Leonardo Boff
Leonardo Boff FRANCISCO DE ASSIS E FRANCISCO DE ROMA Uma nova primavera na Igreja
Uma nova primavera na Igreja
Leonardo Boff
FRANCISCO DE ASSIS E FRANCISCO DE ROMA
FRANCISCO DE ASSIS E FRANCISCO DE ROMA Uma nova primavera na Igreja 2ª edição • revista e ampliada
ISBN 978-8560458400
9 788560 458400
MAR de IDEIAS navegação cultural tel.: (21) 3681-6550 www.mardeideias.com.br | comercial@mardeideias.com.br
FRANCISCO DE ASSIS E FRANCISCO DE ROMA: uma nova primavera na igreja
leonardo boff edição revista e ampliada FRANCISCO DE ASSIS E FRANCISCO DE ROMA: uma nova primavera na Igreja | 2º edição revista e ampliada Ao fazer uma analogia entre Francisco de Assis e Francisco de Roma, Leonardo Boff aproxima estas figuras simbólicas. Não se trata de simples comparação, mas da constatação de uma inspiração divina. São Francisco iniciou uma Igreja que caminhava com os pobres, pela palavra do evangelho, que se revela ecológica ao chamar todos os seres de irmãos e irmãs. Esse é o modelo de Igreja que inspira Francisco de Roma: simples, evangélica, destituída de todo o aparato, e que também inclui a ética do cuidado com a vida humana e planetária.
TEOLOGIA E ESPIRITUALIDADE 14 x 21 cm / 184 páginas brochura em 1 cor em pólen bold 90 g Preço de capa: R$ 38,00 ISBN: 978-85-60458-40-0
Esse livro também é uma mensagem de amor, esperança e fé. E acolhe aos anseios de todos que queremos uma Igreja mais próxima e acolhedora. Mas também é destinado aos jovens, que têm a responsabilidade de promover hoje uma mudança para garantir o futuro: ter gentileza pelo outro, pensar na injustiça social como um problema universal a ser combatido, ser ecológico nas pequenas e grandes atitudes, assumir um consumo responsável, e, verdadeiramente, viver Jesus em sua simplicidade e misturar Deus em seus projetos. Nessa segunda edição, o autor aprofunda ainda mais esse debate após um ano de significativas mudanças e atitudes inovadoras que vem surpreendendo a todos.
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FRANCISCO DE ASSIS E FRANCISCO DE ROMA Uma nova primavera na Igreja
Leonardo Boff Sumário Prefácio • 9 Primeira Parte – O Papa Francisco: rupturas e inauguração do novo
A Igreja: de fortaleza à casa aberta • 16 Que tipo de Igreja estava em crise? • 18 A formação do poder monárquico-absolutista dos papas • 23 A Igreja como “casta meretrix” • 26 A Igreja tem salvação? • 33 Dois modelos de Igreja: testemunho versus diálogo • 36 Que tipo de Igreja queremos e seu futuro? • 40 Segunda Parte – Francisco de Assis e Francisco de Roma: afinidades e analogias
Francisco de Assis e Francisco de Roma • 46 Os dois Franciscos chamados a restaurar a Igreja • 50 O espírito de São Francisco, inspiração para o Papa Francisco • 54 Um papa que presidirá na caridade • 58 O papa que paga as próprias contas • 62 Francisco de Assis se desnuda para cobrir a nudez do Papa Inocêncio III • 66 A Ecologia de Francisco de Assis • 70 Promotor da consciência ecológica? • 73 O Papa Francisco inaugura a Igreja do terceiro milênio? • 77 A “tentação” de Francisco de Assis e a “tentação” de Francisco de Roma • 80 Ser radicalmente pobre para ser plenamente irmão • 84 A teologia da libertação e a teologia do povo • 88 Uma fé engajada e sem medo • 93
O papa da liberdade de espírito e da razão cordial • 97 O que trouxe de novo o Papa Francisco • 101 O legado que nos deixou o Papa Francisco • 104 Mensagem de São Francisco aos jovens de hoje • 107 O Cântico das Criaturas • 116 Oração de São Francisco pela Paz • 118 O amor total de São Francisco • 119 Terceira Parte – A reforma do papado por Francisco, bispo de Roma e papa da Igreja universal A volta à prática de Jesus salvará a Igreja • 122 O que o Papa Francisco não é • 126 O que o Papa Francisco é • 131 Um desafio para o Papa Francisco: assumir plenamente a humanidade • 139 A Tradição de Jesus e a Religião Cristã • 142 A despaganização do papado • 145 O Terceiro Mundo entrou no Vaticano • 148 A economia política da exclusão • 151 Papa Francisco fala com um não crente de homem para homem • 154 A Cúria Romana é reformável? • 158 O Papa Francisco e a refundação da Igreja • 161 Uma Assembleia ou Concílio de toda a cristandade? • 173 O papa da Igreja como lar espiritual • 179
2ª edição • revista e ampliada Rio de Janeiro • 2014
Prefácio O Papa Francisco tem se revelado uma das figuras mais carismáticas do momento atual da história: inspiradora de humanismo terno e fraterno, que vai além dos limites do cristianismo e dos povos. A primeira edição deste livro, escrito por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro, recebeu grande acolhida nos mais diferentes setores da sociedade. Tal fato justificou esta nova edição ampliada e enriquecida com reflexões, suscitadas por sua surpreendente prática de pastor que evita ser chamado de papa para ser bispo de Roma, irmão de outros bispos do mundo inteiro. Disse, claramente, que quer presidir na caridade. Renunciou à prática tradicional dos papas que, pelo direito canônico, eram apresentados como monarcas com poder absoluto, imediato e direto sobre toda a cristandade. Francisco de Roma quer imitar o Francisco de Assis: o irmão universal, irmão dos mais pobres dos pobres, mas também, o irmão do Sol, da Lua, de todos os seres vivos, da morte e até do feroz lobo de Gubbio. Nenhum papa na história da Igreja escolheu para si o nome de Francisco. Houve muitos com o nome de Leão, Gregório, Bento e Pio, entre outros. Escolher o nome de Francisco, pensando em São Francisco de Assis, seria para os papas anteriores uma grande contradição. Pois os papas viviam em palácios, carregavam muitos títulos honoríficos, concentravam em suas mãos todo o poder religioso e, por muito tempo, também o poder secular. Possuíam territórios (estados pontifícios), exércitos, muitos tesouros e bancos. Uniam em sua pessoa o Imperium e o Sacerdotium. Ora, era tudo o que São Francisco não queria para si e nem para seus seguidores. Todos deviam ser freis (fratres, corruptela de frater, irmão, em latim medieval). Chamavam-se “menores” (os sem poder) em contraposição aos maiores (os nobres, os grandes senhores feudais e os ricos comerciantes). São Francisco e estes freis optaram por viver no chão da vida (in plano subsistere) junto com o povo, os pobres e os rejeitados socialmente, como os hansenianos. Se um papa, vindo da periferia do mundo, fora da velha cristandade europeia, para surpresa de todos, escolhe o nome de Francisco quer dar um só recado: de agora em diante deve-se tentar um modo novo de exercer o papado, despojado de títulos e de símbolos de poder e procurar dar ênfase a uma Igreja inspirada na vida e no exemplo de São Francisco de Assis – na pobreza, simplicidade, humildade, confraternização entre todos, incluídos os seres da natureza e a própria “irmã e Mãe Terra”. É um projeto ousado mas necessário, pois corresponde melhor à Tradição de Jesus e às exigências evangélicas e responde sobretudo às demandas de um mundo globalizado dentro no qual a Igreja deverá encontrar, humildemente e sem exclusividade, o seu lugar ao lado e junto com outras Igrejas, religiões e caminhos espirituais. As reflexões deste ensaio procuram aproximar as duas figuras que se revelam extraordinárias: Francisco de Assis e Francisco de Roma. Seguramente, a Igreja romano-católica nunca mais será a mesma. O Papa Francisco vai, com grande probabilidade, inaugurar uma nova dinastia de papas procedentes das novas Igrejas da África, Ásia e América Latina. [...] Aqui está dito o essencial de seu nome e da missão que assumiu em seu ofício de coordenar e animar a fé e a esperança de mais de um bilhão de católicos. Pelo que tem falado e mostrado, por gestos, neste início de seu pontificado – por ocasião da visita aos imigrantes africanos na ilha da Lampedusa, no sul da Itália; à casa de acolhimento dos jesuítas a estrangeiros em Roma; aos desempregados da Córsega e, especialmente, de sua vinda à Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro (23-28 de julho de 2013) – o papa sinaliza profundas transformações que poderão inaugurar o terceiro milênio da Igreja Católica. Na primeira parte – O Papa Francisco, rupturas e inauguração do novo – faço algumas reflexões sobre como era a situação da Igreja antes do advento do Papa Francisco. O contraste revela a novidade que ele significa para a Igreja e para o mundo. Na segunda parte – Francisco de Assis e Francisco de Roma: afinidades e analogias – analiso sua figura, sempre em referência a São Francisco, chamando a restaurar a Igreja, missão imposta também ao atual papa. Na terceira parte – A reforma do papado por Francisco, bispo de Roma e papa da Igreja universal – abordo os principais eixos de sua ação pastoral que encarna “a revolução da ternura”, centrada nos pobres e sofredores deste mundo e numa Igreja que se entende como “um hospital de campanha”, pronta para socorrer a todos com compaixão, cuidado, misericórdia e amor. Pois, todos, independente de sua inscrição religiosa ou política, devem ser vistos e amados como irmãos e irmãs, todos filhas e filhos do Pai de bondade. Com o Papa Francisco tudo indica que o inverno eclesial de muitos anos chegou ao seu fim, para dar lugar a uma ridente e esperançada primavera. Leonardo Boff Petrópolis, 2014