Arquitetura como Ferramenta de Cura
Mariana Laura Maglio Colus
“O arquiteto, por princípio, deve ser um clínico geral. Até pode se especializar, mas não pode perder a capacidade de integrar tudo” João Filgueiras Lima - Lelé
Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto - SP Arquitetura e Urbanismo
Arquitetura como Ferramenta de Cura
Autora do Trabalho: Mariana Laura Maglio Colus Docente da Disciplina Introdução ao TFG: Mestre Catherine D’Andrea Docente de TFG em Arquitetura: Mestres Tânia Maria Bulhões Figueira
Ribeirão Preto, Dezembro, 2019
Agradecimentos
Agradeço às pessoas que me acompanharam e foram fundamentais para a conclusão de mais uma etapa na minha vida. Primeiramente aos meus pais, Fátima e Eduardo, que nunca mediram esforços e sempre me motivaram a ser a profissional que tenho capacidade de me tornar. Ao meu irmão, Filipe, que nunca me deixou desistir e me inspirou a alcançar os meus sonhos. A minha avó Terezinha e tia Maria Helena, que todos os dias me incluíram em suas orações, elas me protegeram e me guiaram. A todos meus amigos que compartilhei essa jornada, vocês foram o meu apoio para os momentos mais difíceis e estiveram ao meu lado nas conquistas. Em especial a duas delas, Eloraine que mesmo optando por um curso distinto sempre respeitou os meus momentos e se esforçava a entender os termos arquitetônicos, Vitória que nos aproximamos no último ano da graduação, mas construímos uma amizade sólida e consistente, passou comigo os períodos mais decisivos desse ano. Aos professores que, com êxito, concluíram suas funções de lecionar, mas muito mais que isso, sem dúvidas ensinaram valores, coisas que os livros são incapazes de instruírem sozinhos. Todos concluíram esta etapa comigo, o mérito também cabe a vocês.
Sumário Introdução
Entorno
Fundamentação Teórica
Escolha da Área de Intervenção Leitura do Entorno
Uma Breve História do Hospital
Humanização: relação paciente e espaço físico Normatização da Arquitetura Hospitalar
AME - Ambulatório Médico de Especialidades Sistema Construtivo em Aço
Justificativa do Tema
Leituras Projetuais
Hospital Rede Sarah Kubitschek Hospital do Rocio
Centro Médico Meandro
Detalhamento
Desenvolvimento
Referências Bibliográficas
Pré-dimensionamento de áreas Fluxograma
Memorial Justificativo Área de Intervenção
Fluxos Externos e Acessos Plano Topográfico
Volumetria e Distribuição Método Construtivo Aberturas
Setorização Cores
Plano de Plantio Renderização
Considerações Finais
Introdução
A saúde necessita não só de recursos financeiros para a solução de seus problemas, como também engloba aspectos humanos e políticos no setor. É importante utilizar os meios disponíveis, incluindo a arquitetura, visto que a ela cabe a organização do ambiente.
No percurso acadêmico o tema da arquitetura hospitalar despertou o interesse da educanda na área da saúde, pois a mesma participou de arcabouço teórico advento de atividade de pesquisa (Iniciação Científica) entorno de “Estudos Sobre Edifícios Hospitalares em Estrutura Metálica.”Perante afinidade com a tipologia arquitetônica, para o TFG - Trabalho Final de Graduação, é proposto o desenvolvimento do projeto de um centro de assistência médica, vinculada ao SUS, para a metrópole de Ribeirão Preto, devido as carências no atendimento humanizado na saúde pública local.
A proposta da construção de um edifício hospitalar requer cuidados não apenas técnicos, mas também ao aspecto humano. Assim, os autores que embasaram este trabalho na construção do AME Mais – Ambulatório Médico de Especialidades Gerais foram: João Filgueiras Lima, Manoel Coelho e Atelier PRO. Novas tecnologias construtivas emergem devido às exigências do mercado visando a sustentabilidade, o impacto ambiental e o aspecto econômico. Dentre o emprego de materiais inovadores optou-se pela construção em aço que vai de encontro às necessidades do projeto de construção de uma nova edificação hospitalar. Acredita-se que esta tentativa compatibilizará à demanda advinda do crescimento do município de Ribeirão Preto com a melhoria do acesso da população aos serviços públicos de saúde.
Justificativa do Tema
Justificativa do Tema da cor, para quais cidades serão direcionados estes pacientes perante cada sub-região em questão, a saber: municípios do chamado Vale das Cachoeiras, em verde, os pacientes serão transferidos para Batatais; municípios do chamado Aquífero Guarani, em amarelo, os pacientes serão transferidos para Ribeirão Preto; e municípios do chamado Horizonte Verde, em azul, os pacientes serão transferidos para Sertãozinho.
A metrópole de Ribeirão Preto abrange um conjunto de 34 cidades, sendo ela um polo atrativo em relação aos outros municípios que compõem esta região metropolitana, sobretudo, graças à facilidade de acessos a equipamentos comerciais, de lazer, ligados à gastronomia, culturais e relacionados à área da saúde. Devido a isso, muitas pessoas recorrem a Ribeirão Preto em busca de serviços que suas respectivas cidades não fornecem ou estão presente de forma desqualificada em termos técnicos e infra estruturais. Dentre os itens acima elencados, a saúde é um tópico em destaque, visto que Ribeirão Preto dispõe de hospitais, unidades de saúde públicas e privadas, clínicas médicas e entre outros. Mesmo tendo em vista todo este desenvolvimento apontado junto à área da saúde, sabe-se que a maior parte da população de Ribeirão Preto depende do sistema público de atendimento (SUS) e é exatamente neste ponto que reside a discussão do presente trabalho. A partir de pesquisa de campo junto ao DRS - Departamento Regional da Saúde de Ribeirão Preto, foi possível coletar dados de como é o funcionamento do SUS na cidade e para região metropolitana. Os dois mapas a seguir dispostos apresentam os dados mais relevantes. Primeiro, nota-se que algumas cidades não estão inclusas no atendimento do sistema único de saúde, tais como Morro Agudo, Orlândia, Nuporanga, Sales de Oliveira, Mococa, Tambaú, Taquaral e Taiúva. Mas já há um conjunto de pedidos realizados por cada um desses municípios para o Ministério da Saúde solicitando a inclusão ao atendimento público feito junto a esta metrópole e, com isso, terão mais pactuações com os atendimentos de saúde operados atualmente, o que poderá sobrecarregar ainda mais o sistema que hoje encontra-se já bem utilizado.
14
Fig. 01 - Metrópole de Ribeirão Preto Cidades Inclusas ao atendimento público completo. Fonte: DRS - Departamento Regional da Saúde - Produzido pela autora. Ribeirão Preto
Legenda
Cidades inclusas no atendimento SUS
Cidades não inclusas no atendimento SUS
Atualmente, o paciente que recorre à UBS de sua respectiva cidade e necessita de um atendimento maior que o local possa oferecer, é direcionado para a cidade mais próxima dentro de sua sub-região. Caso esta não possua os recursos de atendimento necessários para o caso específico do paciente em questão, torna-se fundamental transferi-lo mais uma vez, agora para a cidade de Ribeirão Preto. No mapa a seguir pode-se identificar, pela gradação
Fig. 02 - Subregiões da Metrópole de Ribeirão Preto Fonte: DRS - Departamento Regional da Saúde - Produzido pela autora.
Legenda
Vale das Cachoeiras (7 municípios) Aquífero Guarani (10 municípios) Horizonte Verde (9 municípios)
A UBS - Unidade Básica de Saúde - possui atendimento das áreas de ginecologia, dentista, pediatria e clínico geral; as consultas são marcadas por agendamento prévio. Atende também a demanda espontânea da população, sem que seja emergência, relacionadas a mal-estar em geral: dor de cabeça, estômago, resfriados, entre outros.
A UBDS - Unidade Básica Distrital de Saúde - possui pronto atendimento, está dividida na cidade como uma para cada Distrito (5 no total). Está apta a realizar atendimentos das áreas de ginecologia, dentista, pediatria, clínico geral, psiquiatria e procedimentos que não exijam internação. É nas UBDS que se faz a análise das necessidades dos pacientes, depois que será direcionado para o setor secundário (exames) ou terciários (internação). A cidade de Ribeirão Preto foi dividida em cinco Distritos: Norte, Sul, Leste, Oeste e Central, cada um consiste em uma UBDS e demais pontos de saúde menores. Para melhor entendimento da dimensão quanto ao atendimento populacional de cada equipamento de saúde, a prefeitura de Ribeirão Preto fez um levantamento dos usuários de cada um deles, conforme disponível pelas tabelas a seguir dispostas, organizadas pela Secretaria Municipal de Saúde deste município. Os números dispostos representam a população estimada atendida por ano, os dados foram baseados no censo IBGE de 2010. Distrito Leste
Unidade UBDS Castelo Branco UBS Bonfim Paulista UBS Jardim Juliana UBS Santa Cruz UBS São José UBS Vila Abranches USF Jardim Zara
População Estimada 50.680 13.324 17.017 36.402 9.945 19.941 13.925 Total 100.609 Tabela 01 - Tabela Distrito Leste Fonte: www.ribeiraopreto.sp.gov.br - Editada pela autora
Distrito Norte
Distrito Oeste
Unidade UBDS Quintino Facci II UBS Jardim Aeroporto UBS Marineck UBS Quintino Facci I UBS Ribeirão Verde UBS Simioni UBS Vila Mariana UBS Valentina Figueiredo UBS Avelino Alva Palma UBS Estação do Alto UBS Jardim Heitor Rigon
População Estimada 70.853 16.103 8.473 11.279 17.135 19.174 11.049 4.393 6.591 5.677 7.529 Total 178.256 Tabela 02 - Tabela Distrito Norte Fonte: www.ribeiraopreto.sp.gov.br - Editada pela autora
Distrito Sul
Unidade UBDS Vila Virgínia UBS Adão do Carmo Leonel UBS Jardim Maria das Graças UBS Parque Ribeirão Preto USF Jardim Marchesi
População Estimada 32.655 15.626 3.841 25.230 9.500 Total 86.852 Tabela 03 - Tabela Distrito Sul Fonte: www.ribeiraopreto.sp.gov.br - Editada pela autora
Distrito Central
Unidade UBDS Central CSE Vila Tibério UBS Campos Elíseos UBS Jardim João Rossi UBS Vila Tibério Total
População Estimada 19.063 23.517 42.551 20.890 9.251 94.382
Tabela 04 - Tabela Distrito Central Fonte: www.ribeiraopreto.sp.gov.br - Editada pela autora
Unidade População Estimada 90.218 UBDS Sumarezinho 15.862 CMSC Vila Lobato 17.466 CSE Ipiranga 12.331 UBS Dom Mielle 17.466 UBS Ipiranga 6.500 USF Jardim Paiva 15.129 UBS Jardim Pesidentre Dutra 16.580 UBS José Sampaio 13.961 Usf "César Augusto Arita" 17.828 UBS Vila Recreio 5.292 USF Jardim Eugênio Mendes Lopes 8.793 USF Maria Casagrande Lopes USF Núcleo 1 3.195 2.924 USF Núcleo 2 USF Núcleo 3 2.815 2.384 USF Núcleo 4 2.251 USF Núcleo 5 USF Núcleo 6 2.227 4.505 USF do Jardim Jamil Cury USF Vila Albertina 13.869 Total 271.596 Tabela 05 - Tabela Distrito Oeste Fonte: www.ribeiraopreto.sp.gov.br - Editada pela autora
Pode-se perceber que nos setores Norte e Oeste, onde reside a população mais carente de Ribeirão Preto, em termos econômicos, existe um maior número populacional a ser atendido (cada área desta atende cerca de aproximadamente 200.000 pessoas, enquanto as outras, 100.000). Contudo, o local escolhido para implantação do AME - Ambulatório Médico de Especialiadades - encontra-se no Distrito Sul (tabela 03). Isto se deu devido à proximidade com o Terminal Rodoviário de Ribeirão Preto, que é de 3,2km, visto que o atendimento é destinado à população metropolitana o que abrange pacientes de outros municípios, facilitando o acesso de forma geral.
15
Justificativa do Tema Sabe-se que parte dos leitos das unidades de saúde ligadas ao setor privado (e mantidas por este) destinam-se, também, ao atendimento do Sistema Único de Saúde. Assim, a tabela abaixo disposta ilustra os hospitais existentes na cidade de Ribeirão Preto e seus respectivos leitos do SUS e dos grupos particulares no setor da saúde. Hospitais Fundação Maternidade Sinhá Junqueira - MATER HCFM - Ribeirão Preto - USP Hospital São Francisco Instituto Santa Lydia Hospital São Paulo de Clínicas Especializadas Ltda. Soc. Benef. Hosp. Santa Casa de Misericórdia Soc. Portuguesa de Beneficência - Hosp. Imaculada Conceição Hosp. Psiquiátrico Santa Tereza Sanatório Espírita Vicente de Paulo Hospital Electro Bonini Hospital Imaculada Conceição de Ribeirão Preto Hospital das clínicas FAEPA Ribairão Preto Hospital Estadual de Ribeirão Preto Dr. Carlos Eduardo Martinelli Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto MATER HURP - Hospital da Unimed Ribeirçao Preto HERP - Hospital Especializado de Ribeirão Preto Hospital São Lucas Ribeirânea Hospital São Lucas Ribeirão Preto Maternidade Sinhá Junqueira Total
Leitos SUS 32 722 6 73 6 90 74 354 54 25 93 665 51 46 0 0 0 0 0 2291
Leitos não SUS 4 18 131 25 40 70 47 0 0 5 46 23 0 0 158 18 52 65 65 767
Total de Leitos 36 740 137 98 46 160 121 354 54 30 139 688 0 46 158 18 52 65 65 3007
Tabela 06 - Tabela de Hospitais em Ribeirão Preto Fonte: www.ribeiraopreto.sp.gov.br - Editada pela autora
16
Percentual leitos SUS 1,40% 31,50% 0,26% 3,20% 0,26% 3,92% 3,25% 15,45% 2,35% 1,10% 4,05% 29,04% 2,22% 2,00% 0% 0% 0% 0% 0%
Distrito Leste Oeste Leste Central Central Norte Central Sul Oeste Leste Sul Oeste Sul Norte Sul Sul Leste Central Norte
De acordo com a Fundação Seade - Sistema Estadual de Análise de Dados - com base de informações do DataSUS - Departamento de Informática do SUS - em 1995 haviam 2.712 leitos SUS na cidade de Ribeirão Preto, sendo que a população do município, na época, era de 456.252 habitantes (IBGE, 1996) com média de 5,95 leitos para cada 1.000 habitantes. O número atual se encontra abaixo do mínimo indicado pela OMS - Organização Mundial da Saúde, que é de 3 a 5 leitos para cada 1.000 habitantes. Pois o número de leitos SUS reduziu para 2.291 e a população aumentou para aproximadamente 694.534 (IBGE 2010). O que dá uma média de 3,3 leitos para cada 1.000 habitantes. Embora a quantidade de leitos SUS tenham sofrido redução, eles ainda contabilizam 76,18% dos leitos totalizados na cidade de Ribeirão Preto.
Uma das possíveis explicações para essa redução na quantidade de leitos é dado pelo fato da transferência de leitos SUS para os planos de saúde particulares, pelo baixo valor repassado aos Hospitais pelo Ministério da Saúde. Este cenário demonstra a situação limite do setor da saúde local, e a necessidade, então, de tratar da temática proposta pelo presente trabalho, justificando sua pertinência e dando suporte à elaboração de projeto que se insere nessa discussão.
A seguir, é apresentado o fluxograma que o paciente percorre ao ser atendido pelo SUS: Hospital Público (5)
FMRP-USP HC Campus
FMRP-USP HC Unid. Emergência
Hospital Psiquiátrico de Ribeirão Preto MATER
UBS (26) USF (17) Pronto Atendimento (5)
- Clínica Geral - Clínica Generalista - Ginecologia e Obstetrícia - Pediatria
UPA
Setor Terciário
COMPLEXO REGULADOR
Santa Lydia Hospital Filantrópico (3)
Beneficiência Portuguesa Santa Casa
Hospital Electro Bonini - UNAERP Hospital Privado Contratado (1)
São Francisco
Especilidades Médicas
UBDS (5)
Radiodiagnósticos Média Complexidade Pronto Atendimento
- Assistência de enfermagem - Assistência à Saúde Bucal - Assistência Farmacêutica - Imunização
Setor Secundário
Ambulatórios Especializados (16)
Serviços (9)
Laboratórios (6) Fig. 03- Fluxograma atendimento SUS Fonte: DRS - Departamento Regional da Saúde - Releitura
CR DST/AIDS (2) CEREST (2)
Saúde Mental (5) Reabilitação (4)
Radiologiadiagnóstico (2) Terapia Renal Substitutiva (3)
Odontologia (4) Próprio (1)
Conveniados (5)
O fluxograma representa os caminhos percorridos pelo paciente quando recorre ao SUS, sendo que as suas “portas de entrada” são exclusivamente pelos postinhos de saúde (UBS, USF e UBDS) ou pelo chamado de uma ambulância. Como se pode notar, ao realizar o atendimento médico é que o paciente será direcionado para os procedimentos que necessitar.
Primeiramente, o usuário tem acesso pela UBS, USF (Unidade da Saúde da Família) e Pronto Atendimento ou pela ambulância (casos mais graves) ao denominado Complexo Regulador. Em seguida será encaminhado para o setor secundário ou terciário de acordo com a sua necessidade de atendimento. O Setor Secundário consiste em exames e tratamentos especializados que serão desenvolvidos nas UBDS. O Setor Terciário abrange a internação nos hospitais conveniados e cirurgias do paciente quando necessário. Diante do quadro apresentado da cidade de Ribeirão Preto, é compreendido que há uma busca frequente de outros municípios no setor da saúde. O que ocasiona um fluxo maior do que as UBS fornecem hoje, em termos de atendimento adequado. Sendo assim, é proposto pelo presente trabalho a elaboração de projeto de um AME – Ambulatório Médico de Especialidades Geral. A ideia é que todos os procedimentos (consultas, exames e cirurgias) que o paciente necessitar, sejam efetuados na mesma unidade sem que ele seja transferido. Os procedimentos dispostos se encaixariam no setor secundário, aliviando a sobrecargas das UBDS. Esta proposta em questão busca auxiliar nos processos e atendimento de especialidades peculiares, apontando possíveis melhorias que podem ser implantadas no Sistema de Saúde de Ribeirão Preto. É proposto que haja um modelo reduzido de um AME a ser repetido pelo município, dessa forma não há um único ponto que concentre todas as especialidades médicas, para que não ocorra sobrecargas no atendimento.
17
Fundamentação Teórica
Fundamentação teórica Uma breve História do Hospital A palavra “hospital” se origina do latim “hospitalis” tendo o significado de ser “hospitaleiro, acolhedor”, qualidade que provém de “hospes” e que se refere àquele que oferece hospedagem, pois nos tempos antigos, órfãos e viajantes eram abrigados neste local (casa de assistência).
Para entendermos melhor o modelo arquitetônico hospitalar contemporâneo, é essencial retroceder no tempo e identificar o início de seus registros. Os nomes dos primeiros hospitais provinham do grego e designavam o objetivo principal de cada instituição. Alguns dos termos mais frequentemente usados eram o “Brephotrophium” para enjeitados, “Nosocomium” para os doentes, o “Orphanotrophium” para os órfãos, o “Gerontochium” para idosos, o “Xenodochium” para peregrinos pobres ou os “Ptochium” para os indivíduos que eram incapazes de trabalhar. Pode-se dizer que o termo atual de hospital se assemelha mais ao termo “Nosocomium” cujo significado abrange “receber os doentes e tratá-los”(Aquino, 2008). Na antiguidade, período que abrange o ano de 4000 a.C. até o ano de 476 d.C., época da queda do Império Romano, no que tange à evolução do Edifício Hospitalar, pode-se dizer que a proposta desta sociedade se baseou em acolher os indivíduos órfãos, viúvas e peregrinos dando-lhes assistência à alma e as suas necessidades. Os tratamentos eram feitos através da purificação da água e do jejum. Não podiam dormir no local e após a consulta em um Templo Sagrado o paciente deveria partir.
“(...) os templos primavam pelo ambiente favorável à cura dos doentes. (...) Consistiam de uma cobertura assente sobre colunas dóricas. Cada um destes santuários tinha um altar. Os serviços eram ministrados por um sacerdote. As práticas eram impregnadas de misticismo e superstição” (CAMPOS, 1944, p.17)
20
Percebe-se, assim, que as práticas da medicina e da religião se fundiam no intuito de dar auxílio aos indivíduos que mais precisavam. O advento do Cristianismo trouxe uma nova visão humanística. É neste período que o conceito de hospital como local de assistência se desenvolve, ou seja, o enfermo poderia ficar no local em regime de internação. As igrejas abrigavam as pessoas doentes, sendo, por conseguinte, construídos alguns estabelecimentos hospitalares nas proximidades dos mosteiros. Lisboa (2002, p.15) salienta que “Os mosteiros beneditinos serviam de modelo para outras ordens religiosas que se dedicaram aos enfermos, inclusive ordens militares posteriores.” Com o aumento do poder e da riqueza da burguesia, desencadeou-se um período em que esta pressionou as autoridades municipais a suplementar e, mais tarde, a assumir o encargo das autoridades da Igreja no que tange à questão hospitalar.
Fig. 04 - Vista interna, Hospital de Tonerre Fonte: www.agefotostock.com Acessado em: Abril de 2019
“O fato da administração dos hospitais e outras instituições de atendimento terem passado para as autoridades municipais não significa que o clero tivesse abandonado totalmente essas atividades ao longo dos séculos XIII a XVI. Somente com a Reforma e pela ascensão do Estado absolutista a separação se torna mais significativa.”
(LISBOA, 2002, p.18)
Diante deste cenário, as edificações hospitalares sofreram algumas mudanças como a separação dos pacientes por patologia/ gênero, melhoria nas condições de ventilação e iluminação, o abastecimento de água e um cuidado maior no aspecto da higiene.
O hospital de Tonerre é um dos exemplos da arquitetura hospitalar medieval. Fundado em 1293 por Margarida de Borgonha (cunhada do rei da França - São Luís). A nave principal era iluminada por grandes janelas, possibilitando uma ventilação direta. Cabe ressaltar que a própria distribuição das camas, perpendiculares à parede e lado a lado umas das outras, favorecia aos pacientes a assistir à missa celebrada no final da ala (Badalotti, 2015).
Fig. 05 - Vista externa, Hospital de Tonerre Fonte: www.agefotostock.com Acessado em: Abril de 2019
“O seu comprimento era de 81m, sem contar as três capelas que lhe ficavam ao fundo fazendo parte da construção e que tinham nas laterais, mais 6m, e a central, mais 14. A largura era 18,60m. Tinha anexa, junto da porta e alpendre de entrada, no topo oposto (...) capela mor, uma outra capela (...)”.
(CORREIA, 1944, p.310)
As transformações sociais e econômicas alteraram o caráter da inserção dos hospitais na vida urbana. Isto ocorreu gradativamente e, com a Idade Moderna, período compreendido entre o ano de 1453 e o ano de 1789, os hospitais adquiriram uma organização diferente da que a caridade cristã tinha no período anterior. Após o incêndio do Hospital Dieu de Paris, foi decidido a construção no mesmo local de um novo hospital. Destacaramse os estudos do médico e cirurgião francês Jacques-René Tenon (1724-1816). Ele percebeu a precariedade das instalações e os altos índices de mortalidade do enfermos. Sugeriu em um relatório a necessidade de melhorias quanto às questões ligadas à higiene, insalubridade destes tipos de edifícios, interdição de leitos coletivos e a separação dos doentes por categoria. Com estes levantamentos de dados, propôs um modelo a ser seguido como ideal para a época. O grande problema enfrentado era a circulação do ar, sendo assim, buscou solucionar tal questão com uma organização tipológica denominada por pavilhonar. Dessa forma, obteria ventilação cruzada e um bom aproveitamento da iluminação natural. Conceitos e descobertas hospitalares foram moldando os critérios do projeto de modelos de hospitais e equipamentos de saúde, tais como a necessidade de áreas a serem isoladas, e destas terem ou não ligações, além de outras questões; até que no início do século XIX pode-se dizer que se estabelece o modelo hospitalar contemporâneo (Costeira, 2014).
Na segunda metade do século XIX, surgiu a possibilidade da verticalização, em conjunto, de todas as áreas de um edifício hospitalar (sobretudo ao avanços técnicos e científicos da época).. Notava-se a necessidade de reduzir os caminhos a serem percorridos pelos(as) enfermeiros(as) nos hospitais pavilhonares, portanto, a inapropriação de longos corredores existentes neste modelo até então amplamente difundido. Costa (2011) aponta que, no Brasil, o hospital moderno surgiu na passagem do modelo religioso para o modelo pavilhonar e que acompanhava a trajetória de construções da Europa, que sofreram transformações depois do advento do higienismo, sendo reforçado com os trabalhos de Louis Pasteur e a bacteriologia. A necessidade de combater o contagio e a transmissão
de doença, aliados à esterilização de utensílios médicos e separação de doentes, desencadearam uma verdadeira revolução nos projetos hospitalares.
O sistema monobloco, criado nos EUA no começo do século XX, atraía os planejadores hospitalares, parecendo ser uma solução mais adequada ao novo século. Segundo Pevsner (1997) o pavilhão não pode mais ser usado como base para a construção hospitalar e a nova proposta, então, era o edifício compacto de vários andares. Percebe-se, assim, que o modelo pavilhonar foi gradativamente substituído pela construção em bloco único, que é atualmente o mais usado.
Além do hospital ter sofrido todas as modificações e desenvolvimentos técnicos, funcionais e de composição formal que a história o “exigiu”, pode-se notar também que o conceito técnicos, funcionais e de composição formal foi alterado. Na Idade Média, os hospitais eram locais muitas vezes anexado às igrejas, que acomodavam os enfermos para que ali pudessem ter uma morte digna, não havia a ideia de tratamento e/ou de prevenção. Os estudos de anatomia influenciaram-no, pois após conhecimentos adquiridos, cabia a este local colocar em prática os estudos teóricos (Costeira, 2014). Nesta transformação perceptível, afirma Antunes (1989, p.227-228) que
“[...] a arquitetura foi a primeira arte a ocupar-se do hospital. A ideia de que o doente necessita de cuidados e abrigo é anterior à possibilidade de lhe dispensar tratamento médico. E todas as cidades, em todas as épocas mobilizaram-se para prover esta necessidade. Templos, conventos e mosteiros foram as primeiras instituições a recolher doentes [...]”
Conclui-se, assim, que o conceito do hospital foi moldado, ajustado, modificado e adequado perante às necessidades da sociedade do determinado momento. As mudanças políticas na sociedade e o advento das descobertas na área da saúde influenciam o seu
espaço físico e o seu funcionamento (ora como local de morte, ora como local de cura). As transformações que tangem aos edifícios hospitalares nada mais é do que o reflexo dos avanços tecnológicos e a evolução do pensamento da sociedade. Assim, é através da observação, da reflexão e do conhecimento da história do edifício hospitalar no decorrer do tempo que se pode nortear projetos para a implantação de futuras unidades da saúde.
Humanização: Relação paciente e espaço físico
A humanização dos espaços hospitalares tem se mostrado bastante eficaz, pois, a sua implantação proporciona ao usuário um local acolhedor, onde se sinta bem. Pesquisas científicas evidenciam que este local interfere na recuperação do indivíduo, como aponta Ulrich (1990, p.88-104) estes ambientes causam as mesmas consequências negativas nos pacientes que a ansiedade, o delírio e a pressão alta.
É neste contexto de ideias que a arquitetura pode contribuir em projetos na área da saúde (hospital, centro de terapia, postos entre outros), segundo Mezzomo ( 2002, p.14) “ Humanizar é adotar uma prática em que profissionais e usuários consideram o conjunto de aspectos físicos, subjetivos e sociais que compõem o atendimento à saúde.” Um ambiente hospitalar planejado gera impactos no bem -estar das pessoas que convivem neste local (médicos, funcionários, familiares). Atualmente, os projetos de humanização de ambientes hospitalares têm como base as pesquisas de Roger S. Ulrich que ressalta a interação entre ambientes e cura. Em uma desta pesquisa demonstra que através de referências fisiológicas como os batimentos cardíacos, a respiração, a pulsação, e a descontração
21
Fundamentação teórica muscular, a recuperação do estresse em pacientes é elevada, sobretudo, após a visualização de natureza, sejam elas simplesmente gravuras, quadros ou cores que remetessem à calma ligada à vegetação. Valoriza-se, assim, a integração do espaço interior e exterior. Este contato não precisa ser necessariamente direto, pode ser visual, pois a natureza desencadeia estímulos diversos no ser humano. Serão abordados a seguir aspectos considerados importantes na questão do conforto ambiental hospitalar como: ventilação, iluminação e cor. A ventilação adequada e a iluminação são questões relevantes em um edifício hospitalar. Estes atributos, assim, como o controle de ruído, luz e saneamento foram enfatizados pela enfermeira Florence Nightingale no início do século XIX. Como se sabe a ventilação natural é um dos elementos básicos da arquitetura sustentável. O uso adequado desta fonte oferece diversas vantagens para um ambiente hospitalar, pois mantém a qualidade do ar pela troca constante. Além de diminuir o uso do ar condicionado, cria um local salubre e confortável ao paciente.
Nesta linha de pensamento encontra o renomado arquiteto João Filgueiras Lima, responsável pelas obras da rede Sara Kubitschek de hospitais localizados em algumas capitais do Brasil. Apresenta em seus projetos que a iluminação e ventilação natural não devem visar somente a economia de energia, mas sim “(...) tornar o ambiente mais natural, mais humano, mas no caso do hospital, também é para proteger contra a infecção hospitalar.” (Lima, 2004, apud LAMBERT, 2017) Outro aspecto importante na questão da humanização se refere à iluminação. Salienta Ronald de Goes, Doutor em Arquitetura e Urbanismo (UFRN), professor do Instituto de Arquitetos Brasil (IAB) que a saúde necessita de ambientes limpos, arejados, com luz natural ou iluminados adequadamente para que o local seja agradável e confortável. Diz ele: “Uma boa iluminação valoriza e revela o ritmo do espaço: sombras, formas, texturas, proporções e determina a sensação de bem-estar, conforto e motivação.”
22
A luz natural é a mais confortável ao olho humano porque exerce um efeito calmante contribuindo para amenizar o stress e quadros depressivos. Assim, é relevante pontuar que a iluminação artificial contribui para a humanização do ambiente hospitalar, mas não substitui a natural. Um fator favorável a este aspecto é o clima tropical no Brasil.
A iluminação natural beneficia a saúde porque desencadeia no homem a sensação psicológica do tempo cronológico/climático. A luz artificial deve ser apreciada como uma complementação necessária aos dias nublados e à noite, mas nunca substituir a luz natural. (CORBELLA, 2003). Em um ambiente hospitalar a harmonia visual e o equilíbrio cromático tornam este local mais humano, pois como destaca Farina (1990, p.43), com um olhar mais apurado que “(...) o mundo percebido por qualquer indivíduo é, em grande parte, um mundo resultante das experiências adquiridas em lidar-se com o meio ambiente.” Neste sentido, a cor deve ser vista como um elemento que proporciona tranquilidade e bem-estar ao indivíduo. O hospital, por via de regra, lida com pessoas que passam por fortes emoções como: nascimento, doença e morte. A cor desencadeia sensações e deve ser valorizada pelos profissionais que estão envolvidos com este planejamento. Ela deve ser um atributo neste contexto para amenizar a dor. As combinações de cores são fundamentais e as tonalidades de cores quentes (vermelho, laranja e amarelo) devem ser equilibradas pois, são excessivamente estimulantes. Ao passo que o azul e o verde são cores consideradas calmantes. (CUNHA, 2004).
Segue abaixo a tabela com os efeitos psicológicos segundo Costa ( 2015, não paginado).
Cor branco azul vermelho amarelo verde laranja roxo rosa
Efeito Psicológico calma, limpeza, neutralidade, prosperidade, paz e união confiança, segurança, calma, estabilidade, sucesso, saúde e cura coragem, liderança e energia estímulo, energia, aquecimento, alegria, otimismo e esperança vitalidade, frescor, harmonia, fertilidade, renovação e segurança. entusiasmo, fascínio, alegria, criatividade e determinação sabedoria, independência, criatividade e otimismo amor, carinho, suavidade e acolhimento
Tabela 07 - Tabela de cores e efeitos psicológicos. Fonte: www.pardeideias.com - Produzida pela autora
Outro aspecto é analisar as necessidades dos pacientes de cada setor para a seleção das cores. Por exemplo, na ala da geriatria não é aconselhável utilizar cores que ofuscam a vista. Como se sabe, devido a idade, estes possíveis usuários (idosos) devem ter desgaste da retina ou da córnea. As cores devem ser amenizadas também em ambiente cujos pacientes sejam portadores de Alzheimer, porque um local colorido provoca muito estímulo neles. (MARTINS, 2004).
Neste contexto de ideias percebe que a humanização é fator relevante em um projeto hospitalar, mas não se pode esquecer que os usuários devem ser o foco deste local visando o seu bem-estar. Apesar de todo esforço teórico a humanização está em processo de construção e participar desta edificação de maneira humana é o que rege uma boa arquitetura.
Normatização da Arquitetura Hospitalar Carvalho (2017), apresenta que, no Brasil, há leis vigentes que impõem exigências para projetos hospitalares. As imposições são bem rígidas e específicas, relacionadas à luminosidade, temperatura, dimensão, revestimento, acessibilidade, aberturas, vedações, entre muitas outras. Essas leis estão amparadas pela RDC – 50/2002 e suas derivações. Apesar de ser uma norma bem estruturada, não apresenta informações essenciais para a elaboração do projeto arquitetônico hospitalar, por exemplo: equipamentos, fluxos internos e externos, mobiliários e outras exigências relacionadas ao seu funcionamento.
Portanto, para suprir essa lacuna, em 2007 é constituído o manual SomaSUS - Sistema de Apoio à Elaboração de Projetos de Investimentos em Saúde - pela Portaria 2.481 GM/MS (Gabinete do Ministério / Ministério da Saúde). Este manual consiste em elementos gráficos que exemplificam possíveis soluções para os arquitetos e engenheiros consultarem durante o desenvolvimento do projeto e todo o material apresentado está baseado na asserção de que a imposição de normas é essencial para os projetos de saúde. Dessa forma, foi estruturada a partir dos parâmetros de cobertura assistencial do SUS, portarias ministeriais e RDC – 050 - Normas para elaboração de projetos físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, da ANVISA. O manual SomaSUS é composto por quatro volumes, todos disponíveis na internet, Vol. 01 – Atendimento Ambulatorial e Atendimento Imediato, Vol. 02 – Internação e Apoio ao Diagnóstico e à Terapia (Reabilitação), Vol. 03 – Apoio ao Diagnóstico e à Terapia (Imagenologia - Exames) e o Vol. 04 – Apoio ao Diagnóstico e à Terapia: Anatomia Patológica Hemoterapia e Hematologia,Medicina Nuclear e Patologia Clínica.
Considera-se importante ressaltar que este trabalho – construção do AME Mais – tem como referência o volume 2 e 3 citados anteriormente. Segue abaixo a exemplificação de planta baixa (fig 06), legenda (fig 07), fluxograma (fig 08) e lista de especificações de necessidades (fig 09), contidos no caderno SomaSUS:
Legenda:
Sala de Exames e Curativos - Planta Baixa:
Fig. 07 - Legenda - Sala de Exames e Curativos Fonte: Caderno SomaSUS - Volume 02 - p. 94 Acessado em: Julho de 2019
Fig. 08 - Fluxograma - Sala de Exames e Curativos Fonte: Caderno SomaSUS - Volume 02 - p. 94 Acessado em: Julho de 2019 Fig. 06 - Planta baixa - Sala de Exames e Curativos Fonte: Caderno SomaSUS - Volume 02 - p. 94 Acessado em: Julho de 2019
23
Fundamentação teórica AME - Ambulatório Médico de Especialidades O conjunto de atendimento médico denominado por AME, refere-se a um Ambulatório Médico de Especialidades. Esse projeto, atualmente, é aplicado somente no Estado de São Paulo, iniciouse em 2007, e em 2015 já haviam 56 unidades em funcionamento. O Governo do Estado tem investido para transformar todas as suas unidades em AME Mais, que são ambulatórios que possuem centro cirúrgico e Hospital Dia para pequenas e médias cirurgias. Consiste em um atendimento secundário, que é destinado aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), com disponibilidade de diversas especialidades, ou seja, enfatizado nas necessidades da rede básica de saúde. A implantação de um AME é feita a partir da necessidade e da demanda que a cidade em questão possui, no caso de Ribeirão Preto, há em questionamento a construção de três unidades: AME - Geral, AME - Mulher e AME - Idoso
Fig. 09 - Especificações - Sala de Exames e Curativos Fonte: Caderno SomaSUS - Volume 02 - p. 95 Acessado em: Julho de 2019
24
O atual prefeito da cidade, Duarte Nogueira, propôs a transformação da UBDS Central em AME Mais, mas esta alteração foi suspensa por ser alvo de críticas de servidores. O projeto, hoje, está destinado a ocorrer próximo à Fatec, em um terreno que comporta suas necessidades e é um lote destinado a uso institucional, localizado no bairro Vila Virgínia. Perante os estudos e levantamentos efetuados sobre a demanda de atendimentos da região, conclui-se que a unidade deverá ter 26 especialidades médicas, desde a primeira consulta, diagnóstico, exames, tratamentos e cirurgias, se necessário. O edifício será construído em 3,5 mil metros quadrados, e será composto por 24 consultórios, 22 salas de exames, três centros cirúrgicos, 23 salas
de apoio, além de ser equipado com com aparelhos médicos para efetuar mais de 30 tipos de exames, desde o mais simples até os mais complexos. É esperado que a unidade de Ribeirão Preto seja capaz de realizar, em um mês, mais de 8 mil consultas médicas, além de 3 mil consultas não médicas (dentistas, atendimento em enfermagem, entre outros), 200 cirurgias ambulatoriais e 22 mil exames. Todo este projeto seria finalizado no período de 4 anos, ao menos é o que informa o planejamento político da atual gestão municipal. Entretanto, sabe-se que um projeto desta magnitude executado por um sistema construtivo convencional, de alvenaria estrutural, demandaria maior tempo em seu desenvolvimento e finalização. Em contrapartida, o projeto proposto pelo presente trabalho abrange a construção de uma unidade AME Mais que possui 13 especialidades médicas: ortopedia, cardiologia, dermatologia, endocrinologia, nefrologia, pneumologia, otorrinolaringologia, urologia, pediatra, pneumatologia, proctologia, alergia/imunologia e vascular. Pretende-se que seja desenvolvido em estrutura metálica, pois a sua finalização será possível em bem menos tempo estando à disposição do uso público.
Sistema Construtivo em Aço
O uso da estrutura metálica teve início na segunda metade do século XIX, no Brasil, tendo seus principais componentes o minério de ferro e o carvão. Além de ser peça fundamental na economia do país, o aço faz parte do nosso cotidiano, sendo um dos materiais mais versáteis na construção civil. Ele pode ser disponibilizado de várias maneiras pelas industriais siderúrgicas, entre as mais comuns estão as chapas grossas e finas, os tubos, os perfis laminados, cabos e barras (vergalhões) de aço. Essas formas podem ser combinadas de diversas maneiras, formando, assim, estruturas metálicas que permitem a concepção de projetos com formas mais fluidas e com curvas, que não seriam possíveis de serem construídos com a rigidez e o peso do concreto.
Costeira (2014) afirma que o aprimoramento de tecnologias da construção civil, como o emprego das estruturas metálicas, é a base para o estabelecimento da nova tipologia na construção hospitalar. Conciliando a necessidade de um hospital aos recursos que a estrutura metálica dispõe, pode-se notar que é o melhor método construtivo a ser adotado, por isso o aprofundamento de suas técnicas e utilização devem receber maior importância e visibilidade no campo da construção civil. Algumas das vantagens que a estrutura metálica favorece para hospitais são: rápida montagem e finalização da obra, fácil retirada ou acréscimo de paredes, obra limpa, fácil acesso para manutenções, permite grandes vãos, possibilita criatividade compositiva para o projeto, redução do custo total da obra, necessita de poucos operários para sua montagem, entre outras. Todos esses apontamentos favoráveis à construção com o uso de estruturas de aço, de projeto hospitalar, indicam, então, um alternativa extremamente eficaz para quem busca custos viáveis, flexibilidade de execução e redução de tempo para finalização da obra em si.
Baseado nesse encadeamento de ideias, é proposto a construção de um AME em estrutura metálica, visando assim uma redução de tempo e de custo da obra. A utilização deste material possibilitará a qualificação do local, pois, ele oferece recursos viáveis como: pés direitos elevados, vãos maiores, facilidade em realizar manutenções, adaptações e expansões, compatibilidade com sistemas complementares (fechamentos: paredes, janelas, portas, teto entre outros.).
Outro aspecto importante a ser considerado da estrutura em aço é a harmonia na modulação dos diversos elementos do sistema construtivo, a qual permite um elo maior entre a relação do paciente com o espaço físico. O gráfico a seguir disposto, construído por Freire (2009), ilustra o percentual sobre o valor total da obra, o custo de lajes, vigas, pilares e os contraventamentos metálicos, com lajes vigas e pilares de concreto armado em uma obra estruturada por perfis metálicos.
Gráfico 02 - Gastos gerais em Obra Fonte: www.metalica.com.br Acessado em: Abril de 2019
Gráfico 01 - Relação entre métodos construtivos Fonte: www.metalica.com.br Acessado em: Abril de 2019
Neste segundo gráfico, é apresentado o gasto total da obra. Podemos notar que utilizando a estrutura em aço, é possível obter uma economia de 8% em comparação ao fazer uso da estrutura de estrutura convencional. Novas tecnologias são apresentadas a cada dia, a tendência é de que esse percentual cresça, pois, segundo Neves (2001) percebe-se hoje que há a necessidade de mudança da mentalidade e sistemática da construção civil. Diversos materiais, práticas tecnológicas e equipamentos têm sido utilizados neste mercado da construção.
Observando os gráficos, percebe-se que, ao levarmos em consideração somente a estrutura, o percentual do custo da edificação a ser construída em aço é maior, contudo ao analisarmos a obra como um todo, nota-se que outros elementos complementares da obra são reduzidos. Porém, cada caso deve ser estudado com suas particularidades, não é uma porcentagem rígida, há obras que podem ocorrer o inverso. Mas pretende-se, aqui, realizar a experimentação projetual que leve em conta não apenas os critérios de diminuição de custo, mas todas as questões inerentes ao uso de um sistema racionalizado. Além de custos, que reduza impactos ambientais e que traga possibilidades construtivas para se edificar um espaço humanizado e que garanta atendimento à parcela substancial da população da região metropolitana de Ribeirão Preto.
25
Leituras Projetuais
Apresentação Os projetos selecionados para estudos referenciais foram dois hospitais nacionais e um internacional: Hospital Rede Sarah Kubitschek no Rio de Janeiro – RJ, Hospital do Rocio em Campo Largo – PR e Centro Médico Meandro em Maatweg, na Holanda. Todos os edifícios estudados são recentes, finalizados em 2008, 2014 e 2013, respectivamente. Cada edifício médico foi selecionado com um propósito diferente, com a finalidade a abranger maior entendimento da tipologia arquitetônica hospitalar. A seleção de um hospital construído por Lelé seria indiscutível, por se tratar de um arquiteto que aproximou tecnologia à humanização do ambiente. O hospital do Rio de Janeiro apresenta todas estas habilidades, a partir dele foi possível compreender, também, que a utilização de estrutura metálica não está necessariamente vinculada a um edifício retilíneo em todas as suas vistas. O traço livre do arquiteto compõe harmonia, humanização e bem-estar sem afetar a funcionalidade do local.
O Hospital do Rocio apresenta a utilização das cores por toda a extensão do edifício, que são empregadas de forma a auxiliar seus usuários no entendimento da setorização funcional do espaço edificado. As plantas foram de suma importância para compreensão da setorização de um hospital. Na mesma intenção de facilitar o entendimento do usuário ao fazer uso do edifício, o Centro Médico Meander assimila a divisão do hospital a uma cidade, com corredores principais, corredores secundários, corredores particulares e praças amplas. Nos três projetos de estudo foi possível identificar que os arquitetos tiveram grande sensibilidade na questão do conforto ambiental. Estudo de insolação, posicionamento do edifício no terreno, integração do exterior com interior, implantação de áreas verdes, aplicação de materiais que despertam tranquilidade e aproveitamento de iluminação e ventilações naturais são algumas das premissas encontradas nestes projetos. A partir da interpretação dos três hospitais foi possível absorver técnicas utilizadas para se chegar a um edifício funcional e de excelência quanto à relação espaço edificado e usuários deste.
29
Hospital Rede Sarah Kubitschek
Sobre o Autor
Fig. 10- João Filgueiras Lima - Lelé Fonte: http://www.vitruvius.com.br Acessado em: Abril de 2019
João Filgueiras Lima, conhecido popularmente por Lelé, nasceu em 10 de janeiro de 1932, no Rio de Janeiro. Formado em Arquitetura e Urbanismo pela Escola Nacional De Belas Artes - RJ, em 1955. Em 1957 participou da construção de Brasília, foi assim que teve os primeiros contatos com Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Tal encontro despertou seu interesse pela tecnologia da racionalização de materiais na produção, pois existia a grande necessidade da finalização das obras e da cidade em si.
“A equipe (de obra) foi aumentando e, com ela, a necessidade de fazer as coisas andarem mais depressa, e o interesse pelos pré-fabricados. Na própria construção dos prédios principais seria preciso industrializar alguma coisa, aproveitar os elementos repetitivos para ganhar tempo na construção.” (LIMA, 2004, p. 46)
Lelé possui uma variedade de projetos construídos, desde residências e escritórios até fabricas. Na década de 1980, Lelé realizou o primeiro Hospital Sarah Kubitschek para Doenças do Aparelho Locomotor, juntamente com o ortopedista Aloysio Campos da Paz. Este projeto posteriormente se tornaria parte de uma grande rede de hospitais, produzidas pela CTRS (Centro Tecnológico Sarah Kubitschek), fundada em 1992 em Salvador.
Lelé é mundialmente reconhecido pelos projetos hospitalares da CTRS. Os ambientes por ele propostos não chegam a ser reconhecíveis como parte constituinte de um hospital, dado que ele trabalha com estratégia que humanizam os espaços interiores, tornando-os lugares de acolhimento. Ele, por exemplo, trata o interior como um local agradável, muitas áreas verdes, pés direitos altos, iluminações naturais, circulação de ar, tudo para que o usuário esteja à vontade e confortável.
Fig. 11 - Hospital rede Sarah - Fortaleza Fonte: www.sarah.br Acessado em: Abril de 2019
Fig. 12 - Hospital rede Sarah - Brasília Fonte: www.sarah.br Acessado em: Abril de 2019
Fig. 13 - Desenho Técnico Fonte: www.sarah.br Acessado em: Abril de 2019
Para proporcionar o máximo de conforto possível para o paciente, Lelé não só desenvolveu o local como também o mais importante objeto utilizado por eles, a cama-maca. Consiste em uma maca que possibilita ao paciente ficar na posição que for melhor, além da fácil locomoçao pelo próprio quarto, para os terraços ao ar livre onde os pacientes podem receber banhos de sol, entre outras.Além de substitutir a passagem do leito para maca e vice versa, já que esse processo muitas vezes causa dor e desconforto. A Cama -maca acompanha o paciente durante todo seu atendimento, sem que seja necessário troca ou substituição.
Fig. 14 - Cama Maca Fonte: www.sarah.br Acessado em: Abril de 2019
31
Hospital Rede Sarah Kubitschek Conceito Melhor aproveitamento físico e financeiro do sistema estrutural metálico e humanização do edifício
Partido - Utilização de materiais que permitem a passagem da luminosidade solar. - Pés Direitos altos, permitindo a integração de diversos andares e amplas áreas.
- Implantação de canteiros, jardins, centros de integração (como praças), com ampla variedade de vegetações do bioma local, trazendo a sensação de presenciar um ambiente natural.
- Utilização de estrutura em aço, o que permite um sistema de modulações, materiais que permitem repetição, de fácil manutenção e que facilitam futuras ampliações e readequações de ambientes.
Fig. 15 - Hospital Rede Sarah - Rio de Janeiro Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Abril de 2019
Ficha Técnica Hospital Sarah Kubitschek.
Local: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. Início do projeto: 2001.
Conclusão da obra: 2008.
Área do terreno: 80.000 m2.
Área construída: 52.000 m2.
Arquiteto: João Filgueiras Lima.
32
Fig. 16 - Hospital rede Sarah - Rio de Janeiro Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Abril de 2019
fig. 17 - Hospital rede Sarah - Rio de Janeiro Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Abril de 2019
Situação
Ao analisarmos o entorno é possível notar muitos lotes não edificados, o condomínio de edifício residencial Sardenha, de alto padrão, o edifício empresarial BR Innova Capital Partners LTDA, três companhias de hotelaria, o Shopping Metropolitano, o colégio Marista São José e alguns lotes com moradias. O acesso ao Hospital Rede Sarah é feito pela Avenida José Wilker, o edifício hospitalar tangencia a Estrada Arroio Pavuna e a Avenida Embaixador Abelardo Bueno.
O Hospital da Rede Sarah está situado na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, no bairro Jacarepaguá, próximo aos bairros Barra da Tijuca, Curicica e Gardência Azul. Encontra-se também a 1 hora e 37 minutos do centro da cidade utilizando meio de transporte público e a 36 minutos de carro, quando sem trânsito. As linhas de ônibus que possuem paradas mais próximos ao Hospital são as BRT35, BRT36, BRT50, 881, 352 e 613.
O edifício está próximo ao Lago de Jacarepaguá, esse foi um dos fatores decisivos na escolha no lote para desenvolver o projeto, já que o arquiteto Lelé enfatiza o contato com a natureza, o uso de iluminação e ventilação naturais e, portanto, questões de conforto térmico e ambiental são fundamentais na escolha do lote de intervenção.
Volumetria
fig. 18 - Rota Centro Rio de Janeiro a Hospital Rede Sarah de Transporte público Fonte: www.google.com - Google Maps Acessado em: Abril de 2019
N
fig. 20 - Entorno Hospital Rede Sarah - RJ Fonte: www.google.com - Google Maps - Editado pela autora Acessado em: Abril de 2019
Legenda
Hospital rede Sarah Kubitschek
O hospital conta com a repetição de blocos e divisões lineares, capazes de serem identificadas somente pela vista superior, em planta. No campo de visão térrea é quase imperceptível tal grelha imposta pelo arquiteto, por conta da adoção de elementos grandes e sinuosos, como a cobertura da passarela que interliga o auditório ao hospital(fig. 22), o auditório (fig. 23), a rampa central (fig. 24), o espelha d’água (fig. 25) logo na entrada e a cobertura, que por sua vez, é a identidade de Lelé.
Hotéis
Lagoa de Jacarepaguá
Edifício Empresarial BR Innova Capital PArtners LTDA Shopping Metropolitano Residências fig. 19 - Rota Centro Rio de Janeiro a Hospital Rede Sarah de Carro Fonte: www.google.com - Google Maps Acessado em: Abril de 2019
Áreas verdes / não edificadas Colégio Marista São José
fig. 21 - Vista aérea Hospital Rede Sarah - RJ Fonte: www.archdaily.com.br Acessado em: Abril de 2019
33
Hospital Rede Sarah Kubitschek Cobertura da passarela que interliga o auditório ao hospital
Auditório
34
fig. 22 - Hospital rede Sarah - Rio de Janeiro Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Abril de 2019
fig. 23 - Hospital rede Sarah - Rio de Janeiro Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Abril de 2019
Rampa central
Fig. 24 - Hospital rede Sarah - Rio de Janeiro Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Abril de 2019
Espelha d’água
fig. 25 - Hospital rede Sarah - Rio de Janeiro Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Abril de 2019
Cobertura
Fig. 26 - Hospital rede Sarah - Rio de Janeiro Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Abril de 2019
Identidade do Projeto: Cobertura O formato da cobertura do Hospital Rede Sarah Kubitschek é uma das identidades do arquiteto João Filgueiras Lima. Desenhado com o objetivo de melhor aproveiramento do fluxo de ar e iluminação natural, a combinação da inclinação e da curvatura é responsável pela canalização da saída de ar quente e entrada do ar frio, muitas vezes provinda de um lago ou espelho d’água.
O teto das unidades de internação é construído por esquadrias metálicas rotativas de policarbonato, que ao serem abertas, possibilitam a iluminação e ventilação natural do ambiente.
Fig. 28 - Corte Croqui - Entrada de ar Fonte: www.arcoweb.com.br - Editado pela autora Acessado em: Maio de 2019 Corrente de ar fria
Legenda
Saída de ar quente
Nos ambientes que exigem mais rigor a respeito de temperatura, umidade relativa do ar e gradiente de pressão, como salas de radiologia, farmácias e centros cirúrgicos, o ar condicionado é fundamental. Nos ambientes com menos rigor, como: áreas de espera, enfermarias, ambulatórios e salas de fisioterapia, a ventilação natural garante o conforto térmico. Fig. 27 - Spray de água Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Maio de 2019
Nessa imagem é possivel identificar a técnica utilizada para a captação de ar fresco quando o pé direiito for muito alto. São acionados sprays de água, verticalmente, para que assim o ar do entorno da edificação esteja sempre úmido e com a temperatura abaixo do restante. No interior são implantados sugadores ou ventialadores que são os encarregados de canalizar o ar de fora para dentro, assim como será possível visualizar na imagem a seguir.
Fig. 30 - Fechamento teto - esquadria de alumínio rotativa Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Maio de 2019
Entrada e saída de ar
Permeabilidade visual com canteiros vegetativos externos Fig. 29 - Detalhe Croqui - Entrada de ar Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Maio de 2019
Fig. 31 - Corte AA e corte BB Fonte: www.arch.com.br Acessado em: Maio de 2019
35
Hospital Rede Sarah Kubitschek Programa de Atividades E
acesso público
E
N
Bloco A Bloco B
E Bloco C
9
Bloco D
18 23
E
N
Fig. 32 - Setorização Fonte: www.archdaily.com.br - Editado pela autora Acessado em: Maio de 2019
Legenda
Bloco A - Centro de estudos e Manutenções prediais Bloco B - Serviços Bloco C - Emergencia, cirurgias e exames Bloco D - internação e solário Bloco E - Estacionamentos
36
acesso restrito
1
3
10 11 21
19
4
12
6
5
13
14
7
15
2
8
16 17
20
22
Os blocos apresentam uma setorização de atividades a partir de um zoneamento pré-estabelecido sendo conectados por circulações externas cobertas. Pelo fato da utilização da estrutura metálica em sua construção, a divisão interna e o limite do hospital são por sua maioria lineares, o que é perceptível em planta, e o que facilita a conexão entre as áreas e faz com que os corredores de uso público e restrito sigam a mesma linguagem. Sendo assim, os blocos seguem o formato retangular ligados por um eixo longitudinal. O auditório já não segue a padronização do restante do hospital, possui um formato esférico com a planta circular. O que estabelece um diálogo entre os dois complexos é a composição volumétrica utilizada na cobertura orgânica.
23 24
Fig. 33 - Programa de usos Fonte: www.archdaily.com.br - Editado pela autora Acessado em: Maio de 2019
Legenda 1 - Manutenção predial 12 - Arquivo médico 2 - Caldeiras 13 - Oficina ortopédica 3 - Vestiário de funcionários 14 - Internação / Alta 4 - Administração 15 - Fisioterapia e hidroterapia 5 - Manutenção 16 - Primeiro estágio 6 - Almoxarifado e 17 - Internação / Enfermaria Bioengenharia 18 - Radiologia 7 - Lavanderia 19 - Ambulatório 8 - Cozinha / Refeitório 20 - Internação / Apartamentos 9 - Laboratórios 21 - Espera 10 - Centro Cirúgico 22 - Solário 11 - Centro de materiais 23 - Espelho d’água 24 - Auditório
N
Fig. 34 - Circulação Fonte: www.archdaily.com.br - Editado pela Autora Acessado em: Maio de 2019
Legenda
Circulação horizontal interna
Circulação horizontal externa coberta Circulação vertical
Relevância Projetual Primeiramente, foi utilizado um método construtivo não muito comum para a tipologia arquitetônica, a estrutura metálica. O arquiteto João Filgueiras Lima não só rompeu com monotonia construtiva como conseguiu alcançar seus objetivos com êxito. A escolha pela estrutura metálica fornece ao projetista muitas vantagens, como: rapidez na montagem e conclusão da obra, redução de resíduos, facilidade para futuras manutenções e/ou expansões, flexibilidade de ambientes, entre outras.
O conforto ambiental é de suma importância em seus projetos, para concretizar tal característica o autor utiliza tais recursos: áreas verdes bem distribuídas e planejadas no interior do edifício, sistemas de canalização do ar fresco de fora para dentro e saída do ar quente, pés direitos altos que integram áreas verticais e horizontais, utilização de materiais translúcidos que permitem a entrada da luz natural, preferência por lotes que possuem proximidade com um lago ou rio e utilização de espelhos d’água. Consequentemente, ao adotar esses recursos, outros objetivos são concluídos: redução do gasto de energia com iluminação e climatizadores, melhor relação do usuário com o ambiente e resultados positivos e mais eficazes na recuperação dos pacientes.
Tais conceitos estão presentes em todas unidades de Hospitais da Rede Sarah, por esse motivo, os elementos se tornaram a identidade do autor e da rede.
37
Hospital do Rocio
Sobre o Autor
- Criação da logotipo da cidade de Curitiba. - Logotipo comemorativa dos 300 anos de Curitiba. - Mobiliário Urbano de Curitiba. - Reformulação do campus da PUC-PR.
Teatro Positivo
Em 1999, o arquiteto foi convocado pela Universidade Positivo para projetar suas novas instalações. Foi a partir desse momento que Manoel Coelho adquiriu admiração à tipologia de edifícios didáticos: teatros, monumentos, escolas, parques de exposições e eventos. Algumas de suas obras mais conhecidas são: Faculdade Positivo
Fig. 35 - Manoel Coelho Fonte: www.mcacoelho.com.br Acessado em: Maio de 2019
Expo UNIMED
O arquiteto Manoel Coelho nasceu em Florianópolis - SC, em 1940. Formou-se em 1967, no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná, da qual foi professor titular e coordenador do curso por vários anos.
Participou como estagiário do processo de Planejamento Urbano de Curitiba, do IPPUC – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, após formado permaneceu o seu contato com o planejamento e assim desenvolveu uma série de projetos para a cidade. Exercendo atividades tais como as descritas a seguir:
fig. 36 - Faculdade Positivo - Curitiba - PR Fonte: www.mcacoelho.com.br Acessado em: Maio de 2019
fig. 37 - Teatro Positivo - Curitiba - PR Fonte: www.espacospositivo.com.br Acessado em: Maio de 2019
fig. 38 - Expo UNIMED - Curitiba - PR Fonte: www.espacospositivo.com.b Acessado em: Maio de 2019
39
Hospital do Rocio Conceito Qualificação e humanização dos espaços
Partido
- Utilização de cores para diferenciação dos setores, corredores largos e comunicação visual de fácil entendimento indicando banheiros, salas de atendimento, áreas restritas, entre outras.
- Implantação de áreas verdes, vidros por toda fachada, permitindo o contato do exterior com o interior do hospital.
Fig. 39 - Hospital do Roccio - Campo Largo Fonte: www.rchdaily.com.br Acessado em: Maio de 2019
Hospital do Rocio
Ficha Técnica
Local: Campo Largo - Paraná, Brasil Início do projeto: 2011.
Conclusão da obra: 2014.
Área do terreno: 100.000 m2. Área construída: 55.300 m2.
autoria: Manoel Coelho e Antônio Abrão
Arquitetos: Manoel Coelho Arquitetura e Design
40
Fig. 40 - Utilização de cores para setorização Fonte: www.archdaily.com.br Acessado em: Maio de 2019
fig. 41- Fachadas em vidro Fonte: www.archdaily.com.br Acessado em: Maio de 2019
Situação
Os acessos do hospital foram divididos em público, restrito e ambulâncias. O acesso público é feito pela Estrada da Lagoa. As demais entradas estarão sinalizadas no mapa de programas de uso.
O Hospital do Rocio está situado no centro da cidade de Campo Largo, no Loteamento São Gerônimo, próximo aos Loteamentos Ouro Verde I e II e ao bairro Jardim Busmayer. O Terminal Rodoviário e o Terminal Metropolitano de ônibus da cidade, estão a 450 metros de distância entre si e ambos estão a 2 km do Hospital do Roccio. Tal localização auxilia a mobilidade dos moradores das cidades adjacentes que recorrem à Campo Largo para fins de atendimentos médicos.
Volumetria
N
fig. 43 - Entorno Hospital do Rocio Fonte: www.google.com - Google Maps - Editado pela autora Acessado em: Maio de 2019 Hospital do Rocio
Legenda
O hospital foi distribuído no terreno em blocos, separando ou aproximando cada setor quando necessário. Os arquitetos propõem jardins que integrem áreas verdes para seu interior, por mais que estejam do lado de fora, a utilização do vidro traz a sensação de continuidade do ambiente exterior para o interior. Por sua vez, o vidro é empregado em muitas das fachadas do hospital (fig. 46), mas somente nos locais onde é viável que haja a transparência no fechamento, como em salas de espera (fig. 47), refeitório (fig. 48) e corredores (fig. 49). Não só como fechamento lateral mas também é utilizado no teto (fig. 50) em alguns ambientes compondo aberturas zenitais.
Parque da Lagoa
Centro Religioso - Capela São Judas Tadeu fig. 42 - Rota do Hospital do Rocio aos terminais urbanos Fonte: www.google.com.br - Google Maps Acessado em: Maio de 2019
Residências
Áreas verdes / não edificadas
Ao analisarmos o entorno do Hospital do Rocio podemos identificar uma padronização da utilização do solo, sendo ela predominantemente ocupada por residências. Há muitos lotes e quadras inteiras que não possuem edificações, sendo ambos ocupados pela vegetação.
fig. 44 - Maquete 3D Fonte: www.mcacoelho.com.br Acessado em: Maio de 2019
41
Hospital do Rocio Jardins Externos
fig. 45 - Jardins externos entre blocos Fonte: www.archdaily.com.br Acessado em: Maio de 2019
Fachada em Vidro
42
fig. 46 - Fachada Noturna Hospital do Rocio Fonte: www.archdaily.com.br Acessado em: Maio de 2019
Sala de Espera
Refeitório
Corredor
fig. 47 - Recepção Hospital do Rocio Fonte: www.archdaily.com.br Acessado em: Maio de 2019
fig. 48 - Cafeteria Fonte: www.archdaily.com.br Acessado em: Maio de 2019
Teto
fig. 49 - Coreedores de uso misto Fonte: www.archdaily.com.br Acessado em: Maio de 2019
fig. 50 - Átrio com fechamento em vidro Fonte: www.archdaily.com.br Acessado em: Maio de 2019
Identidade do Projeto: Cores e Jardins Em função do grande porte da edificação, o projeto de ambientação e comunicação visual faz uso de cores para diferenciar cada setor do hospital. Isso faz com que seus usuários possam entender melhor a leitura de placas, sinalizações em geral e plantas (que estão disposta por toda sua extensão), tornando os espaços mais legíveis e acessíveis aos seus usuários.
A representação da comunicação visual, mobiliário especial e jardins do Hospital do Rocio foram desenvolvidas pelo próprio escritório de Manoel Coelho Arquitetura e Design. Isso fez com que houvesse um diálogo claro entre todas as informações apresentadas a seus usuários
fig. 51 - Corredores com identificações Fonte: www.mcacoelho.com.br Acessado em: Maio de 2019
fig. 52 - Cartões de identificação Fonte: www.mcacoelho.com.br Acessado em: Maio de 2019
Quando um paciente ou acompanhante passa da recepção para o interior do hospital, ele tem de ser identificado, assim como todos que estão ali trabalhando. Para isso, é utilizado um cartão que possui a especificação do bloco e sua respectiva cor.
Devido à dimensão do terreno, não seria necessário a construção de um único bloco ou um edifício de múltiplos andares. É a partir desta característica que o arquiteto propõe blocos menores e deslocados, intercalados por jardins. Os arquitetos selecionam as espécies vegetais nativas do Estado do Paraná a serem cultivadas no paisagismo do hospital. Não só pela facilidade que terá ao encontrá-las, mas também pelo fato de representar as raízes culturais do local. Uma das espécies é a Araucária, que por sua copa frondosa e de desenho peculiar se tornou uma das identidades do projeto, sendo elas são refletidas nas fachadas de vidro do Hospital do Rocio.
Logo ao entrar na recepção principal, o usuário se depara com uma perspectiva volumétrica explodida do Hospital do Rocio. Cada ambiente ou setor está identificado nesta peça gráfica com sua devida coloração, e isso faz com que o paciente já possua um certo conhecimento e familiarização com o espaço que irá utilizar.
fig. 53 - Vista Explodida no Hall de Entrada Fonte: www.mcacoelho.com.br Acessado em: Maio de 2019
fig. 54 - Araucária projetada na fachada de vidro Fonte: www.archdaily.com.br Acessado em: Maio de 2019
43
Hospital do Rocio Programa de Atividades - Croquis Parque da Lagoa
escultura N.S. Rocio/ espelho d’água
revitalização praça
terraço
área de preservação bosque (caminhadas)
recepção geral
orientação blocos leste/oeste N
O
pronto socorro
1° pavto suítes café/loja 2° pavto direção auditório estar médico quartos médicos
jardins internos/ iluminação/ventilação/ visuais externas
fig. 55 - Croqui - relação Hospital do Rocio e seu entorno Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Maio de 2019
Para estudos de disposições dos espaços, divisão de áreas, implantação de jardins, separação de setores e parcelamentos gerais do hospital, os arquitetos utilizam croquis coloridos. Este recurso auxilia a identificar os melhores posicionamentos e relações entre as áreas. No primeiro croqui é estudado as áreas verdes em relação com os pontos de vistas do interior do edifício, indicadas pelas setas vermelhas. Os arquitetos projetam o edifício de forma direcionada para os elementos naturais pré-existentes: lagoa, praça e o bosque.
44
imagens
praça acesso principal embarque/desembarque
espelho d’água
visuais lago
L
almoxarifado
acesso público
ambulância heliporto
1°/2° pavto. enfermarias
circulação público circulação restrita
UTI centro farmácia UTI geral refeitório infantil cirúrgico fig. 56 - Croqui - Divisão de Setores Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Maio de 2019
No segundo croqui é estudado a divisão dos setores e seus posicionamentos. É indicado em alguns locais qual a relação do primeiro pavimento com o segundo. O programa é pensado de forma com que sua setorização auxilie no funcionamento do hospital, otimizando tempo e resultados. As UTIs são subdivididas em infantil e geral sendo no pavimento superior a sala de estar para médicos. Essa proximidade irá contribuir para o atendimento eficaz dos médicos e enfermeiros aos pacientes internados. A farmácia está implantada de forma estratégia, adjacente ao pronto socorro e também ao centro cirúrgico; dessa forma pode assistir aos dois pontos com a mesma eficiência.
acesso restrito médico/funcionários
acesso serviço carga/descarga
fig. 57 - Croqui - Circulação Interna Fonte: www.arcoweb.com.br Acessado em: Maio de 2019
Não só para estudo de divisões dos setores, os arquitetos fazem uso de croquis para restringir a circulação de pessoas. Em edifícios hospitalares é essencial que haja uma separação entre áreas de uso coletivo e a dos funcionários (acesso restrito). Em alguns locais irá ocorrer corredores mistos, contudo, os acessos também devem ser separados.
Programa de Atividades 1
2
9
5 10
N
4
11
7
3 12
8
7
9
6
2
1
N
1 - Parque da Lagoa 2 - Acesso público 3 - Acesso Amulatório 4 - Acesso Serviços 5 - Bloco 1 - Hospital 6 - Bloco 2 - Ambulatório 7 - Bloco 3 - Serviços 8 - Bloco 4 - Serviços 9 - Estacionamento visitantes 10 - Estacionamento Serviços 11 - Bosque 12 - Heliporto
21
N
8
19
9
6
4
10
17
11
5
12
18
24
20
25 26
20
20
22
27
27
27
28
13 14
fig. 59 - Pavimento Térreo Fonte: www.archdaily.com.br - Editado pela autora Acessado em: Maio de 2019
fig. 58 - Implantação Fonte: www.archdaily.com.br - Editado pela autora Acessado em: Maio de 2019
Legenda
15
16
3
27
23
fig. 60 - Primeiro Pavimento Fonte: www.archdaily.com.br - Editado pela autora Acessado em: Maio de 2019
N
29 30
24 26 31
32
27
27
27
27
33
fig. 61 - Segundo Pavimento Fonte: www.archdaily.com.br - Editado pela autora Acessado em: Maio de 2019
1 - Café 2 - Recepção 3 - Recepção - imagem 4 - Recepção - enfermarias 5 - Recepção - pronto socorro 6 - Recepção UTI’s 7 - UTI’s Gerais 8 - Estar médicos UTI 9 - UTI - pediátrica 10 - UTI - neonatal 11 - Centro cirúrgico 12 - Farmácia 13 - Cozinha 14 - Refeitório 15 - Centro de materiais esterelizado 16 - Centro de imagem diagnóstico
Legenda
17 - Pronto Socorro 18 - Ambulâncias 19 - Jardim 20 - Suítes 21 - Laje Técnica 22 - Laje Jardim 23 - Laboratórios 24 - Foyer (hall de espera) 25 - Depósito 26 - Auditório 27 - Alas de Enfermarias 28 - Direção 29 - Estar médico 30 - Faturamento 31 - Espaço acadêmico 32 - Lactário 33 - Almoxarifado
45
Hospital do Rocio A logística da circulação interna do Hospital do Rocio está estruturada a partir de dois eixos paralelos que dividem o complexo e restringe a circulação coletiva, de serviços e de funcionários. O primeiro eixo roxo (fig. 59/60/61) que percorre ao longo de toda a fachada voltada para o bosque é destinado ao público e pode ser acessado pela recepção geral (2), imagem (3), enfermarias (4) ou pronto socorro (5), conforme mostra a figura 56. O segundo eixo amarelo (fig. 59/60/61), de circulação restrita, é destinado a médicos, enfermeiros e serviços gerais, corta longitudinalmente o centro da edificação.
N
fig. 62 - Pavimento Térreo - circulação Fonte: www.archdaily.com.br - Editado pela autora Acessado em: Maio de 2019
N
fig. 64 - Segundo Pavimento - circulação Fonte: www.archdaily.com.br - Editado pela autora Acessado em: Maio de 2019 Escadas
Rampas
Legenda
Jardim térreo
Vista superior - Jardim térreo Laje Verde
Corredor longitudinal - coletivo Corredor longitudinal - restrito Corredor tranversal - misto
N
46
fig. 63 - Primeiro Pavimento - circulação Fonte: www.archdaily.com.br - Editado pela autora Acessado em: Maio de 2019
Acesso coletivo (usuários)
Acesso restrito (médicos e funcionários) Acesso de serviços (carga e descarga)
A partir dos eixos longitudinais, ramificam os transversais demonstrado pela cor laranja que acessam as principais funções do hospital. No pavimento térreo (fig. 59), destina-se ao pronto socorro, centro de imagens e diagnóstico, UTI’s, centro cirúrgico, entre outros. Nos pavimentos superiores, estão as alas de internação e áreas administrativas (fig. 60/61). É possível identificar que próximo às circulações existe um jardim, laje verde ou fachada em vidro, o que possibilita a visualização da vegetação, seja interna ou externa, ao longo de todo o hospital. Ao todo são cerca de 5 mil metros quadrados de lajes jardins que valorizam o percursos dos usuários e funcionários do local, com ênfase para as rampas, qualificando a iluminação e ventilação natural. Observa-se que o arquiteto Manoel Coelho desenvolveu um projeto paisagístico interno e externo valorizando a área verde. Este dado mostra a humanização do ambiente hospitalar no processo terapêutico do paciente e na qualidade dos serviços de saúde prestados pelos profissionais envolvidos.
Relevância Projetual O projeto arquitetônico do Hospital do Rocio foi todo desenvolvido a partir da ideia de priorizar o contato de seus usuários com áreas verdes. Ao longo de toda a sua extensão, há a integração de jardins em corredores, rampas, escadas, janelas e acessos em gerais. Esses fatores fazem com que o conforto ambiental seja parte do todo, ou seja, as áreas verdes não estão presentes em apenas um local, mas sim em vários.
Os arquitetos Manoel Coelho e Antônio Abrão setorizam o hospital de forma a facilitar a mobilidade interna de seus funcionários, por meio de corredores principais que cortam o edifício longitudinalmente. Para melhor entendimento e localização de seus usuários, eles fazem uso de cores, associam plantas, placas, crachás e até mesmo a cor da tinta utilizada para pintar as paredes do setor. Dessa maneira, é possível que haja uma maior compreensão dos pacientes e visitantes logo no seu primeiro contato com o Hospital do Rocio.
47
Centro MĂŠdico Meandro
Sobre o Autor
Algumas de suas obras mais renomadas são:
Edifício de natureza inclusiva em Haia
fig. 67 - Maquete 3D - Escola comunitária Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
fig. 65 - Logo Atelier PRO Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
Centro cultural
O escritório de arquitetura responsável pelo projeto do Centro Médico Meandro é o Atelier PRO, localizado na Holanda, fundado em 1976. É composto por 45 funcionários, entre estagiários, arquitetos, engenheiros estruturais, conselheiros, diretores e estilistas. Algumas perguntas da atualidade: “Como é a cidade limpa do futuro?”, “Com quais novos materiais podemos criar fachadas inteligentes?” são os direcionamentos utilizados pelos seus integrantes para desenvolverem os projetos de forma consciente, responsável e respeitosa com o meio ambiente. O portfólio do escritório é consistido tradicionalmente em edifícios sociais: escolas, instituições multifuncionais e de cuidados, mas também há centros culturais e públicos.
Escola comunitária com esporte integrado
fig. 66 - Maquete 3D - Edifício Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
fig. 68 - Maquete 3D - Centro cultural Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
49
Centro Médico Meandro Conceito Recuperação rápida dos pacientes
- Quartos individuais e inclusão de áreas verdes por toda extensão do edifício. - Espaços generosos entre edifícios permitindo a paisagem externa transpassar no edifício. - Associação do edifício com uma aldeia, permitindo fácil compreenção do funcionamento das setorizações, visto que todos os usuários possuem conhecimento da divisão de uma cidade.
fig. 69 - Centro Médico Meandro Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
Centro Médico Meandro
Partido
Ficha Técnica
Local: Maatweg 3 Amersfoort, Holanda Início do projeto: 2006.
Conclusão da obra: 2013.
Área construída: 112.000 m2.
Arquitetos: Escritório de Arquitetura Atelier PRO.
fig. 70 - Hall coletivo e quarto individual Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
50
fig. 71 - Praça Oranjerie Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
Situação
Volumetria
O hospital foi desenvolvido a partir da assimilaçao do edifício como uma cidade. Parte-se de um eixo principal, ramificando para as praças públicas a partir das quais todas as “casas” podem ser acessadas. As casas representam os conjuntos de halls e quartos privados.
O Centro Médico Meandro está próximo ao centro e ao terminal rodoviário da cidade, 9 minutos e 7 minutos, de carro, respectivamente. Há pontos de ônibus em frente e nas laterais do edifício, os acessos são facilitados para os pacientes que recorrem aos seus atendimentos.
N
Entre os blocos edificados são desenvolvidos os campos vazios que consistem em integrar ao interior do hospital áreas de vegetação e iluminação natural, eles facilitam na setorização e organização logística do edifício. fig. 73 - Entorno Centro Médico Meander Fonte: www.google.com - Google Maps - Editado pela autora Acessado em: Agosto de 2019
Centro Médico Meander
Legenda
Rio Eem
O estacionamento foi dividido em dois núcleos. Um encontra-se deslocado fisicamente do núcleo hospitalar (fig 79), destinado a funcionarios e pacientes que desejam/necessitam deixar seus veículos por mais dias e o outro no subsolo do núcleo hospitalar (fig. 80), destinado a pacientes imediatos. Ambos possuem vínculos com a vegetação.
Estabeleciomentos comerciais Residências fig. 72 - Rota do Centro Médico de Meandro ao centro da cidade. Fonte: www.google.com.br - Google Maps Acessado em: Agosto de 2019
Áreas verdes
Ao analisarmos o entorno do edifício hospitalar, é possível notar, em grande escala, áreas de vegetação rasteira. Isso se da por uma característica das cidades holandesas, há áreas rigorosamente restritas para inserção e preservação de vegetação. fig.74 - Vista aérea Fonte: www.google.com.br Acessado em: Agosto de 2019
51
Centro Médico Meandro Eixo central
Praça para visitantes e funcionários
fig. 75 - Eixo central Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
Ramificação do corredor central
52
fig. 76 - Ramificação do corredor central Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
fig. 77 - Praça pública Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
Vazios entre blocos e parede de vidro
fig. 78 - Vazios entre blocos e parede de vidro Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
Estacionamento para funcionário e longa permanência
fig. 79 - Estacionamento para funcionário e longa permanência Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
Estacionamento de curta permanência
fig. 80 - Estacionamento de curta permanência Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
Identidade do Projeto: Estrutura Principal Com o objetivo de integrar os seus visitantes desde o primeiro contato com o edifício, o Centro Médico Meandro foi desenvolvido a partir da lógica de uma cidade sendo composta por eixos pricipais, eixos secundários, praças e alas menores, fazendo um paralelo à avenida, vias coletoras, áreas de encontro e casas, consecutivamente. O edifício é demarcado por um eixo central, o qual é proveniente da entrada principal, todas as áreas de permanência são visíveis e acessíveis a partir desse elemento de circulação. Das áreas coletivas é possível ser direcionado para os quartos. Em comparação com a organização de uma cidade, os setores apresentados fazem referência a uma avenida, praças públicas e casas, respectivamente. Tangenciando com o eixo principal, há três “praças” , Blink e Foyer, à direita, e Oranjeria, à esquerda. Nelas é possível encontrar restaurante, farmácia, auditório e salas de esperas. Nomear as praças e corredores e numerar os departamentos também compõem a ideologia de cidade para o edifício.
fig. 81 - Área de permanência Oranjerie Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
Um aspecto presente em todos os ambientes, sejam eles coletivos ou restritos, é que os materiais utilizados apresentam sua própria natureza. Madeira é madeira, tijolo é tijolo, cerâmica é cerâmica, metal é metal, estuque é branco e bambu é bambu. O elemento em sua naturalidade ocasiona paz e equilíbrio. As cores são empregadas somente quando necessário e de forma a auxiliar na compreensão do ambiente, por exemplo, os pontos informativos são verdes, enfermarias e salas de esperas possuem cores quentes, placas informativas na cor marrom, entre outras.
fig. 82 - Área de permanência Brink Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
fig. 83 - Área de permanência Foyer Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
fig. 84 - Pontos de informações Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
fig. 85 - Sala de espera Fonte: www.atelierpro.nl Acessado em: Agosto de 2019
53
Programa de Atividades 1 5 4
6 5
A partir da análise da setorização e dimensionamento de áreas, foi possível identificar que as praças públicas e os quartos de recuperação estão posicionados de forma a interagir entre si da melhor maneira. O paciente é o ponto principal do hospital Meandro, a localização dos quartos auxilia o conforto ambiental interno, devido a estes setores se vincularem à fachada sul e no centro do edifício.
3
14
7 8 2
16
9 8
4
10 7
1 - Quartos de recuperação 2 - Eixo Principal 3 - Administrativo
54
12 fig. 86 - Pavimento Térreo Fonte: www.archdaily.com.br - Editado pela autora Acessado em: Agosto de 2019
16 13
16 11
11
N
15
N
Legenda
4 - Controle de Infecção, ortope- 6 - Oranjerie 9 - Jardim do silêncio dia, emergência e laboratórios 7 - Foyer 10 - Brink 5 - Quartos de recuperação UTI 8 - Quarto de pacientes externos 11 - Laboratório
12 fig. 87 - Primeiro Pavimento Fonte: www.archdaily.com.br - Editado pela autora Acessado em: Agosto de 2019
12 - Estacionemento para funcio- 14 - Reabilitação e Fisioterapia nários 15 - Auditório 13 - Ala de enfermaria 16 - Andar técnico
Relevância Projetual O escritório Atelier PRO, em todos os seus projetos, possui muita sensibilidade em questão à sustentabilidade e prioriza o bem estar de seus usuários e com o Centro Médico Meandro não foi distinto. Em toda sua extensão é notável a valorização dos ambientes de permanência, o emprego dos materiais, a qualidade do local particular entre todas as outras áreas. É importante valorizar o conceito do projeto: o vínculo entre sua disposição e o funcionamento de uma cidade em termos de seus acessos e eixos de circulações.
As áreas privadas, onde estão localizados os quartos e a antessala, foram posicionados no terreno de modo a aproveitar a melhor angulação dos raios solares. A vista desses ambientes é valorizada, os arquitetos preencheram os vazios externos, de forma a completar o interior do edifício, como se fizessem parte do mesmo ambiente, a partir da utilização de praças internas e extratos vegetativos que compõem a paisagem visual de tais ambiências e dialoga com o conceito de humanização de espaços de saúde.
55
Entorno
Entorno Escolha da Área de Intervenção
O projeto será desenvolvido na cidade de Ribeirão Preto SP, com aproximadamente 700 mil habitantes (IBGE 2010). Situada a 315Km da capital São Paulo.
N
N
58
O lote de estudo está localizado no bairro Vila Virgínia, situado a 3,2Km do Quadrilátero Central e a 2,8Km do Terminal Rodoviário. O Quadrilátero Central é delimitado pelo encontro das Avenidas Francisco Junqueira, Jerônimo Gonçalvez, Indepêndencia e Nove de Julho. O fato da sua proximidade com esses dois pontos citados leva a concluir que o acesso dos futuros pacientes ao AME será facilitado, visto que são pontos referenciais a terminais de ônibus urbanos e regionais. Outro fator determinante para sua escolha é de que está próximo da UBDS da Vila Virgínia, 650m, e a UBDS Central, 2,9Km, isso irá otimizar o tempo de atendimento dos pacientes que recorrerem a estes pontos de saúde e necessitarem de exames ou outros tipos de atendimentos mais específicos.
Bairro Vila Virgínia
Bairro Vila Guiomar
Bairro Jardim Maria Goretti
Quadrilátero Central Terminal Rodoviário
fig. 88 - Ribeirão Preto no Estado de São Paulo Fonte: www.wikipedia.com.br Acessado em: Maio de 2019
fig. 89 - Ribeirão Preto - SP Fonte: www.google.com.br - Google Maps Acessado em: Maio de 2019
N
Legenda
fig. 90 - Entorno Fonte: www.bing.com.br/maps Acessado em: Maio de 2019
UBDS Central
UBDS Vila Virgínia
Hospital São Francisco
Hospital São Lucas
Área de Intervenção
Leitura do Entorno: Bairros
O recorte de área selecionado para estudo e análise é composto por parte de três bairros: Vila Virgínia, Jardim Maria Goretti e Vila Guiomar, sendo que o lote está situado no limite do Bairro Vila Virgínia com o Jardim Maria Goretti. Estes são bairros predominantemente residenciais, isso irá acarretar em uma vizinhança composta por todas as faixas etárias.
Legenda
Bairro Vila Virgínia
Bairro Jardim Maria Goretti Bairro Vila Guiomar
Área de intervenção
N
fig. 91 - Mapa dos bairros da área de estudo Fonte: produzido pela autora
59
Entorno Leitura do Entorno: Hierarquia Viária Av. Pi
O lote tem acesso por dois tipos de vias, ao lado esquerdo por uma via arterial, Avenida Monteiro Lobato e ao lado direito por uma via coletora, Rua Visconde de Inhomerim. A avenida concentra grande fluxo de veículos e pessoas, para não atrapalhar o tráfego, será feito um bolsão destinado a veículos e para pedestres será trabalhada calçada larga, faixa de pedestre e sinalizações. A proposta é não interromper ou atrapalhar o tráfego de veículos, dado que a via comporta fluxo intenso e de alta velocidade. O acesso pela Rua Visconde de Inhomerim será destinado aos funcionários.
oX
Av. M
XI Av. Pio
ont eiro
Lob
ato
II
I e
o irã
rib
Av. dos An
dradas
N 60
fig. 92 - Mapa de Vias Fonte: produzido pela autora
o et r P
A área de estudo foi delimitada pela Avenida Pio XII, Avenida Monteiro Lobato, Avenida dos Andradas e pelo ribeirão Preto. Sendo que o lote em questão possui saída para a Avenida Monteiro Lobato, próximo ao cruzamento com a Pio XII.
Legenda
Quarteirões
Áreas Verde Via Arterial
Via Coletora Via Local
Área de intervenção
A proximidade do lote com o encontro de duas avenidas faz com que o edifício esteja sujeito a ruídos em determinados horários do dia (horário comercial). Esta situação será cuidadosamente refletida ao se projetar o AME dispondo áreas que exijam mais silêncio voltadas às ruas com menor tráfego.
Logo ao primeiro contato com o mapa é possível identificar que é uma área mista, não há um quarteirão que o uso de todos os seus lotes seja o mesmo. Nos lotes com saída para as avenidas, na maioria das situações, seu uso é comercial ou de prestação de serviço. Ao passo que quando se afastam das avenidas, os lotes tornam-se residenciais, o que se caracteriza como uso predominante no entorno. No bairro Vila Guiomar possui um assentamento informal o que impossibilitou que houvesse um levantamento da área.
Leitura do Entorno: Uso do Solo
A predominância do uso do solo, residencial, reflete em uma vizinhança com constante movimentação, de forma positiva, pois após o horário comercial as ruas ainda terão circulação de carros de pessoas, não refletindo em um local abandonado ou perigoso.
Legenda
Comércio
Prestação de Serviço Residência
Área Verde Vazio
Institucional
Edificação Abandonada
Assentamento Informal Área de intervenção
N
fig. 93 - Mapa de Uso do Solo Fonte: produzido pela autora
61
Entorno
Leitura do Entorno: tipologia de Edificação
Foi possível separar as tipologias dos edifícios em terrenos até dois pavimentos e mais de três pavimentos. Pode-se notar que os Bairros Vila Virgínia e Jardim Maria Goretti são todos compostos por edificações de no máximo dois pavimentos, sendo muitos deles comércio/prestação de serviço no primeiro pavimento e residência no segundo. O bairro Vila Guiomar é composto por prédios residenciais de no máximo quatro pavimentos.
É proposto que o edifício destoe do seu entorno para fins de fácil identificação, porém, esse fator será concluído devido à cor utilizada e não pela sua altura, visto que se trata de um lote com grandes dimensões permitindo, assim, disposição térreo do projeto.
Legenda
Área verde
1 a 2 pavimentos
Mais de 3 pavimentos
Área de intervenção
N 62
fig. 95 - Altura média Bairro Maria Goretti e Vila Virgínia Fonte: Arquivo Pessoal - 05/05/2019 fig. 94 - Mapa de Tipologias de edificações Fonte: produzido pela autora
fig. 96 - Uso misto do lote Comércio e Residência Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
fig. 98 - Condomínio Delbux A - Três pavimentos Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
fig. 97 - Uso misto do lote Comércio e Residência Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
fig. 99 - Condomínio Vitta - Três pavimentos Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
63
Entorno Leitura do Entorno: Equipamentos Urbanos Legenda
Quarteirões
UBDS Central / bairro / municipal
Rodoviária Principal de Ribeirão Preto / região / municipal
Área Verde
Institucional
Terminal Urbano / cidade / municipal
Área de intervenção
Câmara Municipal / cidade / municipal Escola Estadual Meira Júnior / bairro / estadual Igreja Santa Maria Goretti / bairro / privada
Escola Estadual Prof. José Lima Pedreira De Freitas / vizinhança / estadual Fatec / cidade / estadual
Escola Estadual Eugenia Vilhena de Morais / vizinhança / estadual Paróquia Sagrada Família Arquidiocese Ribeirão Preto / vizinhança / privado
CEMEI Prof. Eduardo Romualdo de Souza / bairro / município UBDS Vila Virgínia / bairro / municipal
N 64
fig. 100 - Mapa de Equipamentos Urbanos Fonte: produzido pela autora
Escola Estadual Prof Vicente Teodoro de Souza / vizinhança / estadual EMEF Profª Neuza Michelutti Marzola/ bairro / municipal
Para montagem desse mapa foi selecionada uma área mais ampla, pois, ao se tratar de Equipamentos Urbanos seu alcance é maior do que somente a vizinhança. Identifica-se, aqui, os Equipamentos Urbanos, que dão subsídios ao cotidiano da população dos bairros: Vila Virgínia, Vila Guiomar, Jardim Maria Goretti, Jardim Piratininga e Jardim Parque Ribeirão, tais como: escolas, terminais de ônibus e rodoviários, postos de saúde, paróquias e áreas verdes. No detalhamento de cada equipamento está representado o grau de abrangência (escala da vizinhança, bairro, cidade, região) e seu órgão regulador (público - municipal, estadual, federal - ou privado). Pode-se notar que para uma área dessa dimensão a oferta de tais equipamentos para tal contingente populacional é precária. Há sequências de quadras sem um Equipamento Urbano, estes, estão concentrados nos bairros Jardim Maria Goretti e Vila Virgínia.
Potencialidades do entorno Após análise do uso do solo, tipologias de edificações, hierarquia viária e equipamentos urbanos separadamente, é possível apresentar as potencialidades e deficiências encontradas no entorno. Um dos fatores mais decisivos para a escolha do lote foi a sua proximidade com a Rodoviária de Ribeirão Preto e, de demais pontos de saúde que necessitam de suporte no atendimento médico (UBDS Central e UBDS Vila Virgínia). Ainda sobre sua localidade, a proximidade com as Avenidas Monteiro Lobato e Pio XII preocupou pelo fato de ruídos, movimento intenso de veículos e pedestres.
65
Área de Intervenção
Área de Intervenção
Legenda
Ventos 01 Ventos 02
Área de intervenção Relevo
68
fig. 101 - Mapa do lote e seu entorno - Ventos predominates e insolação Fonte: produzido pela autora
gráf. 03 - Gráfico de velocidade média do vento na cidade de Ribeirão Preto Fonte: www.pt.weatherspark.com Acessado em: Maio de 2019
A época de mais ventos no ano é de julho a novembro, com velocidades médias acima de 12,1 Km/h. O mês de ventos mais fortes no ano ocorre em setembro, com 14,5 km/h. A época mais calma do ano é de novembro a julho. O mês mais calmo do ano é Fevereiro, com ventos de 9,6 Km/h.
gráf. 04 - Gráfico de direção do vento na cidade de Ribeirão Preto Fonte: www.pt.weatherspark.com Acessado em: Maio de 2019
Os ventos indicados no mapa como Ventos 01 são os mais frequentes da cidade de Ribeirão Preto, provindos do Leste presentes de Fevereiro a Novembro e os indicados como Ventos 02 são provindos do norte, presentes de Novembro a Fevereiro.
Lob iro nte Mo da
Vegetação Arbórea
eri hom e In ed
Vegetação Rasteira
ond
Ventos 02
Vis c
Ventos 01
Ru a
Legenda
m
Ave ni
Ainda sobre o lado do lote com saída para a Avenida Monteiro Lobato, há uma aglomeração de vegetação arbórea que percorre até a metade do lote, o restante é composto por vegetação rasteira.
ato
A área de intervenção possui um declive de 14 metros, suas medidas perimetrais são 177,68 x 124,43 x 173,68 x 124,70 com 21.850 metros quadrados. Consiste em um lote com 6% de inclinação em média. O lado com saída para a Avenida Monteiro Lobato possui um declive mais acentuado se comparado com a saída para a rua Visconde de Inhomerim, que possui maior uniformidade.
fig. 102 - Mapa da área de intervenção - Ventos predominates e Vegetaçao Nativa Fonte: produzido pela autora
69
4
3
m
8
eri
9
fig. 104 - Ponto de vista 01 - Área de intervenção Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
Ru a
Vis
11
con
de
de
10
om
1
2
5
7 6
Inh
Ave ni
da
Mo
nte
iro
Lob
ato
Área de Intervenção
fig. 103 - Mapa da área de intervenção - Pontos de vista Fonte: produzido pela autora
70
fig. 105 - Ponto de vista 02 - Área de intervenção Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
fig. 106 - Ponto de vista 03 - Área de intervenção Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
fig. 108 - Ponto de vista 05 - Área de intervenção Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
fig. 110 - Ponto de vista 07 - Área de intervenção Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
fig. 107 - Ponto de vista 04 - Área de intervenção Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
fig. 109 - Ponto de vista 06 - Área de intervenção Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
fig. 111 - Ponto de vista 08 - Área de intervenção Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
71
Área de Intervenção Logo ao primeiro contato com o terreno é possível identificar uma concentração de massa vegetal arbórea a norte e noroeste, este também é o local onde há maior declive. O restante do lote possui declividades mais suaves. Ao caminhar pelo lote foram encontrados locais de descarte de lixo, como presentes nos pontos de vista 01(fig. 104), 02 (fig. 105) e 07 (fig. 110), na extensão de todo o lote há lixo espalhado, assim como se pode visualizar em todas as fotos.
fig. 112 - Ponto de vista 09 - Área de intervenção Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
fig. 113 - Ponto de vista 10 - Área de intervenção Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
72
fig. 114 - Ponto de vista 11 - Área de intervenção Fonte: Arquivo Pessoall - 05/05/2019
O lote escolhido tem potencial: as curvas de níveis distintas entre a Rua Visconde de Inhomerim e a Avenida Monteiro Lobato irão auxiliar na diferenciação dos acessos entre usuários (acesso coletivo) e funcionários (acesso restrito) e possibilitará andares com pés-direitos mais elevados. A sua dimensão também foi um atrativo no momento da escolha, pois irá oferecer liberdade ao projeto em sua implantação e fornecerá áreas verdes de qualidade visto que o projeto edificado não chega a ocupar sequer metade do lote. Além disso, o lote em questão fora destinado para uso institucional no momento de planejamento e divisão da gleba, ou seja, é um terreno de propriedade municipal - o que justifica a implantação de um equipamento de saúde público e de gestão municipal no local.
Potencialidades da área O lote selecionado tem aproximadamente vinte e dois mil metros quadrados e quatorze curvas de nível, o que resulta em 6% de incinação média, há uma concentração maior nas curvas de nível próximas à Avenida Monteiro Lobato, justamente onde é destinado o acesso pricipal do edifício. Pelo fato da dimensão do lote, há possibilidades de movimentação de terra e encaixe do edifício com maior liberdade, viabiliza também a inclusão de grandes áreas verdes tanto para o uso do AME quanto para a vizinhança. Segundo o Plano Diretor de Ribeirão Preto o lote em questao está localizado em uma Zona de Urbanização Preferencial (ZUP), algumas normas técnicas e restrições legais são pormenorizadas pela diretriz de loteamento da cidade, abaixo está disposta as exigências para o projeto proposto:
Diretriz Área permeável
Coeficiente de Aproveitamento Taxa de Ocupação
Índice
Terreno
15 %
3.277,50 m²
500 % 80 %
109.250,00 m² 17.480,00 m²
73
Desenvolvimento
Desenvolvimento Dimensionamento de Áreas Conforme indicado no capítulo Fundamentação Teórica, sobre Normatização da Arquitetura Hospitalar, a definição do programa foi baseado no documento SomaSUS, gerando a segunda listagem:
Setor 01 - Recepção Geral
espera 80 pessoas sanitários públicos (feminino/masculino/PNE) cantina jardim Total
355 m² 25 m² 12 m² 50 m² 442 m²
Tabela 08 - Pré-dimensionamento de áreas: Setor 01 Fonte: Produzido pela Autora
Setor 02 - Consultórios Médicos
estar médico salas de apoio (farmácia) sanitários privado (feminino/masculino/PNE) salas de atendimento (11 salas) jardim Total
20 m² 4 m² 30 m² 205 m² 26 m² 285 m²
Tabela 09 - Pré-dimensionamento de áreas: Setor 02 Fonte: Produzido pela Autora
76
Setor 03 - Imagem e Exames espera 21 pessoas sanitários públicos (feminino/masculino/PNE) salas de atendimento (11 salas) salas de apoio (farmácia/copa/depósito) Total
185 m² 25 m² 190 m² 8 m² 408 m²
Tabela 10 - Pré-dimensionamento de áreas: Setor 03 Fonte: Produzido pela Autora
Salas de Exames
densitometria raio-x (2) ultrassom (2) W.C. mamografia eletrocardiograma eletrocardiograma de esforço exame geral (3) Total
14 m² 35 m² 40 m² 15 m² 23 m² 21 m² 42 m² 190 m²
Tabela 11 - Pré-dimensionamento de áreas: Exames Fonte: Produzido pela Autora
Setor 04 - Centro Cirúrgico sala de espera sanitário sala de pequena cirurgia (2 salas) - (4 torneiras) sala de grande cirurgia (2 salas) - (4 torneiras) antessala (1,10 m² por torneira) sala de esterilização banheiro barragem conforto médio enfermagem material e roupa esterilizada utilidade / expurgo sala de recuperação anestésica sanitário dormitórios descanso Total
22 m² 8,50 m² 46 m² 51,50 m² 10,40 m² 18 m² 13 m² 9,40 m² 8 m² 13 m² 10 m² 57 m² 5,30 m² 38 m² 233 m² 543,10 m²
Tabela 12 - Pré-dimensionamento de áreas: Setor 04 Fonte: Produzido pela Autora
Setor 05 - Quartos de Recuperação sala de espera - visita/descanso cantina quartos Hospital DIA (30 quartos) jardim almoxarifado - limpeza almoxarifado - roupas Total
622 m² 48 m² 642 m² 43,50 m² 10 m² 13 m² 1.378,50 m²
Tabela 13 - Pré-dimensionamento de áreas: Setor 05 Fonte: Produzido pela Autora
Setor 06 - Administrativo sala de segurança sala de diretores (2 salas) sala de reuniões (3 salas) telefonistas (4 atendentes) descanso sanitários (feminino/masculino/PNE) Total
20 m²
Área total da edificação Setor 01 - Recepção Geral Setor 02 - Consultórios Médicos Setor 03 - Imagem e Exames Setor 04 - Centro Cirúrgico Setor 05 - Quartos de Recuperação Setor 06 - Administrativo Circulação Pav. Térreo Circulação Primeiro Pav. Circulação Segundo Pav. Total
442 m² 285 m² 408 m² 543,10 m² 1.378,50 m² 190 m² 675 m² 563 m² 390 m² 4847,60 m²
Tabela 15 - Pré-dimensionamento de áreas: Total Fonte: Produzido pela Autora
Para o dimensionamento de áreas, foi utilizado o Manual SomaSUS, como explicado, este manual tem o intuito de instruir o projetista às necessidades de cada ambiente, tais como dimensionamento, luminosidade, revestimentos (piso, parede, teto e porta) e corrente de ar. A partir da definição do programa do AME, foi feita uma busca por cada ambiente constituinte e dispostas nas tabelas de 8 a 15.
Geralmente, as áreas de circulação são determinadas com 20% da edificação, porém, ao desenvolver o projeto foi identificado o interesse em empregar corredores mais largos (33%). Dessa forma, quebra a ideia de apenas um local de passagem transformando em locais de permanência. O mesmo ocorre em salas de espera, nota-se que são áreas grandes, pois há o intuito de desmembramento do ambiente padrão de espera, cadeiras desconfortáveis, alinhadas, local fechado, entre outros aspectos que determinam uma sala de espera.
42 m² 64 m² 14 m² 20 m² 30 m² 190 m²
Tabela 14 - Pré-dimensionamento de áreas: Setor 06 Fonte: Produzido pela Autora
77
Desenvolvimento Fluxograma Setor 01
Setor 02
Acesso público
Acesso público com acompanhamento médico
Acesso Restrito para funcionários
Entrada pública
Setor 03
O fluxograma foi desenvolvido entorno de necessidades gerais e específicas que cada setor exige. Dessa forma foi possível identificar quais setores seriam interligados ou não, aproximação física e definir os acessos como público, público com acompanhamento médico e restrito para funcionários.
Entrada pública
Setor 04
Setor 05
fig. 115 - Fluxograma Fonte: Produzido pela Autora
78
Legenda
Setor 06
Entrada restrita
79
Memorial Justificativo
Memorial Justificativo Fluxos Externos e Acessos
Fluxo ônibus
Rua Visconde de In
Avenida Monteiro Lobato
Os acessos coletivos estão diluídos em três pontos, cada qual associado com a atividade que o usuário pretende fazer no AME: consulta médica, exame, cirurgia ou visita de pacientes internados. A rua que interliga a Avenida Monteiro Lobato à Rua Visconde de Inhomerim é de uso misto, tanto para veículos públicos (de pacientes/visitantes) quanto para veículos de serviços (ambulância, carga e descarga).
homerim
Devido ao acesso principal ao AME ser dado pela Avenida Monteiro Lobato, há uma preocupação no fluxo intenso da via, ela não pode ser afetada pelos veículos que irão reduzir a velocidade e sair da avenida. Para tal solução, é proposto um bolsão destinado para ônibus circular, carros e motos, ambulâncias e demais veículos que necessitarem fazer acesso ao edifício.
Legenda
Fluxo de ambulânica e abastecimentos Fluxo coletivo (usuários)
Fluxo restrito (médicos e funcionários) Acesso coletivo (usuários) Acesso de ambulância
Acesso de serviços (carga e descarga)
Acesso restrito (médicos e funcionários)
82
N
fig. 116 - Acessos Fonte: Produzido pela Autora
Plano Topográfico Pelo fato do lote consistir em uma série de desníveis, a implantação do edifício está presente no local maior facilidade de adquirir a planificação do terreno. A inclinação foi utilizada de forma a auxiliar nos acessos, direcionando os usuários diretamente aos setores desejados. Legenda
N
Curva de nível original - mantida Curva de nível nova
Rua Visconde de In
Avenida Monteiro Lobato
homerim
Curva de nível original - alterada
fig. 117 - Plano Topográfico Fonte: Produzido pela Autora
83
Memorial Justificativo Volumetria e Distribuição A forma retilínea e modular facilitou o desenvolvimento técnico do trabalho havendo uma racionalização interna desse edificio. As questões ligadas ao sanitarismo e salubridade também perpassam na distribuição dos setores. Para que os aspectos construtivos não permeassem o projeto de modo com que as questões de humanização fossem esquecidas, uma disposição de cheio e vazios foi proposta no sentido de entremear externo com interno. Devido à dimensão do lote, é proposto que o edifício desenvolva em poucos pavimentos mas ocupando grandes áreas, resultando em acessos mais objetivos e diretos. Legenda
Hall de Espera - Consulta Médica - Pátio das Flores Consultórios Médicos
Salas de Exames
Quartos de Recuperação Centro Cirúrgico
Hall de Espera - Visitantes - Pátio das Árvores Administrativo
Acesso coletivo (usuários) Acesso de ambulância
Acesso de serviços (carga e descarga) Acesso restrito (funcionários)
84
fig. 118 - Volumetria e Acessos Fonte: Produzido pela Autora
Como apresentado no Capítulo da Fundamentação Teórica, sobre Sistema Construtivo em Aço, é proposto que o AME seja desenvolvido em Estrutura Metálica. Tal escolha é baseada nos critérios de que ao optar por este método construtivo, a disposição do edifício para a população seja concluída em tempo mais reduzido, visto que são peças modulares que exigem poucos operários no campo de obra para efetuarem sua montagem. Além das vantagens apresentadas anteriormente, é importante ressaltar as demais: obra limpa, pois, gera pouco ou nenhum desperdício de material, fundação barata: as peças estruturais são mais leves em comparativos com a estrutura convencional, permite vãos maiores, vigas com alturas reduzidas, maior liberdade na alterção de layout, manutenções eficazes e facilita futuras expansões.
λ = 3,46 . PD ---> λ = 157 conclusão: 157 < 200 rx onde: PD = Pé-direito = 4,00m rx = 8,77 (valor extraído da tabela)
Ainda com base o Catálogo Gerdau, foi possível extrair o dimensionamento do pilar a ser utilizado no projeto em questão, a seguir será apresentado o seu desenho técnico: y
205 mm
Método Construtivo
Para dimensionamento das peças foi utilizado o Catálago Gerdau como base e a partir dele foram feitos cálculos testando os variados modelos disponíveis. O aço selecionado foi o W200 x 41,7 perfil H. O cálculo abaixo apresenta sua confirmação:
11,8 mm
7,2 mm
x
166 mm
fig. 120 - Perfil Pilar W200 x 41,7 (H) Fonte: Produzida pela autora - baseado Catálogo Gerdau www.gerdau.com.br Acessado em: Outubro de 2019
fig. 119- Perfil Metálico H Fonte: www.tetraferro.com.br Acessado em: Outubro de 2019
Devido a necessidade da tipolgia arquitetônica exigir logistica em sua disposição física, como apontado em capítulos anteriores, foi proposto eixos verticais com seis metros de afastamento e horizontais com cinco metros. As medidas foram extraídas
a partir do dimensionamento das placas de gesso que serão utilizadas para fechamento do teto, 250 x 120 centímetros. Ao optar por eixos resultante da multiplicação das medidas da placa de gesso, acarreta cortes reduzidos no material, mas, mesmo quando necessário, todas suas partes serão utilizadas, visto que a modulação é repetida por todo o edifício. Além de racionalizar a montagem, este fator auxilia na quantidade de pouco lixo gerado pela obra. A RDC-50 dispõe de exigências referente a revestimentos e em maioria, devem ser resistentes à água. Dessa forma as placas de gesso a serem utilizadas são as sintéticas, tanto a superfície acartonada quanto o centro da placa recebem tratamento à base de silicone. É composta por fibras não orgânicas, sintéticas ou de vidro. Seu conjunto resulta em um material resistente quando exposto à umidade excessiva e de excelente durabilidade. É importante ressaltar que a placa de gesso será utilizada nos fechamentos laterais (paredes) e no teto recebendo pintura, o que protege mais ainda da umidade.
Seguindo a logística de montagem: rápida, leve e metálica, as lajes serão construídas no modelo steel deck. Este método consiste em uma laje mista, é composta por uma placa de aço com dobraduras trapezoidais e uma camada de concreto. Para a união desses dois materiais é utilizado conectores de cisalhamento (stud-bolts). camada de concreto
placa de aço trapezoidal
fig. 121 - Laje Steel Deck Fonte: www.mesaninos.com.br Acessado em: Outubro de 2019
stud-bolts
85
Memorial Justificativo Aberturas
Brises
A interação do exterior com o interior foi apresentada como um dos objetivos a serem implantados no projeto do AME. Para que tal propósito seja alcançado, é empregado paredes de vidro, permitindo a permeabilidade visual entre os ambientes. Essas paredes estão voltadas a Noroeste, é de conhecimento que essa direção consiste na fachada de maior intensidade solar, pois recebe tanto os raios solares do período da manhã quanto os da tarde. Para que este fator não desencadeasse o aumento de resfriamento mecânico (ar-condicionado) e desconforto ambiental, a sua implantação como um todo resolve esse problema. É utilizado dois recursos para reduzir a incisão solar diretamente nas paredes externas do edifício e no seu interior a partir das fachadas envidraçadas, são eles: brise e vegetação arbórea.
Parede Janela
Os brises envolvem o edifício como um todo, protege dos raios solares mais incisivos. Há partes que são fixas e em outros momentos são móveis, devido a necessidade de acessos. Além de salvaguardar o edifício do aquecimento, os brises criam uma identidade ao projeto, elemento do qual é utilizado para destoar das edificações do entorno. O outro recurso, vegetação arbórea, é aplicado de duas maneiras: a primeira foi concluída com a ideia de manter as árvores nativas que estão situadas na área mais elevada do lote; a segunda é com a plantação de novas árvores mais próximas ao edifício, estas, além de auxiliar no sombreamento serão vegetações que possuem flores, trazendo cores e aromas estimulantes.
86
Laje Viga Pilar fig. 122 - Vista explodida Materiais Fonte: Produzido pela Autora
- Responsável pela proteção solar do edifício; - Identidade visual em destaque do entorno; - Material: chapas metálicas.
- Fechamento vertical externo e interno; - Material: placa de gesso acartonado sintético. - Fechamento vertical externo; - Responsável pela relação interior e exterior; - Material: caixilhos em alumínio e folha de vidro. - Fechamento horizontal; - Material: concreto e placa de aço dobrada (steel deck). - Responsável pela distribuição de cargas; - Material: W200 x 41,7 perfil H.
- Responsável pelo recebimento de cargas; - Material: W200 x 41,7 perfil H.
As aberturas não estão presentes somente nas laterais do edifício, mas, também no teto. Os Sheds são elementos arquitetônicos que auxiliam na troca de ar interna, seja na sua captação ou extração. Possui inclinações que conduzem a saída de ar quente e aberturas estratégicas para a entrada de ar frio. O Shed desenvolvido para o AME possui a mesma identidade utilizada no brise, mas suas aberturas e fechamentos foram feitos de forma distinta. No brise as aberturas são feitas de forma uniforme, no Shed as partes inferiores é toda fechada e ao passo que se afasta da base e aproxima da parte superior, as aberturas são mais frequentes. Abaixo estão dispostos os desenhos técnicos que exemplificam a descrição feita acima:
Modelo 01: Utilizado para fechamentos centrais e inferior do Shed. Dimensão: 6,15 x 1,20 metros.
A opção pela parte inferior ser toda fechada no modelo 02(fig. 124) e modelo 03(fig. 125) é dado ao fato de impedirem a entrada de água no interior do edifício quando houver chuvas. As aberturas são feitas ao passo que se aproximam do topo, pois a essa altura, a cobertura é capaz de proteger pela projeção do beiral. Após a montagem das peças estruturais apresentadas, a cobertura é fixada acompanhando a inclinação de 25%. Shed sem cobertura:
fig. 123 - Modelo 01 Fonte: Produzido pela Autora
Modelo 02: Utilizado para fechamento frontal do Shed. Dimensão: 6,15 x 2,20 metros.
Legenda
Parte Inferior: maioria fechada
Parte Superior: totalmente aberta Modelo 03: Utilizado para fechamentos laterais do Shed. Dimensão: 15,00 x 2,20 metros.
Fechamento Mod. 01.
Fechamento Mod. 01.
fig. 124 - Modelo 02 Fonte: Produzido pela Autora
fig. 125 - Modelo 03 Fonte: Produzido pela Autora
fig. 126 - Encaixe Shed Fonte: Produzido pela Autora
Fechamento Mod. 01.
Fechamento Mod. 02.
87
Memorial Justificativo Setorização Legenda
Pavimento Térreo
1 - Salas de Exames 2 - Jardim 3 - Sanitários 4 - Circulação Vertical - coletiva 5 - Recepção - Exames 6 - Hall de Espera - Exame e Cirurgia - Pátio dos Pássaros 7 - Recepção - Cirurgia 8 - Circulação vertical - restrita 9 - Centro Cirúrgico 10 - W.C. preparo paciente 11 - Expurgo / Utilidade 12 - Almoxarifado - materiais esterelizados 13 - Sala de recuperação anestésica 14 - Almoxarifado 15 - Recepção - Visita a pacientes internados 16 - Quartos de Recuperação 17 - Hall de Espera - Visitantes - Pátio das Árvores 18 - Cantina 19 - Administrativo
16
2 2
2 3
1 5
Acesso coletivo (usuários)
4 2
2
8
6 7
9 10
11
12
9 13
14
14
8 15
4
19
2
17
2
18
2
Acesso de ambulância
Acesso de serviços (carga e descarga) Acesso restrito (funcionários) Fluxo coletivo (usuários)
Fluxo paciente acompanhado de funcionário Fluxo restrito (médico e funcionários) Fluxo descarte de resíduos
88
N
fig. 127 - Setorização Pavimento Térreo Fonte: Produzido pela Autora
0
10
25
Legenda
Primeiro Pavimento
1 - Rampa 2 - Jardim 3 - Hall de Espera - Consulta Médica - Pátio das Flores 4 - Recepção - Consulta Médica 5 - Consultórios Médicos 6 - Cantina 7 - Circulação Vertical - coletiva 8 - Sanitário 9 - Cantina 10 - Circulação vertical - restrita 11 - Dormitórios 12 - Estar Médico 13 - Hall de Espera - Visitantes 14 - Quartos de Recuperação
5 2
14
4 1
Acesso coletivo (usuários) Fluxo coletivo (usuários)
Fluxo paciente acompanhado de funcionário
8
3
6 2
Fluxo restrito (médicos e funcionários)
N
7
10 9 7
11
10
12
13
7
2
fig. 128 - Setorização Primeiro Pavimento Fonte: Produzido pela Autora
0
10
25
89
Memorial Justificativo Legenda
Segundo Pavimento
1 - Quartos de Recuperação 2 - Circulação vertical - restrita 3 - Circulação Vertical - coletiva 4 - Hall de Espera - Visitantes
Fluxo coletivo (usuários)
1
Fluxo restrito (médico e funcionários)
2
N
90
4
3
fig. 129 - Setorização Segundo Pavimento Fonte: Produzido pela Autora
0
10
25
Cores Conforme explicado no capítulo Humanização: relação paciente e espaço físico, as cores são elementos que acompanham nossa rotina, despertam sentimentos e sensações. É nessa linha de raciocínio que as cores fazem parte do projeto do AME de modo a auxiliar o seu funcionamento, racionalizar o seu desenvolvimento, facilitar o fluxo de seus usuários e humanizá-lo. Os setores são identificados por cores presentes no mobiliário, placas de sinalização, faixas direcionais nos corredores e piso. Abaixo está disposta a placa de situação geral encontrada no pavimento térreo: Indicação do Pavimento em destaque, informando o posicionamento do leitor perante o todo.
É notório que a placa é composta por muitas cores, todas em tons claros. Estas placas estarão dispostas próximas às escadas, aos elevadores, no limite dos setores e nas entradas, para que assim o usuário esteja bem informado quanto a sua localização no edifício. Todos esses fatores são relevantes no momento em que o paciente e/ou acompanhante entenda onde está e para onde deseja chegar.
Setores encontrados no andar titulado superiormente.
Demais Pavimentos com a letra sem destaque Setores encontrados no andar titulado superiormente. Demais Pavimentos com a letra sem destaque
Setor encontrado no andar titulado superiormente. fig. 130 - Placa de Identificação Fonte: Produzido pela Autora
91
Memorial Justificativo Plano de Plantio O paisagismo é um dos elementos importantes a ser desenvolvido em um projeto hospitalar, deve-se dar a mesma atenção ao seu exterior a que foi dada ao interior. Legenda
Vegetação arbórea nativa realocada Vegetação arbórea Ipê Rosa Vegetação arbórea: Quaresmeira
Rua Visconde de In
Avenida Monteiro Lobato
homerim
Vegetação arbórea nativa a ser mantida
Vegetação arbórea Dama da Noite Vegetação arbórea Oiti
92
N
fig. 131 - Setorização Segundo Pavimento Fonte: Produzido pela Autora
Entrada Pátio dos Pássaros
Esse acesso é dado pela via a ser implantada interligando a Avenida Monteiro Lobato à Rua Visconde de Inhomerim. O Pátio dos Pássaros é o local de espera dos pacientes que tem exames ou cirugias agendadas.
fig. 132 - Foto renderizada: Entrada Pátio dos Pássaros - Acesso aos Exames e Cirugias Fonte: Produzido pela Autora
93
Redário
94
O redário é uma das áreas de lazer a ser desenvolvida, seu acesso é livre tanto para usuuários do edifício quanto para a vizinhança
fig. 133 - Foto renderizada: Redário Fonte: Produzido pela Autora
fig. 133 - Foto renderizada: Redรกrio Fonte: Produzido pela Autora
95
Pátio das Árvores
96
Local de espera de visitantes aos pacientes internados. Este Pátio conta com amplo contato direto com a vegetação interna e contato visual com a vegeteção externa.
fig. 133 - Foto renderizada: Pátio das Árvores Fonte: Produzido pela Autora
fig. 136 - Foto renderizada: Cafeteria - PĂĄtio das Ă rvores Fonte: Produzido pela Autora
97
Pátio das Flores
98
Local de espera dos pacientes que possuem consultas médicas agendadeas. Seu nome é dado ao fato de possui jardins internos com tipologias de vegetação arbustiva com flores.
fig. 135 - Foto renderizada: Pátio das Flores - Acesso às Consultas Médicas Fonte: Produzido pela Autora
fig. 136 - Foto renderizada: Rampa de Acesso Fonte: Produzido pela Autora
99
Quarto de Recuperação
100
Os quartos de recuperação são todos individuais, prmovendo aos seus usuários maior conforto e acolhimento.
fig. 137 - Foto renderizada: Quarto de Recuperação Fonte: Produzido pela Autora
fig. 138 - Foto renderizada: Quarto de Recuperação Fonte: Produzido pela Autora
101
Área de Lazer
102
Além do redário, há uma vasta área de lazer pública a ser implantada, conta com um parque infantil, academia ao ar livre e locais de descanso.
fig. 139 - Foto renderizada: Área de Lazer - Parque Infantil Fonte: Produzido pela Autora
fig. 140 - Foto renderizada: Ă rea de Lazer - Academia ao ar livre Fonte: Produzido pela Autora
103
Detalhamento
Detalhamento
fig. 141 - Planta Baixa - Sala de Consulta Médica Fonte: Produzido pela Autora
Legenda dos Mobiliários M001: cadeira paciente M002: mesa M003: cadeira médico M004: escada de dois degraus M005: maca de atendimento e transporte
Legenda dos Revestimentos: R01: Piso vinílico hospitalar - amadeirado claro
106
Legenda de Tinturas: T01: tinta acrílica lavável branca Legenda de Portas: P01: porta de giro
Legenda de Janelas: J01: janela basculante
fig. 142 - Planta de Teto Refletido - Sala de Consulta Médica Fonte: Produzido pela Autora
Legenda
placa de gesso recortada placa de gesso inteira
plafon de sobrepor 30 x 30 cm
Legenda dos Mobiliários M001: cadeira paciente M002: mesa M003: cadeira médico M004: escada de dois degraus M005: maca de atendimento e transporte
Legenda dos Revestimentos: R01: Piso vinílico hospitalar - amadeirado claro Legenda de Tinturas: T01: tinta acrílica lavável branca Legenda de Portas: P01: porta de giro
Legenda de Janelas: J01: janela basculante
fig. 143 - Vista 01 - Sala de Consulta Médica Fonte: Produzido pela Autora
7,60
14
4
parede
fig. 144 - Detalhe 01 Fonte: Produzido pela Autora
Detalhe 02: rodapé vinílico curvo
parede
perfil metálico
rodapé
2
Detalhe 03: forro de gesso
parede
10
Detalhe 01: bate maca - corrimão
Detalhe 04: plafon de embutir
placa
laje piso
fig. 145 - Detalhe 02 Fonte: Produzido pela Autora
fig. 147 - Detalhe 04 Fonte: Produzido pela Autora
As medidas contidas nos desenhos de detalhamento estão exrpressas na unidade de centímetros. fig. 146 - Detalhe 03 Fonte: Produzido pela Autora
107
Detalhamento Legenda dos Mobiliรกrios M006: sofรก piso M007: rede M008: balanรงo M009: puff grande M010: puff pequeno M011: banco
Legenda dos Revestimentos: R02: Piso emborrachado
108
fig. 148 - Planta Baixa - Redรกrio Fonte: Produzido pela Autora
fig. 149 - Vista 02 - Redário Fonte: Produzido pela Autora
- Pino de plástico (Ø 1cm) - Espaçamento de 3 a 5mm para dilatação - Berço com brita de 5cm.
7
laje gancho
2
13
16
2
4
3,50
fig. 150 - Detalhe 05 Fonte: Produzido pela Autora
contenção
Distribuição dos pinos:
placa emborrachada terra compactada
fig. 151 - Detalhe 06 Fonte: Produzido pela Autora
contenção
109
Considerações Finais
A arquitetura influencia os espaços urbanos adequando-os às necessidades do Homem ao longo de sua vida. Ela marca a sociedade e ao mesmo tempo a arquitetura é o reflexo de quem utiliza estes espaços construtivos. Este fato não seria diferente na questão hospitalar, pois este ambiente busca constantemente pela melhoria da qualidade de espaço. Ao propor a elaboração de construção de um AME- Ambulatório Médico de Especialidades Gerais na cidade de Ribeirão Preto- SP percebe-se que a sociedade será beneficiada como um todo, pois esta proposta atende a demanda de usuários que dependem do sistema público de atendimento (SUS). Além deste aspecto, foi possível verificar que vários agendamentos médicos (consulta, exames e cirurgias) podem ocorrer no mesmo local, otimizando a locomoção dos pacientes. Paralelo a isto, há a revitalização do lote para a vizinhança com a proposta de áreas de lazer (academia ao ar livre, parque infantil e redário) no entorno do edifício. A partir dos estudos dos edifícios selecionados como referenciais foi possível verificar a importância da humanização em um ambiente hospitalar que lida no dia-a-dia com a dor. Neste encadeamento de ideia foi proposto o uso de jardins internos e aproveitamento dos cheios e vazios que foram resultantes da volumetria do edifício; espaços iluminados, fluidos e com ventilação permanente e o uso de cores foram tópicos que contribuíram para a harmonia deste local.
É importante salientar que a proposta deste trabalho não tem o intuito de esgotar o assunto em questão, porque não se constitui numa formulação acabada, ao contrário, oferece reflexões possíveis para futuros projetos a serem desenvolvidos.
Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas ALVA, G.M.S. - Sobre o projeto de edifícios em estrutura mista açoconcreto. 2000. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas) Disponível em http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18134/ tde-18082006-143950/pt-br.php ANDRADE, M.A - A representação gráfica de projetos modulares. 2005. Anais do XV Simpósio Nacional de Geometria descritiva e desenho técnico – São Paulo 2005. ANTUNES, J. L. F. - Por uma geografia hospitalar. Tempo social; Ver. Sociol. USP, São Paulo, 1: 227-234, 1.sem. 1989. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20701989000100015 AQUINO, F. - Uma história que não é contada. Editora Cleófas, 2008. BADALOTTI. C.M. - Uma breve história do edifício hospitalar – da Antiguidade ao Hospital Tecnológico - 2015 - Revista Tecnológica vol.3 nº 2 Disponível em https://uceff.edu.br/revista/index.php/revista/ article/view/100 CAMPOS, E. S. - História e evolução dos hospitais. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde, 1944. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/ bvs/publicacoes/cd04_08.pdf CARVALHO, A.P.A. - Normas de Arquitetura de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde no Brasil. 2017. IPH – Instituto de Pesquisas Hospitalares. Disponível em http://www.iph.org.br/revista-iph/materia/normas-de-arquitetura-de-estabelecimentos-assistenciais-de-saude-no-brasil CASTRO, E.M.C. - Patologia dos edifícios em estruturas metálicas. 1999. Dissertacao de Mestrado UFOP. Disponivel em http://repositorio.ufop.br/bitstream/123456789/6247/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_PatologiaEdif%C3%ADciosEstrutura.pdf
114
CORBELLA,O. - Em busca de arquitetura sustentável para os trópicos- conforto ambiental. Rio de Janeiro. Revan, 2003. CORREIA, F.S. - Estudos sobre a história da assistência: origens e formação das misericórdias portuguesas. Lisboa, 1944. COSTA, L. - Psicologia das cores: Influência no cérebro. Publicação online. 2015. Disponível em https://www.pardeideias.com/psicologiadas-cores COSTA, R.G.R. - Apontamentos para a arquitetura hospitalar no Brasil: entre o tradicional e o moderno. 2011. Scielo. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702011000500004 COSTEIRA, E. M. A. - Arquitetura hospitalar: História, evolução e novas visões. 2014. Artigo publicado na Revista SUSTINERE – UFRJ. Disponível em http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/sustinere/ article/view/14127/10717 CUNHA, L.C.R. - A Cor no Ambiente Hospitalar. Anais do I Congresso Nacional da ABDEH-IV Seminário de Engenharia Clínica, 2004. FARINA, M. - Psicodinâmica das cores em comunicação. 4ª ed. São Paulo: Edgard Blucher Ltda, 1990. FREIRE, C. - Análise Comparativa: custos estrutura metálica X estrutura de concreto. 2009 Artigo Técnico. Disponível em http://www. metalica.com.br/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=1464 LAMBERT, C. - Arquitetura sustentável: João Filgueiras Lima, o Lelé. 2017 Disponível em https://www.studiomiraarquitetura.com/single-post/2017/06/05/ARQUITETURA-SUSTENT%C3%81VEL-Jo%C3%A3o-Filgueiras-Lima-o-Lel%C3%A9
LISBOA, T.C. - Breve história dos hospitais da antiguidade à contemporânea. 2002. Revista Notícias Hospitalares. Junho/Julho edição nº 37 MALKIN, Jain. Hospital interiors architecture: creating healing environments for special patient populations. New York: John Wiley, 1992 MARTINS, V.P. - A Humanização e o Ambiente Físico Hospitalar. Anais do I Congresso Nacional da ABDEH-IV Seminário de Engenharia Clínica, 2004. MEZOMO, J.C. - Hospital Humanizado. Fortaleza: Premius,2001. NEVES, F.A. - Mapeamento de problemas na construção industrializada em aço. 2001 Revista Escola de Minas vol.54 no.4 Ouro Preto Oct./Dec. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0370-44672001000400012 PEVSNER, N. - A history of building types. Princeton: Princeton University Press. 1997. SALES, U.C. - Mapeamento dos problemas gerados na associação entre sistemas de vedação e estrutura metálica e caracterização acústica e vibratória de painéis de vedação. 2001. Dissertação de Mestrado UFOP. Disponível em http://livros01.livrosgratis.com.br/ cp103395.pdf SCURI, P. Design of enclosed spaces. Londres: Chapman & Hall, 1995.
corte
1,87
1,87
B
A
corte
5,79
2,40
2,40
Quarto de Recuperação
Quarto de Recuperação
Quarto de Recuperação
Quarto de Recuperação
5,79
2,40
2,40
5,79
3,54
C
1,40
2,40
Quarto de Recuperação
3,54
Quarto de Recuperação
3,54
caixa d'água
2,40
corte
1,40
1,40
1,40
C
5,79 5,79
3,54
corte
5,79
3,54
3,54
1,40
Quarto de Recuperação
1,40
3,54
Quarto de Recuperação
5,79
Redário
2,40
3,54
2,40
5,79
S 1
2
3
4
5
6
7
8
Quarto de Recuperação
3,54
5,79 24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
9
Escada de Incêndio
1,40
2,40
10 11 12 13 14
D
4,81
24
23
22
21
20
19
18
17
16
15
5,79
24,79
2,87 5,22
24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
5,79
Elevador Maca
5,79
Sala do Diretor
5,79
3,54
3,54 3,54
3,30
3,54
3,54
5,92
2,82
3,30
4,04
D
Sala de Reuniões 4,79
W.C. masc. 3,42
26,22
Sala de Segurança
5,79
corte 2,82
corte
B Vaga para Abastecimento Materiais e Roupas Esterilizadas
Vaga de Ambulância
Conteúdo: Planta Baixa - Pavimento Térreo Etapa: Anteprojeto
Corte Chave - Pavimento Térreo:
GSPublisherVersion 0.83.100.100
5,79
W.C. fem.
Almoxarifado roupas e medicamentos
2,82
Saída maca / paciente Acesso ambulância
A
Vaga para Retirada de Materiais Sujos / Contaminados
Av. Monteiro Lobato
2,29
1,84
Abastecimento Materiais Esterelizados
2,22
corte
Retirada Materiais Sujos
W.C.
2,82
2,82
Sala do Diretor
3,54
Utilidade / Expurgo
Material e Roupa Esterelizada
Pátio das Árvores
2,29
5,24
2,80
Elevad or
2,80
19,57
1,90
4,79
3,79 5,79
Recepção Cirúrgica
1,60
5,24
Eletrocardiograma Recepção Exames
2,77
2,32
5,85 4,05
2,82
Sala de Reuniões 3,42
1,81
Enfermagem 1,65
W.C. P.N.E.
Almoxarifado limpeza
4,82
2,80
Hall de Espera Cirúrgica
corte
2,62
2,22
5,79
D
3,83
3,42
2,32
2,50
4,37
2,95
2,32
24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
2,95
2,79 2,79
24
S
2,22
Conforto Médico
4,05
23
1
5,79
Cantina
Sala de Recuperação Anestésica 3,98
W.C. Vestiário
22
2
6,00 1,65
D
5,79
21
3
Casa de Máquinas
20
4
19
5
18
6
2,25
2,84
3,54
3,54
Sala de Reuniões
3,54
4,65
17
7
16
Raio - X
8
3,97
15
Eletrocardiograma de Esforço
9
14
3,57
13
5,79
11 10
3,42
4,65
12
Farmácia
2,87
Recepção Visita Internação
Elevador
9,79
1,70
2,32
4,62
1,70
3,42
Sala Cirúrgica
Torneira 2,32
4,79
5,79
Sala Cirúrgica
Elevador Maca
2,29
5,79
Banheiro Barragem
2,29
Ultrassom
1,22
4,80
Cozinha
6,18
2,82
4,62
2,32
5,92
12,32 8
9
10
11
12
13
14
15
16 24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
1,82
S
11,34
D
2,29
24
2,29
23
2,29
4,79
22
2,29
6,00
4,79
21
2,32
24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
10,00
4,79 12 20
3,76
2,32
19
2,32
18
2,88
D
17
Torneira
W.C. fem.
2,79
2 1
4,62
S
24
3
1
D
4
5,79
23
5
22
Elevador
3,42
21
24
S
6
20
23
4,62
2
1
7
4,62
5,79
Raio - X
3
8
19
16
Exame Geral
Sala Cirúrgica
Torneira
4
9
2
18
15
W.C. masc.
3
22
Pátio dos Pássaros
21
W.C.
5
4
11 10
17
14
Exame Geral
Hall
20
Apoio
3,42
2,25
8
6
5
16
13
2,25
9
Elevador
6
19
W.C. P.N.E.
10
7
7
18
Ultrassom
5,79
17
5,79
2,22
5,79
11
2,22
3,42
12
Mamografia Densitometria
11,79
3,39
Torneira
15
Sala Cirúrgica
14
2,32
2,22
4,65
13
5,79
Rua Visconde de Inhomerim
N
Projeto: AME - Ambulatório Médico de Especialidades Endereço: Avenida Monteiro Lobato n° 990 Cidade: Ribeirão Preto - SP Instituição: Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto Discipina: TFG em Arquitetura Autor: Mariana Laura Maglio Colus
Folha:
1 / 11
Escala:
1/150
Data:
20/11/2019
corte
B
A
corte
Vazio
1,87
5,79
Quarto de Recuperação
5,79
2,40
5,79
Quarto de Recuperação
Quarto de Recuperação
Quarto de Recuperação
5,79
5,79
5,79
1,40
2,40
2,40
5,79 5,79
S 1
2
3
4
5
6
7
8
Enfermagem
Quarto de Recuperação
9
Escada de Incêndio
2,40
1,40
10 11 12 13
5,79
14
2,95
Vazio
Quarto de Recuperação
24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
Sala de Consultas Médicas
2,40
Quarto de Recuperação
3,54 2,95
2,95
caixa d'água
2,40
3,54
Sala de Consultas Médicas
5,79
C
1,40
1,40
5,79
Sala de Consultas Médicas
Sala de Consultas Médicas
corte
5,79
1,40
Sala de Consultas Médicas
5,79 5,79
3,54
2,95
5,79
2,95
2,95 2,95
5,79
3,54
Quarto de Recuperação
3,54
Sala de Consultas Médicas
corte
C
2,40
3,54
Sala de Consultas Médicas
5,79
5,79 3,54
5,79
Quarto de Recuperação
1,40
Sala de Consultas Médicas
2,95
2,95
Sala de Consultas Médicas
2,40
1,40
5,79
3,54
2,95
2,95
2,40
3,54
Sala de Consultas Médicas
1,87
Sala de Consultas Médicas
24
23
22
21
20
19
18
17
16
15
D
Estar médico
Personalizado 14,40 por 2,20
2,25
8
24,79
Elevador
24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
9
10
11
12
13
14
15
16
2,95
2,95
2,95
7,47
24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
19,79
2,32
D
1,69
24
S
5 4 3
5,79
11,32
6
2
2,29
1
6,00
S
D
4,79
S
24
1
7
Vazio
23
8
14,40 por 1,27 Personalizado
D
23
3,42
9
2
22
3
22
W.C. P.N.E.
4
21
Vazio
20
21
3,42
20
3,42
11 10
19
19
3,42
5
18
18
2,22
Elevador
6
17
7
16
Dormitório
15
Dormitório
17
Dormitório
14
W.C. funcionários
2,58
12
Recepção Consultas Médicas
9,79
2,95
3,39
13
19,97
Hall de Espera Visita Internados
W.C. masc. 5,79 2,40
4,77
W.C. fem.
Elevador 10,59
5,97
4,85
3,42
Elevador Maca
2,29
2,37
Elevador Maca
4,79
Vazio
14,40 por 1,27 Personalizado
Cantina Pátio das Flores Descanso Funcionários
S
5,97
4,85
Cantina
D
D
D
corte
corte Elevador
GSPublisherVersion 0.83.100.100
B
A
Conteúdo: Planta Baixa - Primeiro Pavimento Etapa: Anteprojeto
Corte Chave - Primeiro Pavimento: Av. Monteiro Lobato
corte
13,67
corte
26,17
Rua Visconde de Inhomerim
N
Projeto: AME - Ambulatório Médico de Especialidades Endereço: Avenida Monteiro Lobato n° 990 Cidade: Ribeirão Preto - SP Instituição: Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto Discipina: TFG em Arquitetura Autor: Mariana Laura Maglio Colus
Folha:
2 / 11
Escala:
1/150
Data:
20/11/2019
corte
B
A
corte
1,87
1,87
Vazio
2,40
2,40
2,40
Quarto de Recuperação
Quarto de Recuperação
Quarto de Recuperação
Quarto de Recuperação
5,79
2,40
3,54
corte
C
1,40
2,40
Vazio
1,40
1,40
C
5,79 5,79
3,54
corte
5,79
3,54
1,40 3,54 5,79
Quarto de Recuperação
1,40
3,54
Quarto de Recuperação
5,79
3,54
2,40
Quarto de Recuperação
3,54 5,79
Quarto de Recuperação
5,79
Escada de Incêndio
3,54
5,79
Quarto de Recuperação
S
caixa d'água
3,54
2,40
D
4,81
1,40
2,40
5,79 9,79
3,39
24,79
Elevador
S
Elevador
D
5,79
4,79
S
D
2,61
6,00
Hall de Espera Visita Internados
2,40
5,79
Elevador Maca
Elevador 10,59
4,79
Elevador Maca
D
D
GSPublisherVersion 0.83.100.100
B
A
Conteúdo: Planta Baixa - Segundo Pavimento Etapa: Anteprojeto
Corte Chave - Segundo Pavimento: Av. Monteiro Lobato
corte
corte
corte
corte
Rua Visconde de Inhomerim
N
Projeto: AME - Ambulatório Médico de Especialidades Endereço: Avenida Monteiro Lobato n° 990 Cidade: Ribeirão Preto - SP Instituição: Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto Discipina: TFG em Arquitetura Autor: Mariana Laura Maglio Colus
Folha:
3 / 11
Escala:
1/150
Data:
20/11/2019
corte
B
A
corte i = 25%
i = 2%
i = 25%
i = 25%
i = 2%
i = 2%
i = 25%
i = 2%
corte
corte
C
C
i = 25%
i = 25%
caixa d'água i = 2%
i = 2%
i = 2%
i = 2%
i = 25%
i = 25%
i = 25%
i = 25%
i = 2%
i = 25%
i = 2%
i = 2%
i = 25%
i = 2%
i = 25%
i = 25%
i = 2%
i = 25%
i = 25%
i = 2%
i = 2%
i = 25%
i = 2%
i = 2%
D
D
B
A
Conteúdo: Planta de Cobertura Etapa: Anteprojeto
Corte Chave - Cobertura:
GSPublisherVersion 0.83.100.100
corte
corte
corte
corte
Av. Monteiro Lobato
i = 2%
Rua Visconde de Inhomerim
N
Projeto: AME - Ambulatório Médico de Especialidades Endereço: Avenida Monteiro Lobato n° 990 Cidade: Ribeirão Preto - SP Instituição: Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto Discipina: TFG em Arquitetura Autor: Mariana Laura Maglio Colus
Folha:
4 / 11
Escala:
1/150
Data:
20/11/2019
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
B
A
corte
2
corte
1
A
B
corte
corte
C
C
C
D S 1
2
3
4
5
6
7
8
24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
9 10 11 12 13 14 24
23
22
21
20
19
18
17
16
15
D
8
24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
9
10
11
12
13
14
15
12
21 22 23 24
D
24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
5 4
3
3
2
2
1
1 S
S
D
6
4
24
S
7
23
1
22
8
2
21
9
20
3
10
19
20
5
4
18
19
6
5
17
18
7
11
6
16
17 8
7
15
9
14
10
13
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
F
11
12
16
E
23 24
D
G 12 22 23
24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
1
24
S
D
2
21
H
20
3
19
4
18
5
17
6
16
7
15
8
14
9
13
11 10
D
D
corte
corte
GSPublisherVersion 0.83.100.100
B
Conteúdo: Planta Estrutural - Pav. Térreo Etapa: Anteprojeto
Corte Chave - Pavimento Térreo: Av. Monteiro Lobato
corte
A
corte
I
Rua Visconde de Inhomerim
N
Projeto: AME - Ambulatório Médico de Especialidades Endereço: Avenida Monteiro Lobato n° 990 Cidade: Ribeirão Preto - SP Instituição: Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto Discipina: TFG em Arquitetura Autor: Mariana Laura Maglio Colus
Folha:
5 / 11
Escala:
1/150
Data:
20/11/2019
3
4
5
6
7
8
9
6,00
11
12
13
14
15
16
17
18
B
A
6,00
10
corte
2
corte
1
6,00
6,00
6,00
6,00
6,00
6,00
6,00
6,00
4,80
7,20
7,20
4,80
6,00
6,00
6,00
5,00
A
corte
5,00
B
corte
C
C
5,00
C
D S 1
2
3
4
5
6
7
8
24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
5,00
9 10 11 12 13 14 24
23
22
21
20
19
18
17
16
15
D 24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
9
10
11
12
13
14
15
8
24E(0,17 m) 23P(0,30 m)
18 19 20 21 22 23 24
D
3
F
2 1 S
D
5,00
S
24
17
4
23
5
D
6
22
S
7
21
1
20
8
2
19
9
18
3
10
17
4
16
5
15
11
6
14
7
13
5,00
12
16
E
5,00
G
H
S
5,00
D
D
D
corte
corte
GSPublisherVersion 0.83.100.100
B
Conteúdo: Planta Estrutural - Primeiro Pav. Etapa: Anteprojeto
Corte Chave - Primeiro Pavimento: Av. Monteiro Lobato
corte
A
corte
I
Rua Visconde de Inhomerim
N
Projeto: AME - Ambulatório Médico de Especialidades Endereço: Avenida Monteiro Lobato n° 990 Cidade: Ribeirão Preto - SP Instituição: Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto Discipina: TFG em Arquitetura Autor: Mariana Laura Maglio Colus
Folha:
6 / 11
Escala:
1/150
Data:
20/11/2019
3
4
5
6
7
8
9
6,00
6,00
11
12
13
14
15
16
17
18
B
A
6,00
10
corte
2
corte
1
6,00
6,00
6,00
6,00
6,00
6,00
6,00
4,80
7,20
7,20
4,80
6,00
6,00
6,00
5,00
A
corte
5,00
B
corte
C
C
5,00
C
5,00
S
D
D
5,00
E
S
5,00
S
D
D
F
5,00
G
D
5,00
H
D
corte
corte
GSPublisherVersion 0.83.100.100
B
Conteúdo: Planta Estrutural - Primeiro Pav. Etapa: Anteprojeto
Corte Chave - Segundo Pavimento: Av. Monteiro Lobato
corte
A
corte
I
Rua Visconde de Inhomerim
N
Projeto: AME - Ambulatório Médico de Especialidades Endereço: Avenida Monteiro Lobato n° 990 Cidade: Ribeirão Preto - SP Instituição: Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto Discipina: TFG em Arquitetura Autor: Mariana Laura Maglio Colus
Folha:
7 / 11
Escala:
1/150
Data:
20/11/2019
Quarto de Recuperação
3,00
Elevador
Sala de Consultas Médicas
Estar Médico
Guarda-corpo
Guarda-corpo
Recepção Cirúrgica
Primeiro Pavimento
W.C. masc.
W.C. Quarto
Quarto de Recuperação
W.C. Quarto
W.C. Quarto
W.C. Quarto
Quarto de Recuperação
Quarto de Recuperação
W.C. Quarto
Quarto de Recuperação
W.C. Quarto
W.C. Quarto
W.C. Quarto
Quarto de Recuperação
Quarto de Recuperação
W.C. Quarto
Quarto de Recuperação
W.C. Quarto
3,00
Elevador Perfil Original do Terreno
Escada de Incêndio Elevador
Sala de Recuperação Anestésica
Cobertura
+ 12.00
Segundo Pavimento
+ 8.00
Primeiro Pavimento
+ 4.00
Pavimento Térreo
+ 0.00
3,00
Quarto de Recuperação
+ 4.00
W.C. fem.
3,00
W.C. P.N.E.
Quarto de Recuperação
Quarto de Recuperação
3,00
Sala de Consultas Médicas
3,85
Sala de Consultas Médicas
0,98
Sala de Consultas Médicas
Elevador
0,82
Escada de Incêndio
W.C. fem.
0,82
Sala de Consultas Médicas
W.C. Quarto
3,00
W.C. masc.
Quarto de Recuperação
3,85
W.C. P.N.E.
W.C. Quarto
+ 8.00
0,82
Segundo Pavimento
Escada de Incêndio
3,85
Elevador
0,82
+ 12.00
0,82
Cobertura
Corredor
Pavimento Térreo
+ 0.00
Corte BB esc. 1:150
Perfil Original do Terreno
Cobertura
+ 12.00
Segundo Pavimento
+ 8.00
Primeiro Pavimento
+ 4.00
3,00
0,82
Corte AA esc. 1:150
Enfermagem Guarda-corpo
Quarto de Recuperação 0,82
Corredor
0,82
Quarto de Recuperação
Corredor
Enfermagem Guarda-corpo
Quarto de Recuperação
Sala de Consultas Médicas
Sala de Consultas Médicas
Corredor
3,00
0,82
Quarto de Recuperação
3,00
3,00
Caixa d'água
Quarto de Recuperação
Corredor
Enfermagem
Perfil Original do Terreno
Quarto de Recuperação
Pavimento Térreo
+ 0.00
3,85
Corte CC esc. 1:150
Cobertura
+ 12.00
Segundo Pavimento
+ 8.00
Primeiro Pavimento
+ 4.00
Pavimento Térreo
+ 0.00
Elevador
Hall de Espera Consultas Médicas
Guarda-corpo
Descanso Funcionários
Corredor
0,82
Corredor
0,82
Cantina
Corredor
Sala de Exame
Corredor
Recepção Exames
3,00
3,00
Recepção Cirúrgica
Elevador Utilidade / Expurgo
Material e Roupa Esterelizada
Sala de Recuperação Anestésica
Apoio
Recepção Visita Internação
Pátio das Árvores
Pátio das Árvores
Cantina
Sala de Reuniões
Corredor
Corredor
Sala de Segurança
Sala de Segurança
Corte DD esc. 1:150
Perfil Original do Terreno
Conteúdo: Cortes AA / BB / CC / DD Etapa: Anteprojeto
N
Projeto: AME - Ambulatório Médico de Especialidades Endereço: Avenida Monteiro Lobato n° 990 Cidade: Ribeirão Preto - SP Instituição: Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto Discipina: TFG em Arquitetura Autor: Mariana Laura Maglio Colus
GSPublisherVersion 0.83.100.100
Folha:
8 / 11
Escala:
1/150
Data:
20/11/2019
Fachada Frontal - Com Brises esc. 1:150
Fachada Posterior - Sem Brises esc. 1:150
Fachada Frontal - Sem Brises esc. 1:150
Fachada Posterior - Com Brises esc. 1:150
Conteúdo: Fachada Frontal e Posterior Etapa: Anteprojeto
N
Projeto: AME - Ambulatório Médico de Especialidades Endereço: Avenida Monteiro Lobato n° 990 Cidade: Ribeirão Preto - SP Instituição: Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto Discipina: TFG em Arquitetura Autor: Mariana Laura Maglio Colus
GSPublisherVersion 0.83.100.100
Folha:
9 / 11
Escala:
1/150
Data:
20/11/2019
Caixa d'água
Fachada Lateral 01 - Com Brises esc. 1:150
Caixa d'água
Fachada Lateral 01 - Sem Brises esc. 1:150
Conteúdo: Fachada Lateral 01 Etapa: Anteprojeto
N
Projeto: AME - Ambulatório Médico de Especialidades Endereço: Avenida Monteiro Lobato n° 990 Cidade: Ribeirão Preto - SP Instituição: Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto Discipina: TFG em Arquitetura Autor: Mariana Laura Maglio Colus
GSPublisherVersion 0.83.100.100
Folha:
10 / 11 Escala:
1/150
Data:
20/11/2019
Fachada Lateral 02 esc. 1:150
Fachada Lateral 02 esc. 1:150
Conteúdo: Fachada Lateral 02 Etapa: Anteprojeto
N
Projeto: AME - Ambulatório Médico de Especialidades Endereço: Avenida Monteiro Lobato n° 990 Cidade: Ribeirão Preto - SP Instituição: Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto Discipina: TFG em Arquitetura Autor: Mariana Laura Maglio Colus
GSPublisherVersion 0.83.100.100
Folha:
11 / 11 Escala:
1/150
Data:
20/11/2019