mmag #2 - glittering blackness

Page 1

marianna schmidt | mariannaschmidt@gmail.com | flickr.com/marimarianna


fotos e edição marianna schmidt projeto gráfico marianna schmidt textos marianna schmidt

contato mariannaschmidt@gmail.com +55 (27) 99553779 flickr.com/marimarianna


aoleitor

enho enrolado por semanas pra começar a escrever essas linhas. vez ou outra me pego pensando nas palavras que poderiam povoar as páginas da revista, palavras sobre a escuridão, a escrita com a sombra, não com a luz; a escuridão criativa; a desmotivação, enquanto falta de motivo, se transformando em motivo, em tema de revista. sempre fui de palavras, muitas palavras, guardadas pra mim, emboladas na mente, uma nuvem de poeirafumaçapóanalgésico que nunca sempre deixo pra organizar outra hora. às vezes em outra lingua. as vezes nas palavras de outro. às vezes nos meus berros com quase-inocentes. às vezes em soluços embalados no mais puro silêncio - aquele que envolve o canto das cigarras misturado com o rrrrum dos carros na rua lá longe, tampas de panelas dos vizinhos e zunido da tv a três comodos de distância. eu procrastino a organização, meu entendimento, procrastino o colocar tudo em uma unidade fotos queorganão essa revista, no fim das contas, palavras, organizar os pensamentos. enquanto toda minhaem vida segue foram sketchbooks inicialmenteseguem pensadas que eu tanto mostrar pracoloridos, nizada em listas de quis tarefas e marcadores em como um conjunto: como uma todo mundo, fez-se tão intima branco por falta de coragem - sempre disfarçada de falta de tempo - de tirar as fotografia, ia nessee colocá-las segundo em número ideias da cabeça ordem,que ou nasubversão desordem,dao que couver,eu num vez mais atrás de desenho espaços não seioucomo explicá-la pra nin- cada pedaço de papel. nessa tela de computador. a frustração de um escuros, onde a luz era guém. dessa vez, é muito mais que não sai como imaginado não acontece num texto que é vomitado.escassa não há e assim eu escrevia com a um diário, uma coletânea que maneira de um desabafo ser frustrado quando o receptor e o interlocutorsomsão bra. inúmeras vezes a luz esteve uma revista. é a minha pequena um só. o entendimento é pleno, mesmo quando o caos permeia o diálogo ali apenas para que escuridão exposição, demonólogo conteúdo de muito que nada mais é que um gente que não decidiu se é aesquizofrese mostrar. embora maise pessoal que mundo editorial.sabe porquepudesse nica ou bipolar, no fim todo essa indecisão é puro fruto da haja momentos realmente somisso adiei tanto seu fechamenconexão de banda larga (informação demais funde o cérebro). to. escolhia as fotos, mas nun- brios, é também na escuridão brilhoagora, é mais intenso.desse seja terminava a diagramação. aonde é queca eu estava? da última vez, no fundoque do opoço. fazendo reflexo em umestrutura, vidro, umagora sinal não tinha coragem decasa. escrever espaço um lugar seguro, a minha não seio escrever com o paetê de um vestiospodia textos. e repensei senãodeseitrânsito, entendo. não terpensei sido uma jornalista. se posso ser designer, nem do. está tudo ali. e é no outros. contraos auto-retratos deveriam apamesmo me chamar de artista: tudo que faço é pra mim e não pros brilho e da escuridão recerfluxo, nessas no ponto se escrevo em nãopáginas. penso namas, estrutura ou no do entendimento do outro. que moram as imagens dessa fim, essa é a minha ego-mag. enfim, não há outro. seu processo de criação deu-se revista. e é nesse meio do camidurante todo o ano de 2010, nho que eu me encontro. mas acompanhado de uma grande nem tudo é escuridão, por fim. crise: criativa, de consciência, algumas coisas brilham e bride saúde, de relações. embora lham muito. é uma edição espetenha até hoje no meu quadro cial. glittering blackness. de aviso todas as idéias iniciais para esta segunda edição, com o passar dos meses percebi


on BLACK

Quando pouco se vê à frente, o menor feixe de luz faz toda diferença na paisagem. É no escuro que o poder da luz salta aos olhos e os detalhes se transformam no todo, emoldurados pelas sombras. Nessas páginas, apresento um trabalho ainda em progresso, possivelmente apenas um começo. Minhas primeiras impressões da escuridão; tentativa de captar aqui e ali o que ela tem pra nos dizer. Situações limite fazem pensar e enxergar o que quase não se vê, mas está ali. Um canto escuro, o brilho da chuva, a penumbra de um corredor, as luzes da cidade, o calor de uma fogueira, o universo inteiro. Tudo é o preto e, aqui, sobre preto. emvitória+serra+valadares+são paulo+curitiba+matilde


lonely train




memorial




“

from my house i can't realy see another buildings and houses like that. but i spent 4 days in sĂŁo paulo, at my uncle's home and from his windows i could see a lot of other windows and balconies and people walking around. some with lights on, some off, some with people there talking, people alone, some with plants, some just with untouched perfectly arranged chairs. i don't know. i really spent some time looking at these windows. there's so much people, so much life. every little box of light is a life that i'll probably never know anything about. in every city, there are more windows, more people, more life. so house so much. i feel weird. fromitsmy i can't realy see wish i could be there, bit another buildings and staring housesalike more in the darkness. wondering how that. but i spent 4 days in sĂŁo paumany other peoplehome are doing the lo, at my uncle's and from same somewhere in see this acity. his windows i could lot or of anywhere else. other windows and balconies and people walking around. some with lights on, some off, some with people there talking, people alone, some with plants, some just with untouched perfectly arranged chairs. i don't know. i really spent some time looking at these windows. there's so much people, so much life. every little box of light is a life that i'll probably never know anything about. in every city, there are more windows, more people, more life. its so so much. i feel weird. wish i could be there, staring a bit more in the darkness. wondering how many other people are doing the same somewhere in this city. or anywhere else.


com você, qualquer lugar é a minha casa.










blackness glittering It's so dark in here, baby. Show me the lights! (ou uma mĂşsica do explosions in the sky)











fotos e edição marianna schmidt modelo waldemar teixeira





31

fotos e edição: marianna schmidt modelo e assistente: ignez capovilla palavras: fernando pessoa ensaio para a disciplina de foto 2, ufes



um video de marianna schmidt e waldemar teixeira

assista em:

http://vimeo.com/18331823


aisqueen born

Um potinho de glitter, doses de delicadeza e boas energias: a partir dessa mistura nasce uma rainha. Ainda há luz. foto+make marianna schmidt

modelo flávia marcarine

produção mari + flávia

















vers茫o anal贸gica do ensaio em http://tiny.cc/analog fotos demarianna e waldemar




notethis issue – and some of the editorials and pictures too – were named after some of my favorite songs by the band explosions in the sky. when hearing glittering blackness the clic to put this #2 together came to my mind. i highly recomend listening to their full albuns (specially how strange, innocence), getting into a musical transe and falling in love with every achord. thank you for going this far on reading mmag. hope you understood what this all meant to me.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.