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CAPÍTULO 7 | Zona intermodal
CAPÍTULO 7
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As fotos da década de 1960 mostram o que pode ser considerada a primeira zona intermodal de Maringá. Claro, com as devidas proporções e tendo suas estruturas modais subdividas entre dois postos de transbordo: o da rodoviária e o da ferroviária. Na primeira imagem, a Estação Rodoviária Municipal aparece como estrutura de destaque quase ao centro; na diagonal inferior direita está a Estação Ferroviária; no meio das duas estruturas surge a praça que foi nomeada como “Nações Unidas – Baluarte da Paz”, no ano de 1970. Em 1983, após ampla reforma que incluiu uma cobertura metálica, a rodoviária recebeu o nome de Américo Dias Ferraz, segundo prefeito de Maringá. Ferraz foi responsável por iniciar sua construção ainda no final da década de 1950. O seu projeto modernista, simbolizado pelos característicos arcos nas faces norte e sul, foi concebido pela empresa curitibana E. Gubert Engenharia Civil, tendo sido inaugurado em 14 de novembro de 1962, durante a gestão do prefeito João Paulino Vieira Filho. Em 10 novembro de 1998, a cidade ganhou outra rodoviária, situada mais a leste da região central, próximo das vias de acesso para as rodovias. Trata-se do Terminal Rodoviário Jamil Josepetti, que segue em atividade nos dias atuais. Em disputa judicial, e já completamente desocupado, o prédio da Estação Rodoviária Américo Dias Ferraz foi demolido em duas etapas entre 2010 e 2011. Muitos defendiam o seu tombamento histórico, devido ao fato de o equipamento integrar a memória social e econômica de Maringá. Essa região, registrada pelas fotos que abrem este capítulo, ainda merece destaque para além das estações rodoviária e ferroviária — esta última descrita no capítulo anterior. Nos arredores ficava o pátio de manobras da rede, que era uma gigantesca aérea medindo aproximadamente um quilômetro de extensão, onde havia galpões, colônia dos ferroviários e espaços para lazer.
Quanto aos armazéns que ficavam distribuídos pela avenida Tamandaré, eles eram administrados pela Rede Federal de Armazéns Gerais Ferroviários S.A. (AGEF). Constituída sob a forma de sociedade anônima de economia mista em agosto de 1959, era uma empresa controlada pela Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), estando vinculada ao Ministério dos Transportes. Sua atividade principal consistia na construção, instalação e operação, em âmbito nacional, de terminais, armazéns gerais e silos destinados a complementar, auxiliar e incentivar o transporte ferroviário. A AGEF foi liquidada de acordo com o disposto no Decreto n.º 3.275, de 6 de dezembro de 1999.
Tem vídeo sobre a Estação Rodoviária
Na colônia dos funcionários da estação havia cinquenta casas, que se diferenciavam na arquitetura conforme o cargo do ferroviário. Era praticamente um bairro no coração da cidade. Nessa região também havia um campo de futebol e outros espaços destinados às famílias que ali residiam. Viabilizando a modernização do eixo central e o desenvolvimento urbano para o norte da cidade, esse espaço se tornou pauta de debates na década de 1980. Anos depois, a solução veio com a concretização de projeto que ficaria conhecido como Novo Centro — conforme veremos mais adiante. Como consequência, essas residências foram demolidas em 1991, além dos armazéns, dos galpões e da Estação Ferroviária.
Registro aéreo do centro de Maringá, possivelmente, no início dos anos 1980. Destaque para a colônia dos funcionários da Estação Ferroviária, além da Estação Rodoviária. Atenção também para a avenida Duque de Caxias, que terminava na avenida Tamandaré. Na base da foto temos a avenida Prudente de Morais. À esquerda ficava o prédio da Cerealista Tamandaré, hoje ocupado pelo Mercadão de Maringá. Ao seu lado ficava o pátio de manobras ferroviárias, onde atualmente está o largo Jorge Amado. Por meio desse registro é possível constatar que diversos prédios da avenida Prudente de Morais ainda resistem ao tempo, mesmo que com pequenas modificações.
A foto, de abril de 1991, foi feita pela equipe da Urbamar, autarquia responsável pela reformulação dessa região da cidade. É o retrato que antecedeu à demolição da colônia dos ferroviários.
Fontes: Acervo IBGE/Museu Bacia do Paraná/Acervo Urbamar/Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá/Acervo Maringá Histórica.