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CAPÍTULO 11 | Maio de 1957: tragédia aérea
CAPÍTULO 11
Maio de 1957: tragédia aérea
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Maio de 1957: tragédia aérea
A data do acontecimento é 11 de maio de 1957, durante a semana das festividades do 10º aniversário de Maringá. Em meio aos cortejos e desfiles que cruzaram a avenida Brasil, vieram seis aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para prestigiar o evento com manobras, impressionando o público. Entre os T6, modelo utilizado para treinamentos especiais, um acabou causando a maior tragédia até então da história local.
A aeronave de prefixo T-6-D-1634 tocou uma de suas asas em um dos mastros fixados na praça Raposo Tavares, destacando-a do equipamento. Havia dois mastros, os quais foram utilizados para o hasteamento das bandeiras do Paraná e do Brasil. A de Maringá ainda não existia, fato que viria a ocorrer apenas no início da década seguinte, a partir da concepção do artista gráfico Reynaldo Costa.
Já desgovernado, o avião se chocou contra a casa do motor de luz da Rede de Viação Paraná-Santa Catarina, próximo da caixa d’água da Estação Ferroviária. Os dois ocupantes, o 1º tenente Dagoberto Seixas dos Anjos e o 2º tenente Afonso Ribeiro Melo, morreram na hora. O acidente reduziu significativamente o brilho das festividades. Mesmo assim, as autoridades mantiveram para o dia seguinte a cerimônia de transferência do Aeroporto Regional Dr. Gastão Vidigal ao Ministério da Aeronáutica.
A foto de Kenji Ueta flagrou o descerramento da placa do terminal de passageiros do aeroporto regional em evento realizado no dia 12 de maio de 1957, quando o equipamento foi entregue ao Ministério da Aeronáutica. Oportuno salientar que este aeroporto foi construído em uma área com 90 alqueires destinada para essa finalidade pela então Companhia de Terras Norte do Paraná. Sua primeira pista de pouso se localizava em um espaço, dentro dessa mesma gleba, que depois foi loteado para dar lugar à segunda parte da implantação da Zona 8. Atualmente, a sua região foi reurbanizada por meio de moderno projeto denominado Eurogarden Maringá, conforme veremos na última parte deste livro.
Registra-se que a nova pista do aeroporto de Maringá foi inaugurada em 25 de junho de 1955, com 1.340 metros de comprimento por 150 metros de largura, implantada na direção NNE – SSW. Projetada por José Augusto Bellucci, a estação de passageiros foi denominada Gastão Vidigal e tinha 160 m², contando com um pequeno restaurante. Sua inauguração se deu em 15 de agosto daquele mesmo ano.19
Tem vídeo sobre essa tragédia aérea
Fontes: Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Revista Maringá Ilustrada, de agosto de 1957 / Museu Bacia do Paraná / Fotos de Kenji Ueta / Contribuição de Lúcio Zanato / Acervo Maringá Histórica.
Gastão Vidigal nasceu em São Paulo, no dia 15 de maio de 1889. Estudou na Escola Modelo Dr. Prudente de Morais e formouse pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, na turma de 1908.
Atuante, integrou a diretoria do Banco do Estado de São Paulo e da Caixa Reguladora de Emissões, além de ter participado e contribuído na gestão de inúmeras instituições e empresas: Sindicato dos Bancos de São Paulo, Associação dos Serventuários da Justiça, Comissão de Controle dos Acordos de Washington da Associação Comercial de São Paulo, Conselho Federal de Comércio Exterior, Companhia Brasileira de Material Ferroviário, Companhia Mogyana de Estradas de Ferro, Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, Companhia Paulista de Seguros, Cotonifício Rodolfo Crespi, Sociedade Brasileira de Geografia, Companhia Siderúrgica Nacional, Companhia Agrícola Usina Jacarezinho, Companhia Brasileira de Material Elétrico, Construtora de Imóveis de São Paulo S/A, entre outras. No quadro diretivo da Associação Comercial de São Paulo, Gastão Vidigal foi eleito presidente para o biênio 1943-1944. Também foi deputado federal por São Paulo, entre 1935 e 1946, ministro de Estado da Fazenda do governo de Eurico Gaspar Dutra e fundador do Banco Mercantil de São Paulo.
Na primeira metade dos anos 1940, Vidigal foi diretor do Comércio Exterior do Banco do Brasil, sendo nessa função peça-chave pela a aquisição da Companhia de Terras Norte do Paraná, então operada por britânicos, por um grupo de investidores liderado pelo engenheiro Gastão de Mesquita Filho. Faleceu em 14 de novembro de 1950, aos 61 anos.