A importância do pai Para refletir sobre a importância do pai na formação do indivíduo.

por Simone Gutierrez- Psicanalista

O papel do pai é decisivo na formação de um homem e de uma mulher. A função paterna de provedor é histórica, porém vai muito além disso. A relação entre pai e filhos deve ser criada e fortalecida desde a concepção. O pai é quem promove a ética, a lei e a responsabilidade, e estas que vão construindo a identidade e a personalidade da criança. Para que isso ocorra é necessário que a criança veja sua imagem no pai e seja vista por ele.

A convivência do pai com os filhos gera um vínculo que se torna referência para eles. Os filhos buscam na figura masculina um modelo de identificação que gera autoconfiança e segurança e assim a criança começa a descobrir a relação com o mundo e com a realidade.

A autoridade e o limite exercidos pelo pai serão decisivos no futuro da criança. Nas suas relações sociais, na busca de objetivos, gerando confiança e independência. Crianças que não conheceram limites advindos do pai irão procurá-los de outras formas quando adultos, frequentemente os buscando em situações de conflito e perigosas como o uso de álcool e drogas. A criança que não cresce com a presença paterna tende a desenvolver características mais agressivas ou optam pelo isolamento. É o que reflete hoje as escolas, por exemplo. O pai, portanto, tem um lugar essencial na formação de seus filhos para que amadureçam, preservem e honrem a vida que lhes foi dada.

FORMATURA EM ÉPOCA DE ISOLAMENTO SOCIAL

No dia 11 de julho, domingo, aconteceu a formatura da Turma C, da Formação em Psicanálise do IBCP. Depois de 30 meses de estudos teóricos e práticos, e por mais que os colegas se encontrem apenas em ambiente online, as memórias de um longo período de convívio não foram enfraquecidas pelo distanciamento necessário nos dias de hoje.

O evento celebra a conquista dos alunos, que com o fruto dos seus esforços conseguiram um grande passo em direção a desejada carreira de psicanalista.

"ESTA CONQUISTA DEMONSTROU QUE É POSSÍVEL, SIM, CONTINUAR SEGUINDO EM FRENTE, COM FORÇAS E ESPERANÇAS RENOVADAS. "

Amigos e familiares entraram na sala virtual hospedada pelo aplicativo Zoom, criando assim um ambiente festivo e descontraído.

Um limite de participantes simultâneas na sala, 100 pessoas, foi um dos primeiros obstáculos encontrados neste modelo de evento pela internet. Se fosse uma festa privada, em um ambiente físico, essa situação não aconteceria. É necessário, contudo, se adaptar às limitações presentes.

A psicanalista Gláucia Araújo apresentou o Instituto Brasileiro de Ciências e Psicanálise para os visitantes que ainda não tiveram contato com o ambiente. O psicanalista Arnaldo Rodrigues foi o responsável por capturar as fotos, que servirão de recordação de um momento especial para todos os presentes.

Sandra Sehnem, formanda, leu uma homenagem para os seus professores e colegas, e ressaltou as dificuldades da transição das aulas presenciais para o ambiente online. E, logo após, Gláucia agradeceu todos os alunos, e ressaltou todos os esforços investidos pelos estudantes nesta jornada que recém-concluiu.

A aplicação ética da psicanálise é uma das intenções com a formação em psicanálise. No momento que o aluno Rafael Moura Roberti apareceu no vídeo com a sua esposa e a sua filha, ainda bebê, foi o primeiro aluno a dar início aos procedimentos de encerramento.

Além das capturas de imagens e das comemorações por meio de áudio e vídeo, alguns familiares também deixaram suas homenagens, em formato de texto, por meio da seção de comentários do aplicativo Zoom.

O ambiente é bastante descontraído e festivo, apesar do formato ainda ser novidade para todos os envolvidos – alunos e profissionais do IBCP.

A realização de uma festa tão singular foi mais uma etapa vencida nesta desafiante fase que pessoas do mundo inteiro estão vivenciando. Porém, por mais que existam novas ferramentas para concretizar objetivos que foram dificultados desde o início do ano passado, esta conquista demonstrou que é possível, sim, continuar seguindo em frente, com forças e esperanças renovadas.

O maior legado desses profissionais recémformados será tratar da saúde mental de inúmeros pacientes que precisarão dos seus serviços, principalmente em uma época que muitos estão sofrendo com os choques causados pela interrupção da convivência com seus amigos e entes queridos mais próximos.

Equipe IBCP

DEPOIMENTOS

Se formar após um curso como este é uma conquista muito especial. A emoção desta formatura foi tão grande que alguns alunos deixaram registrados seus depoimentos sobre a importância da Psicanálise em suas vidas. Seguem abaixo seus relatos inspiradores de transformação.

Por: Stephanie Lucke Dell'Aquila Por onde começar? Eu me inscrevi no curso de psicanálise meio que por acaso (que depois eu aprendi que de acaso não teve nada). Foi um misto de necessidade latente de autoconhecimento com curiosidade. Eu não sabia o que estava procurando naquele momento, mas hoje posso afirmar que tive exatamente o que eu precisava. Não tenho como explicar o que se passou nesses dois anos e meio. Só é capaz de entender a profundidade da experiência que eu tive quem passou por ela. Engana-se quem imagina estar se inscrevendo em simples curso para se tornar psicanalista; a inscrição aqui, meus caros, é um convite ao mergulho no mais escuro dos buracos: as profundezas de si. Seja para se autoconhecer, para atuar na área ou para enriquecer o lado profissional, o curso de formação é o primeiro passo para todos que precisam de um novo olhar sobre a vida. Foi fundamental para mim ter um ambiente tão acolhedor e profissionais tão capacitados ao meu lado nessa caminhada. Não foi uma jornada fácil, mas confesso que me inscreveria novamente sem sombra de dúvidas. Se sou quem eu sou hoje é porque tive a oportunidade de ter o IBCP no meu caminho. Que “sorte” a minha!

Por: Guilherme Anis Calfat

A psicanálise é transformadora. A forma como o IBCP transmite a psicanálise e possibilita essa transformação é com-pleta. Com a teoria, análise e supervisão, o tripé de formação, além do diferencial que é o grupo didático, onde a experiência começa desde o princípio, o aluno se sente preparado, tanto na prática quanto na teoria, para sua atuação. O suporte dado nos atendimentos do estágio sustenta ainda mais a confiança dos psicanalistas formados pelo IBCP. Tive a sorte de fazer parte dessa história. Hoje, me sinto preparado a seguir com a responsabilidade de ser um psicanalista.

Por: Altamiro Roberto Alves

Equação matemática de minha formação em psicanalise. Me lembro ainda, como se fosse ontem, quando a 30 meses atrás me inscrevi para fazer o curso de psicanálise. Cheio de certezas e convicções que de certa forma já sabia muito de mim mesmo e que, portanto, já estava habilitado a começar o curso depsicanalise e obviamente me formar. E este dia aconteceu em 11/07/2021, data que jamais me esquecerei, não somente pela data em si da formatura, a qual muito me orgulho por ter avançado mais uma etapa em minha vida, mas sobretudo, porque fui, ao longo do curso, virado do avesso, rasgado e atravessado pela psicanalise, acredito eu. E aqui, é claro, abro um parêntese. Sou graduado em economia de mercado, e como tal, acabo vendo a relação de troca entre as pessoas mais ou menos como uma equação matemática. Destas equações que se chega quase que geralmente em um número exato ou quando não é possível, chega-se a um número muito próximo. E é evidente que fui tentado a fazer o mesmo com a psicanálise, afinal era a forma que eu via ou estava acostumado a ver a relação de troca com o mundo exterior. Portanto, me embarquei na aventura da lógica e, depois de muita reflexão, minha equação ficou desta forma: Tudo que eu sabia + tudo que não sabia sobre mim = a mim mesmo. Consequentemente, tudo que eu sabia sobre mim estaria de certa forma resolvido ou muito próximo de resolver e que a parte que não sabia sobre mim seria, então, objeto de aprofundamento ou estudo. La fui eu para ação de realizar tudo dentro do meu script e é, exatamente, aqui que começaram meus problemas. Depois de algumas sessões descobri que: De tudo que sabia, na verdade sabia apenas uma pequena parte e que tudo que não sabia sobre mim era quase verdadeiro, precisando de uma correção, tudo que não sabia era exatamente o que eu não queria saber. Encurtando a história, dentro de mais ou menos 3 meses, em torno de 10% do todo, minha equação objetiva, da razão e da proporção, ruiu. Foi rasgada, virada do avesso e atravessada por outras intersecções e nesta travessia fui aprendendo que não é possível se interpretar pela razão e proporção, mas também, e sobretudo pela emoção. Emoção indescritível de me tornar um psicanalista.