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CAPÍTULO 15 | Viaduto do Café: três décadas de história

CAPÍTULO 15

Viaduto do Café: três décadas de história

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Viaduto do Café: três décadas de história

Antes de falar sobre o viaduto em si, que foi edificado na avenida São Paulo, é importante uma contextualização. A Estação Ferroviária ficava nas imediações e, em seu entorno, havia o pátio de manobras, além de galpões, armazéns e a colônia de seus funcionários. Era uma gigantesca área que media aproximadamente um quilômetro de extensão.

Por ser uma zona de transbordo e escoamento, além de milhares de toras que ficavam espalhadas por sua esplanada, a movimentação de locomotivas e vagões era intensa, o que prejudicava a urbanização e a ocupação adequada ao norte da cidade, além de travar o trânsito de veículos nas passagens de nível que estavam distribuídas pelas avenidas Tuiuti, Pedro Taques, São Paulo, Paraná, 19 de Dezembro e Paranavaí. Por conta da extensão da linha ferroviária, que cruzava a cidade, no mesmo nível das ruas e avenidas, de leste a oeste, eram comuns acidentes graves, tanto com pedestres, que se aventuravam ao pular vagões, quanto com veículos que eram conduzidos por motoristas desatentos. Assim, era necessário amenizar aquela situação que prejudicava o desenvolvimento urbano. Pelo menos um ponto precisava de um viaduto para facilitar o trânsito de veículos, no eixo Norte-Sul da cidade. O Viaduto do Café foi inaugurado em maio de 1966, durante as comemorações do 19º aniversário de Maringá. O evento contou com a presença de diversas autoridades, entre elas o governador do Estado, Paulo Pimentel, e o então prefeito, Luiz Moreira de Carvalho, além de grande público. Com 25 metros de extensão no sentido do viaduto e 200 metros no sentido da avenida São Paulo, durante a sua construção foram escavados 20 mil metros cúbicos de terra, equivalente a uma frota de 4 mil caminhões. Toda essa terra foi utilizada para o aterro da arquibancada leste do Estádio Regional Willie Davids.

Registro da inauguração do Viaduto do Café.

A imagem feita por Keni Ueta mostra o Viaduto do Café em 1967. Na passagem dos trilhos, acima da avenida, um dos poucos registros de uma espécie de logomarca que foi instalada no local em função do vigésimo aniversário da cidade: uma catedral estilizada com dois grãos de café na base. O símbolo também está distribuído ao longo dos muros laterais.

Mas, mesmo que beneficiasse o tráfego, a estrutura apresentava problemas em épocas de chuvas. Devido à ausência de galerias pluviais, a água não era drenada e a baixada do viaduto ficava inacessível.

Em 22 de março de 1985, o impresso O Diário do Norte do Paraná publicou matéria de capa criticando os problemas de drenagem na baixada do Viaduto do Café. Com o título “Até quando? Chuva. E alagamentos” e foto de Roberto Furlan, o jornal detalhou a indignação da população sobre aquela situação.

A ponte ferroviária sobre a trincheira ficou no local durante 31 anos. Sobreviveu de 1966 a 1997, facilitando a mobilidade urbana de veículos frente ao trânsito de vagões. Posteriormente, com o nivelamento da avenida São Paulo, o viaduto foi aterrado, mantendo túnel para a transposição das locomotivas, quando a mobilidade passou a cruzar o percurso por cima da passagem de nível. Anos depois, a estrutura seria novamente remodelada para dar espaço à região da cidade que foi denominada como Novo Centro. Tem vídeo sobre

o Viaduto do Café

Fontes: Família Moreira de Carvalho / Contribuição de Marco Antonio Deprá / Norte do Paraná em Revista, de maio e junho de 1966 / Fotos de Kenji Ueta e Roberto Furlan / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / O Diário do Norte do Paraná, de 22 de março de 1985 / Acervo Maringá Histórica.

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