empresarial

MS – A questão do modelo híbrido é uma tendência

brasileira ainda é muito industrial, quer dizer, está

no Brasil também?

mais longe do processo criativo. Essa mentalida-

CD – É, sem dúvida. Meus colegas da área de infraestrutura e

de industrial é extremamente de processo. Então,

data center mostram isso com clareza, e nessa área fica muito claro, você faz a conta na ponta do lápis. Os novos CPDs terão esta característica híbrida. Ninguém vai se dar ao luxo de criar um CPD exclusivamente para uso próprio.


STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015

SEGURANÇA ABSOLUTA NÃO EXISTE. ENTÃO A QUESTÃO É A SEGUINTE: QUAL É O NÍVEL DE SEGURANÇA QUE VOCÊ EXIGE PARA O NÍVEL DE INVESTIMENTO QUE ESTÁ DISPOSTO A FAZER?.” S E G U R A N Ç A MS – Quando se pode esperar que se integrem todos os sistemas no Brasil? MS – Por que cloud está demorando a pegar no Brasil? Quando você vislumbra a utilização de maneira efetiva? CD - Está crescendo muito rapidamente e já está pegando. No Brasil, temos um problema que é o seguinte: durante décadas, o mercado falou que o CIO bom era aquele que juntava os melhores equipamentos, hardwares etc., e entregava serviço, porque hardware sempre foi caro e pouco disponível. Agora estamos falando que isso não é o mais importante, que o provedor vai trazer o que for necessário. MS – A questão da segurança ainda é uma preocupação? CD - Claro que sim. Eu digo que a segurança absoluta não existe. Então a questão é a seguinte: qual é o nível de segurança que você exige para o nível de investimento que está disposto a fazer?. É uma decisão de negócio. Mas já existe muita resposta tecnológica convincente a problemas de segurança. MS – A tendência é a necessidade da ajuda de um

CD - Não há muita previsão para isso. Gostamos de imaginar o seguinte cenário: o Brasil, com a extensão territorial que tem, vai ter de usar a Internet das Coisas. Por exemplo, atividades em que os sensores vão ter um papel muito destacado serão o agronegócio, a inspeção de gasodutos, a verificação de linhas de transmissão. Todas as áreas que dependem de um penoso deslocamento por grandes extensões territoriais são um mercado que está esperando pelos sensores. Isso vai começar a acontecer muito rapidamente. MS – Em meio a todas essas mudanças, qual será o novo papel do CIO? CD - O CIO está numa encruzilhada. Ele pode escolher ser o CIO técnico, responsável pela montagem de uma capacidade de processamento de alto nível de eficiência, de confiabilidade, de segurança. Esse é um tipo de CIO que ainda vai existir. Embora importante, ele terá muito pouco a contribuir para a estratégia do negócio. Do lado oposto, há outro tipo de CIO, que se virou para o lado dos negócios e está usando sua capacidade, inteligência e percepção para trabalhar com os líderes de negócios com o objetivo de criar novos modelos. O profissional terá de escolher.

provedor externo? CD - Isso não tem a menor dúvida. Vemos cada vez mais empresas que terão um núcleo interno, terão seus profissionais para aqueles modelos de competitividade, e mais uma constelação de provedores aos quais se pedem novos recursos, novas aplicações.

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Entrevista >>>

EMPRESAS VISIONÁRIAS

efeito iguana NÃO SOFREM DO Por Marisa Mazza


STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015

OR QUE AS EMPRESAS TÊM DIFICULDADE PARA APROVAR IDEIAS CRIATIVAS? FOI COM ESTA INDAGAÇÃO QUE GRAZIELA DI GIORGI, DIRETORA DO GRUPO CONSULTORES DO BRASIL E PESQUISADORA DA ÁREA DE DESENVOLVIMENTO DE EMPRESAS E INOVAÇÃO, RESOLVEU MERGULHAR NO ASSUNTO Ela pesquisou 75 marcas, das quais entrevistou 60 executivos de marketing e 15 líderes inovadores de grandes empresas, entre bens de consumo, bancos e varejo, dentre outros, além de analisar 28 cases em seu primeiro livro, O Efeito Iguana, lançado pela Alta Books Editora. Nesta entrevista exclusiva para revista Trends, ela explica que a ideia do livro é demonstrar de uma maneira teórica e prática, quais atitudes inovadoras ajudam as empresas a alcançar o sucesso e, por outro lado, quais as barreiras que as impedem. A autora faz o jogo de palavras/ideias entre iguanas/humanas. “Pessoas e empresas humanas se adaptam ao mercado, desafiam o status quo, ajustando suas falhas e reciclando suas ideias. São reconhecidas pela habilidade de se colocar no lugar do outro, a fim de criar ideias que gerem valor para as pessoas”, explica. Em contrapartida, revela que empresas/pessoas iguanas são avessas às diferenças, possuem um medo grande de errar e, por isso, não se arriscam. Ela escolheu a iguana para apresentar este efeito por ser um réptil que, como todos, age por instinto de sobrevivência por meio de uma motivação exclusivamente autocentrada, nutrida por sua incapacidade de se emocionar, de colocar-se no lugar dos outros.

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Entrevista >>>

Stefanini Trends – Como surgiu

ST – O que são empresas “igua-

este conceito e como você o apli-

nas” e por que a correlação?

cou na pesquisa? GG – A iguana não tem o sistema límGraziela Di Giorgi - Foi a partir da

bico ou emocional e nem o neocórtex,

análise das entrevistas que realizei com

que é responsável pela razão. Vive do

as marcas, somada a oito anos de

instinto e quer somente sobreviver. A

observação desse mercado. Ao longo

empresa “iguana” também é assim,

dos anos, ficava claro que um dos atri-

imediatista, autocentrada, só pensa no

butos mais valorizados pelas marcas é

curto prazo e no lucro. Quando uma

a capacidade criativa que uma agência

empresa não é empática é também

pode aportar. Porém, quando conver-

egoísta e, nesse caso, não gera valor

sava com executivos de agências de

para as pessoas. Contentar-se em so-

propaganda, ouvia com frequência a

breviver significa apenas a espera da

dificuldade em aprovar uma ideia cria-

morte de uma empresa.

tiva. Onde estava o problema? Essa pergunta foi a minha motivação para conduzir as entrevistas com os executivos, para entender o que é estimulante

ST – Por que as empresas “igua-

na hora de aprovar um material criativo

nas” inibem a criatividade?

e o que impede essa tomada de decisão. Como contraponto, conversei

GG – Por que elas têm aversão ao ris-

com os líderes inovadores brasileiros

co, ou melhor, à perda. Em 1970, dois

para entender por que e como eles

psicólogos descobriram que odiamos

conseguem fazer coisas diferentes,

perder duas vezes mais do que ado-

que as empresas mais conservadoras

ramos ganhar. Em um cenário cada

não conseguem.

vez mais pragmático, focado em resultados de curto prazo e que reveste a cultura empresarial de objetivos concretos, há um distanciamento do real significado da criatividade. As pessoas esqueceram o que é criatividade. Perguntadas sobre o que é criatividade, 64% delas dizem que é uma ideia original, enquanto 46%

A EMPRESA ‘IGUANA’ É IMEDIATISTA, AUTOCENTRADA, SÓ PENSA NO CURTO PRAZO E NO LUCRO.

afirmam que é uma ideia prática. No entanto, somente 14% acham que devem ser as duas coisas. Talvez o termo inovação venha a recuperar a praticidade que existe

nas ideias criativas, uma vez que está focada na geração de soluções que ofereçam valor às pessoas.


STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015

ST – Qual a diferença em relação às empresas humanas? GG – A empresa inovadora dá chance ao erro ao estimular a tentativa. Ela é consciente que, ao trilhar um caminho novo, erros podem acontecer. Por isso, estimula a criação de novas soluções

A EMPRESA INOVADORA É CONSCIENTE QUE, AO TRILHAR UM CAMINHO NOVO, ERROS PODEM ACONTECER.

mesmo com a possibilidade do erro. É um risco que se corre, mas se ela errar já estava previsto. E, se acertar, pode ser um golaço. Isso abre a cultura para a inovação. As empresas humanas

ST – O que as empresas devem

oferecem soluções interessantes para

fazer para mudar?

a sociedade por serem autênticas, empáticas e visionárias.

GG – Não existe mágica, são as pessoas que fazem isso. O que é preciso é construir um clima propício para contaminar as pessoas, uma cultura que

ST – Como ficam as marcas brasi-

estimule a colaboração, a tentativa, que

leiras neste ranking?

ouça e que invista em capacitar suas pessoas com ferramentas que ampliem

GG – Depende da cultura da empresa.

suas visões. No livro, criamos cinco

O Brasil, em geral, tem alta aversão à

cápsulas para olhar os problemas com

incerteza. De uma forma generalizada,

novos olhos e incentivar a inovação de

só mudam seu status quo quando re-

dentro para fora. São elas: contexto, co-

sultados ruins acontecem. E, ao anali-

nhecer, cocriar, construir e compartilhar.

sar os resultados das entrevistas, fica

Inovar é mais sobre mudança de com-

claro ser essa aversão mais acentuada

portamento e menos sobre tecnologia.

em empresas que têm medo de per-

E nasce da diferença que você pode

der a liderança. As empresas humanas

fazer nos problemas do dia a dia.

brasileiras se destacam no mercado por procurarem vantagem competitiva permanente, por buscarem gerar benefícios às pessoas e, sobretudo,

ST – Como a tecnologia pode

por saberem quem elas são, o seu

ajudar as empresas no processo

propósito e o seu papel ampliado na

de inovação?

sociedade. Sendo assim, o lucro surge como consequência.

GG – A tecnologia é o meio que permite desenvolver projetos inovadores. Mas é preciso acioná-la a partir de uma atitude inovadora. Associada a um comportamento sociocentrado, que motive a entrega de valor em vez do lucro imediato, o seu papel pode ser transformador.

Obra ensina como estimular inovação para alcançar sucesso.

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Fusão >>>

A HORA

É DE


STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015

MESMO NUMA VISÃO MAIS REALISTA, A TENDÊNCIA É QUE OS INVESTIMENTOS EM TI CRESÇAM, INCLUINDO A ÁREA DE AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

O

ANO COMEÇOU COM ALGUMAS MEDIDAS IMPOPULARES do governo que afetam todos os setores da economia. Apesar da previsão de alta da inflação, da queda do PIB, do aumento da taxa Selic até o final do ano, e de outros preços que podem impactar o mercado como um todo, a expectativa é de que estes ajustes ajudem a recolocar a economia nos trilhos e, com isso, estimular a retomada da confiança para melhorar os investimentos. Principalmente na área de Tecnologia da Informação, pois disso depende e muito o avanço do País. A previsão do instituto Gartner, para este ano, é de que investimentos no setor de TI devem crescer 2,4% em todo o mundo. De acordo com a projeção, o mercado de TI receberá cerca de US$ 2,8 trilhões em 2015. A consultoria destaca ainda que haverá redução de preços e consolidação de fabricantes no mercado de software empresarial. A razão deste cenário é a elevada concorrência entre os fornecedores de software na nuvem e on premises. Porém, o investimento neste setor deve totalizar US$ 335 bilhões em 2015, o que significa um aumento de 5,5% em relação a 2014. Além disso, a projeção de aumento no faturamento no setor de automação industrial chega a 6%, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee).

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Fusão >>>

INVESTIMENTOS NO SETOR DE TI DEVEM CRESCER 2,4% EM TODO O MUNDO. O MERCADO DE TI RECEBERÁ CERCA DE US$ 2,8 TRILHÕES EM 2015.

Diante disso, a Stefanini amplia o portfólio

com a presença internacional e expertise de 28

de soluções para reforçar sua atuação no mer-

anos de atuação da Stefanini. Esta, por sua vez,

cado de automação industrial por meio da fusão

passa a complementar o portfólio com as solu-

com a IHM Engenharia, com sede em Belo Hori-

ções mais eficientes do mercado de automação

zonte (MG). Há 20 anos no mercado, a IHM ge-

industrial. Já os clientes passam a ter uma so-

rencia projetos industriais multidisciplinares em

lução em um único fornecedor”, complementa.

vários segmentos: mineração, siderurgia, química, papel, agronegócios, alimentos, automotivo, energia, óleo e gás, dentre outros. Segundo Marco Stefanini, CEO global da em-

UM NOVO PASSO PARA A IHM

presa, a iniciativa segue a estratégia de investir em empresas que tenham afinidade com o negócio e

Fundada em 1994, com sede em Belo Horizonte (MG), a IHM Engenharia

que possam agregar soluções ao seu portfólio. “A

iniciou suas atividades como integradora de sistemas, atuando no merca-

IHM é uma empresa consistente e líder no setor

do como fornecedora de serviços de engenharia para projetos de siste-

industrial e poderá nos ajudar a levar as ofertas da

mas de automação, elétricos e de informação.

Stefanini para outras verticais”, afirma o executivo.

A experiência de sua equipe, acumulada ao longo de 30 anos de ati-

Num primeiro momento, o foco de atuação

vidades no setor, aliada à aplicação e ao desenvolvimento de produtos

será no mercado nacional e, em alguns meses,

de última geração tecnológica, permitiu à empresa expandir o escopo

a parceria irá se estender para a América Latina.

de suas atividades.

As ofertas globais integram TI industrial, auto-

Em 2006, a empresa consolidou seu novo posicionamento no mercado

mação industrial, engenharia elétrica e painéis

industrial brasileiro. Hoje, a empresa está capacitada a gerenciar grandes

elétricos.

projetos industriais multidisciplinares na modalidade turn-key. Neste senti-

“Há uma grande sinergia de experiências

do, a empresa investe na capacitação de sua equipe gerencial, fundamental

entre as companhias. Com isso, vamos acelerar

para o sucesso de empreendimentos de grande porte. Em 2014, a empresa

o processo de internacionalização, que já esta-

atingiu a marca de 800 projetos concluídos, no Brasil e no exterior.

va nos planos da IHM”, destaca Augusto Moura, CEO da IHM Engenharia.

Com a fusão, a IHM Engenharia e a Stefanini passam a atender seus clientes de forma completa. Com a inovação oferecida, os clientes ganham

De acordo com ele, a fusão beneficiará tan-

mais segurança dos ativos; aumentam a produtividade e eficiência opera-

to as duas empresas quanto os clientes. “No

cional; reduzem custos e passivos; integram informações corretas em uma

caso da IHM, a empresa ganha capilaridade

cadeia produtiva, tudo num ambiente sustentável.


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EstratĂŠgia >>>


STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015

MAIS EFICIENTE

TECNOLOGIA IMPULSIONA CRIATIVIDADE E EFICIÊNCIA OPERACIONAL NAS INDÚSTRIAS

Por Marisa Mazza

A

QUESTÃO DA EFICIÊNCIA OPERACIONAL é ampla e a tecnologia está transformando o mundo. Já não se concebe o dia a dia sem as facilidades proporcionadas pelos dispositivos tecnológicos, seja para pegar um táxi por meio de um aplicativo, fazer um pagamento pelo mobile banking, resolver problemas com um clique ou utilizar o Waze para ganhar tempo no

trânsito, fugindo dos congestionamentos. Segundo John Chambers, presidente mundial da Cisco, a Internet de Todas as Coisas

(do inglês Internet of Everything), produto da conexão entre as “coisas” (todos os aparelhos conectados), pessoas, dados e processos, é uma oportunidade com potencial de US$ 19 trilhões, para a resolução de antigas ineficiências operacionais. Dentre as primeiras áreas a serem beneficiadas estão, no setor privado, as de automação industrial, varejo, serviços financeiros, que responderão por US$ 14,4 trilhões de soluções de ineficiências operacionais e, no público, por US$ 4,6 trilhões. Até 2020, haverá mais de 50 bilhões de dispositivos conectados, numa grande rede de serviços que inclui carros, edifícios, sinais de trânsito, iluminação pública, ônibus, trens e uma infinidade de outros dispositivos.

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Estratégia >>>

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MER U S CON OME &H

INF

TY & E I R U SEC ILLANC VE SUR

TRA

RT S M A CT U R E TRU R AS

E

RED I R OUT

ST NDÚ

VA R

NSP

ORT

E

SAÚ

DE

EJO

RIA

OS PRODUTIVIDADE Para o americano Philip Evans, sócio da consultoria Boston Consulting Group, a eficiência financeira e operacional não são mais suficientes como diferenciais de produtividade. “Antes prevalecia a ideia de que uma empresa para ser bem gerida, mesmo com dezenas de unidades de negócios, dependia apenas da gestão eficiente A Internet das Coisas consolidará este

da área financeira. Hoje em dia isso não basta. É

conceito e a sociedade conectada estará mais

preciso traçar uma estratégia para cada unidade.”

uma vez à beira de uma mudança de padrões

De acordo com Evans, nos últimos cinco

comportamentais com tudo operando de forma

anos, as companhias globais passaram a ela-

mais eficaz. Em contrapartida, os processos de

borar um plano estratégico para o dia a dia de

negócios estarão em um novo patamar de ar-

cada unidade. Com isso, elas respondem me-

quitetura inter-relacionada.

lhor às tendências da economia mundial, como

“São coisas que vão evoluindo e as soluções inteligentes e simples representam as que mais

globalização, maior importância da internet e ciclo de vida de produtos mais curtos.

geram eficiência”, analisa Ailtom Nascimento,

A tecnologia influencia cada vez mais as

vice-presidente da Stefanini. “A indústria está

grandes indústrias, tanto para criar produtos

passando por um choque de eficiência operacio-

mais inteligentes, quanto no controle de custos,

nal, pois precisa de extrema automação e inova-

enquanto o varejo aposta na análise do com-

ção para se engajar nas cadeias globais de valor,

portamento do consumidor (business analytics)

mesmo sendo a quinta maior produção mundial

para saber o que ele quer.

atualmente responde por menos de 1,9% nas

Segundo a IDC Brasil, a chamada terceira

exportações o que denota a falta de competi-

plataforma, que incorpora Internet das Coisas

tividade. A média de obsolescência do parque

(IoT), impressão 3D, sistemas cognitivos, robó-

industrial brasileiro gira em torno dos 20 anos,

tica, interfaces neurais e segurança de próxima

enquanto nos países de produção mais eficiente,

geração, será a base para acelerar a inovação e

este número não chega a cinco anos.”

os negócios das empresas brasileiras.


STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015

“A BASE DA EFICIÊNCIA OPERACIONAL É MUITAS VEZES CONFUNDIDA COM REDUÇÃO DE CUSTOS, MAS, NA VERDADE, É FAZER MAIS COM MENOS INVESTIMENTO E/OU OTIMIZANDO OS RECURSOS DISPONÍVEIS.”

A Internet das Coisas irá revolucionar to-

Já a indústria financeira, diz o executivo

dos os setores empresariais, principalmente

da Stefanini, está mais madura para a melho-

Varejo, Consumer & Home, Smart Infrastructu-

ria da eficiência operacional. “A necessidade

re, Security & Surveyllance, Transporte, Saúde,

de serem cada vez mais competitivos tem

Indústria, entre outros.

impulsionado os bancos a melhorar seus pro-

“A base da eficiência operacional é muitas

cessos. Inclusive estão contratando muitos

vezes confundida com redução de custos, mas,

profissionais do setor de e-commerce para

na verdade, é fazer mais com menos investi-

desenvolver canais eletrônicos mais eficien-

mento e/ou otimizando os recursos disponíveis.

tes”, compara.

Ao melhorar a produtividade, a empresa melho-

O executivo revela que a Stefanini conver-

ra sua cadeia como um todo, revê processos,

giu para ser uma empresa de soluções, visan-

tecnologias, novos canais de distribuição, o que

do levar mais eficiência para o cliente. A área

aumenta tremendamente a capacidade de en-

de Business Consulting estruturou um portfó-

trega”, define Nascimento.

lio de soluções inteligentes criadas tanto para atender conglomerados quanto o consumidor

OBSOLESCÊNCIA

final, em alguns casos.

Segundo uma das previsões da IDC Brasil,

De acordo com Nascimento, a Internet das

em 2016, 80% dos CIOs irão acelerar a migra-

Coisas vai impulsionar o mercado mundial, inje-

ção da plataforma tecnológica para combater a

tando bilhões de novos produtos, de dinheiro e

obsolescência de ativos de TI atuais.

de consumidores ávidos. Entretanto, esta festa

O mercado de computação em nuvem cresce

tecnológica só ocorrerá se houver os recursos

38,7% ao ano, segundo a consultoria Frost & Sulli-

necessários, como infraestrutura de redes e

van, embora alguns empresários ainda se preocu-

dados em nuvem, por exemplo, e a segurança

pem com a segurança das informações. Com ex-

requerida. Neste caso, um interessante mundo

ceção de empresas como o Walmart e a Amazon,

se desenrola, deixando cada vez mais tênue a

que são pioneiras, o varejo ainda apresenta um

linha que separa a ficção da realidade.

alto nível de ineficiência em seus processos, com plataformas antigas e sistemas que não suportam o aumento da demanda de transações. “Quem não mudar agora não vai ganhar mercado e, quando descobrir que está perdendo, vai ter de mudar com muito mais velocidade”, alerta Nascimento. “O uso do Analytics será uma ferramenta poderosa para obter mais conhecimento de mercado, pois o consumidor está mais exigente. O varejista só conseguirá prever a próxima compra do cliente analisando os eventos anteriores.”

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Cultura >>>


STEFANINITRENDS#41

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A, U M RBOS A B I L, O BRAS ARD L O E D B S MA A OR DORE NAGE CRIAD U N I CA , M L A O I HOME C S AL DRO B AIORE DE PE MUSIC A O T , DOS M S A I V CRINH NTRE O CHA COM E L U C PETÁ D O ES

risa Por Ma

Mazza

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Cultura >>>

“Na televisão

nada se cria,

tudo se copia.”

COM ESTES E OUTROS BORDÕES

ENGRAÇA-

DOS, ABELARDO “CHACRINHA” BARBOSA FOI CONQUISTANDO UM LUGAR CATIVO NO IMAGINÁRIO POPULAR. COM SEUS PROGRAMAS DE CALOUROS E DE DIVULGAÇÃO DA MPB, COMO A DISCOTECA DO CHACRINHA, A BUZINA DO CHACRINHA E O CASSINO DO CHACRINHA – E QUE TINHA COMO ATRAÇÃO AS CHACRETES, QUE SE TRANSFORMARAM EM VERDADEIRAS MUSAS DA TELEVISÃO NA DÉCADA DE 70 – , O VELHO GUERREIRO, APELIDO DADO POR GILBERTO GIL, SE CONSAGROU COMO O PRIMEIRO COMUNICADOR DE MASSA DO BRASIL.

De acordo com o cineasta Daniel Maia, diretor do documentário “Alô, alô Terezinha”, o programa do Chacrinha era um caldeirão de culturas, sua estética incorporava tudo e promovia a conciliação dos contrários. “Ele subvertia a parafernália e o seu espaço. Transgredia e, sobretudo, obrigava o espectador a transgredir. Essa desconstrução anárquica era como a tradução perfeita da brasilidade. Chacrinha foi um grande criador dentro do panorama da cultura de massa. Uma figura anticonvencional que democratizou, abrasileirou e miscigenou a nossa TV”, destaca. Agora o apresentador ganhou um espetáculo que conta sua trajetória. Com texto de Pedro Bial e Rodrigo Nogueira, sob a direção de Andrucha Waddington, “Chacrinha, o


STEFANINITRENDS#41 STEFANINITRENDS#41

JAN | FEV | MAR 2015 JAN | FEV | MAR 2015

“Quem não

se comunica,

se trumbica.”

musical”, ganha vida nas peles de Stepan Nerces-

dos Mundos, do Orson Welles, que transmitiu um

sian, que interpreta o artista consagrado no rádio e

programa convencendo os americanos de que mar-

na TV, e Leo Bahia, que incorpora o jovem Abelardo

cianos estavam invadindo a Terra. “O Chacrinha e

Barbosa. Completam o elenco 22 atores-cantores-

o China, o sonoplasta dele, promoveram no rádio

-bailarinos, que dão vida a familiares do Velho Guer-

um cassino tão rico, que as pessoas não apenas

reiro e personalidades que fizeram parte da vida do

escutavam o programa, elas viam esse cassino e

apresentador como Boni (Saulo Rodrigues) e Elke

eram capazes de descrever, com detalhes, o vestido

Maravilha (Mariana Gallindo).

que a Dalva de Oliveira estava usando, a piteira do

De acordo com o jornalista e autor do texto, Pe-

Orlando Silva, as cores, a tal ponto que paraguaios,

dro Bial, o Chacrinha inaugurou, na mesma época

argentinos, uruguaios escutavam o programa e vi-

dos Beatles e outros, a comunicação de massa no

nham até o Rio achando que iam encontrar um cas-

Brasil. “Esse cara inventou o primeiro palhaço da te-

sino de verdade. Encontraram um cara sozinho de

levisão”, comenta. “Até então, o formalismo imperava

cueca ao lado do sonoplasta.”

tanto na televisão quanto no rádio. No rádio, os locu-

Ele fazia rádio com imagens e, naturalmente,

tores tinham que ter um vozeirão... Vamos pensar em

o destino dele seria a televisão. Mas, na televisão,

Vicente Celestino, Francisco Alves, Orlando Silva e

o Chacrinha não se deu bem imediatamente – o

vamos pensar na revolução que o João Gilberto signi-

equivalente ao vozeirão do rádio era a gravata, o

ficou? Então, era isso. Você tinha o César de Alencar,

smoking, que representavam o formalismo. Até que

os grandes locutores, e o Chacrinha era tudo que o

ele começou a usar chapéu e outros figurinos e

locutor de rádio não podia ser: tinha uma voz ruim,

criou esse personagem de uma forma intuitiva. A

sotaque pernambucano forte, tinha nariz e dicção

TV, nos primeiros dez anos, era um veículo de elite.

ruins, mas ele tinha algo chamado imaginação.”

Então, quando o Chacrinha chega, a TV cumpre a

No rádio, de acordo com Bial, a revolução que o Chacrinha representou só se compara à Guerra

sua vocação de ser um veículo popular de excelência. Chacrinha fala com todas as classes.

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Cultura >>>

Chacrinha, o musical A

O CRIAR A PEÇA, “CHACRINHA, O MUSICAL”,

De onde ele tirou isso?´. Aí a gente pergunta

Pedro Bial e Rodrigo Nogueira explicam que, num

e vai atrás das respostas para essa pergunta

primeiro momento, havia a intenção de contar toda

durante o espetáculo. Mais do que eventos

a biografia do Chacrinha, tornar clara e compreensível a tra-

biográficos, queremos ser fiéis ao espírito do

jetória que forjou o personagem. No caso, dois personagens,

Chacrinha, ao que ele nos propõe. Não é se-

o criador Abelardo e a criatura Chacrinha - ainda que logo se

gui-lo, é seguir as coisas que ele buscava. Eu

façam indistinguíveis, o que viria a ser a causa e consequên-

fiz o tratamento inicial da história procurando

cia trágicas, no sentido dramatúrgico do termo. Em seguida,

contá-la de maneira atraente, informativa e líri-

buscar entre os momentos definidores de tal biografia, aqueles

ca. A linhagem do palhaço Chacrinha é uma li-

que se prestariam a virar cena de teatro musical.

nhagem felliniana, dentro dos duplos sentidos

Ainda num momento seguinte, alcançada a linearidade,

mais chulos, sem medo disso. A partir desse

quebrá-la em lógica poética de palco. “Se seguíssemos a

primeiro tratamento do texto, chamei o Rodri-

lógica cartesiana, tentando explicar, a gente estaria traindo

go para dar continuidade ao projeto.”

o próprio espírito dele, que era ‘vamos confundir’, vamos seguir adiante”, comenta Bial. Segundo ele, o que não poderia ficar de fora: a coragem e ho-

Stefanini Trends: Quais lembranças sig-

nestidade do personagem para com seu desejo e singularidade.

nificativas você tem daquela época? O

Tudo o que Chacrinha pedia era: “todos já fazem a mesma coisa,

programa do Chacrinha tem um valor

deixem-me fazer a minha coisa!”.

afetivo para você? Por quê?

Na entrevista a seguir, Bial explica: “Responder a per-

Pedro Bial - Todos os grandes comunicadores

gunta: `Por que Chacrinha?’ é difícil. O melhor é perguntar:

a que assisti me marcaram. Chacrinha, Flavio

‘Como o Abelardo inventou o Chacrinha? Como esse sujeito

Cavalcanti, Silvio Santos. Chacrinha nos fez a to-

inaugurou no Brasil e no mundo a comunicação de massas?

dos perder o medo de enlouquecer. Verdade que

Como esse cara inventou o primeiro palhaço da televisão?

alguns enlouqueceram mesmo, no processo...


ST - Teve a oportunidade de estar diante ou próximo do Abelardo Barbosa? O que mais atraia a atenção na figura dele? PB - Fui assistir ao programa do Chacrinha, várias vezes, quando estudante. Impressionou-me o rigor com que conduzia a aparente bagunça. Uma lição de liberdade: “Queres ser livre? Liberdade é conhecer os cordéis que nos manipulam”. O Chacrinha criou uma aleFoto: Juliana Cerdeira

goria de si mesmo e da vida. ST – O que mais chamou sua atenção, surpreendeu ou emocionou quando assistiu o resultado final desse trabalho, sendo encenado no palco? PB – É a experiência vivida mais próxima a sonhar desperto e lúcido. Ver aquelas palavras que manchavam a tela ganhar forma, corpo e volume. Acompanhar a transformação das

sim mesmo, cada um precisa do que precisa.

ideias em vida própria, compartilhada entre

Em tudo o que se faz na TV brasileira, Chacri-

criadores, diretor, coreógrafo, maestra, atores...

nha está presente na informalidade, na alegria, na abrangência, na inclusão geral.

ST - Quem viveu aquela época, ao assistir o espetáculo, consegue recordar. Mas

ST - Qual foi a maior invencionice, excen-

quem não viveu e assiste a peça reco-

tricidade ou ousadia que ele trouxe para

nhece nela elementos familiares, que

a TV, em sua opinião?

estão na TV até hoje. Concorda? O Ve-

PB - Além do respeito e reconhecimento à dife-

lho Guerreiro ainda vive, por meio desse

rença, sem bajulação ou demagogia, a elevação

legado, ou nada hoje se compara ao que

dela para o trono da popularidade. Se seguísse-

ele propôs e concebeu para a TV?

mos a lógica cartesiana, tentando explicar, a gen-

PB - Chacrinha nos propõe a libertação. Se

te estaria traindo o próprio espírito dele, que era

nem todos se libertaram ainda, é porque é as-

‘vamos confundir’, vamos seguir adiante...

Patrocínio da Stefanini em São Paulo O musical é produzido pela Aventura Entreteni-

projeto recorre aos três principais pilares da cul-

mento, criada em 2008, com o objetivo de investir

tura e do entretenimento no Brasil: a música, a

no crescimento e na modernização do mercado

televisão e o cinema. Reunidas nesta plataforma,

de musicais. Em 2013, foi lançada a Trilogia “Uma

histórias de grandes ídolos e muita emoção dão o

Aventura Brasileira”, que teve seu início com Elis,

tom de espetáculos como Elis, A musical, Se Eu

A musical. A proposta é produzir espetáculos com

Fosse Você, o musical e Chacrinha, o musical ,

grandes nomes, temas e mitos da nossa cultura,

que terá apoio da Stefanini na temporada paulis-

adaptando conteúdos ao formato de musicais. O

tana, de 27 de março a 26 de julho, no teatro Alfa.


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People >>>

é que são MULHERES QUE TÊM CONTRIBUÍDO PARA ESCREVER A HISTÓRIA DO EMPREENDEDORISMO FEMININO NO BRASIL SE MOSTRAM PROFISSIONAIS DEDICADAS, MÃES, ESPOSAS E GRANDES LÍDERES Por Diana Carvalho

CENÁRIO ATUAL APRESENTA UMA EVOLUÇÃO NO COMPOR-

Algumas competências diferenciam o estilo de gestão femini-

TAMENTO FEMININO, mais precisamente no que diz respeito ao

na, tais como a capacidade de multiprocessamento de informações

mercado de trabalho, onde cada vez mais as mulheres estão

e situações que ajudam a ter uma visão mais sistêmica e não se-

ocupando cargos de liderança. O papel da mulher na sociedade

quencial da realidade e maior flexibilidade e habilidade de enxergar

vigente transforma-se gradativamente e elas, por sua vez, con-

as pessoas como um todo e não apenas no âmbito profissional.

quistam espaço significativo em cargos prestigiados, que em

Um exemplo de profissional e líder é o da CEO da Stefanini

tempos de outrora eram dominados pelos homens. As mudan-

no Brasil, Monica Herrero. Matemática por formação, a executiva

ças sociais e culturais fizeram com que a mulher se firmasse

descobriu seu gosto pela área de tecnologia da informação ainda

como líder, empreendedora e, consequentemente, atingisse alto

jovem e iniciou a carreira no Serviço Federal de Processamento

patamar nos diversos setores da economia.

de Dados (Serpro), onde, em 1982, fez um curso de formação na


STEFANINITRENDS#41 JAN | FEV | MAR 2015

EU SEMPRE BUSQUEI OS MEUS DESAFIOS NO MEU LOCAL DE TRABALHO E O QUE NÃO FALTARAM FORAM

Administração, diretorias estatutá-

DESAFIOS NESSES 20 ANOS.”

listadas na BM&F Bovespa são de

rias e conselhos fiscais de empresas apenas 7,71%, sendo que 66,3%

Monica Herrero

das corporações listadas não incluem mulheres nesses segmentos. Para o sociólogo e filósofo Cesar

área e conquistou seu primeiro emprego. Em 1985, passou a atuar

Mangolin, a evolução da mulher e o espaço cada vez mais sig-

em bancos de investimento e a flertar com a área administrativa.

nificativo que essas profissionais vêm conquistando no merca-

Depois dessa experiência, foi para a Stefanini, onde permanece

do de trabalho, muitas vezes, assumindo papeis de liderança,

até hoje. “Eu sempre busquei os meus desafios no meu local de

é algo positivo, mas ao mesmo tempo demarca uma necessi-

trabalho e, até mesmo pela história da Stefanini, o que não faltaram

dade do capital de absorver força de trabalho qualificada em

foram desafios nesses 20 anos, dado o crescimento da organiza-

maior escala. “Pela própria condição social da mulher, há o

ção. O bom de estar numa empresa que está crescendo é que

risco da utilização de profissionais que podem tender a maior

você cresce com ela. Foi o que aconteceu comigo”, conta.

fidelidade à causa da empresa. Mas o processo representa,

“Mulheres se destacam em promover a união e a coopera-

sem dúvida, um avanço para a condição social da mulher.”

ção dentro do ambiente de trabalho e isso é algo primordial para

Outro exemplo de liderança feminina é Sonia Regina Hess

o crescimento da empresa. Eu acho incrível poder influenciar

de Souza, presidente da Dudalina. Catarinense natural da cidade

pessoas e ser ouvida por elas. Isso é importante, porque, para

de Luis Alves e a sexta filha em uma família de 16 irmãos, cujos

você liderar, deve agir de acordo com aquilo que diz. Isto gera

pais empreendedores - Rodolfo (Duda) e Adelina – fundaram a

segurança, identificação e confiança. Outra coisa, é que eu sempre tive uma gestão participativa e esse é um pouco do meu perfil desde o inicio da carreira até hoje. Sempre trabalhei muito em equipe, muito próximo, na alegria e na tristeza”, ressalta Monica. Na Stefanini, as mulheres ocupam 40% dos cargos de diretoria. “Acredito que a função de um bom líder é primeiramente desenhar para seu time que o objetivo é coletivo, as responsabilidades são coletivas e as habilidades dos indivíduos complementares. A comunicação deve ser intensa e frequente”, completa a executiva. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação feminina no mercado de trabalho cresceu. De 34,85% em 2001 para 44,01% em 2009. Há um crescimento também em posições de liderança, mas ainda é inferior em relação aos homens. De acordo com a Catho Online, em 2009, as mulheres ocupavam 21% dos cargos de presidente, 17% de vice-presidente e 26% de diretoria nas empresas. Informações do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) mostram que a presença feminina nos Conselhos de

O BOM LÍDER TEM QUE DAR APOIO, DAR EXEMPLO E SER ANTENADO, ALÉM DE TRAZER AS PESSOAS DA EQUIPE PARA TRABALHAR JUNTO A ELE.” Sonia Regina Hess de Souza

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People >>>

ACREDITO MUITO NA CAPACITAÇÃO DAS MULHERES E HOJE ENCONTRAMOS MUITAS FERRAMENTAS PARA QUE ISTO ACONTEÇA.” Beatriz Alves

de motivar pessoas e o poder de influenciar. Em outras palavras, esse processo pode ser definido como a capacidade de influenciar um grupo para alcançar metas. A liderança feminina é hoje um diferencial para as empresas, com atributos que fazem a diferença no momento de liderar pessoas e consequentemente trazendo maior vantagem competitiva para as organizações, observando principalmente as características das mulheres que desempenham cargo de liderança. Diante desse novo cenário, a mulher se vê na árdua tarefa de delegar funções e, principalmente, conciliar a vida pessoal com a rotina no trabalho. A psicóloga, escritora e vice-presidente da ONG Dirija sua vida, Olga Tessari, afirma que a mulher deve valorizar suas competências de liderança: tomar iniciativas, ter foco no resultado, demonstrando integridade e honestidade. Além disso, usar a sua capacidade de construir relacionamentos e colaboração do trabalho em equipe. Ser um bom exemplo empresa Dudalina há 56 anos. Ainda muito jovem começou a

e realizar, demonstrando resultados. “Em geral, a mulher líder

trabalhar nos negócios da família. Estudou Administração de

pode ser vista por seus colegas de trabalho como excessiva-

Empresas e desde 2003 assumiu a Presidência da Dudalina,

mente agressiva, teimosa ou mandona. Não que ela o seja, mas

atualmente a maior camisaria da América Latina. Hoje 73% dos

ela age dessa forma porque busca respeito, não necessariamen-

funcionários da Dudalina são representados por mulheres, sendo

te o reconhecimento. É fundamental que ela esteja aberta para

que 30% ocupam cargos de liderança.

ouvi-los e dialogar com eles, condição importante para que ela

A executiva acredita que o segredo para atuar como uma

possa ser ouvida e seguida”, diz Olga.

boa líder e ser ouvida pelos colaboradores é acreditar na equipe

Para Beatriz Alves, proprietária da BR Goods, empresa de

e trabalhar em conjunto. “O bom líder tem que dar apoio, dar

cortinas antibacterianas e produtos hospitalares, as mulheres

exemplo e ser antenado, além de trazer as pessoas da equipe

têm, por natureza, algumas características que as fazem sair na

para trabalhar junto a ele. Temos que construir uma empresa

frente na administração do negócio e no gerenciamento da equi-

diferenciada, compartilhando resultados e, dessa forma, gerar

pe. “Acredito muito na capacitação das mulheres e hoje encon-

bons negócios”, diz. “Uma boa gestão é quando olhamos para

tramos muitas ferramentas para que isto aconteça, mas acredito

nossos colaboradores e entendemos as necessidades deles. A

que ao longo destes anos aconteceram grandes mudanças so-

empresa tem que ser humana, trabalhar com sinergia, em busca

ciais que afetaram as expectativas sobre nossas vidas pessoais.

de resultados que sejam positivos para todos”, conta Sonia.

Existem vontades e satisfações fora do universo familiar e, quando reconhecemos isto e acreditamos em nossa capacidade para

UM NOVO OLHAR PARA O FUTURO

liderança, conseguimos atingir nossos objetivos”, conta. “Para

As mulheres passam a perceber que, diante da grande com-

mim, ser verdadeira, mostrar para o time aquilo em que acredito,

petitividade organizacional, é necessário utilizar métodos cada

saber comunicar com clareza as ideias, metas, valores e princi-

vez mais eficientes, focando nas relações humanas, além de se

palmente acompanhar o desempenho e orientar os funcionários

prepararem para atuar como líderes. A liderança é a capacidade

são características primordiais para ser um bom gestor.


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Segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor, as mulheres já representam 51% dos empreendedores brasileiros, sendo 20% jovens com idade entre 25 e 30 anos. De acordo com os dados da Endeavor, organização não governamental que dá suporte a empreendedores, elas não só estão à frente dos negócios como também estão fazendo dinheiro e criando ambientes de trabalho mais sadios. A Endeavor ouviu, em novembro de 2010, gestores de 52 empresas consideradas de alto crescimento — elas crescem 20% ao ano, há pelo menos três anos. Metade dessas companhias é administrada por mulheres e um destaque é que elas conduzem seus times com mais facilidade do que os homens. Embora as pesquisas apontem que as mulheres representam uma parcela significativa na liderança e no comando das organizações, o preconceito ainda é um desafio. Para essa questão, a psicóloga Olga Tessari acredita que, numa sociedade ainda patriarcal, onde o homem tem a força, as mulheres tiveram que lutar muito para conseguir provar a sua competência. E, mesmo assim, ainda precisam continuar provando-

AINDA VIVEMOS NUMA SOCIEDADE

-a o tempo todo. O caminho que ela sugere para driblar isso é “seguir em frente, de forma bem profissional e

PATRIARCAL, PORÉM COM BOA PARTE DOS

austera, focando no seu objetivo de

LARES SENDO SUSTENTADOS POR MULHERES.”

crescer dentro da empresa e de ser

Ana Fontes

vista como tão competente quanto o homem”, comenta. Segundo Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher empreende-

Organização, priorização, foco, aprender a delegar e valori-

dora e do Natheia Coworking, as mulheres assumiram o papel no

zar quem faz parte da equipe é essencial para conciliar os vários

mercado de trabalho muito recentemente, se for considerada a his-

papéis que as mulheres exercem com tamanha maestria. Essas

tória, e ainda há um ‘gap’ para conseguir a igualdade de gênero. “A

são apenas algumas das muitas mulheres que fazem diferença na

solução é uma combinação de várias ações, desde políticas afirmati-

sociedade e que têm contribuído para escrever a história do em-

vas, como quotas para mulheres em cargos de liderança, até treina-

preendedorismo feminino no Brasil, seja por serem líderes notórias,

mentos e apoio dos meios de comunicação e dos próprios homens

empreendedoras de sucesso e profissionais dedicadas, ou sim-

para que este ‘gap’ diminua”, diz. “Ainda vivemos numa sociedade

plesmente por serem mães, esposas e fontes de inspiração.

patriarcal, porém com boa parte dos lares sendo sustentados por

A diversidade pode trazer vários benefícios para a organi-

mulheres. O que precisamos é que todos enxerguem esta mudança

zação, pois aumenta a capacidade de responder a mudanças

e no seu dia a dia considerem que as mulheres exercem papel funda-

em ambiente dinâmico. Traz pessoas diferentes para perspec-

mental nos negócios”, conclui.

tivas diversas.


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STEFANINITRENDS#41

ARTGRAM

Ricardo Vivona

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DeDique-se mais ao

core business

Da sua empresa!

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Reconhecida pela Associação Internacional de Profissionais de Outsourcing como uma das 100 mais importantes empresas do mercado global de outsourcing, a Stefanini conta com uma equipe capacitada nas mais diversas tecnologias, consultorias e negócios e possui em seu portfólio Outsourcing de Aplicações, que abrange toda a parte de aplicações, com desenvolvimento de soluções específicas; Outsourcing de Infraestrutura, que engloba toda a infraestrutura de tecnologia, com suporte e manutenção de sistemas; BPO de Recursos Humanos, Compras, Finanças e de Projetos On Demand.

Baixe o QR Code no seu celular e acesse o vídeo exclusivo sobre o Outsourcing de TI da Stefanini.

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