“Bem me quer ou mal me quer? Respeito no ciberespaço”
APRESENTAÇÃO O Clube Europeu do Agrupamento de Escolas de Sátão lançou o concurso “Bem me quer ou mal me quer? Respeito no ciberespaço”, destinado a alunos e professores do 1º ano ao 12º ano, com o objectivo de levar a comunidade escolar a refletir sobre o tema “Respeito no Ciberespaço” e promover a adoção de atitudes responsáveis na utilização da Internet. Convidámos os alunos a submeterem, a concurso, um texto poético ou um conto e uma ilustração, inspirados na temática proposta. Esta atividade, promovida aquando da comemoração da “Semana da Internet Mais Segura”, que teve lugar de 11 a 14 de fevereiro de 2014, foi proposta no quadro de um plano de ação delineado no âmbito de uma Oficina de Formação de Formadores Pestalozzi do Conselho da Europa intitulada “Respect - Responsible Attitudes and Behaviour in the Virtual Social Space”. Nesta publicação, apresentamos um conjunto de textos, poemas e contos, e ilustrações originais, que foram selecionados com a colaboração da docente Maria Alcina Costa, a quem o Clube agradece a disponibilidade. A todos, muito obrigado pela participação neste desafio e pelo contributo para uma reflexão mais alargada sobre a temática Respeito no Ciberespaço.
O Clube Europeu do Agrupamento de Escolas de Sátão, Abril de 2014.
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Os poemas …
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Ilustração do Clube Europeu
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PARA COMUNICAR… Sou criança E sinto muita alegria Por existir tanta tecnologia Que me ajuda a comunicar Aqui ou em qualquer lugar! Vou à Internet Para quase tudo procurar E adoro “navegar”! Mas nunca devo esquecer Os perigos que posso correr… É preciso sempre lembrar Os cuidados a ter Para não vir a sofrer Com o que pode acontecer Se eu não obedecer E não cumprir com rigor Os conselhos e recomendações De todos os que me têm Amor! São os pais, os amigos, os professores Que me estão sempre a dizer: - Deves saber escolher Com quem aceitas comunicar! Nunca deves revelar A tua identidade Nem dar outras informações Sem primeiro perguntar Às pessoas em quem podes confiar! Só depois poderás avançar… E eu, criança, Fico a saber com segurança Que posso continuar Uma bela e grande amizade Que me poderá trazer Muita Felicidade!!! Professoras e alunos do 4.º ano, turma B Escola Básica do 1.º Ciclo de Sátão project 2014: “Respect in the Cyberspace: Learning about respect and teaching it forward”
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Ilustração de Ana Cláudia Albuquerque 10ºA
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RESPEITO ONLINE O mundo virtual É fascinante porém perigoso. À distância de um ecrã Qualquer cobarde é corajoso. Para abusadores A fonte são as redes sociais, Transformam em atrocidades As publicações mais banais. O assédio online É uma realidade atual, Diz não e denuncia Esta corrente criminal. Outro problema, É o roubo de identidade. Acedem a todos os dados Poem em causa a tua credibilidade. Não divulgues os teus dados Nem qualquer informação. Quer seja em perfis online Ou em chats de conversação. Como diz o ditado, Prevenir antes de remediar. Por isso vamos ter o cuidado De a população informar.
Texto de Cindy Santos e Catarina Lopes, 11ºC
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Ana Rita Marques Sousa e Alexandra Rodrigues Pina (10ºA)
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NEM TUDO O QUE RELUZ É OURO… Estava um dia chuvoso, não havia nada para fazer; passei o dia no Facebook convencida que algo ia acontecer No canto inferior do computador uma mensagem me chamou à atenção; O remetente era um rapaz encantador que depressa me roubou o coração. O nome dele era, pensava eu, Luís e como por magia me fez sentir feliz. Tinha um sorriso imaculado que deveras me há encantado. O dia desastroso, que preto e branco parecia, não demorou a ser colorido pelas palavras que o meu amado dizia. Palavras belas, elogios de ouro, a sua personalidade era um tesouro. Cada nova mensagem, um novo sorriso; Cada novo elogio, uma viagem ao paraíso. Loiro, alto e moreno dizia ser; Passavam quinze anos desde que foi visto nascer. Informação sobre mim, infelizmente, lhe dei... Agora, sei o quanto errei! “ – Podemos encontrar-nos?” “ – Sim, pode ser…” Fui ingénua ao aceitar, Como pude eu concordar… Agora nunca mais me esquecerei: num estranho não mais confiarei. Os quinze anos que dizia ter, multiplicados por quatro podiam ser. Os cabelos loiros, o porte atlético: tudo mentiras dum velho caquético.
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Agora a insistência entendo a razão do “lugar escondido”… Dos pesadelos é que não me desprendo Imagina só o que podia ter acontecido. Tantos avisos ignorei, tantas informações eu partilhei: nome, morada, escola também Pondo assim em risco o meu bem. Fui estúpida ao acreditar que do outro lado do ecrã não te podias disfarçar. Foi um perigo pela qual passei Felizmente de ti me livrei! A minha vida marcaste pelo mal que me provocaste! Em ninguém consigo agora confiar nem nas palavras que estou a declamar! As lágrimas a toda a hora a cair, a insegurança que continua a insistir, Todos estes sentimentos por dentro a me corroer Saiam de mim! Deixem-me viver! Leitor, acredita que se os teus pais te perguntarem com quem estás a falar, simplesmente o que eles querem mais é dos perigos te afastar. A Internet coisas belas te permite fazer mas do outro lado do ecrã não sabes quem se pode esconder. Não caias no mesmo erro que eu, quando dás por ti a tua privacidade desapareceu.
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OS BENEFÍCIOS E PERIGOS DA INTERNET Cuidado com a internet pois perigos ela promete. Mas estou feliz por ela existir pois com ela posso contar para muitas coisas pesquisar e com todo o mundo comunicar! Mas para os perigos vos vou alertar! Nas pessoas estranhas, nunca confiar. Não dar a minha identidade para não vir a perder a felicidade. Porém, grandes amizades posso ganhar se os adultos primeiro consultar. A internet mal utilizada pode ser muito perigosa, mas se bem aplicada, pode revelar-se bastante vantajosa!
Bernardo Santos, 4.º B, EB1 DE SÁTÃO
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THE INTERNET IS A WORLD OF INFORMATION That we can’t live without For some it is still a complication For others it is used with no doubt What can we do with it? Search for information, talk with friends If you want to keep fit, Save it only for the weekends! Social networks are very trendy, Facebook, Twitter, Hi5, Youtube and Ask, You can talk to those who are very friendly, But some may use a mask. As everything, it can be dangerous Online predators, fake identities online, And many others can be contagious. But if you are careful you will be fine!
Texto da Turma C do 8º ano Com apoio da professora Anabela Pina Ilustração de Rui Mateus, 8ºC
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Os contos …
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SOCORRO! CAÍ NUMA CIBERNAVE! Dentro da sala de aula, a professora explicava aos seus alunos como se poderá fazer um uso correto da internet, sugerindo que fizessem uma pequena pesquisa sobre o assunto em questão. Entretanto, Míria, uma das alunas que estava quase sempre com a “cabeça na lua”, ligou o seu computador portátil e, para sua grande surpresa, o ecrã do computador alterou-se completamente e sentiu um impulso estranho, como se um íman a atraísse. Depois de alguns trambolhões, caiu dentro de uma cibernave, onde se encontrava um rapaz muito esquisito, chamado Ciberlink, que a convidou a fazer uma viagem pelo ciberespaço. — Ci – ber – quê!? — interrogou Míria, bastante atrapalhada. — Ci – ber – es – pa – ço! — repetiu ele, pausadamente. — Como quem diz, pelo mundo virtual. Aceitas? — Bem… Acho melhor não… O meu pai sempre me diz para não confiar em estranhos… E depois do que me aconteceu ultimamente… — Estranho é o que estás a dizer e eu sei muito bem o que aconteceu! É por isso mesmo que te estou a convidar para viajares comigo. — Ah, nesse caso, aceito. Até poderá ser uma aventura ciberfafulosa! De repente, chegaram a um portal, mas, para entrarem, necessitavam do nome de utilizador e de uma palavra-passe. — E agora? — interrogou Míria. — Como vamos descobrir isso? — Tenho uma ideia! Se estamos a viajar pelo ciberespaço, logo somos cibernautas, certo!? Então, que tal experimentar o nome de utilizador “cibernauta”? — sugeriu Ciberlink. — E a palavra-passe poderá ser… “internet”! Que achas? — acrescentou Míria, bastante empolgada. Ao inserirem os dois códigos, no pequeno écran do portal apareceu uma mensagem a vermelho que dizia “palavra passe inválida”. Foi nesse momento que Míria se lembrou de um pormenor importante e que, certamente, a levaria a perceber se o rapaz seria ou não de confiança. — Experimenta “bemmequeroumalmequer”! Para espanto dos dois, o portal abriu-se e depararam com o anunciado planeta virtual! Além disso, viram o planeta coberto de milhões e milhões de computadores ligados entre si, como se formassem uma enorme teia. — Uau!!! Que é isto? — perguntou Míria, completamente surpreendida. — Ora bem… Como é que te posso explicar, de forma que compreendas o que se está a passar. Sabes que há milhões e milhões de pessoas que utilizam diariamente a Internet para vários fins… — Sim, sim! Eu também a utilizo, por exemplo para pesquisar sobre temas interessantes que discutimos nas aulas; ouvir música; conversar com as minhas amigas no Facebook; realizar jogos online… Há jogos super fixes!
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— Mas, cuidado!!! Nem todas as pessoas utilizam a internet com boas intenções. Também existem espiões na Internet, que espiam as mensagens que envias, as conversas que tens com as tuas amigas, para descobrirem as tuas preferências. Já publicaste fotos, alguma vez? — inquiriu Ciberlink. — O meu Facebook está cheio delas e, praticamente, todos os dias adiciono um novo amigo. — Ora, aí é que está o problema. Por vezes, há pessoas que se aproveitam das fotos que publicas… E, já agora, dou-te um conselho: nunca aceites pedidos de amizade de pessoas que não conheces. — Pareces mesmo o meu pai a falar. Então, não devia ter aceite o teu convite, também não te conheço, és um estranho — repetiu ela, uma vez mais. — Mas eu sou diferente. Estou aqui para te ajudar e tu poderes ajudar os teus amigos. Não querias saber por que estão todos estes computadores ligados entre si? O teu também lá está. project 2014: “Respect in the Cyberspace: Learning about respect and teaching it forward”
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— Onde? Espera, mas como é possível, se eu me lembro de estar a trabalhar com ele na sala de aulas? — questionou Míria, um pouco confusa. — Pois, aí é que está o segredo… Neste momento, há milhões de pessoas ligadas em rede. — Rede!!! Só conheço a de pesca e é para os peixes. Estás a comparar-me com um peixe? — Que grande disparate!!! Estou a ver que não percebes nada de Internet. Uma rede de computadores é um grande conjunto de computadores interligados, para trocar informação. A Internet é como se fosse uma “biblioteca mundial”! — explicou Ciberlink. — Então é por isso que encontro, quase sempre, o que preciso — afirmou Míria. — Exatamente. Mas uma das regras de ouro da Internet é utilizar palavras-chave para descobrires mais rapidamente o que precisas. Sabes o que é a Netiqueta? — Ah! Ah! Ah! Não me digas que a internet também tem tiques? — riu-se ela. — Não sei onde está a graça!!! Os “tiques” de que tu falas são regras simples que devem ser respeitadas, para que as “viagens” na Internet decorram sem problemas e possas ser respeitada pelos outros cibernautas. — Lá estás tu também a falar em regras! Na escola tenho de cumprir regras; em casa tenho de cumprir regras… E agora a Internet! Sempre que navego na net, sinto-me livre! — Essa sensação de liberdade é muito boa, mas já te falei dos riscos que corres, se não fores prudente — aconselhou ele. — Os vírus informáticos são outro perigo muito presente na Internet e podem permitir o acesso de piratas ao computador. — Vírus! Piratas! Socoooooorrooooo!!! — gritou ela, assustadíssima. — Míria! Míria! — acudiu a professora, estupefacta. — Que se passa? Onde estão os piratas? — Hã! — exclamou Míria, como se tivesse despertado de um sonho. — É uma longa história, professora — acrescentou ela, enquanto via Ciberlink a piscar-lhe o olho, no ecrã do seu portátil. Turma 4º C – EB1 Sátão
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CYBERBULLYING Tudo começou no dia vinte de janeiro, quando Ana, na altura com dezasseis anos, natural de Lisboa, entra num chat online, ao qual se juntam duas amigas. Ana já conhece os perigos da Internet e, por isso, acredita que nunca poderá ser apanhada por alguém, pois nunca fornece informações sobre a sua vida pessoal. No entanto, e nesse mesmo dia, Ana trava conhecimento com uma pessoa nesse chat. O seu nome é Vítor Almeida, tem 17 anos e vive na mesma cidade que Ana. Começam a falar, e Ana não querendo dar muitas informações sobre si própria, apenas lhe diz que pratica futebol feminino numa equipa em Lisboa e que utiliza o número oito. Passado algum tempo, despede-se de Vítor e desliga o computador.
No sábado seguinte, Ana desloca-se para o estádio da sua equipa, pois vai defrontar a sua equipa rival, em mais um jogo de futebol. A jovem começa a partida no banco, mas na segunda parte entra no relvado, sob o olhar atento dos seus pais e Vítor, project 2014: “Respect in the Cyberspace: Learning about respect and teaching it forward”
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que entretanto descobrira que Ana tinha jogo nesse dia. O jogo é decisivo para Ana que marca golo e dá a vitória à sua equipa. Já no fim do jogo é abordada por um desconhecido, Ana estranha e pergunta-lhe como a conhece. Ele explica-lhe que a conheceu no chat e Ana fica chocada, pois sempre foi sempre muito cuidadosa com a sua segurança na Net. Vítor pede-lhe para se deslocar a sua casa e falar com os seus pais. Ana concorda e no dia seguinte Vítor vai até à casa da jovem. Ana e os seus pais mostram-se curiosos em relação a Vítor e perguntam-lhe como descobriu quem era Ana. - Foi fácil- disse Vítor - foi a Ana que me deu essa informação num chat de conversação. Disse-me em que equipa jogava e qual era o número da sua camisola, o que me permitiu descobrir quando é que ela tinha jogo e identificá-la. Os pais de Ana ficaram chocados com a maneira como a filha tinha exposto a sua identidade na Internet e a jovem Ana ficou estupefacta com a maneira como, indirectamente, tinha revelado a sua identidade a outra pessoa. - Eu não ataco as raparigas que conheço através dos chats. Apenas tento impedir que muitas jovens como a minha filha, sejam vítimas de cyberbullying e acabem por ser mortas – declarou Vítor, visivelmente emocionado. O silêncio tomou conta de todos, até que a mãe de Ana agradeceu a Vítor o seu gesto e tentou confortá-lo. Ana também lhe agradeceu e prometeu-lhe que nunca mais iria entrar em chats de conversação e Vítor saiu, um pouco mais aliviado e com sensação de missão cumprida. Hoje, Vítor dedica-se a ajudar pessoas na Internet, na tentativa de que a morte da sua filha não tenha sido em vão e sirva de exemplo. Ana continua a sua vida, agora com mais cuidado e usando a sua experiência como exemplo de alerta para os perigos da Internet. Carlos Sousa, 10ºA e Daniel Quental 11ºC
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QUANDO O CRIME NÃO COMPENSA No auditório, encontram-se professores e alunos de todo o país, para assistirem à entrega do prémio ao aluno vencedor do concurso “Usa a tua imaginação… e escreve um conto sobre o mar”. O concurso consistia em escrever um texto original sobre o tema do mar. - Silêncio por favor.- pede o apresentador- Vou agora chamar ao palco o vencedor da primeiro edição do concurso “Usa a tua imaginação… e escreve um conto sobre o mar”, Gabriel Rodrigues! O público aplaude e o rapaz sobe ao palco vitorioso onde é acolhido por duas senhoras com um enorme sorriso de vedeta e dois beijos que o fazem corar. Uma das senhoras vedetas estende-lhe um enorme ramo de flores, que lhe tapa, por completo, a cabeça. A outra senhora, com sorriso de vedeta, apercebendo-se disso, arranca-lhe o ramo das mãos e fica especada a segurá-lo, bem juntinha a ele. O apresentador segue o protocolo entregando-lhe o troféu- um livro de madeira com o seu nome gravado em letras maiúsculas douradas. O rapaz sente-se inchar de satisfação e orgulho. Os flashes das câmaras disparam incessantemente sobre o Gabriel, que tinha de tapar os olhos com o troféu. - Que escreveu- continua o apresentador de novo ao microfone- o conto “ Um passeio à beira-mar” e que nos vai deleitar com a sua leitura. Podes começar, Gabriel. O rapaz estende as folhas sobre o púlpito, endireitando-as. Molha os lábios, passa o público em revista, com um olhar nervoso, e engole em seco antes de abrir a boca. - Hum… «De manhã, bem de manhã, saio de casa e vou dar um passeio à beira-mar. Descalço-me, tento habituar-me à baixa temperatura da água do mar…». «e eu perguntei-lhe o que fazia ali, e ela respondeu-me…» A multidão fica silenciosa, a deliciar-se com as doces descrições daquela história. Até que alguém se levanta e grita: - Plágio! Isto é plágio! Seis meses antes, a professora de Português do Gabriel tinha proposto à turma E do oitavo ano a participação num concurso de escrita, avisando que era obrigatória a participação de todos e que contaria para a avaliação final do segundo período. Como o Gabriel tinha de melhorar a Português, não podia tirar má nota. Não havia volta a dar, tinha mesmo que fazer o trabalho. Mas como? O problema era que o rapaz não tinha jeito para a escrita e, por isso, decidiu telefonar ao seu primo Bernardo que se tinha safado bem a Português com uns textos que dizia arranjar na Internet. -Estou, Bernardo? -Sim? - Preciso da tua ajuda, tenho de entregar um texto amanhã para Português. Ainda não fiz nada, que faço? - Relaxa miúdo. Tudo se arranja. Liga-te à net, de certeza que vais conseguir encontrar o que precisas num blogue pessoal, numa página de uma biblioteca escolar de uma escola
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lá bem longe… Só tens de escrever as palavras-chave no motor de pesquisa e “voilá”! Vens logo jogar connosco à bola logo? - Não sei ainda. Depende se consigo acabar isto. - Então vai lá fazer isso, é rápido vais ver. - Ok. Obrigado. Agora só tinha é de meter as mãos à obra, ou antes, os dedos no teclado. O Gabriel escreveu no motor de pesquisa GOOGLE as palavras “conto” e “mar” e, depois de uma escolha difícil num mar de hiperligações, acabou por aceder ao blogue pessoal de uma rapariga de S. Miguel que publicava pequenos textos sobre muitos e variados temas. S. Miguel ficava bem longe, por isso ninguém por ali a havia de conhecer. O problema é que tinha 108 textos publicados e o Gabriel não estava nem com vontade nem com tempo para ler tantos textos. Então, pesquisou no blogue a palavra “mar”, tendo aparecido um texto com o título “Um passeio à beira-mar” nos resultados. O rapaz leu e gostou. De seguida vinha a parte mais fácil, selecionar o texto, pressionar nas teclas «control» e «c», abrir uma folha do Word e pressionar nas teclas «control» e «v». Tão simples quanto isto. Formatou o texto e enviou-o, por email, à professora. -Ótimo! Já acabei, agora posso ir para casa do Bernardo jogar futebol.- pensou Desligou o computador e saiu do quarto satisfeito com o sentimento do dever cumprido. No dia seguinte, na escola, o texto do Gabriel foi elogiado pela professora. -Muito bem, Gabriel. Nunca pensei que conseguisses escrever assim. Bem, talvez venhas a ser escritor um dia. Estás de parabéns! O texto do Gabriel ficou rapidamente conhecido, tendo sido seleccionado para a fase distrital e daí para a fase nacional. Depois de algumas semanas, o Gabriel recebeu uma carta do ministério da educação. -Então Gabriel, abre a carta para sabermos o que diz.- pressionaram os pais -Calma, calma, estou a abrir.- respondeu o Gabriel Começou a ler. Os pais tentavam espreitar, mas sem sucesso. Olharam os dois para o Gabriel que fazia uma cara estranha. -O que aconteceu, filho? Conta!- pediam os pais -Parece que ganhei um concurso. -Que concurso? -Aquele em que participei a pedido da minha professora de Português- seguiu-se uma pausa- chama-se “Usa a tua imaginação… e escreve um conto sobre o mar.” Com brusquidão, o pai arrancou-lhe a carta, afastando-se para a ler. A mãe já tinha ido a correr para o telefone para contar às amigas a novidade que a enchia, agora, de orgulho. -E ainda diz aqui- começou o pai- que ganhaste 450€ e que o texto será publicado na próxima edição do jornal Jovens Escritores. Ah, espera. No dia quinze de março tens de ir a Lisboa receber o prémio. O rapaz foi para o seu quarto refletir sobre o que se passara. Ele tinha ganho um concurso com um texto que não era dele. Nervoso e à espera de algum apoio, ligou para o primo. -Estou, Bernardo? project 2014: “Respect in the Cyberspace: Learning about respect and teaching it forward”
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-Sim? -Lembras-te daquele concurso de escrita em que participei? Ganhei, meu! Ganhei! -Fantástico, isso é mesmo fantástico! -Sim. Sim… Mas, e se for apanhado? -Não vais, relaxa. Desfruta agora o teu prémio. Olha, agora tenho que ir, falamos depois.e desligou o telefone. O Bernardo tinha razão, o melhor a fazer era relaxar e desfrutar o prémio. No auditório, paira, agora, um silêncio mórbido. O Gabriel procura o seu primo Bernardo no meio da multidão, que parecia mover-se na sua direção como um tsunami, pronta a arrastá-lo numa onda de vergonha. Não vislumbra nenhuma saída triunfal, nem porto de abrigo que o possa salvar deste escândalo. Está sozinho para enfrentar os jornalistas que começam a bombardeá-lo com questões e a fuzilá-lo com os flashes. Na manhã seguinte, quando abre o Facebook, vê entre as partilhas dos seus amigos a primeira página do jornal Respeito no Ciberespaço com uma fotografia sua segurando o troféu e o título em letras enormes “Quando o crime não compensa”.
Texto de Beatriz Lourenço e ilustração de Rui Mateus 8ºC
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TERROR, PESADELO, SOFRIMENTO, MORTE… os ingredientes de uma paixão virtual – Sofia! Já para a cama! Até dei um pulo quando a minha mãe abriu a porta do meu quarto, muito sorrateiramente. – Sofia! Ainda não ouviste? Corri para a cama e enfiei-me debaixo dos lençóis. O único pensamento que me ocorria era o de sair de casa o mais depressa possível. Tenho quinze anos, já não preciso que me mandem fazer aquilo que SEI que devo fazer ou o que não devo fazer. Não podia permanecer naquela prisão. Bem, mas o que importava naquele preciso momento era o Afonso. Afonso… olhos de mar, finos fios de cetim doirados, lábios cor de rosa… Sim, era ele aquele que eu queria para ser FELIZ, para me entregar nos braços do desejo e nunca mais voltar… Logo de manhã, ele tinha-me enviado uma fotografia sua, mas este não foi o início do nosso relacionamento. Era lindo, na fotografia, nas cartas de amor virtuais, no amor que demonstrava por mim. Mas, porquê dois meses de relacionamento virtual, sem que alguma vez o tivesse visto ao vivo, sem que pudesse ouvir a sua voz ou ter um vislumbre mais real? Porquê não utilizar a webcam, apesar de já lho ter proposto várias vezes? Não era muito normal, já que ambos nos amávamos. Ou assim eu o pensava. Até ao dia em que comecei a pôr TUDO em causa. Perguntas sem resposta… Uma semana sem me dirigir a palavra, outras tantas sem me enviar as suas perfumadas cartas online, outras em que me chamava bombom e no minuto seguinte dizia que eu devia ir para o manicómio… Eu não aguentava mais… A solução era marcar um encontro em casa dele para conhecer tudo o que lhe pertencia. Ou talvez o melhor era esquecê-lo de vez! NÃO… Isso não poderia acontecer. O que seria de mim? Quem me aconchegaria o pensamento ao adormecer? A minha mãe? Impossível! O meu pai? Muito lamechas! Só ELE!!! Era sábado de manhã. Saltei da cama e corri para o computador. Algo me impelia para ele, como se eu fosse a parte positiva e ele a parte negativa de um íman gigante. Abri o Facebook. Algo a piscar. Um CONVITE!!! Era dele. A convidar-me para jantar, hoje à noite, só nós os dois, em casa dele… O nosso primeiro encontro. Não queria acreditar. Claro que disse logo que sim. Só havia um pequeno grande problema: os meus pais. Corri para o quarto deles: – Querida mami e querido papi, hoje posso ir dormir a casa da Joana? – Não nos chateies. Deixa-nos dormir – reponderam. Tomei aquilo como um SIM. – Até amanhã! Durmam bem.
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Dirigi-me para a casa de banho, pronta a sair de casa o mais depressa possível e enfiei duas bolachas na boca. Daria para matar a fome até à noite já que o que me alimentava era a sua presença, o seu amor. Quando saí à rua um bafo gelado entrou-me pelas narinas dentro. Estranho… De manhã dera-me a ideia de que estava um sol radiante. Dirigi-me ao parque da cidade. À entrada, no lugar onde antes se encontrava o belo carvalho que me resguardava quando a primavera chegava, tinha sido cortado. Talvez por velhice ou doença, nunca saberia. As project 2014: “Respect in the Cyberspace: Learning about respect and teaching it forward”
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flores perto da fonte de água fresca estavam murchas e, em vez da habitual água a escorrer pelos braços do anjo, havia algo vermelho… As habituais andorinhas que esvoaçavam sobre a minha cabeça tinham sido substituídas por negros e brilhantes corvos. O que significaria? E logo naquele dia em que tudo me estava a correr tão bem? Não importava. Sentei-me num banco e um arrepio subiu-me pela espinha. Olhei em redor e vi um homem que deambulava pelo parque. Velho e feio. Não se via mais ninguém. Para me distrair daquele cenário melancólico, peguei no telemóvel. Tinha uma mensagem e era dele. Eu sabia que as coisas continuariam a correr como eu esperava. Pedia-me para ir ter à ponta norte do parque, já perto dos subúrbios da cidade junto à entrada do metro. Perguntei-lhe se não poderíamos encontrar-nos na ponta sul, onde corria o pequeno ribeiro. Mas não obtive resposta. Por isso, lá fui eu caminhando sob o frio asfalto que rolava debaixo dos meus pés. Começava a arrepender-me de ter saído de casa. Mas, o que é que querem? O amor é cego. Enquanto caminhava por entre as densas e despidas árvores, vi uma sombra a mover-se rapidamente. Sofia, mantém-te calma. Daqui a pouco estarás em segurança junto daquele que amas. Era o único pensamento que me ocorria. O único banco da ponta norte estava ocupado por uma cabeça loira. Corri o mais depressa que podia e abracei-me a ele. Quando voltei a abrir os olhos estava num quarto escuro e uns olhos brilhantes e azuis examinavam-me. Apenas ouvi: “Tal e qual a foto!”. Ouvi facas a serem afiadas. Chamei pelo Afonso e os olhos azuis tornaram-se mais brilhantes. Eu não queria acreditar. Tinha de ser um pesadelo. Gritei e ele agarrou-me e disse-me “Agora somos só nós dois. Não era isso que querias?”. – Mãaaaaaae… Acordei envolta num lençol de água e o único pensamento a que me entreguei foi o de estar sã e salva em casa. Tinha de acabar com tudo, até com ele… Hugo Silva e Inês Soares, 10ºA
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UMA AVENTURA NO CIBERESPAÇO -Fazer login!- acedo à minha conta e começo a ligar-me ao OCO. Estamos no ano de 2020, no dia 16 de Janeiro, e a última tendência em videojogos é o OCO, Ordem de Cavaleiros Online. Ao contrário de outros videojogos convencionais, neste há uma espécie de mundo, onde todos os jogadores são cavaleiros. O jogo desenrola-se em vários planetas e galáxias, ou seja nós, os jogadores, somos “cavaleiros do espaço”. Para iniciar o jogo, ligamos o cibercapacete ao computador, deitamo-nos, fechamos os olhos e entramos no mundo virtual. A magia do jogo é que os jogadores podem interagir uns com os outros, o que torna tudo mais interessante. Já não é a primeira vez que jogo OCO, ando a jogá-lo há cerca de três meses e estou no nível 164, e confesso que estou um bocado viciado e às vezes sinto que pertenço mais a este mundo do que ao meu verdadeiro. O objetivo do jogo é conquistar todas as galáxias até chegarmos ao grandioso palácio do Terrível monstro Mod de nível 1182 e, como é óbvio, conquistá-lo. Nunca ninguém lá chegou, mas existem jogadores que julgam já o ter visto, mas acho que isso são tudo histórias.
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Entretanto, na área restrita do OCO, os membros da administração do jogo estavam a ter uma reunião para a decisão de um plano que poderia vir a afetar as vidas dos jogadores de OCO. No planeta 14 da galáxia D9, eu e o meu amigo Fred estávamos no mercado a equiparmo-nos para uma perigosa jornada que iríamos fazer para derrotarmos um monstro que se encontrava no deserto frio do outro lado do planeta a fim de obtermos uma poção única de invisibilidade. Pego numa espada que estava numa montra e começo a manejá-la. - Esta é perfeita para mim. Tens de experimentá-la. – exclamei, passando-lhe a espada. Fred pega na espada e num movimento quase perfeito divide a árvore em duas partes simétricas. As atenções dos jogadores centram-se agora no Fred e na árvore. - Acho que é melhor sairmos daqui. – murmurou ele um tanto embaraçado. Pago a espada, viro-me pronto a deixar o mercado e sem querer dou um encontrão a um jogador com uma capa que lhe tapava a cara. Ele deixa cair uma pequena caixa de metal e eu apanho-a. - Peço desculpa. – ao dizer isto o Fred puxa-me pelo braço e o jogador desaparece – Viste aquele jogador? - Qual jogador? Eu vi a Teresa, a Scarlett, e acho que vi o João na loja das poções, hoje por acaso estava pouca gente no mercado. – diz o Fred dando pontapés a uma pedra que lhe aparecia no caminho. Tiro o jogador desconhecido da minha cabeça e começo a lembrar-me que me tinha esquecido de fazer os trabalhos de casa. “Mais tarde” penso eu. Ao fim de uma boa caminhada, vamos aos estábulos e compro um “peitoudra”, um enorme e terrível monstro, uma mistura entre um peixe, entre uma toupeira e entre um dragão. Sim, tinha valido a pena ter poupado o meu dinheiro, em vez de o ter gasto no mercado comprando coisas inúteis. Olhei para a fera da cabeça aos pés, aliás da cabeça às patas, e não pude deixar de reparar a grandeza das asas do animal. Coloco a sela no seu dorso e a nossa mercadoria atrás da sela. - Acho que está na hora de partirmos para o deserto frio – diz Fred olhando para o horizonte. Mal ele diz isto, um furacão começa a dirigir-se para a nossa direção levando tudo consigo, quer jogadores quer os cenários artificiais do jogo. Fred diz-me qualquer coisa, mas com o barulho ensurdecedor do vento não consegui ouvir nada. Tento alcançar Fred, mas sou atirado para o chão com tanta força que fico paralisado, grito, mas acho que ninguém me ouve, quando de repente sou arrastado rapidamente para a beira da minha fera. Olho para o espaço à minha volta e vejo o furacão a aproximar-se cada vez mais e, claro, não avisto jogadores, pois eles já deviam ter fugido. - Fred? Estás aí? – chamo baixinho. - Não, o teu amigo Fred não está aqui. Ele ficou sem vida e foi, por isso, teletransportado para o planeta do início. Mas o meu nome é Cassandra. Observo-a e algo me diz que ela tem alguma coisa diferente do resto dos jogadores. Seria do penteado, talvez, era tão estranho, mas acho que não, não era disso. project 2014: “Respect in the Cyberspace: Learning about respect and teaching it forward”
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“Bem me quer ou mal me quer? Respeito no ciberespaço”
- Temos de sair daqui senão o furacão suga-nos. – digo, apontando para ele - Espera aqui. Ela salta para a frente, aponta com as duas mãos para a direção do furacão e começa a dizer palavras estranhas. Seria uma espécie de arte mágica do jogo? Eu tinha lido as instruções de jogo, mas não estava lá nada que referisse magia. Muito estranho. Mal ela acaba de dizer o seu estranho palavreado, o furacão pára, aliás desaparece. -Agora temos de ir, temos muito que fazer. – diz ela, vestindo uma capa escura apressadamente, a mesma que tinha visto no mercado. – Vamos até à praça? É urgente! Monto-me na minha fera e estendo a mão para Cassandra subir também, mas ela ignora o meu gesto e dá um grande salto para a frente, acabando sentada mesmo à minha frente na sela. Ela puxa a rédeas do animal e começamos a voar a grande altitude. - Bem, vocês, jogadores, correm um grande perigo. A empresa que criou OCO, decidiu que… - a voz dela falha. – que … a OCO vai passar a controlar as ações de todos os jogadores. Tal como escravos! É terrível. - A serio?! Então temos de avisar todos os jogadores o mais depressa possível. Ainda temos tempo? - Temos de ter. – diz ela esperançosa começando a correr. Finalmente aterramos perto da praça e procuro pensar numa forma de avisar todos os jogadores. Será que eles acreditariam? Bem, vale a pena tentar. Chamo um jogador tocando-lhe ao de leve nas costas, mas este vira-se para mim e começa a murmurar: - Trabalha, Trabalha… Chamo outro e mais outro, mas obtenho a mesma resposta. Pareciam zombies ao arrastavam-se ao andarem. Era como se estivessem a ser mandados… mandados? - Cassandra, Cassandra! O que fazemos? É tarde demais! - chamo aterrorizado. - Não sei! Oh, meu Deus! De repente, sinto os músculos a ficarem tensos e começo a ficar tonto. Tento apoiar-me a uma árvore para não cair, mas algo me faz ir na direção contrária. - Trabalha, Trabalha. – murmuro num tom “morto”. O despertador toca, são sete da manhã. Olho para o calendário e vejo que estamos em 2014. Estranho. Olho para o espelho e reparo que estou de pijama e vejo a caixa de um jogo para o PC meia aberta. Viro-me para trás e leio, a medo: “OCO Ordem de Cavaleiros Online”. Não hesito. Pego na caixa do jogo coloco-a no lixo. Talvez seja melhor assim. Desço as escadas para tomar o pequeno-almoço.
Texto de Mariana Lourenço e ilustração de Rúben Girão e João Machado 7ºC
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ERA UMA VEZ UM ARTIGO… Carlos Aguiar, um físico bastante conhecido entre a comunidade científica, andava a trabalhar na sua última descoberta que, seguramente, faria com que ganhasse o Prémio Nobel. Após ter demonstrado a sua tese, começou a escrever um artigo científico no qual descrevia os resultados obtidos. Um dia, ao chegar a casa, dirigiu-se ao seu computador pronto para enviar o seu artigo, de modo a que este pudesse ser submetido a análise por outros investigadores. Porém, antes de o enviar decidiu ir à Internet jogar. Grande foi o seu espanto quando, a meio do jogo, encontrou no seu ecrã de computador as palavras: “It’s gone, bro!”. Ao ver esta mensagem, ficou bastante preocupado por causa do seu artigo, pois o vírus poderia tê-lo danificado, ou pior, poderia ter sido roubado. Carlos decidiu então que o melhor a fazer era dirigir-se a um perito em informática para o tentar recuperar. Ao restaurar o computador, o informático reparou que toda a informação tinha sido apagada e advertiu-o acerca da importância das cópias de segurança. A sua reação, ao aperceber-se que aquele ficheiro era o único exemplar do artigo, entrou em pânico. Apesar disso, foi para a sua casa e recomeçou a escrevê-lo. Passado um mês, Carlos encontrava-se ainda a meio do seu trabalho, quando recebe uma notificação para analisar um artigo científico que, curiosamente, tinha o mesmo título do que o que ele tinha perdido. No entanto, o autor do mesmo era Promécio Samário, que era alguém que ele desconhecia completamente. Quando terminou, sentiu-se bastante indignado com o que lhe tinha acontecido. Tinham-lhe roubado o artigo e tinham-no publicado como se fosse dessa pessoa! De imediato Carlos fez queixa do tal Promécio e alertou a comunidade de cientistas acerca do sucedido. Foram feitas buscas e interrogatórios sobre este crime mas as conclusões não foram favoráveis ao verdadeiro autor do artigo. Não foram encontradas provas de que a sua acusação era real. Carlos, desiludido, entrou em depressão e passou meses no psiquiatra. Contudo, Promécio não foi tão sucedido como se esperava devido a esta ser a “sua” primeira descoberta, apesar de ser bastante importante. Carlos seguiu com a sua vida e continuou o seu trabalho como físico, tentando descobrir algo, à altura do que previamente tinha descoberto, que lhe impulsionasse a carreira. Todavia, para seu enorme espanto, passado algum tempo do sucedido, ele encontrou uma notícia na Internet que informava acerca da detenção de um hacker cujo nome era, precisamente, Promécio Samário. Na notícia constava também que este tinha roubado imensa informação através de um vírus que ele tinha criado e enviava às pessoas através de um jogo online. Nesse mesmo dia, Carlos foi contactado e, neste telefonema, disseram-lhe que tinha sido encontrada a fonte do artigo, que ele tinha alegado ser seu, e que essa fonte era o seu antigo computador. Após estes acontecimentos, o cientista foi reconhecido a nível mundial pela sua descoberta e inclusive ganhou o Prémio Nobel que tanto desejara.
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André Oliveira e Ricardo Santos 11ºC
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