Sistemas de Avaliação de Sustentabilidade: Certificações Adotadas no Brasil

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SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE: CERTIFICAÇÕES ADOTADAS NO BRASIL1 Mariana Ricciardi PERES* Prof. Luciana Pagnano RIBEIRO** Resumo O conceito de sustentabilidade está cada vez mais em pauta no setor da construção, onde há uma crescente procura por construções eficientes e que gerem menor impacto ambiental. Com o surgimento de sistemas de avaliação de sustentabilidade, tornou-se possível a verificação do desempenho e dos impactos ambientais das edificações, além de servirem como instrumentos que determinam parâmetros para classificação destas quanto à sustentabilidade. A partir de um estudo sobre o tema de sustentabilidade no mercado construtivo e certificações existentes foi produzido uma compilação e um comparativo entre os procedimentos e métodos dos sistemas utilizados no Brasil. Palavras-chave: Sustentabilidade; Certificações; Etiquetagem; Arquitetura; Avaliação. AVALIATION SYSTEMS OF SUSTAINABILITY: CERTIFICATIONS ADOPTED IN BRAZIL Abstract The concept of sustainability is increasingly spoken about in the construction sector, where there is an increasing demand for efficient constructions and that generate less impact in the environment. With the appearance of systems that avaluate the sustainability, it become possible to verify the performance and the environmental impacts of the buildings, besides serving as instruments that determine parameters for the classification of the buildings regarding their sustainability. After a study about the theme sustainability in the construction market and about the existing certifications, a compilation and a comparative were developed between the procedures and methods of the systems that are used in Brazil. Key-words: Sustainability; Certifications; Labeling; Architecture; Avaliation. 1Pesquisa realizada no Incentivo Cultural – PIC do Centro Universitário Moura Lacerda *Graduanda do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, SP. E-mail: mariana_ricciardi@hotmail.com **Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo. Docente do Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, SP, e orientadora da pesquisa. E-mail: lupagnano@terra.com.br


Introdução A proposta da criação de certificações sustentáveis teve como objetivo a obtenção de dados que permitissem a avaliação e monitoramento dos impactos ambientais nas construções, servindo como instrumentos de avaliação que determinam parâmetros para classificação da arquitetura quanto à sustentabilidade. É importante ressaltar que a arquitetura sustentável deve contemplar todos os itens do tripé da sustentabilidade, não deve apenas poupar energia e evitar técnicas ou materiais agressivos ao meio ambiente, mas também ser viável no plano econômico e socialmente consciente. Inúmeros são os exemplos que apontam este novo rumo da arquitetura, focada na sustentabilidade, considerando desde o projeto, os materiais utilizados, a construção em si e a maneira de realizar a manutenção da casa, ou do edifício. No Brasil, segundo dados fornecidos pelo Green Building Council Brasil, tem aumentado a procura por certificados de prédios verdes no mercado, tanto em empreendimentos imobiliários, como também em obras públicas. Porém é comum a palavra sustentabilidade ser usada no mercado apenas como estratégia comercial, servindo como justificativa para tornar mercadorias mais caras. Essa prática, conhecida como green washing, causa uma generalização de que tudo aquilo considerado sustentável teria um custo maior, induzindo a ideia de que uma construção sustentável seria de alcance apenas da alta classe social, o que sustenta contra um dos pilares da sustentabilidade, que é a inclusão social e acessibilidade universal.

Objetivo Geral Este projeto pretende pesquisar e comparar os sistemas de avaliação de sustentabilidade, identificando os tipos de certificações e selos adotados no Brasil, quais os principais procedimentos e métodos para sua obtenção, além de detectar quais os aspectos positivos e negativos de cada sistema de avaliação. Objetivo Específicos O projeto tem como objetivo colher e organizar informações sobre os sistemas de


avaliação de sustentabilidade: Certificação LEED, Selo AQUA, Etiqueta PBE Edifica, detalhando e gerando levantamentos sobre os processos de certificação de um edifício, comparando os apectos positivos e negativos de cada um e avaliando a viabilidade de cada sistema de etiquetagem para a realidade brasileira. Propõe levantar quais os parâmetros verdes, metodologias e critérios de avaliação necessários, destacando as diferenças e soluções de menor impacto, relacionando a realidade de um país em desenvolvimento com os valores de investimento em energia limpa.

Materiais e Métodos Para a pesquisa estão sendo feitas pesquisas em livros, teses e artigos, documentos encontrados e sugeridos sobre o tema de sustentabilidade e certificações. Além disso, algumas pesquisas em sites e manuais específicos de etiquetagem, palestras e reportagens assistidas auxiliaram no entendimento sobre o assunto.

Justificativa A pesquisa será fundamental para a organização e desenvolvimento do conhecimento, facilitando o entendimento no assunto e podendo auxiliar no aprimoramento dos processos de certificação à realidade brasileira. O estudo pretende tornar as informações sobre certificações, tecnologias sustentáveis e inovações no mercado possíveis a todos, criando uma aproximização da consciência sustentável com o projeto de arquitetura. Além de ser favorável para a divulgação da universidade, demonstrando preocupação pelo meio ambiente e propondo transformações em projetos futuros.

1. Desenvolvimento e Construção Sustentável A urbanização vem aumentando significativamente nas últimas décadas, com o crescimento das grandes cidades e o surgimento de novas. Em 2007 nós nos transformamos efetivamente em um planeta urbano, onde mais da metade da população mundial passou a viver nas cidades (AsBEA, 2012). Esse crescimento urbano intensivo em grande parte acabou sendo desregrado e


aconteceu sem planejamento, ocasionando consequentemente no consumo de bens naturais sem nenhuma regularização. As projeções mundiais estimam que a população do globo alcance 8 bilhões de pessoas por volta de 2025, sendo que quase todo o crescimento (98%) será em países em desenvolvimento e em áreas pobres (UNEP, 2003). Com isso grandes impactos ambientais começaram a chamar a atenção, assim como a primeira crise energética na década de 70, momento em que mais equipamentos consumidores estavam disponíveis, resultando no aumento da demanda de energia. Algumas respostas emergenciais começaram a ser pensadas, surgindo uma preocupação na população quanto ao futuro e soluções começaram a ser pensadas para redução do consumo e meios de controlar a geração de resíduos, diminuir o consumo ou gerar energia. Como ponto de partida, foi iniciado uma busca pela conscientização de que precisamos defender o meio em que vivemos, para que as pessoas notem suas consequências e aprendam mais sobre isso. Foram então realizadas conferências, com o principal objetivo de discutir o desenvolvimento humano e sua intensa relação com o meio ambiente, abrindo um debate de escala global. De acordo com TAYRA (2002), em 1972 foi realizada a conferência das Nações Unidas em Estocolmo, com o tema o Homem e o Meio Ambiente. Em 1979 e 1980 aconteceu o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Em 1987 foi elaborado o relatório Bruntland, entitulado Our common future – Nosso futuro comum - para definir um novo tipo de desenvolvimento e consolidar as principais noções da ideia de sustentabilidade. Já em 1992, na ECO 92, representantes de 108 (cento e oito) países debateram e se comprometeram a adotar diretrizes para tratar do novo desenvolvimento, trazendo a interligação entre desenvolvimento socioeconômico e as transformações do ambiente como prioridade. Uma das diretrizes criadas na conferência foi denominada Agenda 21 Global, que destaca os países em desenvolvimento, onde não há investimento urbano suficiente para acompanhar o ritmo da alta taxa de crescimento demográfico. A Agenda 21 propunha ações de longo prazo, fator fundamental para o incentivo para a formulação de indicadores ambientais em todo o mundo. Após a Agenda 21, diversos


países começaram a criar suas próprias agendas, com o objetivo de criar um quadro global, além servir como uma referência para atividades de pesquisa e desenvolvimento (CIB, 2000); assim o desenvolvimento sustentável começou a criar forma e se firmar como prioridade no plano de desenvolvimento das cidades. A partir da década de 90, o termo sustentabilidade surge globalmente e vai sendo inserido e pensado nos vários setores, inclusive da construção civil, no sentido de se criar ferramentas para medir impactos e incentivar práticas mais sustentáveis de projeto, construção, uso e desconstrução do espaço construído. De acordo com o USGBC (2010), a construção civil impacta o meio ambiente com o consumo de energia, de recursos naturais e gerando resíduos, como a emissão de gás carbônico. O impacto é ainda maior em países em desenvolvimento como o Brasil, onde os sistemas construtivos utilizados geram desperdício, como por exemplo a alvenaria tradicional em tijolos e utilização do concreto, são os sistemas construtivos mais utilizados e já fazem parte da tradição construtiva brasileira. Porém esse sistemas não são considerados os mais sustentáveis, a alvenaria é considerada responsável pelos maiores índices de desperdício de materiais de uma obra, principalmente, na desconstrução (quebra de paredes para reparos). O economista e mestre em tecnologia ambiental Elcio Carelli, da empresa Obra Limpa, afirma que 60% do total de resíduos produzidos nas cidades brasileiras têm origem na construção civil. “Em São Paulo, estima-se a geração de 17 mil toneladas/dia de resíduos, sendo que 30% vêm da construção formal e o restante da informal”, diz ele. Os sistemas muito diferentes dos tradicionais encontram grande resistência, no que diz respeito à aceitação do consumidor e falta de mão de obra com conhecimento especializado. Isso denota a importância da adoção de medidas eficientes capazes de controlar e reduzir estes desperdícios, gerando uma busca por soluções, maneiras de gerar menor impacto ou nenhum, para se trabalhar não contra, mas junto ao avanço tecnológico. Grande parte dos atuais projetos ganhadores de concursos têm a sustentabilidade como pré-requisito. O conceito de edifício definidos sustentáveis é para aqueles que se sustentam ao longo do tempo, permanecendo útil, habitável e produtivo, deve ter o melhor desempenho possível a partir de estudos dos recursos naturais e possibilidades de construção, economia no consumo e geração de energia. A arquitetura sustentável é definida por BOFF (2012)


como “soluções que geram desenvolvimento sem comprometer a disponibilidade de recursos das futuras gerações”. É importante ressaltar que a arquitetura sustentável deve contemplar todos os itens do tripé da sustentabilidade, não deve apenas poupar energia e evitar técnicas ou materiais agressivos ao meio ambiente, mas também ser viável no plano econômico e socialmente consciente. O desenvolvimento destes modelos evidenciam um esforço global de transformação das bases conceituais da arquitetura internacional. Com o objetivo de adquirir soluções sustentáveis nos projetos de arquitetura e projetos urbano, incluindo políticas e projetos de planejamento (em escala urbana e territorial), surge também o urbanismo sustentável, conceito em constante ajuste e adequação, buscando sempre novas soluções a partir dos avanços da tecnologia, algumas propostas sendo novas formas de apropriação do espaço, diversidade de usos e funções sobrepostas em um tecido denso e compacto, sempre respeitando as condições locais e ambientais. Outra proposta importante de sustentabilidade é a revitalização de edifícios, praças, parques ou bairros já existentes, mas deteriorados, buscando um paisagismo e preservação de ecossistemas urbanos e rurais. Um exemplo disso é o Retrofit, uma maneira de dar uma nova vida ao prédio, se apropriando de espaços já existentes para criação de novos, tendo uma economia e uma prudência muito maior. Um exemplo é a sede do BNDES, no Rio, que passou pelo processo do Retrofit e apresenta hoje uma redução no consumo de energia entre 20% e 25%. Seguindo essa linha surgiram as certificações verdes, uma proposta para obtenção de dados que permitissem a avaliação e monitoramento dos impactos ambientais nas construções. BELLEN (2006) acredita que o desenvolvimento e a aplicação de sistemas de indicadores ou ferramentas de avaliação que procuram mensurar a sustentabilidade é de grande importância para o desenvolvimento sustentável. Visando a produção de edificações dotadas de recursos minimizadores de danos ambientais, as certificações são instrumentos de avaliação que determinam parâmetros para classificação da arquitetura quanto à sustentabilidade. Considerando desde o projeto, os materiais utilizados, a construção em si e a maneira de realizar a manutenção da casa, ou do


edifício, os diversos sistemas de certificação definem parâmetros para avaliar a sustentabilidade, com objetivo de induzir mais construções de menor impacto possível ao meio ambiente. Inúmeros são os exemplos que apontam este novo rumo da arquitetura, focado nas condições ambientais e nas preocupações de salubridade e sustentabilidade. No Brasil, segundo dados fornecidos pela ONG Green Building Council Brasil - entidade supranacional que regula e promove operações sustentáveis na construção civil - está previsto o aumento na procura por certificados de prédios verdes no mercado, tanto em empreendimentos imobiliários, como também em obras públicas. Empreendedores, investidores e incorporadores buscam por meios de construir edifícios com algum diferencial no mercado. Porém foram observadas propagandas de empresas que colocam em foco a valorização do imóvel e o retorno financeiro, transformando a certificação ou o selo em um produto de mercado, deixando de lado a questão ecológica. Esse abuso por parte de algumas empresas constata a prática do greenwashing, uma distorção do conceito de sustentabilidade, quando um produto se diz verde ou sustentável e na verdade não é. Essa estratégia de mercado serve como justificativa para tornar mercadorias mais caras, muitos investidores buscam construir edifícios sustentáveis com a ideia de que eles poderão vender mais caro, obtendo uma rentabilidade maior. Essa prática causa uma generalização de que tudo aquilo considerado sustentável teria um custo maior, induzindo que uma construção ecologicamente sustentável seria um privilégio para investidores de maior possibilidade financeira, quando na realidade isso não é necessariamente verdade, a sustentabilidade na arquitetura tem como objetivo promover a inclusão social também. Felipe Faria, diretor da GBC Brasil, defende que os prédios sustentáveis são o tipo de construção mais lucrativa a longo prazo. A partir do estudo das certificações e seus impactos, foi discutido qual o verdadeiro objetivo da busca pela certificação, se seria por uma preocupação na economia dos recursos naturais e consciência sobre o impacto ambiental, ou se a verdadeira intenção seria econômica, fruto de uma especulação imobiliária, com a busca de um lucro e garantia de vendas para empreendimentos.


2. Certificações e selos no Brasil 2.1. Certificação LEED O selo norte americano chamado Leadership in Energy and Environmental Design (Liderança em Energia e Design Ambiental) ou LEED, foi criado como uma certificação para “construções verdes” em 1998 pelo United States Green Building Council (USGBC), conselho americano de construção sustentável, uma organização sem fins lucrativos que congrega representantes de diversos ramos da construção. De acordo com dados do GBC, o LEED já é utilizado em mais de 160 países. Internacionalmente reconhecido, avalia o design de uma construção bem como as estratégias de construção que visem à sustentabilidade. Baseado em requisitos legais americanos, a certificação tem como objetivo promover projetos que reduzam a poluição, economizem energia, racionalizem o uso da água e utilizem materiais reciclados e não agressivos. Objetivos da certificação LEED: • Reduzir a contribuição às mudanças climáticas globais • Realçar a saúde individual
 • Proteger e restaurar recursos de água • Proteger e realçar a biodiversidade e serviços do ecossistema • Promover a sustentabilidade e ciclos de matéria regenerativa • Construir uma economia verde
 • Realçar a qualidade de vida da comunidade Segundo o USGBC (2010), o sistema de classificação pode ser divido em 8 tipologias, cada uma levando em conta as necessidades específicas: TIPOLOGIAS LEED para projeto e construção de edifícios - BD+C - Building Design + Construction Projetado para guiar a avaliação do desempenho de novas construções ou grandes reformas, inclui grandes melhorias no sistema AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado). Direcionado também para projetos comerciais e institucionais, incluindo escritórios, escolas, prédios residenciais, governamentais, data centers, instalações recreativas, fábricas, hospedagem, unidades de saúde e laboratórios; Edifícios existentes - operação e manutenção - O+M - Building Operations + Maintenance Considerando que podem demorar até 80 anos para remediar os impactos ambientais gerados


pela demolição de um edifício existente e construção de um novo, mesmo se o novo for extremamente eficiente, essa categoria ajuda proprietários e operadores a medir operações, melhorias e manutenção de prédios em uma escala constante. Com o objetivo de maximizar a eficiência operacional enquanto minimiza os impactos ambientais, pode ser aplicado em prédios que buscam uma certificação pela primeira vez, edifícios existentes como lojas de varejo, escolas, hospedagem, data centers, galpões e centros de distribuição. LEED para interiores comerciais - ID+C - Interior Design + Construction Dando importância ao interior de edifícios, onde passamos 90% de nosso tempo, é uma certificação destinada às equipes de projeto, que não tem controle sobre a operação do edifício inteiro, a oportunidade de criar espaços internos que são melhores para o planeta e pessoa. É um sistema reconhecido por certificar interiores que sejam locais mais baratos para operar e manter, e tenha impactos ambientais reduzidos, podendo ser utilizado em uma grande variedade de tipos de projetos, de escritórios comerciais, hospedagem a lojas de varejo. LEED para Núcleo e Invólucro - ND - Neighborhood Development Criado para inspirar e ajudar a criar bairros melhores, mais sustentáveis e melhor conectados, é um sistema de classificação de construções para projetos com escala de bairro, que estão próximos do final da execução ou que foram terminados nos últimos três anos, olhando para além da escala dos edifícios e considerando as comunidades. Núcleo e Invólucro são os elementos básicos como estrutura, envelope e o sistema de condicionamento de ar, prioriza a seleção do terreno, a infra-estrutura e a construção de elementos que conformam um bairro, levando em consideração toda a paisagem e o contexto. LEED para Casas - Homes Design and Construction Inicialmente a maior parte das edificações que possuem interesse pelo selo eram empresas de grande porte e de uso comercial. Porém agora com a Certificação LEED FOR HOMES, a tendência é do selo se desenvolver na área residencial, para casas unifamiliares e projetos multifamiliares de até 8 andares. O diretor da GBC Brasil, Felipe Faria comenta que a maior barreira no setor residencial é a percepção do valor, o acréscimo de custo na construção de um prédio sustentável é de até 6%, mas os benefícios da eficiência, com a economia de recursos, são muito maiores. LEED para Escolas – SCH Projetos escolares, visa proporcionar ambientes mais saudáveis e confortáveis, possibilitando melhor desempenho dos alunos e corpo docente. Reduz custos com operação e manutenção do edifício e possibilita a criação de práticas de educação ambiental dentro do próprio ambiente escolar. LEED para Hospitais Engloba todas as necessidades de um hospital, muito distintas das de uma construção comercial. Estudos comprovam que, por possuírem ambientes mais saudáveis e naturais, hospitais certificados ajudam na recuperação do paciente, que inclusive é mais rápida que o comum. LEED para Lojas de Varejo Reconhece as diferentes necessidades e características de uma loja de varejo e auxilia as diretrizes para a redução da pegada ecológica da edificação.


2.1.1. Avaliação do Selo LEED Os Requisitos mínimos iniciais para uma certificação são o cumprimento de todas as leis federais, estaduais e locais, bem como o plano diretor do local. A edificação deve apresentar um mínimo de 93m2 de área construída, que também deve ser igual a no mínimo 2% da área do terreno ocupado; todos os projetos certificados devem se comprometer com a USGBC a compartilhar os dados de uso de água e energia por um período de pelo menos cinco anos.” (DANTAS et al., 2010, p. 4) A certificação internacional LEED possui 7 dimensões a serem avaliadas nas edificações. Todas elas possuem pré requisitos (práticas obrigatórias) e créditos, recomendações que quando atendidas garantem pontos adicionais à edificação, se algum pré requisito não for atendido o empreendimento não receberá a certificação. Critérios Espaço Sustentável Uso Racional da Água Energia e Atmosfera Materiais e Recursos Qualidade do Ambiente Interno Inovação e Processos Créditos Regionais PONTUAÇÃO MÁXIMA

Pontuação 26 pontos 10 pontos 35 pontos 14 pontos 15 pontos 06 pontos 04 pontos 110 pontos

O sistema de classificação proposto pelo LEED engloba nove áreas, que funcionam como base para o desenvolvimento dos checklists de avaliação do empreendimento. São essas áreas: •

Espaço sustentável: a escolha do local de construção e o manejo do mesmo durante a construção são importantes considerações. todos critérios envolvem a definição prévia do local de construção, que dá preferencia à construção de edifícios longe de locais ambientalmente sensíveis. Pré-requisito: Prevenção da poluição na atividade da construção.

Localização e transporte: incentiva a construção de cidades em locais densos.

Eficiência com água: redução do uso da água, encorajamento do uso inteligente da


água, tanto dentro quanto fora do prédio. •

Energia e atmosfera: proposta de diversas estratégias de economia de energia. Prérequisito: Comissionamento dos sistemas de energia; performance mínima de energia; gestão fundamental de gases refrigerantes.

Materiais e recursos: destaca a especificação e o uso de produtos e materiais cuja produção é limpa. Pré-requisito: Depósito e coleta de materiais recicláveis.

Qualidade ambiental interna: busca estratégias para melhorar o ar interno, prover à luz natural, e melhor a acústica da construção. Pré-requisito: Desempenho mínimo de qualidade do ar interno; controle da fumaça do cigarro.

Inovação e processos: fornece pontos de bônus para projetos que usam tecnologias novas, incentivando a busca de conhecimento sobre Green Buildings.

Prioridade regional: diferenças ambientais, sociais e econômicas de cada local (GBC Brasil, 2015).

Projeto integrado: integração de membros de diversas disciplinas. Para o LEED ND existem 3 (três) áreas adicionais:

Localização inteligente: promover bairros caminháveis com transporte eficiente.

Padrão e desenho do bairro: projetar bairros compactos, acessíveis e com diversos usos.

Infraestrutura e edifícios verdes: reduzir os impactos ambientais causados pela construção. O selo americano, conferido pelo conselho USGBC, é concedido conforme uma

documentação feita pela internet e enviada aos Estados Unidos. Primeiramente é feito um registro da certificação no website do USGBC, depois é feito uma pré-certificação, com base no desempenho da construção em múltiplos créditos. A certificação real só é emitida após a conclusão da obra, quando todos os requisitos são verificados. O USGBC sugere que um profissional LEED AP seja a pessoa de contato no registro do projeto com o USGBC e que seja membro da equipe responsável pela documentação. Esta creditarão é concedida depois de realizarem um exame técnico avaliado pelo GBC Brasil, para este são oferecidos cursos preparatórios que podem ser comprados no site do próprio


GBC Brasil. O nível da certificação é definido conforme a quantidade de pontos adquiridos, podendo variar de 40 pontos a 110 pontos. Os níveis são: Certificado: 40 a 49 pontos. Silver: 50 a 59 pontos.
 Gold: 60 a 79 pontos. Platinum: 80 ou mais pontos. O edifício deve garantir uma vida útil mínima, proporcionando facilidade de manutenção durante o uso e operação. A certificação é válida por 05 (cinco) anos e seu sistema tem revisões regulares a cada 03 (três) ou 05 (cinco) anos ou quando o órgão julgar necessário. •

Quantidade de pontos de cada fase nos itens do checklist, para um total de 110 pontos:

Fonte: USGBC, maio de 2017/Adaptado pela autora 2017.

Subdivisão da fase de projeto, para um total de 77 pontos:

Fonte: USGBC, maio de 2017/Adaptado pela autora 2017.


Com os gráficos é possível observar a importância da fase de projeto de uma edificação, principalmente projeto arquitetônico, onde serão incorporadas as principais estratégias para o melhor desempenho da edificação.

2.1.2. Atuação do LEED no Brasil No Brasil a primeira edificação certificada foi a agência do Banco Real em 2007, em Granja Viana. De acordo com a GBC Brasil (Green Building Council) o país está na quarta posição no ranking, entre as 165 nações onde o World Green Building Council atua, com mais de 1200 empreendimentos registrados e mais de 400 certificados no país no ano de 2017. Nos últimos anos com o surgimento de uma compreensão sobre as vantagens do selo e oportunidades de ganhos futuros, houve um grande crescimento, onde cada vez mais a certificação está sendo utilizada e reconhecida e o número de empreendimentos interessados vem crescendo significativamente. Total de Projetos Registrados: 1243 Total de Projetos Certificados:453

Fonte: GBC Brasil, outubro de 2017/Adaptado pela autora 2017.

O LEED é bastante utilizado no mercado brasileiro, muitas empresas internacionais já conheciam seus parâmetros e por isso adotaram essa certificação. O órgão do Green


Building Council Brasil (GBC Brasil), que representa a certificação LEED, tem trabalhado na interpretação e adaptação dessa ferramenta, portanto, mesmo sendo o selo mais disseminado no Brasil, como o processo americano se mantém, ainda não é considerado o mais ideal para a realidade brasileira. Ainda é necessário a adaptação de alguns parâmentros, por atender à legislação americana em quesitos como eficiência energética, a qual tem um grande peso no resultado final, essa certificação valoriza o uso de tecnologias, fornecendo pontos de bônus para projetos que usam tecnologias inovadoras, como por exemplo o uso de sistema de automação, A certificação é baseada em um sistema de pontuações simplificado, a avaliação do edifício é feita a partir de um checklist, com isso as soluções consagradas pela certificação e que geram pontuação podem ser compensadas, não atendendo de forma que poderiam ser incorporadas desde o início do projeto. Como por exemplo o sistema de ar condicionado, que pode ser utilizado com a justificativa de não gastar tanta energia ou do gás refrigerante ser ecologicamente correto; ou pode-se utilizar a iluminação artificial, justificando conter sensores de presença e lâmpadas LED. É questionado a adaptabilidade de alguns quesitos da certificação, como a inexistência de uma avaliação em relação ao envelope do edifício, aquilo que separa o ambiente interno do externo, sendo possível a certificação de edifícios com a fachada toda de vidro, criando um risco de não ser alcançado o desempenho desejado, já que é necessário a utilização do ar condicionado para obtenção de conforto interno. Alguns parâmetros são inexistentes como itens que tratem do desempenho, conforto, a questão da durabilidade dos materiais, qualidade dos espaços e acessibilidade. Outro parâmetro ausente na certificação é o de quantificação da geração de resíduos, já que os processos construtivos muitos utilizados nos Estados Unidos são os sistemas de steel frame e wood frame, diferentes dos sistemas convecionais brasileiros. Porém embora o selo ainda não represente a realidade brasileira, o LEED ainda continua a estimular a melhora de desempenho energético de um edifício. Sua grande influência no mercado imobiliário e a valorização que sua aplicação gera faz com que investidores sejam os grandes divulgadores da certificação. Influenciando o arquiteto, constructor e inclusive o cliente final, sobre a importância das construções sustentáveis.


2.2. Selo AQUA-HQE O selo AQUA foi o primeiro sistema de certificação que surgiu no Brasil, adaptou a certificação francesa HQE (Haute Qualité Environnementale) para a realidade brasileira, adaptado a cultura, clima, regulamentações e normas brasileiras, tornando-se uma das certificações mais usadas. Foi fundado no dia 03 (três) de abril de 2008 pela instituição privada e sem fins lucrativos, Fundação Vanzolini, e liderada pelo professor Ruy Aguiar Leme. Em 2014 sofreu uma renovação, promovendo a fusão entre referenciais técnicos brasileiros e franceses, criando a certificação AQUA-HQE. A metodologia é reconhecida por diversas entidades certificadoras da França, Alemanha, Inglaterra, Finlândia, Itália e Estados Unidos, que fazem parte da SBAlliance Sustainable Building Alliance, da qual a Fundação Vanzolini atua como membro fundador e ocupa o Board. Itens como desempenho, qualidade dos espaços, acessibilidade e conforto estão presentes no selo, atendendo as exigências da NBR 9050 e do Decreto da Lei 5296 de acessibilidade. Elementos como conforto acústico, térmico, lumínico e visual são bem mais detalhados. Visa obter os melhores resultados ambientais, com economia de recursos naturais. Consideram o programa de necessidades do empreendimento, o contexto local, a estratégia ambiental do empreendedor, a análise econômica global, o usuário e as demais partes interessadas e a regulamentação. O primeiro referencial adaptado foi o de escritórios e escolas, e a partir desses surgiram outros referenciais, como a certificação para hotéis e comércio, e posteriormente para residências. De acordo com Manuel Martins, responsável pela certificação de edificações AQUA da Fundação Vanzolini, o desdobramento para edifícios comerciais foi mais simples comparado à certificação residencial, porque para residências os itens de conforto mudam muito. O selo AQUA atua em diferentes escalas, certifica também bairros sustentáveis, demandando a evolução dos materiais. Foi desenvolvido também a aplicação para portos, no setor de transporte, agora oferecido em transferência de tecnologia reversa do Brasil para a França e para o mundo.


Setores de Atividades Cobertos: -

Moradia: Coletiva, Individual em conjuntos habitacionais, Moradia estudantil, Foyer (alojamento coletivo), Moradia com serviços;

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Escritório: Imóvel de escritório: agência (bancária, de viagens), consultório, administração, etc. Delegacia de polícia, quartel da polícia militar, Call-centers, Centro de saúde, Centro de socorro e de combate a incêndios, Centro de negócios;

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Ensino: Ensino elementar (maternal), primário (escola), secundário (liceu, colégio), superior (universidade, escolar isolada...), Conservatório, Escola especializada, Creches, jardins da infância, centros de acolhimento de crianças menores de três anos em situação de abrigo;

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Comércio: Centro comercial, Edifício comercial em zona de atividades, Comércio no térreo do imóvel, Áreas de serviços para campings e trailers;

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Hotelaria: Hotel, Edifício de hospedagem turística semelhante ou não a um edifício usado para moradia (residência para turismo, conjunto residencial de turismo, albergue da juventude, apart-hotel, etc.), Outros edifícios de hospedagem (foyers para jovens trabalhadores, por exemplo);

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Logística: Galpão de logística, Centros técnicos operacionais, Serviços de expedição de mercadorias Frigorífica;

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Transporte: Estação rodoviária, Estação ferroviária, Aeroporto, Estação portuária;

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Espetáculos: Teatro, teatro de ópera Cinema, Complexo para espetáculos (sala de concerto, etc.);

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Cultura: Edifício de exposições (museu, galeria privada, etc.), Centro de congressos, Centro de conferências, Midiateca, biblioteca;

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Alimentação: Restaurante em zona de atividades Restaurante no térreo do imóvel, Restaurante universitário, Restaurante Inter empresas, Cantina;

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Penitenciária: Prisão, Centro penitenciário, Centro de reabilitação de menores;

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Indústria: Gráfica, Oficina, Laboratório, Pequena atividade artesanal, Atividade de pesquisa Data-center


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Outros: Tribunal

Fonte: Fundação Vanzolini, outubro de 2017.

2.2.1. Avaliação do Selo AQUA COSTA et al. (2015) afirma que de acordo com o Referencial Técnico do Processo AQUA, para se obter a certificação, o empreendedor deve estabelecer o controle total do projeto em todas as suas fases - Programa (Pré-projeto), Concepção (Projeto), Realização (Obra) e Operação (Uso), por meio do Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE), para que sejam atendidos os critérios de desempenho da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE). A certificação é concedida, ao final de cada fase, mediante verificação de atendimento ao Referencial Técnico. O método de avaliação é realizado a partir de um checklist que enuncia catorze (14) categorias para avaliar a gestão ambiental de obras e as especificidades técnicas e arquitetônicas. Os requisitos são: Gerenciar os impactos sobre o ambiente exterior (preservar os recursos, reduzir a poluição, reduzir os resíduos) Eco-construção Eco-gestão 1 Relação do edifício com o seu 4 Gestão da energia entorno 2 Escolha integrada de produtos, 5 Gestão da água sistemas e processos construtivos 3 Canteiro de obras com baixo impacto 6 Gestão dos resíduos de uso e operação do ambiental edifício 7 Manutenção - permanência do desempenho ambiental Criar um espaço interior sadio e confortável (para os usuários, a vizinhança, o pessoal de obra) Conforto Saúde 8 Conforto Hidrotérmico 12 Qualidade sanitária dos ambientes 9 Conforto Acústico 13 Qualidade sanitária do ar 10 Conforto Visual 14 Qualidade sanitária da água 11 Conforto Olfativo Fonte: Fundação Vanzolini, outubro de 2017.


As fases da Construção Sustentável são: • Fase Programa (pré-projeto): a primeira fase do processo, onde o empreendedor desenvolve suas ideias iniciais sobre o empreendimento em seu contexto econômicoambiental, quando é definido o programa de necessidades, os critérios e o partido arquitetônico, orientando o projetista na concepção arquitetônica e nas definições técnicas do empreendimento, Estabelece-se o sistema de gestão do empreendimento, para viabilizar o controle total do projeto, garantindo o contínuo atendimento aos níveis de desempenho que o edifício pronto deverá apresentar. Isso será submetido à Fundação Vanzolini e, se atender às normas, o empreendimento receberá o certificado da primeira fase e passará à etapa seguinte. • Fase Concepção (projeto): define a construção sustentável e como será realizada, onde é definido a concepção arquitetônica e as diretrizes técnicas do empreendimento, visando o projeto executivo. Nesse momento os objetivos e as escolhas do programa são utilizados no desenvolvimento do projeto executivo, com todos os detalhes de como será o empreendimento, e de acordo com o sistema de gestão escolhido para garantir o controle. Nessa etapa também ocorre uma autoavaliação, dessa vez mais profunda, para demonstrar como o projeto desenvolvido atenderá os critérios nos níveis Bom, Superior ou Excelente que foram propostos nos objetivos da primeira fase. As soluções são definidas em detalhe, por meio de estudos, simulações computacionais e cálculos. A Fundação Vanzolini fará a auditoria e, se tudo estiver correto, será concedido o certificado da segunda fase. • Fase Realização (obra): a obra é realizada de acordo com o projeto, a terceira etapa abrange a obra feita em acordo com o sistema de gestão e com os projetos, para concretizar o perfil proposto. Nessa fase, o empreendedor documenta e demonstra os resultados para a obtenção da certificação. Uma nova autoavaliação será feita no final da construção, que passará pela última auditoria para verificar se o projeto implantado resulta no perfil desejado. Se tudo estiver certo, a fundação concede o certificado. • Fase Operação (uso): proporciona condições de conforto e saúde ao usuário, com o melhor desempenho sócio-econômico-ambiental, mantendo o valor patrimonial do empreedimento, as rotinas de gestão predial devem ser planejadas e monitoradas periodicamente.


• Fase Desconstrução (desmontagem): ao final da vida útil, permite o aproveitamento dos materiais e sistemas, com o menor impacto ambiental.

Para se obter a certificação, primeiramente o empreendedor deve fazer contato com a Fundação Vanzolini para decidir em qual setor ele se enquadra, depois de identificado a avaliação é feita a partir de auditorias e a submissão de documentos que comprovem o atendimento aos requisitos. Para estabelecer e manter o sistema de gestão do empreendimento e garantir o desempenho, é recomendado que o empreendedor contrate um consultor de sustentabilidade ou uma equipe AQUA-HQE, conforme o porte e a complexidade do empreendimento. Esses agentes são habituados a orientar equipes técnicas e auxiliar na elaboração das justificativas dos desempenhos.

No Processo AQUA, os 14 requisitos avaliados são classificados nos níveis BASE, BOAS PRÁTICAS ou MELHORES PRÁTICAS e o empreendimento deve alcançar ao menos 3 (três) resultados de melhores práticas, 4 (quatro) categorias em boas práticas e 7 (sete) categorias base para obter a certificação. Nível Base (B): prática corrente ou regulamentar Nível Boas Práticas (BP): boas práticas Nível Melhores Práticas (MP): desempenho calibrado conforme o desempenho máximo constatado recentemente nas operações de Alta Qualidade Ambiental.

A análise dos requisitos pode ser feita de duas formas, alguns elementos são analisados numericamente, como o percentual de redução no consumo de energia, outros são analisados por demonstração. Por exemplo, o potencial para redução do consumo de água, se o projeto reduzir a vazão, empregar sistemas economizadores e de água da chuva para algumas finalidades. Se não houver mais nada a fazer, fica estabelecido o consumo de água potável e se estiver justificado e explicado, a certificação levará em conta esses cálculos e justificativas.


Não existe um número de referência, cada empreendimento tem seu próprio potencial de economia e o que conta é o desempenho final, com isso o profissional tem mais liberdade criativa na fase de projeto. A referência é a própria edificação sem esses elementos. Por isso, neste selo não é possível abandonar algum critério ou escolher em quais quesitos pontuar. É como se fossem dois projetos, um com todos os recursos e outro sem eles, para ver o quanto se economiza. No quesito energia, já começa no desempenho superior, ou o projeto é superior ou não é nada. Se o projeto consumir 10% a menos que a referência, está no nível superior; se o consumo for 20% menor, então o nível é excelente. Assim, o atendimento à norma garante que, o edifício que atingir excelente tem consumo de no mínimo 20% menor. Em todas as fases da construção sustentável o empreendedor recebe um certificado específico que o habilita a realizar a próxima fase, além disso auditorias presenciais são concedidas em 3 (três) fases estratégicas do empreendimento: pré-projeto, projeto e execução. O certificado final vale por um ano, essa não é uma certificação que se renova depois. Foi constatado que mais de 90% das exigências têm o envolvimento dos projetistas e dependem obrigatoriamente deles. 15% delas dependem do construtor e somente 4% do usuário. Algumas preocupações acumulam mais de um ator. Todas as categorias do AQUA são baseadas em parâmetros quantitativos, menos a relação do edifício com o seu entorno e a conservação e manutenção, as quais não tem qualquer relação de resultados das preocupações com parâmetros quantitativos. Estas duas categorias têm relação com o projeto arquitetônico, fazendo com que sua contextualização seja atendida para cada projeto com exclusividade. As categorias que são baseadas em parâmetros quantitativos, dividem-se em quatro diferentes tipos de referência: normas ou referências brasileiras, normas ou referências francesas, conceitos quantitativos e uma pequena parte em normas ou referências de outra origem. A necessidade da utilização de normas de outros países ainda indicam a falta de normatização brasileira para algumas categorias.


2.2.2. Atuação do AQUA no Brasil O primeiro edifício certificado no Brasil foi o Cidade Jardim Corporate Center, em São Paulo. De acordo com dados da Fundação Vanzolini, em 2016 o Processo AQUA já havia certificado 231 empreendimentos no total, sendo 71,43% dos empreendimentos localizados no estado de São Paulo, já em relação às edificações, certificou 392 edifícios no total, destes 225 residenciais.

Total de Edifícios Certificados: 392 Total de Empreendimentos Certificados: 231

Fonte: Fundação Vanzolini, 2016.

O selo AQUA é baseado no sistema de gestão, diferente do LEED que dá ênfase na eficiência energética, o AQUA leva em conta as condições climáticas e sistemas construtivos brasileiros, avaliando todo o processo construtivo e não apenas o resultado. Seus critérios são flexíveis, trabalha com auditorias, sendo assim, as escolhas do projeto podem ser discutidas e justificadas a partir do melhor desempenho. Apesar da redução de certificados nos últimos anos, é notável o crescimento da valorização do certificado AQUA desde sua implementação no Brasil. A certificação apresenta grande potencial de atender as necessidades brasileiras, porém muito dos referenciais técnicos franceses ainda se mantém, faltando a adaptação de mais normas


brasileiras. Por ter sua avaliação baseada no desempenho, no qual todos os critérios devem ser aprovados nos padrões mínimos estabelecidos, não há como conseguir a certificação sem que verdadeiramente se esteja praticando sustentabilidade.

2.3. Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) Edifica Em 2009 o certificado denominado “Etiqueta PBE Edifica” foi lançado, sendo a junção de dois programas, o Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) e o Procel Edifica, que é um programa de governo, outorgado pela Eletrobrás, para classificação da eficiência energética das edificações. Com base no site do Procel, a etiquetagem de edifícios é um processo pioneiro no Brasil, de iniciativa governamental, e que coloca o nosso país no grupo de países que buscam avaliar o nível de eficiência energética de suas edificações. A missão é promover a eficiência energética nas edificações através de projetos de pesquisa e estímulo à aplicação de conceitos de eficiência energética em todos os tipos de edifícios, incluindo dispositivos legais complementares à Lei de Eficiência Energética para classificação do nível destas edificações.

As etiquetas são divididas em 4 tipologias: •

Edificações Comerciais, de Serviços e Públicos

Edificações Residenciais - Áreas de Uso Comum

Edificações Residenciais Multifamiliares

Edificações Residenciais Unidade Habitacional Autônoma

2.3.1. Avaliação do Selo PBE Edifica Para obter a etiqueta, o empreendimento precisa, de acordo com cada tipologia, atender aos requisitos técnicos de eficiência exigidos pelo programa. Para isso são avaliados níveis de desempenho ligados à aspectos arquitetônicos e de engenharia, como aproveitamento do condicionamento térmico do ar (natural e artificial), sistemas de


iluminação (natural e artificial), orientação das fachadas, insolação, sombreamento, conforto térmico, sistemas de desempenho energético, entre outros. A Etiqueta emitida recebe o nome de Etiqueta Nacional de Conservação de Energia ou ENCE.

A Etiqueta PBE Edifica evidencia o atendimento a requisitos de desempenho estabelecidos em normas e regulamentos técnicos (RTQ’s). •

RTQ-C: Requisitos Técnicos da Qualidade para o Nível de Eficiência

Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos •

RTQ-R: Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência

Energética Edificações Residenciais •

RAC: Requisito para avaliação da Conformidade

Os RTQ-C e RTQ-R contêm os quesitos necessários para classificação do nível de eficiência energética das edificações. O RAC apresenta os procedimentos para submissão para avaliação, direitos e deveres dos envolvidos, o modelo da ENCE, a lista de documentos que devem ser encaminhados, modelos de formulários para preenchimento, dentre outros. É o documento que permite à edificação obter a ENCE do Inmetro.

Regulamentação das Tipologias divididas em seus subsistemas: Edificações residenciais: UH Área Privada Envoltória para verão

Envoltória para inverno

Aquecimento de água

Pré-requisitos: Medição individualizada de água e energia elétrica Bonificações: Ventilação natural Iluminação natural Uso racional da água Condicionamento artificial de ar

Ventiladores de teto Iluminação artificial Refrigeradores Medição individualizada


Área de Uso Comum Uso frequente Iluminação artificial Bombas centrífugas Elevador

Uso eventual Iluminação artificial Equipamentos Aquecimento de água Sauna

Pré-requisitos: Motor elétrico de indução trifásico e envoltória se separada da edificação (propriedades térmicas) Bonificações: Iluminação natural Ventilação natural Uso racional de água Fonte: PBE Edifica, 2017 / Adaptado pela autora.

No caso da etiqueta de edificações multifamiliares, a nota é feita a partir da ponderação das pontuações obtidas por todas as unidades habitacionais, a partir de suas áreas úteis, além disso, também é quantificado o número de unidades habitacionais que obtiveram notas entre A e E.

Edificações comerciais, de serviços e públicas: Sistema de Iluminação 30%

Condicionamento de ar 40%

Envoltoria 30%

Isolamento dos dutos de ar e condicionamento de ar por aquecimento artificial

Transmitância térmica da cobertura e de paredes exteriores, limites para cada zona climática, cores e absorvância de superfícies, paredes externas e coberturas e percentual de abertura zenital.

Pré-requisitos: Divisão interna dos circuitos, contribuição da luz natural e sensores de desligamento automático.


Determinação da Eficiência: Atribui um valor limite para a avaliação do sistema de iluminação - Densidade de Potência (DIPL - W/m2) Método da Área do Edifício Método das Atividades do Edifício

Sistemas de condicionamento de ar regulamentados pelo Inmetro.

Cálculo do Índice de Consumo (ICenv): 8 zonas climáticas, 2 equações por zona, de acordo com Ape.

Bonificações: máximo de 1 ponto somado à pontuação final, em economias comprovadas de: -Uso racional de água= 40% de economia; -Sistemas ou fontes de energia renováveis= -Aquecimento solar com 70% de atendimento; -Energia eólica ou fotovoltaica - 10% do consumo anual; -Sistemas de cogeração e inovações técnicas que gerem economia de energia de no mínimo 30% do consumo anual; -Elevadores = Nível A pela avaliação da norma VDI 4707-RTQ=R (0,5 ponto) Pré-requisitos: Circuitos elétricos (possuir circuito elétrico separado por uso final: iluminação, sistema de condicionamento de ar e outros); aquecimento de água (para edificações com demanda de água quente igual ou superior a 10% do consumo anual) Fonte: PBE Edifica, 2017 / Adaptado pela autora.

O processo de certificação consiste em duas etapas, inicialmente é emitida uma Etiqueta de Projeto, no qual o proprietário do edifício deve procurar um organismo de inspeção acreditado pelo Inmetro (O.I.A.) que irá avaliar o projeto do edifício e quando for adequado, será responsável pela emissão da etiqueta. Existem 5 (cinco) O.I.A.s no Brasil, localizados em Florianópolis, Pelotas, São Paulo, Natal e Brasília. O PBE edifica foi desenvolvido para ser um processo simples, instrumento criado pelo governo brasileiro para promover a eficiência energética de edificações no país, sendo similar a outras formas de certificação já utilizadas no pais para eletrodomésticos, veículo, pois o consumidor já conhece. Além disso, considera características climáticas, considerando o zoneamento bioclimática brasileiro, que é dividido em 8 zonas, estabelecido pela NBR 15220 (Norma de


Desempenho térmico de edificações). A partir da identificação da zona bioclimática é feito a análise da envoltória e estratégias distintas são adotadas. Após a conclusão da obra e avaliação, o proprietário deverá procurar novamente o laboratório para ser feito todo o processo novamente, só que em relação ao edifício construído, para confirmar se de fato aquilo que estava no projeto foi executado, só então é emitida a Etiqueta do Edifício Construído. Ambas as etiquetas são registradas no Inmetro e disponibilizadas para consulta em sua página eletrônica. Em edificações existentes, o solicitante obterá somente a etiqueta da edificação construída, desde que apresente toda a documentação estabelecida que consta no RAC, referente ao projeto como construído. O certificado que se obtém com a Etiquetagem é denominado “Etiqueta PBE Edifica” que classifica de A (mais eficiente) a E (menos eficiente) a eficiência energética dos edifícios. Uma pontuação numérica é gerada e convertida entre a classificação geral: A PT ≥ 4,5 B 3,5 ≤ PT < 4,5 C 2,5 ≤ PT < 3,5 D 1,5 ≤ PT < 2,5 E PT < 1,5 Métodos de Avaliação: -

Método Prescritivo: utiliza equações, tabelas e parâmetros limites, descritos no RTQ-C e RTQ-R, obtendo uma pontuação que indica o nível de eficiência parcial dos sistemas e geral do edifício.

-

Método Simulação: através de simulação computacional é avaliado o desempenho térmico e/ou energético do edifício, sua metodologia também é encontrada nos RTQ’s. A Etiqueta de Projeto é válida até a conclusão da construção ou, no máximo, até 5

anos a partir da sua emissão. Portanto, nas edificações já existentes, é possível solicitar apenas a etiqueta da edificação construída.


2.3.2. Atuação do PBE Edifica no Brasil No início de julho de 2009 os primeiros cinco edifícios receberam a etiqueta em um evento de lançamento em São Paulo. Os prédios são a agência curitibana da Caixa Econômica Federal, já concluída, e os projetos da sede administrativa da CEF em Belém; da Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina, em Criciúma; da Faculdade de Tecnologia Nova Palhoça, em Nova Palhoça (SC); e do Laboratório de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis.

Total de ENCE’s de Projeto: 2701 Total de ENCE’s de Inspeção: 2065 Total de ENCE’s Emitidas: 4766

Fonte: Inmetro, outubro de 2017 / Adaptado pela autora 2017.

Se for atingido nível A nos 3 requisitos (classificação AAA), será obtido classificação A do selo, tendo direito também ao selo Procel Edificações, o Selo de Eficiência Energética, outorgado pela Eletrobras, que demonstra os edifícios mais eficientes no mercado. Porém se for atingido nível B em algum requisito, a classificação do selo ainda será A, porém perde o direito ao selo Procel Edificações. O PBE Edifica visa a eficiência energética, após a crise energética o governo brasileiro facilitou o processo para a sociedade utilizar mais as energias renováveis, tornando menos burocrático o tramite entre as concessionárias e a execução de obra. Além da


economia de energia, tem como objetivo o conforto térmico e lumínico do ambiente. Por ser uma iniciativa do governo, é similar com etiquetas já utilizadas no país, visando as necessidades brasileiras e do contexto local. Apesar de seu início voluntário, o processo de etiquetagem de edifícios se tornará compulsório. Atualmente essa etiqueta já é obrigatória para edificações públicas federais, tanto para novas construções como reformas, através da Instrução Normativa 02/2014 do MPOG (Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão). De acordo com o Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf), a obrigatoriedade deverá ser aplicada para edificações públicas até 2020, comerciais e de serviços até 2025 e residenciais até 2030.

3. Considerações Finais Como o processo de certificação ainda é novo no Brasil, sendo o primeiro edifício certificado em 2007, a busca por edifícios sustentáveis ainda não é uma prática exercida por todos, porém o conceito de sustentabilidade está cada vez mais valorizado no mercado brasileiro e cresce o número de pessoas que procuram por construções que gerem menor impacto e economizem. Os atuais sistemas construtivos brasileiros ainda são muito conservadores, apresentam grande desperdício de materiais, a fiscalização é baixa e é muito difícil de encontrar mão-de-obra especializada, as quais são na maioria informais, gerando muitas patologias na construção. Por isso é preciso uma educação do consumidor brasileiro, é necessário o esclarecimento dos conceitos sustentáveis e uma fomentação das mudanças de hábitos, porque de nada adianta alguém possuir um edifício sustentável e não ter consciência ou não saber utilizar seus dispositivos economizadores. Após a análise dos sistemas de avaliação mais utilizados no Brasil, discussões foram levantadas sobre qual seria o verdadeiro objetivo da busca pela certificação, muitas vezes os selos acabam sendo utilizados e “vendidos” apenas como itens de marketing e especulação. Um cuidado é fundamental na associação da imagem das empresas com a responsabilidade sócio-ambiental, é de extrema importância considerar o clima e o contexto do local do edifício, além de respeitar a regulamentação das normas técnicas.


Os sistemas de avaliação podem ser vistos como instrumentos transformadores, aceleradores de mudanças, pois as certificações cumprem o papel de incentivar os edifícios a diminuir o impacto que causam no meio ambiente. No momento em que se leva em consideração o ganho ambiental de uma obra certificada, não importando o motivo inicial pelo qual foi decidido seguir tal prática, a certificação acaba sendo favorável para o desenvolvimento sustentável. Acima de tudo está a influência positiva que os processos de avaliação vem trazendo mundialmente para a construção civil, com esses sistemas o consumidor investe mais tempo na concepção do projeto, se importando mais com a procedência dos materiais e buscando por melhores soluções.

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