Aula de matemágica

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MARCOS ROBERTO ROSA

A AULA DE MATEMÁGICA Ilustrado por Thiago de Queluz

1ª edição LEDIX (Livraria Editora Xavier) Florianópolis – Santa Catarina 2017


A AULA DE MATEMÁGICA © Marcos Roberto Rosa e-mail: marcosrrosa@gmail.com Diagramação e Edição Editora Ledix

Capa e ilustrações: Thiago de Queluz

ROSA, Marcos Roberto. A aula de matemágica. Florianópolis, SC: LEDIX, 2017. 1ª. Edição. 30 p. 1. Matemática, 2. Infantil, 3. Educação. I. Título ISBN: 978-85-86251-54-2

CDD 370

Proibida a reprodução total ou parcial (exceto a última, com citação expressa da fonte), sob qualquer forma, meio eletrônico, mecânico ou processo xerográfico, fotocópia e gravação, sem permissão do Editor (Lei nº 5.988, de 14-12-1973). Reservados os direitos de propriedade desta edição pela Livraria Editora Xavier (LEDIX) Av. Atlântica, 409 - Fone (48) 3240-1642 Florianópolis, SC – 88095-700 editoraledix@gmail.com

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Dedico esta singela obra a meus filhos, Rubens Antonio Rosa Neto e Roberto Henrique Rosa. Críticos, “cobaias” e primeiros leitores do texto.

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Meus sinceros agradecimentos às professoras Nora Alejandra Patricia Rebollar e Gabriella Kurtz Oliveira, pelo apoio e preciosa ajuda no acabamento e esolha do ilustrador. Ao Thiago de Queluz, pelas belíssimas ilustrações que dão vida à narrativa singela deste livro, sem o talento deste mestre do desenho o livro não teria saído da gaveta.

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– “Acorda, menino” – disse a mãe ao seu sonolento filho enquanto acariciava seus cabelos – “hoje tem aula”. – “Mas mãe,” – responde o pequeno, ainda cochilando – “a cama tá tão boa. Deixa eu ficar mais um pouquinho...” – “Nada disso. Já é hora de levantar e se arrumar para a aula, senão você vai perder o ônibus.” Mesmo a contragosto, meio que se escorregando cama afora, o menino se coloca em pé. Vai ao banheiro, faz o “número 1” e se arrasta, preguiçoso, para a mesa do café.

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Seu leite e pão já estavam prontos, pois sua mãe sabia que se deixasse por conta

do

pequeno

certamente

não

sairiam de casa na hora certa. Depois de comer e beber, sempre com um rabo de olho na televisão, o garoto volta, já mais desperto, ao banheiro para lavar as mãos e o rosto. Já devidamente acordado retorna ao quarto para a mudança de roupas.

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De uniforme e mochila nas costas o pequeno estudante desce, juntamente com a mãe, pelo elevador no prédio onde moram

ao

condomínio.

portão

de

encontram

se

acesso

do com

outras crianças que também aguardam o transporte que os levará à escola. A algazarra que começa a cada encontro se prolonga durante todo o trajeto até a escola.

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As

mães

e

os

pais,

após

se

despedirem dos filhos embarcados no micro-ônibus, tomam seus rumos, alguns de volta aos afazeres domésticos e outros sempre

ao na

trabalho

fora

esperança

de

de

casa,

que

o

comportamento dos jovenzinhos seja melhor na sala de aula do que aquele visto na despedida.

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A chegada à escola é sempre um momento de reencontro. A turma se reúne para umas brincadeiras breves antes de entrarem nas salas de aulas. Um grupo se junta e forma uma rodinha de bafo. Outros correm feito doidos, uns atrás dos outros, brincando de pegar. As meninas, mais comportadas e maduras que os guris, se juntam em grupinhos e colocam as fofocas em dia, enquanto algumas novidades extraídas das mochilas cor-de-rosa com motivos meigos

são

compartilhadas

com

as

amigas.

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Bate o sinal. O corre-corre se inicia e todos se amontoam nas filas, que mais parecem cabos-de-guerra, à espera da professora. Alguns, normalmente os grandalhões, se aproveitam da situação para dar uns cascudos ou empurrar os menores. Alguém chora, inconformado com a situação, bem na hora da chegada da professora, que dá sua primeira bronca do dia e coloca ordem, mesmo que parcial, ao caos já instalado.

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Na sala de aula, após ruidosa arrumação de carteiras, os pequenos se ajeitam e pegam seus materiais, à espera do que lhes será apresentado naquele dia. Depois de colocar a data no quadro, devidamente copiado por todos (ou quase todos), a professora escreve, logo abaixo, a palavra mais temida e odiada pela maioria dos alunos da sala: MATEMÁTICA. Inconformados, alguns se deitam sobre a carteira, suspiram longamente olhando a bela manhã de sol que de descortina pela janela da pequena sala 17


fechada. Imaginam-se jogando uma bela partida de futebol, empinando bem alto uma pipa, passeando de bicicleta ou, até mesmo,

se

emocionante

aventurando saga

de

em

outro

uma mundo

através de seu super, hiper, mega novo jogo de videogame. Percebendo o desalento estampado na maioria dos rostinhos à sua frente, a professora inicia a aula de uma maneira um

pouco

diferente,

fugindo

à

tradicional tabuada e continhas. Afinal, ela também já fora criança e também já tivera seus devaneios durante as aulas de matemática. 18


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– “Muito bem, turma.” – inicia ela. “Hoje mostrarei para vocês que a matemática pode ser divertida. Vou fazer uma mágica e descobrir que dia e mês cada um de vocês nasceu.” Alguns cadeiras

se e

professora

remexem

outros está

em

pensam de

suas que

a

brincadeira,

enganando-os para que prestem atenção à aula. – “Escrevam em uma folha de papel, sem

que

eu

veja,

o

dia

do

seu

nascimento.” Pedido atendido por todos, cada um cobrindo do jeito que pode sua

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folha para evitar que a professora cole deles o resultado. – “Agora, multipliquem o número que escreveram por dois. Caprichem na conta para não dar erro e anotem o resultado.” – “Somem cinco ao resultado da multiplicação, e multiplique o resultado da soma por 50. Lembram como se multiplica

por

50?”

pergunta

a

educadora aos já compenetrados alunos que se esforçam, no auge dos seu 10 ou 11 anos, para chegar ao resultado de tão avassaladora multiplicação.

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Rabiscos e borrões de borrachas denunciam a participação maciça da turma ao divertido jogo de adivinhação que estão executando. A professora, pacientemente, aguarda até que todos cheguem ao final dos cálculos. Mesmo sabendo que alguns não conseguiriam atingir seus objetivos fica feliz ao ver a participação de todos. – “Agora” – prossegue ela – “somem ao

resultado

correspondente

obtido ao

mês

o

número de

seu

nascimento. 1 para janeiro, 2 para fevereiro, 3 para março, 4 para abril, e

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assim

por

diante,

até

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para

dezembro.” – “Depois subtraiam 250 do número obtido

nas

contas

de

vocês.”

Burburinhos e apelações são ouvidos aqui e acolá. Protestos dos menos inclinados aos números demonstram quem já sabe e quem ainda tem dúvidas nas operações básicas da matemática. Após algum tempo, e com alguns auxílios, a professora pede a um dos meninos, escolhendo a dedo para não dar

chance

ao

azar,

que

diga

o

resultado obtido após as contas. Suspense geral! 23


– “2.410, professora!” – exclamou, orgulhoso,

o

gordinho

sentado

na

primeira fileira bem pertinho da mesa, não

por

acaso,

desembaraçados

um na

lida

dos com

mais os

números. – “Muito bem.” – responde ela. – “Vejo que você nasceu no dia vinte e quatro de outubro.”

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Todos olham para o garoto que, atônito, confere o número dito há pouco e confirma a resposta da professora: – “Como a senhora adivinhou? Está certo, nasci mesmo no dia 24/10!” A professora dá uma risadinha, vira-se para o quadro e demonstra a “mágica” aos espantados e perplexos alunos. – “Então” – inicia ela sua explicação –

“24x2=48+5=53x50=2650.

Como

nosso amiguinho nasceu em outubro, somamos

10

ao

resultado,

assim:

2650+10=2660. Depois, é só subtrair

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250: 2660-250=2410, ou seja, 24 de outubro.” Vários outros se manifestaram, dizendo

orgulhosos

que

também

acertaram e que a mágica da professora tinha dado certo. Como era de se esperar, alguns erraram por pouco e outros nem chegaram perto. Pacientemente

a

professora

percorreu as carteiras e ajudou àqueles que

tiveram

alguma

dificuldade,

corrigindo as etapas e chegando aos resultados corretos com todos eles. Orgulhosos de suas conquistas, e conquistados pela esperta professora, 27


todas as atenções se voltaram para a aula do dia. Sem que soubessem, e se divertindo

bastante,

os

meninos

e

meninas daquela pequena sala de aula passaram a gostar um pouquinho mais de matemática após aquela aula (ou pelo menos odiavam um pouco menos aquela mal fadada disciplina).

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Ao

regressar

à

sua

casa,

encontrando sua mãe esperando-o junto ao portão, o menino, todo serelepe vai logo dizendo: – “Mãe, aposto que eu consigo descobrir que dia e que mês a senhora nasceu!” E a aventura matemática, e porque não dizer, o treino nas operações aritméticas,

seguiu

prazerosamente

mesmo em casa, concorrendo, agora, em pé de igualdade, aos tantos outros atrativos televisivos e tecnológicos.

Fim... 30


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