VET ANOTE ESPECIAL
Preço baixo não fideliza cliente Mais do que valor, manter-se à frente e buscar pelo algo a mais pode ser determinante para transformar seu negócio em único › GLAUCIA BEZERRA, DA REDAÇÃO glaucia.bezerra@curuca.org
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grande estratégia é usar a inteligência, e ter um preço competitivo. O especialista, que há 18 anos trabalha com fidelização e relacionamento, salienta que é importante as empresas manterem alguns de seus produtos e serviços com um preço baixo para atrair clientes, porém, a maioria dos serviços deve possuir uma margem adequada para garantir a sustentabilidade do negócio em longo prazo, neste caso, mais importante do que ser barato é parecer barato. “Pensando em uma clínica veterinária “As pessoas não valorizam pessoas, ninguém gosta de pagar caro pela consulta, porém estão dispostas a pagar por um remédio que traz a promessa de cura”, afirma Gonçalves Fotos: divulgação
preço é desde sempre um diferencial para atrair clientes ou afastar. Por este motivo, é comum surgirem dúvidas sobre a definição e aplicabilidade das tabelas de valores, o que ocorre em todas as modalidades de negócios, inclusive nos destinados ao atendimento aos pequenos animais, como clínicas e pet shops. Sendo assim, é preciso manter-se atento ao chamado preço baixo, que, segundo o especialista e sócio proprietário da empresa Marka Fidelização (São Paulo/SP), Marcelo Cristiano Gonçalves, deve ser considerado opção quando se encaixa em um contexto. “Qual o objetivo do preço baixo? Ele existe para que você possa atrair um cliente. Porém, ele é um investimento realizado pela empresa, ou seja, ela diminuiu a faixa de lucro na esperança de conquistar um consumidor. Neste processo é preciso analisar o que a ação pode ocasionar, e no pior dos casos é a falência”, afirma e completa que a
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com atendimento completo, de serviços à produtos, o conceito de parecer barato deve ser englobado em um produto chamariz, nele se trabalha com uma margem baixa, ou até negativa. Em clínicas o importante é descobrir um produto/serviço que pode puxar os demais”, explica Gonçalves e completa que não se pode abaixar o preço em tudo, nem encarecer tudo. É preciso agir com inteligência, definir qual o produto de melhor propagação e que não traga prejuízos. E para tanto, o especialista explica a importância de se fazer ‘ver’. “O que adianta ter um preço baixo se ninguém souber? É preciso investir em ações de divulgação. Sem promoção não será possível atrair clientes. O preço pode ser uma estratégia para conseguir outros clientes na região, porém, desde que seja divulgado”. A baixa de preço vem atrelada ao fato da maioria das pessoas não querer o menor preço. “Elas gostam de qualidade, é preciso se atentar, pois muitas vezes abaixar o preço desqualifica a empresa. A questão de estratégia de precificação é um assunto que deve ser tratado com muito cuidado, pois o público A e B está preocupado com outros valores que não o preço, como por exemplo, o sentimental. O que caracterizam detalhes para que o cliente possa voltar”, afirma. Gonçalves aborda também outro ponto de atenção, pois se falarmos em um público C, D e E, percebe-se que a questão de preço faz uma diferença muito maior. “Assim, ao abaixar o valor é preciso pensar muito, pois o resultado pode ser atrair o cliente errado”, afirma e complementa que o preço seduz clientes, mas não deve ser a única opção, pois a verdadeira fidelização surge por meio de um serviço e atendimento qualificado. “Na área de serviços, o apoio é muito mais importante do que a construção de um programa de fidelização, não adianta você criar um serviço de primeira linha e o atendimento ser ruim. Para fidelizar um cliente é necessário transmitir confiança. Já em caso de venda de produtos, pet shop, por exemplo, vale o uso da prática dos brindes, existem artefatos que custam pouco para o dono do estabelecimento, mas terão um enorme valor para o tutor do pet”, frisa o especialista. Para finalizar, Gonçalves relembra que a peça fundamental para o crescimento do negócio é saber ouvir. “Principalmente as reclamações, qualquer empresa pode ter problema com o cliente, ele pode sim reclamar. Agora quando existe a reclamação e ela é atendida, esse ator se torna ainda mais fiel à empresa, pois sabe que foi ouvido e atendido. Ter um problema não ‘desfideliza’, o que acaba com um relacionamento é a falta de atenção, quem sabe ouvir tem a oportunidade de ganhar o cliente para o resto da vida, em um processo de parceria”. ◘