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APRESENTAÇÃO DO TEMA

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concepção formal

concepção formal

A sociedade pós-industrial se caracteriza, em sua complexidade, por um notável individualismo e isolamento entre as gerações. As trocas sociais, à medida que as tecnologias avançaram, tornaram-se escassas, insuficientes e, por vezes, mediadas por aplicativos e situações que geram poucos vínculos e muita solidão. No caso da população idosa, que naturalmente é conduzida a um isolamento gradativo, devido aos comprometimentos funcionais e - desse modo, sendo ônus para muitas famílias - além de sua condição economicamente inativa, torna-se um peso social, em uma cultura alimentada pelo culto à juventude, que coloca o idoso à mercê dos interesses das demais gerações. Na pós-pandemia, esse quadro se tornou ainda mais evidente, ao mesmo tempo em que os problemas emocionais atingiram a sociedade como um todo. Estudantes universitários, que já apresentam um índice de propensão ao estresse foram acometidos por transtornos de diversas ordens. Muitos desses estudantes, de baixa renda, tiveram acesso à Universidade saindo do interior e vindo para Goiânia, ficando, desse modo, isolados de seus núcleos familiares. Desse modo, nossos estudantes estão à procura de moradia, e poderiam contar com o convívio de idosos durante o seu período de afastamento familiar.

Ao analisar as diferentes formas de morar e as categorias de moradias de idosos fora do Brasil, observa-se uma diversidade de tipologias que atendem a diversos objetivos, a depender da situação funcional dos idosos, inclusive inserindo a intergeracionalidade. Com esse estudo, foi possível indagar porque não oferecemos mais alternativas para essa camada social crescente, uma vez que os avanços da ciência, a divulgação da cultura de exercícios físicos, tem contribuído com a longevidade e aumentado a expectativa de vida. Ambas as polaridades - idosos e estudantes - teriam muito a contribuir mutuamente, sendo desejável a possibilidade de contato social mais intenso, explorando o potencial da Universidade em oferecer diferentes programas e serviços aos idosos, estimulando sua vida cultural, sua educação continuada, sua parceria na vida cotidiana. Os jovens apresentam força física para tarefas cotidianas difíceis e os idosos apresentam experiência de vida, eventualmente podem oferecer um retorno financeiro ao estudante que puder “adotá-lo” para fazer companhia e ajudá-lo nas suas necessidades. Com essa perspectiva, veio a oportunidade de dedicar o TCC do curso de Arquitetura e Urbanismo a esse estudo, uma vez que é um tema inédito, complexo e que tem um viés social bastante importante e pouco explorado. Assim, a moradia será um espaço que englobará vários usos complementares e que terá como diretriz a possibilidade de intensificar trocas sociais, oferecer qualidade espacial com base na biofilia, proporcionando relação com a natureza e bem-estar aos usuários.

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