Glif o no 1 | 2010 | R$ 15,90
# # a tipografia no tempo museu de gutenberg
projeto tripocracia
ESPECIAL
A fonte dos originais.
editorial Caro leitor, É com muita alegria e apreço que lhe apresentamos o primeiro número da revista Glifo, uma publicação brasileira acerca do tema tipografia. Após estudos, conversas e muitas elocubrações, percebemos a necessidade de lançar no mercado editorial uma revista que tratasse a tipografia de forma a tornar-se referência para estudantes e profissionais da área. A revista estará sempre recheada de artigos de pesquisadores consagrados no meio acadêmico, além de novidades e curiosidades acerca do tema pelo Brasil e pelo mundo. Para a primeira edição, procuramos tudo aquilo que achamos de mais
interessante e relevante para alguém que inicia seus estudos em tipografia. Entrevistamos Seu Jorge, sócio-fundador de uma das grandes gráficas do Espírito Santo e contamos com não só um artigo, mas também uma matéria exclusiva sobre o Museu de Gitenberg, na Alemanha, escrita por Paulo Hetlinger. Esta, no entanto, não será uma publicação fascicular: a informação é tratada de forma simples, mas não simplória e pode ser absorvida por todos os interessados no tema.
marianna schmidt diretora de redação | mariannaschmidt@glifo.com.br
18 projeto tipocracia sumรกrio
10 museu de gutenberg 7 entrevista 20 resenhas 23 artigo
12 tipografia no tempo
Glif o Editor e diretor responsável: Marianna Schmidt Diretor de Arte: Marianna Schmidt Designers: Camila Alves e Marianna Schmidt
Pesquisa de Imagens: Camila Alves e Marianna Schmidt Produtor Gráfico: Camila Alves Revisão: Camila Alves Colaboradores: Paulo Hetlinger, Matt Seitz e Carla De Bona
Distribuição: Cemuni IV | www.cemuniiv.com.br Pré-impressão: NossaCasa Impressão: AlphaGraphics
www.glifo.com.br
entrevista
seujorge Ex-dono da Gráfica São Jorge, Seu Jorge soma mais de 40 anos de trabalho na indústria gráfica Texto: Camila Alves e Marianna Schmidt
Há 41 anos no ramo das gráficas, Seu Jorge participou como sócio-fundador da, então, Gráfica Santo Antônio, hoje conhecida como GSA e por ser uma das maiores gráficas do Espírito Santo. Em 1979, abandonou a empreitada para fundar, sozinho, a Gráfica São Jorge, hoje administrada por seu filho. Ele mesmo, apenas atua como voluntário por lá - como gosta do trabalho, executa qualquer serviço que apareça, como cortes, vincos e operações na impressora tipográfica e mesmo impressões na offset. Muito solícito, Seu Jorge respondeu a algumas perguntas sobre o início de seu trabalho nas gráficas e nos mostrou todas as máquinas e etapas do processo de impressão atual - desde a gravação da chapa e do fotolito até o acabamento. revista glifo no
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entrevista
A Gráfica São Jorge possui 6 funcionários fixos, duas impressoras offset, de apenas um castelo, além de duas impressoras tipográficas, uma manual e outra automática, que hoje são usadas para fazer cortes e vincos e impressão de numeração, como em notas fiscais e, eventualmente, peças sob encomenta, como cartões de visitas ou convites diferenciados. Glifo Como era o serviço quando o senhor entrou no ramo das gráficas? Seu Jorge Era muito difícil porque era tudo manual, era tudo montado na mão, hoje o computador separa corpo 6, corpo 8, corpo 10, e aqui cada gaveta dessa é uma gaveta de uma fonte diferente de corpo diferente. G E foi difícil a adaptação do método manual para o digital? SJ Não, foi uma beleza, nossa mãe! Já pensou você: o cara pede pra fazer uma propaganda ou carta, você estava fazendo a composição num de-
terminado espaço a e ele fala assim: 'Ah, isso a e ficou pequeno' ou 'ficou grande demais', daí você tem que voltar tudo pra caixinha novamente e fazer uma outra composição num outro corpo. G Era o senhor que fazia? SJ Não, eu tinha funcionários que faziam, né. Hoje em dia você já não encontra mais essas pessoas... Esse trabalho já foi extinto mesmo. G Na época da impressora tipográfica como vinha a arte final? SJ Ah, era só mesmo falado. Ele pedia o que ele queria e a gente bolava de acordo com tipo, o texto. Uma propaganda, por exemplo, era toda feita no tipo, na mão. Quando não era na mão a gente fazia um clichê.
“
Era muito dificil porque era tudo manual, tudo montado na mão. Hoje, o computador separa tudo.
”
Seu Jorge
À esquerda, Seu Jorge mostra como a impressoa tipográfica é utilizada para corte e vinco. À direita, a Gráfica São Jorge. 8 revista glifo no
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Uma revista em que a forma é o conteúdo.
Edição 9. Nas bancas.
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o museu de gutenberg O Museu de Gutenberg é um dos mais antigos museus de imprensa do mundo. Localizado na Alemanha, abriga o primeiro livro impresso: a Bíblia. Texto: Paulo Hetlinger 10 revista glifo no
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O Museu de Gutenberg é um dos mais antigos e emblemáticos museus da imprensa em todo o mundo. Seu nome é uma homenagem àquele que é considerado o inventor da imprensa no ocidente, a partir da impressão com tipos móveis de metal, o alemão Johann Gutenberg. A coleção do museu inclui o maquinário para impressão, utilizado na época das primeiras impressões, no
século XV, além de equipamentos mais recentes, mostrando, assim, a evolução do processo de impressão ao longo dos anos. O acervo também conta com exemplos de materiais impressos de diferentes culturas, uma forma de contar a história de diferentes lugares através da produção escrita de cada povo e mesmo através dos projetos gráficos, tipografias e acabamentos diferenciados.
mundo
O museu foi fundado em 1900 por um grupo de cidadãos que desejavam honrar a memória de Gutenberg, e tornar disponível ao grande público a história da imprensa e uma grande quantidade de impressos provenientes das mais diferentes origens. O acervo inicial foi construído através das doações de editores, fábricas de equipamentos e casas de impressão. De parte da biblioteca municipal de Mainz, o museu cresceu nas décadas seguintes, passando a abrigar oficinas relacionadas ao trabalho do tipógrafo: fundição de tipos, diagramação, impressão, etc. Cresceu tanto que mudou de casa, passando a abrigar um dos prédios mais bonitos da charmosa cidade-velha de Mainz, o Zum Römischen Kaiser. Hoje, neste mesmo endereço, o visitante pode encontrar a sede administrativa, bem como uma enorme biblioteca de títulos relacionados à tipografia, imprensa e mesmo a arte moderna e um charmoso café. O prédio de exposições, por sua vez, é uma construção moderna.
Entre as aquisições do museu, estão exemplares da Bíblia de Gutenberg, o primeiro livro impresso no Ocidente; a Bíblia de Shuckburgh, em dois volumes, e uma série de exemplares raros de publicações realizadas em todo o mundo. Em especial, a Bíblia de Gutenberg, denominada B-42 - por possuir 42 linhas de texto - é um símbolo-chave de um momento de transição da história humana. Os exemplares da Bíblia encontram-se, no museu, em uma sala na penumbra, na qual os materiais sensíveis à luz são protegidos da luz e da umidade que os decomporia. Para os apaixonados por tipografia, e mesmo os apenas curiosos, o passeio vale pelo mergulho na história da humanidade através da imprensa, cuja invenção provocou uma verdadeira revolução: a propagação do conhecimento para todos.
Acima, livros raros dentro de uma das salas de exibição do museu. Abaixo, fachado do museu em Mainz, Alemanha.
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especial
Embora a invenção dos tipos móveis como são reconhecidos hoje no Ocidente seja atribuída a Gutenberg, um inventor alemão, ele foi apenas o responsável por adaptar uma tecnologia já existente para sua realidade. Na China, obras já eram impressas com tipos móveis de madeira por volta do século XI. No entanto, lá a invenção não prosperou, devido a quantidade de caracteres pertencentes à língua. Na Europa, no entanto, um número significativamente menor de glifos era requerido para a composição de um texto, por isso a nova tecnologia pôde prosperar. 12 revista glifo no
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a tipografia no tempo Uma breve passagem por diferentes estilos tipogrĂĄficos que existiram ao longo dos sĂŠculos revista glifo no
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As primeiras formas de escrita européia que chegaram até nós são as maiúsculas gregas gravadas em pedras, totalmente a mão livre. Com aberturas tão grandes quanto o possível e sem nenhuma serifa, essas foram as letras que, ao modificaremse com o passar dos anos, serviram de base para as escrituras formais da Roma imperial. A Trajan é uma fonte inspirada nos escritos da coluna de Trajano, uma fonte com traços mais grossos, serifas e menor abertura. Essas letras, por sua vez, serviram de inspiração para designers de tipos e calígrafos pelos últimos dois mil anos.
TRAJAN
Muitas das antigas convenções iniciadas pelos escribas sobrevivem na composição tipográfica até hoje: a dicotomia entre caixa-alta e caixabaixa, o destaque aos títulos, o uso de capitulares, entre outras normas aplicadas desde muitos séculos. A página bem feita é hoje o que era então: uma janela para a história, para a linguagem e para a mente; um mapa daquilo que é dito e um retrato da voz que fala silenciosamente.
tipos de madeira caracteres orientais 14 revista glifo no
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Quando a tecnologia dos tipos móveis chegou à Europa, já havia um rico acervo de escritas góticas, bizantinas, românticas e humanistas, todas guardadas na memória dos escribas e presentes em livros. A escrita humanista, porém, é a que permanece, desdobrando-se em milhares de variações. Assim como a música, a pintura e a arquitetura, a tipografia tem mudado ao longo do tempo e não ocorre isolada enquanto manifestação artística. Por isso, recebe os mesmos termos históricos aplicados a estes campos: renascentista, barroco, neoclássico e assim por diante. Cada um desses estilos é facilmente reconhecível se analisarmos a fonte no detalhe. Às vezes, as diferenças da tipografia produzida em um período é gritante quando comparada com alguma outra. No entanto, há casos em que a difrença é sutil: uma mudança no eixo da escrita já faz toda a diferença. Famílias tipográficas inteiras foram projetadas por grandes designers ao longo dos séculos, refletindo as características dos mais variados movimentos artísticos.
gotica
8 dmh eze z1at fm x t Ms tz4 r nuCx w naq q 2s l h az D5 1540 z Qfj m 3 q P u ie s H h z u R kt V 42 z vs e q 1730 t a g t c 7a C 9 z { q pa or R a zsmA u ge xn Y 1754 zo
{
romana renascentista
Garamond, de Claude Garamond traço modulado | eixo humanista | serifas bem definidas| traço leve | contraste modesto
barroca
Calson, de William Calson traço modulado | variação do eixo | grande contraste | serifas afiadas
§
neoclássica
Baskerville, de John Baskerville eixo racionalista | contraste e abertura moderados | não-cursivas
1800
••• romântica
Didot, de Firmin Didot traço modulado | variação do eixo | grande contraste | serifas afiadas
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1898
realista
Akzidenz Grotesk, fundição Berthold baseada na escrita das pessoas comuns | sem sinais diferenciados
geométrico
modernismo
1924
Futura, de Paul Renner traçado homogêneo | serifas de mesmo peso que o traço ou inexistentes | puro | racional
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{
impressora tipográfica do século XIX
1948
modernismo lírico
}
Garamond, de Claude Garamond traço modulado | eixo humanista | serifas bem definidas| traço leve | contraste modesto
Uma visita à história impressa da humanidade
Museu de Gutenberg
Museu de Gutenberg, Liebfrauenplatz, 5 - 55116, Mainz, Alemanha
brasil
TIPO cracia Tipocracia: estado tipográfico é um projeto que busca promover a cultura tipográfica brasileira. Em seis anos, o Tipocracia já passou por mais da metade dos estados brasileiros, e teve edições realizadas em Viena e Portugal. Mais de 1000 pessoas já participaram do projeto. Texto: Carla De Bona
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Tudo começou em 2003, quando o designer Henrique Nardi juntou-se ao colega de profissão Marcio Shimabukuro para criar um workshop; um curso intensivo em tipografia. Após alguns meses, conseguindo parcerias com editoras, o curso logo se transformou em um projeto mais abrangente. Do curso de Introdução à Tipografia, o primeiro realizado, até o presente ano, mudanças foram realizadas na estrutura do "estado" e diversos novos cursos foram criados. Hoje, o projeto conta com uma extensão, o Tipocracia Mais, cujo objetivo é incentivar a realização de novos cursos relacionados à tipografia, ministrados por
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outros profissionais, como os designer Ricardo Gomes e Eduilson Coan. Essa é uma das maneiras de disseminar a cultura tipográfica pelo país, objetivo principal do projeto: com uma grande variedade de cursos disponíveis e profissionais envolvidos, o processo é acelerado. Um dos motivos do início do projeto foi a percepção da carência no ensino da tipografia nos cursos de design gráfico das universidades brasileiras. Acreditando na disseminação do conhecimento, Nardi, que crescera cercado de máquinas impressoras e brincando com letraset, lembra que houve um boom de produção tipográfica com a possibilidade da criação no meio digital. A tecnologia digital acrescentou muito em termos de facilidade, precisão, além de ampliar as possibilidades de manuseio e controle dos tipos. Ao mesmo tempo, a mesma tecnologia tornou a tipografia acessível a qualquer pessoa. A informação, portanto, para aquele que quisesse tornarse um bom designer de tipos, continuava escassa. Hoje, as universidades começam a incluir tipografia, dando mais espaço à área, e uma grande variedade de livros sobre o tema vem sendo lançada, facilitando o aprendizado dos interessados. Nesse contexto, o projeto Tipocracia cumpre seu papel, colaborando para a construção de uma cultura tipográfica no Brasil.
Acima, tipos móveis e marca do Tipocracia. Abaixo, Henrique Nardi ministrando oficina de iniciação à tipografia.
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resenhas
helvética
Um documentário de Gary Hustwit
Helvética, um documentário longametragem sobre a fonte de mesmo nome, promete muita informação. Informação até demais. Por sorte, o diretor Gary Hustwit - que possui a produção executiva do maravilhoso "Moog", documentário sobre o sintetizador analógico e seu currículo - tem talento e experiência para desvendar um universo de temas e perspectivas a partir de um tópico aparentemente raso. Longo porém fascinante, o documentário de Hustwit coloca a Helvética - uma família tipográfica sem serifa, desenvolvida em 1957 na fundidora Haas, em Muschenstein, Suíça - na posição de um ícone da era da máquina, um prenúncio da globalização e uma aliada do impulso da arte moderna para a inovação, simplicidade e inovação. A versatilidade da fonte é mostrada através de imagens de fachadas de lojas, sinais de trânsito, sistemas públicos de transporte, for-
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mulários governamentais, anúncios publicitários e bancas de jornais. O filme é provocante. Animadas entrevistas com designers gráficos e teóricos - incluindo Massimo Vignelli, que criou a sinalização do metrô da cidade de Nova Yorque, e David Carson, autor do livro "The End of Print" - avaliam o impacto da Helvética na vida e pensamentos da sociedade. Alguns a elogiam por ser uma ruptura conceitual; outros a consideram o mais pobre dos 'denominadorescomuns' da tipografia, para quem seu uso reflete e perpetua a conformidade. Seja qual for o lado de sua escolha, é certo que após assistir ao documentário, você passará os próximos dias procurando a Helvética por todos os lados, em cada placa na rua, em cada marca, em cada palavra escrita.
Helvetica Film, documentário, de Gary Hustwit. 80 min. 2007.
resenhas
design para crianças Ellen Lupton e sua irmã Julia apresentam Eu que fiz, um livro que põe o design em prática. São 102 atividades, ilustradas e explicadas passo a passo, feitas por crianças para ajudar pedagogos a repensarem a sustentabilidade. Ao invés do consumo, o livro incentiva a criação de objetos de maneira artística, utilizando materiais presentes no nosso dia-a-dia. Um livro para ser aproveitado por pais e crianças, pedagogos e alunos, é uma divertida forma de se apresentar uma das profissões da modernidade. Eu que fiz, Ellen Lupton e Julia Lupton Preço médio: R$ 55,00
e para adultos Considerado a mais completa história do design gráfico até hoje, o livro toma como marco zero as pinturas rupestres de Lascaux, realizadas há mais de 10 mil anos, passando pela invenção da escrita, as origens da imprensa no Oriente e no Ocidente, a Revolução Industrial, as vanguardas do início do século XX, chegando ao design pós-moderno e a era digital nos séculos XX e XXI. Embora
o espectro coberto por História do design gráfico seja verdadeiramente monumental, seu discurso é construído com relatos e exemplos sucintos e cuidadosamente selecionados, prestando-se tanto à pesquisa conceitual como à investigação factual e de repertório. História do Design Gráfico, Phillip Meggs. Preço médio: R$ 198,00 revista glifo no
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artigo
Franklin Gothic, a sem-serifa norte-americana A popularíssima família de fontes Franklin Gothic, de Morris Fuller Benton, foi lançada já em 1904 — numa época em que a Akzidenz-Grotesk estava apenas a começar impor-se na Alemanha. Paulo Hetlinger
Seria errado pensar que as sem-serifa só tiveram o seu tremendo impacto tipográfico a partir dos desenhos suíços da segunda metade do século xx. A presença da gothic letter tem sido uma constante na Tipografia norteamericana desde 1850, conforme o demonstram os três anúncios reproduzidos ao lado. Quando se discutem as fontes semserifa suíças, de modo nenhum podia deixar de lado as antepassadas (e concorrentes) mais antigas das ubíquas Helvetica e Univers: as grotescas norte-americanas, os gothic typefaces, como são chamados nos EUA. A Franklin Gothic nunca teve os problemas de aridez estética e "despersonalização", típicos das letras sem serifa oriundas da Alemanha e da Suíça. 22 revista glifo no
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A News Gothic, que data de 1908, também não mostra falta de temperamento. Na autoria destes (e de outros mais gothic typefaces) estão os prolíficos Linn Boyd Benton (pai) e Morris Fuller Benton (filho). Pai e filho souberam introduzir com sucesso as letras sem serifa no mainstream design dos anos 20 e 30. Antes de 1920, as gothics estavam limitadas a servir no display e na publicidade; quase sempre em grandes tamanhos e pesos negros. A partir de 1920, e continuamente até hoje, as sem-serifa têm sido usadas nos EUA também para compor texto, no desenho editorial, em sinaléticas, para Corporate Identity, logótipos e outros fins. Só viu a sua posição de destaque ameaçada quando surgiu a Helvetica, por iniciativa dos adeptos do Estilo Internacional.
A Franklin Gothic acabou por ser um dos mais exitosos «longsellers» tipográficos de sempre, saiu em diversas versões, de diversas fundições; a ITC anunciou em 2004 um relaunch desta fonte com o nome ITC Franklin e com nada menos que 72 variantes; parece que este projecto nunca se concretizou.