UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE PESQUISA PROPOSTA DE PROJETO PARA BOLSISTAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA SUBPROGRAMA PIBIC\UFPA- EBTT Nome do Orientador: Maricilde Oliveira Coelho Unidade: Escola de Aplicação da UFPA Título do Projeto de Pesquisa: Fontes para a História da Educação do Pará: estudos sobre a Revista do Professorado (1934-1936). Relatório final: agosto/2017 a agosto/2018 O presente relatório mostra os resultados finais do plano de trabalho ligado ao projeto Fontes para a História da Educação do Pará: estudos sobre a Revista do Professorado (1934-1936) e tem por objetivo fazer um levantamento de autores que escreveram para a revista e os temas recorrentes nas páginas da Escola – revista do professorado do Pará, que circulou entre 1934 e 1936 sob os auspícios da Diretoria Geral do Ensino do Estado do Pará. A partir desse levantamento será possível reconhecer quais eram as ideias e os discursos sobre educação, ensino e metodologia na década de 1930 e que contribuíram para as transformações do campo educacional paraense. No Estado do Pará, uma das iniciativas, após a reforma de 1931, foi a publicação da revista de ensino Escola, que trazia artigos e palestras pedagógicas, em sua maioria, escritos por professores de escolas públicas paraenses.
A Diretoria de Ensino e
Instrução Pública, à época sendo diretor geral o literato Oswaldo Orico, subsidiou a publicação deste periódico educacional que iniciou em 1934 e circulou até 1936, numa periodicidade irregular que variava de dois a oito meses entre uma publicação e outra. A revista estava dividida nas seguintes sessões: • Artigos: textos sobre literatura, educação, pedagogia e sociologia, originais, traduzidos ou reproduzidos. • Palestras pedagógicas: textos publicados de apresentações realizadas pelo professor ou professora, para a comunidade escolar.
• Histórico: biografias de educadores. • Atos do governo: todos os atos oficiais concernentes a Instrução Pública com notícias de concursos ou vagas, movimento do professorado, programas, modificações nos regulamentos e nomeações. • Notas e informações: observações dos fatos da vida escolar e comunicados aos professores sobre princípios e questões pedagógicas. O processo de editoração e publicação da revista era realizado pela Diretoria Geral de Educação e Ensino Público do Estado do Pará e a encadernação era realizada na tipografia do Instituto Profissional Lauro Sodré, em Belém. A revista era distribuída gratuitamente para cada grupo escolar e escola isolada do Estado, que recebia um exemplar de cada número. Quanto a venda avulsa da revista, para outro público além dos professores, não conseguimos informações. Também não encontramos informações sobre o número de cada tiragem, indicador importante da repercussão da revista no meio educacional, regional e nacional, e, no levantamento por mim realizado nas Bibliotecas Arthur Vianna, Nacional e da Universidade Federal do Pará, não foi encontrada a revista número um. Na capa da revista número dois, de junho de 1934, aparece a informação de que sua publicação era bimestral, porém entre a publicação do número três e a publicação do número quatro há uma distância temporal de nove meses e entre a publicação da revista número quatro e a revista número cinco, último número a ser encontrado na pesquisa, há uma distância de quatro meses. Também se observou que o número de artigos diminuiu bastante entre os dois primeiros números, que aparecem com dezessete artigos, e o último número encontrado, a revista número cinco, com apenas dez artigos publicados. Os textos publicados no periódico Escola – revista do professorado do Pará foram, em grande maioria, escritos por professores dos grupos escolares, escolas reunidas e escolas isoladas, além de docentes de escolas particulares. A grande participação das mulheres em publicações da revista, confirma a consolidação do magistério primário como um ofício expressivamente feminino, como revela o Anuário Estatístico de 1932, que do universo de 57.690 professores primários brasileiros, 48.517 eram do sexo feminino e 3.182 eram do sexo masculino (BRASIL: 1936). Professoras e professores expressavam suas ideias nas páginas da revista, o que proporcionou visibilidade à
produção intelectual e contribuiu para a divulgação dos avanços pedagógicos da escola primária no Estado do Pará.
Nos quadros abaixo aparecem autores, gêneros que escreveram e a profissão que exerciam: TÍTULO José Veríssimo, educador
GÊNERO biografia
AUTOR Manuel Lobato
Notas à margem das minhas lições
artigo
Nelson Ribeiro
João Ribeiro, milionário de talento A escola renovada e a criança José de Anchieta
biografia
sem assinatura do autor Hilda Vieira professora normalista
Invocação patriótica
poesia
À margem do convênio
artigo
Notas de aula
artigo
A minha viagem de férias à Amazônia Aplicação dos modernos processos educativos em nossos grupos escolares O Círculo de Pais e Professores e sua influência na educação moderna O disco e o ensino da língua – método de Vivante. Os processos da escola ativa
artigo
Educação infantil
artigo
o
física
O que é do Convênio Estatístico para seus seguidores
Palestra pedagógica poesia
Palestra pedagógica
PROFISSÃO Professor da Escola Normal do Estado do Pará Professor da Escola Normal do Estado do Pará
Remígio Fernandez Naíde Vasconcelos Dalcídio Jurandir Orlando Torres Guilherme Butler sem assinatura de autor
Professor do Colégio Paes de Carvalho Inspetor de ensino primário capitão do Departamento de Educação Física
artigo
Mateus Carmo
artigo
sem assinatura do autor
Palestra pedagógica
Antonieta professora normalista Serra Freire Pontes Pedro Furtado sargento monitor do Júnior Departamento de Educação Física Convênio com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para a
notícias
do Professor do Colégio Paes de Carvalho
Tuiti e a celebração cívica em Belém
notícias
Dados discriminatórios ensino primário Brasil em 1932
notícias
realização de estatísticas escolares sobre a comemoração pelas escolas da data de adesão do Pará à independência do Brasil, dia 28 de maio Sobre o Primeiro Congresso do Ensino Rural, ocorrido na Bahia
do do Mapa demonstrativo
Serviços de inspetoria de higiene e educação sanitária escolar de maio de 1934.
Fonte: Revista Escola, número 2, junho de 1934.
TÍTULO Paulino de Brito, o mestre Páginas simples
GÊNERO
AUTOR Heliodoro de Brito
poesia
Nelson Ribeiro
O professor e a criança Oração à Pátria
artigo
G. Jinarajadasa
discurso
Amazonas Figueiredo
A data de sete de setembro O problema do ensino rural A Escola Nova e sua finalidade Instrução
notícia
O ensino primário no Brasil Centro de Interesse
A atividade humana
artigo Palestra pedagógica Palestra pedagógica resenha de livro Palestra pedagógica
Palestra pedagógica
PROFISSÃO Academia Paraense de Letras professor catedrático da Escola Normal Teosofo indiano
de Diretor geral de educação e instrução pública do Pará
Dalcídio Jurandir
Inspetor de ensino primário Corina Lassance professora Cunha normalista Julieta Góes das professora Dores normalista D.J Emília Henderson professora Loureiro normalista do Grupo Escolar Barão do Rio Branco Luiza Valente Lobo professora
Histórico de Ramos Pinheiro Liberdade e instrução
biografia
Josefina Rabelo
Palestra pedagógica
O professorado leigo, particular ou público, deve repelir ou alimentar o ensino religioso nas escolas? O ensino do desenho
Palestra pedagógica
Alexandrina professora Rangel de Castro normalista das Rocha Escolas Reunidas Carlos Nascimento Graziela Moura de professora Paula Ribeiro normalista das Escolas Reunidas Carlos Nascimento
Os processos da escola ativa no Pará
Palestra pedagógica
A socialização da escola
discurso formatura
Instituto Carlos Gomes Os pioneiros da Escola NovaPestalozzi Festas escolares Atos do governo O sorriso de Gandhi Método para cálculo rápido dos coeficientes estatísticos
notícia
artigo
biografia notícia notícia ensaio
professora
José Bandeira
Professor do Colégio Paes de Carvalho e da Escola Normal do Estado Palmira Lins de professora Carvalho normalista do Grupo Escolar Barão do Rio Branco de Ruth Pires dos Reis formando do curso normal do Colégio Progresso Paraense Sem identificação do autor
Paulo de Oliveira
jornalista
Artigo traduzido da G. Zapar e Peter Professores revista suíça Lazar L’Educateur
Fonte: Revista Escola, número3, agosto de 1934.
GÊNERO TÍTULO Professor Severiano Bezerra
biografia
AUTOR
PROFISSÃO
Bellatriz Bezerra professora de Albuquerque normalista
do
de Albuquerque O professor perante as grandes renovações da época Uma nova pedagogia religiosa para nossos filhos Instruções para as escolas agrícolas rurais O problema da alfabetização Aplicação do método ideo-visual
Palestra pedagógica
Nina Ayres
Palestra pedagógica
Ribamar de Moura
Palestra pedagógica
Luiz Ribeiro
Palestra pedagógica Palestra pedagógica
Nina Ayres
Diário de classe
Palestra pedagógica
Disciplinar
artigo
Educação Física
artigo
Dramatização geográfica – o Pará e suas regiões Instruções para escolas agrícolas rurais
Palestra pedagógica
Auriverde pendão Tempo de menino
poesia poesia
Bruno de Menezes Dalcídio Jurandir
A educação na Rússia Soviética
resenha
D.J.
Grupo Escolar Barão do Rio Branco professora normalista professor
Fernando Engenheiro agrônomo
Professora normalista Maria Leal Uchoa professora do Martins Grupo Escolar Pedro II Francisca Menezes professora do Grupo Escolar Rui Barbosa Ferreira da Rosa Professor de escola pública do Estado do Rio de Janeiro Orlando Torres capitão do Departamento de Educação Física Antonieta Serra professora Freire Pontes normalista
artigo
inspetor regional do Departamento Nacional de Indústria Animal do Ministério da Agricultura poeta Inspetor de ensino primário
Fonte: Revista Escola, número 4, maio de 1935.
TÍTULO Do melhor meio de
GÊNERO artigo
AUTOR Oswaldo Orico
PROFISSÃO diretor da instrução
disseminar o ensino primário no Brasil A propósito do professor Bezerra de Albuquerque A 3ª. Exposição de imprensa escolar VII Congresso Pan-americano da Criança A alma do educador Ao povo cearense Síntese de uma palestra de filosofia pedagógica Ensaio de crítica literária
pública no Pará biografia
Manoel Lobato
professor da Escola Normal
resenha
Almira da Silva
professora do Colégio Progresso Paraense
Palestra pedagógica Palestra pedagógica
Maria Antonieta de professora Serra Freire Pontes Osmarina Pimenta professora do Colégio Progresso Paraense
ensaio
Maria das Graças professora Maroja normalista do Colégio Progresso Paraense Henrique Palha professor Estevão Pinto professor da Escola Normal de Pernambuco Laura Jacobina diretora do curso Lacombe Jacobina no Rio de Janeiro Dalcídio Jurandir Inspetor de ensino primário
notícia notícia
Vilhena Alves Como classificar os alunos?
biografia artigo
O ensino no estrangeiro - a Hich School Educação e liberdade Do registro de professores A inútil canção Notas e informações
artigo artigo notícia poesia notícia
Jurandir Pereira
professor
Fonte: Revista Escola, número 5, setembro de 1935.
Apesar de ter tido um curto ciclo de vida, de 1934 a 1936, a revista Escola proporcionou a circulação das novas orientações metodológicas nas diversas áreas do conhecimento: linguagem oral e escrita, desenho, educação religiosa, trabalhos manuais, educação física, matemática, geografia, história com o objetivo de legitimar o discurso sobre as modernas questões do ensino daquela época. A biografias de educadores
paraenses, como Paulino de Brito, Vilhena Alves e Severiano Bezerra de Albuquerque, possui a visível intenção de formar uma memória da educação por meio do exemplo legado por esses educadores e de contribuir na formação cultural e histórica de seus leitores. A contribuição de autores de outros estados brasileiros com alguns escritos publicados, manifesta um diálogo possível entre professores paraenses e seus contemporâneos de outros estados brasileiros, e até mesmo de outros países, sobre temas educacionais de interesse comum. A revista serviu como mediadora entre esses professores na troca de informações pedagógicas e de cultura geral. Em sintonia com o movimento por uma nova escola brasileira, os programas de ensino da escola paraense foram revistos pelo Conselho Superior do Ensino Primário e passaram a ser adotados a partir de 1929. Essa mudança materializava uma série de aspirações, inovações e renovações no setor educacional baseada na escola ativa e tendo a observação e a experimentação como bases da construção do conhecimento. Nas páginas da revista Escola, a nova orientação pedagógica formulada pelo governo do Estado para escola primária no Pará, é avaliado, e na opinião da professora Corina Lassance Cunha a renovação educacional é vista como o advento da modernidade, o avanço contra o legado de uma escola primitiva, aonde ainda prevalecia o método de ensino da palmatória. Para Corina Lassance Cunha, somente ao professor caberia nortear a trilha dos novos processos de ensino, fazer a nova pedagogia promissora da escola primária: […] E quem faz a escola nova, com todos os seus encantos e atrativos, encaminhando-a com proveito e segurança na realização de sua finalidade é o professor, o mestre, o educador. A ele compete, pela perfeita intuição que deve ter a nobre missão que lhe pesa sobre os ombros, formar a ambiência escolar, dentro da qual o discípulo se sinta bem, sem constrangimento, em plena liberdade de ação, como se estivesse em família, de modo a poder, sem receio, dar expansão às manifestações do seu espírito ainda embrionário, manifestações essas pelas quais o professor aquilatará de capacidade, das tendências, das predisposições de cada aluno, podendo assim norteá-las com eficiência (CUNHA, 1934, p. 43).
A responsabilidade de fazer a escola nova, organizada sob a liberdade de ação e movimento do aluno, em uma dinâmica que demandava novas relações com o conhecimento, deveria ser realizada pelo professor sem descuidar da formação patriótica e religiosa do aluno. Ao professor caberia cultivar no coração do aluno o amor
sagrado à pátria, sob a base do cristianismo católico, e assim, a escola iria impulsionar o progresso e a civilização do país: […] é na escola primária, pela instrução e pela educação, pois que a sua missão não deve ser unicamente instruir, mas educar também, que a criança com os primeiros clarões do abecedário, recebe noções de honra, dever e patriotismo. E se essa educação tiver por base os salutares ensinamentos morais espalhados no mundo pela palavra sagrada do Nazareno, então a escola primária concorrerá, indubitavelmente, para assegurar, sob o signo do Cruzeiro, a prosperidade, a paz, a ordem, a harmonia e a integridade do Brasil. (CUNHA, 1934, p.44)
Como revela a palestra pedagógica de Corina Lassance Cunha, a separação formal entre o Estado e a Igreja, conferido pela república a partir de 1889, não impediu a articulação da escola às tradições religiosas católicas ao mesmo tempo em que a mesma fortalecia e disseminava valores cívicos. Na década de 1930, a lembrança dos danos causados pela I Guerra Mundial e a possibilidade de ocorrerem novos conflitos mundiais contribuíram para que alguns educadores vissem na educação religiosa, de cunho católico, uma dimensão pacificadora para o mundo. Deus e Pátria não poderiam ficar distantes da escola. Ao contrário, a escola é o templo e o professor é o sacerdote que, sob a base religiosa, levará a instrução e a educação ao povo: O espirito religioso deve ser o princípio cardeal da instrução e educação do povo. Deus não pode ficar no olvido; o mestre é um sacerdote, todo mundo repete, mas não há sacerdote sem culto. (RIBEIRO, 1934, p. 63).
O ensino religioso, previsto no artigo 153 da constituição brasileira de 1934, passou a ser obrigatório para as escolas públicas dentro do horário normal das aulas e de matrícula facultativa para os alunos. Para Carlota Boto, a obrigatoriedade do ensino de religião, ainda que facultado aos alunos, representou para “um passo dado em direção ao restabelecimento do compromisso do Estado e a Igreja, abalado com a restauração da república” (1990, p. 363). Na revista Escola, as opiniões sobre o ensino obrigatório da religião foram divergentes. O professor Ribamar de Moura se posicionou favorável a um ensino religioso que não estivesse atrelado a nenhuma religião e empregasse a literatura como rumo viável para alcançar o verdadeiro espírito moral e religioso: Destarte não lhes daria a ler a Bíblia nem os Vedas, mas Os miseráveis de Victor Hugo...
Esforçar-me-ia para que tivessem de Deus uma noção profunda, que fluísse espontaneamente de dentro para fora, independente de rótulos e definições, de dogmas e sistemas, de doutrinas e explicações metafísicas. Deus, para eles, não seria uma coisa longínqua, desconhecida e misteriosa. Por isso começaria por lhes ensinar a conhecer o homem. Todos os livros humanos e sinceros, rudes e magníficos eu lhes daria a ler como se fosse a própria Vida. A Vida; não queria outra religião para os meus filhos! A vida, digna de ser vivida com perigo e nobreza, para além das contingências humanas!... (MOURA, 1935, p. 40-41).
O inspetor de ensino Dalcídio Jurandir, considerou o ensino religioso um “regresso ao misticismo”. Tornar obrigatório o ensino religioso era, para Dalcídio Jurandir, uma “questão parada”, sem resultado prático e, teoricamente, opressor, pois a maioria dos professores e alunos, sendo católicos, tenderiam a converter a minoria “pelo medo, pelo terror, pela violência espiritual”. Para o autor, a obrigação do ensino religioso no curso primário, nas escolas normais e profissionais públicas, em detrimento a aplicação de políticas de necessidades mais imediatas para a escola, como a educação sexual, reiterava a ideia de um território sagrado e inquestionável da Igreja acima das contradições sociais e da luta de classes presentes na sociedade. Os escritos da revista Escola tornaram-se constitutivos de um modo de pensar as questões pedagógicas da escola primária e ajudaram a formar e qualificar o professor no que foi considerado a nova identidade da escola primária, pois a revista estava atenta à mudança, à transformação e ao diálogo com o moderno. A permuta de ideias, o confronto entre a experiência prática e o aprofundamento teórico de cada educador divulgado pela revista, levaram ao aprimoramento particular do professor e ao avanço coletivo da categoria profissional, por meio da produção de uma identidade do magistério, da irradiação de experiências pedagógicas, do diálogo e das divergências de acepções pedagógicas, elementos propulsores de melhoria do ensino (BOTO, 2004). A reorganização do sistema educacional brasileiro nas décadas de 1920 e 1930, carregava em si a pretensão de uma nova dinâmica de ensino, que demandava novas relações com o conhecimento e a produção de novos sujeitos, que deixariam de ser meramente contemplativos e passariam a sujeitos ativos, corresponsáveis por sua educação. Os artigos escritos na Revista Escola revelam que o ensino ativo era uma
preocupação constante do professor, que buscou estabelecer o contorno político dessa nova maneira de ensinar no intenso cotidiano de atividades da sala de aula, ao mesmo tempo em que, recorreu a continuidade do ensinamento de valores cívicos e de virtudes religiosos, presentes numa longa tradição da escola brasileira.
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