Jornal PAPEL DO GUIA n] 46 - Julho de 2007

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IMPRESSO

Foto-montagem

SINDEGTUR / RJ • Ano 9 • Nº 46 • Edição julho 2007

Fotos: Divulgação

Cristo Maravilhoso

Cristo Redentor eleito Maravilha do Mundo

Bondinho do Pão de Açúcar, Rio Sul Shopping Center e Amsterdam Sauer: Valorizando os Guias de Turismo

Págs. 6 e 7

Págs. 8 a 11

SINDEGTUR / RJ e B.I.T.O. iniciam negociações Pág. 3


Editorial

Ano 9 • Nº 46 • Edição julho 2007

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ssim como gostamos de fazer piadas com os por tugueses, na América Latina, o Brasil é prato cheio para as pilhérias dos nossos hermanos. Em países limítrofes como o Peru, a Bolívia e a Argentina, abundam as piadas sobre um Brasil megalomaníaco, onde tudo nele é el más grande del mundo. As brincadeiras têm lá seu fundo de verdade. Nosso PanAmericano, por exemplo, deverá ofuscar os de Santo Domingo, Winnipeg, Mar del Plata e Havana, que gastaram meros 280 milhões de reais em média, enquanto nós investimos 12 vezes mais. Pena que o dinheiro não deu para construir o metrô até a Barra, terminar as obras de saneamento ou, pelo menos, urbanizar com planejamento e calma para que as ruas da Vila Pan-Americana não afundassem, fato que pegou muito mal. O dinheiro também não deu para contratar profissionais do Turismo. Tudo indica que a recepção, os traslados e serviços de acompanhamento das delegações ficarão a cargo de voluntários – bem mais baratos que guias de turismo –, que em uma cidade com sérias deficiências de transportes e sinalização como o Rio de Janeiro, precisariam da supervisão de especialistas. Esperamos que estes tenham sido contrata-

dos, já que a organização do evento não precisou – até agora – dos serviços oferecidos pelo SINDEGTUR / RJ e pelos Guias de Turismo. Como dizia um velho político mineiro, confiamos desconfiando, mas torcemos para que tudo dê certo e nos torne candidatos preferenciais para sediar a olimpíada e a copa do mundo de futebol. Afinal, a cidade mais bonita das Américas – que nos perdoem los hermanos – há muito não recebia um evento esportivo à sua altura e o Rio enter rou (no bom sentido, é claro) muito dinheiro no empreendimento, pensando no futuro. O que importa agora é o retorno em número de turistas, depois da grande exposição da imagem da cidade na mídia internacional. Para atraí-los, não se pode contar apenas com a natureza abençoada ou com o Cristo Redentor – nova maravilha do mundo –, obra de gerações passadas até há pouco tempo em estado de abandono e cuja acessibilidade e segurança mal conseguimos garantir. Precisamos, como nunca antes, passar uma imagem de organização e segurança. Se conseguirmos pelo menos isso, os 3,6 bilhões de reais – com todos os festejados legados para o Rio – não terão sido em vão.

H FÁBIO CARNEIRO DE MENDONÇA

Fotos: divulgação

O maior Pan-Americano da História

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H WALTER ALVES MOREIRA FILHO Existem pessoas que deixam sua marca positiva neste mundo, não exatamente por grandes realizações ou extensas biografias, mas por terem sido tão somente humanas, tão próximas e queridas. É difícil encontrar quem não gostasse do guia de turismo e companheiro de longa data, Fábio Carneiro de Mendonça, o Fábio, e do diretor da JW Turismo, Walter Alves Moreira Filho, o Moreira. Tinham em comum a simpatia cativante e a disponibilidade de resolver problemas, os próprios e o de outros, sempre com aquele toque de amizade. Deixaram muitas saudades entre os colegas do Turismo.

Fábio

Moreira

Já no fechamento desta edição, recebemos a triste notícia do falecimento do colega Mario Roberto Ramires, ex-presidente do Sindicato dos Guias de Turismo de Foz do Iguaçu.

CONVOCAÇÃO O Presidente do SINDEGTUR/RJ, no exercício de suas atribuições e conforme os artigos 32, 35 e 37 do Estatuto que rege a Instituição, convoca os Associados para a ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA que fará realizar no dia 31 de julho de 2007, no Hotel Benidorm Palace, situado na Rua Barata Ribeiro, 547 – Copacabana, às 17h em primeira convocação e às 17h30min com qualquer número de participantes, para atender a seguinte ORDEM DO DIA: 1) Pedido de conciliação do Sr. Celso Antonio da Grayline 2) Análise e votação da proposta para acordo com a B.I.T.O., associação patronal de agências do receptivo internacional 3) Informes Gerais Devido à importância dos temas em debate, estão convidados à participação com direito a voto todos os guias de turismo do Estado do Rio de Janeiro, exceto guias – empresários, que são bem-vindos, mas não poderão votar.

PUBLICAÇÃO DO SINDICATO ESTADUAL DOS GUIAS DE TURISMO DO RIO DE JANEIRO Rua Santa Clara, 75 • 13º andar • Cob. 01 • CEP 22041-010 • telefone (0xx21) 3208-1801 • Fo n e / F a x ( 0 x x 2 1 ) 3 2 0 8 - 1 8 2 7 • e - m a i l s i n d e g t u r @ s i n d e g t u r. o r g . b r • Site: www.sindegtur.org.br • Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 10h às 13h e 14h às 18h PRESIDENTE: Luiz Augusto Nascimento dos Santos • VICE-PRESIDENTE: Mauro Rubinstein • JORNALISTA: Lídia Freire (Mtb 18.260) • SECRETÁRIA: Marcia Rabello • COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: Gerardo Millione, Luiz Augusto N. dos Santos, Márcia Silveira, Mauro Rubinstein, Milton Teixeira • DESIGN GRÁFICO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Kátia Regina Fonseca • TIRAGEM: 3.000 exemplares • IMPRESSÃO: Jornal do Commercio • PERIODICIDADE: Trimestral • DISTRIBUIÇÃO: Gratuita.

Guias não filiados ao SINDEGTUR / RJ ou com mensalidades em atraso devem confirmar presença pelos telefones: 3208-1801 e 1827 ou via e-mail sindegtur@sindegtur.org.br. Será solicitada a todos a apresentação do crachá funcional emitido pelo Ministério do Turismo dentro do prazo de validade. Luiz Augusto N. dos Santos Presidente


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SINDEGTUR / RJ e B.I.T.O: Acordo à vista

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m recente reunião realiza da no Hotel Sofitel, no Rio de Janeiro, a B.I.T.O. – B r a z i l i a n I n c o m i n g Tr a v e l Organization, que congrega as principais operadoras do receptivo internacional no país, solicitou à diretoria do SINDEGTUR / RJ que fosse formalizada uma nova proposta para um acordo profissional – trabalhista. Apesar das divergências que tivemos no passado, a reunião foi marcada por um clima de cordialidade, onde prevaleceu o esforço para o entendimento.Todos queremos fechar um futuro acordo que reflita, ao mesmo tempo, as necessidades e interesses do profissional guia de turismo, assim como os das agências. Tem que ser bom para os dois lados ou não serve. As posições são naturalmente antagônicas em princípio, mas não inconciliáveis. Louvamos a pré-disposição da B.I.T.O. em começar as negociações, já que desde a decisão do Conselho Nacional da FENAGTUR (Federação dos Guias de Turismo do Brasil), em novembro de 2006, de que acordos com o setor patronal devem ser realizados no âmbito de cada estado, o SINDEGTUR / RJ vem trabalhando no sentido de elaborar uma proposta de acordo coletivo de trabalho. Não se trata ainda de uma proposta acabada, já que cada item precisará ser analisado e votado pelos guias de turismo em Assembléia Geral Ordinária (AGO), a ser realizada no dia 31 de julho de 2007, às 17h, no Hotel Benidorm, em Copacabana, conforme convocação em anexo que será amplamente divulgada. Por maioria absoluta, a AGO sindical de 4 de outubro de 2006 havia decidido por “uma convenção trabalhista que defina a prestação de serviços autônomos, com especifica-

ção de direitos e deveres de contratantes e contratados, deixando o pleito do vínculo empregatício para a decisão pessoal do profissional interessado”. A íntegra da decisão pode ser lida em www.sindegtur.org.br/ 2006/questrab2.asp. Seguindo esta orientação, adiantamos os principais itens da proposta a ser apresentada à entidade patronal, para que o colega compareça à votação com algum conhecimento prévio do assunto. Na AGO de 31 de julho apresentaremos a proposta na íntegra. A proposta pressupõe que os Guias de Turismo prestam serviços como profissionais autônomos às agências e operadoras de turismo e tem como objetivo regulamentar esta relação e proteger os interesses do Guia de Turismo, também como não-autônomo ou funcionário, estabelecendo critérios para adequar à legislação trabalhista, quando esta relação de trabalho constituir uma relação empregatícia, e às determinações do Código Civil Brasileiro, quando se tratar de serviços prestados de forma autônoma. Considera também que o profissional Guia de Turismo devidamente credenciado pelo Ministério do Turismo tem o livre arbítrio no exercício da atividade, podendo optar por trabalhar independentemente, por conta própria ou como contratado efetivo de qualquer empresa. Determina que toda contratação de Guia de Turismo Autônomo pelas Operadoras deve ser documentada por meio de um contrato de prestação de serviços, no qual se estipularão o horário e

o período, os serviços a serem realizados e valores a serem pagos. Busca organizar a forma com que esses serviços são prestados, definindo direitos e deveres para contratantes e contratados, tais como: tabela mínima de remuneração e regulamentação da relação profissional-trabalhista-tributária; seguro contra acidentes de trabalho; fim da exigência de exclusividade na prestação de serviços para guias autônomos; garantia de ressarcimento para os casos de reserva antecipada para serviços depois cancelados; regulamentação dos reembolsos para despesas operacionais a serviço; criação de comissão para a conciliação de controvérsias, entre outros. São questões nunca resolvidas em quase 30 anos de consolida-

ção do Turismo como atividade profissional no país e que se fazem cada vez mais urgentes. A diretoria do SINDEGTUR / RJ, assessorada por seu departamento jurídico, elaborou uma proposta que procura refletir os anseios da categoria, da forma mais fiel possível. Uma vez confirmada cada cláusula em votação, a mesma será apresentada às agências membros da B.I.T.O. Firmado o acordo, este deverá ser homologado no Ministério do Trabalho e, no futuro, trabalharemos para levá-lo a todas os contratantes, não importando o segmento de atuação. Contamos com a sua participação, colega guia de turismo. Agora é a sua vez. O principal obstáculo para vencer as dificuldades desta categoria profissional tem sido basicamente um: a indiferença.


Notas Sindicais APERTEM OS CINTOS, O PILOTO SUMIU! Outro dia, em um vôo duplo em asa-delta, o piloto percebeu, logo após a decolagem, que estava desengatado da sua asa-delta. Ele então pulou de pára-quedas(!), deixando o cliente sozinho. O desgraçado turista, que não tinha habilitação para pilotar uma asa-delta, acabou caindo em uma árvore, em São Conrado, Zona Sul do Rio, felizmente sem maiores conseqüências. O piloto Eduardo Nascimento Coelho, conhecido como Alpine, poderá ficar suspenso por dois anos, segundo o presidente da Associação de Vôo-Livre do Rio de Janeiro (AVLRJ), Plácido da Cunha Faria. AQUARIO VAI PARA O PÍER MAUÁ O AquaRio, o maior aquário marinho da América Latina, que seria construído no antigo prédio da Cibrazem, na Avenida Rodrigues Alves, deverá ser erguido

no Píer da Praça Mauá. As secretarias de Urbanismo e de Fazenda, além do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos, negociarão o uso daquele espaço do Porto do Rio com o Governo Federal. Um grupo de trabalho vai estudar outra utilização para o imóvel que era da Cibrazem. LINDA, MAS MUITO ESPAÇOSA A jaqueira veio da Índia no século XVII, mas se deu tão bem por aqui que até parece brasileira. Acontece que ela é um problema ambiental: suas folhas bloqueiam a luz do sol e demoram a se decompor, o que atrapalha a germinação de outras espécies nativas. Para piorar, a superabundância de frutos acaba por atrair quatis e micos que comem os ovos dos pássaros, silenciando a Floresta da Tijuca. Resultado: já está acontecendo, no Parque Nacional da Tijuca, um programa de erradicação da jaqueira, não muito simpático, mas necessário.

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Pedido de conciliação O

sócio-diretor da Grayline Celso Antônio Barreto Vianna e Silva, resolveu se retratar formalmente depois do lamentável episódio provocado por uma atitude impensada e autoritária tomada por ele. O jornal Papel do Guia, na edição passada, nº 45, publicou matéria sobre o caso. Por e-mail, Celso Antônio divulgou mensagem alertando proprietários de agências para não contratarem guias que, por ventura, entrassem na justiça contra determinada agência. O sócio-diretor da Grayline agiu dessa forma depois que um guia que lhe prestara serviço por quase 20 anos fora dispensado. Inconformado, o guia, cujo nome mantivemos em sigilo, resolveu buscar seus direitos na Justiça do Trabalho. O SINDEGTUR – RJ repudiou o gesto do diretor da Grayline – como repudiaria, vale lembrar, qualquer um de outro segmento que tivesse tido esse procedimento – e, por decisão da assembléia geral sindical em 11 de abril de 2007, preparou uma ação judicial contra o citado empresário. A B.I.T.O., associação empresarial da qual é partner a Grayline, entrou em contato com o SINDEGTUR / RJ, buscando uma conciliação entre as partes. Em reunião ocorrida na sede daquela organização, o senhor Celso Antônio entregou pessoalmente à diretoria do SINDEGTUR / RJ uma carta de

retratação, deixando claro que nunca teve a intenção de ofender ou prejudicar nenhum dos envolvidos (os guias e o seu sindicato, no caso), confessando estar constrangido e envergonhado. Mais adiante, afirma que sempre teve respeito pela categoria dos guias e que não há quem posso negá-lo. Admite, também, que são eles (os guias) que representam a imagem das empresas junto ao público, vindo daí o sucesso, ou não, do empreendimento turístico. Celso Antônio garante, por fim, que a situação não se repetirá mais. A diretoria do SINDEGTUR / RJ aceitou, em princípio, a retratação feita pelo senhor Celso Antonio, mas explicou-lhe que a suspensão da denúncia deverá ser posta em votação em nova assembléia sindical, que é, em última instância, quem decide as questões importantes que afetam esta categoria profissional e que se reunirá no final de julho. Em prol da concórdia e dos frutos que podemos colher a partir da solução pacífica deste lamentável episódio, solicitamos aos colegas guias de turismo que, na assembléia sindical de julho, votem pelo fim do processo, para que possamos iniciar – sem litígios do passado para resolver – uma nova fase de negociações com as agências, em que todos só teremos a ganhar.


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Pan-Americano 2007: Um evento de gastos olímpicos Foto: divulgação

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iz o velho ditado que não se pode agradar a gregos e a troianos. No caso dos Jogos Pan Americanos, a máxima popular cai como uma luva. Lucros para o turismo à parte, a verdade é que em termos financeiros essa realização monumental proporcionou aos cofres públicos um gasto considerável. De acordo com matéria publicada na revista Veja, “o Pan do Rio conseguiu a proeza de ser o mais caro da história. Os gastos somam até agora 3,6 bilhões de reais. O custo médio das quatro edições anteriores (Santo Domingo, Winnipeg, Mar del Plata e Havana) ficou muito abaixo: 280 milhões de reais. Ou seja, o Brasil está gastando doze vezes mais para promover o mesmo evento.” E, aí, vem a pergunta que não quer calar: será que o capital investido terá retorno garantido? As respostas variam. Para o diretor da Marc Apoio Consultoria e Treinamento, escola técnica especializada em turismo, e professor da Universidade Federal Fluminense Renato Medeiros, há que se fazer uma análise detalhada sobre o assunto. “É preciso separar o investimento em duas partes distintas. Uma com benefícios quantificáveis, cujo saldo final só poderá ser medido após o encerramento do evento. Pelo descontrole absurdo entre a previsão de despesas e o que foi efetivamente gasto é praticamente impossível que essa conte feche no azul. O outro ponto da questão é muito mais difícil de responder. Diz respeito aos aspectos não quantificáveis do evento. O que vai ficar na cidade em termos de infraestrutura esportiva, segurança pública, valorização do esporte como instrumento de educação e

O novo Estádio Olímpico João Havelange, conhecido como Engenhão

integração social, somente será respondido no longo prazo, a partir de uma melhoria na qualidade de vida da população carioca, o que é muito difícil de ser caracterizado como sendo resultado desse ou daquele investimento.” RETORNO DE TURISTAS Há outdoors espalhados pela cidade anunciando que a partir de 13 de julho, data da abertura dos Jogos, os olhos do mundo inteiro vão se voltar para o Brasil. Realmente, vamos chamar a atenção. O evento esportivo vai reunir 5.500 atletas de 42 países, competidores que vão se enfrentar em 29 instalações, proporcionando um espetáculo que será visto por milhões de pessoas pela TV. “Ainda dentro dos resultados não mensuráveis, poderíamos colocar a divulgação do Rio de Janeiro nas Américas em função da mídia gerada pelo evento. Isso vai depender do sucesso da organização do evento e do que ocorrer na cidade durante os jogos. Tanto pode ser benéfico como pode tornar mais difícil para o setor captar novos eventos para a cidade. É preciso esperar para ver

o que vai acontecer. Os atrasos nas obras podem prejudicar a realização dos jogos” – ressalta Renato Medeiros. Os atletas ficarão na vila olímpica, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, mas há também aqueles que, fanáticos por esporte, não perderão a oportunidade de admirar seus ídolos de perto. A maioria deste grupo ficará hospedada em hotéis, o que é positivo para o turismo. O evento foi amplamente divulgado na imprensa, o que, num primeiro momento, dá a impressão de que o Pan, por si só, vai gerar uma clientela para o turismo num futuro próximo. Mas, o professor Renato Medeiros faz uma ressalva. “Não acompanhei o trabalho de divulgação dos jogos nos mercados potenciais para a vinda de turistas para o evento. Acho, porém, que se o turismo carioca for beneficiado com os jogos não o será pelos visitantes que virão para o evento e sim para o futuro em função de uma boa mídia durante a competição. Só ressaltando que o evento tem um resultado efêmero em termos de divulgação, serve como uma catapulta. O setor terá de dar

continuidade ao que for conquistado”.

MUDANÇAS NO TRÂNSITO Atenção, motoristas: redobrem a paciência porque o trânsito no Rio de Janeiro vai ficar ainda mais intenso no mês de julho. Com a realização do Pan-americano, a cidade deverá ter 300 mil pessoas a mais durante o evento, segundo os organizadores da competição. E, para evitar transtornos ainda maiores, haverá mudanças no trânsito. Uma das alterações será a criação de faixas seletivas nas linhas Vermelha e Amarela para uso exclusivo de atletas, equipes técnicas, imprensa e também ônibus de passageiros. Não há previsão de aumento na frota de coletivos, mas as linhas que passam perto de locais de prova serão reforçadas. Trens, metrô e barcas vão operar normalmente, mas nos horários de competição deverão circular em maior número. A idéia, segundo os organizadores, é incentivar o público a usar o transporte coletivo. Vale lembrar que será proibido chegar aos estádios e complexos esportivos de carro, pois as ruas serão fechadas. No Maracanã, por exemplo, todas as ruas em torno do estádio ficarão interditadas para carros de passeio, inclusive parte da Radial Oeste e da Avenida Maracanã. O público, porém, contará com três pontos de táxi e 11 de ônibus, além de poder contar com o trem e o metrô. Todas as opções de transporte coletivo também estarão disponíveis no Engenho de Dentro. Perto do Estádio Olímpico João Havelange, pelo menos 15 ruas serão interditadas, entre elas José dos Reis, Doutor Padilha e a Rua das Oficinas.


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O Cristo Redentor entre as sete novas maravilhas do mundo

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cone maior da cidade do Rio de Janeiro, o Cristo Redentor obteve surpreendente vitória na eleição das sete novas maravilhas do mundo ocorrida em 7 de julho. Estima-se que 1,6 bilhão de espectadores assistiram à transmissão do evento para mais de 170 países. Um belo retorno de imagem para a cidade, reforçado pela realização dos Jogos PanAmericanos e pela eleição do carioca como o povo mais simpático do mundo, escolhido por entidades ligadas ao turismo mundial pela quarta vez consecutiva. A escolha teve início em 2005 e na lista original figuravam 200 monumentos, dos quais 77 foram selecionados por votação. A partir daí, uma comissão de arquitetos escolheu 20 finalistas, consideran-

Fotos: divulgação

Monumento surpreende na reta final

Panorama da cidade com o Cristo, em foto histórica comemorativa do IV Centernário da Cidade, em 1965

do a beleza, complexidade de execução, importância histórica, relevância cultural e significado arquitetônico. O Cristo Redentor passou a figurar entre dez finalistas na segunda etapa da votação, inicia-

da em janeiro de 2007. Ainda em junho, a menos de um mês do final, continuava entre as dez preferidas, mas com remotas chances de ganhar, pois tinha menos da metade dos votos calculados necessários para estar entre as sete finalistas. Entretanto, as concorrentes não contavam com a determinação do carioca e do brasileiro, que não mediram esforços para eleger o Cristo. A campanha lembrou aquela realizada em todo o país a partir de 1924 para a construção do nosso monumento. O Cristo Redentor do Rio de Janeiro integra a nova lista das sete novas maravilhas do mundo ao lado de obras bem mais antigas: a Grande Muralha da China; a cidade de Petra, na Jordânia; Machu Picchu, no Peru; a pirâmide de Chichen Itzá, no México; o Coliseu de Roma; e o Taj Mahal, na Índia.

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obra começou em 1926 e o monumento foi inaugurado em 12 de outubro de 1931. O Cristo Redentor foi projetado e construído pelo engenheiro Heitor da Silva Costa, baseado em desenho do artista plástico Carlos Oswald, com a participação do escultor francês Maximilien Paul Landowski, ao custo de 100 mil dólares na época, cerca de dois milhões de reais atualizados.

A cabeça do Cristo foi concretada no sítio de Heitor Levy, em Niterói. A construção começou com a montagem da cabeça.


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Os Protagonistas de uma Obra-Prima Engenheiro HEITOR DA SILVA COSTA, o Construtor Filho do juiz José da Silva Costa, que foi membro do Conselho do Estado do Império e representante e procurador de D. Pedro II após a proclamação da República, Heitor da Silva Costa nasce na cidade do Rio de Janeiro em 25 de julho de 1873, onde se forma engenheiro civil em 1896 pela antiga Escola Politécnica. Dedica-se depois de formado, dedicou-se ao estudo da arquitetura, sendo livre-docente da Escola de Engenharia da Universidade do Brasil e professor de desenho de arquitetura na Escola Politécnica. Além de projetista e engenheiroconstrutor do Cristo Redentor do Rio de Janeiro, é também o autor de diversas outras obras, como o Cristo Redentor de São João Del Rei, a Nossa Senhora de Fátima de Petrópolis, o projeto do monumento a D. Pedro II, no Rio de Janeiro, e a conclusão da Catedral de São Pedro de Alcântara, em Petrópolis. “Fazer uma imagem do Cristo é [...] uma alta aspiração e uma grande responsabilidade. Fazê-la em proporções descomunais seria, sem dúvida, a aspiração e responsabilidade máximas de uma vida”.

HEITOR LEVY, o Arquiteto-Executor Arquiteto encarregado da construção. Nas palavras de sua neta, Ruth D’ Escanio, a missão representava para ele, “a própria vida”. Ao voltar de uma viagem com Heitor da Silva Costa, a Paris, tendo falecido a esposa, “meu avô, judeu de nascimento, homem refinadíssimo, fez uma renúncia total, em função desta obra. Ele, que só usava copos de cristal europeu, foi morar num barracão de madeira junto com os operários. E nele morou durante sete anos, dedicando-se integralmente à obra”. CARLOS OSWALD, o Desenhista Filho de brasileiros nascido no exterior é o pioneiro da gravura artística no Brasil e desenhista do Cristo. Em seu livro, “Como me tornei pintor”, Carlos Oswald conta como surgiu a forma final: “Foi então que resolvemos dar à figura de Cristo o aspecto da própria cruz, estendendo o mais possível os braços, aprumando verticalmente o corpo, para obter-se, à grande distância, como que uma cruz plantada no granito”.

MAXIMILIEN PAUL LANDOWSKI, o Escultor

Arquiteto e estatuário francês, diretor da Escola de Belas Artes em Paris e condecorado com a Legião de Honra. Escultor do Monumento ao Cristo Redentor do Rio de Janeiro. Entre suas obras, destacamos as estátuas representando a Agricultura e a Indústria na entrada principal do Palácio Piratini em Porto Alegre (1916), e na França, Guerreiro Davi (1903), pelo qual recebe o Grande Prêmio de Roma, Túmulo do Marechal Foch, Miguel Angelo no Trabalho, O Templo e o Homem (1908) e A Vitória de Chemin des Dames

(1928). Creditava seu talento a um acidente de infância, que afetou temporariamente sua visão. Ali nascia a sensibilidade maior nos dedos e mãos, patrimônio dos grandes escultores. Nascido em Montmartre, Paris, onde sempre viveu, nunca pode vir ao Rio de Janeiro para ver sua criação de perto. Paulo da Silva Costa detalhou, em entrevista ao Jornal do Brasil em 1981, o encontro entre seu pai, Heitor da Silva Costa e o escultor francês, em Paris (1924): “Landowski foi maravilhoso. Sabe estas coisas que, de repente, se encaixam cem por cento? Foi isto. Fomos ao seu ateliê, meu pai expôs a idéia, mostrou os desenhos e ele entendeu na mesma hora. Foi de muita felicidade. E esta compreensão era muito necessária, pois como meu pai acentuou, o Cristo Redentor é, simultaneamente, uma obra de engenharia, arquitetura e escultura. Devia, portanto, haver perfeita harmonia”.


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Bondinhos Pão de Açúcar - 95 anos de encantamento

Inauguração do novo bar-sanduicheria no Pão de Açúcar

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Companhia Caminho Aéreo reo Pão de Açúcar inaugura este ano um novo ambiente localizado no Morro da Urca: o Espaço Baía de Guanabara. A novidade faz parte das comemorações do aniversário de 95 anos do bondinho – vale lembrar que a primeira linha, ligando a Praia Vermelha ao Morro da Urca, aconteceu em 27 de outubro de 1912. Em área coberta de 760 m2, serão implantados três restaurantes temáticos, totalmente climatizados, sendo que cada um terá capacidade para atender a 120 pessoas. Nesta área será também inaugurado um bar tropical com mesas, cadeiras, e lounge entre jardins tropicais, além de toaletes para o público e pequeno palco para apresentações de pocket shows. Segundo a Diretora Geral, Maria Ercília, a inauguração do espaço criará novos postos de trabalhos, diretos e indiretos. “Aproximadamente 300 empregos serão gerados e a indústria do turismo como um todo se beneficiará, já que, com o Espaço, teremos potencial para receber eventos de todos os portes”, conclui. Atenta ao turismo, que movimenta uma cadeia composta por mais de 50 setores da economia, a Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar reconhece o trabalho realizado pelos guias de turismo como essencial para a fomentação do setor. Foi por isso que

realizou um evento especialmente para estes, no dia 18 de maio, que contou com visita técnica à casa de máquinas, coquetel ao som de DJ e entrega de prêmios, criados para a ocasião com o nome “Prêmio Cristóvão Leite de Castro”. Entre as categorias premiadas estiveram “guias que mais trouxeram visitantes ao Pão de Açúcar no ano passado”; “guias mais antigos”; “honra ao mérito” e “prêmio especial”. “Os guias de turismo exercem um papel fundamental na impressão que os turistas têm durante sua visita ao Complexo Pão de Açúcar, como também na imagem que formarão do Rio de Janeiro. Essa homenagem é uma forma de retribuição ao bem-sucedido trabalho que eles fazem diariamente”, afirma Maria Ercília Leite de Castro. Ainda em clima de comemoração, a CCAPA está desenvolvendo um projeto inédito: a construção de um Museu a Céu Aberto, que pretende contar a história do ponto turístico com imagens, sons e mostras fotográficas. O público terá oportunidade para ver cartões postais antigos, fotos de personalidades famosas que aqui estiveram nestes 95 anos de funcionamento do Bondinho, caricaturas e cartoons com o tema do Pão de Açúcar. A previsão é de que o Museu seja inaugurado no 2º semestre de 2007.

GUIAS DE TURISMO HOMENAGEADOS

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Companhia Caminho Aéreo do Pão de Açúcar homenageou os guias do Estado do Rio de Janeiro com um belíssimo Happy Hour no anfiteatro do Morro da Urca, no dia 18 de maio, ainda como parte das comemorações do 10 de maio – Dia Nacional do Guia de Turismo. Com um serviço impecável de canapés e bebidas e criativa decoração das mesas e ambiente, a diretora geral da CCAPA, Maria Ercília Leite de Castro, foi a grande anfitriã de uma noite memorável. Houve distribuição de diplomas aos guias que, por diferentes critérios, mais se destacaram no ano de 2006. Em seguida, inspirados por uma trilha sonora dos anos 60 a 80, a animação tomou conta da pista de dança. As luzes da cidade em noite estrelada encantaram os tradicionais freqüentadores mais acostumadas com o panorama diurno do alto do morro da Urca.

Fotos: divulgação/CCAPA

UM NOVO COMPLEXO TURÍSTICO EM CONSTRUÇÃO

Luiz Augusto N. dos Santos, presidente do SINDEGTUR / RJ discursa

Maria Ercília Leite de Castro, diretora da CCAPA e Mauro Rubinstein, vice-presidente do SINDEGTUR / RJ

Posando para a posteridade: Guias do Rio de Janeiro com a equipe da CCAPA

No anfiteatro, finamente decorado, após o excelente coquetel, os homenageados se agitaram com o som dos anos 70 e 80


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Sindical No final, foram distribuídos brindes entre os convidados e, dentro das bolsas, algumas boas surpresas, como relógios oferecidos pela Amsterdam Sauer, estadias em hotéis e passeios em helicópteros da Helisight, entre outros. Um seguro contra acidentes de trabalho da Lords Seguradora foi sorteado para a guia Mariela de Moura Ciano. Entre os colegas agraciados com o prêmio “Cristóvão Leite de Castro”: Guias que mais levaram visitantes ao Pão de Açúcar em 2006: Erine Xavier Djmal, Waldnei de Abreu e Leni Silles. Guias mais antigos: Aguimar Fernandes, Andréas Levenkusen, Áurea Bottino, Henriette Probstner e Liese-Lotte Gössel. Prêmio Honra Ao Mérito especial pelo profissionalismo e honestidade no trabalho: Tamara Te l l e s R i b e i r o e M a r i o n Alberti. Prêmio Especial pela participação na fundação do SINDEGTUR /RJ: Milton Perelmann.

Aguimar Fernandes

Henriette Probstner

Milton Perelmann e Mauro Rubinstein

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Da esquerda p/a direita: Gerardo Millone (O Guia Legal), Luiz Augusto, Vanya e Mauro. À direita: Luiz Henrique argumenta com Maria Ercília, Isabel e José Marcos

PROFISSIONALISMO NO SENTIDO AMPLO

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urante a alta temporada passada, guias de turismo expressaram, através do site “O Guia Legal”, o descontentamento com alguns procedimentos e situações no Complexo do Pão de Açúcar, que dificultavam a nossa atividade profissional. A diretoria da CCAPA – Companhia Caminho Aéreo do Pão de Açúcar – atendeu à solicitação do SINDEGTUR / RJ no sentido de reunir uma representação de guias para apresentar propostas de melhorias. A reunião contou com a presença de Maria Ercília Leite de Castro, diretora geral da CCAPA; José Marcos Faria, gerente administrativo e recursos humanos; Isabel Mattos, gerente de marketing; e Vanya Lassery, analista de marketing. Participaram do debate o presidente do SINDEGTUR / RJ Luiz Augusto Nascimento dos Santos, o vice-presidente Mauro Rubinstein e os guias de turismo Gerardo Millone (diretor do site “O Guia Legal”), Ana C. Bassi, Luis H. Schulze, Ceci Maciel, Regina Barbosa, Marcio Azulay, Suzana Perl e Osleide Pinheiro. Queremos aqui expressar o nosso apreço diante da atitude tão positiva e prática da empresa, ao acolher as sugestões e críticas com humildade e tomar algumas medidas imediatas para melhorar o atendimento. Tudo se deu em clima de grande cordialidade e de forma objetiva e transparente. A Companhia Caminho Aéreo do Pão de Açúcar está de parabéns.

Resumimos a seguir os principais pontos do debate com as respostas da empresa:

mete que o problema deverá ser sanado em curto prazo.

BILHETERIAS A empresa vai agilizar a emissão de bilhetes, buscando melhorar o desempenho dos funcionários e mantendo a bilheteria exclusiva para guias de turismo e portadores de necessidades especiais durante a alta temporada e nos dias de maior fluxo. Será facultado o acesso de guias desacompanhados de turistas, para fins de inspeção ou aperfeiçoamento profissional, mediante a apresentação do crachá emitido pelo Ministério do Turismo, dentro do prazo de validade. O período de tolerância para crachás vencidos será de 30 dias. Está em processo de negociação o pagamento através de cartões de créditos (o Visa Eletron já é aceito normalmente). Será aperfeiçoada a sinalização da estação da Praia Vermelha, assim como em todo o complexo, com o término da reforma em curso.

Foi solicitado à empresa

SERVIÇOS EM GERAL

BONDINHOS A freqüência das viagens já

foi reduzida para cada 20 minutos ou menos, conforme a demanda (anteriormente o intervalo era de 30 minutos entre as partidas). A ventilação no interior dos bondinhos será melhorada, assim como as indicações de direção para o desembarque. A empresa reconhece as dificuldades com o funcionamento dos elevadores para portadores de necessidades especiais e pro-

que o funcionamento do bar terceirizado no Pão de Açúcar coincidisse com o horário de visita, que o câmbio praticado fosse o mesmo da loja de souvenirs, que houvesse mais caixas para evitar filas e uma melhoria na limpeza de mesas e balcões. A empresa respondeu que a nova configuração dos serviços, com a criação de uma área de alimentação no Morro da Urca e a renovação do bar no Pão de Açúcar, deverá resolver estas e outras questões. No final da reunião, Maria Ercília L. de Castro apresentou um DVD sobre a obra de revitalização do complexo da Urca e do Pão de Açúcar, já em andamento, que inclui a criação de uma nova praça de alimentação, um museu sobre o Pão de Açúcar e a cidade do Rio de Janeiro e a apresentação de eventos musicais ao pôr-do-sol, entre outros. Está em construção um novo e confortável complexo turístico, que certamente agregará ainda mais valor a um passeio que já é sucesso há quase um século. Agradecimentos especiais ao Gerardo Millone pela coordenação dos debates via Internet e pela participação na reunião e aos colegas guias de turismo que contribuíram com seu tempo e conhecimento em prol da categoria e do Turismo de nossa cidade.


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Rio Sul Shopping Center comemorou em grande estilo o Dia Nacional do Guia de Turismo, no dia 10 de maio, oferecendo um café da manhã aos guias do Rio de Janeiro, cidade e estado. Durante o evento, a gerente de Marketing do Rio Sul Shopping Center, Bárbara Blak Fefer, acompanhada da equipe, apresentou o novo programa de relacionamento com os guias de turismo e conduziu os presentes em uma caminhada pelas áreas em reforma, antes do horário de abertura das lojas. Por sua localização privilegiada e pioneirismo na atividade turística, o Rio Sul Shopping Center sempre se destacou como um dos locais de compras preferidos dos visitantes nacionais e estrangeiros. Uma nova fase iniciada com uma série de reformas e ampliações

Fotos: divulgação

O Rio Sul Shopping Center lança Cartão de Relacionamento para Guias de Turismo

Bárbara Blak Fefer e Márcia Rabello, do SINDEGTUR / RJ

Bárbara Fefer “guia” os Guias de Turismo no interior do Rio Sul Shopping Center

deverá enfatizar ainda mais esta vocação turística. A grande imprensa já noticiou que está prevista a construção de um hotel de 20 andares em 2008, na área onde funcionou o posto de gasolina, integrado à Torre e ao próprio Shopping. Pode-se estimar o impacto positivo no setor turístico e a importância do papel do guia de turismo no novo empreendimento. “Os guias de turismo têm um papel fundamental neste esforço”, diz Bárbara, gerente de Marketing do Rio Sul Shopping Center. A grande inovação no setor de serviços ao consumidor, neste momento, é o lançamento de um programa piloto de relacionamento com guias de turismo e concierges da hotelaria – o RIO SUL PASS. Será um cartão que deverá ser distribuído pelo profissional de turismo aos visitantes internacionais, em uma primeira fase. Posteriormente, o serviço será estendido também ao cliente brasileiro de outros estados. O cartão é numerado e acompanha um livreto com informações sobre promoções e descontos

para o turista, além da lista de lojas conveniadas dentro do Rio Sul Shopping Center. Quando o turista apresenta o cartão para usufruir os descontos – ainda que desacompanhado do guia –, o sistema computa a venda e o comissionamento para o profissional, que varia de 5% a 10% do valor-neto, pago no dia 10 do mês subseqüente à venda. Tudo bem fácil, sem burocracias.

Está em curso um teste do funcionamento do programa RIO SUL PASS, com validade até 31 de julho, especialmente para o PAN. Os cartões estão sendo distribuídos na sede do SINDEGTUR / RJ para os associados, nesta primeira etapa. No futuro próximo, todos os guias do Estado poderão fazer parte do programa de relacionamento, uma iniciativa que, com certeza, trará mais rendimentos para o profissional. Interessados devem ligar para o Sindicato, fazer reserva e passar, depois, para buscar seus cartões. Mais informações podem ser obtidas através do fale conosco, no site do SINDEGTUR / RJ – www.sindegtur.org.br. Quem preferir, pode encaminhar e-mail para sindegtur@sindegtur.org.br.


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Amsterdam Sauer e SINDEGTUR / RJ oferecem Ciclo de Palestras gratuitas para Guias de Turismo estabelecimentos”, frisa ele. Há guias que se surpreendem com o volume da conta bancária, principalmente na época de alta temporada, mas muitos não têm idéia de como aplicar aquela reserva, ou seja, o que sobrou depois de todas as contas pagas. E, aí, surgem as dúvidas: poupança, CDBs, Letras do Tesouro, Ouro, Dólar, Bolsa de Valores? Para os que dominam a arte da informação, mas carecem de orientações financeiras, uma boa notícia: o assunto “investimento” está na pauta do curso.

Foto-montagem

O

guia de turismo, como tudo mundo sabe, é o profissional que mostra atrativos naturais e culturais a turistas e visitantes. Mas, as atribuições dele vão além e podemos dizer que o guia de turismo é, também, um vendedor. O vice-presidente do Sindicato Estadual dos Guias de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, Mauro Rubinstein, tem uma opinião sobre o assunto. “Mesmo sendo ético, bem preparado cultural e intelectualmente e com bom domínio de idiomas, o desempenho de um guia de turismo contratado por uma agência será sempre avaliado em função do retorno econômico, isto ninguém pode negar. Guia que não vende bem perde espaço” – diz o representante do SINDEGTUR-RJ. E foi pensando em facilitar a atividade do profissional que o SINDEGTUR/RJ e a Amsterdam Sauer fecharam uma parceria inédita que vai render dividendos para o guia. Será um ciclo de palestras gratuitas sobre comunicação, marketing pessoal, vendas e finanças. Rubinstein antecipa o conteúdo do treinamento. “Nas aulas, o participante vai renovar suas técnicas de marketing pessoal, ou seja, de como vende sua própria força de trabalho – algo intrinsecamente ligado à sua valorização profissional –, além de ter noção de como melhor apresentar e comercializar produtos e serviços turísticos”. “Quem não se comunica se trumbica” – a frase não é nova e tem dono. Foi na década de 60 que o comunicador Chacrinha soltou-a no ar, e o povo gravou. O Velho Guerreiro tinha toda razão, que o diga o guia de turismo, que precisa não apenas ter conhecimento, mas conseguir transmitir, vencer suas próprias inibições e falar em público, com segurança e objetividade. Para Vitor Botelho, diretor de Marketing Internacional, “os guias de turismo são importantes intermediários no trabalho de divulgação da nossa empresa. Trata-se de uma parceria perfeita, em que a

A famosa águia da loja do Pão de Açúcar

chave é o compartilhamento do conhecimento e da experiência. É o que esperamos deste ciclo de palestras”. Botelho não acredita que o turista esteja comprando menos: “Os novos desafios são a grande disseminação da informação via Internet e outros canais. Jóias não são novidades, excursões também não, nem o Rio de Janeiro é novidade! É preciso somar esforços e aperfeiçoar conhecimentos para atrair o cliente. Hoje, sem parcerias, as empresas morrem”. O vice-presidente do SINDEGTUR /RJ chama a atenção para o ambiente extremamente competitivo que existe no turismo, lembrando que concierges de hotéis, taxistas e outros agentes estão sempre de olho naqueles que vêm do exterior e de outras regiões do Brasil. “Uma vez conquistada a confiança do contratante (agência) e a do cliente, há o desafio da comercialização dos produtos e serviços, como alimentação, moda em geral – inclusive jóias, arte e artesanato, diversão e outros. Nos encontros, especialistas vão dar orientações sobre vendas, ajudando a potencializar os lucros dos guias e, conseqüentemente, dos proprietários de

PROGRAMA O ciclo de palestras será realizado em oito encontros semanais no novo Espaço do Guia de Turismo, na sede da Amsterdam Sauer em Ipanema, com duração de 90 minutos por encontro, nos meses de agosto e setembro de

2007 (um ciclo de quatro palestras em agosto e sua repetição em setembro). Serão oferecidas 30 vagas por palestra, preferenciais para guias sindicalizados em dia, mas abertas a guias não-sindicalizados, segundo disponibilidade. As palestras serão gratuitas e os interessados devem registrar-se através de e-mail, por telefone ou pessoalmente no SINDEGTUR / RJ (Rua Santa Clara, 75, 13º andar – C01). TEMAS DAS PALESTRAS Comunicação: Transmitindo

o seu Conhecimento. Marketing Pessoal: Valo-

rizando a sua Oferta de Trabalho. Vender com Arte, Técnica e Convicção. Como Investir o seu Dinheiro.


Nacional

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Foto: Mauro Rubinstein

XXVII CBGTUR

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27ª edição do Congres so Brasileiro de Guias de Turismo realizada na aprazível João Pessoa, na Paraíba, entre 6 e 10 de junho de 2007, teve como tema “O Guia de Turismo no contexto da Globalização”, com foco especial para políticas de geração de trabalho e renda para a categoria; auto-estima e ética no exercício da profissão; a luta pelo cumprimento da legislação e a criação do Conselho Nacional do Guia de Turismo. Cada congresso produz – ao finalizar seus trabalhos – uma carta de intenções e diretrizes. A Carta de João Pessoa reflete os anseios atuais dos guias de turismo pela revisão da legislação e dos mecanismos de cadastramento e fiscalização, o reconhecimento dos Sindicatos de Guias de Turismo como de utilidade pública e a adequação e ampliação da grade curricular dos cursos de formação do profissional. A carta conclama também pela criação do conselho de classe e para uma solução para o problema do caos aéreo no país. O Congresso terminou com uma viagem no Trem do Forró para Campina Grande e o Grande Baile no Esporte Clube Cabo Branco, em João Pessoa. Este Nordeste é bom demais! Em 2008, o evento será realizado em Foz do Iguaçu, onde “As Águas Vão Rolar!”. Para 2009, depois de acirrada disputa com Amapá, Goiás e Rio Grande do Norte, em que todos se esmeraram nas apresentações, o estado de Alagoas foi o grande

Fotos: divulgação

Pôr-do-sol ao som do bolero de Ravel, na Praia de Tambaú, em João Pessoa

Márcia Rabello porta o Pavilhão do Estado

vencedor da concorrência para sediar o 29º Congresso. A escolha é feita pelos presidentes e conselheiros dos sindicatos estaduais, durante a Assembléia Geral Ordinária da FENAGTUR, que precede o congresso anual.

Rififi na Assembléia Geral Ordinária da FENAGTUR A AGO semestral da FENAGTUR realizada na cidade de Campina Grande precedeu o Congresso e ficou marcada por intensas discussões. O Conselho Nacional, formado pelos presidentes e conselheiros dos sindicatos estaduais, exigiu da presidente da federação, Creusa Soares, uma retratação por não haver cumprido as decisões da AGO anterior realizada em Porto Alegre. Advertida severamente e admitido o equívoco por parte da presidente, os trabalhos tiveram prosseguimento em clima mais ameno. Cabe destacar a atuação do presidente do Sindicato da Paraíba e anfitrião, Gilvan Braz, que muito contribuiu para acalmar os ânimos, assim como a atitude de moderação do próprio Conselho. Os Sindicatos enfrentam o tradicional problema do baixo índice de sindicalização dos guias de turismo e juntos buscam na Federação a liderança para melhorar a representatividade, prestando mais e melhores serviços aos guias, ainda que com escassos recursos. No âmbito da AGO federativa, que se reúne duas vezes ao ano, com duração de três dias cada, são traçadas as diretrizes políticas para a categoria, elaboradas as cartas dos congressos e escolhidas as cidades anfitriãs de futuros congressos, além de debater variados temas de interesse da categoria em todo o país.

Presidentes e conselheiros sindicais no maior São João do mundo, em Campina Grande

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Boca no Microfone NÃO DEU CERTO, É SÓ FECHAR? Todos entendemos as dificuldades que as operadoras de turismo cariocas tiveram este ano, ao enfrentarem uma letal combinação de caos aéreo, câmbio desfavorável e desordem urbana, que tem afugentado os turistas. Para os guias também está difícil. Mas, uma agência não pode simplesmente fechar as portas, um belo dia, sem explicações, deixando dívidas com os guias de turismo e demais fornecedores, como fez a Best Team recentemente. É um absurdo, um total desrespeito aos guias que acreditavam receber o devido no final da temporada, conforme fora prometido, e ficaram de mãos abanando. O calote foi de cinco a dez mil reais por guia! SUPER MILTON Foi finalmente decretado o tombamento da casa número 5, da Rua Almirante Guillobel, na Lagoa, chamado de “Palacete Tavares” pelo professor e historiador Milton Teixeira. Diretor do SINDEGTUR / RJ, ele teve participação decisiva nesta luta pela preservação de um patrimônio histórico de nossa cidade, antes que alguma construtora o pusesse a baixo. TEM GENTE QUE NÃO APRENDE Em evento recente – um incentivo com mais de mil turistas espanhóis –, a agência do receptivo carioca Adventure World procurou guias de turismo oferecendo 50% do valor do tarifário SINDEGTUR / RJ. Alguns ainda vieram reclamar com o Sindicato, depois de terem aceitado trabalhar por uma mixórdia! Felizmente, ainda existem colegas com dignidade, que não se dobram, e a agência teve dificuldades em encontrar os guias de que precisava.


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