NEWAY 2017
Este trabalho é unica e exclusivamente feito para conceitos acadêmicos sem nenhum fim lucrativo. Tanto a PUCRS, quanto a Famecos não tem nenhuma influência ou responsabilidade pelo conteúdo aqui presente.
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Comunicação Social Publicidade e Propaganda Primeiro Semestre Estética e História da Arte Paula Puhl Atividade 1 Arthur Neves Lindon Johnson Luiz Henrque Maria Regina Marina Uber Pedro Bacellos William Abreu William Py
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SUMÁRIO
1. I Pági nt na 6 ro du çã o 2. A
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"A beleza das coisas existe no espĂrito de quem as contempla" David Hume
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INTODUÇÃO
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"O BELO MODERNO"
desgostos, basicamente, uma maneira de
Com o passar das décadas e as grandes ondas artísticas, diversas vertentes sobre beleza foram construídas. Algumas, até os dias de hoje, se baseiam na arte clássica, como a grega, que valorizava a harmonia e a perfeição ( demasiadamente irreal) dos corpos humanos, para definir diversos padrões. Botando o homem a nível de um Deus, moldado pelas habilidosas mão de um escultor. E assim ela se difundiu pelo mundo, se tornando o principal referencial visual. Este conceito durou por muitos anos, mesmo com grandes pintores expressionistas e surrealistas, diversas variações de talento, o clássico sempre teve um grande espaço e influencia na sociedade ocidental. Durante todos esses anos, fomos ensinados que certo tipo de aparência era mais bela do que outra, que certos modelos tinham que ser seguidos para algo, ou alguém, ser considerado bonito. A arte só era bela quando agradava aos olhos e passava certo tipo de felicidade, criando uma relação de simpatia entre a obra e o apreciador. Mas, a arte deixou de ser apenas uma maneira de registrar um momento, ou cria-lo de maneira transcendental, demonstrando uma técnica e habilidade que faziam o autor se tornar renomado. A arte virou uma maneira das pessoas se expressarem, demonstrando suas características individuais, e consequentemente, seus defeitos, temores,
batizado, os conceitos se abriram e com ele
mostrar tudo que nos faz únicos, humanos, seres racionais e passionais. . Passou a ser influenciada pela origem, pelo meio em que se vive, pelos gostos, pela própria história. Desde de uma guerra, á um uma janela para a empatia, para o “fazer sentir”. Muito mais do que apreciar, a arte atualmente nos permite participar, entender, e associar com nossa própria vida. Não é mais um hobbie, uma profissão, um entretenimento elitizado como foi antigamente. Não é mais avaliada através de técnica e capricho. Seus valores deixaram de ser um fator determinante, e passaram a ser simbólicos. Paramos de ver o mundo artístico apenas com os olhos, e começamos a aprecia-lo com o coração, a guarda-los na memoria não apenas como uma estética bonita e encantadora, mas como algo forte, verdadeiro, real. E, como resultado dessa efeito, passamos a nos ver de um jeito diferente, desprendido de padrões criados a anos atrás, e mesmo desprendido de nossos padrões atuais. Sim, é um processo difícil, ver o belo em tudo, mesmo nas coisas, ironicamente, mais feias, mas a arte moderna tem nos ajudado, e mais do que isso, tem nos mostrado que beleza, é muito mais do que uma moldura pode enquadrar.
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A EXPOSIÇÃO
BELEZA "Desejo que as imagens que crio sejam suporto pra imaginação, o começo de um trajeto e não o fim dele . Quanto silencio cabe no desassossego? Quanto questionamento cabe em uma imagem? Busco o estranhamento reflexivo. A dualidade de dialogo entre a beleza triste das personagens com os rostos velados e os cenários sombrios. A fotografia deve ser densa, profunda e contundente. Não apenas bela. A Arte se assemelha a vida, sendo assim há espaço para representar também o medo e a solidão. O onírico como matéria de poesia que retrata uma dura realidade. O rosto, quase sempre, velado de mulheres representa uma crítica poética e a ideia de irreal quanto se parece. "
VELADA
É assim que a fotografa, expositora, e ex aluna da Escola de Arte e Fotografia, Heloisa Medeiros descreve sua exposição na Galeria VOA ( galeria dedicada exclusivamente a alunos e ex alunos da escola). Logo de cara, podemos ver a sensibilidade e profundidade das obras que compõem esse acervo. Mais do que a visão da autora sob o mundo e a feminilidade, temos pedaços de sua própria alma em cada fotografia. É importante notar que a artista soube a importância de apresentar as mulheres totalmente "desprotegidas" e vulneráveis em diversos ambientes. Nenhuma das fotos era só um corpo posando em um fundo, eram uma metáfora, de certa maneira, criada pelo contraste das modelos iluminadas em suas posições junto aos fundos mais escuros.
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O encanto dá exposição também não se da exclusivamente as obras, o espaço, pequeno e aconchegante, cria uma certa proximidade entre o observador e o retrato. O tecido na qual as fotos foram impressas, traz textura para a composição e certo ar artesanal. Diversas vezes, nos vimos de frente com questionamentos sobre o comportamento social das mulheres, os padrões impostos, as prisões invisíveis que se projetam através de dogmas fortalecidos pelo tempo. Além disso, pode-se alegar que, ao analisar a exposição de forma mais abrangente, a discussão central de todas as obras expostas é a diferença do belo e do "não belo" para cada um de nós. Pessoas nuas cozinhando com máscara de esgrima (como retratado em uma obra) podem trazer um sentido de reprovação para um
"QUESTIONAMENTOS SOBRE O COMPORTAMENTO SOCIAL DAS MULHERES, PADRÕES IMPOSTOS, PRISÕES INVISÍVEIS QUE SE PROJETAM ATRAVÉS DE DOGMAS FORTALECIDOS PELO TEMPO." determinado grupo mas, ao mesmo tempo, realçar um sentimento de prazer e admiração para outro. A exposição nos convida a olharmos pra nós mesmos, e perguntar se estamos olhando com os próprios olhos ou com um camada de conceitos pré montados, e repassados por nós através de diversos mecanismos, desde o senso comum até a própria mídia.
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A ARTE NO ESPELHO
UM NOVO CAMINHO É difícil optar por um novo caminho quando estamos habituados com um antigo, que nós passa segurança . É complicado experimentar uma comida nova, sendo que seu paladar já está habituado com os mesmos temperos. A mudança assusta, e mais do que a mudança, aprender coisas novas, ou as antigas, só que de outro jeito, pode parece assustador. Desconstruir ideologias que já não são mais condizentes com a realidade, pode parecer tão (ou mais) apavorante que aprender a escrever em outra língua.
A ligação entre o que se vejo e o que se penso já está tão estabelecida, que parece impossível traçar novamente esse percurso. Kant já dizia “A representação do objeto se dá por meio da complacência que determina o juízo de gosto” , mas oque isso significa exatamente? Que nós não vemos o objeto, a arte, como ela é cruamente, mas sim como nossa mente associa ela a outros conceitos de belo, de feio, de normal, e outra infinidade de adjetivos. Basicamente, a representação da arte não é a imagem que nosso cérebro recebe quando olhamos, escutamos, ou sentimos ela,
PARA SEGUIR mas sim, a maneira como ela nos faz sentir, o tato, a visão, o olfato, o paladar, a audição são só mecanismos pelos quais captamos sua essência, a verdadeira magia está na nossa cabeça. Quando tomamos algo por belo, não estamos atados apenas aquele momento, o julgamento não se dá pelo imediato, toda nossa vida, trajetória, o meio em que vivemos, as pessoas que conhecemos, tiveram influência para que aquele conceito seja criado. Isto afeta diretamente a visão que temos sobre nós mesmos e nossa autoestima.
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É evidente que buscamos desde a antiguidade sermos perfeitos, como se cada traço fosse matemática desenhado e details geneticamente construído, afinal o humano sempre buscou preencher um vazio que ainda hoje é indecifrável, almejamos o belo. Todos temos partes de nossos corpos que incontáveis vezes achamos que não saiu como planejado, como se um ingrediente faltasse na receita de formação de nosso ser, como, por exemplo, olhos grandes, nariz torto, um rosto ou um corpo “gordo demais” ou “magro demais”.
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"Podemos ter rostos simétricos, de porcelana ou qualquer outro material encontrado na terra, mas nunca seremos belos, negando nossas imperfeições atrás apenas do bonito."
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Mas uma pergunta fundamental que devemos nos fazer todo dia é: “Porque não consideramos nossas peculiaridades belas?”. Imagine só, se cada uma dessas imperfeições falasse, elas, com toda certeza, contariam uma história sobre você. Suas rugas de tanto sorrir, uns quilos a mais conquistados depois de uma viagem incrível regada a pizza e massas, um nariz torto que se herdou da mãe. Isso tudo é de uma beleza intangível, inegável, é emoção. Podemos ter rostos simétricos, de porcelana ou qualquer outro material encontrado na terra, mas nunca seremos belos, negando nossas imperfeições atrás apenas do bonito.
"A EMOÇÃO ARTÍSTICA DEPENDE DA SOCIEDADE EM QUE SE VIVE, DA REGIÃO, DO TEMPO, E DAS PESSOAS COM QUEM CONVIVEMOS.
" A BELEZA VEM DA EMOÇÃO QUE TEMOS DIANTE DE UMA OBRA DE ARTE QUANDO PERCEBEMOS O QUE O ARTISTA TENTA TRANSMITIR." COSTA, Cristina ; "O Prazer do Belo"
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A exposição por si só já é um bom exemplo de como a interpretação é afetada pela personalidade de cada individuo. Nem todos gostaram, as opiniões divergiram muito. Teve quem achou que as fotos eram poluídas, com uma profundidade poética forçada, que tentava fazer algo natural e falhava. Peças de bailarina, máscaras de esgrima, ambientação caótica fizeram o desgosto de alguns. Ao invés de aconchegante, consideraram a exposição pequena, mal organizada e sem uma real história a ser contada.
"Uns viram significados baseados em suas próprias memórias e ideias, outros só perceberam caos, gritaria e desorganização." A questão aqui não é a percepção individualista, e sim o respeito pelas peculiaridades de cada um. A empatia que tanto nós faz esta no lugar do autor da obra, quanto no de outro expectador. Entender a relatividade do conceito de belo, e consequentemente, de beleza, é se abrir para os aspectos do mundo que fogem do nosso cotidiano. É se olhar no espelho através dos olhos dos outros, e reconhecer que ser bonito não se trata de se enquadrar em um padrão.
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Quando entendemos todos esses conceitos de belo e beleza, a complexidade que isso envolve e sua própria relatividade,, percebe se que é inaceitável cobrar baseado em técnica, tempo ou até mesmo nome. O que realmente importa é o conceito por trás de cada obra. A compra e venda de arte deixou de ser mercado baseado pintores hiper renomados, com quadros hiper realistas para se tornar um mercado de conceitos e ideias onde se paga por algo além do físico. Isso reflete nos pontos a gente citados ajudando na desmistificação da arte renascentista e greco-romano.
'O valor simbólico se constrói, ão através de aproximações formais, mas pelos aspectos conceituais e estruturais que podem ser estabelecidos entre suas propostas e seus processos de instauração" Trecho retirado do texto "A Arte como Valor e a atuação das instituições museológicas de Maria Amélia Bulhões
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" Tudo isso no mostra o quão delicado é julgar e emitir juízos sobre as coisas e as pessoas. Infelizmente vivemos uma cultura da leviandade em relação às interpretações. E tudo isso porque não somos bons leitores do que vemos, do que ouvimos, do que nos dizem. Certamente somos também desatentos à nossas próprias opiniões. Contentamo-nos em gostar e desgostar como se isso fosse a base legítima de uma relação na ordem pública, onde se exigem argumentos tantos quando é o caso de colocar uma novela no ar, uma exposição de pinturas ou um filme em cartaz. Interpretamos a vida com base em nossos préconceitos, raramente questionando os reais motivos que nos impelem a dizer isto ou aquilo de algo ou de uma pessoa. Raramente temos atenção ao que realmente se dá à nossa volta. As obras de arte hoje vem dia servem para nos ensinar a atenção à nossa própria interpretação.
Neste sentido elas nos ensinam a cuidar de todo o campo de nossas relações. Elas exigem que nos tornemos atentos. Talvez quando formos atentos, possamos" .
Trecho do artigo " O Prazer de não pensar" de Marcia Tiburi, graduada em Filosofia pela PUCRS, e em Artes Plástica pela UFRGS, tem 47 anos e 24 livros publicados. 22
"Mesmo numa época de consciência não conseguimos nos desvincilhar por completo de conceitos antigos e mesmo os criticando não conseguimos fugir deles. É de extrema importância, portanto, tentativas de ruptura, principalmente nas obras de arte que mesmo que retratem a beleza clássica tente expressar uma beleza individual, perfeita ou imperfeita, mas acima de tudo, humana."
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QUEM SOMOS NÓS
1.Lindon
3. Maria
5. Arthur
19 anos Gosta de praia, carnaval e clericot
17 anos Gosta de desenhar livros dormir
17 anos Gosta de séries inter drogas
2.Luiz 20 anos Gosta de Tarantino, Grêmio e Iron Maiden 24
4. Marina 19 anos Gosta de Nadar, comer, meditação e música
6. Pedro 26 anos Gosta de Dardos Surfe Fotografia
7.Py 22 anos Gosta de filmes esportes hqs 8. Abreu 19 anos Gosta de séries memes rolezeira
Agradecimentos em especial a Escola de Fotografia Artística e a Galeria VOA
Rua Marcelo Gama 468 Porto Alegre Rio Grande do Sul O peso nas tuas costas são das tuas asas paradas.... VOA!
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EDIÇÃO ÚNICA , ABRIL DE 2017