Evolução - Marcos Lira

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EVOLUÇÃO


OBRAS DO AUTOR Olhos – Ed. Voxxel (2003)


MARCOS LIRA

EVOLUÇÃO

EDITORA Belo Horizonte – 2004


Direitos reservados à EDITORA VOXXEL LTDA Rua Rio Branco, 104 CEP 48.880-000 Santa Luz – BA Fone – (75)265-2245

Capa Erivan Araújo

Revisão Loíde Lira


DEDICATÓRIA

Para Martha Moyra que começa a trilhar o caminho da evolução.


AGRADECIMENTOS

Fádwa Andrade e Rosemary Dayrel pelo apoio na publicação.


APRESENTAÇÃO

Transitar pelos caminhos da poesia é desafio atroz para mim. Sempre foi. Aceitar o desafio de Marcos Lira para escrever algo como uma apresentação para os preciosos lampejos que vivenciou em suas viagens pelas diferentes paisagens do imenso Brasil e que se transformaram em versos foi um gesto impensado. Como impensadas são as ações do poeta, que nascem em compartimentos insuspeitados da sua alma e vêm à tona sem passar pelo crivo tirânico da crua razão. E os versos, aparentemente simples, me forçaram a aprender em tempo excessivamente curto que a poesia não se lê, bebe-se com os olhos, degusta-se lenta e pausadamente e que cada verso sorvido revela fragmentos do universo pessoal de onde surgiram e nos arrasta forçando-nos a partilhar os segredos escondidos na escrita do poeta. Segredos, medos, esperanças... num gesto de extrema coragem se permite o artista desnudar-se em nome da Poesia. Gesto impensado, sem dúvida, mas extremamente belo. E enriquecedor. Erivan Araújo


PRÓLOGO

Como num sonho, contemplo o rosto polido, arte magnífica do novíssimo, gigantesco e belo monumento. Seu corpo felino repousa sobre a areia escaldante do deserto e entre suas patas, erige um imenso umbral de pesadas portas que se abrem dando passagem às entranhas da Terra. Ali me dispo das paixões e aprendo a controlar a força física. Sinto-me leve, flutuando pelo Ar, aprendo a respeitar a vida, zelar da saúde física e desenvolvo o intelecto. Mergulho na água, dominando as emoções e sinto emergir o amor puro e verdadeiro. Uma cortina de Fogo se abre, onde penetro, regenerando todo meu ser, tornando-me um ser espiritual. Acordo aos pés da velha e desgastada esfinge...


Evolução

Elemento 1 12345678910-

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FACES DO ÓDIO.........14 MÃE.......................15 NUNCA MAIS............16 VOCÊ......................17 PASSOS...................18 PÁSSARO VOANDO......19 MARGHERITA............20 FERA DOMADA..........21 MONTES BRANCOS.....22 WHAT A WONDERFUL..... WORLD II....23


Evolução

Elemento 2 111213141516171819202122-

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MARGINAL..............25 ADEUS...................26 BAGDÁ...................28 NAÇÃO COCOROBÓ....29 O ÚLTIMO................. GUERRILHEIRO......30 CANAÃ..................32 RAÇAS...................33 RASTAFARI.............34 SEPARAÇÃO.............35 GISELLI.................36 VIVER DE AMOR........37 PRINCESINHA..........38


Evolução

Elemento 3 2324252627282930313233343536-

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CORAÇÃO NO CÁRCERE..40 CANOA QUEBRADA.......41 DESENCONTRO............42 O ARDOR DA................. DESPEDIDA......43 ADEUS SOLIDÃO.........45 SAUDADE..................47 MENINAS DA DIVISA...48 SONETO DO SOM........49 AMEI.......................50 BELINHA...................51 DOIS.......................52 INFANTIL.................53 RAINHA...................54 TODOS OS SENTIDOS..55


Evolução

Elemento 4

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ULTIMA TRAVESSIA.......58

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ROSA NA ESTRADA.........63

REFLEXOLIDÃO.............59 ESCURECEU.................60 PAI...........................61 SONETO PARA UMA.......... AMIGUINHA....62 TERAPIA......................64 HAIKAI.......................65 A DANÇA DOS PUNHAIS..66 JUVENTUDE INTOCÁVEL..67 RENASCIMENTO............68 SANTA LUZ.................69 MANU........................70 VERDADE ...................71 ALQUIMIA..................72 CICLO INFINITO..........74


Evolução

Elemento 1

Terra frágil ganha força Nasce o poder pessoal Torna-se sadio e belo Cruza o primeiro portal

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FACES DO ÓDIO Ir o poder resgatar sem medo Da lama espúria, maldade vil E afogar no abismo negro Da escravidão do amor servil É Marte o astro que rege o mundo Rompe o temor, o pudor, o ser Dilacerando a essência, a vida Submissão, jogo de poder Ou deixa a Lua cumprir o encanto Insano espaço astral, sem fim Desdobra em brilho total beleza Em aparência se mostra assim Pérola em parto surge da gosma Não há poeira, cratera ou frio Daqui de baixo a tudo encanta Não se viu podre quando surgiu

Belo Horizonte em 20 de abril de 2002

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MÃE Adeus fantasia, sonho, ilusão Aquele que me ama Não mais verá esmeraldas nos meus olhos Nem o ouro pendido nos fios amarelos de meus cabelos Ter-me trazido à luz Torna lícito e direito Que escolhas o afago A depositar pesado e dilacerante Sobre meu hímen Amanhã haverá de possuir-me Em breves e insignificantes deleites Em troca de algumas moedas E há de odiar-me e viveremos, todos Infelizes para sempre

Araci, 1989

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NUNCA MAIS A boca beijada é a tua O corpo afagado é o teu Agora eu estou te perdendo Quem vive você não sou eu. E nem adianta estar perto, Ou do outro lado do mundo Ninguém dobra um sentimento Que nasce do eu mais profundo. Assim nada vale o poder Pra que humildade nos atos. Importa o carro importado? Ou não ter nos pés uns sapatos? Enquanto aqui tudo desaba A vida não volta ao sossego Não há mais conforto na calma Já não mais se vive sem medo

Belo Horizonte, 25 de janeiro de 2002

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Evolução

VOCÊ Menina de deus Não era e eu via Que apareceu Menina do dia Se o deus vagabundo De vez se apagar Seu dia imundo Vai logo acabar Você está solta Se vá com os seus Pois sempre vem outra Menina de deus

Pojuca, 1982

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PASSOS Numa festa sem cabeça De infinitas horas mortas Sem pedir que apareças Sem nada, em tudo cortas Sou pouco no vasto mundo Imundo no vasto o pouco Me queres, sabes no fundo Mas dizes que sou um louco Este início chega ao fim Antes nunca, não mereço Quisera acabasse enfim Ainda quando o começo Não entendo essa razão De ser assim submissa Pois o poder do Rei Sol Fulminará tua cobiça

Pojuca, 12 de julho de 1982

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PÁSSARO VOANDO Um suave Algodão Doce, Maçã, alegre no ar Lá numa Terra Encantada Um Carrossel a rodar Girando em minha cabeça Cavalga em minha emoção Quando você se aproxima Galopa o meu coração Se vem, encanto e alegria Enche-me de confiança Felicidade irradia Na volta insegurança Para o girar colorido Te perdi na multidão Pássaro longe, voando Que escapou de minha mão Acorda a dor dessa alma, Em ponta aguda e vinho É o cristal que despenca É sangue em meio ao caminho Não há mais som que eu cante E nem alegria ou razão Talvez na Roda Gigante Nasça uma nova paixão

Santa Luz, 01 de abril de 2001

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MARGHERITA Hoje eu choro apaixonado Choro o choro de quem ama Choro pela garçonete Que nem sei como se chama Choro então desesperado Por Karina e Isabela E me sinto amargurado Por Priscila e Daniela Hoje entendo as mulheres São vingança e mansidão Se não querem vão à forra Mas se querem é só perdão Só não sei o que acontece Com meu louco coração Que vive despedaçado Quer o mundo em sua mão

Belo Horizonte, 18 de julho de 2002

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FERA DOMADA Do temor certo onde aflora a emoção Ali renasce o sentimento adormecido Mira a lua bem distante um coração Na emoção de ter um bem correspondido Incerto sonho, objeto de desejo A jóia viva na vitrine de concreto Doura o fascínio incontido de um beijo Vejo a vitória e não creio estar tão perto A flor entregue à brisa cede a carícias Reluz o brilho do tesouro em minha mão Transborda a alma flutuando nas delicias Enquanto corpos nus vagueiam pelo chão A natureza se entrega sem pecado É o instinto que sufoca a timidez E o desejo vem no rosto estampado De poder vê-la pequenina outra vez

Canaã dos Carajás, 07 de fevereiro de 2003

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MONTES BRANCOS Brotam lágrimas da terra Inicia a caminhada Sobre os ombros pesa o medo Passos lentos pela estrada Por frestas suspira a vida O silêncio é um lamento Assim sigo cauteloso Vacilo cada momento Vou chegar até os montes De onde a vida irradia Ao redor dessas colinas Sinto pura energia O espírito me guia Pela determinação Miro longe uma planície Um lago me é canção O pavor já se dissipa Posso descansar na relva Me carrego de encanto Até penetrar na selva A natureza responde Pelo sussurro das águas Imponência em cachoeira Vem lavar as minhas mágoas

Carajás, 16 de Novembro de 2002

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Evolução

WHAT A WONDERFUL WORLD II Ao passar o passaredo Se encanta de cantar Na caminhada da vida São as curvas do amar E faz a minha cabeça É assim que fico pronto Balança, ondas suaves Que logo me deixa tonto Quando fito este rosto Um corpinho mavioso Essa criação divina Que mundo maravilhoso!

Santa Luzia, 10 de julho de 2002

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Elemento 2

O ar traz vitalidade, A conquista do saber A razão, a consciência A ciência faz crescer

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MARGINAL Morre, Agora que te roubaram a esperança, Depois que te roubaram o pão, A terra, a saúde Morre, Teu desespero traz a alegria Pra aqueles que te mataram Os mesmos que te fizeram Desprezar a morte Morre, Pois tu não choraste Por teu filho assassinado, Eles também não chorarão por ti. Tu não os ama porque eles te mataram Ele são o teu próximo e não te amam Porque estão distantes Nada é teu Nem as lágrimas Nem as terras A saúde ou o pão Assim a ilusão estava certa Quando te matou Nada tens, então Morre.

Campo Formoso, 1983

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Evolução

ADEUS Cruza a picada abraçada Maria com Seu João Trazem últimas notícias Das porteiras do sertão Nenhum capim, menos gado Já secou o ribeirão A galinha ainda ciscava Hoje mesmo no terreiro Mas se a fome amargava Tem durado o ano inteiro Era a última e eu matava Como fiz com meu carneiro Do romantismo da nuvem Que cobria nossa lua Não restou mais nem a virgem Do outro lado da rua Cujos olhos já não cingem Se foi da vida tão sua

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Evolução

No poço que nos molhava No tronco do mulungu O sabor da madrugada Grama e mandacaru Seus espinhos não dão nada Só me resta ir pr’o sul Dessa terra do sem fim Só me restará lembrança Já vou começar enfim O penar de uma andança Para a terra onde espero Me espera a esperança

Campo Formoso, 1984

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Evolução

BAGDÁ Quando insana a ganância Toma conta do juízo Quando os inconseqüentes Ignoram o prejuízo Temos mil e uma noites De horror no Paraíso Veias vivas sob a terra O petróleo a pulsar É a águia assassina Fazendo o sangue jorrar E as mães de todo o mundo Tristes em seu lamentar Lâmpada apaga sem Gênio Já não é maravilhosa E a fumaça que surge É agora perigosa As estórias da infância Hoje história rancorosa O ladrão que vem de fora O tapete é metralhado O fogo sobre o Eufrates O cálice é derramado E vem o apocalipse O terror globalizado

Canaã dos Carajás, 13 de abril de 2003

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NAÇÃO COCOROBÓ Exemplo de toda paz, Democracia, paixão Onde resgata o melhor Que vem da religião Luta em cooperativa Amor e grande união Colhendo o fruto e o progresso Pureza e compreensão As crianças no colégio Os adultos no labor Sempre, no final da tarde Rezam prece com fervor Eu falo de Conselheiro Que este mundo criou Choro o choro vendo as águas Que hoje o sonho afogou

Belo Horizonte, 24 de janeiro de 2002

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Evolução

O ÚLTIMO GUERRILHEIRO Que a juventude não pague Na estrada da ingratidão Pendurada em Pau-de-Arara O preço da alienação Ignorando as guerras Travadas por liberdade Como o herói Tiradentes Que venha ainda que tarde Veio Zumbi no Quilombo E Marighela ou Lamarca Nas lutas organizadas Pela justiça tão parca A saga de Conselheiro Andando pelo sertão Pagou com sangue o intento De repartir peixe e pão Estes são imprescindíveis Lutaram por toda a vida Como Irmã Dulce e Betinho São luzes d’alma sofrida Chico, Vandré, Caetano Fundindo grito e brandura Os que endurecem a voz Sem perder nunca a ternura

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Evolução

Mesmo se no horizonte Não surge o breu do pavor Temos que ser vigilantes Pregando, vivendo amor Clamando assim por justiça País, estado, cidade Pra que tenhamos por certo A paz e a felicidade

Belo Horizonte, 16 de junho de 2002 Carajás, 26 de setembro de 2002

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CANAÃ Vivia no anonimato Nossa terra prometida Até que foi finalmente Por outro povo invadida Quando tocou a trombeta O muro de proteção Pela força do trator Foi com a mata ao chão Sumiu o povo pintado Que sucumbiu com a floresta Os irmãos da profecia Tentam viver com o que resta Esperando a redenção Que traz um novo costume Como a arca de Noé Vem forrada de betume

Carajás, 20 de outubro de 2002

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Evolução

RAÇAS Hoje existem duas raças Uma é branca de pureza Que cultiva amor e paz E em tudo vê beleza Raça de compreensão Esta une as diferenças É a que estende a mão E tolera as divergências Outra raça é a vermelha Mergulhada na ganância Encharcada pelo sangue Que se impõe com arrogância Que divide o povo em castas Que impõe as dependências A que tudo quer pra si Sem medir as conseqüências Com aparência preta ou branca Amarela ou colorida Escolha estar com a morte Ou vir ao lado da vida

Santa Luz, 06 de abril de 2003

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Evolução

RASTAFARI Pesa o coturno no peito O canivete na trança Brusco é o movimento Que desfigura a esperança Era o belo, era origem Era imagem poética Com paciência, cuidado Se cultivava a estética Era o sentir-se bonito O dedicar-se em contento A arte, espelho da vida Pendia solta ao vento Vem o brutal pesadelo O preconceito medonho Quando o racismo aflora Cai na sarjeta o sonho

Belo Horizonte, 07 de junho de 2003

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SEPARAÇÃO Um náufrago anda sozinho Mergulhado em suas dores Tempestade, frio no inverno E primavera sem flores Ilhado pelas mentiras Chora um lamento tristonho Pois vem à tona o claro Oculto então pelo sonho E como dói perceber Lutando até o final Que ela assim como os ratos Foge ao primeiro sinal Assim a noite despenca Enquanto oh, sol tu descansas Meu acalanto é o fardo E lá são festas e danças

Santa Luz, 28 de dezembro de 2001

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Evolução

GISELLI Rodas, vento, liberdade É simplesmente real Ronco, rampa, depressão Ascensão do animal Perto assim da natureza Canta, corre e assobia Sol e chuva ou tempestade Clara noite, rubro dia Pela estrada de viver Voando sem um abrigo Equilíbrio sem problemas Tudo fora de perigo

Brasília, 13 de novembro de 2002

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Evolução

VIVER DE AMOR Não posso viver Na ânsia amargurada da solidão Pois já morri de amor. Tantas vezes...E tanto

Belo Horizonte, 25 de abril de 2003

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Evolução

PRINCESINHA Palavras soltas jamais descreverão a emoção De fitar a profundidade de teus olhos E presenciar esse sorriso ingênuo Tão cheio de malícia. De cada dedinho que se enrosca Nas pontas de teus cabelos, Emana forte energia que me faz sentir A presença de meu próprio coração. O despontar dos seios é a aurora da loucura. As curvas ainda suaves me envolvem E o medo que nos afasta me encoraja A me aproximar mais e mais de ti. A grande diferença que há entre nós Equilibra nossas aspirações. A preocupação de estar errado em pensar em ti, Me faz não te esquecer um instante sequer. Tua fragilidade se funde a minha rudez. E esta graça me envolve tão suavemente, Que acredito ser muita felicidade Para ser só um sonho

Santa Luz, 2000

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Evolução

Elemento 3

Na água que purifica Sem ofuscar por paixão Luz na escuridão da ira Quando aflora a compaixão

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Evolução

CORAÇÃO NO CÁRCERE Quando enfim finda o domínio De voar na imensidão Confinado na gaiola Os muros de uma paixão Luta se debate e fere Assim sangra o coração Vê-se em luta desigual E cansado de sofrer Conformado com a dor Acaba assim por ceder Calado, passivo e triste Um lamento é seu viver Um dia se abre a porta E o costume da prisão O leva a permanecer No fundo do alçapão Abre mão da liberdade Fica o medo e a solidão Precisa voltar à tona Recompor o tempo perdido Até ser agraciado Com o amor correspondido Só assim vai entender O valor de ter sofrido Belo Horizonte 14de junho de 2002 40


Evolução

CANOA QUEBRADA O vento levou nossa areia Nossa canoa afundou Acabaram-se os sonhos Até nosso mar secou O vazio da tua ausência Vou preencher de esperança De você gostar de mim Qual antes daquela dança E vivendo de saudades Hei de andar triste chorando Eu não quero te perder Vou estar sempre esperando Agora como não posso Gritar os meus sentimentos Vou mergulhar na canção Lembrando dos bons momentos E sempre que eu estiver Tocando meu violão Lembra-te que estarei Cantando minha paixão

Caldas do Jorro, 19 de agosto de 2001

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Evolução

DESENCONTRO O destino age assim Fez a gente se cruzar E depois o desencontro Pela missão de voar Vem o mundo dando volta Nos coloca aqui tão perto Vem saudade novamente Como águia no deserto O ciclo de evolução Me tange, outro lugar Vai na mala a esperança De outra vez te encontrar

Salvador, 2003

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Evolução

O ARDOR DA DESPEDIDA Surge a dor e a aflição Onde foi felicidade Chove o horror da traição Sobre o calor da amizade O sorriso vira choro O nojo vem da afeição O prazer de estar perto É repúdio e rejeição Toda admiração Vem agora sucumbindo E tudo quanto foi vida Hoje volta destruindo

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Evolução

O peso do sofrimento Traz o medo de morrer É fugir, virar a mesa É não mais poder se ter As lembranças tatuadas Cicatrizes de um amor Impossível esquecer Perseguem por onde for Desabrocha o sorriso Em um mundo diferente Uma outra amizade Nasce tudo novamente

Belo Horizonte, 13 de março de 2003

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Evolução

ADEUS SOLIDÃO Flutuando pelas ruas Plano sobre a multidão Tenho assim por companhia A amarga solidão Qualquer som me entristece Penso um monte de besteiras Sinto como se o mundo Fosse feito de fronteiras Se eu vejo alguém alegre Fico triste, não sou eu E se outro está triste O problema não é meu

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Evolução

Esqueço que o carinho Está em qualquer lugar Que em todo canto existe Um alguém para amar Alem disso tanta gente Também anda triste assim Quem sabe, até encontro Um que precise de mim Vou voltar à superfície E viver cada cidade Enxergar em cada rosto Uma nova amizade

Arapiraca, 02 de dezembro de 2001

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Evolução

SAUDADE Longe te sinto presente Quantos dias sem ti ver Em aqui parece longe Canso de tanto sofrer O mundo parece um barril De pólvora até a tampa Como me sinto infantil É a saudade que acampa Mas a distância é um bem Hoje estou flutuando Que sensação agradável Todo momento pensando Assim aumenta a esperança A cada dia que foi Aguça mais o momento De explodir com teu oi

Santa Luzia, 25 de março de 2002

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Evolução

MENINAS DA DIVISA Quisera ser brasileiro Nem do norte nem do sul Entre Minas e Bahia Onde o céu é mais azul “Lumiado” pelo brilho Das meninas dessa terra Encantada de beleza Onde o pensamento emperra Rodeado de carinho Tudo que eu sempre quis Estar perto da alegria Isso sim é ser feliz

Belo Horizonte, 24 de abril de 2003

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Evolução

SONETO DO SOM Debruçado na marquise Jamais vi coisa tão linda Não importa sofrimento Se há música ainda Seus dedos escorregavam Sobre a pista preta e clara Todos os anjos cantavam Só meu coração se cala Amanhã vem outro dia Me vem grande confusão Um olhar tão penetrante Eu fiquei tão inconstante Não sei se é impressão Fico cego sem um guia

Pojuca, 1982

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Evolução

AMEI Às vezes nem acredito Que acredito no amor Achar que alguém pode ter Um sentimento sem dor Eu fico aqui esperando Um bem incondicional Este que não deixa dúvida De uma entrega total Sem mascarar sentimentos Sem se encharcar de perfume Sem jogo, sem possessão Livre de todo ciúme Mútua entrega e alegria Um puro instinto animal Será assim com você? Será que não sou normal?

Belo Horizonte, 25 de março de 2002

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Evolução

BELINHA Movido pela emoção Que denuncia o olhar Eu já me sinto seguro Descobri o que é amar Sedentos como vampiros Envolvidos no abraço Mergulhados no desejo Assim nos vence o cansaço Flutuamos na penumbra Sentindo como é viver São momentos imortais Que jamais vou esquecer Amanhã vem outro dia E eu recordo risonho Tudo pode acontecer Até ser real o sonho Belo Horizonte, 22 de fevereiro de 2002

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Evolução

DOIS É somente o que me falta, Viver cada bom momento Compartilhando o amor Evitando o sofrimento Porque és a imagem viva Daquela que eu criei Eu te fabriquei na mente És tudo que eu sonhei Como jóia preciosa Que precisa ser cuidada Vem viver em segurança E ser sempre admirada Eu sempre te serei grato Por tua dedicação E pela fidelidade, De todo meu coração

Arapiraca, 10 de Junho de 2001

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Evolução

INFANTIL Até quando acharás que a terra É um parque de diversões E brincará de boneca Como uma criança? Até quando enxergarás a vida Com essa naturalidade Como se tudo fosse fácil... E possível? Até quando confiarás nas pessoas E darás risada de tudo Como se viver Fosse só alegria? Até quando te entregarás De corpo e alma ao amor, Achando que o outro se entregará Tanto quanto você? Até quando serás feliz?

Nordestina, 07 de março de 1996

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Evolução

RAINHA Se voa, navega e corre Mas tem total segurança Saber que todo o alicerce É firme amor e esperança Nômade só pelo mundo Tapete, barco e camelo Se nutre de tal certeza Alguém lhe espera com zelo Aguarda, riso nos lábios Aquele amor sem maldade De braço aberto, alegria Supera adversidade É recebido com festa Sentindo gozo profundo Vem, recarrega energia E cai de volta no mundo

Belo Horizonte, 24 de janeiro de 2002

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Evolução

TODOS OS SENTIDOS Sinto a tua presença Se miro nuvens esparsas Procuro te ver à distância Por esta rua que passas Sem profanar tua pureza Beleza rosa em botão A voz abala meu corpo Um terremoto, um tufão Teu cheiro invade a vila Gostoso gás profusão E num abraço inocente Congela a minha emoção Mata minha sede teu beijo Suave e doce sabor E do teu corpo a aura Ofusca ao claro do amor Nuvens assim neste encontro Respondem pura energia Se abre a rosa em beleza O chão se rasga em magia Transborda o sangue da terra Força viril de um vulcão Os gases reagem e se expandem Em descontrolada explosão

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Evolução

Despenca o gelo da serra Tão frágil, tão alvo e leve Ao deslocar-se transforma Imensa bola de neve Então toda força contida Rompe o temor da razão E se desprende em dilúvio De só prazer e paixão

Arapiraca, 05 de janeiro de 2001

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Evolução

Elemento 4

Regenera pelo fogo Em fé e meditação Em reflexão a alma Vive em contemplação

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Evolução

ULTIMA TRAVESSIA Um lago Por vezes refletia sobre a face Figuras disformes Tornando aquele plano um espelho multicor Um bote verde cruza vagaroso Aquela superfície Deixando atrás de si Um rastro que aos poucos Se desfaz Lá longe, no horizonte Surge aos poucos Uma nova figura na paisagem O remador observa Talvez seja o sol Que finalmente vem trazer a aurora Ondas surgem crescentes Ao redor dessa figura De súbito emerge uma serpente Imensa como uma quimera Baixa sobre o bote Levando consigo A utopia de um novo dia

Alagoinhas, 1983

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Evolução

REFLEXOLIDÃO Parem os relógios Está me faltando tempo Tempo pra gostar de ser Quem eu me tornei Tempo pra pensar Onde eu quero chegar Tirem os biombos Eu preciso de espaço Preciso olhar nos olhos Encontrar amigos Saber quem gosta de mim Eu quero ser feliz Me coloquem no chão Quero um lugar Que eu fale qualquer sotaque Onde eu possa ser quem sou Onde não seja preciso Ser um ator de mim mesmo

Belo Horizonte, 09 de junho de 2003

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Evolução

ESCURECEU Quando nós nascemos, eles surgiram e eram maiores Quando queríamos paz, inventaram a pólvora Quando protestamos, inventaram os nêutrons Quando pregamos o amor, eles pregaram Cristo na cruz Quando crescemos, eles nos perseguiram E fomos envolvidos pelas luzes, fomes, bebidas Pressões, ilusões e por fim fraqueza E fomos contra as divisas e elas pesaram sobre nós Arriscamos olhar , mas eles foram mais penetrantes Quisemos gritar, mas eles gritaram mais forte Então baixamos nossas cabeças e fomos morrer Mas nos olhamos uns aos outros e vimos neles a nossa própria face E ela brilhou forte Daí aproveitamos este brilho e iluminamos o caminho E o que era escuridão se fez luz

Campo Formoso, 20 de janeiro de 1986

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Evolução

PAI Eu na varanda esperando Quem sei jamais vai chegar Mas eu espero chorando Um dia há de voltar Não sei se sóbrio ou sonhando Não sei de gosto ou pesar Se vem alegre e cantando Ou se há mágoa e penar Não sei se foi para sempre Não sei se está descontente Mas sei que eu vou também Pode assumir nova vida Sua missão foi cumprida Fique onde está, fique bem

Belo Horizonte, 21 de fevereiro de 2004

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Evolução

SONETO PARA UMA AMIGUINHA Tem gente que nos faz ter Uma grande afinidade Existe uma identidade Mesmo longe, sem se ver Assim se cultiva amizade Sob qualquer situação, E se entrega o coração Com a seca ou tempestade É sempre estar a dispor Pra se ver em paz e calma Mesmo nas dores do amor Precisou, está na palma Pois que um sempre morou No fundo da outra alma

Santa Luz, 10 de abril de 2002

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Evolução

ROSA NA ESTRADA Embebe a rua de amor Seca o rancor coração Encharca a alma alegria Vem, irradia emoção Flor no asfalto, és gente Enxuga a nossa tristeza Passa, espalha e perfuma Com tua rara beleza

Araci, 1993

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Evolução

TERAPIA Se hoje vejo você Até me sinto risonho É parte do pesadelo Que em um dia foi sonho Você surgiu dos escombros Qual obelisco na praça Tornou alegre a lembrança Graças a toda sua graça Como a rosa que enfeita O cano de um fuzil Você, a Ilha de Açores Da Atlanta que sucumbiu Ao seu passar se enfeita A rua com a beleza Devolve a paz num sorriso Seu jeito, pura pureza Você vai a quem precisa Ascende ou apaga a chama Traz alegria, põe vida Vai para amar mar e ama

Santa Luz, 17 de março de 2002

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Evolução

HAIKAI A semente vai brotar Pois o ódio das palavras Vem do amor do coração

Belo Horizonte, 14 de setembro de 2003

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Evolução

A DANÇA DOS PUNHAIS O menino sobe a estrada Atravessa sete colunas Está de frente a um punhal A prata reluz e cativa Muda a face e sempre é lindo Perto fere e deixa a dor Traz assim tanta injúria Deixa um homem confundido Se se despe, baila e brilha Se se veste apaga e trilha Caminhos indesejados O fez brilhar por vezes Transformando o sentimento Que faz ver agora o quadro Um ancião desce a estrada Passa por sete colunas Está de frente a uma cruz

Pojuca, 1982

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Evolução

JUVENTUDE INTOCÁVEL A prata polida do espelho Em vez do seu corpo encantado Reflete o teu povo pequeno E a perseguição do passado O mago gasto em matéria Os servos, breves mortais Amam somente a canção As matas e os animais E tu, juventude intocável Porque foste iniciada A ser a morada da deusa Assim transformando-se em fada Então protegida dos tempos Hoje és testemunha real Do tempo da harpa e harmonia Do tempo do amor imortal

Araci, 1989

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Evolução

RENASCIMENTO Na tarde vai o menino Ouve o canto e estremece Como o vibrar do sino Na lida tudo acontece Já passou por os umbrais De portas que rangem dentes Acreditou nos mortais Sem esquecer outras gentes Até na casa dos mortos Os anjos lhe davam luz Em vez de ver os seus corpos Sangrando, pregados na cruz Alguém lhe falou da certeza Que quando acaba a esperança Sobe ao trono a princesa Que põe um fim nessa andança Mas não é chegado o tempo Ele espera com aflição Que o canário cante ao vento Na palma de sua mão

Pojuca, 1982

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Evolução

SANTA LUZ Chega a manhã, vem sem medo Fresta a luz anuncia Raia a felicidade Nasce o clarão, chega o dia Claro é o sentimento A pele, a terra, a flor Clara vem a luz do sol Claro é se dar sem ter dor Dorme o caos do egoísmo Fruto da obsessão A paz vem do equilíbrio Sem os males da paixão Clara é a alegria Claro é saber viver É viver a realidade Nunca mais ter que sofrer

Parauapebas, 25 de outubro de 2002

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Evolução

MANU Naquele dia ele acordou Que não cabia em si Tamanha era a felicidade Abraçou e beijou todos os amigos Presenteou a todos os queridos À tarde sentou-se na varanda Contou casos do arco da velha Recordou todas as alegrias do passado E sentiu-se feliz Sentou-se à mesa E se fartou de tudo quanto lhe era de direito Agradeceu a Deus por todas as bonanças Deitou-se e dormiu um sono eterno

Petrolina, 1984

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VERDADE Vento varou vozes Veja: violência vagando Vai vida vadia Viaja, volta vazia Vem vida virada

Alagoinhas, 1981

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ALQUIMIA Fogo em meu coração Queima os meus sentimentos Que eu volte a sentir paz Apague os ressentimentos E essa dor do ciúme Vire força e razão Que eu passe a dominar, Controlar minha emoção A traição seja vista Como uma concessão, Te devolvo a liberdade Tens o mundo à tua mão Que o ódio que eu sinto Volte a ser mais puro amor Sem cobrança ou recompensa Sem paixões e sem rancor

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Evolução

Que agora eu me concentre Apenas na emoção Mudando assim da angústia Para regeneração Os momentos de alegria Cresçam em meu pensamento E floresçam me trazendo Algo de contentamento Sendo transmutado em ouro Surge uma nova medida Me reerguendo das cinzas E ganhando nova vida

Santa Luz, 16 de outubro de 2001

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Evolução

CICLO INFINITO O homem... Nada sobre a Terra, Um indivisível átomo Com seu solitário Elétron A porção menor da célula Cujo núcleo é o sol. Esta, parte de um órgão Vindo do Incomensurável Espelho da criatura Sua imagem e semelhança Que se torna agora o tudo O homem...

Belo Horizonte, 20 de abril de 2003

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Evolução

EVOLUÇÃO Terra frágil ganha força Nasce o poder pessoal Torna-se sadio e belo Cruza o primeiro portal O ar traz vitalidade, A conquista do saber A razão, a consciência A ciência faz crescer Na água que purifica Sem ofuscar por paixão Luz na escuridão da ira Quando aflora a compaixão Regenera pelo fogo Em fé e meditação Em reflexão a alma Vive em contemplação O ciclo do crescimento Toca a alma, corpo e mente A sede de perfeição Vive tudo novamente

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