Agenda SEDUC 2022

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100 ANOS

PAULO FREIRE

“ É PRECISO TER ESPERANÇA, MAS TER ESPERANÇA DO VERBO ESPERANÇAR: PORQUE TEM GENTE QUE TEM ESPERANÇA DO VERBO ESPERAR.”

2022


Expediente Governador Camilo Sobreira de Santana Vice-governadora Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Secretária da Educação Eliana Nunes Estrela Secretário Executivo de Cooperação com os Municípios Márcio Pereira de Brito Secretária Executiva do Ensino Médio e Profissional Maria Jucineide da Costa Fernandes Secretária Executiva de Gestão da Rede Escolar Maria Oderlânia Torquato Leite Secretária Executiva de Planejamento e Gestão Interna Stella Cavalcante Coordenadora de Cooperação com Municípios para Desenvolvimento da Aprendizagem na Idade Certa Bruna Alves Leão

Querida professora, querido professor Coordenadora de Educação e Promoção Social Francisca Aparecida Prado Pinto Agenda Coordenação Editorial SEDUC-CE Texto e seleção das citações Tâmara Bezerra Projeto Gráfico Rafael Limaverde Diagramação Marisa Marques de Melo Revisão editorial - Eixo de Literatura e Formação do Leitor Fabiana Skeff – Gerente Elder Monteiro Sammya Araújo

Queremos presenteá-la(lo) com a agenda literária de 2022 que celebra o centenário do nosso amado Paulo Freire. Seguimos reafirmando com você nosso compromisso por uma educação libertadora que busca contribuir na formação da consciência crítica da realidade. Assim, como Paulo, compreendemos a educação como um ato de amor e coragem carregada de sentido. Aproveitamos a oportunidade para agradecer seu engajamento e dedicação como professora e professor diante dos desafios que nos foram impostos nos anos anteriores. Desejamos que nesse novo ano possamos sempre caminhar lado a lado, trilhando novas missões e realizações para qualidade e equidade do ensino da rede pública cearense. Que essa agenda literária possa marcar com afeto e ternura seus dias e meses.

Secretaria da Educação do Ceará


DADOS PESSOAIS Nome: Residência: Cidade:

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Confraternização Universal Carnaval Quarta-Feira de Cinzas Paixão de Cristo Dia de Tiradentes Dia Mundial do Trabalho Corpus Christi Independência do Brasil Nossa Senhora da Aparecida Finados Proclamação da República Natal Véspera de Ano Novo

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01 Jan 01 Mar 02 Mar 15 Abr 21 Abr 01 Mai 16 Jun 07 Set 12 Out 02 Nov 15 Nov 25 Dez 31 Dez

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Querida professora e querido professor

Esta agenda foi pensada para quem caminha sobre o chão da sala de aula, foi sonhada para ser uma contribuição para as vozes do cotidiano da escola pública do estado do Ceará. Então, ela é dedicada a você, que escolheu a profissão de educar como um ato de amor. Ao percorrer estas páginas, seu trajeto durante o ano de 2022 será banhado pela imagem e pela palavra de Paulo Freire, o patrono da educação brasileira. Além da justa homenagem pela ocasião do centenário do educador em 2021, consideramos que estas imagens e palavras chegarão em suas mãos durante a travessia de um tempo muito difícil para a humanidade. Há dois anos fomos surpreendidos por um vírus que nos conduziu a pausar todas as agendas, nos fechou em nossas casas e cobriu todo o planeta Terra de medo do futuro, dessa forma, compreendemos que, mais do que nunca, o “esperançar” freireano se faz necessário nesta e em todas as agendas. A vida e obra de Paulo Freire nos convidam a olhar o outro, a valorizar a existência desse outro, a respeitar e a considerar o cotidiano e a palavra de meninas e meninos, mulheres e homens. Quando propõe o Círculo de Cultura como a estratégia de educação mais significativa de sua pedagogia, ele nos chama à proximidade do diálogo, nos move a desfazer filas e a romper com os silenciamentos. No círculo, não existe a ideia de primeiro nem de último: no círculo, podemos ver a todos e a todas da mesma maneira, pois, em círculo, podemos olhar nos olhos uns dos outros.


Portanto, foi coberta de intenção pedagógica e baseada numa educação humanista que a equipe do Eixo de Literatura e Formação do Leitor - Mais PAIC escolheu o círculo de cultura tanto como uma das principais estratégias do seu projeto de formação de educadores quanto como um dos momentos estruturantes das jornadas de leitura literária sistematizadas nas salas de aula de crianças e adolescentes. Nossa perspectiva é formar leitores autônomos, críticos e reflexivos, mas é também formar seres humanos capazes de olhar o outro e ler o mundo, conforme nos ensinou o mestre. Tal qual o poeta nos lembra a vastidão do mundo, nós consideramos que é igualmente vasta a possibilidade de educar para um mundo melhor, segundo bem escreveu Freire: “Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos”. O educador e pedagogo pernambucano foi o brasileiro que mais foi agraciado com títulos de Doutor Honoris Causa da História, homenageado por universidades brasileiras e estrangeiras. Também foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 1995 e ganhou o prêmio de Educação para a Paz da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura (UNESCO) em 1986. Esse reconhecimento mundial orgulha o Nordeste e o Brasil, além de nos motivar a honrar o seu legado. Na condição de cidadão e professor, sua jornada ensina, tanto como sua vasta obra, uma maneira de educar voltada para o cotidiano dos estudantes e para as suas experiências de vida, uma vez que a filosofia freireana baseia-se no diálogo, incentivando a criação de possibilidades educativas para que estudantes se tornem aprendizes ativos. Paulo Freire defende uma educação que privilegia a criticidade e a amorosidade, por isso suas propostas rompem barreiras e aproximam educadores e

educandos. Ele ensina que “educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante”. Ao escrever para e pela educação, Freire revela que, para conhecer o mundo, é necessário não esquecer o quintal da infância, visto que “Todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje [...]. Temos de saber o que fomos, para saber o que seremos”, razão pela qual esta agenda convida a iniciar o ano apreciando a frondosa mangueira desenhada por Rafael Limaverde. Ela simboliza o quintal do menino que, à sombra dessa árvore tão familiar em nossas paisagens, começou a escrever, ainda criança. Recorrentemente a escrita freiriana retoma essa sombra presente em sua memória e em sua história, já que Paulo foi um menino que saboreou o prazer de estar à sombra de uma mangueira. Portanto, tal qual o pernambucano, os meninos e as meninas que frequentam nossas escolas merecem a proteção sombreira de uma educação dialógica e libertadora. Aqui, na abertura de cada mês, você encontrará um pequeno trecho da biografia desse grande educador, assim, ao longo de todo o ano, irá se envolver com a sua trajetória e poderá desfrutar da poesia dessa história que tem cheiro de manga madura. Aliás, muitos trechos de seus livros estão distribuídos ao longo das páginas: eles foram garimpados na vasta obra do mestre na intenção de que você encontrasse “boniteza” e incentivos para seguir acreditando no amanhã e na força da palavra, crendo que “[…] não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”. Sigamos em 2022! Façamos círculos para olhar nos olhos uns dos outros. Sigamos aprendendo e ensinando o verbo “esperançar”!


“Não há mudança sem sonho como não há sonho sem esperança” (FREIRE, 2002, p.47)


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ra uma vez um menino chamado Paulo. Em 19 de setembro de 1921, a ensolarada

cidade de Recife tornou-se o berço de um dos pensadores mais reconhecidos universalmente. O menino transformou-se em um grande

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educador, revelando ao mundo que educar é um ato de amor e de coragem. As palavras sempre orbitaram a história de Paulo. No “livro de bebê”, sua mãe escreveu as memórias do filho caçula e relatou momentos singulares da vida desse menino que só adormecia nos “brações” do pai, ouvindo-o tocar violão e cantar “bem baixinho”.

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“[…] é preciso que saibamos que, sem certas qualidades ou virtudes como amorosidade, respeito aos outros, tolerância, humildade, gosto pela alegria, gosto pela vida, abertura ao novo, disponibilidade à mudança, persistência na luta, recusa aos fatalismos, identificação com uma esperança, abertura à justiça, não é possível a prática pedagógica-progressista, que não se faz apenas com ciência e técnica” (FREIRE, 2002, p. 45).


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ncantado com a beleza que mora na palavra, o menino Paulo ganhou

intimidade com a leitura, sendo conduzido pela mão amorosa de sua mãe. Suas primeiras palavras foram escritas na areia com gravetos das mangueiras frondosas que habitavam

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o quintal da casa onde nasceu. Ali também nasceram palavras com aroma de manga madura. O princípio de uma vasta obra escrita para e pela educação foi à sombra de uma mangueira, certamente, dela brotou o “gosto pela alegria” e o “gosto pela vida” que acompanharam todo o seu caminhar.

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“Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo” (FREIRE, 2001, p. 110).


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m belo dia, o quintal com mangueiras foi levado na

memória do menino Paulo. Aos 10 anos, ele foi morar com a família numa cidadezinha próxima à

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Recife. Muitas vezes, ele afirmou: “Jaboatão tem sabor de dor e de prazer, de sofrimento e de amor, de angústia e de crescimento”. Foi lá que, aos 13 anos de idade, o menino experimentou a dor da perda do pai, viu sua mãe, precocemente, enlutada e desafiada a lutar para sustentar a si e a seus quatro filhos. Paulo amadureceu enfrentando inúmeros desafios e dificuldades junto com a família. Foi com a mãe que ele aprendeu a “esperançar”.

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“Quando a educação não é libertadora o sonho do oprimido é tornar-se opressor” (FREIRE, 2002, P.24).


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aulo sempre foi um bom contador de histórias que amava profundamente

o mundo e toda forma de vida. Seu relato sobre a primeira professora, aos 06 anos de idade, é uma narrativa coberta de

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reconhecimento e poesia: “Quando Eunice me ensinou era uma meninota (…) de seus 16, 17 anos. Sem que eu ainda percebesse, ela me fez o primeiro chamamento. Ela com certeza não me disse, mas é como se tivesse dito a mim, ainda criança pequena: ‘Paulo, repara bem como é bonita a maneira que a gente tem de falar!’ É como se ela me tivesse chamado”. Foi como um convite para amar o mundo, as palavras e as pessoas que as proferem.

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“A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem” (FREIRE, 2001, p.104).


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aulo também narra que durante a escola primária foi o

período mais duro da fome: “Não da ‘fome’ intensa, mas de uma fome suficiente para atrapalhar o

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aprendizado”, mesmo assim, ele amava estudar. Como a pequena Jaboatão só contava com escolas primárias, com o avançar dos estudos, foi necessário se mudar. Ele fez o antigo exame de admissão e entrou no ginásio numa idade em que seus colegas de geração, cujos pais tinham recursos financeiros, já estavam entrando na faculdade. Mesmo diante da dureza da vida, o “esperançar” e o amor pelas palavras o impulsionaram a seguir. IMPORTANTE


ANOTAÇÕES

“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria” (Freire, 2006. p.53).


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menino esperançoso também aprendeu sobre acolhimento. Houve um tempo em que sua mãe encontrou-se sem condições de continuar pagando a escola privada no Recife. Depois de uma árdua busca, ela finalmente encontrou o dono de um colégio que, generosamente, atendeu ao seu pedido de uma bolsa de estudos para o filho. Paulo relembrou como a mãe anunciou a novidade: “Olha, a única exigência que o Dr. Aluízio fez é que você fosse estudioso”. Como o tempo é mágico, o menino estudioso, mais adiante, tornou-se professor no Colégio Oswaldo Cruz, aquele que o acolheu na adolescência. Paulo encontrou a boniteza de ensinar e aprender.

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“O homem é um ser histórico “datado e situado”, mas que não está limitado ao tempo e ao espaço, ele é capaz de transcender essas esferas, é capaz de estar no mundo e de transformálo sendo um ser inconcluso, inacabado, que tem a educação como instrumento de emancipação” (FREIRE, 2001, p. 52).


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os 22 anos, ingressou na Faculdade de Direito, de Recife. Fez essa escolha,

pois não havia ensino superior para educadores em Pernambuco. Antes de concluir a universidade, casou-se, em 1944, com a professora primária Elza Oliveira. O encontro de amor gerou uma família e cinco filhos: Maria Madalena, Maria Cristina, Maria de Fátima, Joaquim e Lutgardes. Aquele menino, agora pai, estava destinado a batalhar pela educação brasileira e ser capaz de muitas transformações.

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“Há uma esperança, não importa que nem sempre audaz, nas esquinas das ruas, no corpo de cada uma e de cada um de nós” (FREIRE, 1997, p.5).


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professor Paulo tornou-se diretor de Educação e Cultura

do SESI, lá encontrou-se com alunos adultos-trabalhadores. Com esses homens e mulheres que buscavam dignidade por meio da palavra,

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descobriu que em cada ser humano existe uma esperança. Dessa forma, decidiu lutar por um Brasil que precisava de enfrentamento perante a questão da educação e, principalmente, da alfabetização. O menino da mangueira traçou uma significativa jornada. Foi sempre movido pela ética, pela moral e por uma educação voltada para a consciência democrática. Paulo constatou que ensinava, porque acreditava na “educação como instrumento de emancipação”.

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“Preciso, agora, saber ou abrir a mim, a realidade desses alunos com quem compartilho a minha atividade pedagógica. Preciso tornar a mim, se não absolutamente íntimo de sua forma de estar sendo, no mínimo, menos estranho e distante dela. E a diminuição de minha estranheza ou de minha distância da realidade hostil em que vivem meus alunos não é uma questão de pura geografia” (FREIRE, 2002, p. 51).


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docência no ensino superior foi mais um espaço de luta por uma

“educação libertadora”. Sua primeira experiência foi lecionando Filosofia da Educação na Escola de Serviço Social, da

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Universidade do Recife. Em 1959, obteve o título de Doutor em Filosofia e História da Educação e passou a ocupar o cargo de professor efetivo de Filosofia e História da Educação, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Recife. Foi no ato de ensinar que Paulo compreendeu a importância de tornar-se íntimo da realidade de seus alunos.

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“O professor autoritário, que recusa escutar os alunos, se fecha a esta aventura criadora. Nega a si mesmo a participação neste momento de boniteza singular: o da afirmação do educando como sujeito do conhecimento” (FREIRE, 2002, p. 47).


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aulo sempre argumentou sobre a importância da escuta para uma educação humanista.

No relatório intitulado “A Educação de Adultos e as Populações Marginais: O Problema dos Mocambos”, apresentado em 1958, no Rio de Janeiro,

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firmou-se como educador progressista. A linguagem “freireana” apresentava-se como uma forma poética de falar sobre uma educação que valoriza a palavra do educando. O relatório propunha que a educação desses adultos deveria fundamentar-se na consciência sobre a realidade da cotidianidade vivida e jamais reduzir-se em um simples conhecer de letras, palavras e frases. Paulo forjava-se pela práxis vivida como pedagogo do oprimido, mesmo sem ainda ter escrito a Pedagogia do Oprimido.

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“Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” (FREIRE, 2002, p. 39).


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ngicos é mais uma palavra geradora desta história. Em 1963, na pequena cidade

no sertão do Rio Grande do Norte, Paulo implementou um projeto de alfabetização para 380 trabalhadores, que ficou conhecido como “Quarenta horas de Angicos”. Foi lá

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que os participantes do “círculo de cultura” dialogaram sobre o objeto a ser conhecido e sobre a representação da realidade a ser decodificada, eles responderam às questões provocadas, aprofundando suas leituras do mundo. Em 1964, vieram as Forças Armadas, que, de um golpe, tomaram o Brasil. Paulo esteve no exílio por quase dezesseis anos, exatamente porque lutou para que um grande número de brasileiros e brasileiras tivessem acesso à educação e pudesse ler a palavra lendo o mundo.

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“Eu gostaria de ser lembrado como um sujeito que amou profundamente o mundo e as pessoas, os bichos, as árvores, as águas, a vida” (FREIRE, 2004, p. 329).


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aulo “andarilhou” por muitas terras como costumava afirmar, espalhando sua palavra por este vasto mundo. Em 1967, publicou seu primeiro livro: “Educação como prática da liberdade”. No ano seguinte, publicou sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, traduzida para diversos idiomas. Em agosto 1979, sob o clima da anistia política, voltou ao Brasil, conforme afirmou naquele momento, “re-aprender meu país”. Teve que recomeçar, mais uma vez, porém sua palavra contra uma educação opressora já havia espalhado-se. Viúvo, Paulo reencontrou o amor, uma amiga da infância. Em 1988, casou-se com “Nita”, como chamava a menina que conhecia desde pequena nos corredores do Colégio Oswaldo Cruz, a filha do Dr Aluízio, aquele que um dia exigiu de Paulo ser estudioso.

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m 1997, o Brasil perdeu Paulo Freire e em 2012 o reconheceu como Patrono da Educação Brasileira. Esta é a história de um pensador que escreveu esperança com galhos de mangueira, atendendo ao chamamento da primeira professora: reparar bem a beleza das palavras que as pessoas falam e escrevem.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 10.a edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1979. FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. Trad. de Kátia de Mello e Silva. São Paulo: Cortez & Moraes, 1980. FREIRE, Paulo. & SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez Editora & Autores Associados, 1991. FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 25.a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001. FREIRE, Paulo. Pedagogia dos Sonhos Possíveis. São Paulo: UNESP, 2001. FREIRE, Paulo. Vida e obra. São Paulo: Expressão Popular, 2001. FREIRE, Paulo. Política e Educação: ensaios. 5.a ed. São Paulo: Cortez Editora, 2001. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 2002. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25.a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. 9.a. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 38.a ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004. (O manuscrito da obra original em 1968 e a 1a edição publicada em inglês em 1970 em Nova Iorque, 1a edição em português em 1974.

COORDENADORIA DE COOPERAÇÃO COM OS MUNICÍPIOS PARA DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM NA IDADE CERTA – COPEM *(85) 31013942 NOME

Bruna Alves Leão

Marília Gaspar Alan e Silva Raimundo Elson Mesquita Viana Antônia Alves da Costa Penha Marlene Tavares dos Santos Regina Coeli Avelar Monteiro

FUNÇÃO Coordenadora da Coordenadoria de Cooperação com os Municípios para Desenvolvimento da Aprendizagem na Idade Certa – COPEM Articuladora/COPEM Comunicação Secretária do Gabinete Apoio Apoio

E-MAIL bruna.leao@ prof.ce.gov.br marilia.silva1@ prof.seduc.ce.gov.br elson@seduc. ce.gov.br antoniac@ seduc.ce.gov.br marlenets@ seduc.ce.gov.br regina.avelar@ seduc.ce.gov.br

CÉLULA DE FORTALECIMENTO DA ALFABETIZAÇÃO E ENSINO FUNDAMENTAL CEFAE *(85) 31013944 NOME

FUNÇÃO

E-MAIL

Karine Figueredo Gomes Izabelle de Vasconcelos Costa Maria Fabiana Skeff de Paula Miranda Antônio Elder Monteiro de Sales

Orientadora dos Anos Iniciais Orientadora dos Anos Finais Gerente do Eixo de Literatura e Formação do Leitor

Sammya Santos Araújo

Técnica Educacional

Rakell Leiry Cunha Brito Maria Valdenice de Sousa Caniggia Carneiro Pereira

Gerente do Ciclo de Alf.1º e 3º ano

karine.gomes@ seduc.ce.gov.br izabelle.vasconcelos@ seduc.ce.gov.br fabianasp@ seduc.ce.gov.br elderms@ seduc.ce.gov.br sammya.santos@ prof.seduc.ce.gov.br rakell@seduc. ce.gov.br valdenice@ seduc.ce.gov.br caniggia.carneiro@ seduc.ce.gov.br

Técnico Educacional

Gerente de Logística Gerente dos 4º e 5º ano


Luiza Helena Martins Lima Tabita Viana Cavalcante Galça Freire Costa de Vasconcelos Carneiro Rafella Fernandes de Araújo Ednalva Menezes da Rocha

Técnica de Matemática do 4º e 5º ano Gerente dos Anos Finais e formadora de matemática Formadora de Ciências da Natureza dos Anos Finais Formadora de LP dos Anos Finais Técnica do Programa Inteligentes

luiza.lima@ prof.ce.gov.br tabita.cavalcante@ seduc.ce.gov.br galca.freire@ prof.ce.gov.br rafaella.araujo@seduc. ce.gov.br ednalva.rocha@ seduc.ce.gov.br

CÉLULA DE FORTALECIMENTO DA GESTÃO MUNICIPAL E PLANEJAMENTO DE REDE – CEMUP *(85) 31013946 NOME Ana Paula Silva Vieira Antonia Varele da Silva Gama Cíntia Rodrigues Araújo Coelho Raquel Almeida de Carvalho Claudio Roberto Fernandes da Silva Maria Angélica Sales da Silva Elineide Teles Frota Fernando Hélio dos Santos Costa Leide Ana Rabelo Magalhães Paulo Felipe Saraiva Barbosa Silvia Helena Cezário Araújo Antonia de Araújo Albuquerque

FUNÇÃO Orientadora Célula de Fortalecimento da Gestão Municipal e Planejamento de Rede - CEMUP Téc.Formação-Gestor-EF e Programas Federais Téc.Formação-Gestor-EF Téc.Formação-Gestor-EF Sistemas de acompanhamento Sistemas de acompanhamento e Programas Federais Prêmio Escola Nota 10 Prêmio Escola Nota 10 Prêmio Escola Nota 10 Prêmio Escola Nota 10 Prêmio Escola Nota 10 Programas Federais

E-MAIL anapaula.vieira@ prof.ce.gov.br varelegama@ prof.ce.gov.br cintia.coelho@ prof.ce.gov.br raquel.carvalho@ prof.ce.gov.br claudiorobertofsilva@ prof.ce.gov.br angelica.sales@ prof.ce.gov.br elineidefrota@ seduc.ce.gov.br fernando.costa@ seduc.ce.gov.br leide.rabelo@ seduc.ce.gov.br paulofsb@ prof.ce.gov.br silvia.araujo@ seduc.ce.gov.br antoniaaa@ seduc.ce.gov.br

Benedita Carvalho Mota de Andrade Maria Arlete Barbosa da Silva Maria de Fátima Xavier Magalhães Joana D’arc Maia Feitosa Correia

Programas Federais Programas Federais Programas Federais Bolsa Família- CEI-Ouvidoria

benedita@ seduc.ce.gov.br arlete@seduc. ce.gov.br mfatimaxm@ seduc.ce.gov.br joanadarc@ seduc.ce.gov.br

CÉLULA DE COOPERAÇÃO FINANCEIRA DE PROGRAMAS DE PROJETOS – CECOF *(85) 31013975 NOME

FUNÇÃO

Francisco Bruno Freire

Orientador da Célula de Cooperação Financeira de Programas e Projetos – CECOF

Aécio de Oliveira Maia Déborah Azevedo de Araújo Antonio Clecio Sousa Lima Luiz Ricardo da Silva Marques Maria Dalva Gomes de Almeida Carneiro Marco Aurélio Silva Colares Maria Albanisa dos Santos Sousa Ernani José Guimarães de Carvalho

Assessor Técnico – Convênios Assessora Técnica – Contratos de Transporte Escolar Assistente Técnico – Termos do Transporte Assistente Técnico – Termos do Transporte Assistente Técnico – Termos do Transporte Assessor Técnico – Convênios

Gerusa Valentin de Sena José Maria de Carvalho

Técnica – Termos do Transporte Técnico – Termos do Transporte Técnico – Contratos de Transporte Escolar Técnica– Termos do Transporte Técnico – Termos do Transporte

Luis Augusto Lima

Assistente Técnico

Ilneyvison da Silva Luz

E-MAIL bruno.freire@ seduc.ce.gov.br aecio.maia@ seduc.ce.gov.br deborah.azevedo@ seduc.ce.gov.br clecio.lima@ seduc.ce.gov.br luiz.marques@ seduc.ce.gov.br Maria.dalva@ seduc.ce.gov.br marco.colares@ seduc.ce.gov.br albanisasantos@ seduc.ce.gov.br ernani.carvalho@ seduc.ce.gov.br ilneyvison@ seduc.ce.gov.br gerusavs.seduc.ce. gov.br jmc@seduc.ce. gov.br augusto@ seduc.ce.gov.br


COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO SOCIAL – COEPS *(85) 31013889 NOME

FUNÇÃO

Francisca Aparecida Prado Pinto

Coordenadora da Coordenadoria de Educação e Promoção Social - COEPS

Antonia Araújo de Sousa Sandra Maria Silva Leite

Articuladora/COEPS Assessora Técnica

Ana Alice Holanda

Apoio

CÉLULA DE INTEGRAÇÃO ESCOLA, FAMÍLIA, COMUNIDADE E REDE DE PROTEÇÃO – CIEFP *(85) 31013943

E-MAIL

NOME

aparecida.prado@ prof.ce.gov.br antonia.sousa38@ prof.ce.gov.br sandra.leite@ prof.ce.gov.br analice.holanda@ seduc.ce.gov.br

CÉLULA DE APOIO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL (CADIN) * (85) 31016557 NOME Aline Matos de Amorim Wandelcy Peres Pinto Francisca Aline Teixeira da Silva Barbosa Iêda Maria Maia Pires Temis Jeanne Filizola Brandão dos Santos Rosiane Ferreira da Costa Rebouças Mirtes Moreira da Costa Ellen Damares Felipe de Queiroz Santana Vilma Rodrigues Genivaldo Macário de Castro

FUNÇÃO Orientadora da Célula de Apoio e Desenvolvimento da Educação Infantil - CADIN Gerente do Eixo de Currículo e Formação de professores da Educação Infantil Assessora Técnica Técnica Educacional Técnica Educacional Técnica Educacional Técnica Educacional Técnica Educacional Técnica Educacional Técnica Educacional

E-MAIL aline.amorim@ prof.ce.gov.br wanda.peres@ prof.ce.gov.br francisca.barbosa6@ prof.ce.gov.br ieda.pires@ prof.ce.gov.br temis.santos@ prof.ce.gov.br rosiane.costa@ prof.ce.gov.br mirtes.costa@ prof.ce.gov.br ellenqueiroz@ prof.ce.gov.br santana.rodrigues@ prof.ce.gov.br genivaldo.macario@ prof.ce.gov.br

Maria Katiane Liberato Furtado

Régis Brito Ribeiro

FUNÇÃO Orientadora da Célula de Integração Escola, Família, Comunidade e Rede de Proteção - CIEFP Gerente do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Infantil - PADIN

José Felício da Silva

Assessor Técnico da CIEFP

Daniel Marinho Almeida Ana Paula Pinto de Oliveira Débora Oliveira Cavalcante Ribeiro

Técnico Educacional

Elvira Carvalho Mota

Técnica Educacional

Maria Ana do Amarante Azevedo Bárbara Bezerra Cruz Salvador

Técnica Educacional

Daniele Silva Vieira

Técnica Educacional

Técnica Educacional Técnica Educacional

Técnica Educacional

E-MAIL katiane.liberato@ prof.ce.gov.br regis.ribeiro@ prof.ce.gov.br felicio.silva@ prof.ce.gov.br daniel.almeida3@ prof.ce.gov.br ana.oliveira20@ prof.ce.gov.br debora.oliveira@ seduc.ce.gov.br elvira.mota@ prof.ce.gov.br maria.azevedo7@ prof.ce.gov.br barbara.cruz86@ prof.ce.gov.br daniele.vieira@ prof.ce.gov.br




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Esta agenda é uma produção da Secretaria da Educação do Estado do Ceará e sua distribuição é gratuita. É proibida a venda e a reprodução total ou parcial para fins comerciais.


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