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PRÁTICA(S) DE ARQUITECTURA PROJECTO, INVESTIGAÇÃO, ESCRITA
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JEAN-PHILIPPE VASSAL
PRÁTICA(S) DE ARQUITECTURA
PROJECTO | INVESTIGAÇÃO | ESCRITA Presente a condição histórica de um lugar, de uma comunidade particular – o Porto – queremos tomar como referência a “aventura comum percorrida por três personagens” – Fernando Távora, Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura – e por um círculo variável de amigos. Uma experiência que partilhou, que partilha, o sonho de resgatar Portugal do seu isolamento e, ao mesmo tempo não renunciar à sua identidade histórica – projecção de uma prática da arquitectura que se libertou, que se liberta, das formas históricas, mas não do carácter profundo da sua cultura. Sinal e sedimento de uma identidade não linear, talvez sejam tão só a reunião de gestos de simplicidade de quem procura (procurou) processo e pauta para a elevação da cultura do lugar, para a transformação de uma paisagem – desassossegos da arte da casa-mãe, a Arquitectura. Arquitectura que é afinal um modo de aprender a modificar a circunstância criando nova circunstância, foi, tem sido, princípio e experiência, manifesto e espaço de uma cumplicidade mínima para (a)firmar um projecto para o ofício da arquitectura, estendido, transportado e traduzido, sem grande distância criativa mas com mágica convicção, como atmosfera festiva, como abraço instalador de prática de escola. Prática mansamente cultivada como escola hospitaleira e plural na evolução do “território da arquitectura”. Mas na agitação dessa condição ou na inteligibilidade desse processo, temos como seguro que os passos de hoje ou próximos interseccionam, atravessam, tocam diferentes confabulações e derivações, cruzamentos e desvios. Hoje, sabemo-lo bem, aquela aventura serve a muitas outras hospitalidades, de muitos outros lugares, de muitos outros praticáveis de conhecimento e desenho, de es-
tudo e investigação, de ensino e aprendizagem. É que em boa verdade “fazer um projecto é construir uma distância objecto-sujeito para, nesta distanciação, inventarmo-nos a nós próprios e, simultaneamente, o projecto”. Hoje, talvez seja instrutivo e operativo aceitar que projecto, investigação, pensamento são estações problemáticas na agitação do argumento e na manifestação de sentido da marca “Escola do Porto”. Hoje, talvez seja exigência: libertar o projecto na evolução da arquitectura enquanto encontro controverso entre prática disciplinar e experiência artística – criação, pensamento, conhecimento; averiguar, problematizar na investigação sobre a capacidade propositiva da arquitectura para a definição de lugares, a produção de significados, a sinalização de uma linguagem; tematizar, aprofundar na história o sentido de fundação, de perturbação, de (in)fidelidade do que o que aqui se foi proporcionando e partilhando como arquitectura, como escola, como lugar. Criação, pensamento, conhecimento são, seguramente, condição-disponibilidade de acolhimento do outro: gestos de simplicidade de quem prossegue processo e pauta para desassossegos da arte da casa-mãe – a Arquitectura – na transformação de uma paisagem. À mobilidade dos significados e à complexidade dos materiais que se oferecem à construção da arquitectura, de que forma servir criativamente o destino desta como expressão e projecção física da imaginação, como experimentação e experiência, como conhecimento e acontecimento, sem subverter a sua “coerência aventurosa” pela manipulação arbitrária e/ou abusiva da complexidade dos materiais que a movimentam, que a constroem?
Porto, Fevereiro de 2012 Manuel Mendes
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BIOGRAFIA
Jean-Philippe Vassal nasceu no dia 22 de Fevereiro de 1954 em Casablanca, Marrocos. Terminou o curso de Arquitectura em 1980, pela Escola de Arquitectura de Bordéus, França. Nos 5 anos seguintes (até 1985) trabalhou em Niger, na África Ocidental, como arquitecto e urbanista. Em 1987, Jean-Philippe Vassal e Anne Lacaton criaram um escritório conjunto, sediado em Paris, onde desenvolveram desde então inúmeros projectos, amplamente reconhecidos e premiados internacionalmente. Para além de finalistas, em diferentes anos, do Prémio Mies Van der Rohe, venceram, entre outros, o Grand Prix National d’Architecture Jeune Talent, França, em 1999; o Erich Schelling Award, pela Fondation Erich Schelling, Karlsruhe, em 2006, e o Grand Prix National d’Architecture, França, em 2008.
Vassal manteve, paralelamente à prática, uma actividade lectiva quase constante. Foi professor na Escola de Arquitectura de Bordéus entre 1992 e 1999, na Escola de Arquitectura de Versailles entre 2002 e 2006, e foi professor convidado, em 2005, na Escola de Arquitectura Peter Behrens, da Universidade de Ciências Aplicadas de Düsseldorf. Desde 2007 Vassal lecciona na Universidade Técnica de Berlim. O seu trabalho, individual ou a par com Lacaton, tem sido objecto de diversas publicações e exposições, um pouco por todo o mundo.
BIBLIOGRAFIA SELECCIONADA 2007: DRUOT, Frédéric; LACATON, Anne; VASSAL, Jean-Philippe. “Plus”. España: Editorial Gustavo Gili. 2007: 2G Libros Books “Lacaton & Vassal”. España: Editorial Gustavo Gili. 2009: LACATON, Anne; VASSAL, Jean-Philippe. “Lacaton & Vassal”. France: Edition HYX. 2011: LACATON, Anne; VASSAL, Jean-Philippe. “L’économie, vecteur de libertés” in Constructif n°28. France. 2012: A+U n°498 “Lacaton & Vassal”. Japan. 2012: “Comme un paysage sans limite / Like an endless landscape” in Palais n°15 (entrevista por Cascaro, David; Staebler; Claire). France: Palais de Tokyo SAS. 2012: 2G n°60 “Lacaton & Vassal”. España: Editorial Gustavo Gill. 3
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LA LIBERTAD ESTRUCTURAL, CONDICIÓN DEL MILAGRO
Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal, in 2G nº60: Lacaton & Vassal - Obra reciente (Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2011): 162-175
Hoy comprendemos toda la importancia que reviste la aventura de la superposición, sean en cuestiones de arquitectura o de urbanismo. El bienestar, pero también los sueños de la sociedad contemporánea, parecen depender de la manera en la que una situación existente se encuentra con una nueva, dos temporalidades, dos estados del espíritu. Cada vez que abordamos un proyecto lo pensamos como una intervención sobre la trama existente, que tiene una historia real o se urde desde una ficción. Una superposición con intenciones nuevas pero sin imponerse jamás al sistema original, con escrúpulos y delicadeza, para que nazca un tercer lugar producto de los dos primeros. Así, ya no se trata de un antes y de un después, sino de una situación repentina. Un estado de gracia surgido de ese encuentro, de esa superposición. Esa búsqueda, difícil, pone en primer plano nuestra manera de plantear la estructura, siempre independiente de aquello que contiene con el fin de permitir que brote el contenido. Una estructura abierta, libre, muy amplia, que posibilite la invención de nuevas relaciones con el clima, el entorno y la actividad, que produzca las condiciones de la movilidad y de lo lúdico. Una estructura que genere urbanismo por su capacidad de inmiscuirse en lo existente y activar el deseo de continuar la ciudad. SITUACIÓN REPENTINA Siempre nos aproximamos al concepto de estructura abierta a través del imaginario de la trama, el imaginario de la extensión. Toda situación a la que el arquitecto se ve confrontado hoy presenta ya una trama muy precisa. Desde nuestro punto de vista, esa trama de pinos de Cap Ferret, sobre la que colocamos una casa lo más delicadamente posible, o las viviendas existentes en BoulogneBillancourt. Todo parte de la comprensión de esa base, una capa intocable y preciosa con la que se busca una actitud de tolerancia para la convivencia, para la compañía. Una conversación justa, una distancia precisa entre dos sistemas destinados a mezclarse, a vivir juntos, a sumar, y de los que se espera una simbiosis. En efecto, la superposición de dos estructuras, por su relación, su diferencia y al mismo tiempo su proximidad, favorece la aparición de fenómenos inesperados: usos, miradas y comportamientos nuevos. Una tercera situación generada por el producto de dos intervenciones y que no puede surgir a menos que haya confianza en el futuro y, por consiguiente, que se acepte una cierta indefinición de los usos y del lugar. Si se trata de rehabilitación, consiste en el producto de una estructura existente con una situación nueva; si se trata de obra nueva, del producto de una situación que habría podido existir con una situación posterior. Esa tercera realidad, nascida de la superposición de estratos y temporalidades en un lugar, es milagrosa. Su intensidad resulta más cuantificable cuanto más se identifican las diferentes intervenciones y más se definen las singularidades que hay entre los dos sistemas. (…) Nuestra búsqueda del cambio está condicionada por la libertad que la estructura concede al usuario. La libertad de moverse, de plantear actividades donde sea, de poder estar solo en algunos sitios. Esta flexibilidad proviene de la utilización de sistemas constructivos ligeros, de su independencia frente al programa, del impacto débil, pero también de la desmesura de la estructura. Cuanto más grande y más amplia, más historias podrá alojar. Más cosas podrán esperarse de ella.
Estructuras abiertas
Estructuras abiertas: superposición de viviendas unifamiliares
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En cada nuevo proyecto, buscamos siempre ir al máximo volumen construido que permitan las ordenanzas. Pensamos que el cambio en aquello que nosotros denominamos el tercer lugar, o tercera realidad, depende de esta desmesura, sea horizontal o vertical. Es necesario que haya exceso para que funcione el desfase entre estructura y programa, envolvente y divisoria, entre anterioridad y posterioridad, necesidades y deseos. (…) UNA ESTRUCTURA ABIERTA PARA INVENTAR CLIMAS Y AMBIENTES Imaginar una aproximación al clima a través de la estructura, de la movilidad y de la transparencia nos parece especialmente rico. Pero en la actualidad, la relación con el entorno es exclusivamente defensiva. El confort interior solo depende de cálculos, lo que nos parece muy peligroso y, paradójicamente, poco preciso. Estos cálculos se basan en unos supuestos de proyecto que serán erróneos una vez el edificio esté realizado. Los razonamientos no se sustentan en los datos cotidianos, sino en el caso extremo de los cinco peores días de invierno y verano, los más fríos o los más calurosos. Son estos extremos los que determinan la arquitectura y la conducen al sobreaislamiento, la sobreprotección, el sobredimensionado de las instalaciones y, en consecuencia, a generar mayor estanquidad en la relación entre el interior y el exterior. Esta manera de hacer no es inteligente en absoluto. Lo que debería hacerse es considerar el 95% de las condiciones normales y encontrar soluciones temporales eficaces para los casos extremos y poco frecuentes, por medio de adaptar los usos en esos momentos. La práctica convencional conduce a la fabricación de cajas demasiado cerradas, demasiado estancas, de las que no se puede salir. Habría que imaginar la vivienda tal como se concibe la vestimenta, poder cambiar, poderse poner un chal, un jersey, quitárselo, disfrutar de los distintos momentos y los distintos climas a los que nos enfrentamos, antes que obligar a la gente a llevar abrigo todo el año! Las cortinas térmicas que venimos utilizando desde hace quince años, al principio de manera empírica pero de las que puede calcularse hoy perfectamente su eficacia, responden bien a esa movilidad de la envolvente. Es precisamente mediante la producción de estructuras abiertas con las que intentamos atrapar el máximo de sol e inercia exterior, pero también con las que permitimos que el usuario fabrique el clima que le convenga. Hoy en día el tema del clima no se aborda nunca con claridad, en positivo y con sentido común, sino más bien como una especie de problema o enemigo del que hay que protegerse. No se confía en la inteligencia del habitante para que un sitio funcione. En lugar de darle esa confianza, y de solicitar su acción, se le entrega una especie de maquinaria pesada con la que no se va a sentir precisamente cómodo, y uno se da cuenta de que la utiliza al revés, de que acaba usándola en su contra. Por el contrario, hay sistemas más sencillos con los que experimentar y que, además, son más baratos.
Invernaderos habitados
El invernadero es el dispositivo mínimo más elegante que conocemos para utilizar y transformar el clima exterior con objeto de hacerlo habitable, aunque no es sencillo encajarlo en una normativa de edificación demasiado modelizada. Y sin embargo, es un sistema muy fiable, técnico y preciso, porque responde a los grandes retos de las lógicas de producción. Los requerimientos del viento, la nieve, la condensación, el 95% de aporte luminoso, la circulación de aire, etc., todo se encuentra integrado con habilidad. Comparados con la precisión de esta herramienta, los cálculos del rendimiento térmico de la vivienda resultan muy imprecisos. El sol es la fuente de calor más importante que existe; deberíamos utilizar hasta el último rayo y no filtrar más que sus aportes máximos o bloquear algunos ángulos de radiación en algunos momentos del año. Por eso el aislamiento y la sombra deberían ser siempre dinámicos, móviles y adaptados a los cambios de estación, de clima y a los deseos de los habitantes. Esta movilidad del aislamiento que tanto nos interesa no es posible a menos que la estructura sea abierta, que ningún tabique fijo bloquee la posibilidad de combinar las particiones verticales para la gestión del ambiente. (…)
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PARA INVENTAR NUEVAS RELACIONES CON EL PROGRAMA Los sistemas constructivos basados en la estructura y el revestimiento, con una buena relación entre capacidad portante y coste de la construcción, resultan interesantes porque no plantean prejuicios respecto a ningún programa y pueden convertirse en cualquier cosa que se quiera ubicar en ellos: una casa, un almacén, un teatro, o las tres cosas a la vez. El impacto de esa independencia entre el programa y la superficie construida es particularmente sorprendente. Intentamos concebir los espacios sin tener claro a priori lo que acogerán. Esa voluntad de desconexión entre la estructura y el programa es, a nuestro entender, la condición necesaria para un desbloqueo que es indispensable en la reinvención de lo cotidiano. (…) Siempre procuramos construir el máximo de metros cúbicos con el mínimo material posible, e ir incorporando todas las actividades imaginables. Agrandar no quiere decir derrochar, sino volver a la idea de que hace falta buscar, inventar el lugar, añadir capacidad. Los grandes espacios proporcionan un sentimiento vital de escapatoria y de libertad. Sitúan al usuario en una relación natural con el soporte físico, una relación no forzada que le invita a fabricar la relación. Al duplicar el espacio de una casa, la manera de habitarla cambia de manera radical, puede ocurrir “algo”, y ese algo puede estar en continuidad con el programa inicial o no estarlo. Construir grande constituye hoy en día una forma de resistencia a la norma, al aposentamiento. Nosotros queremos construir grande para crear movilidad y relaciones en el seno de los espacios. Queremos construir grande con el objetivo de ofrecer situaciones para disfrutar, para crear estados no programados. Construir grande para crear las condiciones de lo imaginario, para fomentar la libertad. Este deseo se apoya en una aproximación al proyecto desde el presupuesto, que es para nosotros un vector real de libertades. En nuestro despacho, la combinación de tres constantes indisociables - la capacidad de la estructura, la puesta en obra y el coste del material se cruzan con las cuestiones transversales de economía constructiva, de economía del lugar y de economía de los componentes, todo ello con objeto de construir grande, rápidamente y a bajo coste. Reducir el coste de construcción no debe ser una acción aislada, puesto que el objetivo no es reducir la calidad, construir más pequeño o aumentar el margen del promotor. Por el contrario, las cuestiones económicas deben combinarse necesariamente con las intenciones del proyecto y la creación de algo más. Es dentro de esta lógica de superposiciones mentales que defendemos una visión del proyecto a través de las condiciones económicas como reflexión crítica. (…) Pensar el proyecto desde la economía lleva a hacer posible su desmesura, su desbordamiento: conduce a hacer posible la libertad, lo extraordinario, y eso es lo que nos emociona. En ocasiones se hace difícil que se entienda ese ofrecer “más” como un valor añadido a bajo coste. Sin embargo, la economía es un vector de la eficiencia, precisión y exactitud, que permite incrementar las vivencias del proyecto. La economía permite evitar perderse en la cultura de la composición y de la imagen, renunciar definitivamente a toda certeza, a todo prejuicio estético. La economía se convierte en la herramienta ideal para desdibujar los límites materiales y para el montaje de situaciones de proyecto, una forma de situar la arquitectura fuera de su mera existencia plástica. PARA CONTINUAR LA CIUDAD DE OTRO MODO Los desafíos de la sociedad contemporánea parecen orientados fundamentalmente hacia una cultura de la interpretación y la transformación de lo existente. La ciudad contemporánea es una megaestructura ya constituida. Por lo tanto, debería ser siempre cuestión de modificarla, de optimizarla antes que artificializarla. Hoy en día lo único que cuentan son las relaciones entre las cosas, dentro de ellas y con ellas. Ahí es donde queremos trabajar. Pensamos que lo existente se erige como un soporte poderoso de la imaginación. Las ciudades han acumulado suficiente materia, y están casi siempre en fase de modificación de situaciones vinculadas a factores económicos previos y a territorios ya ocupados. Entender la economía del lugar forma parte de nuestra visión de la producción urbana contemporánea. Si allí se utilizó un trozo de neumático, unas ramas, una tela, aquí vamos a utilizar un viejo hangar, una torre, la posibilidad de conseguir subvenciones. Los arquitectos parecen los profesionales más capacitados para trabajar a partir de la complejidad de esta realidad. Prolongar las estructuras existentes, añadir, agregar, unir, ampliar, superponer, montar para construir algo nuevo es muy eficaz: la infraestructura urbana, arquitectónica y paisajística ya está ahí, solo hay que aprovecharla. Pensamos la ciudad como un sistema abierto, disponible, capaz de aglomerar y hacer evolucionar mecanismos heterogéneos, de poner situaciones nuevas en relación, de comprender y tratar con las interdependencias. La relación profunda que desarrollamos con lo existente y su poder de transcendencia y apertura supone toda una manera de reflejar la ciudad que ya no concibe la interrupción, la parcelación, la zonificación, sino la densificación puntual, la ampliación con precisión, la reorganización del interior con objeto de impulsar un inicio. Tan solo un inicio. Las estructuras añadidas, lo más ligeras y capaces posible, están destinadas a funcionar como esquejes urbanos, llamadas a crecer, con el tiempo al ritmo de las necesidades.
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La forma de generación de ciudad que defendemos, sucesión de microacciones organizadas a partir de un medio constituido, tiene por característica ser extensiva y progresiva, gradual y reguladora. Arranca en primer lugar con la transformación de una estructura preexistente, después la de un grupo de edificios, para continuar añadiendo edificios nuevos necesarios, la transformación de viviendas cercanas, el montaje de otro programa, etc. Este método empírico y por adición reposa sobre una cultura de la precisión y de la proximidad. Un urbanismo sobre el terreno. Un pensamiento fragmentario de la ciudad llevado a la práctica para observar muy de cerca los fenómenos que fabrican la vivienda y el espacio público para mejorarlos, modificarlos, animarlos mediante un mínimo de acciones muy concretas. (…) Queremos hacer política con una visión de la ciudad que rompe con los actos urbanos autoritarios, que rompe con la planificación, con la cultura de la composición, puesto que el urbanismo ya no es capaz de prever. Lo que mejor funciona en el interior de una vivienda o en un espacio público nunca tiene que ver con lo planificado, sino, sencillamente, con una situación hecha posible, con una situación lo suficientemente abierta y optimista como para estimular la imaginación. Ahora bien, el urbanismo que se practica hoy es un urbanismo de plan general. Está excesivamente condicionado por el instrumento cartográfico que privilegia de forma abusiva la localización de los lugares en que las trazas son más visibles. Los potenciales existentes, las modificaciones en el interior de los sistemas, las nuevas relaciones y las emergencias escapan a la cartografia. El mapa no es el territorio. Por tanto, practicar un urbanismo sobre el terreno, ajustado a los valores existentes y a las necesidades reales, se revela como algo muy eficaz e inventivo. En especial, permite coordinar cuestiones de proyecto muy diversas, puesto que se apoya sobre las oportunidades sobrevenidas y no sobre lo esperado. Allí donde un urbanismo de la planificación anima a comenzar la ciudad por su red viaria y sus ejes para reconstruir, en el mejor de los casos, las relaciones que había cortado, un urbanismo sobre el terreno saca partido de las estructuras existentes que ha sabido mantener, transformar y prolongar para iniciar otra cosa. Permite imaginar superposiciones de programa insólitos y útiles, dejarse sorprender por nuevas posibilidades de ahorro y por la intervención de actores nuevos. Se produce un urbanismo de relación, un urbanismo de situaciones. La ciudad necesita hoy instrumentos de proyecto afinados y reactivos, pues sus mutaciones son imprevisibles y complejas. Queremos hacer urbanismo a partir de la vivienda, de la partícula, a partir de situaciones, de usos y de la movilidad de los habitantes. Todo sistema constructivo abierto es capaz de producir urbanismo mediante su prolongación hacia la ciudad que lo aloja, mediante los dispositivos de progresión que su estructura permite. Antes que un urbanismo horizontal, debemos considerar un urbanismo vertical mediante el sistema de relaciones, de proximidades, de superposiciones que genera. Queremos que se produzcan tantas relaciones en el interior de un edificio como en el propio interior de su sistema urbano. Creemos que todo acto de arquitectura es también un acto de urbanismo y que esta crisis del pensamiento urbano, consecuencia de la crisis sistémica general, debería conducir a dar mayor legitimidad a las aproximaciones nuevas y pragmáticas, a dar mayor credibilidad a las investigaciones alternativas que provienen de la microeconomía.
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TABULA NON RASA. TOWARD A PERFORMATIVE CONTEXTUALISM
Ilka & Andreas Ruby, Urban Transformation (Berlim: Ruby Press, 2008): 252-265
ILKA & ANDREAS RUBY IN CONVERSATION WITH JEAN-PHILIPPE VASSAL You once defined your architectural creed as “never demolish, always change, add, reprogram.” Interestingly enough for an architect, this position excludes the notion of building anew, which is what most architects would probably see as the essence of their discipline.Why don’t you? I really think that building anew represents only a small share of architecture and not its essence. Essentially architecture is adding things to something existing. Even if you build an entirely new building, you ultimately add on to a preexisting organization of space – be it houses in the neighborhood, a city quarter, a group of trees or a landscape. And I think that an addition can become meaningful when we analyze this protocondition of architecture sincerely, in order to determine what it might lack – for only this should be added. Emilio Ambasz once said that if nature were perfect, we would not need houses. Following this logic, here I would throw in the idea that architecture should only add to reality what it lacks in perfection. But how do you define the existing? In the contextualism of the 1980s, the existing was understood as the built heritage of the city. This often led to Postmodernist pastiches of history, a mimicry of existing building configurations devoid of any creative surplus: architecture had become a kind of pre-emptive conservationism. It failed to produce a vital city just as much as the tabula rasa thinking of Modernism which contextualism had sought to overcome once and for all. How do you avoid this pitfall of contextualism? By identifying those elements, forces, and energies which are genuinely determining the spatial performance of a given situation. And for us, this is very often not architecture, but the activities that take place in or around it, thanks to or despite architecture. The famous square Djemaa El-Fnaa in Marrakesh provides the perfect example. It is one of the most exciting urban spaces I know, but its quality would be inconceivable if you look at it from a purely western-European point of view. The square is essentially a big open space only vaguely defined by a perimeter of fairly non-descript buildings. The urban quality of Djemaa El-Fnaa is not derived from its architecture, but from the ever-changing sequence of events that take place here in the course of a day: in the morning, it is completely flooded with cars driving over it in all directions. After a while, an acrobat, poet or musician sets up a stage in the middle of the bustling traffic and begins a performance. Within moments a circle of passers-by forms to watch him. Soon thereafter, another acrobat joins him. In this way, the square is gradually filled with performers and spectators until it seems to consist entirely of circles of people around which the traffic must weave absurd routes. Later on the square will be transformed into a huge market, and, in the evening, it will be covered by a myriad of fastfood stands. The place is whatever takes place on it. When we designed Palais de Tokyo in Paris, we basically started out with Djemaa El-Fnaa as a conceptual model. This leads us to Cedric Price and his definition of architecture as an enabler, which poses the question of solid and void, and to what degree they contribute to shaping the space of the city. Yes, it’s a question of priorities. Ultimately architecture is a means to an end, not an end in itself. The meaning of the walls of a house does not reside in the walls themselves, but in the space they define – because you can do something within space, but not within walls. I think there are architects of the solid, who believe that architecture is an absolute value in itself, and architects of the void, for whom the value of architecture lies in what architecture allows to happen though and beyond its own material body. We (Anne Lacaton and myself) tend to be members of the latter species. How can you practice such an architecture of the void given that architects are mostly asked (and paid) to make solids? By first and always scrutinizing every commission whether its task makes sense and is necessary. One should never take this for granted. And architects should not automatically build something only because someone has asked them to do so; otherwise, they turn into pure service men. We were once asked by the city government of Bordeaux to do a project in the context of a public space program called Embellishment of Places. The politicians had identified forty or so squares in Bordeaux which they thought needed embellishment. We were given a small triangular square near the main railway station called Place Léon Aucoc, a square like any other in France, certainly not spectacular, but charming in its modesty. When we came to see it, we were puzzled. For us,
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it was already beautiful the way it was. We could see neither how nor why we should embellish it. In order to devise a meaningful intervention, we carefully started to study it. We analyzed the architecture of the surrounding houses, the surface materials and urban furnishings of the square, the organization of traffic, and also interviewed the inhabitants. In the end, we found only minor misfits, none of which would have been solved by an architectural project. Instead we drew up a catalogue of maintenance measures which were strikingly obvious and yet, completely neglected, including regularly cleaning the square of dog excrements, in order to make it possible to play the game of pétanque (boules) on it once again; cleaning the linden leaves off the benches so that one could sit on them; rearranging the parking spaces; and reorganizing the traffic in order to reduce through-traffic. We also proposed the reintroduction of the St. John Fires, a customary public event which had previously been prohibited by city authorities in the name of security. When we finally presented this catalogue of measures to the city government, the politicians said: Well that’s all fine, but what will you actually build on the square? Our answer was: Nothing. And I would like to add, as you referred to the issue of financial compensation for architecture, that we did charge a decent honorary for this project, to make unmistakably clear that this nothing was not a case of denial, but a positive contribution. Not building can be as vital an act of architecture as building. Building is not always the answer.
Place Leon Aucoc, Bordeaux, 1996 . Before and after the intervention.
In some cases however architecture needs to deal with the built substance of a context as well. In those cases one conceives the context not only in terms of the void, but of the solid as well. That’s right, but even then the solid does not automatically translate as architecture. There are many situations whose character, ambiance, and intrinsic logic are not primarily defined by buildings. And it is crucial to acknowledge this material reality of a site, be it architectural or not, and to precisely understand how it informs the site. For us, it is always very exciting to incorporate those non architectural elements of the environmental matter of a given situation. Otherwise, we could never have built our house at Cap Ferret, for instance. The most precious environmental capital of the site were its trees and its delicate ground, which was a sand dune, both of which would have been endangered by the construction of a house. In a business-as-usual operation, one would have needed to flatten the dune to make way for a solid foundation, and cut the trees to make room for the house in the first place. But that would have destroyed the very attraction and uniqueness of this place. It was clear that any act of building at this site could only be successful if the architecture was able to inhabit the site as is – keeping the dune, leaving the trees, and instead inhabiting the voids in-between. That’s what we did. For me an intervention is contextual if it succeeds in engaging in a physical exchange with its environment. This must clearly go beyond the traditional notion of contextualism, which is mainly paying lip service to the typological and iconographic parameters of a site’s built fabric. But a mere replication of codes is fruitless: what is needed is a material transfusion. In our house in Cap Ferret, the trees are not a decorative tribute to the context, but become part and parcel of the architecture because the trees literally penetrate the living area and impregnate its atmosphere – you smell the trees in the space and you feel their gentle movement caused by the wind rustling the treetops above the house. In that sense, we are in search of an alternative between tabula rasa and contextualism. The building should neither fill the earth and subdue it, nor subordinate to the context slavishly, but it should be coupled with the environment so that at some point the difference between the context and the intervention starts to dissolve. (…)
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Your add-on housing strategy allows you to engage with the existing body of the city, to tune and improve it. However, there are places in the world that call for entirely new cities to be built from scratch, and in a short time. How would you deal with this type of commission? Would you accept the commission of designing the master plan of a Chinese city for, say, 500,000 people? First of all I think there is no such thing as a tabula rasa. At least I personally have never been to a place where there was nothing. And even if you make a city for one million people in China, unless you erase the land beforehand, you will always have something to deal with: be it rocks, trees, little rivers, or the existing population of the place. But even with a tabula-non-rasa condition, I would not want to make a master plan. When you design a housing project with, say, a 100 units, you understand already that there is something wrong, something strange. You are organizing people. And to organize people is a strange feeling. But I think it is possible to design a city for 500,000 people without a master plan – it begins with one house. But what about infrastructure? It would need to be designed for the entire system, wouldn’t it? Would you start with one house, add another, and then another, and put in the supporting infrastructure only at the end? Why not? Cities have developed like this. Tokyo, for example, was once a little house, then a village, and eventually it became a city. For me, the question is to think about the system of development, rather than to make a master plan. After you have done one house, you ask yourself how the next one will be. After you have made ten houses, you ask yourself how the next ten will be. As soon as you have twenty houses, you need a street, and with 200 houses, you need an avenue. This is an evolutionary system that can create facility, capacity, generosity, and freedom within the function of its own growth, not as a premeditated ideal state that may never be achieved. Its much better to work with a system that always remains open.
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PAROLE DE LACATON ET VASSAL (SUR L’ÉCOLE D’ARCHITECTURE DE NANTES)
Anne Lacaton e Jean-Philippe Vassal, in AMC nº185 (França: Le Moniteur Architecture, 2009): 60-61
(…) SYSTEME POUR LA VILLE Penser que lécole d’architecture serait en plein centre de la ville de Nantes - une position à l’opposé de ce qu’elle occupe aujourd’hui - imposait de dépasser le programme même d’une école d’architecture. Il fallait produire un système pour la ville. Une école d’architecture doit participer au système de la ville.
DÉBAT Le débat sur l’architecture n’étant pas si ouvert que cela, i est donc important de pouvoir dire qu’à cet endroit, i est rendu possible. Nous aimerions que les passants puissant entrer et discuter dans cette école, que les étudiants d’autres écoles puissent se critiquer les uns les autres. Que ces débats, ces confrontations puissant exister.
RESSOURCES Nulle part ailleurs ne cohabitant plus de connaissances, d’informations et d’énergie sur l’aménagement d’une agglomération que dans une école d’architecture. Il en circule davantage que dans un atelier d’urbanisme, une mairie, ou des agences d’architecture. Malheureusement, on n’a pas le sentiment que ces ressources sont visibles, utilisables et accessibles. Il nous semblait important qu’elles le deviennent.
URBANISME VERTICAL Il est intéressant de mesurer comment le dispositif constructif mis en œuvre est capable de proposer et de produire de l’urbanisme. Un urbanisme vertical par le système de relations et de complexités qu’il implique.
AUTRE CHOSE Chaque niveau est une place et sur cette place coexistent des espaces dédiés à l’école et à « autre chose ». En plus de sa fonction première, l’école d’architecture devient un grand espace urbain à plusieurs étages climatiquement et partiellement protégés. (…)
ESPACES A PROGRAMMER Il faut réfléchir à une programmation des espaces intermédiaires protégés, dont la surface (4100 m2) est comparable à celle du Palais de Tokyo. L’idée que ce qu’il se déroule au Palais puisse se passer également dans l’école est intéressante. Il pourrait y avoir une programmation artistique et locative pour son fonctionnement qui créerait des dynamiques internes nouvelles. Le statut de ces espaces intermédiaires renvoie à ceux d’une gare. Peut-on parler d’espaces publics? Ces espaces intermédiaires sont des espaces protégés - comme l’étaient les galeries et passages du 19e - qui fonctionnent comme un espace public et fabriquent de la relation.
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PROXIMITÉ Il est possible de travailler sur la densité de la ville par superposition mais aussi par addition et juxtaposition de programmes dont la liaison s’opère rapidement. Il faut éviter le système campus où les activités sont souvent dilatées et dispersées. Il ne génère pas facilement des échanges car proximité et relation font défaut. (…)
USAGES Enseignants et étudiants manifestent beaucoup d’envies par rapport aux espaces de cette école, des envies de construire dedans, d’utiliser le toit, aussi. Ce qui pourrait freiner les usages pourrait être de l’ordre de l’autocensure.
LIBERTÉS Ce projet rend compte d’une succession de libertés à commencer par celles qui proviennent du plan d’urbanisme. L’on espère que l’activité de l’école va en produire de nouvelles. Il faut que nous suivions ce qui se passe après la livraison du bâtiment. Mais il faut se demander jusqu’où travailler avec les utilisateurs. Si l’on donne de la liberté par le projet, ce n’est pas pour chercher à contrôler son utilisation. (…)
S’EXTRAIRE Il est très difficile aujourd’hui de s’extraire du système économie/budget/programme qui détermine un certain nombre de standards et de prix au m2 lesquels conduisent toujours à faire le minimum ou à peine plus. 20 ans que nous travaillons à faire exploser cela car ce système génère des objets maitrisés formellement mais sans relation les uns avec les autres. Travailler sur cette relation est compliqué pour un architecte car c’est l’urbaniste qui est censé s’en occuper. Nous essayons de faire en sorte que ces relations se produisent à l’intérieur d’un bâtiment.
SELEÇÃO DE TEXTOS E ORGANIZAÇÃO DO CADERNO PELO COLECTIVO “PRÁTICA(S) DE ARQUITECTURA”.
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AGENDA 29 FEV 15:00H 29 FEV 15:00H 29 FEV 15:00H 01 MAR 18:30H 15 MAR 21:30H 26 ABR 21:30H 03 MAI 21:30H 17 MAI 21:30H 24 MAI 21:30H 29 MAI 21:30H 31 MAI 21:30H A ANUNCIAR
GONÇALO CANTO MONIZ JOSÉ MIGUEL RODRIGUES MARTA OLIVEIRA JORGE FIGUEIRA JACQUES LUCAN MAURICI PLA LUIS MARTÍNEZ SANTA-MARÍA LUZ VALDERRAMA FEDERICO SORIANO JEAN-PHILIPPE VASSAL ALEXANDRE ALVES COSTA VITTORIO GREGOTTI
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