A cidade chega aos 46 anos com uma história marcada pelo amor ao meio ambiente. Abrigando cerca de 15% do território geral do Parque Estadual do Rio Doce, lagoas, o Pico do Ana Moura e a Área de Preservação Ambiental (APA) da Serra, os moradores de Timóteo se orgulham de fazer parte da preservação ambiental de uma das cidades mais verdes da região do Vale do Aço.
Conhecida por suas belas cachoeiras, Santana do Paraíso comemorou seu aniversário com uma programação diversificada e um bolo de 18 metros cortado na praça principal da cidade.
As comemorações em torno do aniversário de 46 anos de Ipatinga começaram no início do mês de abril com a 5ª edição do Fórum das Águas do Rio Doce que levou mais de 100 mil pessoas ao Parque Ipanema, durante os quatro dias do evento. A festa seguiu com apresentações artísticas e um luau, que também aconteceram no Parque Ipanema. Nos dias 28, 29, 30 de abril e 1º de maio, o 1º Ipatingaço reuniu um público recorde no Kartódromo Emerson Fittipaldi, atraindo milhares de pessoas durante os quatro dias de muita festa,
celebrando o 46° Aniversário de Ipatinga e o Dia do Trabalhador. No primeiro dia, Relber & Allan abriu a festa junto com a banda Século XXI. No dia 29, o sucesso ficou por conta de César Menotti & Fabiano. A programação para o público gospel foi na sextafeira (30), que trouxe as atrações Nani Azevedo e Régis Danese. Já no Dia do Trabalhador (1° de maio), foi a vez do cantor Zeca Pagodinho fechar com chave de ouro a grande festa realizada pela Prefeitura de Ipatinga e o Sindipa.
Contar a nossa
história. Este é o nosso presente para as cidades de Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo.
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Ipatinga completa
46 anos
Com uma história de lutas e muitas conquistas, Ipatinga chega aos 46 anos com o potencial das grandes metrópoles brasileiras, mas, para se tornar independente e reconhecida, muita gente teve que lutar por esta conquista e a busca pela emancipação não foi pelo acaso. O território que pertencia a Antônio Dias começou a crescer com a chegada da Estrada de Ferro Vitória a Minas, que atraiu pessoas de todos os cantos. A primeira estação foi a de Pedra Mole, inaugurada em 22 de agosto de 1922 e oito anos mais tarde, o trajeto da estrada de ferro foi alterado e a Estação de Ipatinga (atual Estação Memória) foi construída para substituir a de Pedra Mole, que desabou devido à instabilidade do terreno. De acordo com historiadores, o nome de Ipatinga surgiu na inauguração da Estação de Ipatinga, quando o engenheiro Pedro Nolasco, um dos responsáveis pela construção da ferrovia, deu a ela um nome artificial, unindo os topônimos Ipa, de Ipanema (ribeirão vizinho) e Tinga, de Caratinga (do município vizinho). Especula-se ainda, que por serem ambas as palavras de origem indígena, o significado de Ipatinga (I + pa + tinga) seria “lagoa clara” ou “lagoa de águas claras”.
E D I T O R I A L
Nossa casa,
nossa gente
Viver no Vale do Aço é um motivo de orgulho para muitas pessoas e este sentimento não é diferente comigo. Adoro o Vale do Aço, em especial, minha cidade de Ipatinga. Por causa do meu trabalho sempre estou em trânsito, viajando pra lá e pra cá, seja dentro do Brasil e nos últimos três anos também com mais freqüência ao exterior e confesso, fico louco para chegar em casa, na minha terra. Sentimentos a parte, Ipatinga cresce a cada dia e mostra sua força através do grande número de empresas se
A primeira estação ferroviária de Ipatinga, Pedra Mole inaugurada em 1922
estacionando aqui, muitas pessoas vindo em busca de emprego e uma vida mais aconchegante longe dos grandes centros, devido às notícias de ampliação da Usiminas, empresa mãe de nossa cidade e maior geradora de renda e desenvolvimento de nossa cidade e região. Infelizmente, nos últimos anos nossa cidade tem sofrido juntamente com o Vale do Aço a desgraça que a corrupção, leviandade e incompetência de pessoas inescrupulosas e governos sem compromisso podem causar. Com isso, nossa região sofreu um grande atraso no crescimento, mas, o ano de 2010 está sendo marcado por conquistas e grandes perspectivas já que, os sinais da economia despontam positivamente, o setor imobiliário volta a aquecer e as construções já não estão mais embargadas. A Usiminas voltou a anunciar a construção do novo aeroporto
de Ipatinga aqui na região o que irá possibilitar a geração de vários empregos e irá atrair mais empresas para o Vale do Aço. Em tempo, esta edição especial traz uma breve história da cidade de Ipatinga e a cobertura do evento em comemoração ao seu aniversário de 46 anos, realizado pela Administração Municipal de Ipatinga e o Sindipa. O evento marca um novo momento na cidade de Ipatinga onde o diálogo e as parcerias estão visíveis e possibilitou assim a realização do maior evento já visto em Ipatinga em seu aniversário e também no Dia do Trabalhador com bandas e artistas de reconhecimento nacional e internacional como: César Menotti e Fabiano, os evangélicos Reggis Danese e Nani Azevedo e Zeca Pagodinho. Boa Leitura. Wederson Marinho
E X P E D I Ê N T E Publicação Especial do Jornal Negócio Fechado e Editora Diretor Executivo Marcel Viana Diretor de Marketing Wederson Marinho marinhomkt@msn.com Repórter Elizaine Guimarães Fotos ACS/PMI Divulgação Wederson Marinho Wolmer Ezequiel Impressão Ecograff / ecograff.com.br Comercialização e Distribuição Jornal Negócio Fechado Contato e correspondência Rua Belo Horizonte, 93 A e B Centro – Ipatinga – MG Telefax: 31 3827-7500
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Siderúrgicas se instalam
em Ipatinga
A primeira indústria a se instalar na cidade foi a Belgo-Mineira, em 1934. A empresa comprou as terras da fazenda de Giovannini para a exploração do carvão vegetal. Com isso, foram atraídas mais um grande número de pessoas para a cidade em busca de emprego. Através deste aumento de moradores e o crescimento do território, em 12 de dezembro de 1953, Ipatinga se tornou um Distrito, deixando de pertencer ao município de Antônio Dias, para pertencer ao Município de Coronel Fabriciano, através da Lei Estadual 1.039. Ao final da década de 50, mais uma grande siderúrgica se instala na região, a Usina Intendente Câmara - Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas). O lançamento da pedra fundamental
da construção da Usina, em 16 de agosto de 1958 e na inauguração da Usina Intendente Câmara, em 26 de Outubro de 1962, contou com as ilustres presenças dos dois presidentes da República da época: em 58, Juscelino Kubstichek de Olivera, e em 62, com João Goulart. Desde então, Ipatinga começou a receber migrantes de várias cidades do estado e do país, e também imigrantes, vindos principalmente do Japão. Homens que buscavam na cidade além de trabalho, uma nova oportunidade na vida.
• Ipatinga começa a
ganhar ares de cidade Com o rápido crescimento, tanto em estrutura física, quanto em população, o Distrito apresentava, em junho de 1958, o Plano da
Cidade Ipatinga, elaborado pelo arquiteto Raphael Hardy e aprovado pelo arquiteto Lúcio Costa, financiado pela Usiminas, que delimitou suas fronteiras e iniciou o zoneamento urbano, que deveria seguir a hierarquia dos funcionários da siderúrgica. A ocupação do espaço obedecia à divisão de cargos por bairro, como: bairro para os operários, outro para técnicos, um para engenheiros e por fim, um bairro para os diretores da empresa. A Usiminas também começou a trazer profissionais na área da saúde e outros setores para suprir as necessidades de seus empregados e também da cidade. Assim, além dos comerciantes que pouco a pouco se instalava na cidade, Ipatinga recebia profissionais de grande importância para seu sustento e desenvolvimento. “A empresa selecionava as pessoas
que iriam trabalhar e então cedia o estabelecimento para cada uma. Não trabalhávamos para a empresa, viemos para suprir a falta de alguns profissionais na cidade. Não havia nenhum vínculo entre nós, apenas parceria”, explicou Helvécio Martins, farmacêutico trazido pela siderúrgica e hoje é dono da rede de drogarias São José. Com o crescimento rápido, tanto economicamente quando em moradores, tornou-se fundamental que Ipatinga tivesse autonomia administrativa e, por isso, em 1960 foi criada a Associação Amigos de Ipatinga por um grupo de pioneiros que seriam responsáveis pelo encaminhamento do processo de emancipação de lpatinga, garantidos pelas divisas que a Usiminas gerava, no entanto, somente em 29 de Abril de 1964 foi finalmente garantida a emancipação do Município de Ipatinga.
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Turismo
Ipatinga tem fama de ser uma cidade verde, devido a conservação de matas em seu território. Mas o lugar que chama mais atenção dos moradores e visitantes é o Parque Ipanema, com uma Área de 1 milhão de m2, uma das maiores áreas verdes do país situada den-
tro de um perímetro urbano com projeto paisagístico assinado por Burle Marx. Motivo de orgulho dos ipatinguenses, o Parque Ipanema atrai pessoas interessadas na prática de esportes, namorados e quem busca um lugar para descansar.
Processo
eleitoral No mesmo ano da emancipação, foi indicado um intendente para organizar o processo eleitoral de 1965. As primeiras eleições para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereadores seriam realizadas, para serem empossados, em dezembro do mesmo ano, iniciando assim a vida política da cidade. Em 03 de Dezembro de 1965 foi instalada a Câmara Municipal de Ipatinga, em cerimônia realizada no CineIpanema, onde Gedeão de Freitas foi eleito o primeiro Presidente da Câmara de Vereadores, tendo como vice, Elias Correia de Oliveira. A Comarca de Ipatinga foi criada em 08 de Dezembro de 1975 e instalada em 02 de Fevereiro de 1977. Desde então, tivemos 13 prefeitos, e na comemoração do aniversário de Ipatinga é empossado provisoriamente, Nilton Manoel, que assume o cargo interinamente, devido à cassação do prefeito eleito, Francisco Carlos Chico Ferramenta Delfino e do segundo colocado, Sebastião de Barros Quintão. A eleição extemporânea para prefeito na cidade, marcada para o dia 30 de maio, traz alívio aos moradores da cidade. “Perdemos muitos investimentos em Ipatinga com a falta de um prefeito e também com as demissões da Usiminas nesses últimos dias que gerou uma grande instabilidade política e financeira pra todos nós. Mas com as eleições extemporâneas chegando aí, espero que a situação melhore e os investimentos retornem”, afirmou David Pinto Coelho, dono da Imobiliária Cirsa.
Infraestrutura: • Quadras
poliesportivas • Campos de futebol • Lago com cata-vento • Pista de cooper e ciclovias • Kartódromo Emerson Fittipaldi • Estádio Epaminondas Mendes Brito (Ipatingão) • Locomotiva “Maria Fumaça” – Estação Ferroviária Pouso de Água Limpa e Estrada de Ferro Caminho das Águas (2,6 km) • Anfiteatro • Farmácia Verde (Laboratório de Fitoterapia) • Horto Municipal • Centro Esportivo e Cultural 7 de Outubro • Ginásio Poliesportivo Eli Amâncio • Playground • Auditório • Parque da Ciência • Biblioteca Ecológica (Ecoteca)
Brasão do Município O Brasão do Município foi instituído através da Lei 88, de 06 de setembro de 1967. Compõe-se de: Uma coroa em forma de torre medieval, simbolizando a solidez e o poder. Uma estrela representando o único Distrito do Município. Uma panela ou cadinho de aço em forma de escudo, simbolizando a siderurgia. Dois ramos representando os louros da vitória. Uma faixa com as palavras: Confiança, Trabalho e Progresso. Um globo terrestre com duas figuras humanas estilizadas, simbolizando a união dos povos e da técnica. Cores oficiais do Município: Azul, Verde, Vermelha Referências: (BARBOSA 1995; DIÁRIO DO AÇO: 1999) Fonte: Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer – Prefeitura Municipal de Ipatinga
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Estádio
Ipatingão Outro orgulho dos ipatinguenses é o estádio Ipatingão, o terceiro estádio de futebol de Minas Gerais, com capacidade para 35 mil pessoas e já sediou partidas de nível nacional e internacional. O estádio possui 25 cabines para imprensa (rádio, TV, jornais), tribuna de honra, camarotes, vestiários para clubes e para árbitro, dois placares eletrônicos, departamento médico, salas para Polícia Militar e para a Federação Mineira de Futebol. Neste estádio, torcedores do Ipatinga Futebol Clube presenciaram importantes partidas do clube, como em 2005, quando sagrouse Campeão Mineiro, derrotando o favorito Cruzeiro na final e em 2006, voltando a mostrar sua força, conquistando invicto o título de Campeão Mineiro do Interior e ficando com o Vice campeonato Mineiro. O Tigre também marcou sua participação na Copa do Brasil de 2006, quando eliminou grandes
Os pioneiros A busca pela independência Falar do aniversário de Ipatinga sem falar das pessoas que lutaram pela sua independência e pelo sucesso da cidade, seria o mesmo que ocultar o lado mais belo de sua história. Foram tantas pessoas que trabalharam em prol de um futuro melhor para esta cidade, que o Jornal Negócio Fechado decidiu contar a história de Ipatinga mediante a perspectiva de alguns dos personagens que participaram destes momentos importantes. Uma semelhança em todos que conversamos, é que a instalação da Usiminas na cidade foi o motivo que os trouxeram para Ipatinga. Seja para trabalhar na empresa,
para prestar serviço, ou para aproveitar o crescimento da cidade e tentar crescer junto da mesma. Cidadãos que não esperaram para ter uma Ipatinga independente e foram em busca de seus ideais, como os participantes da Associação Amigos de Ipatinga, AAI. “Na época a associação nasceu de um movimento simples, para cuidarmos apenas do centro, mas ao longo do tempo foi ganhando força e logo veio a ideia da emancipação”, lembra o empresário David Pinto Coelho, 66, dono da Imobiliária Cirsa. Nascido em Guanhães, chegou a Ipatinga em 1962 para trabalhar
na Usiminas, onde ficou por 10 anos. Quando saiu, montou seu próprio escritório de contabilidade e logo em seguida ingressou no ramo imobiliário. Apesar de trabalhar pela independência de Ipatinga, David nunca teve interesse político. “Assim como eu, muitos se distanciaram desse meio após a conquista da emancipação. Nosso interesse era só o de ver Ipatinga crescer e melhorar”, explicou. Após o término da Associação, David continuou ajudando a cidade, dessa vez, com sugestões para loteamentos e imóveis. “Instalei-me em Ipatinga não só como cidadão ou trabalhador, mas como uma pessoa participativa. Não quis ser apenas um expectador e sim um ator”, afirmou o empresário, que participou ainda de eventos importantes para a cidade, como
clubes do futebol brasileiro como Botafogo-RJ, Náutico-PE e SantosSP, chegando às semifinais da competição. Em 2007, o Tigrão chegou as quartas de final da Copa do Brasil e terminou o Campeonato Brasileiro da série B como vice-campeão, conquistando assim, com apenas nove anos de fundação, o direito de participar do campeonato que reúne a elite do futebol nacional. Neste ano, o Ipatinga voltou a surpreender no campeonato mineiro ao eliminar o favorito Cruzeiro nas semi-finais e chegar na grande final disputada contra o Atlético. O time não levantou a taça da competição, mas deixou sua marca com grandes jogos e como a defesa menos vazada.
O empresário David Pinto Coelho participou ativamente do movimento pela emancipação política de Ipatinga
a Criação da comarca; Desapropriação e compra de terrenos para construção de escolas municipais e do 14º Batalhão. “Nessa minha contribuição para a nossa sociedade, nunca tive o interesse financeiro. Só queria ver nossa cidade crescer”, conclui David.
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Desafio de uma
nova cidade
No final dos anos 50, Ipatinga começava a crescer e precisava de profissionais de diversas áreas, como na saúde, para atender sua população. Foi então que a Usiminas selecionou algumas pessoas qualificadas para suprir tais necessidades de seus funcionários e moradores e, assim, o farmacêutico Helvécio Martins foi um dos que receberam o convite para trabalhar em Ipatinga.
Hoje aos 76 anos, Helvécio se lembra de quando veio a Ipatinga montar sua primeira farmácia, a São José. “Cheguei em 23 de dezembro de 1959 para receber as chaves e me lembro que a igreja católica do Horto estava em construção e havia pressa para seu término, pois no dia seguinte seria celebrado a Missa do Galo”, relembra. A mudança definitiva aconteceu no mês seguinte. Helvécio esperava vencer grandes desafios, e o primeiro foi conquistar amizades. “Ninguém se conhecia e não existia muita amizade e companheirismo, como fui acostumado em Nova Era, onde nasci, mas graças a Deus, a cidade se socializou e passamos a ter mais contato uns com os outros”, comemora.
- Vida política
Helvécio Martins segura uma foto da Igreja Católita do Horto ainda em construção
Mesmo não participando diretamente do movimento pela emancipação, Helvécio deixou sua marca na história de Ipatinga. Foi vereador por dois mandatos, sendo que no segundo, foi presidente da câmara. “Participar da política municipal foi uma experiência formidável, mas o mais gratificante foi ver que as pessoas acre-
ditaram no meu trabalho e espero ter sido digno desta confiança”, agradeceu. Helvécio foi ainda o primeiro Secretário de Desenvolvimento Econômico, no governo de João Magno. Convidado ainda por algumas vezes a se candidatar ao cargo de prefeito de Ipatinga, Helvécio mas não aceitou. “Hoje, de certa forma me arrependo de não ter aceitado este desafio. Na época não queria abrir mão da minha vida particular e dedicar mais a política. Acredito que se eu fui convidado mais de uma vez, é porque eu deveria ter qualidade para assumir o cargo. Talvez eu tivesse desempenhado um bom papel”, lamenta, mas, no entanto, acredita ter cumprido seu papel. “Se existe alguma coisa importante nesta vida é o tempo. Ele nos ensina que nunca devemos nos precipitar. Acho que no balanço geral eu cumpri o meu papel enquanto cidadão de Ipatinga”, garantiu.
- O desenvolvimento
Se Ipatinga tem um sistema telefônico hoje, se deve a homens visionários que se juntaram para trazer este meio de
comunicação para a cidade. Helvécio fez parte deste grupo, que na década de 60 compraram os cabos e trouxeram 16 linhas e aparelhos telefônicos, criando a Companhia telefônica de Ipatinga, no centro da cidade, que anos mais tarde foi incorporada a Companhia Telefônica Mineira. Helvécio teve ainda participação como presidente da Associação Comercial de Ipatinga por dois mandatos e hoje é diretor. O Clube Ipê foi fundado nos fundos de sua casa, sendo presidente do clube por nove anos. Foi presidente da associação dos moradores do bairro Horto por sete anos, e ainda foi um dos fundadores dos clubes: Morro Pilar, Casa de Campo e Cariru Tênis Clube.
- Homenagens
Como reconhecimento pelo trabalho e empenho prestados à cidade, Helvécio foi homenageado com o título de cidadão honorário em 2009. “Os anos passam e o fundamental é criar a família como fomos criados, deixando uma marca positiva, tendo a sensação do dever cumprido”, ensina Helvécio.
Imigrantes buscam uma vida
melhor em Ipatinga
Sérgio Saliba e sua família
O vendedor autônomo que também faz comida árabe por encomenda é filho de um importante personagem dessa história de Ipatinga. Sérgio Saliba, filho de William Saliba, contou um pouco da história de sua família em terras estrangeiras e em especial sobre a contribuição que seu pai deu em Ipatinga. A saga da família Saliba no Brasil começou com os avós árabes, Abraão e Almaz, que vieram para o país em 1914 e 1919, respectivamente, quando o país abriu suas portas para a imigração. Na ocasião, Abraão, Almaz viram a oportunidade de se livrarem do julgo imposto pelos turcos, que tomaram e ocuparam o território libanês.
A vinda para o Brasil representava a liberdade e a oportunidade de uma vida melhor. O primeiro destino foi na cidade mineira de Esmeraldas, onde se conheceram, casaram, construíram a casa e um comércio para trabalharem, dando início a uma grande família, mas foi em Belo Horizonte que nasceu William Saliba, que veio a se casar com a brasileira Zélia, quebrando assim a tradição em se casar com pessoas da mesma família. A vinda para Ipatinga em 1963 se deu pela construção da Siderúrgica Usiminas. Era o início de uma história de amor e comprometimento para com sua nova cidade. De acordo com Sérgio, um dos importantes feitos de William foi Trazer o primeiro sinal de TV para Ipatinga e fundar o Cine Cem Clube. “Para o Clube existir era necessário ter cem sócios para custear as despesas, por isso ficou com esse nome”, explicou Sérgio. Os sócios se reuniam para assistir filmes e documentários na garagem da casa de William, no bairro Cariru, onde
hoje é a morada de Sérgio. “Meu pai fez parcerias com as distribuidoras e conseguimos trazer filmes inéditos. Assistíamos aos filmes muito antes de passarem no cinema”, recorda Sérgio. Cultura Árabe Os avós, Abraão e Almaz, preservaram a língua e a cultura de seu país, passando aos filhos, que cresceram acostumados às duas culturas, árabe e brasileira. Sérgio teve um contato ainda maior com suas raízes quando passou nove meses no Iraque, trabalhando na construção de rodovias. “Foi quando me interessei ainda mais por esta cultura”, afirmou. Para Sérgio, o povo brasileiro se parece muito com o povo árabe. “São povos alegres, festivos, que prezam a amizade”, mas também falou das duas principais diferenças: “Não comemos carne de porco e não ingerimos bebidas alcoólicas”, comparou. Sérgio é casado com Dora, com quem tem três filhas, Mônica, Yasmin e Sâmia. “Tento transmitir o conhecimento árabe para minhas filhas, para
que nossa cultura não morra jamais”, disse. Homenagem Uma rua do bairro Cidade Nobre, paralela à Av. Monteiro Lobato, recebeu o nome de William Saliba, como forma de reconhecimento a sua dedicação à cidade. Desde então, a família se orgulha ainda mais de William Saliba. “Meu pai nunca quis ser político, mas sempre esteve à frente para trazer melhorias para Ipatinga, essa homenagem feita nos anos 70, pelo então vereador Dr. Elio Moreira, veio como um grande presente a todos nós”, destacou Sérgio.
Willian Saliba, um dos pioneiros de Ipatinga
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Japoneses Em meio a uma crise financeira que assolava o Japão, a família Taniguchi também aproveitou as fronteiras abertas do Brasil para fixar morada e buscar estabilidade financeira em 1933. Kengo Taniguchi, o filho mais velho da família estava com cinco anos, quando chegaram a uma cidade do interior do estado de São Paulo. A vinda para Ipatinga aconteceu pelo mesmo motivo que a família Saliba e muitas outras: a construção da Usiminas e a procura pelo trabalho na siderúrgica. Kengo foi o primeiro a vir e logo em seguida, trouxe sua esposa, Kazuco, e seus três filhos e mais tarde, já em Ipatinga, outros dois nasceriam. Foram 25 anos dedicados à Usiminas e mesmo depois de aposentado, trabalhou outros cinco anos na Cenibra e mais três anos na Acesita. “Sempre que precisavam eu estava pronto para trabalhar”, afirma Taniguchi.
- Segundo lar Durante o tempo em que trabalhou nas siderúrgicas, Taniguchi visitou o Japão por algumas vezes e mesmo assim, não troca a cidade mineira por nenhuma outra de seu país de origem. “É uma cidade que não tem comparação. É tranquila, bonita e aqui tem de tudo. Não a troco por nenhum outro lugar, nem mesmo pelo Japão”, enfatizou Kengo, que se alegra em ter visto de perto a transformação dos colonhões em ruas, prédios, indústrias, etc. “Que enorme mudança Ipatinga sofreu. No centro, onde era a prefeitura, era tudo colonhão, não tinha ruas, casas, nada! Tantos bairros surgiram ‘do nada’, e hoje a cidade está a todo vapor e ainda continua crescendo”, observou Kengo, que acredita que o crescimento de Ipatinga se deve a instalação da Usiminas. “A Usiminas
fez muitos bairros aqui para abrigar seus funcionários. Eu mesmo morei em uma de suas casas, que na primeira oportunidade a comprei. Hoje tenho orgulho de morar no mesmo lugar e ter visto o amadurecimento da cidade”, disse.
Mantendo a tradição Budista, Kengo Taniguchi busca preservar a identidade japonesa, sua e de sua família. Para isso, foi criado a Associação Nipo Brasileira de Ipatinga, ANBI, onde todos os japoneses e seus descendentes se reúnem para jogos e festas. Além de participar da ANBI, Kengo montou uma loja vender produtos da cozinha japonesa. “Além da minha loja, existe outras e alguns restaurantes especializados nesta culinária. Mas antigamente não dispúnhamos de toda essa facilidade, era muito difícil achar um lugar para saborearmos a nossa comida típica”, lembra. A língua também é um dos ensinamentos que Kengo passou para
seus filhos, netos e bisnetos. Mas ele garante que hoje em dia ensinar às crianças não é uma tarefa fácil. “Elas são muito inquietas”, brinca Kengo. Com japoneses e brasileiros na família, Kengo se diz meio japonês e meio brasileiro. “Me naturalizei brasileiro e assim me considero. Amo este país”. Hoje, com 82 anos de idade e 54 de casamento, Kengo e Kazuco esbanjam saúde e simpatia, para se chegar até esta idade, o casal da uma receita simples: “Ser honesto acima de tudo e procurar viver bem com todo mundo”, concluiu.
Taniguchi chegou ao Brasil em 1918 quando tinha apenas 5 anos
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O 1º Ipatingaço reuniu um público recorde de aproximadamente 200 mil pessoas no Kartódromo durante os quatro dias de festas em comemoração dupla, celebrando o 46° Aniversário de Ipatinga e o Dia do Trabalhador. Na noite de quarta-feira (28) a dupla Relber & Allan abriu a festa junto com a banda Século XXI. Na quinta-feira (29), o sucesso sertanejo nacional, César Menotti & Fabiano, levou milhares de pessoas para o Kart. Para Haroldo Marcelo Givisis, comissário de menor, a programação para comemorar o aniversário da cidade é uma ótima maneira de tirar as pessoas
de dentro de casa. “Esses eventos atraem as pessoas. O poder público tem mais é que pensar na diversão da população da cidade mesmo”, afirmou. Nelcy Romão e Márcia de Oliveira: “Tá legal, dentro do padrão que o povo gosta”.
Os cantores Braulio e Ricardo resumiram a festa em “top de linha”.
O prefeito interino, Milton Manoel, espera que além de oferecer um entretenimento sadio à população, que a política de agora em diante seja de melhor qualidade. “Foi uma surpresa assumir este cargo tão importante agora. Acredito que essas eleições em maio vão fazer com que a estabilidade e a confiança dos eleitores voltem, é nisto que estamos trabalhando”, afirmou Milton Manoel. “A comunidade merece uma festa todos os dias, nossa
Ipatingaço
população é quem merece todos os parabéns, pois são eles quem fazem de nossa cidade um lugar melhor”, completou.
Com Milton Manoel como prefeito, a câmara abriu uma nova vaga para vereador, e quem assumiu a cadeira foi Celinho, que também esteve presente no local e analisou a festa do aniversário da cidade e o momento político pelo qual vem passando. “Esta é uma festa jamais vista em Ipatinga, sem briga e confusões, porque a cidade está feliz. Mas o maior presente mesmo que a população ganhou foi a marcação da nova eleição para prefeito de Ipatinga. Eu também estou muito feliz, pois ganhei um grande presente ao voltar à câmara de vereadores”, comemorou Celinho, que
acrescentou ainda que “a população deve ficar atenta às propostas dos candidatos e votar consciente. Que a população confie que este tempo ruim vai passar e Ipatinga vai voltar a respirar aliviada”, concluiu. O último dia da grande festa foi comemorado juntamente com o Dia do Trabalhador em 1° de maio. O artista a brilhar desta vez foi o cantor Zeca Pagodinho, que levou milhares de fãs a sambarem. Esteve presente também o governador do Estado, Antônio Anastasia, que elogiou a estrutura da cidade e comemorou juntamente com o público o aniversário de Ipatinga e o dia do trabalhador.
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46 anos
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Fórum das Águas leva milhares de pessoas ao
Parque Ipanemal
Mais de cem mil pessoas passaram pelo Parque Ipanema durante os quatro dias da 5ª edição do Fórum das Águas do Rio Doce que terminou no dia 10 de abril, com o foco “Água e Educação: Garantia para o futuro.
A Secretaria de Saúde orientou a população e prestou serviços à comunidade. Participantes do Programa Segundo Tempo e vinte grupos de artistas regionais convidados pela PMI fizeram apresentações. 30 mil estudantes expuseram seus trabalhos e viram o “Boitatá contra a poluição”, desenvolvido pelas Escolas Municipais Maria Rodrigues Barnabé, no Iguaçu, e Zélia Duarte Passos, no Bethânia, além dos estandes e oficinas e minicursos. O 5º Fórum das Águas foi promovido pela Prefeitura de Ipatinga, governos
Meio Ambiente
de Minas Gerais e do Espírito Santo, e realizado pelo Projeto Águas do Rio Doce e Instituto Eco-Futurismo.
- Bancos do Parque Ipanema recebem imagens da fauna e flora do Rio Doce O Parque Ipanema recebeu um patrimônio de presente da 5ª edição do Fórum das Águas do Rio Doce. São 33 novos bancos distribuídos próximo aos Galpões de entrada e ao Parque da Ciência, com pinturas inspiradas na fauna e na flora da bacia do Rio Doce. São trabalhos em grafite que ilustram flores e animais como a onça-pintada, jacaré-do-papo-amarelo e lobo guará, além de peixes e aves como a arara, jacu e tucano. Milhares de crianças visitaram os estandes do 5º Fórum das Águas e apresentaram seus trabalhos
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Cidade Verde do Vale do Aço também completa 46 anos
alto da região do Vale do Aço, com 864 metros de altitude, onde estão instaladas as torres de transmissão das emissoras de rádio e TV da região. O pico do Ana Moura é considerado como um ponto apropriado para a prática de saltos esportivos e exibição, por causa das condições térmicas e velocidade do vento. Por terra, os esportes como montanhismo, rapel e treeking também são praticados no local. Há ainda a proposta de incluir o downhil, uma modalidade do ciclismo de aventura.
Divulgação
Comemorando 46 anos de emancipação, a cidade de Timóteo se orgulha em ser uma das cidades mais verdes do Vale do Aço. O Parque Estadual do Rio Doce protege a maior área de mata atlântica do Estado, considerada reserva da biosfera pela Organização das Nações Unidas. Dos quase 36 mil hectares do Parque do Rio Doce, cinco mil estão em Timóteo – cerca de 15% do Parque. Essa área do Parque ocupa 36% do município, com 145 quilômetros quadrados de extensão. Outro ponto turístico de Timóteo é o pico do Ana Moura – o ponto mais
A Igreja Matriz São José é um dos principais pontos turísticos da cidade no alto do Timirim
Centro Comercial da cidade . Aos 46 anos, Timóteo se alegra em ser uma cidade tranquila
Divulgação
Santana do Paraíso em festa
O prefeito, Joaquim Correia de Melo – Kim, participou do corte do bolo que tinha 18 metros.
O aniversário da cidade de Santana do Paraíso foi no último dia 28, mas as festividades aos 18 anos de emancipação começaram no dia 22, com apresentações gospel: a dupla Paulo e Silas e a Banda Unida, de Belo Horizonte. O preletor foi o pastor Magela Theodoro, de Vitória (ES). No dia seguinte, a população ganhou uma rua de lazer e tendas com serviços de saúde e beleza, durante o dia. A noite aconteceu a seresta com Waldir Silva e conjunto musical em homenagem aos Pioneiros de Santana do Paraíso, na Praça da Matriz. O dia 24 de abril foi o mais marcante para a população. Na Praça da Matriz de Santana do Paraíso, centenas de pessoas se reuniram para o tradicional parabéns e corte do bolo de 18 metros de comprimento. Às 10 horas houve missa em homenagem as crianças na igreja Matriz de Santana e às 10h30 em coro e puxado pelo prefeito Joaquim Correia de Melo – Kim (PT), todos cantaram o tradicional parabéns à cidade. O bolo com recheio de doce
de leite foi servido com refrigerante gelado, fazendo a festa de idosos, adultos, crianças e adolescentes. À noite, na área de Festas, a animação ficou por conta da dupla sertaneja Relber e Allan, a partir das 21h e Marleytal e banda à meia noite.
A praça principal da cidade foi palco dos parabéns e do corte do bolo