MOINHO JOINVILLE: força motriz da reapropriação do território
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO . ARQUITETURA E URBANISMO UFSC . ALUNA MARIANA COLIN STELZNER . ORIENTADOR RENATO TIBIRIÇA DE SABOYA . FLORIANÓPOLIS, AGOSTO DE 2014.
IMAGEM PROJETO. VISTA PONTE CAIS CONDE D’EU. ELABORADO PELA AUTORA, 2014.
IMAGEM ATUAL MOINHO JOINIVILLE E ENTORNO. ACERVO PESSOAL, 2013.
INTRODUÇÃO O tema deste Trabalho de Conclusão de Curso surgiu primeiramente a partir do estudo das relações entre a cidade e as águas (rio e baía da babitonga), da descoberta da história de Joinville que levou ao conhecimento da antiga localização do porto e suas relações de troca comercial e afetiva através do rio, do conhecimento da possível paralização das atividades industriais no Moinho Joinville, e a efetivação do encerramento das atividades do Complexo Moinho Joinville no dia 25 de novembro de 2013, aliado às necessidades de espaços públicos culturais que promovam a cultura e lazer para as pessoas. O Moinho Joinville foi construído os anos de 1910 e 1913, pelos empresários locais Abdom Batista, Oscar Schneider e Domingos Rodrigues Nova. A instalação do moinho ocorre ao lado do antigo porto de Joinville Cais Conde D’eu, no Bairro Bucarein - área central da cidade, e próxima ao rio pela facilidade de escoamento e recebimento de produtos. Historicamente, a área foi antes do Moinho, o local de trocas comercias de madeira, erva-mate, chegadas e partidas dos primeiros imigrantes vindos de diversas partes do mundo através do
da indústria Ciser, rio, área recreativa, terreno baldio) oferece a oportunidade de proporcionar espaços públicos integradores com a reestruturação urbana da área em estudo, a reinserção do Complexo A retirada das industrias do centro de Joinville, é uma grande do Moinho junto a cidade e da ressignificação e reutilização dos problemática que a cidade está enfrentando atualmente, pois são espaços abandonados, desocupados remanescentes das industrias grandes áreas bem localizadas sem conexões com o resto da cidade, que ali estavam; vislumbrando a possibilidade de resgatar o contato formando grandes áreas isoladas, destituídas de acessos e relações da população com as estruturas preservadas, reforçar a história espaciais com o entorno imediato. Com o passar dos anos, as indústria do local, buscar uma relação mais franca e consciente com o rio e a cidades cresceram, e o espaço onde o Moinho se encontra, cachoeira, que permeia todo o centro da cidade. comprometem sua atividade industrial e a infraestrutura urbana da A partir dos estudos desenvolvidos durante a primeira parte desse cidade, fazendo com que a indústria encerrasse suas atividades. trabalho chegou-se escolha da implantação de um complexo multiuso A necessidade de pensar na transformação do espaço nasce do no local de intervenção, priorizando a criação de espaços públicos diálogo com o contexto em que está inserido, com seu entorno físico conformadores, buscando a acessibilidade, sinergia das atividades, imediato, com sua história, e, sobretudo, com sua localização em e a reapropriação das pessoas sobre o território, promovendo assim, área acessível a toda a população da cidade. espaços de troca para a educação, lazer, cultura e movimento. A implantação de um projeto para o terreno do Complexo do Moinho Joinville mais seu entorno imediato (mercado público, terreno rio, que desemboca na Baía da Babitonga, que por sua vez tem limite com São Francisco do Sul, onde chegavam os grandes navios.
DELIMITAÇÃO ÁREA DE ESTUDO E INTERVENÇÃO R ST DÚ IN ISER C
MERCADO PÚBLICO ANTIGO PORTO
IA
SAGUAÇU
MORRO DO BOA VISTA
CENTRO BOA VISTA
Joinville e situação da área de intervenção.
MOINHO JOINVILLE
BUCAREIN
Imagem recorte local de intervenção. Fonte: autora, 2013.
GUANABARA
Imagem recorte grande escala. Fonte: autora, 2013.
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DADOS GERAIS E LOCALIZAÇÃO
BREVE HISTÓRICO DA CIDADE Joinville destaca-se por ter sido planejada como um empreendimento, tendo em vista a criação de um grande centro colonial voltado para a agricultura, a Colônia Agrícola Dona Francisca.
Localização no Brasil.
Joinville e situação da área de intervenção.
Joinville, município mais populoso de Santa Catarina, é considerado o maior pólo econômico e tecnológico do estado de Santa Catarina, atuando principalmente nos áreas: metal-mecânica, farmacêutica, química e tecnologia da informação. Possui um dos maiores PIB (Produto Interno Bruto) do país, concentra quase 20% das exportações catarinenses e é o terceiro maior pólo industrial da região sul. A cidade possui um dos maiores índices de desenvolvimento humano(IDH) do país 0,857. Atualmente o município tem uma população de 6.317.05 habitantes, segundo estimativa do IBGE do último CENSO 2011, sendo a terceira maior cidade do sul do Brasil. A cidade faz divisa com com 6 municípios, sendo eles Guaramirim, Schroeder, Campo Alegre, Jaraguá do Sul, Araquari e Garuva e fronteira por água com São Francisco do Sul, através da Baía da Babitonga, um dos atrativos da cidade.
As terras onde se assentou a Colônia faziam parte do dote da princesa Francisca Carolina, filha de D. Pedro I, no contrato de casamento com o príncipe de Joinville, terceiro filho do rei Luís Felipe da França. (FICKER, 2008). Em 1848 o rei Luiz Felipe foi destronado e, em função das dificuldades financeiras da família, negociou com a Sociedade Colonizadora de Hamburgo as terras que havia recebido como dote. Nesta época a Europa passava por sérias crises econômicas, políticas e sociais, e tão grande era o movimento emigratório, que as companhias alemãs de transporte de emigrantes prosperavam “aliciando” pessoas que quisessem se deslocar para as Américas. Em 9 de março de 1851, desembarcaram os primeiros imigrantes europeus: 118 alemães e suíços, além de um grupo de 74 noruegueses. Estes imigrantes estabeleceram-se às margens do Ribeirão Mathias, onde se formou o primeiro núcleo da cidade. Sabe-se, porém, que há cerca de cinco mil anos, comunidades de caçadores foram talvez os primeiros ocupantes da cidade de Joinville. Índios ainda habitavam as proximidades quando chegaram os primeiros imigrantes no século XIX. No século XVIII, chegaram a cidade famílias de origem portuguesa, com escravos. Essas famílias adquiriram lotes de terra nas regiões do Cubatão, Bucarein, Boa Vista e Itaum.
Em 1866 Joinville foi elevada à categoria de vila, passando a ser cidade somente em 1877. Na década de 1880, surgiram as primeiras indústrias têxteis e metalúrgicas. O mate era o principal produto de exportação. No início do século XX foi inaugurada a Estrada de Ferro, que passava em Joinville rumo a São Francisco do Sul. Surgiu a energia elétrica, o primeiro telefone, o primeiro automóvel e o sistema de transporte público coletivo. “A indústria e o comércio, porém , começam a se destacar nessa época. Havia 4 engenhos de erva-mate, 200 moinhos, 11 olarias. Exportava-se madeira, couro, louça, sapatos, móveis, cigarros e mate, artigos de porcelana e pedra, instrumentos musicais, máquinas e instrumentos agrícolas, sal, medicamentos, trigo, vinho, cerveja, carne seca e sardinha.” (Joinville Cidade em Dados, 2010) Entre as décadas de 1850 e 1980, Joinville passou por outra fase de intenso crescimento. Com o fim das guerras mundiais, o Brasil deixou de receber produtos vindos da Europa, fazendo com que a cidade se transformasse num dos principais pólos industriais do país, recebendo a denominação de “Manchester Catarinense”.
Joinville em geral tem uma topografia plana com alguns morros na cidade, destacando-se o Morro do Boa Vista. A vegetação em torno da cidade e nos morros na sua área urbana é constituída por remanescentes da mata Atlântica, e extensas áreas de manguezais.
População (2011): 6.317.05habitantes. Crescimento populacional de 3,92% ao ano. Áreas sede + distrito (km² ): 915,18 (rural); 218,85 (urbana); 1.134,03 (TOTAL) Principais acessos: BR 101; SC 301 (norte e sul); SC 413; Eixo de Acesso Sul
Panorâma de Joinville. Fonte: Arquivo Histórico de Joinville, 2013.
OBJETO DE ESTUDO
Segundo Koeppen, o clima do município, classifica-se como Úmido a Superúmido, Mesotérmico, com pouco ou nenhum déficit de água. Apresenta uma temperatura média anual de 22,51º C e uma precipitação média anual de 134,99 mm.
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EVOLUÇÃO URBANA
de Joinville mostra o plano da cidade teve um elemento que guiava a direção geral dos arruamentos. Este elemento era a rua comercial”.”, segundo PELUSO JR (1991: 396). A importância da rua comercial no traçado “é visível no fato de que todas as ruas procurem ser paralelas ou perpendiculares a ela”. A ocupação da colônia de Joinville se deu de forma bastante esparsa na cidade em função da necessidade de assentamento de grande número de famílias. A evolução urbana, a partir do núcleo central de origem da ocupação, se fez de forma bastante linear no sentido nortesul e, de maneira menos expressiva, no sentido da baía à porção oeste, concentrando desde o início as atividades comerciais e de serviços. Na imagem abaixo pode-se perceber pelos mapas da evolução urbana, que inicialmente a população se concentrava na região do Porto e com o tempo foi expandindo para outras áreas devido à chegada de carroças e mais tarde pela instalação da via férrea e, posteriormente, as ruas e estradas. O processo de expansão urbana teve como principal elemento propulsor a indústria, em 1960, juntamente com as primeiras intenções de planejamento urbano, com o 1 Plano Urbanístico. Um dos fatos que impulsionaram o desenvolvimento da cidade foi a Construção da Estrada Dona Francisca, que ligou Joinville à Curitiba.
Evolução urbana de Joinville. Fonte: IPPUJ 2001, apud RAPOUSO,2009.
O núcleo começou, então, no início da antiga Rua do Porto, tendo sido aberta uma clareira na confluência ruas citadas acima, onde hoje se localiza a Praça Lauro Müller, e onde, por algum tempo, a direção da Colônia instalara seus escritórios, empório e ranchos de recepção aos colonos (TERNES, 1993). Posteriormente, o núcleo inicial da malha urbana foi se definindo segundo o urbanismo germânico que ““não tinha na religião seu foco, mas nas suas instalações econômicas. (...) O estudo das plantas
Imagem centro inícial de Joinville e demarcação área de estudo. Fonte: autora, base Googleearth, 2013.
Imagem Joinville. Fonte: IPPUJ, 2013.
OBJETO DE ESTUDO
O núcleo original de Joinville se estabeleceu às margens do Ribeirão Matias, afluente do Rio Cachoeira, com a chegada dos primeiros imigrantes. O desenho urbano inicial foi definido em forma de cruz, que compreendia as ruas: Rua do Porto (atual Nove de Março), Caminho no Meio (atual Rua Quinze de Novembro), além de dois caminhos, um para o Norte – atual Rua Dr. João Colin – e um para o Sul – atual Rua Visconde de Taunay.
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Em meados de 1870, a colônia passou por uma ruptura, pois a atividade agrícola, tida como a base econômica da Colônia e da futura cidade, mostrou-se inviável como projeto econômico. O isolamento físico e étnico do núcleo em relação ao país, fizeram com que os colonos procurassem uma forma de organização que lhes dessem autonomia econômica. Com o tempo a colônia passou pela transição da economia de subsistência para a economia de mercado com base no artesanato e finalmente para a indústria. A construção da Estrada Dona Francisca em 1858, além de fazer a conexão da Colônia com o Planalto e Curitiba, contribuiu para o sucesso comercial da Colônia e absorveu mão de obra vinda de outras cidades. Destaca-se aqui o Ciclo do Mate e o da Madeira. Joinville, Manchester Catarinense, tem esse codinome por seu forte mercado industrial. Desde sua fundação, inúmeras foram as pequenas fábricas surgidas para contribuir para a formação da cidade, que mais adiante viraram as grandes indústrias, que permanecem até hoje. As primeiras indústrias foram fundadas a partir de 1880, tendo origem no trabalho artesanal e comercio. Como os lotes eram remanescentes do projeto de assentamento agrícola (cerca de 25 hectares, com testadas estreitas e grandes profundidades), surgiram grandes espaços vazios aos fundos das residências, os quais foram ocupados com a atividade fabril da própria família.
Joinville, localizada na Zona Norte da cidade. Em 1975 foi elaborado o Plano Diretor do Distrito Industrial de Joinville. Porém, de acordo com o Plano de Estruturação Urbana – PEU/1987, o número de indústrias de médio e de grande porte na Área Central da cidade ou em suas imediações era ainda significativos, e a Zona Industrial estava sendo pouco utilizada. À medida que a industrialização aumentava, aliado ao crescimento da população urbana, o núcleo existente passou a ser sujeito a um contínuo processo de transformação urbana. A área central da cidade vem sofrendo constantes mudanças com o começo da saída dos complexos fabris do centro da cidade por não terem mais espaço, e se dirigindo à Zona Industrial. Essa migração das industrias do centro da cidade, dá origem ao surgimento de grandes espaços ociosos e Industria Lepper às margens do Rio Cachoeira, Joinville. Fonte: www.lepper.com. sem uso ainda pensado, desconexos com o resto da urbanização, o qual cabe br, 2013. a discussão sobre o que fazer com esses grandes complexos, e como preservar a memória e história da cidade e alguns dos edifícios que marcam essa fase fabril.
O centro da cidade, a proximidade com o rio, meio de comunicação inicial da cidade com o mundo e resto do país, foram os locais ideais para as instalações dessas industrias. Várias foram os galpões construídos a beira do Rio Cachoeira pela facilidade de escoamento e recebimento de mercadorias através do Porto de São Francisco do Sul, onde aportavam os navios oriundos de diversos países, como a Argentina, Estados Unidos e Canadá. Industrias. Mesmo com a instalação da estação ferroviária em 1906, a viação fluvial dominava a atenção pública, pois seu custo era mais barato em relação ao transporte ferroviário. (SILVEIRA, 2008).
Indústria Ciser, Joinville. Fonte: http://www.skyscrapercity.com, 2014.
INDUSTRIAS NO CENTRO DE JOINVILLE 1. Moinho Joiniville/BUNGE 2. Ciser Porcas e Parafusos 3. B&L Químicos 4. Cia Fabril Lepper 5. Dohler 6. Malharia Arp 7. Indústrias Colin 8. Keller&Cia, Fundição Tupy 9. Wetzel 10. Engenhos de Erva Mate 11.Tricotagem Martric 12. Galpões Ciser Porcas e Parafusos 13. Fábrica Stein 14. CIPLA
O Plano Básico Urbanístico – PBU/1965, foi primeira legislação urbana sobre a ocupações industriais na área central da cidade, o qual alertava sobre a necessidade do deslocamento das indústrias para fora da Área Central e entorno, devido aos incômodos provocados pela atividade fabril (ruídos, vibrações, odores e transtorno do tráfego das imediações), associado à demanda por mais área para a expansão das atividades produtivas, havendo a necessidade de agregar áreas vizinhas em processo de plena valorização. Já naquela época as indústrias localizadas no centro apresentavam muitos operários por metragem quadrada, bastante acima da média do ramo. (PBU/1965) Em 1973, o Plano Diretor da cidade define a Zona Industrial de
Mapa industrias no centro de Joinville. Fonte: autora, 2013.
OBJETO DE ESTUDO
OCUPACÃO INDUSTRIAL NO CENTRO DA CIDADE
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IMAGEM ATUAL MOINHO JOINVILLE E ENTORNO. ACERVO PESSOAL, 2013.
MOINHO JOINVILLE 1910
1913 2014
Imagens Arquivo Histórico de Joinville.
HISTÓRICO É no início do século XX, caracterizado pela ampliação e diversificação das atividades econômicas, melhoramentos em infraestrutura e desenvolvimento da cidade, que o Moinho Joinville é idealizado e construído. Fundados pelos empresários locais Abddon Batista, Oscar Schneider e Domingos Rodrigues Nova, o Moinho inicia suas obras em 1910, sendo inaugurado em 19 de abril de 1913 como Moinho Boa Vista. O lote onde foi implantado o Moinho Joinville constituía uma área alagadiça às margens do Rio Cachoeira, onde primeiramente foi construído o depósito e escritório da empresa de erva-mate de A. Baptista & Cia onde era realizada a comercialização e exportação do produto. A estrutura metálica da edificação e o maquinário foram importados da empresa alemã Giesecke & Kollegen. Na sua inauguração, o prédio principal contava com 70 metros de frente por 12 metros de largura, 11 silos internos de ferro e 03 externos de concreto (AN, 1993, p. 02).
Em 1944, o Moinho Joinville foi incorporado pela empresa S.A. Moinhos Riograndenses – SAMRIG, empresa bastante consolidada no sul do país. Em 1951, o Moinho Joinville passou a ser beneficiado pelo ramal ferroviário Bucarein — Praça Hercílio Luz, o que possibilitou uma nova forma de chegada e escoamento de materia prima e produtos. No final de década de 1970, a SAMRIG arrendou sua unidade de Joinville à S.A. Moinho Santista. Na década de 1990, o Moinho Joinville representava 40% da moagem de trigo de Santa Catarina, com capacidade de produção de 520 toneladas por dia. Em 2003, o Moinho Joinville passou para o comando da empresa multinacional Bunge Alimentos e continuaram em plena atividade até o final deste ano de 2013, 100 anos depois da sua inauguração. Neste ano também foi apresentado o laudo de processo de tombamento pela Fundação Cultural de Joinville e junto com ele a grande discussão sobre o que fazer com este grande e importante espaço para a cidade.
Junto ao Moinho foi construído o cais Conde D`Eu, que recebia a matéria o trigo vindo da Argentina e escoava a produção de farinha de trigo, farelo e sustagem, resultados do precesso do Moinho.
Imagens Arquivo Histórico de Joinville.
1993 LEVANTAMENTO ESPACIAL
1931
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ASPECTOS URBANÍSTICOS O conjunto do Moinho Joinville se encontra entre os rios Cachoeira e Jaguarão e as ruas Urussanga e Santos. As funções do complexo industrial se dividem em vários prédios de tipologias construtivas diversas e construídos em épocas diferentes. Entre os prédios se destaca como principal a edificação onde funciona o processo industrial de transformação dos grãos de trigo em farinha com os silos verticais de estocagem. A implantação da edificação principal do Moinho Joinville ocorre na parte nordeste do lote, no alinhamento do rio Cachoeira, onde o recuo em relação ao rio abrigava uma área de cais, que posteriormente, recebeu um ramal da linha férrea, atualmente desativado, muito importante para a dinâmica da indústria.
Aerofotogrametria 1967 IPPUJ. Montagem: REINERT, 2009. Alterada pela autora.
Aerofotogrametria 1989 IPPUJ. Montagem: REINERT, 2009. Alterada pela autora.
Geoprocessamento IPPUJ 2013. Alterada pela autora.
As edificações originais permanecem. A área de recração ainda não está presente. A entrada do complexo se dá pela rua santos. Percebe-se a marcação dos trilhos da ferrovia.O acesso ao cais era aberto não havendo os muros que atualmente existem.
As edificicações originais permanecem. Ocorre mudanças no pátio industrial, com inserção de novos edifícios e demolição de outros como os galpões perto da entrada. A área de recreação já aparece demarcada. O cais as margens do Rio Cachoeira ainda são bastante utilizados. O acesso ainda se dá pela rua santos, mas neste ano ocorre a alteração para rua urussanga.
ituação atual. As edificicações originais permanecem. A entrada occorre pela rua urussanga desde 1989. O cais e a s linhas férreas não são mais utilizados. Um muro de mais de 3 metros existe hoje no local. Notase a existencia de um clube de recreação no espaço entre os rios Jaguarão e Cachoeira.
ASPECTOS ARQUITETÔNICOS O edifício principal, caracterizado por uma arquitetura tipicamente desnivelamento do telhado. Pilastras localizadas entre as esquadrias industrial, foi projetado visando as atividades produtivas, acomodação se sobressaem em relação ao plano da alvenaria e marcam a de máquinas e trabalhos técnicos. Como as características de modulação do edifício. construções fabris, o edifício do Moinho também explora a funcionalidade na distribuição dos espaços em planta, a modulação estrutural e a racionalidade no desenho.
DISTRIBUIÇÃO FUNÇÕES DO MOINHO 1- Moinho de trigo 2- Depósito de ensacados 3-Depósito dos grãos 4- Oficina de manutenção 5 - Entrada e recepção 6- Galpões 7 - Pátio Central 8 - Estacionamento 9 -Administração, enfermagem, segurança e refeitório 10- Recreativa 11- Oficina de Manutenção
Nesse contexto é que se justifica a construção do Moinho em alvenarias de tijolos emboçadas e com estrutura metálica interna distribuída em grelha reticulada importada da empresa alemã Amme, Giesecke & Kollegen (AN, 1993, 02). Com relação à linguagem plástica do edifício principal do complexo em estudo, foram utilizados elementos decorativos e de composição do estilo eclético encontrados principalmente nas janelas, que possuem mais de 10 variações de desenho. A simetria do corpo principal da edificação é quebrada pelos diferentes desenhos de esquadrias, pelo posicionamento da torre de escada e caixa d’água, e pelo ESQUEMA ESTUDO FACHADA. Fonte: autora, 2013.
LEVANTAMENTO ESPACIAL
Imagem distribuição de funções Complexo Moinho Joinville. Fonte: autora com base no Googleearth, 2013.
Segundo o laudo de tombamento feito pela Fundação Cultural de Joinville: “outras características comuns aos edifícios fabris construídos a partir do século XVIII podem ser identificadas no prédio do Moinho Joinville: resistência dos materiais construtivos utilizados e localização estratégica nas proximidades das fontes de matérias primas e vias de transporte (neste caso, proximidade em relação ao Rio Cachoeira – ao chamado Porto de Joinville e, posteriormente, Porto do Mercado).” Além disso, o laudo acrescenta que: “A partir do final do século XIX e início do século XX, o desenvolvimento tecnológico possibilitou o emprego de novas técnicas construtivas que exploravam a utilização de materiais como o ferro e o concreto armado (RODRIGUES, 2011).”
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MUDANÇAS NO EDIFÍCIO DO MOINHO 1910...1913
1930
1985
1990
Imagens Arquivo Histórico de Joinville.
O conjunto do Complexo do Moinho Joinville, desde sua fundação em 1913 até os dias de hoje sofreu várias transformações. O bloco original foi ampliado, vários novos blocos foram inseridos visando atender às novas necessidades do empreendimento para a continuidade das operações do moinho.O volume atual do prédio principal do Moinho é resultante de acréscimos inseridos em diferentes épocas. 1910 a 1913 – o edifício contava com bloco retangular e se desenvolvia em cinco andares. A edificação apresentava cobertura em duas águas, com dois lanternins, sendo que para a caixa de escada foi definido um volume mais alto, avançando acima do volume do corpo principal da edificação, recoberto por telhado em quatro águas. Este volume da caixa de escada foi posicionado assimetricamente na edificação, em função de adequação às atividades de produção do Moinho. Década de 1930 - a edificação principal do Moinho foi ampliada, com a inclusão de quatro novos silos externos cilíndricos, em concreto. 1985 – foi aprovado outro projeto de ampliação para o prédio do Moinho, prevendo a inclusão de novo volume retangular entre o corpo principal do prédio original e o primeiro conjunto de silos. Década de 1990 - foi incluído um novo andar no corpo principal da edificação, tendo sido mantido o telhado em duas águas, agora sem os lanternins. Para este novo telhado foi definido um desnível à esquerda da caixa de escada, para quem observa o prédio a partir da Rua Aubé. Também nesta ampliação foi utilizada a mesma linguagem formal adotada no restante da edificação principal.
PROCESSOS DA PRODUÇÃO DO TRIGO NO EDIFÍCIO
Secagem - Moagem - Separação - Trituração - Peneiração Imagem resultado moagem. Fonte: Autora, 2013.
ESQUEMA PROCESSO TRIGO. Fonte: autora, 2014.
Cilos: Umidificação dos grãos
Cilos: Armazenamento grãos
LEVANTAMENTO ESPACIAL
Ordem do processo
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VISIBILIDADE E PERMEABILIDADE DO CONJUNTO VISIBILIDADE DO MOINHO A PARTIR DA CIDADE Existem alguns pontos dentro da cidade onde há o enquadramento e visibilidade do Moinho.
Hoje, o Moinho encontra-se cercado por um muro de mais ou menos 4 metros de altura, no qual parte foi construído em mais ou menos 1989, por questões de segurança. O que era um atrativo para os olhos, se tornou um objeto de insegurança e mistério. Segundo o laudo pericial para tombamento do edifício: “O fechamento do lote se dá através de muros altos que provocam uma baixa permeabilidade visual do espaço, a partir das ruas Santos e Urussanga.”
2 Fonte: autora, 2013.
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Além do muro que cerca o próprio moinho, seu entorno também se configura com grandes muros o que isola ainda mais os edifícios. O rio que antes era acesso também vira barreira. Sendo assim, decidiuse quantificar e graficar essa falta de visibilidade e permeabilidade através de fotos e geração de mapas utilizando como teoria a Sintaxe Espacial. MUROS PERMEABILIDADE X VISIBILIDADE O complexo do Moinho está rodeado por muros de mais ou menos 4 metros de altura, construídos por questões de segurança. Os muros impedem a visão e o acesso é restrito. O muro causa efeito de insegurança para o pedestre e caminhar nesse espaço se torna desconfortável. Além dos muros do Moinho há cercas e muros nas edificações do entorno como mostram as fotos a seguir.
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4 Fonte: autora, 2013.
Mapa vistas a partir da cidade. Fonte: Autora, 2013.
5 Fonte: google street view, 2013.
VISIBILIDADE A PARTIR DO MOINHO As paisagens são diversas, tanto muros como rios e morro.
ru co a ca nd is ed ’eu
Rio Cachoeira. Fonte: Autora, 2013.
Fonte: google street view, 2013.
B Fonte: autora, 2013.
Fonte: autora, 2013.
rua santos rua urussanga
Rua Cais Conde D’eu. Fonte: Autora, 2013.
Fonte: autora, 2013.
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A Rua Santos. Fonte: Autora, 2013.
Fonte: autora, 2013.
Rua Urussanga. Fonte: Autora, 2013.
C
D Fonte: google street view, 2013.
Mapa vistas a partir do Moinho. Fonte: Autora, 2013.
Fonte: google street view, 2013.
LEVANTAMENTO ESPACIAL
O Moinho Joinville por muito tempo foi símbolo da cidade e motivo de orgulho, não só por sua arquitetura diferenciada mas também de progresso econômico. Ele era visto e acessível tanto por terra quanto por água.
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DESCRIÇÕES PERMEABILIDADE
DESCRIÇÕES VISIBILIDADE
Com a intenção de graficar e quantificar a permeabilidade que o espaço propicia, utilizou-se o auxilio da teoria da Sintaxe Espacial e programa deaphmap para gerar os gráficos do cenário real e o criado afim de comparar as mudanças ocorridas atrávez de propostas de intervenção.
Assim como os graficos anteriores de permeabilidade, foram feitas as análises quanto a visibilidade do recorte, a fim de verificar que espaços se tem maior visão do todo.
No gráfico 1a precebe-se que a rua que beira o mercado público aparece como bastante permeável, sendo um importante eixo dentro do recorte. A área do Moinho, por considerar o muro como barreira forma um grande vazio desconectado com todo o resto.
No gráfico 2a observa-se que a rua do mercado é um eixo bastante visível e que permite a visibilidade de vários pontos por se caracterizar uma das maiores áreas abertas sem barreiras do recorte. Com a retirada dos muros no caso 2b, percebe-se que outro eixo é criado onde está o rio, tornando-o mais vísivel dentro do recorte. Toda a orla e frente do mercado e moinho se tornam mais vísiveis.
Já na simulação 1b percebe-se que com a retirada dos muros do moinho e o uso do terreno vizinho a integração dos espaços aumenta e consequentemente a permeabiliadde entre eles também, como mostra os tons de amarelo no gráfico, entre o moercado e os edifiícios do Moinho.
Tanto a análise de permeabilidade como de visibilidade, mostram que a retirada dos Muros do Complexo Moinho Joinville contribuirão muito para o espaço urbano. Tornando-o mais acessível e mais visível, consequenatemente cria-se espaços mais seguros e atraentes aos pedestres.
GRÁFICOS DE ANÁLISE SINTAXE ESPACIAL. Fonte: autora, 2013.
LEVANTAMENTO ESPACIAL
Esse foi o primeiro estudo desconsiderando o muro que envolve todo o complexo. Os resultados já mostram que a retirada dos muros reconfigura totalmente o espaço, tornando-se muito mais acessível.
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PLANO DIRETOR
GABARITOS Em 2010 foi definido em Joinville a Lei Complementar No. 312/2010, que altera e dá novação re 1ª Lei Complementar, que atualiza as normas de parcelamento, uso e ocupação do solo no Município de Joinville e dá outras providências. No mapa acima está um recorte do Mapa de Uso e Ocupação do Solo Urbano de Joinville baseado na Lei Complementar já citada anteriormente.
Nota-se que o trecho em análise, que abrange entre as áreas o Centro da cidade, tem como predominante um a dois pavimentos, sobressaindo edifícios pontuais com mais de nove pavimentos. No bairro Centro, existem áreas onde três a quatro pavimentos são mais frequentes, normalmente nas ruas principais. No entorno do Moinho Joinville, há gabaritos mais baixos sendo o próprio edifício do Moinho um dos mais altos, ressaltando na paisagem. O bairro O terreno em estudo encontra-se na ZR-6, Zona Residencial Bucarein é um dos bairros previstos no plano diretor da cidade para Multifamiliar Diversificada. Já no Macrozoneamento a área em ser adensado, o que comprova a existência de alguns questão está situada em Área Urbana de Adensamento Prioritário. prédios residenciais pontuais recentes na área. Não há qualquer menção a respeito de lugares de interesse patrimonial, ou zona que proteja o Moinho. Seria necessáio um plano de proteção a esse tipo de edificação ou sinalização destes como forma de alerta. ZR-6 Segundo a Lei, a Zona Residencial é destinada à função residencial, unifamiliar e/ou multifamiliar, facultados outros usos complementares, e está subdividido em 6 outros grupos, dentre eles a ZR-6. Na lei está disposto uma série de normas relativas ao Código de Obras. Quanto ao Quadro de Usos Permitidos e Índices Urbanísticos, segue abaixo a tabela.
Recorte Plano Diretor Joinville. Fonte: IPPUJ, 2013.
Nota-se juntamente com o mapa de gabaritos que a área está sofrendo uma mudança paulatinamente. Prédios de 9 a 12 pavimentos vem sendo construídos no Bairro Bucarein, na ZR-6, o que demostra o adensamento já previsto.
250 ZONAS
ZR6
USOS ADMITIDOS
RECUOS MÍNIMOS frontal lateral fundos R1 (1) - r2 (6) - CR 5 1,5 1,5 C1 (1) - C2 (1) - C5A - C6 - CC 5 1,5 1,5 S1(1) - S2(1) - S3A - S6A - S6B 5 1,5 1,5 E1 - E2 - E3.1 5 1,5 1,5
DIRETRIZES P/ LOTEAMENTOS TO CAL GAB área mínima frente mínima 60% 5 12 50% 5 12 360,00 m² 12,0 m 50% 5 12 50% 5 12
500
MAPA GABARITOS. Fonte: autora, 2013.
1 a 2 pavimentos
5 a 8 pavimentos
3 a 4 pavimentos
9 ou mais pavimentos
1000
LEVANTAMENTO ESPACIAL
Mesmo sabendo que Bairro Bucarein tem grande importância histórica para a cidade, várias edificações ainda não foram reconhecidas quanto ao seu valor patrimonial. Propõe-se então uma revisão do zoneamento para permitir melhor visualização dessas áreas onde existem os patrimônios históricos e áreas de interesse turístico, através da diminuição do número de pavimentos no entorno destas e mais áreas públicas para a população.
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DENSIDADE
O sistema viário da área em estudo pode estar dividido em três níveis. O primeiro nível são as vias principais (em vermelho), que são as que concentram os fluxos maiores. Nessas vias, o espaço dos pedestres se reduz à calçada. A travessia destas avenidas é bastante difícil e pode ser perigosa, tanto pelo movimento rápido como pelos poucos acessos aos pedestres. Existem faixas exclusivas para ônibus nas avenias principais. No entorno dessas ruas é onde ocorre maior incidência de usos comerciais e de serviço, justamente pela facilidade de acesso. O gabarito acompanha a importância dessas ruas no contexto da cidade, sendo nelas os maiores dentro do contexto da cidade. O segundo nível são as vias secundárias, ruas que ainda têm trânsito importante e que fazem a transição entre as linhas principais e as terciárias. O espaço do pedestre também limita-se às calçadas, mas a travessia é menos perigosa pelo fato da velocidade reduzida dos carros. Assim como nas ruas principais, a maior parte dos usos é destinado ao serviço e comercio, mas neste caso, sendo misto com residência. O terceiro nível são as vias locais (em amarelo) que oferecem serviço local, e onde o trânsito é reduzido. Os pedestres podem ter mais tranquilidade nestas ruas, o risco é menor.
O mapa adota uma unidade de comparação de habitantes por hectare. Percebe-se que a área em questão tem uma uniformidade em relação a sua ocupação, sendo que no centro há uma concentração maior de pessoas por área mais próximos aos bairros Atiradores, Anita Garibaldi e América. O bairro Bucarein por estar tão próximo ao bairro Centro e ao centro de atividades, tem grande potencial de adensamento e necessidade de mais infraestruturas e equipamentos que comportem esse aumento hipotético de densidade. Vários bairros periféricos a leste no mapa, mostram grande densidade como Guanabara, Fátima, Jarivatuba. Esses bairros normalmente carecem de infraestrutura urbana e tem renda mais baixa.
1 Av. Procópio Gomes
ESTRUTURA VIÁRIA
250
3 Rua Afonso Pena
MAPA HIERARQUIA DE VIAS. Fonte: autora, 2013.
Imagens Google Street View,2013.
1000
LEVANTAMENTO ESPACIAL
2 Rua Urussanga
500
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USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
ÁREA CONSTRUÍDA X ESPAÇOS LIVRES
Há uma predominância de atividades de comercio e serviço no centro da cidade, e áreas mais residenciais nos arredores e bairro Bairro Bucarein. A Avenida Getúlio Vargas seguida da Avenida Jucelino Kubitchek e Doutor João Colin tem como atividade principal o comercio e serviços. As indústrias estão bastante distribuídas pelos bairros Centro e Bucarein, sendo as de maior destaque em área a Fábrica Textil Lepper, Ciser Porcas e Parafusos, Moinho Joinville, atual BUNGE alimentos, e CIPLA mais ao sul. No centro tradicional, quase não existe atividade residencial.
O conjunto das áreas construídas simbolizadas pela cor preta mostra diferentes pontos de adensamento no recorte de estudo. No bairro centro, ocorre áreas de grande adensamento, principalmente no centro do bairro, onde os lotes são praticamente todos construídos. Mas de maneira geral, o bairro tem uma homogeneidade de cheios e vazios, e espaçamentos entre as construções tornando a malha bem distribuida. No bairro Bucarein e arredores dos rios, os grãos se encontram menores e espaçados de maneira uniforme, caracterizando uma área bastante residencial e malha arejada. Os grãos maiores representam quase sempre as indústrias localizadas ainda no centro, bem como shoppings centers ou instituições.
MAPA USOS DO SOLO baseados em mapas do IPPUJ de 2010, alterados pela autora. Sem escala. Fonte: IPPUJ, 2013.
Os grandes lotes das indústrias, que normalmente ocupam quase uma quadra inteira, não são muito acessíveis, cercados com grandes muros, tornando-se equipamentos inseguros para a vida urbana. Com a saída dessas grandes estruturas do centro, cabe a discussão de reusos que garantam a qualidade do espaço. O branco no mapa representa os vazios, áreas não edificadas. No centro a maioridade dos espaços livres parecem ser espaços privados, nas zonas de loteamento residencial. Espaços livres grandes, que devem ser de uso público, são pouco frequentes. As grandes zonas livres são o rio e os morros. Percebe-se que a maioria das áreas públicas de lazer nesta área se encontram na porção onde há mais movimento, tanto pelos usos, comercio e serviços, quanto pela densidade de pessoas que moram e frequentam a área. Além disso, esta área é uma das que a renda se mostra mais alta, o que aliado aos outros fatores caracteriza uma grande centralidade do município.
500 250
1000
Vista geral da cidade. Fonte: http:www.skyscrapercity.com, Eberson Theodoro, 2014.
LEVANTAMENTO ESPACIAL
Existem poucos equipamentos de uso público e cunho cultural no recorte. O uso comercial e de serviço caracteriza que a área em estudo é central em relação a cidade, mostrando a grande importancia dessa parcela para o funcionamento de todo o contexto urbano.
MAPA CHEIOS E VAZIOS elaborado pela autora. Fonte: autora, 2013.
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MAPA TRANSPORTES feito pela autora baseado em dados IPPUJ, 2013.
A cidade atualmente conta somente com o ônibus como transporte público. Três são os principais terminais que fazem a conexão norte sul. Os pontos de ônibus são bem distribuídos, em sua maioria nas ruas principais. Nota-se que há linhas de ônibus que passam em algumas ruas, segundo Geoprocessamento do IPPUJ, mas que não tem a infraestrutura de pontos de ônibus vísiveis. A linha férrea ainda é usada parcialmente como transporte de cargas mas no recorte existem só fragmentos dos trilhos em desuso. Há quem defenda que essas linhas poderiam ser reativadas para tranporte coletivo, o que seria um ganho para a cidade. Há ciclovias, mas elas não estão bem conectadas. Pontes fazem a ligação do rio com a malha viária, principalmente no Rio Cachoeira. Os Rios Jaguarão e Bucarein não possuem tantas conexões por pontes, dificultando a permeabilidade e conexão entre bairros tanto viária como principalmente de pedestres. Existem várias áreas de estacionamentos, que em sua maioria são privadas ou pagas. As ruas não foram consideradas como estacionamentos.
15
14
Como muitas outras cidades do mesmo porte, Joinville já sofre com a mobilidade urbana. O transporte urbano atráves dos ônibus pode ser considerado satisfatório em relação ao número de habitantes. Medidas como a criação dos corredores de ônibus, BRTs, foram feitos recentemente, e nota-se uma melhora. Porém com a previsão de adensamento da cidade, e crescimento do número de habitantes, é necessário pensar em outros meios de locomoção, como VLTs, estímulo ao uso da ciclovias, e calçadas mais generosas, transporte hidroviário.
PRAÇAS E EQUIPAMENTOS PÚBLICOS
MAPA EQUIPAMENTOS PÚBLICOS feito pela autora baseado em dados IPPUJ, 2013.
Os espaços públicos considerados na análise se referem a praças e instituições de apoio públicos. No mapa ao lado foram marcados estes espaços, de acordo com um mapa disponível pelo IPPUJ. Notase que a maioria das praças se localizam no bairro centro e poucas são as áreas públicas de praça ou parque ao longo do Rio Cachoeira e Jaguarão, e no bairro Bucarein. As instituições em sua maioria são órgãos públicos. Poucos são os espaços de caráter cultural e educacional na área, sendo os de maior relevância a Casa da Cultura, Museu do Sambaqui, e Museu do Imigrante, Mercado Público. A cidade em geral carece desses espaços. Sem eles o convívio entre as pessoas e os espaços é prejudicado, o que reflete numa cidade sem vida urbana, consequentemente, mais insegura para seus moradores.
LEGENDA: 1- Casa da Cultura 2- Arquivo Histórico de Joinville (AHJ) 3- Prefeitura Municipal de Joinville 4- Terminal Central de Ônibus 5- Mercado Público 6- Catedral 7- Escola de Ensino Médio Governador Celso Ramos 8- Estádio ARENA Joinville 9- Praça Lauro Mueller (Biblioteca) 10- Rua das Palmeiras e Museu do Imigrante 11- Memorial Barca Colon (Praça) 12- Parque da Cidade 13- Lar do Idoso Betânia, Restaurante Popular de Joinville, Lar Abdon batista, e outros órgãos relacionados ao bem Estar Social. 14- Restaurante popular 15- Museu Fritz Alt
LEVANTAMENTO ESPACIAL
TRANSPORTES PÚBLICOS
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RIO/PORTO/ÁGUAS O Rio Cachoeira, atravessa o centro da cidade, deságua na Lagoa do Saguaçú que liga à Baía Babitonga. Tem seu nome pelas diversas cachoeiras que o compunham. Visando a navegabilidade do rio, essas cachoeiras foram destruídas para que as embarcações pudessem chegar mais próximas a terra firme, facilitando a navegabilidade. O rio Cachoeira, com 14 quilômetros de extensão, recebe diversos afluentes, entre eles os rios Morro Alto, Mathias, Jaquarão, Bucarein, Bom Retiro e o Boa Vista. A sua bacia hidrográfica ocupa uma região relativamente plana e sua nascente encontra-se a 40 metros acima do nível do mar. O contato de Joinville com as águas por muito tempo ocorreu através dos rios. A cidade se desenvolveu “às margens do Rio Cachoeira”, onde as primeiras trocas, casas, serviços, indústrias e comercio aconteciam, além do lazer e chegadas e partidas de pessoas e mercadorias. Com a consolidação da colônia D. Francisca, o Rio Cachoeira e o porto foram os principais canais de ligação com o mundo sendo um local onde exista forte troca em todos os sentidos. Era o coração da cidade, onde ocorria grande parte da vida pública da população. Com a formação da cidade de costas para os magues, a cidade muito perdeu seu contato com as águas da Baía da Babitonga, mas ganhou com a preservação desse ecossistema tão importante para a natureza. Com a chegada da linha férrea, gradativamente as atividades do Cais Conde D’eu passaram diminuir, e encerrando após a construção da ponte sobre o Rio Cachoeira, em 1965, que liga o centro com o
TRANSPORTE HIDROVIÁRIO bairro Boa Vista, e que passou por cima do Cais. (COMIM, 2009).
A relação direta entre a cidade a baía da Babitonga, através do Rio Cachoeira, a proximidade pluvial com São Francisco do Sul, Barra do Sul e Itapoá e fluvial com Garuva, Araquari, fazem do rio um A navegabilidade do Rio Cachoeira é comprovada, embora, importante eixo hidroviário, com potencial para estabelecer linhas de para que embarcações com maiores calados possam navegar, seja transportes pelas suas águas, visando não só o transporte urbano, necessária dragagem do rio. As embarcações utilizadas no transporte mas também o potencial turístico que área oferece. Atualmente, o hidroviário tem baixo calado o que não impedem sua navegação Rio Cachoeira é pouco navegado, e o único meio público de visitar assim como os barcos pesqueiros utilizados pelos pescadores locais, a Baía da Babitonga é por meio do Barco Príncipe, que faz um os quais são de pequeno à médio porte. percurso turístico-gastronômico pelas águas da Baía da Babitonga até chegar a São Francisco do Sul, cidade vizinha de Joinville, com Atualmente os rios que antes faziam a conexão da cidade com o um custo de aproximadamente 100 reais. mar, hoje são meros elementos de drenagem poluídos e esquecidos por seus habitantes. A ocupação urbana com avenidas de tráfego Em 2008, Joinville inaugurou um terminal hidroviário, com o intenso nas margens de rios e loteamentos com os fundos voltados intuito de conectar a cidade de Joinville e São Francisco do Sul, para o rio são problemas encontrado em diversas cidades do mundo, tornando-se uma alternativa ao transporte viário. A embarcação e que ocorre também em Joinville. A degradação dos rios e suas utilizada, chamada “jetbus”, tem capacidade para 87 passageiros e margens, criam barreiras físicas e emocionais que os transformam em 2 tripulantes. O trajeto leva por volta de 40 minutos, e o custo era resíduos urbanos, sendo olhados negativamente pela população. A por volta de 10 reais. Por falta de manutenção do rio, o transporte formação da cidade, seguida do crescimento espontâneo, o mau uso foi desativado depois de 6 meses de uso. de equipamentos nas margens dos rios, prejudicam o seu ecossistema e funcionamento natural. Atualmente novos editais foram abertos para a retomada das atividades do terminal náutico, exigindo a manutenção e sinalização A falta de margens de preservação para a mata ciliar, tratamentos constante. Novos barcos estão sendo estudados para a utilização, paisagísticos adequados que valorizem e criem espaços qualificados, com um calado mais baixo (40 à 60 cm). propiciam o uso inadequado dos rios, tornando-os elementos esquecidos e o pouco cuidados na paisagem da cidade, o que não Segundo o secretário da Secretaria de Desenvolvimento Regional, reforça sua importância ambiental e potencial paisagístico e de usos Manoel Mendonça: “O retorno à navegação marca o início de um dentro do espaço urbano. trabalho de conscientização junto à população sobre a importância da recuperação ambiental do Cachoeira”.
Moinho Joinville início do século XX. Fonte: Reprodução Notícias do Dia, acessado25/11/13..
Moinho Joinville atualmente. Fonte: autora, 2013.
Terminal hidroviário. Fonte: http:// joinville.forumeiros.com/t9-fotos-daarea-central-dejoinville, 2013.
Rotas barco príncipe. Fonte: www. barcoprincipe.com, 2013.
LEVANTAMENTO ESPACIAL
Promover espaços onde haja maior contato das pessoas com o rio, desenvolver de políticas que incentivem o uso de novos modais, e cuidados ambientais com o rio, podem fazer com que a população reconheça o seu valor ambiental e potencial, fazendo com que ela mesma lute por iniciativas que promovam seu maior cuidado e uso.
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MORRO DO BOA VISTA
MERCADO PÚBLICO DE GERMANO Kurt Freisler
Importante área verde dentro da cidade, o Morro do Boa Vista compõe a paisagem no centro da cidade. Além da sua função ambiental, estão localizados no morro o Parque Zoobotânico, um Mirante da cidade, e antenas de telecomunicação. O Projeto do Parque Morro do Boa Vista está em fase de conclusão e o projeto da nova sede da Escola de Dança Bolshoi estava previsto para ser implantado no alto do morro, mas está embargado no momento. Em 1975 foi promulgada a Lei 1410 (Cota 40), que proíbe a construção nos morros de Joinville acima de 40 metros do nível do mar, o que garantiu a conservação do morro.
Por muito tempo, o local onde o Mercado Municipal Germano Kurt Freissler se encontra atualmente, teve relação direta com o porto de Joinville na rua Cais de D’eu através das trocas comerciais estabelecidas na área. Com o desenvolvimento da cidade, tornou-se necessária a criação de maiores estruturas para as práticas comerciais já desenvolvidas, e em 1907 foi inaugurado o primeiro mercado público da cidade, lugar de comércio de peixes e frutos do mar vindos das comunidades de pesca de São Francisco do Sul.
Morro do Boa Vista Joinville. Fonte: http:www.skyscrapercity.com, Eberson Theodoro, 2014.
ALFÂNDEGA DE JOINVILLE
Fundada em 1959 por Carlos Frederico Adolfo Schneider, a Industria Ciser de porcas e parafusos se instalou ás margens do rio cachoeira, e constitui um conjunto de galpões sobrepostos em estrutura ligeira, construídos conforme o crescimento e as necessidades da industria. O conjunto não guarda registro arquitetônico e construtivo significativos, e não apresenta elementos ou estruturas que tenham valor patrimonial reconhecível. Atualmente, a Justiça Federal determinou a paralização das atividades da indústria, baseada no acordo feito entre o Ministério Público Federal o IBAMA e a empresa O local passou a ser utilizado por diversos produtores locais, onde para a retirada das instalações às margens do rio. A indústria já ocorria uma feira para troca e venda de suas mercadorias. O entorno tem novas instalações no parque fabril de Joinville o que confirma valorizado passou a abrigar importantes armazéns, olarias, engenhos, sua saída das instalações atuais. No lugar da indústria, estão sendo pois com isto agilizavam o processo de exportação e importação de estudados pela Prefeitura Municipal de Joinville, a construção de produtos. Foi cenário para vários acontecimentos sociais como os habitações sociais. campeonatos de remo que aconteciam no Rio Cachoeira e também para a batalha na Revolução de 30 dos militares Joinvillenses contra os de Florianópolis. O edifício foi remodelado mais duas vezes após a primeira construção, por interesses políticos e estéticos, passando de uma arquitetura eclética, para uma arquitetura modernista, chegando na atual arquitetura, uma releitura do enxaimel alemão. Atualmente o Mercado ainda é um espaço de destaque para a cidade, tanto pela sua atividade quanto pela sua arquitetura, mesmo que um falso enxaimel, e história. Seu espaço físico é destinado para a prática do comercio principalmente de pescados, sendo poucas as ofertas de outros produtos. O local tem um movimento continuo durante a semana, e nos finais de semana ocorrem eventos o que atrai grande público como shows diversos, eventos gastronômicos e estruturas provisórias para ensino da fabricação da cerveja. A área do mercado se encontra entre duas ruas de grande movimento o que a isola de certa forma do resto da cidade. A praça existente no entorno do Mercado é pouco explorada quanto ao paisagismo, espaços de estar e relação com o rio e entorno. Há muitos carros estacionados ao redor do mercado de forma aleatória, desqualificando o local.
Complexo industrial Ciser. Fonte: http:www.tibahia.com, 2014.
MUSEU FRITZ ALT PO Museu Casa Fritz Alt, está localizado na antiga residência do artista Fritz Alt construída em 1946, pelo arquiteto Paul Helmuth Keller. Inaugurado em 1975 na antiga, o museu conta com um acevo permanente das obras do artista, objetos pessoais, e a história de sua vida e obra. Por estar situado no alto do morro, sua vista é privilegiada, aos visitantes vista panorâmica da cidade. O acesso é um pouco restrito por não ter pontos de ônibus perto, além de não estar conectado com outros equipamentos culturais dentro da cidade. Problema que ocorre com outros equipamentos culturais. LEVANTAMENTO ESPACIAL
Através de conversas informais com antigos moradores de Joinville, histórias urbanas, e fotos antigas, constatou-se que as ruínas situadas ao lado do Mercado Público de Joinville sejam da antiga Alfândega da cidade. Poucos foram os dados sobre sua edificação ou história, além de uma planta com sua implantação em 1946. Contudo, acredita-se que a edificação tem um valor simbólico referente ao antigo porto da cidade Cais Conde D’eu.
INDÚSTRIA CISER
Ruínas antiga Alfândega de Joinville. Fonte: Autora, 2013.
Mercado Público Joinville. Fonte: Autora, 2013.
Museu Fritz Alt. Fonte: Fundação Cultura de Joinville, 2014.
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IMAGEM ATUAL INTERNA MAQUINÁRIO MOINHO JOINVILLE. ACERVO PESSOAL, 2013.
ASPECTOS CULTURAIS A cultura de Joinville, apesar de ser reconhecida como germânica, está representada e espalhada pela cidade de diversas formas influenciada por diversas outras culturas de alemães, portugueses, árabes, noruegueses, suíços, imigrantes que se instalaram e formaram a cidade. Atualmente, com o crescimento da cidade, Joiniville ganhou um ar cosmopolita, e suas tradições e culturas vem sido discutidas, estudadas e festejadas. Desde as mais conhecidas como O Festival de Dança, A festa das Flores, os recente encontros entre amigos chamados “Stammtisch”, até a Festa do Aipim, as cucas e salames dos colonos da Estrada da Ilha, Festivais de Jazz, teatro, Festa das Tradições. As intensões e manifestações ocorrem mesmo com a falta de espaços apropriados e incentivos a cultura.
relacionados à cerveja. Eventos como a Primeira e Segunda Brassagem Coletiva Pública, tiveram como objetivo mostrar como é feita a cerveja de maneira artesanal. O evento ocorreu no Mercado Público de Joinville e contou com um grande público.
ESCOLA DE PANIFICAÇÃO SUÍÇA
Outra atividade cultural da cidade com falta de espaço físico é a Escola de Dança Bolshoi. Desde 2003 quando foi instalada a escola, as suas atividades acontecem no espaço alugado dentro do Centro de Eventos Cau Hansen. Um projeto feito pelo Arquiteto Oscar Niemeyer foi feito para a escola. Porém, como o projeto foi supervalorizado, e o terreno onde está implantado tem algumas complicações ambientais, o projeto foi paralisado. Há a necessidade por espaços que contemplem e valorizem as forças culturais da cidade. Espaços integradores, flexíveis que estimulem a continuidade das tradições e fomentem a geração de novas tendências.
Uma das atividades educacionais e culturais de Joinville que carece de espaço físico é a Escola de Panificação e Confeitaria, uma parceria entre Joinville e a Suiça feita por vínculos imigratórios em 2002. A escola já teve uma sede na Ciudadela Antartida, mas por motivos de um deslizamento de terra, o espaço foi interditado em 2008 e, atualmente ainda encontra-se sem espaço para a realização das atividades. As intensões iniciais da escola eram capacitar pessoas para a arte de confeitaria e panificação. Atualmente, há a intensão do prefeito da cidade Udo Döhler em retomar as atividades da escola, e sugeriu sua implantação nas estruturas do Moinho Joinville. A culinária em Joinville talvez seja a maior riqueza cultural da cidade, patrimônio imaterial, mas ainda muito pouco explorada pela cidade. Muito das comidas típicas, receitas antigas estão se perdendo com o rápido crescimento da cidade, influências de outras culturas, e a falta de incentivo e espaços para a continuidade de suas tradições por meio de estudos e práticas. INSTITUTO JOINVILLENSE DA CERVEJA
A tradição cervejeira em Joinville não é recente e cada vez mais o público interessado em aprender mais sobre a bebida ou mesmo produzí-la, tem aumentado. Um espaço adequado para essa prática não existe na cidade. Os eventos que vem acontecendo, ocupam lugares improvisados. ESCOLA DE TEATRO BOLSHOI
FESTIVAL DE DANÇA DE JOINIVLLE Considerado o maior festival de dança do mundo, Joinville é sede do evento à 26 anos. Durante o evento, além da competição que ocorre oficialmente em centros de eventos, ocorrem por toda a cidade apresentações de dança em estabelecimentos comerciais, praças, institutos. A cidade respira a dança por uma semana. Espaços abertos amplos e palcos que possam receber o público e os dançarinos são Cartaz do evento para encontro e disseminação da cultura da cerveja. Fonte: necessários na cidade. http://monicheascervejas.blogspot.com.br, 2014.
Stammtisch Joinville. Fonte: www.blogderotas.com.br, Salmo Duarte (ClicRBS), 2014.
Projeto Escola de dança e Teatro Bolshoi de Oscar Niemeyer. Fonte: JornalAnoticia, 2014.
Tradição culinária em Joinville, cucas, pães, doces.
ASPECTOS CULTURAIS
Recém criado, o instituto vem promovendo eventos e cursos
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IMAGEM ATUAL MOINHO JOINVILLE E ENTORNO. ACERVO PESSOAL, 2013.
SÍNTESE O Complexo do Moinho Joinville, diferente da época de sua origem, quando estava localizado em uma área movimentada, central e referência dentro da cidade, hoje se encontra escondido em meio a muros, sendo pouco visível, acessível e seu entorno bastante desqualificado. A saída da empresa que atualmente ocupava suas instalações fabris, faz com que a discussão sobre a ocupação de um novo uso para esse espaço, tão rico em seu simbolismo para a cidade, seja imprescindível. Vazios urbanos, terras vagas, sem uso, abandonados, e apagados com o tempo existem por todo mundo. A manutenção dessa memória coletiva, e a ressignificação do espaço para o uso contemporâneo são discussões atuais e que cabem ao Moinho Joinville.
PERCEPÇÕES URBANAS ATRAVÉS DA ANÁLISE SWOT FOFA
FORÇAS
OPORTUNIDADES
- Localização na malha urbana (central) - Valor histórico - Edifício patrimônio da cidade (Moinho) - Marco referencial - Potencial turístico (Joinville x São Francisco do Sul) - Proximidade com área de grande movimento - Localizado no eixo do Parque da cidade - Diversidade social - Grande densidade demográfica
- Resgate social e ambiental dos rios -Propiciar diversidade de usos - Valorização de um ícone da histórico e pertencente a paisagem urbana da cidade - Reconhecer a arquitetura industrial - Promover área de lazer, parque público linear - Reeducação ambiental - Diversificação de população, diferentes grupos sociais perto do foco de estudo - Usos que venham a contribuir para a cidade = novos equipamentos públicos - Mobilidade/transportes intermodais (cidade e região)
FRAQUEZAS AMEAÇAS - Interesses particulares - Especulação imobiliária - Falta de interesse na qualidade dos espaços públicos - Moradores de rua - Usuários de droga - Insegurança no local
Tabacaleira Madrid. Apropriação da população . Acervo pessoal
DIRETRIZES
- Rio poluído - Enchentes/área alagadiça - Pouca visibilidade - Baixa permeabilidade - Mobilidade e acessibilidade - Galpões sem uso futuro/maquinários sucateados - Poucas conexões físicas da cidade que permeiem o rio - Falta de manutenção do rio - Pouco aproveitamento do rio (paisagem/usos) - Falta de conscientização ambiental
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IMAGEM GERAL DA PROPOSTA. ELABORADO PELA AUTORA, 2014.
DIRETRIZES GERAIS As diretrizes aqui propostas tem por objetivo buscar a reutilização e ressignificação do Moinho Joinville e requalificar o seu entorno. É de interesse da proposta criar um espaço de uso público aberto a comunidade de Joinville, quebrando os limites físicos e sociais que o local possui, reforçando o marco referencial que ele já é para a população. Pensou-se em palavras que definem o partido de projeto, apesar de serem todos conceitos interligados: MUTUALISMO CONEXÃO REATIVAÇÃO
DIRETRIZES DE USO E OCUPAÇÃO
PRIVILEGIAR EIXOS DE ESCOLAS E OUTROS EQUIPAMENTOS CULTURAIS - possibilitar continuidade dos programas e conexões entre espaços públicos. PRESERVAÇÃO MATA NATIVA - preservar mata nativa e recuperar mata ciliar quando possível.
Centro de Eventos Cau Hansen
Parque Zoobotânico Morro do Boa Vista
Centro Mercado Público
REINSERÇÃO do conjunto em relação à CIDADE: Qualificação da borda d’água: recuperar as condições ambientais das margens do rio, garantindo maior permeabilidade do solo, deixando 50 metros de afastamento em relação as margens para novas construções. Contato com as águas, rio, Baía da Babitonga: estimular o contato da população com a água através de espaços mais convidativos na borda d’água, decks, espaços de encontro e estar, percursos, transporte hidroviário.
Parque da Arena Cidade Joinville Estação da Memória
Garantir o uso - espaço aberto no centro da cidade de caráter público x privado que se relacione entre si e com a cidade de forma sinérgica. ESPAÇOS PÚBLICOS - espaços públicos que conformem, junto aos edifícios criados e existentes, ambientes agradáveis e qualificados respeitando o meio ambiente e valorizando as edificações patrimoniais. Parque linear – não é foco deste trabalho, mas indica-se a proposta de um parque ou espaços que conectem os equipamentos públicos já existentes como Centreventos Cau Hansen, o SESC, o Parque da Cidade, a Estação da Memória, Zoobotânico e Centro histórico. Existe já a indicação dessa conexão pelos espaços onde os trilhos do trem desativados passavam. Conexões – tornar a área de intervenção mais acessível à cidade com a abertura de novos eixos de conexão, tanto para pedestres, como para ciclistas, transportes públicos e carros.
DIRETRIZES PATRIMONIAIS - preservar as edificações recomendadas pelo processo em andamento do laudo de tombamento do Moinho Joinville: “Recomenda-se que sejam preservadas duas edificações existentes no conjunto que compõe o Moinho Joinville: o edifício principal, aquele onde funciona o processo industrial de transformação dos grãos de trigo em farinha, e o prédio ocupado pelas oficinas.” - preservar edificações e estruturas do Complexo do Moinho Joinville que contribuam para a conformação do espaço público bem como garatam a memória coletiva do local junto a atmosfera fabril. 24
A INTERVENÇÃO
MAPA ATUAL
MAPA PERMANÊNCIAS E REMOÇÕES
CONCEPÇÃO: DIRETRIZES: - Utilizar algumas das estruturas do complexo do Moinho Joinville. - Remover edificações para o ganho de espaço público e valorização das edificações remanescentes de valor histórico. - Projetar novas edificações que se relacionem com as edificações já existentes, tanto no aspecto formal como de usos. PARTIDO PROJETUAL: - Utilizar linhas de força do pátio fabril na concepção do desenho urbano e das novas instalações a fim de valorizar o ponto focal do Moinho Joinville e sua esplanada, bem como dar continuidade a composição formal e rígida que a arquitetura fabril tem como característica. - Ativação dos térreos dos edifícios com usos democráticos e de uso cotidiano como cafés, padaria, restaurante, bares, lojas.
Edificações existentes Moinho
Edificações existentes relevantes
Edificações existentes entorno
- Espaços livres públicos conformadores do desenho. EIXOS E ACESSOS ESTRUTURADORES DA PROPOSTA
Eixos fortes Moinho Atual entrada Moinho
Eixos fortes Cidade Antiga entrada Moinho
Edificações Moinho removidas Edificações em processo de retirada
Edificações Moinho preservadas
Edificações entorno removidas
CONFORMAÇÃO DOS AMBIENTES ABERTOS PÚBLICOS
Eixos Mercado
Espaços públicos
Antiga acesso de barcos Moinho
Área verde existente
Edifícios existentes Moinho Edifícios existentes entorno
Edifícações propostas
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O CONJUNTO x USO x REUSO
Reutilizar um local que já está cada dia mais desativado não cabe a qualquer uso. A proposta deve REATIVAR o local que já está desqualificado, trabalhando MUTUALMENTE com seu entorno e com as pessoas que vão usufruir do espaço. Além disso, deve agregar mais de um uso, sendo um espaço multifuncional, com a intenção de prover diversos usuários, de várias faixas etárias e de renda, diversas horas do dia e para diversos fins. Pensando-se nisso, nas necessidades que a cidade tem de equipamentos públicos de lazer e cultura, aliados a necessidade de formação de massa crítica e intelectual, tem-se como ideia norteadora instalar na área onde está situado o edifício ícone do Moinho, um conjunto de atividades que trabalhem concomitantemente com os espaços públicos buscando a sinergia de todo o complexo.
“Atualizar, significa primeiro subtrair a temporalidade habitualmente atribuída ao passado, para torna-lo atemporal e conferir-lhe ao mesmo tempo um poder de contemporaneidade” JEUDY, Henri-Pierre. Espelho das cidades.
“A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA, A GENTE QUER COMIDA DIVERSÃO E ARTE!”
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EDIFICAÇÕES PRESERVADAS X REMOVIDAS
EDIFICAÇÃO
CRITÉRIOS PARA A PERMANÊNCIA OU RETIRADA DOS EDIFICIOS:
Trilhos usados pelo trem que transportava mercadorias e matéria prima para o Moinho. Os trilhos pertenciam a uma rede ferroviária que ligava Joinville à São Francisco do Sul por trem. Atualmente, os trilhos já foram interrompidos pelo crescimento da cidade. Propõe-se a preservação deles como um elemento de memória.
piso da esplanada
O piso, característico de um pátil fabril, considera-se um elemento a ser preservado no projeto. Ele faz alusão a atividade que ali ocorria, além de propiciar um ponto de vista interessante conjunto. O piso está dentro do Conjunto bem como em toda a orla do rio até o mercado público.
Depósito de ensacados e atual bicicletário
Edificação posterior, com a finalidade de abrigar as bicicletas dos funcionários do Moinho. Galpão de concreto, com parede de 60 cm, telhado com treliças de madeira peculiar. Opta-se pela permanência deste galpão por sua curiosa estrutura e pela sua função.
Oficinas
Edificação da primeira fase do conjunto. Edificação original. Tem elementos e caracterísitcas que compõe com o prédio principal do Moinho. Pelo laudo de tombamento do Moinho, indica-se sua preservação. Relação direta com Galpão de Grãos.
Oficina de manutenção mecânica
Edificação posterior, em estrutura de alvenaria, sem plantas e dados precisos. Compõe com a fachada do Moinho e com o conjunto como um todo na conformação dos espaços.
Ponte trem Rio Jaguarão
Ponte utilizada pelo trem que passava em frente ao Moinho, no chamado Ramal Bucarein. A ponte hoje está em desuso. Propõe-se a reativação para a passagem de pedestres e ciclovia, aliado ao projeto da passarela que permite circular por cima da vegetação nativa e atravessar os rios.
EDIFICAÇÕES E ESTRUTURAS A SEREM PRESERVADAS DO MOINHO IMAGEM ATUAL
JUSTIFICATIVA PERMANÊNCIA
MOINHO
Primeiro edifício em altura de Joinville (1910). Estrutura metálica de origem alemã. Arquitetura marcante na paisagem; modelo de arquitetura industrial. Marco referencial. Importância na história da cidade. Abrigava a atividade principal do complexo.
Galpão de ensacamento metálico
Estrutura metálica posterior ao Moinho, sem data e dados precisos. A construção cobre o principal edifício do complexo, escondendo sua fachada original norte. Sua forma peculiar é marcante na paisagem e compõe com a linha do tempo da história da edificação. Propõese a permanência de sua silhueta na paisagem como uma escultura metálica representando o contraste de épocas.
Galpão de grãos
POITA PARA AMARRAR BARCOS
JUSTIFICATIVA PERMANÊNCIA
Trilhos trem
- melhorar a permeabilidade e visibilidade do moinho e entorno perante a cidade. - promover relações entre as edificações através de espaços públicos conformadores. - destacar e preservar as edificações e estruturas do Moinho e entorno com valor histórico e patrimonial. - reinserir o conjunto dentro da cidade através de melhores conexões físicas (ruas, calçadas, acessos).
EDIFICAÇÃO
IMAGEM ATUAL
Grande estrutura de madeira peculiar e artesanal de armazenamento de grãos. Objeto de apreciação e relíquia histórica.
Estrutura utilizada para amarrar embarcações no cais do Moinho para recebimento envio de cargas.
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EDIFICAÇÕES E ESTRUTURAS REMOVIDAS
Galpão de barcos
Galpão situado em frente ao Moinho, na margem oposta do rio. No local do galpão, tem-se um eixo visual importante do edifício. O galpão é propriedade particular, mas não respeita afastamento em relação ao rio.
AÇÃO AMIGOS DE JOINVILLE
Casa onde está instalada a Ação Social de Joinville. A edificação se encontra em um dos eixos que possibilita uma maior permeabilidade do conjunto do Moinho com a cidade. Suas atividades podem ser relocadas para um espaço dentro do Conjunto proposto.
Associação dos comerciantes de Joinville
Quadra de futebol e salão de festas. O equipamento não apresenta nenhuma relação com o Moinho. Suas atividades são particulares. Antigamente o trem passava nessa parte do terreno, onde ainda existe a ponte de passagem do trem e vestígios do trilho. Sugere-se a relocação dessas atividades para outro lugar permitindo que a área em questão torne-se pública.
INDÚSTRIA CISER
Indústria localizada também as margens do Rio Cachoeira. Está em processode retirada por não comportar suas atividades no local. Estruturas ligeiras, construídas com as necessidades de ampliação.
Laboratório
Edificação posterior, de apoio as atividades industriais. Volumetria sem característica marcante, estrutura de alvenaria. Construído na frente da edificação principal e galpão de grãos, dificultando sua visualização.
Manutenção elétrica
Edificação posterior, construída em frente a edificação principal. Dificulta a visualização do edifício do Moinho. Construção sem desenho representativo.
ESCRITÓRIO aDMINISTRAÇÃO REFEITÓRIO
Edificação posterior ao edifiício principal. Estrutura em alvenaria, sem características arquitetônicas marcantes.
Recepção,guarita E VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS
Edifício de controle da entrada e saída de pessoas e caminhões de carga. Entrada principal atual. Estrutura ligeira, posterior ao moinho, sem características arquitetônicas marcantes.
Associação Desportiva e Clube de Joinville BUNGE
Construção feita para atender aos funcionários. Lugar de celebração e organização de eventos internos. Atualmente a estrutura está bastante debilitada, impedindo o uso nos últimos tempos. A construção é posterior e não apresenta elementos que caracterizem uma arquitetura significativa.
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OFICINAS DE ARTE/ SALAS MULTIUSO/ AÇÃO SOCIAL DE JOINVILLE
Programa previsto : salas para oficinas de arte, salas multiuso, administração, recepção, banheiro, apoio técnico, sala serviços, salas destinadas ao programa do Ação Social de Joinville( edificação removida) e ponto de informação. Área: ~ 1400 m²
BICICLETÁRIO/ BANHEIRO PÚBLICO/ DEPÓSITO
Programa previsto : bicicletário coberto com estrutura de suporte de manutenção de bicicletas, banheiro público e vestiário, e depósito para materiais de feiras e equipamentos urbanos.
REUSO das edificações já existentes preservadas: O novo uso a ser dado às edificações já existentes partiu da ideia de resgatar ou relembrar a atividade que antes era exercida, como forma de criar-se um vínculo entre passado e presente e, ao mesmo tempo, trazer uma atividade necessária para a cidade e que tenha significado para a população, para que esta se reconheça no espaço e se reaproprie do território. “Para que exista patrimônio reconhecível, é preciso que ele possa ser gerado, que uma sociedade se veja espelho de si mesma, que considere seus locais, seus objetos, seus monumentos, reflexos inteligíveis de sua história de sua cultura.” JEUDY, Henri-Pierre. Espelho das cidades, 2005.
Área: ~ 975 m² GALPÃO DE EXPOSIÇÕES
Programa previsto : reutilizar a estrutura de madeira peculiar do local para exposições itinerantes.
Área: ~ 2480 m² TERMINAL NÁUTICO
Programa previsto : bilheteria banheiro, hall de espera, sala de apoio e serviço.
Utilização da estrutura para expôr as obras.
Área: ~ 160 m²
+ MUSEU DO TRIGO E PANIFICAÇÃO
=
Área: ~ 3400 m²
Utilização do máquinário para contar a história do Moinho e processo de moagem do trigo. 29
NOVAS EDIFICAÇÕES ESTUDOS VOLUMÉTRICOS DIRETRIZES DE VOLUMETRIA E USO
ESCOLA DE PANIFICAÇÃO E CERVEJA
CRITÉRIOS DE CONFORMAÇÃO DOS NOVOS EDIFICIOS: As propostas de volumetrias são estudos feitos priorizando suas relações com os espaços abertos, a fim de criar ambiências e espaços bem conformados. -Composição: linhas de força verticais e horizontais. -Estrutura: os edifícios do Moinho foram construídos em sua maioria de forma modular, em estrutura de aço. Propõe-se como EDIFÍCIO COMERCIAL estrutura das novas edificações, modulações metálicas. E SERVIÇOS - Materiais: chapa metálica perfurada para as áreas mais ensolaradas; vidro, estrutura metálica, placa cimentícia para as vedações opacas. - Ativação dos térreos dos edifícios com usos democráticos e de uso cotidiano como cafés, padaria, restaurante, bares, lojas. - Permeabilidade visual do interno com externo. -Volumes com linhas mais retas, limpas e contemporâneas, que TEATRO componham com o entorno valorizem as edificações existentes.
ESCOLA DE DANÇA
+ 30
ASPECTOS AMBIENTAIS Propõe-se soluções pontuais que trabalhem mutuamente para a melhoria do meio ambiente e problemas ambientas existentes como alagamentos e desmatamento do mata ciliar.
Recuperação da margem do rio: pelo Código Florestal em vigor, indica-se o afastamento de 50 metros a partir da margem do rio para preservação da mata ciliar. Como o Moinho Joinville, o Mercado Público e a Antiga Alfândega estão nessa faixa, destina-se o afastamento às novas edificações projetadas. Paisagismo com vegetação nativa: o projeto paisagístico proposto leva em consideração as árvores já existentes no local, preservando-as. Para as novas vegetações propostas, foram selecionadas vegetações nativas da região para que estas contribuir para o ciclo ecológico da área e recuperação da mata nativa. Piscinas de retenção de água da chuva: Joinville tem uma precipitação anual bastante elevada, o que aliado as cheias dos rios e a falta de margem adequada, causam alagamentos em toda a cidade. Para controlar esse tipo de problema, seria necessário um plano macro de intervenção. O projeto propõe microsoluções afim de auxiliar no cotidiano do problema com a utilização do anfiteatro e pista de skate como piscinas de retenção da água. Além disso, o perfil das ruas conta com um canteiro com um jardim de chuva, onde a água é retida em pequenos canteiros onde há vegetação propícia para solos úmidos.
mata ciliar a recuperar vegetação existente
Mata ciliar existente preservada
Planta baixa sem escala 31
ASPECTOS AMBIENTAIS - ESCOLHA DAS PLANTAS NATIVAS PARA O PAISAGISMO
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PROJETOS DE REFERÊNCIA
Minhu Wetland Park - PASSARELA
Landscape Park Duisburg Nord - REUSO ESTRUTURAS INDUSTRIAIS
CAPELA PERNAMBUCO PAULO MENDES DA ROCHA - REUSO RUÍNAS
MATADERO MADRI - REUSO
JATOS DE ÁGUA BILBAO - EQUIPAMENTO LÚDICO
ANTIGA TABACALERA MADRI - REAPPROPRIAÇÀO
pONTE HA-PENNY DUBLIN - ESTRUTURA
Red Ribbon Park - Kongjian Yu - PAISAGEM
SESC POMPÉIA sÃO PAULO - REAPROPRIAÇÃO 33
IMAGENS DO PROCESSO
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REFERÊNCIAS
APOLINÁRIO, Ternes. Economia de Joinville. Joinville: Meyer. 1986. JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes,2003. LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes. 1999. KOHLSDORF, Maria Elaine. A apreensão da forma da cidade. Brasília, Editora Universidade de Brasília, 1986. FICKER, Carlos. História de Joinville: Crônica da colônia Dona Francisca. Joinville: Letra d’água. 2008. GORSKI, Maria Cecília Barbieri. Rios e cidades: Secac SP. 2010. KOOLHAAS, Rem. Três textos sobre a cidade: Gustavo Gili. 2013. JEUDY, Henry-Pierre. Espelho das cidades: Ed. Casa da Palavra. 2005. RODRIGUES, Angela Rosch. Fábrica e Ideologia: o Desenvolvimento do Pensamento Moderno e a Arquitetura Industrial na Cidade de São Paulo (1889 a 1930). Cadernos de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie, Volume 11, número 2, 2011, p.142 a 173. Disponível em:<http://www.mackenzie.br/dhtm/seer/index.php/cpgau/search/authors/view?firstName= Angela&middleName=Rosch&lastName=Rodrigues&affiliation=&co untry=>. Acesso: out. 2013. apud Laudo Pericial Fundação Cultural de Joinville, 2013. FUNDAÇÃO CULTURA DE JOINVILLE. LAUDO PERICIAL DO PROCESSO DE TOMBAMENTO DO MOINHO JOINVILLE. 2013. ASSUNÇÃO, LUIS. Um bairro a ver navio. AN Cidade. 1996. Declaração do México. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/ Acesso 2013. IPPUJ. Joinville – Cidade em Dados 2010. Disponível em: http://www.ippuj.sc.gov.br > Acesso 2013. PPUJ. Joinville – Cidade em Dados 2013. Disponível em: http://www.ippuj.sc.gov.br > Acesso 2013. IPPUJ. Joinville – Bairro a Bairro 2009. Disponível em: http://www.ippuj.sc.gov.br > Acesso 2013. S.A Moinho Santista Indústrias Gerais – Filial de Joinville. Breve Histórico. Arquivo Histórico de Joinville. TICCIH. O Nizhny Tagil Carta para o Patrimônio Industrial/ Julho de 2003. Disponível em: http://www.patrimonioindustrial.org.br/ Acesso 2013. TERNERS, APOLINÁRIO. Tradição comercial do Bucarein se estendeu até os dias de hoje. A Notícia Santa Catarina. 2000. REINTER, CRISTINA. Requalificação Moinho Joinville como um centro cultural: SOCIESC. 2009. RAPOUSO, THIAGO. Requalificação da antiga área do porto de Joinville: SOCIESC. 2009. GEOPROCESSAMENTO IPPUJ, 2013. Disponível em: http://www.ippuj.sc.gov.br > Acesso 2013. Sites: http://www.ippuj.sc.gov.br > Acesso 2013. http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/ Acesso 2013.
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AGRADECIMENTOS À Deus. À minha família por todo amor e apoio durante estes anos de faculdade. Ao meu orientador Renato Tibiriça de Saboya, por todas as orientações durante o curso e neste trabalho, pela sabedoreia compartilhada e incentivo. Aos professores Alina Gonçalves Santiago, Luiz Eduardo Fountoura Teixeira, Dalmo Vieira, Américo Ishida, João Carlos Souza, Rodrigo Bastos, Alcimir De Paris, pelas conversas, assessoramentos e contribuições ao trabalho. Às amigas Gabriela Hanna Tondo e Raquel Ferndades Sousa pela amizade, pelas discussões de projeto, paciência, e ajudas nesta reta final. Ao meu namorado Eduardo Corso Krutul por todo o companherismo, amor e paciência. Aos amigos Luiza de Castro, Thiago Costa e Yuri Pinto pela amizade e discussões de projeto. À Juliane Fürst e Vera Lúcia pelo apoio emocional e psicológico. À Fundação Cultura de Joinville pelas informações compartilhadas. À Empresa BUNGE Alimentos pela abertura das portas do Moinho para sua visitação. Agradecimento especial aos funcionários Carmen Giesel e Marcio Heinzen por todas as informações e acompanhamento na visita técnica; e ao exfuncionário Sebastião Joel Stelzner, por todas as histórias e informações sobre o Moinho. Ao Arquivo Histório de Joinville e seus funcionários pelas imensas buscas nos arquivos. À todos aqueles, que assim como eu, acreditam que o Moinho Joinville deve ser preservado. À todos que estiveram ao meu lado nessa trajetória, me incentivando e acreditando no meu trabalho.
MUITO OBRIGADA!!! 36