




ANECY ONCKEN MARCOS VAZ
Umuarama-PR, primavera de 2019.
VOLUME 3 G A A l PRET A l l EDI T ORA
V393
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Oncken, Anecy
Umuaraminha, Umuaramando os Esportes / Anecy Oncken; 1 ed., - Umuarama (PR): Marcos Vaz Produções, 2019.
36 p. : il.; 20 X 25 cm - (A alma de Umuarama é a Literatura; v.3)
ISBN 978-85-98715-04-9
1. Literatura infantojuvenil. I . Título. II. Série.
CDD-028.5
Índice para catálogo sistemático:
1. Literatura infantil 028.5
2. Literatura infantojuvenil 028.5
Texto Anecy Oncken
Direção de arte, capa e edição Marcos Vaz
Ilustração e cores Rodrigo Faccio
Cores capa Gustavo Urbanski
Foto editorial Luci Lemes
Impressão e acabamento Grafinorte
Copyright © 2019 - Anecy Oncken/Marcos Vaz Produções - Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc., nem apropriada ou estocada em sistema de banco de dados, sem a expressa autorização dos autores. Os personagens da Turma do Umuaraminha são criações do cartunista Marcos Vaz, proprietário dos direitos autorais.
Marcos Vaz Produções
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É, sr. Mário. Meu pai e meu grande professor. Que saudades! Até hoje guardo os grandes ensinamentos que ele me passou, principalmente de que a humildade e a honestidade sempre devem estar como primeiro ato no teatro da vida.
De pequena estatura, mas de uma grandeza infinita, ele valorizava por demais as pessoas e trazia dentro do peito uma bondade tão grande que quase não lhe cabia no coração.
Era daquelas pessoas que se desfaziam de uma camisa do corpo, para cobrir aquele que necessitasse.
De uma inteligência ímpar. Mesmo sem ter concluído o ginásio, à época, tinha uma farta biblioteca em sua residência e era um estudioso profundo, com sede de conhecimento. Quantas e quantas vezes presenciei, pois trabalhava com ele no cartório criminal no Fórum em Umuarama, advogados que o procuravam para tirar algumas dúvidas em matéria de Direito.
E quando ainda trabalhava no tabelionato da cidade era convidado para outros municípios, quando da necessidade de resolver casos complicados relativos ao notariado.
Hoje o meu pai faz tanta falta, pois agora atuo justamente como operador do direito e quando olho para o lado para suprir minhas dúvidas, não o vejo, mas ainda sinto sua voz e seus ensinamentos.
Um exímio datilógrafo com uma rapidez impressionante, para quem datilografava com apenas os indicadores. Em Umuarama, que eu saiba, na rapidez ele só “perdia” para o
Oscar, do Tabelionato da D. Pepe, para o Toninho, do Cartório Cível e, modéstia à parte, para mim, seu filho. Meu pai, nascido em Ponta Grossa, com raízes fincadas também nas cidades de Londrina, Munhoz de Mello e Iguaraçu e na sua infância, na cidade de Balneário Camboriú-SC, tinha um amor infinito por Umuarama e sofreu muito quando teve que se mudar novamente para Londrina. Amava todos os esportes, com preferência o futebol. Assim como a cidade, amava de paixão e profundamente o “tigrão da baixada”, o Umuarama Futebol Clube, tendo inclusive participado da diretoria como secretário. Amava até mais que o seu time também do coração, o tricolor paulista, São Paulo F.C.. Tratava os jogadores do Umuarama, como seus filhos, dando aconselhamentos, amizade sincera e no que pudesse, não deixava de prestar auxílios aos que precisavam. Lembro-me, como se fosse hoje, a presença dos jogadores cotidianamente na minha casa em contato com o meu pai. Ali vi passarem craques como o Marinho, Nenê, Alonso, Leonel, entre tantos outros que também tinham profundo respeito ao Mário Oncken.
Como herói nacional, participou como pracinha na 2ª Guerra Mundial, nas fileiras da Força Expedicionária Brasileira – FEB. Quantas histórias me contou. A sua Companhia, de engenharia, era que construía pontes e desbravava estradas para facilitar o caminho da artilharia contra os inimigos fascistas. Dentre tantas histórias narradas pelo meu pai, a que me marcou muito foi a vivenciada por meus avós, em Balneário Camboriú-SC, cuja casa era apedrejada quase todos os dias por brasileiros, por saber que meu avô Paul era alemão, enquanto meu pai lutava por esses brasileiros nas terras frias da Itália.
É, sr. Mário. Meu pai querido. De tanto amor por Umuarama, o destino quis que na cidade ele falecesse e na cidade fosse sepultado. Nunca esqueço uma frase que o jornalista Ítalo Fábio Casciola, colocou no Jornal Umuarama Ilustrado: “NAQUELA MESA ESTÁ FALTANDO ELE”, em homenagem ao meu pai, logo após tomar conhecimento de seu falecimento.
Há época, meu pai, ladeado de amigos, na mesa de um bar, tomando suas biritinhas, gostava de contar histórias, anedotas, falar de seus tempos na guerra, entre tantos outros assuntos que cativavam seus companheiros de final de expediente.
Uma homenagem singular que deixou emocionada toda a família. Obrigado, Ítalo!
De tanto amor ao esporte, outra homenagem de Umuarama que marcou a família, foi o nome dado ao Ginásio de Esportes Mário Oncken.
Enfim. Meu pai deixou marcada sua presença definitivamente, mesmo após o seu falecimento, na nossa querida cidade de Umuarama, que não foi adorada apenas por ele, mas o é por toda a família.
Obrigado, Umuarama!
Por Mário Renato Oncken
Numa quadra esportiva, várias crianças brincavam. João quicava sua bola de basquete, quando avistou o Umuaraminha, entretido em seu celular. Então o chamou: - Umuaraminha, ôô Umuaraminha!
- O que é João? Não vê que estou jogando no celular, ora... - Ááh...Umuaraminha, larga isso e vem brincar com a gente!
- Tá bom! Mas eu não sei jogar bola não, já vou avisando.
- Que pena! Parece que você só sabe ficar no celular. Aposto que nem sabe o que é esporte.
- Claro que sei. Meu professor Jefinho, me ensinou. Mas eu não gosto, prefiro jogar no celular, cansa menos.
- Tá bom. Agora esquece esse celular e vamos “viajar” no tempo.
- Como assim? Não entendi...
- Vem comigo e não diz nada.
- Ei galera, venham também!
Todos saíram correndo até um portão encantado, abriram e como num passe de mágica, foram transportados ao passado. Umuaraminha, deslumbrado, falou: - Uau... isso é o máximo...
Nisso vem correndo um menino, vestindo umas roupas antigas e carregando uma bola de futebol, que diz: - Olá, crianças, eu sou o Mário e vocês, quem são? Depois de se apresentarem, João indagou: - Mário? Mário Oncken?! Que massa! Eu serei seu bisneto! Uau, Umuaraminha, estamos no passado.
Depois de conversarem bastante, Mário ficou sabendo, através do João, que ele se tornou um homem muito inteligente, que sabia abordar qualquer assunto, e teve uma biblioteca na sua casa pois adorava ler, além de ser um exímio datilógrafo; que era apaixonado por esportes, principalmente pelo futebol.
E que quando estava servindo o exército, foi goleiro.
Nisso, chega outro menino, arremessando uma bola de vôlei para o alto, cumprimentou todos, sentou-se junto com eles e disse que seu apelido era Mu, e que seu pai, o Pi, gostava muito de vôlei, mas quando ele era mais jovem foi campeão de peteca. Todos começaram a rir, pois nunca imaginavam que jogar peteca era um esporte. Mu, também riu muito, porém explicou que foi uma brincadeira de escola e seu pai era bom mesmo no vôlei.
De repente, todos se calaram, pois avistaram uma menina sorrindo, vindo ao encontro deles, e dizendo se chamar Mia. Ela começou a contar que em todos os meses de setembro, aconteciam os Jogos da Primavera, em que todas as escolas competiam entre si, disputando várias modalidades. Era uma festa só.
O assunto estava muito interessante, quando João pediu atenção para continuarem ouvindo sua história.
Então Artur falou: - Biso Mário, sabia que não existe mais o clube Umuarama Futebol Clube? - Puxa, que pena! exclamou o Mário. Então João continuou: - O UFC foi um clube de futebol que iniciou como amador, em 1974 e logo em seguida se tornou profissional, mas aos poucos foi acabando e o senhor fazia parte da diretoria, como secretário geral.
De repente ouve-se um apito: Priiiiii! Era o técnico que queria formar um time.
Houve uma confusão, uns queriam futebol, outros vôlei, outros basquete. A Gabi chegou mais perto e disse que queria “jogar” judô. Foi uma agitação, ninguém se entendia, todos falavam ao mesmo tempo, um deus-nos-acuda.
A balbúrdia era muita, todos se alteraram, quando chega um professor de educação física, Murilo, e propõe formarem um time de futebol, em homenagem ao Mário. Mário sorriu satisfeito.
Algumas crianças, como Mateus, Murilo, Artur, João, Joaquim, Nato, Gustavo aceitaram, mas foi uma confusão só, falavam ao mesmo tempo, dizendo que queriam ser goleiro, atacante, zagueiro, até que Joaquim organizou o time, porém o Umuaraminha disse que só jogaria se fosse o goleiro, igual ao Mário e que já tinha um nome para o time – UMUARAMANDO.
E assim formaram um time, Mário foi o juíz. Jogaram alegremente e quando acabou o jogo, correram para o portão mágico. Chegando lá, foram transportados para a quadra de esportes do Ginásio Mário Oncken e conversaram sobre a mágica experiência que viveram. Mais tarde, foram para suas casas, pensando em se dedicar mais aos esportes, encantados que estavam pela história de Mário.
Anecy Oncken nasceu em Londrina no dia 20 de outubro de 1952. Seu pai, Mário Oncken, cartorário, transferiu-se com a família para Umuarama, nos anos 60. A cidade estava começando a se formar e foi nesta cidade que Anecy concluiu o Grupo Escolar, Admissão, Ginásio. Tem mais 4 irmãos; Romy, Mário Renato e Percy. Tem 3 filhos e 6 netos.
Em 1986 mudou-se para Londrina e começou o curso de História, na Universidade Estadual de Londrina, porém, não conclui.
No ano de 1997, mudou-se para a cidade do litoral, Morretes, começou a ministrar cursos profissionalizantes, no Senac; no ano de 1998 participou de um concurso para magistério pela prefeitura e começou a dar aulas numa escola da zona rural, em 1999.
Em 2006 conclui o Normal Superior, na Faculdade de Paranaguá – Fafipar
Em 2008 completou pós-graduação em Tecnologias Aplicadas à Educação, na Faculdade Bagozzi, de Curitiba.
Anecy é escritora de 5 livros de apoio pedagógico, a saber: Tabuada Rimada dos Bichinhos; O Alfabeto Dorminhoco; A Borboletazul – relatos de uma professora rural; Bêia, a abelhinha sem ferrão, este foi um livro científico,escrito junto à Universidade Estadual do Litoral do Paraná. Todos editados.
Os livros Era uma vez...as vogais e O Alfabeto dos Alunos ainda não foram editados.
Em 2016 retornou a Umuarama, de onde não pretende mais sair e em 2017 se tornou Modelo e Manequim Sênior. No ano seguinte se tornou Miss Universo Sênior do Paraná 2018, Miss Beleza Sênior do Brasil 2019 e Reina Senior Dorada Continental 2019.
Anecy participa de eventos da terceira idade, como palestrante e referência à mulher de mais de 60 anos; de desfiles de moda, de juris de concursos de beleza; de entrevistas em rádios e televisões, bem como modela para publicações em revistas e jornais.
Foi homenageada pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo em outubro de 2019. Tem páginas no Facebook e Instagram.
O cartunista Marcos Vaz nasceu em Tamboara no dia 02 de junho de 1971. Filho dos mineiros José Francisco e Juracy Rita, foi criado em Umuarama, para onde os pais se mudaram pouco depois dele completar seu primeiro aninho. Tem três irmãs: Fátima, Salete e Adriana. A primeira história em quadrinhos, sobre a Via Sacra, ele desenhou antes mesmo de aprender a escrever. E depois que aprendeu a escrever, não parou mais de estudar, até se formar em Letras, pela Fafiu. No caminho, passou pelas carteiras escolares e aprendeu com as professoras e professores do Coleginho das Irmãs, Escola Isa Mesquita e Colégio Estadual de Umuarama. E, claro, se formou datilógrafo, algo impensável nos dias atuais. Em 1986 criou o personagem Umuaraminha, dentro da turma do Brilhante, personagens que homenageavam os amigos da Rua Arapongas, nos arredores do Gigante da Baixada, o estádio de futebol. O que não imaginaria era que quatro anos mais tarde o personagem se tornaria símbolo oficial de Umuarama, incluído na Lei Orgânica. No final de 1992 mudou-se para Curitiba, onde sua carreira teve grande evolução, com o lançamento dos personagens Curitibinha, Paranazinho e Brasilzinho. Na capital paranaense, viveria por 18 anos, até retornar a “terra natal” em 2010. Tornou-se cartunista, editor, arte-educador e ainda fundou o Instituto Brasilzinho Educar para Transformar. Seus gibis, livros e jornais institucionais somam mais de 20 milhões de exemplares distribuídos em todo o Brasil e exterior. Em 2011 a Cartilha do Direito Internacional do Trabalho em quadrinhos, produzida pelo artista, foi lançada na sede da ONU para Europa (Genebra, Suiça) nos idiomas português, inglês, francês e espanhol. Em 2012 lançou um gibi bilingue (português e japonês) através do Rotary Internacional, em Tóquio, no Japão, onde ficou por 40 dias visitando 12 cidades, divulgando seu trabalho. Em 2017 voltou a produzir os gibis do Curitibinha e em 2018 recebeu o título de Cidadão Honorário de Umuarama, com o qual foi agraciado em 1995.
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A
A cidade de Umuarama tem como símbolo oficial uma personagem de história em quadrinhos, o Umuaraminha, criado por Marcos Vaz. Segundo o Dicionário, símbolo é a imagem que representa e encerra a significação de ideias e acontecimentos.
Esta personagem mora nas revistas e nos livros onde são apresentados os quadrinhos. Umuaraminha é um índio Xetá, representante da etnia que habitava esta região antes da colonização. Hoje, existem pouquíssimos representantes deste grupo entre nós, infelizmente.
A mensagem desta típica personagem é lembrar que Umuarama é um lugar que foi criado para ser bom. Um lugar em que deve ser respeitada sua natureza e aqueles que nela vivem, pois uma cidade é feita para cuidar de quem mora nela.
Mas, o Umuaraminha antes de nos dizer algo, é na sua essência uma personagem de literatura. O que quer dizer isto? Que para encontrá-la, há de se compreender desenho (imagem) e escrita (texto) que são partes essenciais de uma história em quadrinhos.
Logo, a vocação desta cidade é tornar a leitura acessível a todos os seus habitantes. Pois só sendo leitor para entender a alma de Umuarama.
Quem lê constrói melhor a sua história e da sua terra.
Irma Lovato Professora
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SÉRIE A ALMA DE UMUARAMA É A LITERATURA