Mário orzikof

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Introdução Escrever essa história foi um exercício interessante, pois aprendi a escrever um personagem completamente: imoral, sem valores, que pisa e mata tudo que lhe passa no caminho. Um cara que usa do poder que a mídia tem para conseguir convencer as pessoas, iludindo as, para então poder usar as massas para os fins que bem desejar. Esse jornalista não tem nenhuma semelhança com os outros heróis que eu já escrevi, sendo o meu primeiro vilão, que de fato merece todo esse título, mas é um vilão mortal sem super – poderes. Aposto que ao final disso tudo espero somente que vocês fiquem bastante impressionados com tudo, igual eu fiquei e acho que muitos vão odiar ele, outros vão ama – lo, mas Mário Orzikof é um homem que não nos deixa passar em branco, alguma reação a história dele irá causar em vocês meus queridos leitores. Boa leitura e apertem os cintos. - Marcos Paulo Arantes Ferro.

- Capitulo 1 - Um jornalista insano em busca de histórias. - Ano 2130 – Cidade Novo Rio City Redação do Jornal: Veritas Há uma sensação estranha quando vemos na nossa frente um samurai da Yakuza em missão para nós matar parece que aquela última hora enquanto corremos, berrando a plenos pulmões por alguma ajuda é longa e que a cada golpe realizado com precisão cirúrgica será o que levará nossa vida, ceifando nossos sonhos e possibilidades. Eu estava na redação do jornal atrás de um óculos computador, teclando as notícias da minha coluna quando ele invadiu o prédio, há algumas semanas eu vinha enchendo a paciência de alguns figurões, escrevendo sobre alguns figurões que estavam envolvidos na venda ilegal de armas e drogas. Diversas ameaças de morte tinham sido feitas e ignoradas, no entanto era real aquela, real até demais.


Tinha sido avisado e agora aquele soldado estava subindo, ele sabia desde o primeiro instante que ele estava atrás de finalizar a si próprio. Tinha vindo para o Brasil após fugir das guerras da federação Russa, justamente por ter quase sido morto anos atrás e agora sua língua afiada mais uma vez tinha lhe posto em encrencas. Mas aquele era Orzikof e sabia sobreviver há qualquer encrenca não importa o tamanho e tinha preparado um plano de fuga, agora estava subindo os andares pela escada, por que o elevador novamente estava quebrado, ligando todos os alarmes de incêndio que piscavam luzes e neons pelo prédio em New Rio city, quase morto ele chegou no último andar e rapidamente entrou no carro voador, deixando para trás um ninja sem sua vítima. Assim que aquelas imagens partissem para os jornais, toda a galáxia saberia o que havia acontecido e ele se tornaria um dos jornalistas mais famosos, já estava até pensando na sua próxima coluna no jornal defendendo medidas duras para garantir a melhor vida dos cidadãos frente aos desmandos da máfia naquela cidade. Pretendia atacar ao governo, as corporações e a todo mundo que sua mente planejasse. Sabia que iria provavelmente acabar com vários furos na carcaça, jogado no lago de esgoto do Flamengo, mas esperava sinceramente conseguir a fama que tanto desejará. Agora o carro ia para sua casa segura, era questão de algumas horas para ficar famoso, era só sobreviver, mas será que conseguiria?

- Fábrica de Dróides Kaichiro – Complexo de Lorde Kanchi na parte sul da cidade. Três dias após o atentado. Era para ela já ter chegado com as minhas informações, era para tudo ser um simples jogo de cartas marcadas. Uma boa e velha trapaça, mas Orzikof, aquela víbora maldita tinha escapado e agora todos na cidade sabiam que um dos meus robôs tinha sido o responsável por aquela matança, daqui a pouco teria de ir a delegacia na cidade para prestar depoimentos, ou poderia simplesmente


preparar as defesas de sua fábrica e resistir por quanto tempo desejasse, afinal ele era Lord Kanchi, o mestre das armas que poderia enviar todo seu exército armazenado para a venda e causar o terror, cumprindo a missão que a yakuza lhe dera, agora tudo tinha dado errado. Era questão de saber de onde viria o primeiro ataque, mas ele não esperava que seria tão forte e brutal, as forças da máfia tinha pego sua filha enquanto ela ia em casa pegar a todos e traze - los em segurança e decapitado a de maneira brutal, lançando de um carro voador a quinhentos pés da fábrica aquele crânio, que esmagado pela queda tinha se tornado apenas uma massa amorfa de sangue, pele, ossos e cérebro! Como eu já chorei por aquilo, não mandei ninguém ir atrás de minha família, sei que todos estão mortos e a culpa toda é daquele maldito jornalista xereta, mas ele irá pagar assim como toda a cidade, beberei no crânio dele o sangue de cada um. _ Inteligência artificial você pode me ouvir? _ Sim, meu senhor! _ Quantos robôs temos na fábrica montados e prontos para venda? _ 70.000 de diferentes modelos e marcas esperando apenas um comando para entrarem em funcionamento. _ Ative - os e trave no modo de combate insano, coloque os para matar a todos até encontre Mário Orzikof, quero eles varrendo a cidade toda atrás daquele maldito jornalista! Enquanto isso na mesa dele em um smart - óculos a coluna do jornalista estava lá. Notícias de hoje! A riqueza da yakuza comprou lorde Kanchi? Eu sou Orzikof e sabemos que a máfia não cansa de tentar me calar, mas hoje eles não foram sozinhos a sede do jornal para me pegar, mandaram uma máquina com o selo da indústria do Lorde Kanchi, seria esse nobre senhor um membro da yakuza preparado para calar minha voz?


Seria ele um dos líderes dessa organização? Que segredos esconderia esse homem da elite da nossa sociedade? Teria sido ele comprado pela rede ou seria apenas mais um elo numa cadeia maior de indivíduos malditos de nossa boa sociedade que vivem para tentar controlar a cidade nas sombras do submundo. Segundo minhas fontes posso assegurar que aquele dróide samurai que todos virão me atacando nas imagens pertence a Kaichiro S.A, e já contatei o chefe de polícia e este ainda não deu nenhuma resposta frente a essa questão. Aguardem novas notícias amanhã, se mais nenhum figurão da indústria tentar me matar, estarei sempre aqui para dizer a verdade não importa a quem doa.

Capitulo 2 – Causando o caos Bunker fora do Domo da cidade – montanhas Petrópolis – Várias semanas após o atentado. O sistema dos seus óculos computador mostrava as principais redes de notícias da galáxia relatando o massacre que estava ocorrendo em Novo Rio, milhares de robôs, de todos os tipos usados para os militares durante as guerras estavam atacando insanamente e em vários distritos daquela grande megalópole onde ele estava há horas atrás. Pouco lhe importava todo aquele sangue, ele sabia que era ele que aqueles robôs estavam caçando, mas em sua mente doente culpava as autoridades por aquelas mortes todas. Agora ele estava a salvo num bunker que mandará construir tinha alguns anos, antes de começar a nessa jornada pela verdade daquela cidade suja e podre. Ele não tinha nenhum objetivo ali, era um sobrevivente, tinha enganado a máfia russa e sabia que as pessoas são tão volúveis quanto a cafeína que consumia em doses cada dia maiores.


Trabalhava loucamente em seus textos e os enviava pela rede freneticamente comentando as notícias sobre as mortes das pessoas, mostrando as imagens mais insanas e bizarras de pessoas mortas pelos robôs, retalhadas, decapitadas, estripadas, não havia limites para a insanidade dele e só parou de publicar quarenta e oito horas depois quando o cansaço o dominou e ele dormiu. Após acordar procurou algo e beber sua dose de água reciclada dentro daquela fortaleza fora da cidade onde se esconderá, quando resolveu voltar a tela do seu celular computador, diversas mensagens reverberam na sua tela, milhares de milhares pessoas no espaço tinham entrado no jornal e como ele tinha um extra pelo número de acessos poderia viver bem pelo resto da vida, pois naquele dia o jornal para quem trabalhará tinha mais de dois bilhões de visualizações dos incidentes dos dias anteriores que forçaram o governo numa medida inédita cancelar a rede e soltar uma bomba de pulso magnético em todo o domo, desativando toda tecnologia e danificando para sempre, um prejuízo que ninguém pode sequer calcular, a fábrica do Lorde fora atacada e seu dono condenado pela justiça do conselho das corporações a morte por desintegração, sentença que foi cumprida em sessão aberta e filmada por todo o espaço, suas posses foram tomadas pelo estado para pagar os prejuízos da cidade, tanto em vidas, quanto materiais. No entanto agora ninguém sabia onde estava o repórter que Lorde Kanchi tinha culpado por ter lhe levado a loucura e cometido aquele ato de terrorismo insano: Mario Orzikof, o colunista do tablóide sensacionalista: Veritas Prevalece, todos começaram uma caçada por ele, com causas e motivos diferentes. Mas ele apareceria somente quando lhe desse na cabeça, era bom que procurassem, assim manteriam sua página em crescente ascensão e tentariam lhe rastrear mas ele já tinha planejado tudo e qualquer conexão que tentasse chegar ali teria de passar por um poderoso sistema de defesa anti – hacker que ele tinha conseguido com uma fonte, vindo diretamente do Japão aquilo era uma verdadeira maravilha que poderia lhe dar um pouco de paz para trabalhar, mas no entanto resolveu digitar seus textos estando offline para não ficar correndo riscos atoa e só após tudo digitado ele colocaria no site, rapidamente.


Seu telefone integrado nos óculos computador, não parava de mostrar mensagens que chegavam da rede, conhecidos, amigos e inimigos tentavam falar com ele de qualquer modo, mas ele estava gostando daquele jogo de gato e rato na matriz, de algum modo aquilo era o mais próximo de uma infância que ele nunca teve. Uma semana passou e ele resolveu reaparecer, escolheu um defensor que estava lhe ligando para estar cuidando do seu caso e foi a rede puxar a informação do mesmo: _ Um brilhante advogado, formado e doutorado em universidades lá fora, que no entanto deve querer me usar para tentar subir na vida, mas isso parece estar bom demais, deixa eu entrar em contato com a Lucy do banco de dados da polícia para saber mais coisas a respeito desse estranho benfeitor. _ Sistema mande uma mensagem para o ID: H- 819 e mande uma mensagem: Top secret. _ Ouço e obedeço mestre... Mensagem entregue. Passados alguns segundos um som antigo de campainha tocava no seu sistema integrado e ele via diante de si em realidade aumentada uma figura feminina um pouco gordinha, mas que carregava um charme especial. _ Oi meu amor, preciso de um favor, prometo que se me fizer isso te levo para jantar no Center Luxe Restaurante que você tanto ama? Preciso que puxe a ficha desse cara, mostrando para ela uma foto do moço que tinha de um cartão digital que ele havia lhe mandado por todo o tempo que esteve desaparecido. _ Você fala como se tivesse sumido por algumas horas, mas você se dá conta que sumiu por várias semanas seu louco? As pessoas estão preocupadas com você? A cidade inteira ainda está apavorada com o que muitos estão chamando de juízo final cyborgue e você resolve sumir, saiba que exijo uma explicação de sua parte, senhor Mario Orzikof! _ Sabia que você fica linda me dando sermão? Se bem me lembro só tenho você para se preocupar comigo, portanto fico feliz em saber que essa carcaça humana ainda tem algum valor para você, quanto ao resto da população desse lugar, eles não são nada frente ao seu brilho, linda! _ Você continua o mesmo conquistador, seu pirado! Vou te cobrar uma boa conversa assim que nos virmos também, mas vou te ajudar e se


ausentou por alguns segundos até que voltou com a informação. _ Esse ai da foto é o agente Karpovsk, um figurão da NKGB, agência criada após a guerra na federação russa, para conter possíveis focos terroristas especializados, esse homem é encrenca tamanho Omega e não quero você se metendo com ele certo? _ Eu ouvi direito? Você está preocupada comigo? Agora ganhei meu primeiro motivo para querer ficar vivo em anos, minha princesinha linda e sorri um pouco entre dentes, disfarçando enquanto fazia upload todos aqueles arquivos para meu sistema, discretamente fui lendo enquanto a conversa ia desenrolando para as triviais saudações cordiais, pedidos de se cuida e outros papos que ficariam demasiados longos e fora do nexo principal dessa história maluca que ocorreu comigo. A conversa se encerrou naturalmente, após eu fazer promessas em todos os idiomas que não tentaria nenhuma bobagem, frente aquele figurão! Mas eu não ia fazer uma bobagem, estaria esperando ele e assim que o idiota pisasse no espaço porto brasileiro acabaria lambendo o chão em uma das masmorras que eles por aqui costumam chamar de penitenciarias. Fiz uma coluna, no jornal onde ainda trabalhava, com quarenta mil palavras mostrando ligações mirabolantes sobre aquele agente russo e o incidente só não esperava o que as minhas palavras iam acabar fazendo na população. Eu armei com palavras doces e um homem para culparem a sua forma o povo, que é a mais brutal de todas as armas e naquela noite, quando o suposto advogado chegou ele não esperava uma recepção de cinqüenta mil pessoas no espaço porto que quebraram tudo num ato de brutalidade que não se via por essas bandas do Atlântico desde os protestos que levarão ao fim do estado político para o estado das corporações há cem anos atrás! O povo linchou ele de uma maneira tão brutal e perversa e saiu destruindo tudo até serem parados pela polícia corporativa, que fez vítimas, a maioria dos protestantes atirando para matar sem piedade e nem dó em prol da ordem e do lucro das corporações que comandavam a cidade. Via em tempo real, o desenrolar daquelas ações sabendo da encrenca que tinha arrumado. Teclava sem para alimentado pela cafeína e outras


drogas para ficar acordado, não conseguia desligar nenhum segundo frente a tantas notícias, tantas boas histórias e ele nem havia voltado de fato e já tinha aprontado tanto. O povo estava revoltado e por todos os lados no domo surgiam novos protestos insanos, ele voltava a lhes lembrar sobre os problemas da cidade, tudo estava pegando fogo e ele era o cara que saia pela cidade carregando os barris de gasolina e explosivos e jogando nos prédios só para ver eles caírem mais rápido. Sua coluna já estava com mais de cinqüenta bilhões de acessos por toda a galáxia, a população estava lhe levando a sério demais até e muitas vozes já começavam a lhe considerar uma possibilidade para mudar tudo, algo que ele negava sistematicamente, afinal estar no poder é mostrar para todos os outros seus telhados de vidro para que eles lançassem granadas dentro e acabassem contudo. Era legal entrar em contato com diversas mensagens, desde as mais malucas com fãs loucas fazendo fóruns de realidade aumentada querendo que ele as leve para a cama até pirados que preparavam protestos nas redes fechadas contra o governo e mandavam para ele de maneira discreta e não identificada links para que ele liderasse as massas. Ele ria disso tudo, manipulando todos de fora, a lona já estava encharcada com combustível hiper – espacial e toda a platéia só perceberia tarde demais suas reais intenções ao mover todos aqueles planos. As ações estavam no tabuleiro e seu adversário se movia de acordo com suas previsões... Vendo a cidade pegar fogo através dos principais noticiários do país era um programa divertidíssimo e ele via toda aquela gente se matando por nada e fazia questão de piorar as situações, postando com fontes antigas ou adulteradas varias mensagens de que o governo estaria planejando desalojar pessoas nos bairros mais afastados para poder dar lugar há algumas fábricas novas, com isso os protestos foram se espalhando, ele estava vendo o fogo ocorrer e tudo o que fez foi ligar uma mangueira num caminhão tanque e despejar sobre o fogo sem se importar com as ocorrências.


Seus óculos estavam cheios de mensagens de figurões do governo e da polícia mandando o parar com aquelas notícias, pediam, exigiam, ameaçavam, mas ele estava louco demais se divertindo com tudo aquilo, ver e escrever até que um ataque do coração ou um derrame pelo excesso de drogas para ficar ligado, o matasse, ele ignorou todos os pedidos e quando o site da revista foi apagado da matriz, ele começou a mandar através das mensagens pessoais dos seus assinantes, as mensagens. Ver cada uma de suas palavras ser repassada pelo mundo digital era algo extasiante, nem sexo conseguia ser tão prazeroso quanto aquilo, as chamas da revolta varriam todos os lados.

Capítulo 3 - Captura há qualquer preço Diversos esquadrões foram mobilizados para parar aquele jornalista, custe o que custar, e pouco a pouco foram pegando as pistas que os levarão até o bunker onde encontraram vários aparelhos ligados na TV e ele deitado sem tomar banho a pelo menos alguns semanas a julgar pelo fedor que seu corpo exalava por todo o lugar. Os policiais não precisaram fazer nada, afinal ele estava tão adormecido que nem mesmo com todo o barulho feito para estourar a porta, foi capaz de lhe acordar, então simplesmente lhe levaram para a central e se o delegado mandasse os. Dariam um fim para aquele maldito. A chegada na cidade fora tumultuada e vários manifestantes pareciam atacar aqueles carros de uma maneira desproporcional, afinal ali só estava um jornalista safado e mais nada. A população barrou a entrada com barricadas e carros voadores ficaram pairando nos céus, impedindo a passagem do comboio que montou uma posição defensiva, mas foi atacada por um número altíssimo de pessoas que conseguiram romper as posições apesar de sofrerem baixas imensas, enquanto os policiais iam sendo espancados pela multidão sem entender nada do que estava ocorrendo. Mal sabiam eles que antes de cair no sono, por cansaço mental ele escreveu que os policiais iriam pegar ele para tirar lhe a vida, em pleno centro da cidade, sua nota terminava com as seguintes frases: “Como uma ovelha no matadouro, eu vou ser morto para que os poderosos que há


anos comandam nossa cidade espero que fiquem satisfeitos, pervertidos que comandam este lugar, dou minha carne por dizer a verdade a vocês, povo de minha cidade, só espero que me honrem e não parem de lutar, frente à dominação e tirania, vocês vão me matar, mas nunca irão me calar”. Ele terminou de escrever aquela nota, se desconectou e dormiu pesado e passadas algumas horas a polícia tinha chegado para prender e todas as ações tinham ocorrido. Após o confronto ele fora levado para o esgoto, num abrigo subterrâneo que durante a terceira guerra mundial, serviu para estocar alimentos e armas e agora era à base de uma futura revolução que pretendia se espalhar por todos os lados, dando ao povo novamente o direito de eleger seus governantes, acabando com a escravidão que o governo das corporações impunha a todos. Um dia inteiro se passou sem que ele se desse conta onde estava, quando abriu os olhos percebeu que não se encontrava mais em seu lar seguro. _ Merda! Não devia ter dormido, provavelmente fui levado para a cadeia! Ao terminar de dizer essas palavras a porta se abriu e um grupo enorme de pessoas queria lhe abraçar, era um grupo de pessoas pobres, mas que olhavam para ele com admiração e respeito. Tinha gente de várias espécies: humanos, aliens, seres modificados geneticamente para algumas funções, gente de todos os tipos que enquanto carregava em suas costas, parecia estar em transe tamanha à felicidade. Aquela cena lhe lembrou uma fala do seu professor de teoria jornalística na faculdade: “O povo é muito instável e perigoso, pode subverter toda a ordem em minutos, principalmente se tiver alguém a quem eles admirem e amem. “Quando o povo segue a um líder cegamente, saibam vocês que: as ruas choram sangue”. _ As ruas choram sangue! Essa frase martelava em sua cabeça, enquanto que com um sorriso tão cheio de maldade, ele batia palmas e cumprimentava a todos. Ele que adorava ver o circo pegar fogo, tinha conseguido as suas bombas. O povo foi o levando até o centro daquele abrigo onde estavam e lá ele subiu numa espécie de


tablado, que antigamente levava para as colônias de mineração no centro da Terra mais que hoje estavam desativadas, quando subiu ele já tinha em mente um discurso para aquelas pessoas, especialmente depois que um deles lhe contou o que haviam feito para salvar ele das garras da polícia corporativa. _ Eu fico muito triste, pelos homens e mulheres que morreram para me salvar, mas graças a eles ainda estou aqui para continuar denunciando as mentiras do governo, vou lutar da minha forma, vou lutar para que cada um daqueles que pereceram no confronto tenha paz e tranqüilidade no céu, sabendo que seu sacrifício não foi em vão, foi apenas um gatilho para o início da luta contra esses malditos! O povo gritou e deu vivas ao fim das palavras, todos estavam animados demais, ele só pensava agora na parte final do discurso para comover aquelas pessoas: _ Vocês todos que passaram a vida toda sendo maltratados e dominados, vivendo aqui no meio do lixo e dos ratos é hora de tomar o poder, vocês são a maioria da população! Já é hora de mostrarem sua força, quem aqui está comigo? Quem aqui vai marchar comigo até os arsenais da polícia corporativa e pegar as armas para nós livrarmos das correntes que nós aprisiona a este maldito sistema? As pessoas ali presentes na totalidade se levantaram as mãos e juntos, deixaram aquele local cada qual armado com o que via pela frente com destino a delegacia principal do lado sul, a menor de todas as quatro que havia na cidade que foi detonada e incendiada até a base após confronto intenso em que vinte mil pessoas de um total de quase cem mil, que participaram daquela batalha, foi morta, porém agora vários deles estavam armados e preparados para o confronto. A segunda delegacia na zona leste da cidade foi invadida e dessa vez as baixas foram maiores por que os policiais estavam mais preparados e reforços vindos dos níveis superiores tinham sido solicitados, no entanto apesar de agora serem somente trinta mil pessoas, quinze mil tinha armas e munição e duas mil pessoas entre homens e mulheres tinha armaduras de combate leve com capacidade de vôo. Mário apesar de ser o causador daquilo tudo, não estava no meio dos combates, ele havia


mandado somente um holograma seu para seguir os rebeldes, dizendo uma série de palavras de ordem, gravadas ainda no covil deles, durante um breve momento em que esteve sozinho. Ele estava indo para o centro de pesquisas militares de Lorde Kanchi que agora contava com segurança mínima, pois a cada hora mais soldados da força policial eram requisitados para conter a turba de violência que se alastrava após os distritos sul, leste e oeste terem sido atacados e destruídos por um grupo de terroristas. Ele entrou na fábrica após cortar os arames da cerca de proteção, e entrou rapidamente naquele local agora quase abandonado, uma sentinela humana somente patrulhava o pátio externo, um garoto que deveria ter acabado de entrar para a polícia e devia ter sido poupado pela pouca experiência de combate. Fora fácil pegar ele distraído e asfixiar ele até seu corpo cair ao chão inerte, mas ainda vivo. Pegou dele as senhas de acesso e foi entrando na fábrica, como tinha entrado sem quebrar a segurança a inteligência artificial do local não ativou os sistemas de defesa do local e ele pode explorar a vontade. _ Inteligência artificial, estou aqui atrás de provas sobre a fábrica, pelas leis dessa cidade exijo que abra os arquivos das últimas semanas desse complexo e pesquise sobre qualquer ligação entre o seu criador e a Yakuza. Ao terminar de dizer essa frase foi mostrado num dos painéis a sua frente uma série de informações que comprovavam a participação daquele figurão com a máfia e além disso num arquivo secreto ele encontrou algo que o deixou quase em êxtase de tanta felicidade: Uma lista contendo todos os nomes dos membros do alto conselho daquela organização, aquele cara por medo de ser traído tinha feito um verdadeiro dossiê de seus amigos. _ A polícia quando veio aqui, exigiu de você alguma dessas informações? _ Não, os policiais somente fizeram upload de um novo sistema de combate mecânico, desenvolvido pelos técnicos da Materi S.A e mandaram lacrar algumas áreas do complexo. Ao ouvir aquela máquina, mostrando aquela fala na tela, ele quase teve um ataque de felicidade, aquilo sim era o negócio da China! Poderia ter ido embora e voltado para sua missão


de guiar as massas, porém ficou curioso sobre o que se tratava aquela arma e pediu para ser levado até aquela máquina. No mesmo instante uma parte do metal em que ele estava começou a mover ele até a parte de construção, onde aquele monstro mecânico estava sendo construído em escala acelerada. O robô tinha quase trinta metros, seus seis braços eram: metralhadoras de munição de mil polegadas, e nos ombros ele tinha lançadores de mísseis cada um com uma caixa para reposição, além de contar com escudos magnéticos e proteção contra vários tipos de munição, era uma arma perfeita, ainda em fase de protótipo, mas que detonaria a parte final do seu plano. _ Tempo estimado para termino da construção, quatro minutos e vinte e oito segundos, senhor. _ Desejo que você acelere e abra uma conexão mental, me passando os dados necessários para pilotar a esse invento. _ Sim senhor! Ela abriu um cabo que ele plugou atrás da orelha, e recebeu uma dose massiva de informações direto dos servidores da I.a sobre como pilotar aquilo. Dez minutos depois ele deu ordens para a inteligência artificial reativar a produção de robôs, travar todo o sistema de defesa, ativando os reconstrutores de matéria para os danos realizados na fábrica pelos policiais durante a invasão e começar a rodar nessas novas máquinas, comandos para contenção de revoltosos. Ele entrou na máquina e um espaço no teto se abriu completamente no teto, deixando que ele saísse. Ligou os foguetes nos pés e foi vendo a cidade lá embaixo pequena e banhada a sangue, onde até idosos estavam brigando e apanhando, todo mundo tinha sucumbido ao caos por causa dele, mas já tinha acabado a graça, era ora de conter a turba que ele mesmo lançará! Ele chegou cinco minutos depois na delegacia norte, onde os policiais estavam cercados, o teleportador dos níveis superiores tinha quebrado durante o confronto e eram somente 1500 homens da lei contra cinco mil homens e mulheres revoltados, as ruas próximas a delegacia estavam banhadas em sangue, todos já tinham descoberto a verdade, seu líder era um holograma e agora o desespero para não acabar sendo: presos ou mortos, era somente esse medo, a única coisa que


mantinha aquela gente ainda ali, lutando, sem esperança de vitória. Rindo muito de toda a situação ele pousou a máquina no centro da praça de guerra e deu a ordem para arma travar em todos que estivessem vivos nas ruas, visto que enquanto voava, viu que os homens da lei estavam todos dentro do prédio. Em minutos a tropa furiosa estava toda caindo ao chão, morta ou correndo de volta para os esgotos, enquanto que já estavam saindo da fábrica, milhares de pequenos robôs de contenção que atacavam as pessoas tirando as das ruas, em caso de não estarem armadas ou as prendendo com ganchos de energia caso portassem qualquer tipo de armamento. Os soldados, mal acreditavam no que estavam vendo, aquela máquina tinha sido a responsável por aquele quase milagre sem precedentes e por todos os lados as coisas pareciam estar melhorando. Eles sairiam para a rua e Mário desceu da cabine de comando e para surpresa de todos se mostrou frente a tropa, com um sorriso de deboche no rosto, quando viu o chefe daquele distrito, perguntou: _ Ainda existe algum mandado de prisão contra mim? Hein chefe? Viu o que dá não levar a sério as minhas recomendações, olha o tanto de gente que acabou morrendo por que você não quis pegar aquele Yakuza? Todos os soldados ficaram sem entender, enquanto respiravam fundo, aliviados por ainda estarem vivos, enquanto isso ele pegou os dados da filmagem em seu implante ocular e foi assistindo todos aqueles eventos, apagando as partes perigosas para si e editando tudo na matéria que mais tarde acabaria lhe dando um prêmio, o primeiro de sua carreira como repórter e com aquela fama e a lista conseguida na fábrica foi fazendo sequências de reportagens cada vez mais bombásticas. O saldo daquela matança ultrapassou em muito a casa dos milhões e trouxe vários prejuízos humanos e materiais. Mas sinceramente, quando pensava sobre isso, Mário não se importava nenhum um pouco, afinal agora ele era o chefe da Gazeta Verdade Eterna, o jornal que já tinha comprado vários outros e estava entrando para a TV, brigando no espaço com vários outros canais pela atenção do público, agora não precisava mais usar drogas e bebidas para se energizar, pois tinha


todo o tempo para descansar que quisesse e não tinha mais medo de morrer, pois já havia comprado novos órgãos e estava produzindo secretamente um andróide para onde pretendia fazer upload de sua personalidade, memória e conhecimentos, para poder viver eternamente aproveitando os prazeres que o poder e a riqueza podem comprar. Ele ria vendo os troféus em sua prateleira, prêmios por ter lutado pela paz, medalhas de honra ao mérito e até um título de embaixador pela paz, logo ele que tinha feito aquilo tudo? Era uma ironia bem engraçada! Tinha a vida que sempre sonhou e tudo graças a forma como soube manipular as pessoas para satisfazer seu plano, as mortes no processo eram apenas pedras retiradas, que atrapalhavam sua ascensão, agora ele tinha: Mulheres, dinheiro, poder e fama, quem precisa de humanidade quando se tem isso?


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