Boletim Diocesano. Edição 473. Guarapuava.

Page 1

Diocese de Guarapuava

Boletim Diocesano • Edição 473 • Dezembro de 2018 • www.diopuava.org.br • Compartilhe: #diopuava

Cuide do meio ambiente. Não jogue este jornal em vias públicas, não queime e recicle sempre!

ADVENTO

Albergue Noturno promove evento beneficente PÁGINA 21

CADA COMUNIDADE UMA NOVA VOCAÇÃO

Dom Antônio Wagner da Silva concede entrevista e fala de sua vida PÁGINA 24


2

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018

Editorial Sempre é tempo de celebrar o Natal e de pensar no amor

Voz do Pastor

Como na canção, sabemos que “Natal é vida que nasce. Natal é Cristo que vem. [...]”. E Jesus Cristo quer nascer em cada um de nós não só neste momento, mas em todas as horas de nossa existência.

Por Dom Antônio Wagner da Silva Bispo de Guarapuava

Natal de Jesus! Que tal tentar redescobrir o verdadeiro sentido do Natal? Procure sua comunidade de fé, celebre bem o advento, reflita com as famílias, os grupos de novena, de oração, rezem juntos! Mais uma vez é NATAL! É FESTA! O jeito de celebrarmos?!...Quem sabe, do jeito de Deus?! Sim Ele inventou o NATAL! No meio de um mundo de incertezas, de dificuldades, nos convidou para a grande festa, o nascimento de Seu Filho - JESUS! Uma festa completa, inimaginável. Com direito a anjos, cantos, alegria, paz! Uma festa para todos que quisessem e que tivessem boa vontade. Uma grande surpresa para a humanidade, porém, ao alcance de TODOS! Para participar só é preciso sintonia com o CORAÇÃO DE DEUS! Abrir a mente e o coração para receber o PRESENTE de DEUS - sentir com DEUS! Glória a Deus que veio ao nosso encontro! Por vezes, reconhecemos que fomos enganados. Contam outras histórias, falam de outro natal. Um natal de presentes, de papai Noel, de insatisfações e ódio até. Fazemos força para encontrarmos “algo” nas lojas, no comércio, naquelas coisas que, momentaneamente, enchem os olhos. Por vezes, estas coisas até nos distraem, mas erram o alvo, não alcançam o verdadeiro espírito do Natal. Que tal tentar redescobrir o verdadeiro sentido do Natal? Procure sua comunidade de fé, celebre bem o advento, reflita com as famílias, os grupos de novena, de oração, rezem juntos! Um pensamento, um esforço para rever a história do NATAL! Então até será possível comprar presentes, presentear, alegrar-se com a família ou com outras pessoas, com a comunidade. Dar sentido aos festejos e congratulações do seu Natal. Não deixe passar mais essa oportunidade de celebrar, de festejar o Natal de verdade, O NATAL DE DEUS, O NATAL DE JESUS!

Boas festas, FELIZ NATAL!

A edição de número 473 do Jornal a Igreja na Diocese de Guarapuava, o nosso conhecido e amado Boletim Diocesano, chega neste momento, carregada de luz e de ótimas energias. Afinal, este é um dos períodos mais importantes para os cristãos, pois se celebra o Natal. Como na canção, sabemos que “Natal é vida que nasce. Natal é Cristo que vem. [...]”. E Jesus Cristo quer nascer em cada um de nós não só neste momento, mas em todas as horas de nossa existência. Cristo é o novo, é o caminho aberto à espera do peregrino que tenha a coragem e o discernimento para iniciar e terminar a jornada. Neste tempo importantíssimo e repleto de luz, devemos olhar para os lados e contemplar a grandeza e a maravilha que é estar vivo. Natal é isso, um renascimento a cada respirar, uma oportunidade de partilha das melhores coisas e sentimentos que possuímos. Natal é a vida que transborda em uma abundância divina e, por isso, precisa ser distribuída e doada em favor das grandes causas, como o amor, por exemplo. E em se tratando de amor, destacamos neste momento, o trabalho essencial e vital para a cidade de Guarapuava desenvolvido pelo Albergue Noturno Frederico Ozanam. A instituição que pertence à diocese de Guarapuava e é administrada pelos leigos Vicentinos, passa por muitas dificuldades, mas mesmo assim, não deixa de acolher às pessoas que mais necessitam de ajuda. Com o intuito de sanar dívidas e começar o ano de 2019 em melhores condições, no dia 09 de dezembro, aniversário de Guarapuava, o Albergue Noturno Frederico Ozanam, realiza uma festa para arrecadar fundos. O evento será no salão social da Catedral Nossa Senhora de Belém. Haverá uma missa às 10h30 e, em seguida, os presentes poderão participar de um churrasco. Os ingressos que dão direito ao almoço estão à venda com os coordenadores, ao preço de R$ 35,00. À tarde, a partir das 16h, haverá sorteio de trinta prêmios. As cartelas custam R$ 10,00 e também podem ser adquiridas com a coordenação. “Contamos com a presença de todos em nossa festa. A arrecadação será muito importante para que possamos sanar nossas dívidas e começarmos o ano de 2019 cheios de entusiasmo”, convidou Daniel Dalzoto, vice-presidente da instituição. Dom Antônio Wagner da Silva, bispo da diocese de Guarapuava, concede entrevista ao Centro Diocesano de Comunicação (CDC) e conta um pouco sobre sua vida. Família, amigos, vocação sacerdotal nomeação para bispo são alguns dos assuntos abordados por Dom Wagner em uma conversa descontraída e ao mesmo tempo, emocionante.

Nesta edição, expressamos nossos sinceros agradecimentos às seguintes pessoas, empresas e instituições: Vatican News (www.vaticannews.va), (www.cnbb.org.br), CNBB Regional Sul 2 (www.cnbbs2.org.br), Central Cultura de Comunicação (www.centralcultura.com.br), Revista Galileu, Flickr/Nycandre, Pixabay, Jenniffer Silva, Jornal O São Paulo, portal A12, Agência Brasil, Tânia Rêgo, L’Osservatore Romano, Fernando Frazão, Fernando Geronazzo, Luciney Martins, Benedetta Capelli, Julia Rodrigues, REPAM, Catequese do Brasil, Flavio Rogério Lopes, Ministério do Esporte, IBGE, Universidade Federal do Maranhão(UFMA), RPC TV, Giolete Babinski, Pascom Santuário do Rocio, Lia Macedo, Diocese de Campo Limpo (SP), Osnilda Lima, Cáritas, Signis Brasil, Marcelo Camargo, Assessoria de Comunicação Diocese de Ponta Grossa, Bárbara Gardin, Vinícius Batista, Daniel Gomes, Comunicação Arquidiocese de Curitiba, e seminaristas da Diocese de Guarapuava. Agradecemos também, aos agentes da Pastoral da Comunicação (Pascom) das paróquias e comunidades que, com seus trabalhos voluntários e evangelizadores, nos ajudam a fazer, todos os meses, este jornal!

CONSELHO EDITORIAL

CENTRO DIOCESANO DE COMUNICAÇÃO BOLETIM DIOCESANO / INFORME INTERNO

Rua XV de Novembro 7466 • 4º Andar • Sala 405 Caixa Postal 300 • CEP 85010-000 • Guarapuava • PR Fone: (42) 3626-4348 jornaldiocese@gmail.com centrodiocesanoguarapuava@gmail.com

“À tarde, no dia 10 de dezembro de 1971, eu estava na janela conversando com minha mãe... Ela me botou assim, de lado e disse: ‘Olha bem nos meus olhos e responda: você quer ficar padre, padre mesmo para valer? Se é assim, então está bem; amanhã, vai acontecer... Mas, se você não quiser, ainda dá tempo de desistir. Não vá se tornar padre só para dizer que foi por causa de mim!’. E, nesse dia 10 de dezembro, eu tive que dar, à tardinha, a resposta para ela. Eu disse sim, e ali, foi, de fato, a minha ordenação. Ter que falar para minha mãe o que eu queria e que aquilo era para valer e para a vida inteira, foi o maior compromisso que eu assinei. No dia seguinte, dia 11 de dezembro, foi um dia de festa, pois eu já tinha sido ordenado quando disse sim à minha mãe (lágrimas) [...]”, diz Dom Wagner em um trecho da entrevista. Também nesta edição, anunciamos que os padres Passionistas, que atuaram em Guarapuava por 43 anos, encerram suas atividades junto à diocese no início de 2019. Quem explica os motivos da saída dos religiosos da cidade é o provincial da congregação, padre Leudes Aparecido de Paula. “Nós não estamos encerrando nossa presença aqui em Guarapuava, tampouco, estamos retirando nosso carisma desta cidade. Nós estamos indo, como religiosos que somos, para outros areópagos, para outras terras onde haja a necessidade de nosso trabalho. Porém, o nosso carisma permanece para sempre. Aqui, foi lançada a semente que germinou, cresceu e, todos os leigos e todas as leigas que beberam e bebem desse carisma, nos dão a certeza de que ele será continuado”, enfatizou padre Leudes. Em um momento encantador, repleto de harmonia e graça, mais de 1500 pessoas participaram da segunda edição do Congresso Diocesano de Ministros da Eucaristia, no dia 15 de novembro. Com o tema: “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo” (Mt 5, 13-14), em celebração ao Ano Nacional do Laicato, o encontro foi na paróquia Divino Espírito Santo, no bairro Vila Bela. Durante todo o dia, os presentes tiveram a oportunidade de ouvir palestras, participar de dinâmica de grupo e refletir sobre a tarefa importante e indispensável para a Igreja que é ser ministro. Dom Antônio Wagner da Silva, bispo diocesano, presidiu a missa e encorajou a todos para que se mantenham firmes na caminhada, sempre inspirados em Maria, que disse seu sim a Deus, com os pensamentos e o coração focados no amor maior. Nos dias 08 e 09 de dezembro, a Pastoral da Comunicação (Pascom) em nível diocesano, promove um encontro de formação para agentes e interessados na comunicação católica. O evento será no salão paroquial da catedral Nossa Senhora de Belém, em Guarapuava. O tema de trabalho será: “Implantação e articulação da Pascom”. O assessor do encontro será o professor Ricardo Alvarenga. Caros leitores, esta é a última edição do ano de 2018 do Boletim Diocesano. Aproveitamos esta oportunidade para agradecer, de coração, a todos os que estiveram conosco durante este período. Em nome do Centro Diocesano de Comunicação (CDC), sob as bênçãos de nossa padroeira, Nossa Senhora de Belém, desejamos a todos um abençoado Natal, com os votos de amor e muita luz para o próximo ano!

Dom Antônio Wagner da Silva, SCJ Padre Itamar Abreu Turco Padre Jean Patrik Soares José Luiz dos Santos Mauricio Toczek Vanessa Paula Pereira Ilustração da capa: Silvia Matos

Editor: Padre Jean Patrik Soares (Jornalista) Diagramação: Mauricio Toczek Impressão: Grafinorte - Apucarana - PR Distribuição: Mitra Diocesana de Guarapuava Tiragem: 36.000 exemplares Fechamento da Edição: 28/11/18

É permitida a reprodução total ou parcial das matérias veiculadas no Boletim A IGREJA NA DIOCESE DE GUARAPUAVA, desde que citada a fonte.


Dezembro - 2018

Diocese de Guarapuava

Papa Francisco Projeto de navio hospital na Amazônia, no Estado do Pará, emociona o Papa Francisco

A finalidade é levar saúde às comunidades ribeirinhas na região amazônica e atuar na prevenção do câncer, com a realização de exames e triagem para pesquisas em parceria com as Universidades.

Feliz

rio

ersá v i n A

Padres - Nascimento

Pe. Osmar Duarte do Nascimento - 5 de dezembro Pe. Diego Giuseppe Pelizzari, SX - 6 de dezembro Pe. Acácio Evêncio de Oliveira - 10 de dezembro Pe. Valdecir Badzinski - 15 de dezembro Pe. Felipe Fabiane - 16 de dezembro Pe. José Werth - 17 de dezembro Pe. Clístenes Natal Bósio - 19 de dezembro Pe. Zdzislaw Nabialczyk, SCHR - 19 de dezembro Pe. Fábio Castelli, SX - 19 de dezembro Dom Giovanni Zerbini, SDB - 29 de dezembro

Padres - Ordenação

Pe. José Carlos de Lima, SDB - 2 de dezembro Frei Ir. Alexsandro Nunes Ribeiro, OM - 2 de dezembro Pe. Jian Luigi Tessarolo, SX - 4 de dezembro Pe. Frei Célio Ferreira, OM - 6 de dezembro Pe. Clístenes Natal Bósio - 7 de dezembro Pe. Casemiro Oliszeski - 8 de dezembro Pe. Giovanni Cammarota - 8 de dezembro Pe. Acácio Evêncio de Oliveira - 8 de dezembro Pe. Cristovam Iubel - 8 de dezembro Pe. Casemiro Heupa - 8 de dezembro Pe. Jair dos Santos Arruda - 8 de dezembro Pe. Vicente de Paula Neto, SCJ - 8 de dezembro Pe. Waldomiro Lucio Tardivo Filho - 8 de dezembro Pe. João Inácio Kolling - 9 de dezembro Frei Ricardo Gomes da Silva, FMM - 10 de dezembro Dom Antônio Wagner da Silva, SCJ - 11 de dezembro - Presb. Pe. Avelino Oestreich, MIC - 13 de dezembro Pe. Sebastião Santos Teixeira, CSS - 16 de dezembro Pe. Miguel Delgado Cedillo, SX - 17 de dezembro Pe. Nivaldo da Silva, SVD - 17 de dezembro Pe. Jaime Kniess, SDB - 18 de dezembro Pe. Claudio Gomes dos Santos, MIC - 20 de dezembro Pe. Reonaldo Pereira da Cruz - 21 de dezembro

Religiosas - Nascimento Em outubro de 2019, a Região Amazônica estará no centro das atenções da Igreja com a realização do Sínodo da Amazônia, que terá como tema: “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. O objetivo central deste sínodo, segundo o Papa Francisco, é “encontrar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, sobretudo dos indígenas, muitas vezes esquecidos e sem a perspectiva de um futuro, também por causa da crise da floresta amazônica, pulmão de importância fundamental para nosso planeta”. O Pontífice tem demonstrado preocupação com essa região e com quem nela vive. Em audiência no dia 05 de novembro, Francisco se emocionou ao receber o bispo do Óbidos (PA), Dom Bernardo Bahlmann, que apresentou ao pontífice o projeto “Barco/Navio Hospital Papa Francisco”, um vídeo de cinco minutos e uma maquete do projeto. Em entrevista ao Vatican News, Dom Bernardo disse que o Papa ficou muito feliz com o projeto. “Ele ficou comovido, muito feliz com esse projeto tão importante e saudou todos os povos da Amazônia. Ele está contente, esperançoso e grato por esse momento especial”, ressaltou. Dom Bernardo Bahlmann, explica que o “Barco/ Navio Hospital Papa Francisco” é um projeto “ousado” e que vai percorrer mil quilômetros do Rio Amazonas, no Estado do Pará, oferecendo atendimento médico a mil comunidades ribeirinhas em 12 municípios, abrangendo cerca de 700 mil pessoas. Os atendimentos devem começar a ser realizados em fevereiro de 2019. “Esse projeto vai levar para as pessoas uma garantia maior de poder ter um atendimento médico e assim tentar melhorar a situação da saúde das pessoas da nossa região”, disse. A finalidade é levar saúde às comunidades ribeirinhas na região amazônica e atuar na prevenção do câncer, com a realização de exames e triagem para pesquisas em parceria com as Universidades nas patologias de maior incidência na região.

Ir. Nahir Maria Weschenfelder, CSTJ - 8 de dezembro Ir. Benigna da Cunha, IBVM - 8 de dezembro Ir. Luzia de Barcelos, SJC - 12 de dezembro Ir. Celita Haefliger, CSTJ - 30 de dezembro

Religiosas - Profissão Religiosa

Ir. Juraci Alice Viegas Guimarães, FC - 8 de dezembro Ir. Laura Marcelino, CS - 11 de dezembro Ir. Valdomira dos Santos, CS - 14 de dezembro Ir. Adiles Maria Guardalben, FC - 16 de dezembro Ir. M. Cândida Dias - 18 de dezembro

Esquecemos alguém? Por favor nos avise: jornaldiocese@gmail.com

De acordo com o Vatican News, o projeto foi solicitado pelo próprio Pontífice quando visitou o hospital administrado pela Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus no Rio de Janeiro, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude de 2013. Foi então que o Papa perguntou ao Frei Francisco Belotti se eles estavam presentes na Amazônia, encorajando um projeto naquela região. Toda essa movimentação também gira em torno da preocupação da Igreja com a Amazônia. O documento pré-sinodal, diz que a selva amazônica, de vital importância para o planeta Terra, passa por uma profunda crise, devido a uma prolongada intervenção humana na qual predomina a cultura do descarte (LS 16) e a mentalidade extrativista. Ainda segundo o documento, a Amazônia, uma região com rica biodiversidade, é multiétnica, pluricultural e plurirreligiosa, um espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, dos Estados e da Igreja. CNBB

Apostolado da Oração

Intenções de oração do Papa Francisco confiadas ao Apostolado da Oração (Rede Mundial de Oração). Conheça: www.aomej.org.br Oferecimento diário: Deus, nosso Pai, eu te ofereço todo o dia de hoje: minhas orações e obras, meus pensamentos e palavras, minhas alegrias e sofrimentos, em reparação de nossas ofensas, em união com o Coração de teu Filho Jesus, que continua a oferecer-se a Ti, na Eucaristia, pela salvação do mundo. Que o Espírito Santo, que guiou a Jesus, seja meu guia e meu amparo neste dia para que eu possa ser testemunha do teu amor. Com Maria, Mãe de Jesus e da Igreja, rezo especialmente pelas intenções do Santo Padre para este mês.

Dezembro:

Para que as pessoas comprometidas com a TRANSMISSÃO DA FÉ encontrem uma linguagem adaptada aos nossos dias no diálogo com as culturas.

3


4

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018

Papa na Casa Santa Marta: o bispo é um servidor, não um príncipe Humilde, piedoso e não príncipe. Na homilia da missa na Casa Santa Marta, o Papa Francisco traçou o perfil do bispo, comentando a Carta de São Paulo apóstolo a Tito.

A Carta de São Paulo apóstolo a Tito guiou a reflexão do Papa Francisco na homilia de 12 de novembro, na celebração da missa na Casa Santa Marta. Tratase de especificar nos mínimos detalhes a figura do bispo; definir os critérios para colocar a Igreja em ordem.

A IGREJA NÃO NASCEU COMPLETAMENTE ORDENADA

Fervor e desordem são as duas plavras que o Pontífice usa para contar como nasceu a Igreja, recordando também as “coisas admiráveis” realizadas. “Sempre há confusão, afirmou, a força do Espírito, desordem, mas não devemos nos assustar” porque “é um belo sinal”. A Igreja jamais nasceu completamente ordenada, tudo certo, sem problemas, sem confusão, jamais. Sempre nasceu assim. E esta confusão, esta desordem, deve ser organizada. É verdade, porque as coisas devem ser colocadas no lugar; pensemos, por exemplo, no primeiro Concílio de Jerusalém: havia a luta entre os judaizantes e não judaizantes. Mas pensemos bem: fazem o concílio e colocam as coisas no lugar.

BISPO É UM ADMINISTRADOR DE DEUS E NÃO DOS BENS

Por isso, destacou o Papa, Paulo deixa Tito em Creta para colocar ordem, recordando-lhe que a “primeira coisa é a fé”. Ao mesmo tempo, oferece critério e instruções sobre a figura do bispo como “administrador de Deus”. A definição que dá de um bispo é um “administrador de Deus”, não dos bens, do poder, dos acordos, não: de Deus. Sempre deve corrigir a si mesmo e perguntar-se: “Eu sou administrador de Deus ou sou um negociante?”. O bispo

é administrador de Deus. Deve ser irrepreensível: esta palavra é a mesma que Deus pediu a Abraão: “Anda na minha presença e sê perfeito”. É a palavra fundamental, de um líder.

O PERFIL PARA A ESCOLHA DO BISPO

Francisco recordou ainda como deve ser um bispo. Nem arrogante nem soberbo, nem irascível nem dado ao vinho, um dos vícios mais comuns no tempo de Paulo, nem cobiçoso nem apegado ao dinheiro. Seria “uma calamidade para a Igreja um bispo do gênero”, que tivesse mesmo que um só desses defeitos, disse ainda o Papa. Já as peculiaridades do servidor de Deus são: hospitaleiro, amante do bem, ponderado, justo, santo, dono de si, fiel à palavra digna de fé que lhe foi ensinada. Assim é o bispo. Este é o perfil do bispo. E quando se fazem as pesquisas à eleição dos bispos, seria belo fazer essas perguntas no início, não? Para saber se é possível ir avante com outras investigações. Mas, sobretudo, se vê que o bispo deve ser humilde, manso, servidor, não príncipe. Esta é a palavra de Deus. “Ah, sim, padre, isso é verdade, depois do Concílio Vaticano II isso deve ser feito...” – “Não, depois de Paulo!”. Esta não é uma novidade pós-conciliar. Isso é, desde o início, quando a Igreja percebeu que deveria colocar em ordem com bispos do gênero. “Na Igreja, concluiu o Papa, não se pode colocar em ordem sem esta atitude dos bispos”. O que conta diante de Deus não é ser simpático, pregar o bem, mas a humildade e o serviço. Recordando a memória de São Josafá, bispo e mártir, Francisco pede orações para que os bispos “sejam assim, sejamos assim, como Paulo nos pede para ser”. Benedetta Capelli/Vatican News

“...sejamos assim, como Paulo nos pede para ser”. Papa Francisco

O apelo do Sínodo 2018 é que a Igreja caminhe com os jovens, como na passagem bíblica dos discípulos de Emaús O documento final com três partes, 12 capítulos, 167 parágrafos, 60 páginas já foi entregue e aprovado pelo Papa Francisco e aguarda tradução para o português.

Já no Brasil após um intenso mês em Roma onde esteve de 03 a 28 de outubro, como relator geral da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos deste ano, cujo tema foi: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, falou sobre o que significou este momento para ele e para a Igreja no mundo. A postura fundamental da Igreja com os jovens após o Sínodo 2018, segundo o cardeal, está na passagem dos discípulos de Emaús, texto bíblico que inspirou a estruturação do documento final. “Com a passagem de Emaús, somos chamados a reconhecer que Jesus caminha com os jovens, está presente no meio deles, em meio a tantos desafios”, afirma. O documento final com três partes, 12 capítulos, 167 parágrafos, 60 páginas já foi entregue e aprovado pelo Papa Francisco e aguarda tradução para o português. “Apesar da responsabilidade do relator geral, a elaboração do documento final do Sínodo é uma tarefa coletiva”, explica o religioso. Nesta missão, o cardeal contou com o trabalho de dois secretários especiais, o padre Giacomo Costa e o padre Rossano Sala, de uma Comissão de Redação, eleita no início da Assembleia, e também com um grupo grande de peritos das diversas áreas. Para o cardeal Sergio, cumprir a missão confiada a ele pelo Papa Francisco de relator geral do Sínodo 2018 foi uma graça muito grande e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de aprender a partir da escuta, acolhida e discernimento frente a tantas questões, reflexões e propostas apresentadas no Sínodo pelos participantes dos cinco continentes. “Foi bom demais estar ainda mais perto do Papa Francisco, conviver com os bispos, padres, religiosos e leigos, representantes da Igreja no mundo inteiro e, desta vez, especialmente com os jovens”, disse.

DOCUMENTO FINAL E DESAFIOS

A primeira parte do documento final tem como título: “Caminhava com eles”. O cardeal reforça que, neste primeiro bloco, o documento pede que se considere atentamente a realidade da juventude concreta, seus valores e potencialidades,

seus problemas e situações de vulnerabilidade, as diversas faces dos jovens, assim como a situação deles na Igreja local. O cardeal reforça que na segunda parte do documento, cujo título é “Os olhos deles se abriram”, contempla-se a reflexão teológica sobre os jovens e o discernimento vocacional que leva a interpretar a realidade com a luz da fé. “Eles são convidados a refazerem, na comunidade, a experiência dos discípulos de Emaús, escutando a Palavra, participando da Eucaristia e da vida comunitária”, explicou. O título da terceira parte, conforme a passagem de Emaús, é “Partiram sem demora”. “No terceiro momento, somos convidados a agir, procurando discernir, com a ajuda das propostas do Sínodo, os melhores meios para realizar a pastoral juvenil e o discernimento vocacional na Igreja local, com novo ardor missionário”, disse o religioso. O cardeal reforça que para “agir”, sem demora, é necessário definir ações comunitárias na Igreja nos vários níveis, procurando contar com os próprios jovens e, ao mesmo tempo, formar pessoas para o acompanhamento dos jovens e para a animação da pastoral juvenil com a perspectiva vocacional. Após o encerramento da Assembleia Sinodal tem início a fase de recepção da reflexão e das propostas do Sínodo em toda a Igreja, fase que começa com as conferências episcopais de cada país e assembleia das dioceses e igrejas particulares. “O grande desafio é concretizar as indicações pastorais do Sínodo”, reforça dom Sergio. O testemunho, segundo o presidente da CNBB, foi dado pelo próprio processo vivido pelo Sínodo: “aproximar-se dos jovens para escutar, compreender, acolher e valorizar a presença deles em nossas comunidades, para compartilhar com eles a alegria do Evangelho e para ajudá-los a responder ao chamado para seguir a Cristo nas diversas vocações, sendo cristãos nos diversos ambientes da sociedade, principalmente no meio dos jovens”. CNBB


Dezembro - 2018

Diocese de Guarapuava

5

Bispos do Canadá emitem documento sobre Encontro do Cone Sul reúne responsáveis o direito a água potável pela Animação Bíblico-Catequética Muitas vezes, “grandes sociedades adquirem os direitos sobre as fontes das quais extraem enormes quantidades de água para vendê-la engarrafada. [...]”, diz o documento do episcopado canadense.

Na ocasião, cada país teve a oportunidade de apresentar o trabalho de animação bíblica que tem realizado. Segundo Dom José Antônio Peruzzo, o encontro proporcionou um espírito muito fraterno.

Água, fonte de vida: 40% da população mundial sofre a carência de recursos hídricos.

“Fonte de vida, a água potável é um direito da pessoa do qual é preciso garantir a salubridade e o acesso. Para o bem-estar de todo o planeta, passemos à ação.” São as palavras iniciais da declaração “O direito à água potável” com a qual a Conferência episcopal canadense aprofunda um tema abordado pelo Papa Francisco na Carta encíclica Laudato si’, ou seja, a relação estreita e forte entre pobreza e falta de acesso à água potável. No texto, redigido pela Comissão Justiça e Paz, recorda-se que “para o indivíduo o direito mais fundamental é o direito à vida. Por conseguinte, todos os seres humanos têm direito àquilo que é necessário para a vida e, portanto, à água potável”.

40% DA POPULAÇÃO MUNDIAL SOFRE FALTA D’ÁGUA

As fontes de água doce “jamais são uma propriedade ou um bem reservado a alguém, mas, sobretudo, são uma riqueza a ser conservada e partilhada entre todos os seres viventes”. Desse ponto de vista, “é dever em todos os níveis do governo vigilar sobre a gestão deste recurso tão precioso”. Não foi por acaso que as Nações Unidas colocaram como sexto objetivo sustentável garantir a todos a disponibilidade e a gestão da água e das estruturas higiênico-sanitárias, num planeta onde cerca de dois bilhões de pessoas utilizam fontes contaminadas e 40% da população sofre a falta de água.

POBRES OBRIGADOS A CONSUMIR ÁGUA INSALUBRE

Na declaração, os bispos partem do tema geral para depois deterem-se sobre um problema local, que tem como vítimas as comunidades das Primeiras Nações, ou seja, junto a Inuit e Métis, os povos indígenas ou autóctones do atual Canadá, concentrados em particular nas províncias de Ontário e Columbia Britânica. Quando a coletividade não dispõe de estações de tratamento adequadas ou o estado de pobreza impede que se busque água limpa, muitos indivíduos são obrigados a consumir água perigosa para sua saúde.

ÁGUA FERVIDA

Este problema, muito presente nos países em desenvolvimento, existe também no Canadá, nos territórios mais distantes, sobretudo nos que são habitados pelas Primeiras Nações. “Atualmente, cerca de cento e trinta comunidades são sujeitas a uma recomendação relativa à qualidade da água

potável, isto é, devem fervê-la ou, do contrário, não podem consumi-la. Em maio de 2018, setenta e seis desses avisos encontravam-se em vigor há mais de um ano”, escreve a Comissão episcopal.

POLUIÇÃO

Várias razões explicam essa carência de água potável nas reservas. Em alguns casos existe um sistema de depuração, mas não foi bem concebido ou instalado corretamente ou mesmo não foi bem conservado e, portanto, não consegue gerir um volume de água suficiente. Em outros casos, produtos químicos (urânio, por exemplo) presentes na fonte de abastecimento tornam a água inadequada para o consumo. E em outras comunidades, como a Primeira Nação da reserva Shoal Lake n.40, não existe nenhuma estação de tratamento e as pessoas são obrigadas a prover água potável por conta própria.

SITUAÇÃO ESCANDALOSA

“Essa situação é escandalosa num país como o Canadá. Podemos alegrar-nos pelo fato de o governo ter-se comprometido a eliminar, até 2021, todas as recomendações em longo prazo sobre a qualidade da água potável; mas permaneceremos vigilantes sobre o cumprimento deste compromisso”, ressaltam os bispos. Ademais, existe outro problema, o da privatização dos recursos hídricos. Em muitos casos, ela “priva os mais pobres, e, sobretudo, os pequenos produtores agrícolas, da água da qual precisam”.

DOCUMENTO EPISCOPAL

Muitas vezes, “grandes sociedades adquirem os direitos sobre as fontes das quais extraem enormes quantidades de água para vendê-la engarrafada. Em algumas localidades a estação para o tratamento, bem como o aqueduto municipal foram privatizados, provocando um aumento dos preços e tornando a água potável impossível para os pobres”. No documento, o episcopado canadense propõe pistas de ação: “evitar a água engarrafada quando possível; conscientizar-se dos consumos e reduzir suas consequências; apoiar os organismos que protegem os lagos e rios da própria região; recordar aos parlamentares referentes que a água doce deve permanecer um bem público e não pode tornar-se monopólio de sociedades privadas”. Vatican News L’Osservatore Romano

Foi realizado, de 23 a 25 de outubro de 2018, em Santiago, no Chile, o encontro de responsáveis pela Animação Bíblica da Pastoral do Cone Sul, que envolve as Conferências Episcopais da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Participaram bispos, presbíteros e leigos desses países. Dom José Antônio Peruzzo, arcebispo de Curitiba e presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o padre Marcelo Machado, coordenador da Comissão para a Animação BíblicoCatequética do Regional Sul 1 da CNBB representaram o Brasil. O encontro é promovido pelo Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (CELAM) em parceria com o Centro Bíblico Teológico e Pastoral para a América Latina (CEBITEPAL). Destacou-se no evento a prática da Lectio Divina ou Leitura Orante da Palavra. O método conhecido e centenário “Contemplar-Discernir-Propor” que está sendo utilizado para indicar linhas de ação pastoral para a Animação Bíblica da Pastoral (ABP). Na ocasião, cada país teve a oportunidade de apresentar o trabalho de animação bíblica que tem realizado. Segundo Dom Peruzzo, o encontro proporcionou um espírito muito fraterno. “Parecia que nos conhecíamos há tempos e tínhamos muitas experiências em comum. O ambiente foi muito favorável. Eu vejo que nos países do Cone Sul, falam muito de AnimaçãoBíblico da Pastoral e com bons projetos e belas experiências”, disse o bispo. Segundo o padre Marcelo, no primeiro dia do encontro foi exposto como se encontra hoje a estrutura do Cebitepal: programas, cursos, diplomados e sua divisão administrativo-pastoral. Em

seguida, houve apresentação de cada uma das Conferências sobre a ABP. “Em todos esses dias, a dinâmica do encontro foi realizada sempre através da prática da Lectio Divina e do método tão conhecido e centenário”, disse o padre. Ainda de acordo com o padre Marcelo, a experiência foi muito rica. “Pudemos conhecer um pouco mais toda a estrutura da escola bíblica da América Latina, do Cebitepal e depois partilhamos as experiências de Animação Bíblica em cada um dos países do Cone Sul. Percebemos a riqueza da Animação Bíblica em nosso país e na América Latina e também os avanços que tivemos nos últimos anos, desde o Documento de Aparecida”, completa. Um dos destaques dado no encontro foi o fato de que as Edições CNBB, traduziram e publicaram o documento do Celam, intitulado “Orientações para a Animação Bíblica da Pastoral na América Latina e no Caribe”. “Ficaram todos felizes quando apresentei que a CNBB acaba de traduzir e publicar este documento em língua portuguesa”, finalizou padre Marcelo. Participantes por países: Argentina: Dom Gabriel Antonio Mestre e Gerardo Garcia. Brasil: Dom José Antênio Peruzzo e padre Marcelo Luis Machado. Uruguay: Dom Pablo Jourdan Alvariza, padre Cesar Buitrago Lopez e diácono Luis Marcelo Correa da Silva Chile: Dom Santiago Silva Retamales, padre Raul Moris, Maria Cristina Ariztía Tagle e padre Cristian Sanchez Paraguay: Dom Guillermo Steckling e padre Teresio Franco CNBB, com informações da Catequese do Brasil


6

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018

Diocese de Guarapuava marca presença na 22ª Romaria das Comunidades Negras

Em encontro anual, assessores e secretários-executivos avaliam caminhada

Dom Antônio Wagner da Silva, bispo diocesano, presidiu uma missa na basílica. Durante a homilia, ele ressaltou que os negros no Brasil representam mais da metade da população.

Ainda no primeiro dia de trabalho, o cardeal Sergio da Rocha, presidente da CNBB e arcebispo de Brasília, teve a oportunidade de partilhar com o grupo sua experiência como relator geral do Sínodo dos Bispos de 2018.

No último dia 03 de novembro, o Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo, recebeu a 22ª edição da Romaria das Comunidades Negras. Milhares de pessoas de todo o Brasil estiveram no evento que a cada ano, segundo os organizadores, tem seu público aumentado. Da diocese de Guarapuava, 33 pessoas viajaram para participar do encontro incluindo o bispo local, Dom Antônio Wagner da Silva. Conforme os participantes, o momento foi propenso para troca de ideias e entendimento sobre a caminhada da Pastoral Afro-Brasileira em todo o país, bem como os planos para o próximo ano. A programação da Romaria seguiu durante todo o dia. Dom Wagner presidiu a missa das 10h30 na basílica. Durante a homilia, o bispo de Guarapuava lembrou que, atualmente, são mais de 30 bispos afrodescendentes no Brasil e milhares de sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas e que estes são a força da caminhada das comunidades negras. Durante a celebração, as várias comunidades de todo o Brasil apresentaram coreografias e cânticos, reforçando, reforçando as características de alegria e descontração do povo negro. “Ao fazer essa romaria, não podemos deixar de

mencionar que os negros representam mais da metade da população. Devemos entender e olhar que as comunidades negras aqui presentes estão representando esta nação e, quando se fala em superar o racismo e a violência, nós podemos ter a certeza de que esta superação se dá quando agimos com consciência. Assim, haveremos de superar essa realidade que assusta, mas que não deve permanecer para sempre”, explicou Dom Wagner. O Bispo também lembrou os 50 anos de Puebla e os 30 anos da Campanha da Fraternidade que tratou dos povos negros. “Tudo fica um pouco esquecido se não nos empenharmos em buscar que princípios e forças estejam vivos e se manifestem em nossas comunidades e dioceses. Se queremos superar o racismo, temos hoje a lembrança de um santo: São Martinho de Lima, que era um santo negro que tinha tudo para não ser ninguém e se tornou o exemplo com a força, tanto dentro da Igreja como na sociedade”, reforçou Dom Wagner. Ao final da celebração, o bispo clamou à Mãe Aparecida por preservar os dons dos povos negros. Com informações do portal A12 Foto: Jorge Teles dos Passos/ Central Cultura de Comunicação e A12

“Ao fazer essa romaria, não podemos deixar de mencionar que os negros representam mais da metade da população.” Dom Antônio Wagner da Silva

De 06 a 08 de outubro, os articuladores da ação evangelizadora da Igreja no Brasil reuniram-se na sede provisória da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF). Secretários executivos dos 18 regionais e assessores das Comissões Episcopais Pastorais da entidade participam do encontro anual. Na pauta, estava o trabalho de evangelização desenvolvido pelos dois grupos e a partilha dos desafios, experiências e conquistas de cada um deles. Segundo o subsecretário adjunto de pastoral, padre Deusmar Jesus da Silva, é por meio da reunião que os participantes têm a oportunidade de compartilhar suas experiências de vida a serviço da CNBB e da Igreja no Brasil. “Nessa terça-feira (dia 06 de novembro), por exemplo, nós estamos trabalhando a questão da partilha dos secretários e dos assessores, da experiência que viveram nesses últimos quatro anos na CNBB”, disse, na ocasião. Ainda no primeiro dia de trabalho, o cardeal Sergio da Rocha, presidente da CNBB e arcebispo de Brasília, teve a oportunidade de partilhar com o grupo sua experiência como relator geral do Sínodo dos Bispos de 2018, cuja temática foi dedicada aos jovens. A comunhão entre assessores e secretários-executivos dos regionais também foi fortalecida durante os três dias de trabalho. “É uma possibilidade grande que eles têm de discutir os seus problemas, trazerem um pouco a realidade dos regionais, pegarem orientações e fazerem uma caminhada em harmonia e em unidade com as orientações da CNBB”, finalizou o padre Deusmar, na oportunidade.

PARTILHA Secretário executivo do Regional Nordeste 2 da CNBB, padre Agenor Guedes Filho ressaltou que o momento não só serviu para partilhar as experiências, mas também para compartilhar as dificuldades e projetar as atividades do próximo ano. “Esse

é um momento muito precioso, onde nos reunimos para fazer uma avaliação do trabalho de todo o ano, partilhar as nossas experiências, as dificuldades vividas por cada Regional, sonhos, esperanças, perspectivas e projetar já o próximo ano, avaliando essa caminhada e já lançando luzes e expectativas para os próximos anos”, disse. Irmão Silvio da Silva, secretário executivo do Regional Oeste 1 revelou que essa reunião trouxe uma oportunidade inédita: a do grupo fazer uma partilha de vida. “É realmente uma experiência muito bonita a que estamos fazendo aqui nessa reunião, porque a gente já se conhece, inclusive, há três anos, mas nos conhecemos de outros encontros. Essa reunião, em específico, nos trouxe uma novidade, pois aqui estamos fazendo uma partilha da própria vida, isto é, eu me apresento não só como secretário executivo, mas apresento quem é essa pessoa que está secretário executivo no momento e a gente acaba conhecendo a história das pessoas e situações que nunca imaginamos que aquela pessoa teria passado na vida. Então, esse encontro está sendo diferenciado por causa disso”, revelou.

O ENCONTRO Além do diálogo entre assessores e secretários, outras atividades foram desenvolvidas ao longo do encontro. Foi realizada uma reunião entre os secretários executivos e os colaboradores da sede, responsáveis pelos setores administrativos da entidade. A ideia, segundo padre Deusmar era a de que todos os representantes dos regionais pudessem tirar suas dúvidas para que, futuramente, estes trabalhem em sintonia com a Matriz. Além disso, houve uma visita à sede oficial da CNBB que passa por um período de reforma. Na ocasião, todos tiveram a oportunidade de conhecer o local. CNBB


Dezembro - 2018

Diocese de Guarapuava

GT do Mês Missionário Extraordinário 2019 avança na formulação das propostas Todas as propostas serão apresentadas aos bispos na Reunião do Conselho Permanente da CNBB.

O Grupo de Trabalho (GT) do Mês Missionário Extraordinário 2019, nomeado na 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil se encontrou, pela terceira vez, dia 26 de outubro, na sede da entidade em Brasília (DF) para avançar na formulação da proposta que será apresentada ao Conselho Permanente da CNBB, em novembro. O tema do mês será “Batizados e enviados”, focando o Batismo como fundamento da dimensão missionária, e o lema: “A Igreja de Cristo em Missão no Mundo”. Esta reunião, segundo o bispo de Chapecó (SC), Dom Odelir José Magri, coordenador do Grupo de Trabalho do Mês Missionário Extraordinário 2019, debruçou-se sobre as sugestões apresentadas pelos bispos à proposta apresentada pelo GT na reunião de setembro deste ano do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep) da CNBB. O GT buscou seguir a orientação dos bispos de não propor uma sobrecarga de ações para além do que as dioceses já fazem. “Vamos buscar integrar as ações do Mês Missionário Extraordinário na dinâmica do que as paróquias e dioceses já têm”, disse Dom Odelir. O religioso falou também, que tem “muita brasa no fogo” em referência às ideias que o GT proporá, mas que as dioceses, pastorais, organismos, entre outros, terão a liberdade de fazer e criar sua programação a partir das sugestões. Neste sentido, como ponto de partida, o grupo propõe uma abertura oficial do Mês Missionário Extraordinário 2019, em setembro do próximo ano, na sede da CNBB, na sequência, dia 1º de outubro, no Santuário Nacional de Aparecida, como parte da novena do santuário, o GT proporá também como abertura do mês. A proposta é que as dioceses também façam algum sinal neste sentido para marcar o início deste mês. Orientados pelo desejo do Papa Francisco de a Igreja crescer na consciência da sua dimensão missionária “além-fronteiras”, o grupo também avançou na formulação da Novena Missionária

com as temáticas de cada dia e sugestões de testemunho. Os testemunhos da novena, segundo Dom Odelir, buscarão apresentar as experiências missionárias da Igreja no Brasil, seja de Regionais com missionários fora do país, a experiência missionária no Haiti, de religiosas, novas comunidades e periferias e as igrejas irmãs na Amazônia.

TEXTO BASE O GT também está elaborando um texto base com três partes que buscará aprofundar as concepções sobre missão (ad gentes, além-fronteiras, entre outros), apresentará subsídios (carta do Papa Francisco, do cardeal Fernando Filoni, a logomarca, o cartaz, calendário das atividades no ano, entre outros) para ajudar no planejamento das ações locais. Dom Odelir explicou que a proposta é que o tema do Mês Missionário Extraordinário tenha um gesto concreto (visita a um asilo, presídio, entre outros) a ser realizado no sábado, 19 de outubro, dia que antecede o Dia Mundial das Missões. Na noite do sábado, o GT proporá uma vigília e partilha da experiência vivida no gesto concreto. No domingo, a realização da Coleta Missionária cuja parte arrecadada é enviada para o Vaticano para colaborar com a Missão da Igreja no mundo. O coordenador do GT informou que vai propor que todos os santuários do Brasil busquem retomar os testemunhos missionários e que as paróquias dediquem, nas novenas dos padroeiros, alguns dias para refletir sobre a dimensão missionária. As Comissões Episcopais Pastorais da CNBB também serão provocadas a inserir em suas programações a temática das missões. Todas as propostas serão apresentadas aos bispos na Reunião do Conselho Permanente da CNBB. Na 57ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP), de 1º a 10 de maio de 2019, o GT espera que uma das celebrações seja dedicada à missão. “Vamos entregar aos bispos a bandeira, uma cruz missionária e todos os subsídios preparados”, disse. CNBB

7

Secretário do Sínodo se reúne com conselho pré-Sinodal, Repam e bispos da região Amazônica Concluído na tarde de 15 de novembro, o encontro foi a oportunidade para partilha e avaliação do caminho em preparação para o Sínodo para a Amazônia, que será realizado em outubro de 2019.

O cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, cumpriu agenda em Manaus/AM nos dias 14 e 15 de novembro. Ele se reuniu com o conselho pré-sinodal, a Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM e bispos da região para avaliar o processo de preparação do Sínodo convocado pelo papa Francisco para outubro de 2019. Participaram da reunião, bispos do Brasil, Peru, Equador, Bolívia, Colômbia, Argentina e Guiana. A reunião contarou com as presenças do arcebispo de Huancayo, no Peru, e vice-presidente da REPAM, cardeal Pedro Barreto; da secretária executiva da REPAM-Brasil, irmã Maria Irene Lopes dos Santos, de assessores da rede e de representantes de agências internacionais de desenvolvimento. A presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil/CRB, irmã Maria Inês Ribeiro, também esteve presente. “O cardeal Baldisseri quer ouvir os bispos da região amazônica sobre as escutas que estão acontecendo nas dioceses. Ele que fazer uma avaliação e planejar os próximos passos até o sínodo”, explicou irmã Irene. A reunião teve como ponto de partida a provocação enviada como guia para o encontro, baseada no compartilhamento da trajetória com os povos amazônicos até aqui e sugestões para aprimoramento das reflexões do sínodo, cujo tema é “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”; sublinha. Os avanços mais significativos no processo de consulta sinodal, as dificuldades que se apresentam e os horizontes “que se abrem” foram apresentados pelos bispos. Outra indicação partilhada entre os presentes foi a comunicação dos prelados da região com suas respectivas conferências episcopais e com os demais bispos da Amazônia.

Para a segunda parte do guia da reunião, o cardeal Baldisseri quis saber “Que sínodo sonhamos/queremos/esperamos ter para a Amazônia?”. Neste sentido, os bispos apontaram os aspectos essenciais que têm aparecido nos diálogos com os representantes da Igreja e dos povos amazônicos. Os participantes também pontuaram aquilo que aparece mais vezes nas escutas ou repetidamente. As questões mais complexas e apontamentos que não têm sido abordados nas assembleias, escutas e rodas de conversa – mas que são considerados imprescindíveis – foram outro elemento que os bispos e representantes socializaram no encontro. A delegação do Brasil foi a maior entre os participantes, com nove bispos, duas religiosas, duas leigas e três padres entre brasileiros e estrangeiros que atuam no país. São os bispos do Brasil: Dom Sérgio Castriani, arcebispo de Manaus; Dom Antônio Ribeiro, bispo auxiliar de Belém/PA; Dom Edson Damian, bispo de São Gabriel da Cachoeira/AM; Dom José Belisário da Silva, arcebispo de São Luís do Maranhão; Dom Neri José Tondello, bispo de Juína/MT; Dom Philip Dickmans, bispo de Miracema/ TO; Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho/RO; Dom Valdeci Santos Mendes, bispo de Brejo/MA; e Dom Erwin Krautler, bispo emérito do Xingu e vice-presidente da REPAM-Brasil. Dina Guerra, Márcia Maria de Oliveira (REPAM), padre Raimundo Possidônio (Belém/PA), padre Justino Sarmento (Manaus/AM) e padre Paulo Suess (São Paulo/SP) completam a lista. CNBB/REPAM


8

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018

Igreja no Rio Grande do Sul lança Observatório de Bioética para promover pesquisas com temas ligados à vida

DOM GUILHERME WERLANG: “Os cidadãos são convidados a participar do jogo e não apenas ficar torcendo das arquibancadas”

O Observatório de Bioética será composto por quatro comissões, sediadas em Porto Alegre, Pelotas, Santa Maria e Passo Fundo.

Os governantes, conforme defende o bispo, devem governar pensando nos interesses do povo brasileiro e não nos interesses dos estrangeiros e do mercado.

Uma rede interdisciplinar que integra universidades, sobretudo as católicas, numa proposta de promoção e defesa da vida, foi lançada no dia 07 de novembro, às 19h, no auditório da Casa de Retiros, em Passo Fundo (RS). Trata-se do Observatório de Bioética (OB-RS3), iniciativa pioneira e primeiro do país organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que realizará um mapeamento da vulnerabilidade humana no Estado, a partir de três eixos: início da vida, final da vida e políticas públicas. Segundo o bispo de Rio Grande (RS) e idealizador do projeto, Dom Ricardo Hoepers, a iniciativa possibilitará a ampliação das pesquisas que são realizadas atualmente, com temas relacionados à vida, ao promover novas demandas e novas metodologias. O objetivo é fomentar os temas da bioética com dados, coletados por meio de pesquisas científicas, que possam contribuir nos debates da sociedade, em promoção e defesa da vida, como a Audiência Pública promovida pelo Supremo Tribunal Federal, em agosto deste ano, sobre a descriminalização do aborto. A exortação apostólica Veritatis Gaudium, do Papa Francisco, que fala da importância do diálogo com as universidades e faculdades eclesiásticas, foi um dos elementos que impulsionou a criação do projeto, reforça Dom Ricardo, doutor em Bioética pela academia Alfonsiana, de Roma. O Observatório de Bioética será composto por quatro comissões, sediadas em Porto Alegre, Pelotas, Santa Maria e Passo Fundo. As instituições participantes, católicas e não católicas, são a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a Universidade Franciscana (UFN), de Santa Maria, a Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e, em Passo Fundo, a Faculdade Meridional (Imed), a Faculdade Especializada na Área da Saúde do Rio Grande do Sul (Fasurgs), a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), a Universidade de Passo Fundo (UPF) e o Instituto de Teologia e Pastoral (Itepa), além do Hospital da Cidade e do Hospital São Vicente de Paulo.

PARCERIA MULTIDISCIPLINAR O Observatório será abastecido com pesquisas na área da saúde realizadas por meio de parcerias com universidades de todo o Estado, católicas e não católicas: PUCRS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre; Universidade Franciscana, de Santa Maria, Universidade Católica de Pelotas (UCPel); Faculdade Meridional (IMED), Faculdade Especializada na Área da Saúde do Rio Grande do Sul (FASURGS), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Universidade Passo Fundo (UPF), Instituto de Teologia Pastoral (ITEPA), Hospital da Cidade e Hospital São Vicente de Paulo, todos de Passo Fundo. Nos três eixos que serão trabalhados pelo Observatório, estão temas como aborto, manipulação genética, esterilização, procriação responsável, experimentação com fetos, eugenia (início da vida); eutanásia, cuidados paliativos, terapia intensiva (final da vida); e direito à saúde, doenças crônicas, distribuição de recursos, conselhos de saúde, comitês de ética, prevenção (políticas pública). O primeiro retorno sobre as pesquisas deve ocorrer em seis meses, no final do primeiro semestre de 2019, a partir dos estudos que já estão em andamento nas universidades. Mais de 50 membros, formados em Medicina, Direito, Enfermagem, Teologia, Psicologia, Filosofia e Pedagogia, participarão da iniciativa. Um segundo passo da organização será expandir a participação e incluir, além das universidades (pesquisa, ensino e extensão), a área social, por meio da Pastoral Familiar, elegendo um casal de cada diocese da região do Estado para organizar uma agenda anual de eventos em promoção e defesa da vida. Sobre o assunto, a CNBB publicou, pela Coleção Estudos, o nº 98 cujo título é “Questões de Bioética”. Acesse o site do projeto no seguinte endereço: observatoriodebioetica.ucpel.edu.br CNBB

A democracia, segundo o bispo de Lages (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Guilherme Werlang, exige a nossa participação ativa ao longo de todo o processo da vida brasileira e não somente no tempo das eleições quando depositamos nosso voto na urna. “Passado o pleito eleitoral, a partir de agora cristãos e cristãs devem não apenas ficar na torcida como quem senta nas arquibancadas de um estádio de futebol. A cidadania a gente faz no dia a dia e esta é a nossa obrigação”, disse. Na avaliação do religioso, os cristãos, a partir do magistério da Igreja Católica, precisam manter sempre um olhar na busca da superação das violências e dos ódios e na participação efetiva como cidadãos e cidadãs na construção e na confirmação da democracia brasileira. “Devemos partir dos princípios da justiça e da paz e pensar o bem comum para o Brasil e para os brasileiros e brasileiras”, disse. O bispo fala também da necessidade de os governantes, nos projetos e políticas públicas que irão propor, ter um olhar especial voltado às pessoas empobrecidas que muitas vezes, ao longo da história do Brasil, foram relegadas ao segundo e terceiro planos e foram social e economicamente excluídas dos bens da terra. “Os planos de governos devem olhar como uma família, um pai e uma mãe olham para os filhos mais debilitados e doentes”, compara.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

A dignidade da vida humana, desde a concepção à morte natural, na avaliação do bispo é um princípio fundamental junto a outros como a transparência na gestão dos recursos públicos, a honestidade e a justiça social, que precisam ser defendidos e postos em prática, pelos políticos eleitos pelo povo brasileiro. Dom Guilherme defende ser necessário continuar fortalecendo a organização da sociedade brasileira para que efetivamente o país seja para todos e não de pequenos grupos e privilegiados. Neste sentido, o presidente da Comissão Pastoral para Ação Social Transformadora da CNBB defende que é necessário garantir a liberdade de expressão e a liberdade de se organizar socialmente, conforme o que está previsto na Constituição do Brasil. Os governantes, conforme defende o bispo, devem governar pensando nos interesses do povo brasileiro e não nos interesses dos estrangeiros e do mercado. “Para isto, devemos ter políticas públicas que possam atender todas as demandas em todos os campos da vida humana seja na saúde, alimentação, moradia, educação”, aponta. A justiça social, princípio assegurado na Constituição brasileira, também deve pautar a construção das políticas dos novos governantes que assumem a partir de 1º de janeiro do próximo ano. “Esse princípio diz que todos nós somos iguais perante a lei”, finaliza. CNBB

“Os planos de governos devem olhar como uma família, um pai e uma mãe olham para os filhos mais debilitados e doentes.” Dom Guilherme Werlang


Dezembro - 2018

Diocese de Guarapuava

9

Quarta Semana Brasileira de Catequese discute transmissão da fé às novas gerações Durante o encontro, os presentes tiveram a oportunidade de discutir sobre a Catequese e também de trocar experiências sobre a vida cristãs nas mais diferentes realidades do país. ritos, de ensinamentos orais que provocam uma transformação no estatuto religioso e social do iniciando. A iniciação realiza uma segregação, separação, um tempo de processo iniciático e a incorporação na identidade do grupo/ comunidade e mudança de identidade. Entra-se de um jeito e se sai de uma maneira nova”, disse. Na parte da tarde, após o almoço, os participantes novamente se reuniram para as 20 oficinas oferecidas. Cada um escolheu uma oficina diferente da que fez no dia anterior.

A abertura Oficial da 4ª Semana Brasileira de Catequese se deu no dia 14 de novembro, em Itaici, Indaiatuba (SP) com a presença de bispos e acolhida oficial dos 425 participantes. Participaram da mesa de abertura e fizeram uso da palavra Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário geral da CNBB, Dom Otávio Ruiz Arenas, representante do Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização, Dom José Antonio Peruzzo, arcebispo de Curitiba e presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB e o padre Antonio Marcos Depizolli, assessor nacional da Comissão. Na abertura, Lucimara Trevizan fez memória das Semanas Brasileiras de Catequese destacando o conteúdo, detalhes dos participantes e compromissos de cada uma. Logo após, padre Antonio Marcos fez a acolhida, explicou sobre os encaminhamentos da SBC e realizou a apresentação dos regionais presentes.

TERCEIRO DIA

PRIMEIRO DIA

No dia 15, o primeiro da Semana Brasileira de Catequese, a celebração da Eucaristia foi presidida pelo bispo de Roraima, Dom Mário Antonio Silva. Logo após, foi realizada a primeira conferência do dia com o professor Edward Guimarães da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), com o tema “Anunciar-testemunhar Jesus Cristo num mundo plural: novos interlocutores”. Na ocasião, o professor ressaltou que ser cristão deixou de ser um desafio diário de conversão e que a vida cristã não tem provocado mudança no agir das pessoas. “A conversão deixou de ser critério de inserção na comunidade que não exige um itinerário de fé. As mudanças do mundo atual exigem que se mude o jeito de acolher e viver a fé cristã”, disse. De acordo com ele, o cristianismo não tem evangelizado, está morno. “Há a necessidade de se superar ritos e de provocar a intimidade com Deus, uma vida nova de fraternidade e justiça, de cultivar a fé de Jesus e não simplesmente a fé em Jesus. A vida digna é o culto maior a Deus. Deus é amar e não só amor”, falou. Os interlocutores de hoje, segundo o professor Edward são pessoas transformadas pela cultura secularizadas; pela experiência de novas tecnologias, pertencentes a outras religiões e outras Igrejas. “Como anunciar Jesus neste mundo plural? É necessário superar o combate às demais tradições religiosas, a pretensão de desbancar outras Igrejas cristãs, o desconhecimento dos sem religião e sem fé em Deus, a apologética e o proselitismo, o sentido antigo de evangelizar”, revelou. Para o professor, é preciso evangelizar fazendo ver, porque o seguimento precisa entrar pelos olhos e penetrar o coração. “Viver o cristianismo exercitando o diálogo, o sentido coletivo e humanitário, assumindo o compromisso ético em defesa da vida, catequizar com leveza, alegria e com coragem profética”, assegurou. Irmã Vera Bombonatto apresentou a segunda conferência do dia sobre o “Seguimento de Jesus e o sentido da vida”. A religiosa questionou o que significa seguir Jesus, hoje, na sociedade pós-moderna e na cultura digital. Destacou,

“Nossa vocação e missão apontam para o encontro com Ele e com o irmão.” Dom José Antonio Peruzzo

entre outras coisas, que o evento fundante do cristianismo é a relação profunda e pessoal com Jesus e seu projeto. “A finalidade do seguimento é assemelhar-se a Jesus. Ter o estilo de Jesus é o mais importante. O ser cristão começa com um encontro que dá sentido à vida. A história da salvação é uma história de seguimento”, disse. Na catequese, a serviço da Iniciação à Vida Cristã (IVC), irmã Vera afirmou que o discipulado é o fio condutor que culmina na maturidade do discípulo missionário. A religiosa concluiu sua fala apresentando o vídeo com a mensagem do Papa Francisco no Congresso Internacional de Catequese, em Roma, em 2013. O vídeo ressalta a necessidade de viver sob o olhar de Jesus e o “ir”, sair ao encontro do irmão. No período da tarde foram realizadas 20 oficinas, nas quais os participantes escolheram previamente as de seu interesse. Tais atividades aprofundaram o tema geral e os temas das conferências. À noite, houve um momento cultural e homenagem ao padre Zezinho, por seu trabalho de evangelização e catequese, sobretudo, através da música.

SEGUNDO DIA

O segundo dia da 4ª Semana Brasileira de Catequese teve início com a Celebração Eucarística presidida por Dom Armando Bucciol, bispo da diocese de Livramento de Nossa Senhora, na Bahia. Logo após, houve a primeira conferência com Dom Leomar Antonio Brustolin, bispo auxiliar de Porto Alegre sobre “O Querigma e a transmissão da fé no contexto atual”. Na ocasião, Dom Leomar destacou alguns desafios deste contexto e características do tempo atual. Ele citou o pluralismo cultural e religioso, e o culto sem envolvimento com a ética como sendo alguns deles. Para ele, é necessário propor um diálogo que estabelece uma verdadeira pedagogia de escuta e anunciar Jesus Cristo em linguagem acessível e atual. Após o café, foi a vez do padre Thiago Faccini Paro, assessor do Setor Espaço Litúrgico da CNBB proferir a segunda conferência da manhã com o tema “Celebrar e iniciar ao mistério: a Liturgia”. Ele deu destaque à questão da compreensão da Iniciação na vivência da liturgia. “A iniciação é um conjunto de

No terceiro dia do encontro, a Celebração Eucarística foi presidida por Dom Carlo Verzeletti, bispo de Castanhal, no Pará. Após o café, às 9h, Dom José Antonio Peruzzo, arcebispo de Curitiba e presidente da Comissão BíblicoCatequética da CNBB, proferiu a conferência “Do encontro com Jesus ao encontro com o irmão: viver em comunidade”. No conteúdo apresentado, Dom Peruzzo destacou que a Igreja no Brasil pede a seus filhos que recomecem a partir de Jesus Cristo. “Nossa vocação e missão apontam para o encontro com Ele e com o irmão, ou seja, para experiências comunitárias e eclesiais de seguimento”, disse. O bispo afirmou ainda que é hora da fé e da esperança no caminho da Iniciação à Vida Cristã. “Os evangelistas parecem ter percebido isso desde seus primeiros escritos. Pedem que não nos atrasemos”, enfatizou. Após o intervalo, a palavra foi dada ao professor Moisés Sbardelotto para a conferência: “A catequese na era digital: novas linguagens, novos processos de comunicação”. Na ocasião, ele destacou o uso dos processos de comunicação por parte da Igreja. “Não está em questão o uso de tecnologias, o que está em jogo é uma cultura nova que vai além do uso de tecnologias”, apontou. De acordo com o professor, hoje se tem uma Igreja diversa e, por isso, é importante entender a lógica da cultura digital. “Em 30 anos a transformação no mundo foi enorme. Também a Igreja mudou sua maneira de fazer comunicação”, disse. Em suma, o professor apontou a necessidade da catequese circular no espaço digital. “Se a catequese não circula no espaço digital, amadores ocupam este espaço. Quem é cultura da participação não suporta ficar sentado, precisa participar. O debate é mais precioso. É uma cultura do fazer”, enfatizou. Na parte da tarde, os participantes foram divididos em 20 novos grupos para uma experiência de vivência bíblica. Cada grupo recebeu um texto bíblico e teve a assessoria para a reflexão e vivência do mesmo. Às 16h30, os participantes retornaram ao auditório para uma conferência com Dom Otávio Ruiz Arenas, Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. À noite foram feitas homenagens ao irmão Israel José Nery, Therezinha Motta Lima da Cruz, Marlene Maria Silva, Dom Francisco Javier e o padre Luiz Alves de Lima. CNBB


10

Diocese de Guarapuava

CNBB - Regional Sul 2 - Igreja no Paraná

Dezembro - 2018

Santuário da Mãe Rainha e Rota do Rosário celebram 10 anos de fundação

Pastoral Carcerária promove encontro regional em Curitiba

No dia 10 de fevereiro de 2019, a cidade de Joaquim Távora, no Norte do Paraná, sediará um curso para agentes da Pastoral do Turismo (Pastur).

O encontro foi encerrado com uma dinâmica da peneira, na qual todos receberam sementes e uma cruz de crochê, confeccionada pelas presas de Londrina.

A cidade de Jacarezinho, no Norte Pioneiro do Paraná, sediou uma celebração no dia 21 de outubro, para comemorar os 10 anos da inauguração do Santuário da Mãe e Rainha Vencedora Três Vezes Admirável e também do lançamento da Rota do Rosário. A missa foi presidida pelo bispo diocesano de Jacarezinho, Dom Antônio Braz Benevente, e concelebrada por reitores de Santuários. A Rota do Rosário é um projeto de evangelização, composto por diversos santuários e atrativos religiosos, que visa fomentar o turismo religioso e outros serviços que promovem o desenvolvimento.

TURISMO RELIGIOSO

A Paraná Turismo em parceira com a Fecomércio, O Regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Pastoral do Turismo, Assintec e representantes do poder público e de empresários que atuam no segmento, criou uma Comissão para desenvolver as ações alusivas, sob coordenação do empresário Pedro Kempe da Agencia Operadora Domus Viagens. Uma destas atividades foi a organização do I Fórum de Turismo Religioso, nos dias 18 e 19 de outubro, em Curitiba, com a parceria do Sebrae-PR, Abav-PR, Curitiba Convention e Visitors Bureau, entre outras entidades. O estabelecimento de 2018 como o Ano Estadual do Turismo Religioso se deu em função do Paraná ser privilegiado por uma série de lugares sagrados, como igrejas, templos e espaços de várias expressões de fé, os quais têm despertado o interesse de turistas, romeiros e peregrinos, até mesmo por estudiosos que visam compreender esse fenômeno espiritual. Segundo Pedro Kempe, Diretor da Domus Viagens, o Ano do Turismo Religioso fará com que “os envolvidos no trabalho se debrucem sobre temas diversos, a exemplo da capacitação de guias e profissionais de agências de viagens, da criação de um calendário do turismo religioso e da realização de fóruns técnicos para agregar ao debate outros interessados nesse segmento da atividade turística”.

ROTA DO ROSÁRIO

Por essa razão, a Rota do Rosário – Turismo Religioso, marcou presença no I Fórum Paranaense de Turismo Religioso por meio das apresentações do Projeto Geral e resumo dos dez anos, feita pelo coordenador, padre Celso Miqueli, e a apresentação de Carlos Ornellas, do Conselho de Turismo de Jaguariaíva. Na oportunidade, foram apresentadas sugestões de roteiros que serão elaborados dentro da Rota, contemplando todos os santuários presentes na diocese de Jacarezinho, região turística no Norte Pioneiro e ainda o Santuário de Nossa Senhora das Brotas, em Piraí do Sul, que pertence à diocese de Ponta Grossa, região turística Campos Gerais.

De 19 a 21 de outubro, a Casa da Medalha Milagrosa, em Curitiba, foi sede do encontro regional da Pastoral Carcerária. Participaram do evento, 33 pessoas, representando as arquidioceses e dioceses de Londrina, Curitiba, Maringá, Apucarana, Jacarezinho, São José dos Pinhais, Campo Mourão, Umuarama, Foz do Iguaçu e Palmas/Francisco Beltrão. O evento foi assessorado pela irmã Petra Silvia Pfaller, coordenadora nacional da Pastoral Carcerária da Questão da Mulher Presa, e Vera Lucia Dal Zotto, coordenadora estadual da Questão da Mulher Presa, do Rio Grande do Sul.

Casal de missionários do Paraná retorna da Guiné Bissau após quatro anos O casal Pedro Avelino Lang e Salete Terezinha Lang retornou para a diocese de Ponta Grossa (PR), no fim do mês de outubro. Eles estavam na Guiné-Bissau desde outubro de 2014.

PASTORAL DO TURISMO

Em sua mensagem para a Rota do Rosário, no dia da celebração de seus 10 anos, Dom Antonio Braz Benevente, destacou que em 2019 todos os santuários terão o apoio da Pastoral do Turismo (Pastur), algo ainda novo, porém, de grande importância para o desenvolvimento integrado. “Os Santuários e também nossas igrejas são lugares de encontro com Deus. E isso se dá pelo encontro com os irmãos. A Pastur há de ser esta maneira concreta de se ver a Deus bem de pertinho. Cada membro deverá ser uma revelação de Deus que se dá pelo acolhimento, testemunho de fé e doação, na alegria do evangelho e na fé de seu padroeiro. Tudo e todos devem falar de Deus, revelar sua beleza viva e atuante na liturgia, no artesanato, na fé irradiante e por meio de sua ação caritativa, vivendo a missionariedade e a alegria de ser cristão”, ressaltou o bispo.

CURSO DA PASTUR

No dia 10 de fevereiro de 2019, a cidade de Joaquim Távora, no Norte do Paraná, sediará um curso para agentes da Pastur. O evento terá início às 08h da manhã. Durante todo o dia, haverá espaço para palestras, discussões e troca de experiências. O curso é promovido pala Pastoral do Turismo Religioso, promovido pelo Regional Sul 2 da CNBB. A cidade foi escolhida, conforme os organizadores do encontro, por trabalhar com afinco na construção do Santuário Santíssimo Nome de Jesus. Regional Sul 2 da CNBB

Durante o encontro houve momentos de integração, troca de experiências e espiritualidade entre os participantes, que se pautaram pela Bíblia Sagrada. Os presentes também participaram de estudos em grupos e workshop sobre os temas: tortura, diversidade e saúde. O secretário executivo do Regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Valdecir Badzinski, marcou presença no encontro e presidiu a celebração eucarística na tarde do sábado, dia 20 de outubro. No último dia de trabalho, a missa foi presidida por Dom Francisco Cota, bispo auxiliar da arquidiocese de Curitiba e referencial para a Pastoral Carcerária no Paraná. Após os encaminhamentos finais, avisos e questões práticas, o encontro foi encerrado com uma dinâmica da peneira, na qual todos receberam sementes e uma cruz de crochê, confeccionada pelas presas de Londrina, a fim de que cada um faça germinar a semente em sua diocese, sem esquecer sua cruz. Regional Sul 2

Após quatro anos dedicados à Missão Católica São Paulo VI, na Guiné-Bissau, no continente africano, o casal Pedro Avelino Lang e Salete Terezinha Lang retornou para a diocese de Ponta Grossa (PR), no fim do mês de outubro. Assume a administração da missão o casal Pércio Pereira Vitória e Márcia do Rocio Pereira Vitória, da arquidiocese de Curitiba. Eles viajaram à África no dia 20 de outubro. Pedro e Salete estavam na GuinéBissau desde outubro de 2014, quando foram enviados por meio do Conselho Missionário Regional (Comire). Eles faziam parte do projeto que se realiza a partir do contato com o bispo de Bafatá, na Guiné Bissau, Dom Pedro Carlos Zilli

Filho. No período em que estiveram na missão, puderam organizar tarefas como construções de espaços e estruturação da ação evangelizadora nas comunidades. Dentre as atividades realizadas pelo casal, destacam-se: a construção de uma casa para os missionários, um espaço polivalente para celebrações, reuniões e encontros e, neste último ano, uma segunda casa com capacidade para acolher mais 12 missionários e também uma casa para o padre e atendimento pessoal. Paralelo às construções, os missionários realizaram um amplo trabalho de evangelização, organizando a catequese, promovendo formações para a comunidade, celebrações, momentos de oração e também indo ao encontro de muitas pessoas que nunca haviam ouvido falar de Jesus. Os dois também deram sua contribuição missionária na realização de trabalho de assistência social, ajudaram no hospital da cidade de Quebo, servindo alimentos para as pessoas que estavam internadas, especialmente no período das chuvas, quando aumentam os casos de malária. Pedro e Salete fizeram história naquele país que é considerado um dos mais pobres do mundo através da dedicação em tempo integral e das muitas ações que desenvolveram e que, certamente, estão gravadas no coração de Deus e na vida daquele povo. No dia 27 de outubro, Dom Pedro Zilli, celebrou uma missa em agradecimento aos missionários por todo o trabalho realizado até então junto à igreja da Guiné-Bissau.


Dezembro - 2018

CNBB - Regional Sul 2 - Igreja no Paraná

Diocese de Guarapuava

11

Festa de Nossa Senhora do Rocio é sucesso Diocese de Ponta Grossa assume de público e organização gestão de monumento em Irati A festa da padroeira do Paraná, em Paranaguá, levou milhares de O monumento tem 22 metros de altura, é histórico e cartãopessoas ao Santuário. A participação de fiéis na missa solene foi postal da cidade de Irati. A estátua é considerada a maior a maior já registrada. Duas grandes procissões encheram as ruas imagem de Nossa Senhora das Graças do mundo. de cor, música e oração. Erguido há mais de 60 anos em Irati,

Nossa Senhora do Rocio faz parte de uma autêntica devoção popular. A imagem encontrada nas águas da baía de Paranaguá, tem diversos registros históricos de festas e procissões realizadas em sua homenagem, quando o povo agradecia as orações atendidas. Em 2018, a festa foi repetida, oficialmente pela 205ª vez, e a participação popular novamente surpreendeu. O reitor do Santuário, padre Joaquim Parron, disse que o balanço da festa é positivo. “Vieram muitos devotos e turistas; o apoio do poder público, a colaboração dos moradores, a organização das equipes de trabalho e o serviço incansável dos voluntários, fez tudo acontecer com tranquilidade”, afirma o religioso, “dificuldades no acesso e outros problemas foram sendo administrados para a festa manter seu brilho. Certamente quem participou, levou boas lembranças”, concluiu. A participação do padre Reginaldo Manzotti, no dia 15 de novembro, atraiu muitas pessoas desde a manhã e a missa campal teve um número recorde de féis. A maior parte dos romeiros deixou a cidade logo após a procissão solene. Mesmo assim, o show de Moacyr Franco animou a noite na Praça da Fé e teve um bom público. As duas procissões, bem organizadas, marcaram a Festa de 2018. No dia 15 a “de ida” levou imagem da padroeira do Paraná do Santuário para a Catedral com

um “mar de gente”, registrado em fotos e vídeos. No dia 16 a procissão “do retorno”, encheu outra vez a Rua Professor Cleto. Nesta procissão a população da cidade é responsável em “devolver” a imagem ao Santuário. Uma tradição que também remonta tempos antigos, baseada na narrativa dos antepassados de que a Santa foi levada para a igreja matriz, mas sempre “reaparecia” misteriosamente na igrejinha onde hoje está o Santuário do Rocio. O bispo da diocese de Paranaguá, Dom Edmar Peron, sacerdotes diocesanos e os padres redentoristas, celebraram e participaram da festa com outros religiosos vindos de todo o país. A prefeitura licitou o palco principal, dando apoio em todo o evento e as secretarias municipais realizaram vários serviços na festa. “Nos próximos dias, a coordenação reunirá a imprensa para fazer a prestação de contas financeira e oficial do evento” disse o coordenador da festa Milton Costa. “Mas desde já registramos a nossa gratidão imensa a todos que apoiaram, ajudaram e participaram, fazendo da festa de 2018, uma das melhores festas, de todos os tempos, no Santuário”, completou. Giolete Babinski Pascom Santuário do Rocio

“...registramos a nossa gratidão imensa a todos que apoiaram, ajudaram e participaram, fazendo da festa de 2018, uma das melhores festas de todos os tempos, no Santuário.” Milton Costa, coordenador da festa

o monumento em honra a Nossa Senhora das Graças, localizado no alto da colina, passa a ser administrado pela diocese de Ponta Grossa. A gestão do ponto turístico foi conquistada através de usucapião pela mitra diocesana, via paróquia São Miguel, que já realiza celebrações mensais no local. O monumento será elevado à capela, sendo a 21ª da paróquia. O processo de transferência está em andamento e as adaptações devem ser realizadas em seguida. Com a mudança, a comunidade poderá receber a celebração dos sacramentos como, batizados e casamentos. Entretanto, de acordo com o pároco da paróquia São Miguel, padre Luís Mirkoski, este passo deve ser dado ainda a longo prazo. “Toda a comunidade se norteia e tem um embasamento na vida sacramental. Tornando-se aqui uma comunidade, tem o direito de realizar a celebração dos sacramentos. Em médio e longo prazo, nós vamos favorecer e preparar para isso. (Tudo) está sendo estudado. Estamos em fase de mudança e adaptação”, disse padre Luís. O monumento tem 22 metros de altura, é histórico e cartão-postal de Irati. Considerada a maior imagem de Nossa Senhora das Graças do mundo, a santa ainda conta com uma capela simples, que está em anexo, abaixo da imagem; sala dos milagres, mirante com vista para a cidade, e uma loja com objetos de devoção. A administração é feita atualmente

por uma comissão, que, com as alterações, se transformará em um Conselho Pastoral. Mensalmente, milhares de fiéis locais e turistas passam pela Colina Nossa Senhora das Graças. Assessoria de comunicaçã diocese de Ponta Grossa Fotos: Bárbara Gardin e Vinícius Batista

CURITIBA: Bairro Santa Felicidade celebra 140 Anos de história Orgulho é o que define os moradores do Bairro de Santa Felicidade. Celebrar as origens italianas é sempre uma festa e os 140 anos, comemorados agora em 2018, serão lembrados em grande estilo. Santa Felicidade, um dos bairros mais conhecidos no Brasil e no mundo fica em Curitiba, capital do Paraná e completou 140 anos em novembro. Fundado por imigrantes italianos, o local é uma referência na capital paranaense, principalmente em se tratando de gastronomia e costumes. As primeiras famílias chegaram ao bairro Santa Felicidade em 1878, vindas principalmente da região do Vêneto, na Itália, lá já não havia mais terras para dividir e nem emprego para a população. Os imigrantes chegaram ao Brasil em busca de novas oportunidades. Acostumados a lidar na terra, eles tiveram de abrir caminhos na mata, cultivaram erva-mate, verduras, legumes, produziram queijos, vinhos e objetos em vime. Eles também vendiam toda a produção na cidade e com muito sacrifício, construíram uma das colônias mais prósperas da região. O nome Santa Felicidade foi uma homenagem à esposa de uns dos donos das terras, que facilitava o pagamento. A religiosidade era de grande importância para as famílias italianas, bem no centro da Colônia, construíram a Igreja Matriz São José e Santa Felicidade, um dos patrimônios arquitetônicos e culturais mais importantes do bairro. A herança da imigração italiana está na arquitetura neoclássica, colonial, visível nos casarões preservados, na gastronomia, com restaurantes típicos, nas pequenas fábricas de vinho e na venda de artesanato. Na Festa dos 140 anos da Imigração Italiana em Santa Felicidade foi possível observar todas essas características bem de perto.

QUEM FOI SANTA FELICIDADE?

Felicidade era uma viúva que foi acusada de ser cristã pelos sacerdotes pagãos ao imperador. Público, prefeito de Roma, ficou encarregado do seu julgamento. Começou o interrogatório somente com ela, todavia não obteve resultado algum. No dia seguinte, ele mandou conduzir a mãe e os sete filhos para adorarem os deuses. Mas Felicidade exortou os filhos a que não fraquejassem na fé. O juiz, então, condenou mãe e filhos à morte. Através das “Atas” podemos saber todos os seus nomes e a forma de martírio de cada um. Nela, eles estão citados como “os sete irmãos mártires”: Januário, Félix, Filipe, Silvano, Alexandre, Vidal e Marcial. Apesar de saberem que sofreriam muito, antes de morrer, todos mantiveram a firmeza na fé e não renegaram o Cristo. A última a morrer, por decapitação foi Felicidade, que sofreu muitas torturas até a execução no dia 23 de novembro. A tradição cristã reverencia todos estes santos mártires na mesma data. Na Igreja Matriz de Santa Felicidade, existem algumas representações da mártir, como a imagem na capela direita e a pintura representando o martírio, na abóbada central. Comunicação arquidiocese de Curitiba


12

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018

LARANJEIRAS DO SUL: paróquia Sant’Ana promove encontro com leigos Mais de 60 pessoas do decanato Laranjeiras, bem como integrantes de pastorais e movimentos, participaram da formação que teve a assessoria do padre Xaveriano Estevão Raschietti. A paróquia Sant’Ana, em Laranjeiras do Sul, promoveu um encontro no último dia 20 de outubro. “Leigos e leigas para uma Igreja em saída” foi o tema do trabalho que durou o dia todo. Mais de 60 pessoas do decanato Laranjeiras, bem como integrantes de pastorais e movimentos, participaram da formação que teve a assessoria do padre Xaveriano Estevão Raschietti, que abordou o tema relativo ao “laicato missionário”. “Este encontro foi parte da formação em alusão ao Ano Nacional do Laicato promovido pelo Conselho Nacional de Leigos do Brasil (CNLB), diocese de Guarapuava e Leigos Missionários Xaverianos de Laranjeiras do Sul”, explicou a missionária Xaveriana Elizete da Aparecida Toledo. “Com destaque para a igualdade que é fundamental no Povo de Deus, que não significa nivelar os carismas, serviços e ministérios, mas pôr-se como discípulos de Jesus, sem distinção e sem confusão. Todos nós somos diferentes temos particularidades. A vocação específica do cristão leigo faz com que cada um seja, de fato, sal da terra e luz do mundo, no lugar onde estamos, com alegria, com sabor, como luz. Estar no meio do povo

PITANGA: notícias paroquiais

Mais de cinquenta mulheres da região do decanato Pitanga participaram do Cursilho Feminino adulto, realizado na casa de líderes São José Freinademetz.

CURSILHO FEMININO é isso, faz parte da doação. A ação eclesial não é só como ministro ordenado, religioso. O leigo deve estar imerso, de diferentes formas de se relacionar com o mundo e com a igreja, voltado para a transcendência, fugindo da aparência”, disse padre Estevão. Depois do almoço, o palestrante deu continuidade aos trabalhos e mostrou um vídeo do Papa Francisco dirigido aos bispos da América Latina, onde aborda a dimensão da missão continental, a renovação interna da Igreja, a necessidade de diálogo com o mundo atual e por fim, apresenta algumas tentações contra o discipulado missionário. Com informações e fotos do blog dos Leigos Xaverianos

Padres da diocese de Guarapuava participam de formação permanente do clero O encontro que é previsto em calendário, teve como tema: “Presbíteros, um tesouro em vaso de barro!”.

De 09 a 11 de novembro, o decanato Pitanga promoveu mais uma edição do Cursilho Feminino Adulto. O evento foi realizado na casa de líderes São José Freinademetz, na cidade de Pitanga e reuniu mais de cinquenta mulheres de toda a região. O pároco de Altamira do Paraná, padre Paulo Fernando Francini, foi o orientador do encontro.

SOBRE O CURSILHO O Cursilho começou como um Movimento Católico, na Espanha, em 1948. Seu objetivo era orientar pessoas através de encontros periódicos e despertar nos leigos a consciência do respeito, com base nas doutrinas cristãs, seu sentido prático e seus compromissos comunitários. O movimento cresceu e, ao longo dos 80 anos de existência, foi responsável por inúmeras mudanças em se tratando de pessoas e comunidades em todo o mundo.

DESFILE

Nas celebrações das 19h dos dias 03 e 04 de novembro, na matriz Sant’Ana, em Pitanga, a Pastoral Familiar promoveu um desfile representando alguns santos da Igreja. O evento foi em comemoração à liturgia de Todos os Santos e teve por objetivo mostrar aos presentes os exemplos de pessoas comuns que muito significaram para a vida da humanidade.

FINADOS

Em 02 de novembro, Dia de Finados, na celebração das 19h, o movimento Cursilho da paróquia Sant’Ana, em Pitanga, promoveu uma dinâmica com reflexão sobre o sentido da vida. Usando velas acesas, os coordenadores compararam a vida humana a uma chama que, aos poucos se apaga. Neste período, conforme refletiram, as coisas positivas devem prevalecer e os bons exemplos são como luzes a mostrar os caminhos corretos a serem seguidos. “Jesus Cristo é nossa fonte inesgotável de luz. Com sua chama, nos mostra a estrada correta a ser percorrida. Nunca devemos deixar esta chama se apagar”, destaca a coordenação.

DÉCIMA EDIÇÃO DO ACAMPAMENTO NOSSA SENHORA APARECIDA REÚNE 112 PARTICIPANTES Aproximadamente 300 pessoas se envolveram com os trabalhos para que o evento religioso fosse realizado. O tema desta edição do Acampamento foi: “Vem e reconstrói a tua Igreja”.

De 05 a 07 de novembro, 40 padres da diocese de Guarapuava participaram do Encontro de Formação Permanente do Clero. O evento que é previsto no calendário diocesano, foi realizado na Casa de Líderes Nossa Senhora de Guadalupe, bairro Santana, em Guarapuava e teve por objetivo a formação e a troca de experiência entre os presbíteros. O tema trabalhado este ano teve inspiração nas palavras do Papa Francisco: “Presbíteros, um tesouro em vaso de barro!”, tema este retirado do livro dos Atos dos Apóstolos, capítulo 20, versículo 28: “Cuidai, pois, de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu como guardiões”. (At 20,28)

Padre Cleocir Bonetti, da diocese de Erechim, no Rio Grande do Sul, assessorou os trabalhos. Dom Antônio Wagner da Silva, bispo da diocese de Guarapuava, também participou dos trabalhos e falou da importância dos encontros para a formação e crescimento presbiteral. “Este é um momento de extrema importância para todos nós que vivemos o dia a dia da Igreja. Estes encontros propiciam a discussão, o entendimento, mas também é um espaço único para a reflexão sobre o trabalho que cada padre desenvolve junto à comunidade. O cuidado, tema trabalhado aqui por padre Cleocir, nos remete a tantas coisas importantes que devemos preservar e ampliar em cada momento”; sublinhou Dom Wagner.

De 15 a 18 de novembro, a paróquia Sant’Ana, em Pitanga, realizou a décima edição do Acampamento Sênior Nossa Senhora Aparecida. Com o tema “Vem e reconstrói a tua Igreja”, o evento reuniu 112 participantes e contou com os serviços de organização de aproximadamente 300 campistas voluntários. Os trabalhos de quatro dias se encerraram com uma missa às 19h de domingo, dia 18 de novembro, na matriz, celebrada pelo pároco local, padre Gilson José

Dembinski. “Acolher a décima edição do Acampamento Sênior, foi motivo de muita alegria para todos nós desta paróquia. A partir de agora, são 112 novos campistas ajudando nas muitas tarefas desta comunidade. Que nossas orações sejam voltadas para estas pessoas e que cada um, reafirme todos os dias, o compromisso cristão de trabalhar com muito amor para que as coisas boas se realizem em nosso meio”, disse o pároco durante sua homilia.


Dezembro - 2018

Diocese de Guarapuava

Pastoral da Comunicação da diocese de Guarapuava promove Encontro formativo

Confraternização marca encerramento da Escola Diocesana de Teologia

O evento será nos dias 08 e 09 de dezembro e terá assessoria do professor Ricardo Alvarenga. O tema de trabalho será: “Implantação e articulação da Pascom”.

O curso que era destinado a leigos, teve duração de dois anos, com aulas presenciais duas vezes por semana.

13

iniciando a Pastoral da Comunicação, quanto para quem já trabalha com a mesma, sugerindo formas práticas de como articular o trabalho da Pastoral na paróquia ou comunidade. Empenhados na formação e capacitação de agentes pastorais em toda a diocese, contamos com a participação de representantes de todas as paróquias neste encontro”, destacou Vanessa Paula Pereira, coordenadora da Pascom na diocese de Guarapuava.

SOBRE O PALESTRANTE

A Pastoral da Comunicação (Pascom) da diocese de Guarapuava promove um encontro de formação para agentes e interessados na comunicação católica. O evento será no salão paroquial da catedral Nossa Senhora de Belém, em Guarapuava, nos dias 08 e 09 de dezembro. O tema de trabalho será: “Implantação e articulação da Pascom”. O assessor do encontro será o professor Ricardo Alvarenga. Os trabalhos começam às 13h30 do sábado, 08 e se encerram ao meio-dia de domingo, dia 09 de dezembro. Todos são convidados a participar. “O encontro tem por objetivo apresentar o Guia de Implantação da Pastoral da Comunicação, elaborado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O Guia traz orientações tanto para aqueles que estão

Ricardo Alvarenga é membro da Comissão Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom) e autor do “Guia para Implantação de Pascom”. Ricardo cursa doutorado e é mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), com pesquisa na área de Comunicação e Religiões, com foco na temática Comunicação e Igreja Católica. Ele é membro dos Grupos de Pesquisa COMUNI - Núcleo de Estudos de Comunicação Comunitária e Local e NEEC - Núcleo de Estudos e Estratégias na Comunicação; coordenador do Grupo de Pesquisa Comunicação e Religião da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM); coordenador da Signis Jovem Brasil, da Associação Católica de Comunicação (Signis); diretor de Finanças da Associação Brasileira de Pesquisadores e Comunicadores em Comunicação Popular, Comunitária e Cidadã (ABPCOM); coordenador dos Grupos de Trabalho (GTs) do Pensacom Brasil - Conferência do Pensamento Comunicacional Brasileiro; colaborador da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Faculdade Estácio de São Luís (2014).

SERVIÇO

As inscrições custam R$ 25,00 e podem ser feitas até o dia 01 de dezembro no escritório da Ação Evangelizadora da diocese de Guarapuava (4º andar do Edifício Nossa Senhora de Belém) ou pelo telefone (42) 3623-4348 ramal 211 com Daniela.

Uma missa em ação de graças, na noite de 26 de outubro, na paróquia Bom Jesus, em Guarapuava, marcou o encerramento do curso de Teologia para Leigos da diocese. O até então pároco local e coordenador do curso, padre José de Paulo Bessa, presidiu a celebração e, durante a homilia, falou da importância do conhecimento teológico para se compreender as coisas ao redor. “Hoje, todos aqui, cumpriram com seu dever, o de aprender. Cabe a cada um de vocês, aplicar os conhecimentos adquiridos da melhor maneira possível junto à comunidade.

Centenas de ciclistas participam do 16º Passeio Ciclístico “Um Grito pela Paz” Como em anos anteriores, os ciclistas participaram de um momento de oração em frente à catedral Nossa Senhora de Belém, Rua Senador Pinheiro Machado, 1931, centro da cidade. A partida foi às 10h da manhã. No último dia 15 de novembro, feriado nacional por ocasião da Proclamação da República, Guarapuava sediou mais uma edição do Passeio Ciclístico “Um Grito pela Paz”. O evento que foi em honra a São José Freinademetz, padroeiro dos ciclistas, chegou ao seu 16º ano sempre com adesão de mais participantes que encontram no ato de pedalar uma forma de evangelização e de celebração da paz entre os povos. Como em anos anteriores, os ciclistas se concentraram em frente à catedral Nossa Senhora de Belém, Rua Senador Pinheiro Machado, 1931, centro da cidade. A partida foi às 10h da manhã.

HISTÓRIA

Curta e siga a página da PASCOM da diocese de Guarapuava no facebook:

facebook.com/pascomdiocesedeguarapuava

Todos aqui estão aptos à evangelização eficaz nos mais diversos campos de aplicabilidade”, disse padre Bessa. Ao todo, 49 alunos receberam o certificado de conclusão. As aulas de teologia tiveram início no dia 02 de março de 2017, com encontros às terças-feiras e quintas-feiras, das 19 às 22 horas, no auditório do segundo andar do Edifício Nossa Senhora de Belém, Rua XV de Novembro, 7466, centro de Guarapuava. Depois da celebração, os presentes participaram de um jantar de confraternização no salão paroquial.

A primeira edição do passeio ciclístico na cidade foi realizada no ano de 2003, motivada pelo à época pároco da paróquia Santa Terezinha, padre Zdzslaw Kalisz e pelo bispo diocesano à época e atual bispo emérito, Dom Giovani Zerbini com a presença de vários sacerdotes da Congregação do Verbo Divino (SVD), em comemoração ao ano da Canonização de São José Freinademetz. A ideia foi um sucesso desde sua primeira edição e de lá para cá, o passeio se tornou um evento tradicional em Guarapuava. Todos os anos, centenas de ciclistas se reúnem em frente à catedral Nossa Senhora de Belém, no centro da cidade e, após bênção especial, partem rumo ao Bosque

Foto: Jair Golinhaki

Bíblico Santo Arnaldo Janssen, às margens do Rio Cascavelzinho, na Rua Aragão de Matos Leão, um trajeto de quatro quilômetros e meio. Conforme destaca Jair Golinhaki (Betinho), coordenador do evento desde o início, o passeio ciclístico é uma maneira de evangelizar e de estar sempre em missão e em harmonia com as pessoas. Ele explica que São José Freinademetz evangelizava na China usando a bicicleta como meio de transporte daí, o fato de ele ser eleito o padroeiro dos ciclistas. Durante o evento, foram sorteados brindes e bicicletas aos participantes. O Passeio Ciclístico “Um Grito pela Paz”, foi uma realização da catedral Nossa Senhora de Belém e Rotary Club de Guarapuava. Apoio: Coamo - Agroindustrial Cooperativa.


14

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018

No caminho com Áquila e Priscila

Natal hoje ou a incoerência dos católicos No anterior artigo, (Boletim 472) reflexionamos sobre os fiéis defuntos, hoje falaremos sobre o Natal de Jesus.

PRESSUPOSTOS PARA ENTENDER Em 25 de dezembro, se comemora o nascimento de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Isto é, o aniversário do nascimento, dia natalício do Filho único da Santa Virgem Maria de Nazaré. Estamos diante do aniversário de vinda ao mundo do bebê mais importante da humanidade: o Nascimento do Filho de Deus que se fez uma pessoa por nós.

UM ANJO ANUNCIOU AOS PASTORES: “Não tenham medo. Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês e, ela será motivo de grande alegria também para todo o povo. Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês, - o Messias, o Senhor. Esta será a prova: vocês encontrarão um bebê enrolado em panos e deitado numa manjedoura” (Luc 2,10-12). Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, que receberá o nome de Emanuel”, que significa “Deus conosco” Mt 2,22-23). Uma das orações da Eucaristia deste dia suplica a Deus assim: “Senhor Deus, celebrando de todo o coração o nascimento do vosso filho, dai-nos a graça de aprofundar nossa fé em tão grande mistério e crescer cada vez mais em seu amor. PCnS”. O Catecismo da Igreja Católica em um dos seus itens afirma: O Verbo se fez carne para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus: “Nisso manifestou-se o amor de Deus por nós: Deus enviou seu Filho Único ao mundo para que vivamos por ele” (1 Jo 4,9). “Pois Deus amou tanto o mundo, que deu seu filho único, a fim de que todo o que crer nele não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Fica claro e sabido para todo batizado que o Natal é um acontecimento fundamental na história da humanidade, na salvação dos homens e na vida renovada da criação, na vida da Igreja e no diário de vida do cristão. Se isso for verdade e o batizado não for um despistado na sua fé e no seu compromisso batismal fica em aberto uma pergunta: como é que o Natal se desvirtuou, virou um mercado, uma ocasião para comprar compulsivamente qualquer bugiganga ou ninharia que o mercado ofereça, um espaço para o consumismo desenfreado? O que aconteceu, como foi que nós cristãos passamos a permitir que a data da ternura e do amor de Deus que se fez bebê por nós, virar uma data do maior mercado do ano e, um acontecimento meramente comercial?

NATAL E A FÉ DOS CATÓLICOS Uma observação serena sobre o que acontece no Natal e a forma como os católicos celebram este acontecimento, indica uma incoerência entre o que se diz acreditar e viver e o que se pensa e se faz. A palavra incoerência significa: contradição entre o que se pensa, o que se acredita e o que se faz. Não existe conexão entre pensamento e ação. Não há lógica, há irracionalidade. Nesta sociedade de mercado e de consumo exacerbado, em muitos momentos, nós, católicos, nos identificamos com o meio social e nos esquecemos completamente da nossa fé batismal e nos colocamos diante do Natal de Jesus de uma forma irreverente, pagã e até grosseira. Tem fé em Jesus Cristo Ressuscitado, significa praticar a ética e a moral desta fé. Natal e mercado são caminhos e horizontes com metas e chegadas diferentes. É preciso dar a ao Imperador o que é do Imperador e a Deus o que é de Deus (Mc 12,17). Faz parte do catolicismo, todos os domingos, rezar na Eucaristia dominical, o Credo Niceno-constantinopolitano, confessando: “Creio em um só Senhor Jesus Cristo, E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da virgem Maria, e se fez homem” (CIC 456). De acordo com os evangelistas Lucas e Mateus o fato da presença de Deus no nosso meio se deu da seguinte maneira: Naqueles dias, César Augusto publicou um decreto ordenando o recenseamento de todo o império romano. Este foi o primeiro recenseamento feito quando Quirino era governador da Síria. E todos iam para a sua cidade natal, a fim de alistar-se. Assim, José também foi da cidade de Nazaré da Galileia para a Judeia, para Belém, cidade de Davi, porque pertencia à casa e à linhagem de Davi. Ele foi a fim de alistar-se, com Maria, que lhe estava prometida em casamento e esperava um filho. Enquanto estavam lá, chegou o tempo de nascer o bebê, e ela deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia pastores que estavam nos campos próximos e durante a noite tomavam conta dos seus rebanhos. E aconteceu que um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor resplandeceu ao redor deles; e ficaram aterrorizados. Mas o anjo lhes disse: “Não tenham medo. Estou trazendo boas novas de grande alegria para vocês, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor. Isto servirá de sinal para vocês: encontrarão o bebê envolto em panos e deitado numa manjedoura”. De repente, uma grande multidão do exército celestial apareceu com o anjo, louvando a Deus e dizendo: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor”. (Lc 2,1-14).

NATAL DEUS CONOSCO Deus, o Deus de Israel é o Deus da promessa que nasce com uma aliança entre este Deus e Abraão: “Eu sou o Deus todo-poderoso. Viva uma vida de comunhão comigo e seja obediente a mim em tudo. Eu farei minha aliança com você (Gen. 17). A esta aliança estendida a todo o povo de Israel, Deus acrescenta o dom de si mesmo, ele se autocomunica no seu filho encarnado, Jesus. Isto quer dizer, que o próprio Deus se une à história humana e participa da condição das suas criaturas, para cimentar uma aliança definitiva em uma dimensão de proximidade e comunhão. Deus nos dá seu próprio filho e nele, de algum modo, nos dá a si próprio (Rm 5,6-8; Tt 3,4-7). Natal é o presente maior que Deus faz de entrega e compromisso aos homens de todos os tempos, anunciado e indicado pela aliança. Natal é o tempo novo, é luz que ilumina a todo aquele que acolhe a Palavra de Deus, é nascimento daquele que dá a vida plena e sentido, é parto de Maria que dá à luz o bebê-Deus, por meio do qual, as trevas do mundo, a injustiça, a fome, a pobreza, a opressão de uns sobre os outros e a avidez de poder e domínio são vencidos. O bebê que hoje nasce da virgem Santa, crescerá, será adulto é com sua vida, palavra, atitudes, ações, paixão, cruz, morte e Ressurreição manifestará a loucura de Deus pelo homem, o amor de um Deus pela sua criatura. Esse amor incondicional de Deus é garantia de que Ele sempre estará ao nosso lado, não obstante, as nossas infidelidades, fraquezas e incredulidades. Mas esse amor incondicional de Deus que se manifesta no seu nascimento espera uma resposta da nossa parte. Essa resposta depende da nossa generosidade, da nossa maturidade na fé, da nossa capacidade de amar e deixarmos amar, da nossa capacidade de servir e relacionarmos com os outros, da nossa busca da santidade, da nossa criatividade e entusiasmo para participar na construção de uma nova sociedade, de um país mais igualitário, mais justo, onde todos possam ser felizes e sonhar. A celebração consciente e coerente do Natal de Jesus pode nos levar a sentir a proximidade de Deus na nossa vida, aqui e agora, até afirmar com o apostolo Paulo: “’Para mim, viver é Cristo’ (Fl 1,21). Para que tenhamos entre nós o mesmo modo de pensar e agir que Cristo Jesus tinha”. (Fl 2,5). A contemplação do Bebê divino da manjedoura abre nossa mente e nosso coração para a ternura, a pureza, a simplicidade nas nossas relações e comportamentos com os outros e nos inspira a um melhoramento das nossas vidas e a um comprometimento na educação para uma sociedade mais justa, pacífica, participativa e sadia. Que a alegria do nascimento de Jesus Cristo circule pelas nossas veias, artérias e se aninhe nas nossas células (1 Ts 5,16). Para que, como diz o mesmo Paulo, “O Deus da paz faça com que vocês sejam dedicados à santidade. E que Ele conserve o espírito, a alma e o corpo de vocês livre de toda maldade para o dia em que vier o nosso Senhor Jesus Cristo”. (1 Ts 5,23). Feliz Natal! Sugere-se como texto de leitura: Evangelho de Lucas capítulos 1 e 2.


Dezembro - 2018

Círculos Bíblicos

Diocese de Guarapuava

15

1º CÍRCULO BÍBLICO DO EVANGELHO DE MARCOS - Dezembro Não separe o que Deus uniu - Marcos 10,1-12 Preparando o ambiente: Colocar no centro de uma mesa duas alianças entrelaçadas. Essa pode ser real ou então desenhada no papel, ou ainda recortada na cartolina. 1. ORAÇÃO INICIAL – INVOCAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO Animador: Prezados amigos em Cristo, reunimo-nos hoje para celebrar mais um encontro bíblico. Pela palavra, somos iluminados para seguir em frente na missão do nosso dia a dia. E para fortalecermos os vínculos fraternos, transmitamo-nos uns aos outros a Paz que almejamos. (Desejando a paz do Senhor). Se houver alguém que esteja participando do grupo pela primeira vez, seja acolhido com muita alegria e carinho. Canto (à escolha) Animador: Iniciemos nosso encontro invocando a Trindade Santa (Pode ser cantado): Todos: Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, Amém. Animador: Confiantes peçamos que o Espírito Santo venha ao nosso encontro, abrindo nossa mente para as coisas de Deus: Todos: Vinde Espírito Santo, enchei os corações de vossos fiéis, e acendei neles o fogo do vosso amor. Animador: Enviai o vosso Espírito, Senhor e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

Animador: Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo espírito, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo, nosso Senhor, amém. 2. OLHANDO A PRÁTICA DA NOSSA COMUNIDADE Animador: No Círculo Bíblico de hoje vamos refletir sobre a aliança conjugal. Não separe o homem o que Deus uniu. a) Em defesa da dignidade da mulher Jesus pede no evangelho para o homem não separar o que Deus uniu. Muitas vezes julgamos as pessoas que passam pela separação, mas será que algumas vezes a separação não é uma forma de algumas mulheres defenderem sua dignidade contra a violência em família e maus tratos sofridos? b) Nossa comunidade tem iniciativas para acolher as famílias que enfrentam o dilema da separação ou apenas limitamos a condenar e fechamos as portas da Igreja para essas pessoas? 3. OLHANDO A PRÁTICA DE JESUS Animador: Com nosso coração aberto vamos ouvir atentamente a Palavra de Deus, a qual nos convida à fidelidade. Canto de aclamação • Leitura do texto: Marcos 10,1-12 (Ler duas vezes o texto, com calma). • Momento de silêncio para retomar o texto lido.

4. PARTILHANDO A PALAVRA a) O evangelho de hoje nos ensina sobre a dignidade da humana ao combater a separação por qualquer motivo? b) Em sua opinião acontecem ainda separações por motivos simples como falta de perseverança, falta de perdão e infidelidade? 5. ORAÇÃO DA COMUNIDADE Momento das Preces: O que este texto nos leva a dizer a Deus? Colocar em forma de pedidos, tudo aquilo que refletimos sobre o Evangelho e sobre a nossa vida. Resposta: “Senhor ajudai-nos a viver fielmente!” Conclusão das Preces: Oração do Pai Nosso, AveMaria, Glória ao Pai. Animador: Estivemos reunidos em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Todos: Amém 6. EM CASA E PARA O PRÓXIMO ENCONTRO • Ler: Mc 10,35-45 Deixar combinado para o próximo encontro alguém trazer algum símbolo do serviço.

Responsáveis pelo próximo encontro:

Leitores:

Próximo encontro/data: Local:

2º CÍRCULO BÍBLICO DO EVANGELHO DE MARCOS - Dezembro Quem quiser ser maior seja o servidor de todos - Marcos 10,35-45 Preparando o ambiente: Colocar no centro da mesa o símbolo do serviço identificado pelo grupo. 1. ORAÇÃO INICIAL – INVOCAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO Animador: Com a graça de Deus, estamos reunidos para nosso encontro bíblico. Que a graça, a paz e a misericórdia de Deus estejam em nosso meio. Todos: Bendito seja Deus que nos reúne no amor de Cristo. Animador: para começarmos motivados este encontro, saudemo-nos uns aos outros num clima de paz e de fraternidade. (todos se cumprimentam). Se houver alguém que esteja participando do grupo pela primeira vez, seja acolhido com muita alegria. Canto (à escolha) Animador: Coloquemo-nos na presença de Deus, invocando sua presença em nosso meio. Todos: Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, Amém. (Pode ser cantado). Animador: Com fé, peçamos que o Espírito Santo venha ao nosso encontro para iluminar nosso círculo bíblico: Todos: Vinde Espírito Santo, enchei os corações de vossos fiéis, e acendei neles o fogo do vosso amor. Animador: Enviai o vosso Espírito, Senhor e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

Animador: Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações de vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo espírito, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo, nosso Senhor, amém. 2. OLHANDO A PRÁTICA DA NOSSA COMUNIDADE Animador: No círculo bíblico de hoje buscaremos refletir sobre o serviço e doação da vida, contra toda pretensão de regalias e poder no seguimento de Jesus. a) Na perspectiva de Jesus quem é o maior no Reino de Deus? b) Por que a busca pelo privilégio é um perigo no seguimento de Jesus? 3. OLHANDO A PRÁTICA DE JESUS Animador: Com calma vamos ouvir a Palavra de Deus, tomar nossa cruz e seguir Jesus • Canto de aclamação • Leitura do texto: Mc 10,35-45 (Ler o texto com calma, ao menos duas vezes). • Momento de silêncio para interiorizar a palavra de Deus. 4. PARTILHANDO A PALAVRA a) Jesus veio ao mundo para servir? Como podemos servir melhor a humanidade? b) Na sua limitação os discípulos Tiago e João buscam a

recompensa e o privilégio? Por que buscar o privilégio constitui-se um problema no seguimento de Jesus? 5. ORAÇÃO DA COMUNIDADE Momento das Preces: O que este texto que refletimos nos leva a dizer a Deus? Coloquemos em preces, espontaneamente, tudo aquilo que refletimos sobre o Evangelho e sobre a nossa vida. Resposta: “Senhor, ajudai-nos a servir! Conclusão das Preces: Oração do Pai Nosso, AveMaria e Glória ao Pai. Animador: Estivemos reunidos em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Todos: Amém 6. EM CASA E PARA O PRÓXIMO ENCONTRO • Ler: Mc 11,12-14 Trazer para o próximo brotos ou frutos da figueira.

Responsáveis pelo próximo encontro: Leitores: Próximo encontro/data: Local:

Pe. Gilson José Dembinski


16

Reflexões Dominicais

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018

EPIFANIA DO SENHOR

BATISMO DE JESUS

Is 60, 1-6 | Ef 3, 2-3a. 5-6 | Mt 2, 1-12

Is 42, 1-4. 6-7 | At 10, 34-38 | Lc 3, 15-16. 21-22

6 de janeiro de 2019

13 de janeiro de 2019

“AO VIR A ESTRELA, SENTIRAM GRANDE ALEGRIA“

“JESUS BATIZADO POR JOÃO“

A Liturgia deste domingo celebra a Solenidade da Epifania. Antes de começarmos uma meditação sobre as leituras propostas, é preciso entender o que significa a palavra epifania: trata-se de um termo grego que quer dizer “manifestação”. Para nós cristãos, e especialmente na Liturgia de hoje, Jesus Cristo manifesta, revela e faz brilhar a salvação para todos os povos e nações. Todas as pessoas são destinatárias do projeto de amor de Deus, ou seja, depois do Natal do Senhor, ninguém está excluído da redenção que se fez carne conosco. A partir dessa ideia inicial, podemos entender a mensagem que a Liturgia da Palavra nos quer transmitir. A Primeira Leitura, do Profeta Isaías, é um grande convite a toda a humanidade a alegrar-se com a chegada da luz de Deus, que ilumina a todos. Na Segunda Leitura, da Carta aos Efésios, somos exortados a formarmos uma única comunidade de irmãos, em virtude da salvação dada por Cristo a cada um. No Evangelho, por sua vez, vemos como essa luz e salvação se concretizaram: através do menino Jesus, que recebe a visita dos “Magos”, mostrando que a face do Pai, revelada n’Ele, está à mostra a todos os homens. A Primeira Leitura, como já mencionamos, é do final do livro do Profeta Isaías, que foi escrito quando os judeus retornaram a Israel, depois de terem sido exilados por muitos anos na Babilônia. Diante daquele povo sem esperança, o profeta faz uma grande convocação ao povo

para continuar a esperar a luz de Deus. Essa luz, todavia, já não é mais propriedade exclusiva sua, mas se destina a todas as nações. Apesar das contrariedades históricas, é sempre possível reencontrar o caminho de vida plena, dada por Deus, a todos os seus filhos. A Segunda Leitura, da Carta aos Efésios, continua a aprofundar a mensagem de Isaías. No pensamento paulino, o projeto salvador de Deus deve ser anunciado a todas as nações, e não apenas ficar presa aos judeus. Esse projeto é que toda a humanidade, superadas as divisões, possa formar um único povo, de irmãos, que são receptáculos da promessa divina, plenamente cumprida na salvação oferecida em Jesus Cristo. O Evangelho descreve-nos a chegada dos “Reis Magos”, que viram a estrela da salvação e a seguiram. Esses três homens vinham do Oriente, ou seja, não faziam parte do povo judeu, eram pagãos. Eles recebem um sinal muito especial da parte de Deus: uma estrela que os guia até Jesus, a quem prestam adoração. A mensagem central deste trecho de Mateus é que também os pagãos estão incluídos na eleição divina, inclusive demonstrando mais fé que os judeus, primeiros destinatários da salvação. A Solenidade da Epifania, portanto, nos convida a uma profunda revisão em nossa caminhada de fé. Primeiramente, a tomarmos uma atitude de abertura à misteriosa ação de Deus, que muitas vezes não é compreensível por nós. Depois, a termos um coração misericordioso como o Pai, que não exclui ninguém de seu projeto de amor, mas utiliza-se de sinais, meios e caminhos para que toda a humanidade se una em um mesmo povo e adorem ao Seu Filho, Menino Deus.

Reflexão elaborada pelos seminaristas de nossa diocese que estão estudando Teologia em Curitiba: Everton Pavilaqui, Herick Rogger Pinchesk, Jacir dos Santos, Marinaldo Cheliga e José Vitor Cozechen Seller.

Com a Festa do Batismo de Jesus, concluímos o tempo do Natal. A reflexão sobre o Mistério da Encarnação continua. É uma ótima oportunidade para examinarmos a nossa própria vida batismal hoje e a ação eclesial para o trabalho de iniciação cristã pedida pela Igreja para educar e evangelizar os novos cristãos. O Batismo de Jesus, por João, no rio Jordão, é um evento que nos mostra com intensidade como o Salvador quis solidarizar-se com o gênero humano, imerso no pecado. João chamava à penitência e administrava um batismo de conversão. No entanto, Jesus, o Cordeiro sem mancha, que veio tirar o pecado do mundo, submete-se ao batismo de João. Jesus não teve pecado, mas, num gesto de solidariedade para com toda a humanidade, assumiu o que decorre do nosso pecado, desde o batismo dos pecadores até a morte humilhante na cruz. A primeira leitura anuncia um misterioso “Servo”, escolhido por Deus e enviado aos homens para instaurar um mundo de justiça e de paz sem fim. Esse “Servo” é enviado ao povo que está no exílio há um bom tempo. Por isso, essas pessoas começam a ficar frustradas e desorientadas, desacreditando assim da promessa de Deus. Animado pelo Espírito de Deus o “Servo” concretizará essa missão com humildade e simplicidade, sem recorrer ao poder, à imposição, à prepotência, pois esses esquemas não são os de Deus. O “Servo é convidado a ser “luz das nações” (Is 42,6), e assim, trazer a justiça, propor a todas as nações uma nova ordem social da qual desaparecerão as trevas que alienam e impedem de caminhar e oferecer a todos os homens a liberdade e a paz.

A segunda leitura reafirma que Jesus é o Filho amado que o Pai enviou ao mundo para concretizar um projeto de salvação; por isso, Ele “passou pelo mundo fazendo o bem e libertando todos os que eram oprimidos” (At 10,38). No seu discurso, Pedro começa por reconhecer que a proposta de salvação oferecida por Deus e trazida por Cristo é universal e se destina a todas as pessoas, sem distinção de qualquer tipo (At 10,3436). Portanto, É este o testemunho que os discípulos devem dar, para que a salvação que Deus oferece chegue a todos os povos da terra. No Evangelho, aparece-nos a concretização da promessa profética veiculada pela primeira leitura: Jesus é o Filho/“Servo” enviado pelo Pai, sobre quem repousa o Espírito, e cuja missão é realizar a libertação dos homens. Obedecendo ao Pai, Ele tornou-se pessoa, identificou-se com as fragilidades dos homens, caminhou ao lado deles, a fim de os promover e de os levar à reconciliação com Deus, à vida em plenitude. João tomou a palavra e disse: “o Messias que vem é mais forte do que eu, do qual não sou digno de desatar as correias das sandálias” (Lc 3,16). “Desatar as correias das sandálias” era tarefa dos escravos. A imagem utilizada define, pois, João como um “escravo” cuja missão é estar à serviço desse “messias” que está para chegar. O testemunho de João não oferece dúvidas: chegou o tempo do “messias”, o tempo da libertação que os profetas anunciaram, o tempo em que o Povo de Deus irá receber o Espírito. A cena do batismo irá identificar claramente esse “messias” anunciado por João com o próprio Jesus (Lc 3,21-22). O Espírito Santo, que desce sobre Jesus como uma pomba, leva-nos a essa figura de “Servo de Iahweh” apresentada na primeira leitura, que recebe o Espírito de Deus para levar “a justiça às nações” (Is 42,6). Por outro lado, a “voz vinda do céu” (Lc 3,22), apresenta Jesus como o Filho muito amado de Deus. Portanto, a missão de Jesus será, como a do “Servo”, “abrir os olhos aos cegos, tirar do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas” (Is 42,7); para concretizar esse projeto, Ele irá “batizar no Espírito” (Lc 3,16), e inserir os homens numa dinâmica de vida nova, a vida no Espírito.

Reflexão elaborada pelos seminaristas de nossa diocese que estão estudando Teologia em Curitiba: Everton Pavilaqui, Herick Rogger Pinchesk, Jacir dos Santos, Marinaldo Cheliga e José Vitor Cozechen Seller.


Reflexões Dominicais

Dezembro - 2018

Diocese de Guarapuava

2º DOMINGO DO TEMPO COMUM

3º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Is 62, 1-5 | 1Cor 12, 4-11 | Jo 2, 1-11

Ne 8, 2-4a. 5-6. 8-10 | 1Cor 12, 12-30 | Lc 1, 1-4; 4, 14-21

20 de janeiro de 2019

27 de janeiro de 2019

“SERVIR COM O VINHO DOS DONS!“

“O ESPÍRITO DO SENHOR ESTÁ SOBRE MIM“

A liturgia deste segundo domingo do tempo comum nos faz dois convites, e estes dois convites são trazidos pelo salmo. Ambos nos chamam a louvar a Deus e a manifestar os prodígios divinos. Podemos ver e sentir este chamado de modo explícito na resposta do Salmo que exclama: “Cantai ao Senhor Deus um canto novo, manifestai os seus prodígios entre os povos”! Muitos prodígios o Senhor realizou e realiza entre as nações e em nossas vidas, mas nem sempre nos damos conta disso. Agradecidos, devemos louvar a Deus por sua ação em nossas vidas, no mundo, na história. Como expressa São Paulo na carta aos Coríntios, muitos são os dons que recebemos e, com isso, passamos a ter a responsabilidade de distribuí-los a quem está do nosso lado. Ao fazer isso, ao priorizarmos a distribuição desses dons, cada um de nós, contribui, de forma direta, para o enriquecimento do Reino de Deus que também é nosso. Distribuir dons é servir ao próximo, numa clara manifestação de alegria e de busca pela plenitude. Também o profeta Isaías traz algumas características do louvor a

Deus na vida e da manifestação dos prodígios divinos no mundo. Estas características indicadas por ele, dizem muito do amor. Conforme o profeta, o amor impulsiona e gera disponibilidade, impedindo que cada um de nós permaneça calado. Outra característica marcante extraída do texto, diz-se do entusiasmo. Neste sentido, agindo com amor e por amor, viveremos uma justiça salvadora e isto é atitude de louvor, de manifestação divina que resulta e gera alegria ao Pai que sempre nos ampara. Obedecer a Deus não significa ser escravo de um senhor que chicoteia e machuca. Ser obediente, neste contexto, é viver a plenitude e a leveza dos dons que gratuitamente nos são concedidos. Colaboramos para que todos possam saborear um bom vinho, quando com nossos dons, manifestamos os prodígios que nos são oferecidos. Fazendo isso, louvamos ao Senhor em toda a sua Glória. Jamais devemos nos furtar de pedir a intercessão de Maria Santíssima. Através deste amor incondicional de Maria, somos chamados e motivados a servir em todo tempo e lugar onde nossa presença seja necessária. Maria representa o acalento, a compreensão. Com isso, podemos ter nesta imagem de mãe, o exemplo a ser seguido em se tratando vivência intensa do amor. Desta forma, enchamos nossas talhas e em atitude de doação e de amor sem limites, sirvamos ao mundo com o vinho dos dons como numa perfeita apresentação de Deus ao mundo.

Reflexão elaborada pelos seminaristas de nossa diocese que estão estudando Teologia em Curitiba: Everton Pavilaqui, Herick Rogger Pinchesk, Jacir dos Santos, Marinaldo Cheliga e José Vitor Cozechen Seller.

A liturgia deste domingo coloca no centro da nossa reflexão o início da pregação de Jesus. O Evangelista São Lucas, que nos acompanha durante este ano litúrgico, apresenta um significativo texto em que narra o começo do ministério de Jesus na sinagoga de Nazaré marcando o começo da intervenção salvífica de Deus em Jesus Cristo. O texto evangélico nos situa em Nazaré, a cidade onde Jesus foi criado e, em um dia de sábado, Jesus entra na sinagoga da cidade. O culto sinagogal, como era o costume, consistia na leitura da palavra de Deus feita por turno, por alguns membros da comunidade. Liase inicialmente um trecho do livro da Lei, ou seja, os primeiros cinco livros da Bíblia, e, em seguida, uma passagem dos livros dos Profetas, que pudesse elucidar o texto lido. Jesus se apresenta para ler o trecho profético e fazer o comentário. Ele escolhe um texto do profeta Isaías Is 61,1-2, que assim diz: “O Espírito do Senhor está sobre mim (…) enviou-me para anunciar a boa nova aos pobres, para sarar os contritos de coração e para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os prisioneiros e para publicar o ano da graça do Senhor” (v. 17-19). É um texto em que descreve como é que o Messias concretizará a sua missão. É significativo cada momento da narrativa sobre o fato ocorrido naquela manhã na sinagoga de Nazaré. Inicialmente Jesus abre o volume que lhe é entregue. Em seguida, após a leitura, enrola o volume, o entrega ao assistente e toma o seu assento. Naquele tempo, quem se sentava para instruir os outros era considerado mestre. O evangelista São Lucas quer frisar que Jesus se tornou o nosso mestre. Podemos dizer que neste trecho do Evangelho temos um programa que Jesus irá realizar ao longo da sua vida terrena. A sua missão consiste em fazer realizar a boa nova e elucidar que algo novo chegou ao coração e à vida de todos os prisioneiros do sofrimento, da opressão, da injustiça, do desânimo, do medo. O que é mais significativo, no entanto, é a “atualização” que Jesus faz desta profecia: Ele se apresenta como o profeta que Deus ungiu com o seu Espírito, a fim de concretizar essa missão.

17

E neste texto Jesus manifesta de forma bem nítida a consciência de que foi investido do Espírito de Deus e enviado para transformar tudo o que rouba a vida e a dignidade do homem. É ele que vem anunciar a plenitude da bênção de Deus para a humanidade. Ele vem, como diz o texto, para anunciar o Evangelho aos pobres. O Papa Francisco nos diz que nas páginas do Evangelho encontramos uma orientação muito clara aos pobres e aos doentes, àqueles que muitas vezes são desprezados e esquecidos, aqueles que não têm como retribuir. Hoje e sempre, os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho. Jesus, após ler o trecho do livro do profeta Isaías, diz: “Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir” (v. 21). Ele anuncia repentinamente que essa palavra se cumpre hoje, nele. Na verdade o próprio Jesus é o “hoje” da salvação na história, porque leva a cumprimento a plenitude da redenção. O termo “hoje” já nos é apresentado com as palavras que o anjo dirigiu aos pastores: “Hoje nasceu para vós, na Cidade de Davi, um Salvador, o Cristo Senhor” (Lc 2, 11). Também nós hoje somos chamados a anunciar aos necessitados uma palavra de estímulo e de esperança. Cada dia pode tornar-se o “hoje” salvífico, porque a salvação é história que continua para a Igreja e para cada discípulo de Cristo. A escuta da Palavra de Deus deve nos conduzir, como conduziu o povo da primeira leitura, a um exame de consciência, ao arrependimento e à conversão. A Palavra proclamada também é geradora de festa, de alegria e de felicidade: “Hoje é um dia consagrado a nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa fortaleza” (Ne 8,9), como consta na primeira leitura. O fato de Deus ainda hoje nos dirigir a sua palavra salvadora é fonte de alegria e de festa. Além disto, a Palavra de Deus é sempre palavra de salvação, que tem o seu pleno cumprimento em Jesus de Nazaré. E nele começa o eterno “hoje” da salvação que deve ser continuado pela ação da Igreja. Cada momento pode tornar-se um “hoje” propício para a nossa conversão. Saibamos aproveitar o “hoje” que Deus nos concede em prol da nossa salvação. E que a participação em cada Celebração Eucarística, onde nos alimentamos não só do corpo e do sangue do Senhor, mas também da Palavra, lida e explicada, possa nos fazer compreender melhor a Palavra de Deus, Palavra de salvação para o nosso “hoje” concreto de cada dia. À Virgem Maria, a quem sempre devemos ter como modelo e guia, peçamos que interceda incessantemente por cada um de nós, para que saibamos reconhecer e acolher, em cada dia da nossa vida, a presença de Deus, o Salvador nosso e de toda a humanidade.

Reflexão elaborada pelos seminaristas de nossa diocese que estão estudando Teologia em Curitiba: Everton Pavilaqui, Herick Rogger Pinchesk, Jacir dos Santos, Marinaldo Cheliga e José Vitor Cozechen Seller.


18

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018

Padres Passionistas encerram atividades na Obra Shalom realiza retiro para diocese de Guarapuava jovens em Guarapuava Por 43 anos os religiosos marcaram presença na cidade, sendo que deste período, 40 anos de atividades foram dedicados à paróquia Santa Cruz e Nossa Senhora das Dores. Eles ficam na diocese até fevereiro de 2019.

Depois de 43 anos de atuação na diocese de Guarapuava, sendo que destes, 40 anos de atividades na paróquia Santa Cruz e Nossa Senhora das Dores, a Congregação da Paixão de Jesus Cristo (CP) – Passionistas encerram suas atividades em Guarapuava. O anúncio foi feito na noite de sexta-feira, dia 16 de novembro, em uma reunião entre o provincial dos Passionistas, padre Leudes Aparecido de Paula, o bispo da diocese de Guarapuava, Dom Antônio Wagner de Silva, além de lideranças da paróquia. A reunião para anunciar a saída dos padres Passionistas foi realizada no salão social da paróquia Santa Cruz e Nossa Senhora das Dores, no Bairro Santa Cruz. Em entrevista ao Centro Diocesano de Comunicação (CDC), padre Leudes disse que o motivo da saída dos padres Passionistas da diocese faz parte de uma reestruturação da congregação. Conforme explicou, devido à demanda por trabalhos missionários em outras regiões e em outros países aliados à baixa procura pelas vocações sacerdotais, houve a necessidade de se pensar de maneira diferente e reformular as tarefas a serem desenvolvidas a partir de agora. “Nós não estamos encerrando nossa presença aqui em Guarapuava, tampouco, estarmos retirando nosso carisma desta cidade. Nós estamos indo, como religiosos que somos, para outros areópagos, para outras terras onde haja a necessidade de nosso trabalho. Porém, o nosso carisma permanece para sempre. Aqui, foi lançada a semente que germinou, cresceu e, todos os leigos e todas as leigas que beberam e bebem desse carisma, nos dão a certeza de que ele será continuado”, enfatizou padre Leudes. Conforme ressaltou o provincial, para se realizar um trabalho a contento na paróquia Santa Cruz e Nossa Senhora das Dores, devido à sua extensão, com nove comunidades, além dos diversos projetos que desenvolve, haveria a necessidade de pelo menos mais um sacerdote. E hoje a congregação não conta com mais este padre, segundo detalhou. “Vivemos um período de baixa procura pelas vocações. Não temos padres em número suficiente para atender à grande demanda por nosso trabalho. Por isso, através de reuniões, de encontros, chegou-se à conclusão de

que haveria a necessidade de encerrar as atividades nesta paróquia. Mas eu asseguro que o que foi implantado, fica e continua a se desenvolver, como os projetos sociais, por exemplo. A decisão de irmos, não é uma decisão de deixarmos. Ir para frente, é próprio da vida religiosa, de modo especial da vida religiosa Passionista. Estamos sempre em missão. Todo missionário está sempre chegando e sempre partindo. Por isso, eu peço para que a comunidade acolha essa decisão com muito amor, porque, assim nos ensina São Paulo na carta aos Coríntios: «Quem ama, compreende, quem ama, tem paciência, quem ama, a tudo suporta». Que nesse momento, nós possamos não nos despedir, mas nos unirmos no amor, porque, como eu disse, a congregação precisa seguir em frente”, frisou o provincial. Nos projetos de reestruturação dos Passionistas, há como princípio, o fortalecimento da vida comunitária. Para isso, de acordo com padre Leudes, há a necessidade de os padres e irmãos estarem em maior número em suas comunidades de atuação. “Aqui em Guarapuava, atualmente, contamos com os trabalhos dos padres José Francisco do Nascimento e João Alceu Perin. Pelo nosso estatuto, como disse anteriormente, nenhuma comunidade sob nossa responsabilidade poderia trabalhar com apenas dois sacerdotes. Três é o número mínimo exigido. Em número maior, vamos fortalecer nossa vida comunitária, para poder atender às pessoas da melhor maneira possível. Por isso, atualmente, nos unificamos com os religiosos da Argentina e do Uruguai, onde temos a presença que precisa ser fortalecida. Também temos uma frente missionária em Moçambique, na África, onde também há a necessidade de mais religiosos”, explicou padre Leudes. A saída dos padres Passionistas da paróquia Santa Cruz e Nossa Senhora das Dores, na diocese de Guarapuava, está prevista para fevereiro de 2019. Até lá, serão seguidos os trâmites normais da transição, conforme sublinhou padre Leudes. “Vamos seguir todos os procedimentos como requer os regulamentos, tanto da congregação, como da diocese”, finalizou o sacerdote.

O encontro será nos dias 01 e 02 de dezembro, na paróquia Sant’Ana, em Guarapuava. Podem participar jovens acima de 14 anos de idade. Oração, música e partilha, fazem parte dos trabalhos.

A Obra Shalom realiza, nos dias 01 e 02 de dezembro, o retiro “Se Lance”. O evento, que é destinado a jovens de 14 anos acima, será na paróquia Sant’Ana, em Guarapuava. Os trabalhos começam às 13 horas de sábado e se encerram na tarde de domingo. “Será um retiro para jovens acima de 14 anos, com música, oração, louvor e pregação. Também teremos muitas dinâmicas e algumas surpresas para os nossos participantes. Mas, desde já, reforço que será um momento muito importante para cada um que lá estiver”, adiantou Emerson Laines promotor apostólico da Obra Shalom na diocese de Guarapuava. O encontro será assessorado pela integrante do grupo Shalom, Evellyze Larissa de Matos e contará com a presença de Nathallya Franco Laines, coordenadora diocesana da Obra. Os trabalhos se encerram no fim da tarde de domingo, dia 02 de dezembro. “O retiro é aberto e todos serão muito bem recebidos. Será um momento de grande festa, de louvor e de muita alegria”, destacou Emerson.

SERVIÇO

Os ingressos custam R$ 30,00. As inscrições podem ser feitas na secretaria paroquial, Rua Rosa Lustosa de Siqueira, 1104, Bairro Santana, telefone 42 3624 1991 ou também, pelo WhatsApp: 42 9 9934 1047.

OBRA SHALOM EM GUARAPUAVA

A Obra Shalom está presente na diocese de Guarapuava desde novembro de 2015. Em 17 de junho de 2016, integrantes do grupo na cidade, com a participação de Ana Carolina Caldas Dantas, acompanhadora da Obra Shalom em nível nacional, conversaram com o bispo Dom Antônio Wagner da Silva sobre os andamentos dos trabalhos na cidade e sobre os próximos projetos a serem desenvolvidos junto às comunidades. Na ocasião, conforme Ana Carolina; foi feito o pedido formal ao bispo para que os trabalhos pudessem ser desenvolvidos junto à diocese. Dom Wagner aprovou a presença da Obra Shalom e abençoou a equipe. Atualmente, os encontros do grupo da Obra Shalom são realizados na paróquia Sant’Ana, em Guarapuava, aos sábados, às 17h30. Conforme contou Emerson Laines, há dois grupos, um de jovens e outro de adultos. Mais de 30 pessoas participam assiduamente dos encontros. Emerson também convida a todos para que façam uma visita e conheçam os trabalhos. Mais informações podem ser obtidas na página da Obra Shalom em Guarapuava no Facebook, no endereço: www.facebook.com/obrashalomguarapuava ou pelo WhatsApp: 42 99801-4596.

Saiba tudo o que ac ontece na diocese de Guarap uava. Acesse:

www.diopuava.org

.br


Dezembro - 2018

Diocese de Guarapuava

Mais de 1500 pessoas participam da 2ª edição do Congresso Diocesano de Ministros da Eucaristia

19

Leandro de Queiroz Albuquerque é ordenado sacerdote em Campo Limpo (SP)

O encontro foi realizado na paróquia Divino Espírito Santo, em Guarapuava, no dia 15 de novembro, feriado nacional. Palestras, formação e troca de experiências Leandro professou os votos perpétuos fizeram parte dos trabalhos. no dia 29 de novembro de 2017, na paróquia Divino Espírito Santo na cidade de Guarapuava.

Foi com muita alegria e entusiasmo que mais de 1500 pessoas participaram da segunda edição do Congresso Diocesano dos Ministros da Eucaristia, que este ano, trouxe como tema: “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo” (Mt 5, 13-14), em celebração ao Ano Nacional do Laicato. O encontro foi realizado na paróquia Divino Espírito Santo, em Guarapuava, no dia 15 de novembro, feriado nacional por ocasião da Proclamação da República. O encontro formativo contou com a presença de Dom Antônio Wagner as Silva, que presidiu uma missa às 11h da manhã, com a assessoria dos padres: Amarildo José Novakoski, Claudemir da Silveira Didek, Carlos de Oliveira Egler, Jean Patrik Soares e Paulo Fernando Francini. Durante a celebração, Dom Wagner falou da importância da missão para cada um dos cristãos e também destacou o papel de Maria para a vivência plena em Jesus Cristo. Conforme o bispo de Guarapuava, Maria se traduz em alegria e perseverança para todos os que acreditam em Cristo ressuscitado. “Não devemos enxergar a presença de Maria apenas com os nossos olhos, mas sim, com o coração. Como Maria, nós também passamos por tantas angústias, por tantos sofrimentos em lugares e situações diferentes e até estranhos, mas que nos dão uma força incrível e aguça em cada um de nós a vontade de servir, de ir além, como fazem vocês, ministros da Eucaristia. Assim, devemos nós, aprender com nossos pais. Hoje, é o momento de sentir o quão importante é esta devoção a Maria. Em todas as regiões, devemos fazer chegar a devoção a Nossa Senhora, a lembrança de que aqui do Paraná, com a graça de Deus, temos Nossa Senhora do Rosário do Rocio, que intercede por cada um de nós”, disse Dom Wagner na homilia. O bispo também sublinhou o compromisso que cada batizado tem em levar adiante a palavra de Deus. Ele ressalta que como leigos, os cristãos devem estar sempre prontos a dar seu testemunho, em qualquer tempo e lugar e espalhar com amor os ensinamentos missionários. “Vocês, ministros, vocês, ministras da Eucaristia, encontram nesta missão uma forma de poder crescer na pertença da Igreja. Vocês sempre buscam formas de crescer no protagonismo, fazendo com que a vida e a ação ultrapassem aquela mensagem rápida e até automática de levar a Eucaristia para todos os doentes e pessoas com dificuldades na comunidade. Muitas vezes, vocês vão além e presidem cultos e outros momentos da igreja, sempre fiéis ao projeto maior, que Jesus Criso. Vocês são responsáveis pela vida nova de nossas comunidades. Vocês, ministros e ministras, abraçam, todos os dias, a missão do crescimento. Vocês, ministros e ministras, vão ao encontro de quem mais precisa e levam o que há de bom dentro de seus corações, a quem necessita desta palavra, desta presença de Cristo. Vocês levam Jesus e essa é uma tarefa de muita responsabilidade e também de alegria. A missão de vocês é de discípulos. Vocês também transformam o povo em discípulos e discípulas de Jesus. Na Eucaristia, vocês mostram o Cristo vivo, que se abre como possibilidade para todos. Não importa quem sejam, mas vocês estão aqui para fazer este serviço, para dar vida à caminhada da Igreja”, evidenciou o bispo.

O CONGRESSO

Os trabalhos do segundo Congresso dos Ministros da Eucaristia da diocese de Guarapuava começaram às 08h30, com acolhida e animação. Às 9h, houve um momento de formação sobre o Advento, com o pároco da catedral Nossa Senhora de Belém, padre Jean Patrik Soares. Às 09h40, o pároco de Altamira do Paraná, padre Paulo Fernando Francini, proferiu uma palestra formativa sobre Quaresma, Semana Santa e Campanha da Fraternidade 2019. Às 10h45, os presentes participaram de momentos de animação e descontração, em preparação para a missa que foi celebrada na matriz, às 11h. Ao meio-dia, foi servido um almoço preparado pela coordenação da paróquia Divino Espírito Santo e subsidiado pelas paróquias da diocese. Às 13h, os participantes retornaram para um momento de animação e, em seguida, às 13h30, houve a reza do terço, na intenção de: “Cada comunidade uma nova vocação”, uma proposta do Regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que começou no Paraná, com o projeto do atual bispo de Paranavaí e então secretário-executivo do Regional (Sul 2), Dom Mário Spaki. Depois do terço, conduzido pelo reitor do Seminário Nossa Senhora de Belém e vigário-geral da diocese de Guarapuava, padre Amarildo José Novakoski, os ministros trocaram experiências e falaram dos trabalhos desenvolvidos em suas comunidades. Novo momento de animação foi realizado às 14h30, seguido de adoração eucarística às 15h. A segunda edição do Congresso dos Ministros da Eucaristia da diocese de Guarapuava foi encerrada às 16h.

No último dia 03 de novembro, a diocese de Campo Limpo, em São Paulo, esteve em festa. Mais de mil pessoas se reuniram na matriz da paróquia Nossa Senhora do Carmo, para participar da ordenação sacerdotal de Leandro de Queiroz Albuquerque, pela Ordem dos Mínimos (OM). Além de pessoas do Estado de São Paulo, frei Leandro recebeu convidados do Paraná, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. A ordenação do religioso contou também com a participação de padres diocesanos e das religiosas da Congregação das Missionárias de Cristo da cidade de Jundiaí, além das irmãs Missionárias de Jesus Crucificado e Associação Madre Cabrini Missionárias Sagrado Coração Jesus, do bairro Capão Redondo, em São Paulo. Também se fizeram presentes integrantes dos terciários leigos da Ordem dos Mínimos de São Francisco de Paula de São Paulo e do Paraná, além de membros do Apostolado da Oração. Os paroquianos em grande número se somaram à multidão que participou da celebração. A celebração eucarística foi presidida por Dom João Inácio Müller, OFM, bispo da diocese de Lorena (SP). O padre-geral da Ordem dos Mínimos de São Francisco de Paula, o italiano frei Gregório Colatorti, OM, também participou. A missa teve animação musical do Grupo Ir ao Povo. O lema sacerdotal escolhido pelo ordenado foi a frase do Papa Francisco: “Sede pastores com o cheiro de ovelhas”. Frei Leandro de Queiroz Albuquerque OM, nasceu na capital de São Paulo, no Bairro do Capão Redondo, em 12 de Setembro de 1989. É o mais velho dos dois filhos do casal Sandro Francisco de Albuquerque e Claudia Aparecida de Queiroz Albuquerque. Pertencente à diocese de Campo Limpo, foi batizado na paróquia Nossa Senhora das Graças, na Vila Remo e aos 10 anos de idade iniciou sua caminhada eclesial nas comunidades do Santuário São José Operário. Em 2001, Leandro conheceu a Ordem dos Mínimos e no ano seguinte começou a caminhada de discernimento vocacional com visitas e encontros no Seminário Maior São Francisco de Paula, no bairro Capão Redondo. Ingressou neste seminário quatro anos depois e em 2011 proferiu seus primeiros votos de obediência, castidade, pobreza e vida quaresmal em Bogotá na Colômbia, se tornando um religioso mínimo. Leandro professou os votos perpétuos no dia 29 de novembro de 2017, na paróquia Divino Espírito Santo na cidade de Guarapuava, pelas mãos do atual delegado da Ordem dos Mínimos no Brasil, frei José Antônio de Lima OM. No dia 16 de dezembro de 2017, na paróquia Nossa Senhora do Carmo pelas mãos de Dom Luiz Antônio Guedes, bispo diocesano de Campo Limpo, tornou-se diácono. Atualmente frei Leandro faz parte da comunidade formativa do seminário maior e paroquial de São Paulo auxiliando em diversos serviços de formação e pastorais dessa mesma comunidade religiosa. Lia Macedo - diocese de Campo Limpo (SP)


20

Imigrantes

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018

Caminhos de esperança

Diante da crise humanitária venezuelana, um Plano Nacional de Integração para migrantes e refugiados é lançado por entidades da Igreja do Brasil. Debaixo de uma árvore, lá estavam os quatro. Era por voltas das 15 horas. Sob o sol forte, com o agravante de ser próximo à Linha do Equador, a região apresenta clima com temperaturas maior em relação a outras regiões, eles já haviam caminhado aproximadamente 30 quilômetros, saíram de Pacaraima (RR) na tarde do dia anterior. Passaram a noite às margens da BR 174 que liga à cidade de Boa Vista (RR). A família Martines Gomes tinha percorrido cerca de 690 quilômetros desde San Félix, na Venezuela, até chegar ao Brasil. “Tenemos mucha hambre y sed”, disse Adriana Gomez, 18 anos, ao nos contar que estavam sem forças para prosseguir a caminhada, pois estavam com muita fome e sede, não tinham comido nada naquele dia. Alguém no caminho doou alguns biscoitos, mas estavam reservando para o pequeno José Armando, de dois anos, que no colo da mãe Eglis, 36, tentava sugar o leite do peito, mas aparentava sem força e Eglis disse que não tinha mais leite. Não havia se alimentado, nem bebido água naquele dia. Edson, 15 anos, sentado na raiz da árvore, não pronunciou uma palavra. Olhar triste, distante. A intenção da família era chegar a Boa Vista. Pela frente, tinham ainda, aproximadamente 211 quilômetros. Assim é a saga de boa parte dos imigrantes venezuelanos que cruzam a fronteira para o Brasil, fugindo da miséria deixada pela crise social, política e econômica de sua terra. Segundo a Polícia Federal (PF), com atualização em outubro último, de 2015 a 2018, 85 mil venezuelanos procuraram a instituição no Estado de Roraima em busca de regularização. Dentre os 85 mil, 54,1 mil solicitaram refúgio e 18,9 mil, residência, outros 12 mil haviam agendado atendimento até a data. Entre 2017 e 2018, 176.259 entraram pela fronteira, mas 90.991 (51,6%) desses saíram do País, 62.314 por via terrestre e outros 28.677 embarcaram em voos internacionais. A sociedade civil tem exercido fundante trabalho na resposta à crise humanitária aos imigrantes venezuelanos em Roraima, desde o início desta emergência. Há muitas famílias e empresários que ajudam e se dedicam ao atendimento. Diversas instituições atuam para minimizar o sofrimento, entre esses, a diocese de Roraima; o padre Jesus Hernandez, da paróquia sagrado Coração de Jesus, em Pacaraima; a paróquia da Consolata; os padres jesuítas, o Instituto de Migrações e Direitos Humanos (IMDH); o Centro de Migrações e Direitos Humanos; Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM); Organização Canarinhos da Amazônia; Fraternidade, Caritas Brasileira e Caritas Diocesana de Roraima e Manaus. Entre Pacaraima e Boa Vista, foram construídos 13 abrigos com a capacidade para 6.070 pessoas. Calcula-se que cerca de dois mil venezuelanos estão vivendo em situação de rua em Boa Vista. Os desafios enfrentados nesta situação humanitária incluem a falta de abrigamento, acesso a serviços, desconhecimento das leis brasileiras. Os venezuelanos chegam com pouca informação sobre o Brasil. Os desafios de sobrevivência são imensos, a maioria não tem dinheiro para moradia e acabam em situação de rua, famílias

integração e o enfrentamento à xenofobia em um contexto de tensões e polarização política, a qualificação desperdiçada em empregos informais com baixa remuneração, a barreira da revalidação de diploma, a falta de acesso ao aprendizado da língua, a exploração laboral em fazendas, minas de carvão, indústria madeireira.

RESPOSTA À CRISE

Como estratégia de resposta humanitária, o governo brasileiro iniciou o processo de interiorização da qual o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), agência da Organização das Nações Unidas (ONU) fazem parte. Entidades da Igreja Católica e sociedade civil se somam a essa iniciativa no processo de integração tais como: Aldeais Infantis, Caritas Rio de Janeiro, Cáritas São Paulo, Cáritas Manaus, Cáritas Brasileira, Caritas Paraná e Cáritas Santa Cantarina. Outras organizações da sociedade civil passaram a integrar a resposta emergencial oferecendo vagas em seus centros de recepção em todo o País entre essas estão a Missão Paz, Pastoral do Migrante, Centro Pastoral em Cuiabá, Igrejas Evangélicas, entre outros. Ao todo, 3.077 venezuelanos foram para outras cidades brasileiras. Todos que viajam com a ajuda do governo e da ONU aceitam voluntariamente participar do processo, são instruídos sobre as cidades de destino, vacinados e devidamente regularizados em suas documentações, inclusive com carteira de trabalho e CPF.

ACOLHER, PROTEGER, PROMOVER E INTEGRAR

Para garantir acolhida, proteção, promoção e integração, verbos sugeridos pelo Papa Francisco diante da realidade migratória no mundo, a Igreja lançou o projeto “Caminhos de Solidariedade: Brasil & Venezuela”. Com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a diocese de Roraima, juntamente com Cáritas Diocesana de Roraima, Cáritas Brasileira, Instituto de Migrações e Direitos Humanos (IMDH), Serviço Pastoral do Migrante (SPM), Serviço Jesuíta para Migrantes e Refugiados (SJMR) e entidades parceiras lançaram, em outubro, o “Plano Nacional de Integração Caminhos de Solidariedade: Brasil & Venezuela”.

Para o bispo de Roraima e presidente da Cáritas Roraima, Dom Mario Antônio da Silva, a capital Boa Vista é ponto de partida do Plano que pretende alcançar cidades do País inteiro e também na Venezuela, sobretudo as cidades de onde o fluxo de pessoas que vêm para o Brasil é maior. “Esse lançamento não é um evento, mas um processo. Queremos que se prolongue e se amplie por todo o Brasil. Não é uma bolha, pois tem incidência e abrangência, também, na Venezuela”, afirma. O Plano pretende alcançar cerca de 90 arquidioceses e dioceses do Brasil. Nessa proposta, as Igrejas estão sendo convidadas a acolher migrantes e refugiados venezuelanos em seus territórios por meio de ações solidárias que visam promover, além da acolhida, a proteção, promoção e integração. O Plano visa, também, uma articulação com a Igreja Católica na Venezuela. Segundo a proposta, haverá uma missão no País vizinho para conhecer a realidade local, para participação dos brasileiros na organização e inauguração de um centro de apoio ao migrante em Santa Elena de Uairén, cidade venezuelana que faz fronteira com o Brasil e a produção de material de comunicação para oferecer informações sobre documentações que o Brasil pede para a permanência no País, bem como informações sobre as distâncias entre as cidades brasileiras. O projeto “Caminhos de Solidariedade” nasceu a partir de uma visita da Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB à diocese de Roraima, em março deste ano, e se concretizou após uma oficina de planejamento, organizada pela Cáritas Brasileira, com a participação das entidades envolvidas no Plano, em julho de 2018, em Brasília (DF). O Papa Francisco, na Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2018, ressaltou que, “cada forasteiro que bate à nossa porta é ocasião de encontro com Jesus Cristo, que se identifica com o forasteiro acolhido ou rejeitado de cada época (cf. Mt 25, 35.43). O Senhor confia ao amor materno da Igreja cada ser humano forçado a deixar a sua pátria à procura dum futuro melhor”.[...] Trata-se de uma grande responsabilidade que a Igreja deseja partilhar com todos os crentes e os homens e mulheres de boa vontade, que são chamados a dar

resposta aos numerosos desafios colocados pelas migrações contemporâneas com generosidade, prontidão, sabedoria e clarividência, cada qual segundo as suas possibilidades”. E o Papa sugere que a resposta comum pode articular-se à volta de quatro verbos fundados sobre os princípios da doutrina da Igreja: acolher, proteger, promover e integrar. Segundo informações da ACNUR, com a mudança de governo, o trabalho conjunto terá de ser fortalecido ainda mais, pois poderá enfrentar vários desafios, entre esses, na Fronteira, com a identificação e registro: teremos que vigiar a não devolução e manter as fronteiras abertas, garantindo o acesso ao pedido de refúgio, a identificacão das necessidades de proteção especialmente às pessoas com perfis vulneráveis, como crianças, mulheres e idosos. Para o registro e documentação. É indispensavel coordenar e facilitar procedimentos de registro e documentação para as pessoas que chegam ao Brasil. Para a Organização Internacional para as Migrações (OIM), embora as migrações sejam uma característica natural da humanidade e tenham gerado avanços importantes no desenvolvimento, o foco na segurança dos países receptores, e a falta de oportunidades nos países de origem geram uma das maiores crises humanitárias migratórias da história. De acordo com a Doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia, Márcia Maria de Oliveira, há alguns paradoxos na questão migratória, “pois permanece a garantia do direito de migrar, contudo as sociedades negam o direito de não migrar. A mesma sociedade que produz os meios de expulsão está produzindo o rechaço e a xenofobia”. Márcia lembra o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, no livro “Tempos líquidos” que afirma, enquanto de um lado crescem as economias mundiais, avançam as tecnologias que encurtam o tempo e as distâncias, de outro lado “cada vez mais, os refugiados se veem sob fogo cruzado, mais exatamente, numa encruzilhada, expulsos à força ou afugentados de seus países nativos, mas sua entrada é recusada em todos os outros”. Segundo o sociólogo, “as migrações e os refugiados representam um sintoma das desigualdades sociais, das injustiças econômicas, dos processos de exclusão, das guerras, das crises políticas e da escandalosa concentração da economia mundial nas mãos de uns poucos grupos econômicos”. Os Martines Gomes, que estavam a caminho, na BR 174, conseguiram carona e chegaram até Boa Vista, na tarde daquele mesmo dia. Juntaram-se aos demais 12 membros da família que estavam vivendo em uma casa alugada, de três cômodos. Havia grande preocupação, pois só uma pessoa da família estava com emprego garantido. O aluguel estava atrasado e o dinheiro do mês não ia dar para pagar, já tinham recebido aviso que, se não pagassem, seriam despejados. Por Osnilda Lima/Cáritas Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil e Osnilda Lima/Signis Brasil


Dezembro - 2018

Diocese de Guarapuava

21

GUARAPUAVA: Albergue Noturno Frederico Ozanam promove evento beneficente Conforme o vice-presidente da instituição, desde o início de 2017, o Albergue Noturno de Guarapuava não conta mais com o convênio com a prefeitura da cidade.

No próximo dia 09 de dezembro, aniversário de Guarapuava, o Albergue Noturno Frederico Ozanam, realiza uma festa para arrecadar fundos. O evento será no salão social da Catedral Nossa Senhora de Belém. Haverá uma missa às 10h30 e, em seguida, os presentes poderão participar de um churrasco. Os ingressos que dão direito ao almoço estão à venda com os coordenadores, ao preço de R$ 35,00. À tarde, a partir das 16h, haverá sorteio de trinta prêmios. As cartelas custam R$ 10,00 e também podem ser adquiridas com a coordenação. Daniel Dalzoto vice-presidente do Albergue Noturno Frederico Ozanam, concedeu entrevista ao Centro Diocesano de Comunicação (CDC) e falou das dificuldades porque passa a instituição. Ele também sublinhou que os eventos festivos são essenciais para a manutenção da casa que é coordenada por integrantes da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), os Vicentinos. “Em nosso estatuto, temos que realizar três festas regulamentadas por ano. Estas festas são para confraternização e também para arrecadar fundos. Mas, em outras diretorias, nunca foi feita uma festa só para o Albergue. No ano passado, foi realizado um churrasco para arrecadar dinheiro para cumprir com os compromissos em atraso. Conseguimos pagar algumas contas naquela época, mas agora, a situação está calamitosa. Passamos por um momento de extrema dificuldade e contamos, todos os dias, com a generosidade do povo para manter as coisas em andamento”, contou Daniel. Conforme o vice-presidente, desde o início de 2017, o Albergue Noturno de Guarapuava não conta mais com o convênio com a prefeitura da cidade, que repassava uma quantia em dinheiro. Estes valores erem usados no pagamento das contas e esta falta de recursos, fez com que a instituição quase fechasse suas portas. “Desde o início de 2017, o Albergue não recebe nenhuma ajuda da prefeitura de Guarapuava. Temos uma despesa mensal de mais de doze mil reais. Estamos sobrevivendo apenas de doações, de bazares e rifas. Atravessando todas essas dificuldades, decidimos pedir ajuda à Mitra Diocesana. Fomos muito bem atendidos pelo bispo (Dom Antônio Wagner da Silva). Dom Wagner autorizou uma ajuda financeira e foi então, que tivemos condições de pagar as contas atrasadas”, relembrou. Outra dificuldade encontrada pela atual diretoria do Albergue Noturno foi em relação à documentação e pendências judiciais. Segundo explicou Dalzoto, para sanar estes problemas, a instituição também contou com a ajuda da diocese de Guarapuava, através da Mitra. “Herdamos muitas pendências. Problemas trabalhistas e judiciários eram algumas das situações que precisavam ser sanadas. O convênio com a prefeitura começou com um repasse de sete mil reais por mês para o Albergue e, no fim de 2017, estavam repassando apenas dois mil reais. Desta forma,

decidimos romper com este convênio, uma vez que a prefeitura exigia demais e não tinha contrapartida. Mas nunca deixamos de aceitar os encaminhamentos feitos pelo município, pois nossa meta principal, sempre foi a caridade. Ajudar às pessoas faz parte do carisma Vicentino e com essa meta, jamais deixaremos de cumprir”, explicou Daniel. Atualmente, o Albergue Noturno de Guarapuava conta com três funcionários fixos. Uma assistente social e um psicólogo também prestam serviços à instituição de forma terceirizada. Em média, conforme os dados do Albergue, quarenta pessoas passam pelo local por semana. Lá, o albergado pode tomar banho, se alimentar e pernoitar. No período de inverno, a demanda aumenta e há ocasiões em que mais de quarenta pessoas são atendidas por dia. Mulheres agredidas pelos maridos ou abusadas sexualmente, presos que ganham alvará de soltura à noite e não podem voltar para seus municípios de origem, pessoas despejadas ou desabrigadas, estrangeiros, além de viajantes sem condições de pagar um hotel; este é o público atendido pelo Albergue Noturno Frederico Ozanam. Até então, pelo estatuto dos albergues, a pessoa teria um prazo de três dias para permanecer hospedada. Conforme detalhou Daniel, houve uma mudança na nomenclatura desses locais, que agora figuram como casas de passagem. Conforme a nova característica, uma pessoa pode permanecer hospedada pelo prazo de até quarenta dias. “Nunca deixamos uma pessoa necessitada ficar no Albergue por apenas três dias. Não há como fazer com que alguém que já está necessitado de ajuda, simplesmente volte para as ruas, sem apoio, sem ninguém. Como disse, nosso carisma Vicentino é de ajudar, de acolher, de respeitar a todos, pois somos irmãos. Houve casos de pessoas que ficaram alojadas lá por vários meses. Uma criança nasceu enquanto a mãe estava albergada. Essa foi uma história muito bonita”, relembrou Dalzoto. Com a documentação em dia, a partir de 2019, novo convênio será firmado com a prefeitura de Guarapuava através da secretaria de assistência social do município e um valor de dez mil reais, será disponibilizado mensalmente para o Albergue, segundo o vice-diretor. “Conversamos com o secretário de assistência social da prefeitura, Ari Marcos Bona, ele conversou com o prefeito e fez uma proposta de destinar dez mil reais por mês para o Albergue, a partir de 2019. Ficamos muito felizes, mas antes disso, tivemos que acertar a documentação. Por fim, com a ajuda da diocese, tudo se resolveu e agora, podemos dizer que as coisas estão todas encaminhadas. Com isso, podemos respirar um pouco e usar as promoções, os bazares, para melhorias na casa. Por isso, eu convido a todos para que participem da nossa festa, pois com esta ajuda financeira, vamos sanar todas as contas que ainda estão atrasadas”, frisou Daniel.

ANOTE NA AGENDA:

FESTA EM PROL DO ALBERGUE

Dia 9 de dezembro (Domingo) na Catedral Nossa Senhora de Belém. Missa às 10h30. Valor do almoço, com churrasco: R$ 35,00.

Foto: RPC Guarapuava

SOBRE O ALBERGUE

Fundado no dia 04 de abril de 1984, por iniciativa da Sociedade São Vicente de Paulo, em conjunto com a diocese de Guarapuava, através do primeiro, bispo Dom Frederico Helmel, o Albergue Noturno foi um divisor de águas na cidade que, até então, não contava com este tipo de obra de caridade. Desde sua fundação, milhares de pessoas já passaram pela instituição que, todos os dias, se mantém de portas abertas a atender a quem mais precisa. Semanalmente, cerca de 40 pessoas procuram pelo Albergue Noturno Frederico Ozanam para pernoitar e para fazer uma refeição que, muitas vezes, é a única do dia. Com seis quartos contendo dez camas cada um deles, por muitas vezes, a casa fica lotada. Devido às regras da instituição que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas, cigarros e outras drogas, muitas pessoas preferem fazer apenas as refeições naquele local e ir dormir em outro lugar. Mesmo assim, a instituição disponibiliza de um local para banho e fornece um cobertor e roupas limpas para estas pessoas para que tenham o mínimo de conforto e dignidade durante as noites que, em sua maioria, são geladas em Guarapuava.

VOLUNTÁRIOS

A espinha-dorsal do Albergue Noturno Frederico Ozanam em Guarapuava são os voluntários. Através de doações por parte das pessoas da comunidade, a casa é mantida com suas necessidades básicas como alimentação e produtos de uso diário. Há também quem ofereça móveis, roupas, calçados e outros donativos que são vendidos nos bazares que são promovidos nos três primeiros sábados de cada mês na casa. O quarto sábado é destinado à celebração da missa com a participação dos moradores e da comunidade. Há também quem prefira fazer doações em dinheiro com o intuito de manter o funcionamento da instituição. A estas pessoas, são oferecidos número de conta corrente para que possam efetuar o depósito dos valores oferecidos como caridade. Seguindo o exemplo de seu fundador, o médico Frederico Ozanam, o Albergue Noturno de Guarapuava está sempre à disposição daqueles que mais precisam.

SOBRE O FUNDADOR

Frederico Ozanam nasceu em 23 de abril de 1813, em Milão, na Itália. De família católica e assistencialista, desde muito cedo, Frederico fez da caridade seu modo de vida, doando seu trabalho, seu tempo e suas ideias em prol de quem mais necessitava. Em sua profissão, o médico nunca fez distinção de classe social, de credo, dispendendo o mesmo atendimento a quem podia pagar e a quem nada tinha a oferecer. Desta maneira, em Maio de 1833, com apenas 20 anos, Frederico funda, juntamente com seis companheiros, as Conferências de São Vicente de Paulo. Esta obra deu origem em todo o mundo ao sistema de acolhida aos necessitados com raízes profundas no catolicismo e nos ensinamentos de Jesus Cristo. Em muitos lugares esta obra é chamada de albergues.

SERVIÇO

Qualquer pessoa da comunidade pode ser um voluntário e ajudar no Albergue Noturno Frederico Ozanam. Para isso, basta entrar em contado com a instituição através do telefone: 42 3624 3121. Há também uma conta disponível para as doações em dinheiro. Os dados são: Banco do Brasil; Agência: 0299-2; Conta Corrente: 34781-7. Quem tiver interesse em visitar a o Albergue, este fica à Rua Jaime Amaral Pachêco, 191, Bairro Conradinho, Guarapuava - PR. CEP 85055-120.


22

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018

ADVENTO:

tempo de preparação para a chegada do filho de Deus O Advento é tempo de alegria, espera e esperança.

Um momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. Neste período, há o despojamento das igrejas, é usada a cor roxa e não se canta o hino do Glória. A celebração do Natal; data em que a Igreja festeja o nascimento do menino Jesus em Belém, está chegando. A segunda maior festa cristã é um momento especial para todos os fiéis e marca o tempo litúrgico do ‘Advento’ – palavra de origem latina que significa “chegada”, “aproximação”, “vinda”. Este ano, o Advento começa no dia 02 de dezembro e durante os quatro domingos que antecedem a comemoração da vinda do Filho de Deus entre os homens, a liturgia apresenta três personagens que ajudam os fiéis nesta caminhada: o profeta Isaías, cujas profecias dão um tom especial a este tempo litúrgico; o grande profeta do deserto, João Batista que, hoje como no passado, parece ser ‘voz que grita no deserto’ e, Maria, a Mãe que, qual ‘serva do Senhor’, acolhe e doa o Filho à humanidade. “A liturgia, de forma simples e profunda, propõe-nos esses grandes modelos para aprendermos a viver bem este tempo e tornar mais transparentes e luminosas as nossas vidas”, ressalta o bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Armando Bucciol. O bispo explica ainda que o tempo do Advento prepara os fiéis para a renovação da fé em Jesus, despertando em si mesmo, sobretudo, atitudes de espera e de acolhida.

“Examinemo-nos, com sinceridade: em nossa vida o que esperamos? Quais esperanças nos sustentam no dia a dia? De quem esperamos salvação? Esperamos, de verdade, um Salvador divino ou colocamos a nossa esperança de salvação em líderes humanos e em soluções da tecnologia, da bolsa, da política, da cultura, dos ‘ídolos’? Que lugar ocupa Jesus a quem chamamos de Salvador?”, questiona. O Advento é tempo de alegria, espera e esperança. Um momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. Neste período, há o despojamento das igrejas, é usada a cor roxa, não se canta o hino do Glória e as leituras ajudam a refletir sobre o mistério do Cristo que virá no final dos tempos. Dom Armando explica que a melhor preparação para este tempo é vivenciar atentamente às propostas da liturgia que, com riqueza de mensagens, vai conduzindo quem acolher o que a Palavra propõe. “Aprenderemos a rever nossas expectativas, purificar nossos sonhos e projetos de salvação, tornar mais sóbria e essencial a nossa vida, e sermos, com a graça de Deus, capazes de tornar nossas vidas mais atentas a acolher o sentido da existência. Então, sim, quando chegar o Natal será repleto não tanto dos dons (pobres) do papai Noel, mas da riqueza simples e humilde do Filho de Maria, que é o Filho de Deus, Jesus, nosso Senhor”, afirma. O Tempo do Advento marca o início do ano litúrgico e traz com ele, para 2019 o ciclo de Leituras do Ano C, marcado pela leitura predominante do evangelho de São Lucas.

Como se estrutura o Tempo do Advento O tempo do Advento não tem um número fixo de dias e depende sempre da solenidade do Natal. Ele começa no primeiro domingo após a Solenidade de Cristo Rei e se desenvolve até o momento anterior à tarde (1ª Vésperas) do Natal, ou seja, quatro domingos celebrativos. O terceiro domingo do Advento é chamado de domingo da alegria (gaudete, em latim) por causa da antífona de entrada da missa (Alegrai-vos sempre no Senhor), mostrando a alegria da proximidade da celebração do Natal. O tempo do Advento se divide em duas partes. A primeira, que vai até o dia 16 de dezembro, é marcada pela espera alegre da segunda vinda de Jesus. A segunda, os dias que antecedem o Natal, se destaca pela recordação sobre o nascimento de Jesus em Belém.

ÁRVORE DE NATAL X NASCIMENTO DE JESUS O pinheiro enfeitado com luzes e bolas coloridas se tornou o grande símbolo do Natal. Segundo informações históricas, sua origem provém dos países do norte da Europa. O pinheiro e o abete são árvores típicas destas terras, plantas que se mantêm sempre verdes, sinal de vida em qualquer tempo. Mas a pergunta que todo ano é feita: qual o dia certo para montar a árvore? Não tem um dia marcado. Mas recomenda-se a montagem no primeiro domingo do tempo do Advento. Este ano, a data cai no dia 2 de dezembro. O presidente da Comissão para Liturgia da CNBB ressalta que, neste período, o destaque maior deve ser a dimensão pedagógica e espiritual contida também na Árvore de Natal. “Enquanto nas famílias e comunidades se arruma a árvore de natal é importante ajudar as crianças a compreender essas histórias, evidenciando a riqueza do simbolismo da luz, que é Jesus. Uma árvore sem Ele seria como uma lâmpada queimada. Junto à árvore, construa-se também o presépio, cuja tradição dá um sentido mais explícito ao Natal dos cristãos”, enfatiza Dom Armando.


Dezembro - 2018

Diocese de Guarapuava

Momento com Maria

Por Arlete Bini

“Eu vos anúncio uma grande alegria” (Lucas 2,10)

23

GUARAPUAVA: Santuário Tabor das Vocações de Schöenstatt comemora 28 anos de fundação Para celebrar o momento importante e histórico, a comunidade preparou uma grande festa que foi realizada no dia 18 de novembro.

Como fez Maria, devemos aceitar a vida, este presente que Deus nos dá, e recebê-lo de coração limpo e aberto. E para que isso ocorra, nada melhor do que a oração e a generosidade. Já é Natal em nossos corações e em nossas almas. Vivemos um momento de espera e de muita luz. Ansiosos, aguardamos o Cristo que se fez pela anunciação do Anjo, tornou-se carne e habitou entre os humanos. Cristo está em mim, em ti, em cada um de nós que não se contenta com pedaços, com migalhas. Jesus Cristo é a abundância, a plenitude, a sanidade e a santidade do corpo e do espírito. . Este é um momento de refletirmos sobre as escolhas e, como exemplo, devemos considerar, entender e amar a escolha de Maria. Não, ela não fez nenhuma escolha por si só, por orgulho, por vaidade. Nada disso. Maria foi sim, dentre todas as mulheres, a escolhida para gerar a vida do Deus encarnado em seu ventre. Desta forma, este é também um período de agradecimento a Maria por sua doação, dedicação e amor incondicional. Todas as festas, comemorações e afins, exigem muita organização. Para cada um de nós, esta é uma oportunidade única de preparação, de celebração e de avivamento da fé e do amor cristão. Nada melhor do que tomarmos as Novenas de Natal como um grande exemplo de partilha e de união a ser seguido para aguardarmos a vinda do Salvador. Familiares, vizinhos, amigos, a comunidade, enfim, devem se unir neste elo perfeito, nesta corrente do bem para que juntos e com força multiplicada, a preparação para o Natal se dê da forma mais bonita e tranquila que se possa imaginar. Como fez Maria, devemos aceitar a vida, este presente que Deus nos dá, e recebê-lo de coração limpo e aberto. E para que isso ocorra, nada melhor do que a oração e a generosidade. O Advento é um tempo muito especial, pois aguça o que há de melhor em cada um de nós. Viver em família, em comunidade é um exercício de perseverança, de persistência e que só ocorre quando estamos empenhados nesta tarefa.

Celebrarmos os nove dias que antecedem o Natal nos enche de amor e de felicidade. Afinal, estamos preparando um terreno para que a semente mais pura seja plantada e germine. Cristo é esta semente. Com nosso amor, oração e partilha, o que era pequeno, quase invisível, brota e germina em nossos corações e os resultados, por sua vez, são os melhores frutos. Temos a obrigação de cultivar esta semente. Temos a brilhante missão de regá-la e de fazer com que mais e mais pessoas também entrem nesta tarefa que é simples, mas necessária, a de preparar a terra. Este é um tempo de espera e de luzes. Maria esperou e também deu à luz a pessoa mais importante da história. Sem Maria, não haveria Jesus e, sem Jesus, nada seríamos. Chegamos ao fim de um ano inteiro dedicado aos leigos. Mas a missão precisa continuar e continuará, pois cada um de nós está empenhado nesta mesma tarefa, que é a de levar o amor, a compreensão e a justiça em qualquer lugar que seja. Deus está vivo no meio de nós. Maria, mãe e intercessora, se faz presente a todo instante em nossas vidas e nos mostra, com clareza, a face humana de um Deus misericordioso, na pessoa de Jesus Cristo. Vivamos, pois este momento com toda intensidade, com todo amor. A vocês, amigos leitores, meu muito obrigada. Desejo a todos, um feliz Natal e que as bênçãos de Deus sejam derramadas sobre cada um de nós. Por intercessão de Maria, admirada em nossa diocese sob a denominação de Nossa Senhora de Belém, desejo a todos, um feliz e santo Natal.

Familiares, vizinhos, amigos e comunidade devem se unir neste elo perfeito.

O Santuário Tabor das Vocações de Schöenstatt, em Guarapuava, completou 28 anos de sua fundação no dia 18 de novembro deste ano (2018). Para celebrar a data, que este ano caiu num domingo, houve uma festa promovida pelo Movimento Apostólico de Schöenstatt. Centenas de pessoas da cidade e da região participaram do evento que é considerado um dos mais bonitos da cidade. Nos dias 03, 10 e 17 de novembro, sábados, sempre às 17h, houve a celebração do tríduo na comunidade, com bênçãos para as crianças e jovens, aos doentes e às famílias. No domingo, dia 18, as festividades começaram às 08 horas da manhã, com uma caminhada pelas vacações, saindo de frente à catedral Nossa Senhora de Belém, Rua Senador Pinheiro Machado, 1931 centro da cidade, percorrendo um trajeto de quase sete quilômetros, até o Santuário. Às 10 horas, uma missa foi celebrada com a presença de centenas de pessoas das diversas paróquias e comunidades da diocese de Guarapuava. Em seguida, foi servido um almoço comunitário à base de churrasco. À tarde, diversas brincadeiras e apresentações musicais fizeram parte do evento. A coordenação do Santuário Tabor das Vocações de Schöenstatt agradece a todos pela presença marcante e alegre.

O MOVIMENTO O Movimento Apostólico de Schöenstatt faz parte da Obra Internacional de Schöenstatt, fundada pelo Padre José Kentenich, em 18 de outubro de 1914,

em Schöenstatt, na Alemanha. O ato da Fundação é a Aliança de Amor, selada pelo Sacerdote juntamente com um grupo de seminaristas pallottinos convidando a Mãe de Deus a estabelecer-se numa Capelinha e fazer dela um Santuário de graças, de onde partisse um movimento de renovação religioso e moral para o mundo. As circunstâncias comprovam que Nossa Senhora aceita esse convite e leva a sério a consagração realizada. Em poucos anos, o local torna-se muito visitado por pessoas de vários lugares da Europa e também de outras partes do mundo. A Obra é duramente provada no decorrer das duas guerras mundiais e também por meio das autoridades eclesiásticas. Tais dificuldades aprofundam ainda mais a espiritualidade própria de Schöenstatt e amadurecem o amor e a fidelidade à Igreja de todos os que se empenham por essa Obra. A essência desta espiritualidade é a Aliança de Amor que os membros selam com a Mãe, Rainha e Vencedora, Três Vezes Admirável de Schöenstatt, no Santuário. Essa Aliança é um meio eficaz para a vivência mais consciente da Nova e Eterna Aliança, na qual somos inseridos pelo Batismo. Por meio dela, podemos crescer numa profunda fé na Divina Providência e aproveitar as pequenas coisas do dia a dia como caminho de santidade. Uma Obra de tão grandes dimensões tem seu ponto de unidade na Aliança de Amor com a Mãe Três Vezes Admirável de Schöenstatt, na vinculação ao seu Santuário de graças e na fidelidade aos ensinamentos do Fundador, Padre José Kentenich.

SERVIÇO

O Santuário Tabor das Vocações de Schöenstatt, em Guarapuava, está situado no Quilômetro Seis, da PR 170, estrada que liga a cidade ao município de Pinhão.


24

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018

Dom Antônio Wagner da Silva concede entrevista e fala de sua vida

Infância, convivência familiar, vida religiosa, nomeação para bispo, são alguns dos assuntos que fazem parte da entrevista concedida pelo bispo da diocese de Guarapuava. Quarto bispo da diocese de Guarapuava, Dom Antônio Wagner da Silva aceitou o convite do Centro Diocesano de Comunicação (CDC) para falar um pouco sobre sua vida e experiências enquanto religioso. Durante a conversa, que foi realizada no estúdio do CDC, no quarto andar do Edifício Nossa Senhora de Belém, centro de Guarapuava, o bispo diocesano fez várias reflexões sobre a Igreja. Dom Wagner relembrou de muitos fatos importantes da sua infância, convivência familiar, vocação, vida sacerdotal e a nomeação para bispo. “Acredito que, uma das coisas mais explícitas que aconteceu, foi a minha vocação. Eu estava no terceiro ano do primário e a professora, com aquele jeitinho, distribuiu um papelzinho para cada um e perguntou: ‘o que é que você quer ser na vida?’. Naquele momento, eu e mais três colegas, colocamos a palavra ‘padre’. Quando a turma soube CDC: Como era a vida do menino Wagner, lá em Minas Gerais? Como era sua família, seus irmãos, amigos, as brincadeiras, enfim? (Eu sei de fonte segura que o senhor, quando menino, era meio levado [risos]). Peço que o senhor fale um pouco sobre isso... Dom Wagner: Bem, isso tudo, quanto a ser levado, é você que está dizendo, ninguém garantiu nada... (Risos). Voltando à sua questão: eu sou o sétimo de oito irmãos. E, uma das coisas mais normais, era que eu era muito paparicado. Eu e minha irmã, mais nova. Os mais velhos cuidavam dos menores. E algo marcante em minha família, era que a gente vivia em meio a muita música. Crescemos assim. A música estava presente em nossa família, tanto por parte dos meus pais, quanto dos meus irmãos. Vivíamos em meio à alegria e o canto. Isso era fascinante. CDC: Essa característica sua em relação à música é notável, marcante. Há alguma explicação para isso, Dom Wagner? Aliás, o senhor tem nome de músico... Dom Wagner: ... É! O nome de músico vem da “lavra” do meu pai. Ele (o pai) era músico. A mãe dele, minha avó, era uma grande musicista. Meu pai foi maestro, enfim... Por isso, lá em casa nós temos: Rossini, Wagner, Carlos Gomes... E para quem não tem o nome de músico, tem Cecílio e Cecília, que vem da santa, padroeira dos músicos. Com isso tudo, entramos nesta especialidade, também por mamãe, que cantava muito e transmitiu tudo isso para os filhos. CDC: Então, seria correto afirmar que: se Dom Wagner não seguisse a vocação religiosa, ele seria um músico hoje? Dom Wagner: Era uma ideia (risos). Mas acredito que também poderia fazer e ser muitas coisas na vida. Porque a música, no interior, não era algo que trouxesse o

disso, todo mundo caiu na risada, pois não éramos dos mais santos. Essa foi a primeira manifestação muito clara”, destaca Dom Wagner.

SOBRE O BISPO

Nascido no dia 25 de março de 1944, em Luz, Minas Gerais, a vocação sacerdotal se manifestou muito cedo no menino. Apoiado pela comunidade e pela família que sempre exerceu a base fundamental em sua vida, ele foi acolhido pela Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus (SCJ), na cidade de Lavras, no mesmo Estado. Dali em diante, a busca por conhecimento por parte do jovem Wagner foi sua messe, seu objetivo principal. Passou por várias cidades para seguir seus estudos, como Corupá, Brusque, Taubaté e São João del Rey, onde obteve licenciatura em filosofia. No dia 11 de dezembro de 1971, Antônio Wagner da Silva era ordenado padre.

Família, amigos, conhecidos, gente que, de uma forma ou de outra passou pela vida do então padre Wagner, são unânimes em dizer: Ele sempre deu prova de ser um sacerdote autêntico, um verdadeiro operário a serviço de Deus e das pessoas, sem distinção de quem quer que fosse ou da situação em que se encontrava. Sua visão pastoral, aliada a ousadia de um sonhador, permitiram que se consagrasse como um verdadeiro homem das comunicações, inserindo, sem receio algum, a Igreja na mídia. No mesmo ritmo de trabalho, o incansável padre Wagner provocou verdadeira revolução nos Grupos de Reflexão das paróquias e locais onde trabalhou, injetando em todos da comunidade grandes doses de entusiasmo e muita alegria, uma experiência que trouxe consigo de sua terra natal, o Estado de Minas Gerais.

Amante das artes de um modo geral, mas principalmente da boa música, o sacerdote foi agraciado com o dom do canto e, neste quesito, suas celebrações são as mais perfeitas manifestações da alegria e do louvou a Deus que é o alicerce da existência, o Mestre de todas as coisas. Com uma retórica brilhante, as pregações do agora bispo Dom Wagner são de fácil entendimento e, por isso, tocam fundo na alma humana, fazendo com que a verdadeira Palavra transcenda ao físico e ecoe pelos corações e mentes, retumbando numa canção de amor pela vida. Nomeado bispo no dia 29 de março de 2000 pelo Papa São João Paulo II, Dom Wagner foi ordenado e empossado como bispo coadjutor da diocese de Guarapuava no dia 18 de junho do mesmo ano com o lema episcopal: “Que todos sejam um”. Leia a entrevista na íntegra: rio e a professora, com aquele jeitinho, distribuiu um papelzinho para cada um e perguntou: “o que é que você quer ser na vida?”. Naquele momento, eu e mais três colegas, colocamos a palavra “padre”. Quando a turma soube disso, todo mundo caiu na risada, pois não éramos dos mais santos. Essa foi a primeira manifestação muito clara. Eu nunca fui coroinha por mais de um dia. Isso eu estava com oito anos. Diante da reação da turma, a professora passou a incentivar e parabenizar a nós quatro pela intenção. Desses, três foram para o seminário, dos quais eu me incluo. Dos que foram (para o seminário), dois se tornaram padres. E o que permaneceu como padre por mais tempo, fui eu.

ganha-pão, as condições para sustentar uma família. A gente aprendia, gostava, fazia, mas a música não rendia muito. Mas, por outro lado, como acontecia nos pequenos grupos de músicos, sempre tinha ao alcance em casa, essas presenças. Violão, violino, clarineta... Tudo isso fazia parte da vida da gente. CDC: O senhor teve pré-disposição por algum instrumento ou se identificou mais com o canto? Dom Wagner: Sim, o canto sempre esteve presente, mas também tive muito contato com esses instrumentos que eu falei antes, como a clarineta, o violão e, também a teoria. A gente ajudava como maestro no seminário. CDC: Nota-se que tua família sempre teve uma ligação muito forte e este vínculo perdura até os dias de hoje. O senhor poderia dizer quais as brincadeiras lhe chamavam a atenção à época? O que o menino Wagner fazia para se divertir? Como era a relação com os pais? Havia certa severidade? Dom Wagner: Uma das coisas mais interessantes ou importantes para nós era o quintal. As árvores representavam um mundo à parte. Subir e descer das árvores eram as diversões maiores. Mangueiras, goiabei-

ras e outras tantas. Em meio a essa fartura, também havia o jogo de futebol e, dentro de casa também havia a brincadeira divertida de esconde-esconde. CDC: Quanto aos pais, como era a aceitação desta, digamos assim, “baderna” infantil? (Risos). Dom Wagner: Eu diria que papai era muito ausente. Ausente fisicamente falando, é claro, pois ele viajava muito a trabalho e permanecia longo tempo fora de casa. Papai, por causa de seu trabalho, viajava um mês, dois meses... Ele era funcionário público, fiscal de rendas. Naquele tempo, o fiscal andava a cavalo, de carona, a pé e, muito raramente, com outros meios de transporte. Com isso, a gente tinha na mamãe, aquela pessoa que, com muito jeitinho, botava ordem na casa. Quando ela não estava, os irmãos mais velhos davam as ordens e a gente, muito gratuitamente, obedecia. CDC: Dom Wagner, avançando um pouco no tempo, eu te pergunto: como foi a descoberta da vocação sacerdotal? Ela chegou naturalmente, meio que de um estalo? Dom Wagner: Acredito que, uma das coisas mais explícitas que aconteceu, foi a minha vocação. Eu estava no terceiro ano do primá-

CDC: Como foi a reação em casa diante dessa decisão? Dom Wagner: Olha, a aceitação foi boa. Porém com uma preocupação. A família se perguntava: “O que esse menino vai fazer lá fora? Como vai sobreviver?”. A ideia era a que não tínhamos idade, tamanho para sair de casa, viver de forma diferente, convivendo com outras pessoas. Mas dali para frente, quarto ano primário, teria que resolver. Era preciso encontrar um lugar onde fosse possível continuar com os estudos. Essa foi a grande preocupação. Minha mãe passou a procurar esses espaços conhecidos para que eu pudesse viver a experiência, digamos assim. CDC: Como foi seu ingresso na congregação Sagrado Coração de Jesus? Foi de forma natural? Dom Wagner: Muito interessante isso. Lá em casa, não foi pensado, em nenhum momento, nos padres do Sagrado Coração de Jesus, que eram os padres que nós tínhamos na paróquia. O contato maior foi com os Lazaristas, que aqui, nós chamamos de Vicentinos. Mas quando minha mãe e minha irmã chegaram lá, na casa da congregação e notaram que no local havia mato, bichos, como cobras, onça, e tantas coisas mais, a


Dezembro - 2018

minha mãe e minha irmã disseram: “Não, aqui ele não pode ficar!”. E assim, foi passando. Depois disso, as duas partiram para o seminário Cristo Rei, na arquidiocese de Belo Horizonte, a uns 180 quilômetros de Formiga. Lá nesse seminário, todos usavam batina, desde criança. Era uma exigência da congregação. E outra coisa: por três anos, o seminarista não podia voltar para casa. Claro que elas não aceitaram. Mas no domingo, chega lá em casa, um seminarista, que tinha o apelido de vovô, no seminário (risos). Dorival o nome dele. Bem, ele disse que soube que na família havia um menino, eu, que estava a fim de ir para o seminário. Minha irmã mais velha, que estava naquele dia “dona de casa”, disse assim: “A mãe dele está em uma romaria para Aparecida (Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo). Você volta amanhã que ela já vai estar aqui”. Na segunda-feira de manhã, ele voltou, conversou e aí, ele disse: “Mas aqui também tem seminário. Vai lá conversar com o padre”. A mamãe me levou lá. O padre Teobaldo me mostrou o lugar e a ideia das coisas na casa. Ele também disse que dali a uma semana, os meninos iam para o seminário. Esse foi o tempo que eu tive para preparar tudo. Tive a ajuda da Pastoral Vocacional, naquela época. Eu saí de casa com dez anos de idade, completei onze anos, no seminário... Aquela foi, para mim, uma situação natural, na qual eu me senti e me sinto, muito, mas muito feliz. CDC: Sabemos que o povo mineiro é muito bairrista, muito da vizinhança. Como os vizinhos reagiram à sua ida para o seminário? Dom Wagner: Olha, quando a ideia se espalhou, tinha uma família vizinha, a família Coelho, que era muito chegada lá em casa. Então, aquilo foi uma festa. O seu João Coelho foi procurar um dentista para arrumar os dentes para a ocasião especial; dona Ângela, ela já distribuiu afazeres, era uma roupinha daqui, uma coisinha ali para minha ida para o seminário. Renato fez uma malinha de madeira para eu guardar os meus pertences. Naquele tempo não havia a facilidade de se comprar malas como hoje. Eu te digo que foi um envolvimento muito grande naquela semana. Quando chegou a outra semana, logo na segunda-feira, estava tudo pronto e dali, éramos cinco, indo para o seminário. CDC: Como foi sua chegada ao seminário? E a vivência? Dom Wagner: Isso tudo foi, ao mesmo tempo uma surpresa e gerou novas descobertas. No seminário, muitas coisas nos chamavam a atenção. Futebol, por exemplo, os trabalhinhos que passamos a fazer. Fomos muito bem recebidos pelo reitor. Mas o que nos chamou a atenção mesmo foi o espaço. Você imagine: para quem vivia dentro de uma casa com bastantes pessoas, com alguns quartos, de repente, se deparar com algo tão grandioso e aberto, aquilo dava uma sensação de liberdade tremenda. O espaço do seminário era enorme. Nosso dormitório era maior do que a minha casa. Então, um lugar com mais de cinquenta meninos, todos mais ou menos na mesma idade, aquilo era fantástico. Explorávamos a mata, as plantações, as árvores. Também convivíamos e cuidávamos dos animais, galinha, coelho, porcos, vacas. Quer dizer: levamos muitos dias para termos uma ideia do lugar onde estávamos. Era um mundo novo. Nem deu tempo para ficarmos com muita saudade de casa. Como eu, havia mais uns cinquenta (risos). O padre precisava sair procurando cada um de nós pelos arredores.

Diocese de Guarapuava

Dom Antônio Wagner da Silva foi ordenado padre em 11 de dezembro de 1971 e nomeado bispo coadjutor de Guarapuava em 18 de junho de 2000.

CDC: Em se tratando do discernimento vocacional, como foi para o senhor entender isso depois que já estava no seminário? O senhor chegou a ter alguma dúvida? Dom Wagner: Os primeiros anos foram encantadores. Eu poderia dizer assim que havia uma beleza, um encantamento naquela vida. A gente transpirava aquela existência, tanto é que meu irmão, um pouco mais velho do que eu, também resolveu ir para o seminário, empolgado pelos meus relatos. Eu me sentia muito bem naquele lugar. Eu me sentia pertencente àquele lugar. E meu irmão foi sim, para o seminário. Embora ele fosse muito diferente de mim, mas a perspectiva de ir para frente, dava ânimo. Nós sabíamos que dali, iríamos para Santa Catarina. A possibilidade de uma nova vivência era alimentada todos os dias. Isso fez com que as dúvidas e dificuldades fossem superadas dentro, é claro, do ambiente da realidade. CDC: Quando o senhor veio para o Sul do Brasil, para Santa Catarina, houve algum choque, um impacto? Dom Wagner: Eu não digo que foi um choque, mas o primeiro impacto que houve, foi quando nos demos conta de que, pegávamos um trem na segunda-feira de manhã, viajávamos a semana inteira (evidente que umas duas noites a gente passava em casas, ou em outros lugares no caminho), para chegar, no sábado, no seminário, por volta das 07h ou 08h da noite. Saíamos de Formiga (MG) em dez ou quinze meninos, passávamos em São Paulo (SP), reuníamos uma turma que vinha de muitos outros lugares e juntos, ocupávamos todo um vagão de trem. Então, o impacto foi quebrado por esta algazarra que era a experiência de uma viagem de uma semana. Ao chegar, a gente enxergava muitas coisas, como a casa grande e bonita, o rio, a paisagem diferente. Ao todo, éramos uns duzentos seminaristas. Aos poucos, nos organizávamos. Mas os veteranos nos pregavam peças e era engraçado. Mas muitos nos ajudavam e muito naquela nova vida. Eu me recordo do padre José Fernandes de Oliveira (SCJ), o famoso padre Zezinho, que estava, naquela época, terminando a etapa de seminário. Convivemos com ele e ele, junto com outros, nos ajudava. Como era muito longe, ninguém cogitava muito a possibilidade de voltar para casa, de desistir. Outro impacto que todos nós sentimos, foi o ritmo do estudo. Latim, todo dia. Além disso, naquele segundo ano do ginásio, estudávamos francês, inglês, matemática, além de outras matérias. Então, havia as horas de estudo, as horas de trabalho, as horas de divertimento. Aí, íamos para o rio e aquilo parecia um céu, uma beleza. E tudo isso, amenizava a saudade, a falta da família. E, no fim do dia, a gente não queria outra coisa, além de cama.

CDC: E a vocação? Como se definiu, como permaneceu neste período? Continuava sendo algo espontâneo ou havia a responsabilidade também? Dom Wagner: É preciso entender uma coisa: naquela época, se era para estudar, todos precisavam passar pelo internato. Tanto nós, no seminário, quanto os outros adolescentes e jovens, precisavam passar por esta experiência, a do afastamento, a experiência de morar fora. Então, te digo, que esse estilo de vida era para todos. Mas a vida lá dentro, nos ajudava a encarar o lado religioso, o lado da fé. Como nossos professores, dez padres nos davam exemplos e ânimo. Era algo mais. Era um grande entusiasmo. Mas ninguém era obrigado a ficar. Cada um de nós, ia dando novos passos. Muitos saíram e se tornaram grandes pessoas. Talvez uns dez ou vinte por cento, ficavam. Agora, a ideia de ser padre, ela vem muito mais tarde, quando já se cultivou e se tem muito mais gosto pelas coisas da Igreja. Aos poucos, todos nós íamos aprofundando e crescendo. A vocação se mostrava, na medida em que íamos conhecendo a realidade. Isso tudo ajudou a despertar e a confirmar a escolha para a vida. CDC: Nesse ínterim, como ficou a família? Como ficaram os irmãos, os parentes? E o contato com os pais, como era? Dom Wagner: A essa distância, o contato maior era por carta. Uma carta por mês ou a cada dois meses, por exemplo. Era um momento muito especial quando o padre chagava com aquele maço de cartas e chamava pelo nome de cada um... Era uma alegria imensa. O telefone, naquele tempo, era coisa muito rara. Era um “trem” muito difícil de ser usado, pois era extremamente cara uma ligação e os contatos eram muito difíceis, as ligações caíam. Mas em dezembro e janeiro, a gente passava um tempo em casa. CDC: Mas era possível se ter uma mescla entre a vivência de casa e a do seminário? Dom Wagner: Sim. Mas algumas coisas a gente só percebia muito mais tarde. A convivência em casa, se tornava uma coisa muito especial. Aquilo que os irmãos, os vizinhos viviam todos os dias, para nós eram momentos diferentes e raros. Por isso, valorizados demais. As presenças, as dificuldades, nem sempre, a gente passava, por elas, afinal, estávamos no seminário.

25

CDC: Dom Wagner, quem o conhece, sabe muito bem que o senhor tem uma memória muito apurada, eu diria que fotográfica. Neste momento, eu quero perguntar: o que o dia 11 de dezembro de 1971 significa para o senhor? Ao se lembrar dessa data, o que ocorre dentro da cabeça e do coração do homem, Antônio Wagner da Silva? Dom Wagner: Eu vou lembrar primeiro, o dia 10 de dezembro de 1971. Eu e meu colega que nos tornamos padres no mesmo dia, chegamos a Formiga para a ordenação no dia seguinte. Eu estava na janela conversando com minha mãe... Ela me botou assim, de lado e disse: “Olha bem nos meus olhos e responda: você quer ficar padre, padre mesmo para valer? Se é assim, então está bem; amanhã, vai acontecer... Mas, se você não quiser, ainda dá tempo de desistir. Não vá se tornar padre só para dizer que foi por causa de mim!”. E, nesse dia 10 de dezembro, eu tive que dar, à tardinha, a resposta para ela. Eu disse sim, e ali, foi, de fato, a minha ordenação. Ter que falar para minha mãe o que eu queria e que aquilo era para valer e para a vida inteira. Foi o maior compromisso que eu assinei. No dia seguinte, dia 11 de dezembro, foi um dia de festa, pois eu já tinha sido ordenado quando disse sim à minha mãe (lágrimas)... Eu digo que foi um dia de festa porque, a minha irmã mais nova, naquele dia da minha ordenação, fez o casamento civil, pela manhã. À tarde, eu fui ordenado. No dia 12, na minha primeira missa, eu celebrei o casamento dela (emoção). Então, era tudo uma festividade, uma alegria. Foi um dia especial, ou melhor, foram dias especiais na miha vida e na história da nossa família... CDC: O senhor sempre se preocupou muito com a formação. Vivemos um período de baixa procura pelas vocações sacerdotais. Em se tratando de formação, a vontade de fazer esse trabalho, surgiu de forma natural? Como foi? Dom Wagner: Depois de terminar o ensino médio, eu fui para o noviciado e me mantive na formação. Eu também sempre estive envolvido com o esporte, com os jovens e adolescentes, enfim. Nos anos seguintes, isso sempre foi meu campo de trabalho. Além de atuar junto à formação litúrgica, com a Pastoral Vocacional, eu também trabalhava muito com os Escoteiros. Era uma grande paixão desenvolver este projeto, desde os Lobinhos, os Escoteiros, os Sêniores. E, ordenado, fiquei 25 anos trabalhando diretamente com os seminários e com a formação. Tenho um amor incondicional por este setor da Igreja. CDC: Como foi para o senhor, em se tratando de clero, trabalhar com a formação e, de certa forma, também fazer, por muitas vezes, o papel de pai junto aos adolescentes e jovens? Dom Wagner: A diferença é que no seminário éramos uma diversidade. Oito ou dez padres trabalhando, acabava por facilitar, para nós, os contatos. A divisão de tarefas para com os cuidados, permitia que a gente formasse, realmente, uma família. Havia muita liberdade. Mas quando era preciso falar um pouco mais sério, a gente chamava a pessoa do lado e explicava tudo. Nada de constrangimentos, de decepção. CDC: Como foi receber a notícia para ser bispo? Dom Wagner: Foi um imenso susto. Na oportunidade, Dom Murilo Krieger, que era arcebispo de Maringá, telefona para a paróquia em Joinville onde eu estava, me procurando. Eu já estava saindo de férias. Viria até Curitiba e ali, faria compras e o senhor que estava comigo, voltaria com o CONTINUA ->


26

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018

“Se a gente não se apegar à oração, tudo aos poucos perde o sentido.” Dom Antônio Wagner da Silva, scj

carro e eu seguiria para Minas (Gerais), para passar uns poucos dias com os parentes. Ele (Dom Murilo) insistiu tanto e me obrigou a encontrá-lo no aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Lá, nos sentamos a uma mesa de bar, ele tirou do bolso uma carta e me entregou. Você imagina, o susto que eu levei?! Olhando a carta, Dom Murilo me disse que não era preciso responder naquele momento. Porém, disse ele: “depois de pensar bem, peço que entregue uma carta resposta para o Núncio e outra para o Papa”. Eu perdi o sono pelo resto da viagem. Carreguei a carta durante quatro dias, pois era carnaval e depois veio a Quarta-feira de Cinzas e eu só podia pôr a carta no correio na quinta-feira à tarde. Até ali, era um segredo meu, mas que, de certa forma, me incomodava...

CDC: Sua nomeação para bispo da diocese de Guarapuava, em 29 de março de 2000, foi um momento marcante para toda a Igreja. Mas como foi para o senhor aquele momento? Dom Wagner: Evidentemente, que a família, os amigos e as pessoas próximas, ficaram lá no céu com o momento, mesmo porque, ninguém esperava. O único que esperava, foi o bispo que me ordenou padre. No fim da ordenação, na sacristia, com meus pais e outras pessoas, ele passou a mão em minha cabeça e disse: “este vai ficar bispo”. Quando saiu, então, a nomeação, ele fez questão de me ligar e dizer: “Não falei para você?!”. (Risos).

CDC: Dom Wagner, o senhor tem medo? Dom Wagner: O medo é uma coisa que acompanha a gente, quase sempre. Medo, insegurança, às vezes, são elementos e situações com as quais temos que conviver. É possível que, quando menos se espere, algo desperte esse sentimento. É um sentimento natural com o qual temos que lidar... CDC: O senhor é um homem de oração. O que é a oração, de fato, para Dom Wagner, enquanto católico? Dom Wagner: É um alimento. Se a gente não se dedicar, não se apegar à oração, tudo aos poucos, perde o sentido. A oração alimenta a caminhada, alimenta as decisões que a gente terá que tomar, alimenta o relacionamento com as outras pessoas. A oração também permite, por muitas e muitas vezes, aquele “sentir-se com”. A oração permite que entremos na vida das pessoas com as quais convivemos e passemos a fazer parte de seus dilemas, medos, angústias. Oração é transformação. CDC: Projeto paranaense “Cada comunidade uma nova vocação”. Como o senhor percebe esse trabalho? Dom Wagner: É uma questão natural. Por que natural? Porque ás vezes, a vocação é imperceptível, mas surge e se destaca. Trabalhando com vocações, a gente sempre rezou para que isso acontecesse na vida de outros. É importante que haja essa resposta a partir do discernimento, da oração. O Papa São João Paulo II, nos anos 1980, tinha uma frase que costumava dizer: “As vocações são a resposta de um Deus providente à comunidade que reza”. Então, essa vontade,

esta crença, sempre animou a oração e a caminhada da gente. E hoje, retomando esta frase, juntamente com a frase que Cristo disse: “Pedi ao Senhor da messe que envie operários para a messe, pois a messe é grande e os operários são poucos”. (Mt 9,35-38) Sejam casais, religiosos, lideranças, todos têm a missão de trabalhar este despertar vocacional. Todos nós somos vocacionados a alguma coisa. A vida é a maior de todas as vocações... CDC: O senhor é também um homem de comunicação. Aqui no Regional Sul 2 da CNBB, o senhor é o bispo referencial desta Pastoral. Em seu entender, em que as comunicações podem contribuir para que o despertar tanto da evangelização quanto das vocações ocorram e se multipliquem? Dom Wagner: Sempre que nós tivermos dinheiro, devemos investir em comunicação. Nós precisamos tornar a comunicação algo do dia a dia das nossas conversas, da nossa vida. Do dia a dia da evangelização, enfim. Mesmo porque, chegar até às pessoas, não é mais com aquele trem que eu comecei, viajando de Minas Gerais para Santa Catarina. Não. É tudo muito rápido hoje. Também não se faz nem se deve fazer comunicação com aquele telefone que levava horas e horas para que fosse feita uma ligação. É tão rápido que a gente precisa, sempre que possível, investir para que assim, possamos estar junto das pessoas, junto das comunidades, trazendo o conhecimento e tudo aquilo que a comunicação tem de bom, de melhor, para nós e para nossas comunidades. É fundamental vivermos e investirmos na comunicação.

Diocese de Guarapuava marca presença na 31ª Romaria Nacional do Movimento Serra

Como em anos anteriores, o encontro foi realizado no Santuário Nacional de Aparecida (SP), na 3ª semana do mês de novembro. Mais de 600 integrantes participaram. De Guarapuava, 30 pessoas se fizeram presentes. De 16 a 18 de novembro, o Movimento Serra do Brasil, realizou, no Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo, sua 31ª Romaria. Na ocasião, também se deu a 29ª Convenção Nacional. Mais de 600 pessoas de todo o país, representando os Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), bem como suas arquidioceses, dioceses, paróquias e comunidades, participaram do encontro religioso que tem por objetivo, rezar e zelar pelas vocações. Da diocese de Guarapuava, 30 pessoas integrantes do Movimento, se juntaram aos demais participantes para festejar o momento. Na ocasião, Roberto Abicalaffe, que integra o Movimento Serra desde sua fundação em Guarapuava, há mais de trinta anos, foi eleito presidente nacional. Ele deve ficar no cargo por dois anos (2019 e 2020) e seus trabalhos frente ao Movimento, começam em janeiro próximo. Conforme disse Roberto, a responsabilidade é muito grande, mas conta com o apoio e as orações de milhares de pessoas de todo o País para dar andamento à tarefa que lhe foi confiada. “O Movimento Serra tem por objetivo rezar e cuidar das vocações. Ser presidente é uma tarefa muito grande, mas com o apoio e as orações de todos, conseguiremos dar conta dos trabalhos. O Santuário Nacional em Aparecida, sempre deixa reservada a terceira semana do mês de novembro para que possamos realizar nossa romaria. Todos os anos, o número de participantes aumenta. Também notamos melhorias significativas na qualidade das palestras”, sublinhou. Reunião, assembleias, troca de experiências, celebrações, pronunciamentos e muita animação, fizeram parte dos três dias de trabalhos.

O QUE É O MOVIMENTO SERRA?

SOBRE O PRESIDENTE NACIONAL Roberto Abicalaffe é natural de Curitiba, mas mora em Guarapuava há 50 anos. Ele é profissional liberal e atua na área da Engenharia de Agrimensura. “Eu trabalho com perícias judiciais e georreferenciamento de áreas rurais para o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Sou membro do Movimento Serra há mais de trinta anos”, relembrou o presidente. Roberto também contou que desde a infância, sempre esteve envolvido com os trabalhos na Igreja e ressalta que este envolvimento lhe faz muito bem. “Na minha infância, em Curitiba, fui coroinha, cruzado eucarístico, congregado mariano, cursilhista e membro do Movimento Familiar Cristão (M.F.C.), hoje Pastoral Familiar. Atualmente, sou presidente da Comunidade Serra de Guarapuava e entregarei o cargo para Jussiane Sansana Pedroso, que assumirá a presidência no próximo período”, contou.

QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DO SERRA?

É um movimento da Igreja Católica formado por fiéis leigos, homens e mulheres, que amam e se dedicam ao trabalho vocacional. Seus membros se reúnem para rezar e trabalhar pelas vocações, pelos vocacionados e consagrados: sacerdotes, religiosos e missionários. São, portanto, pessoas que amam as vocações e os vocacionados de especial consagração. Amam a Igreja e àqueles que a ela dedicam sua vida. Dão um pouco do muito que recebem de Deus. Trabalhar pelas vocações é a mais bela das pastorais. “Sem padre, não há Igreja; sem Igreja não há Eucaristia; sem Eucaristia não há santidade”.

1º - Favorecer e promover as Vocações ao sacerdócio ministerial na Igreja Católica, como uma vocação especial ao Serviço e apoiar os sacerdotes em seu sagrado ministério. 2º - Valorizar e animar as vocações à vida religiosa consagrada, na Igreja Católica. 3º - Ajudar os membros a reconhecer e a responder com sua própria vida ao chamado de Deus à santidade. Em Jesus Cristo, inspirados pelo Espírito Santo.

COMO SURGIU O SERRA?

O Movimento Serra chegou ao Brasil na segunda metade do século XX. Foi trazido pelo então arcebispo do Rio de Janeiro Dom Jaime Câmara, que encontrou na pessoa de seu fundador, Luiz Alexandre Compagnoni, seu primeiro líder e grande incentivador. Ele, pessoalmente, fundou o Serra nas principais capitais e em inúmeras cidades brasileiras. O Movimento possui um Conselho Nacional, com escritório em Curitiba (PR). É sempre acompanhado por um assistente Eclesiástico. Atualmente o Movimento Serra encontra em franca expansão, com mais de duzentas Comunidades.

Na década de 1930, Nos Estados Unidos, um grupo de leigos católicos se reuniu para ajudar a Igreja e os sacerdotes. A ideia foi bem aceita e, hoje, o Movimento Serra existe em todos os continentes. O Movimento Serra é o único movimento da Igreja Católica, oficialmente reconhecido pela Santa Sé, formado exclusivamente por fiéis leigos que se dedicam à Pastoral Vocacional.

POR QUE A DENOMINAÇÃO SERRA?

Os fundadores do Movimento Serra sentiram a necessidade de escolher um Patrono. A escolha recaiu sobre o frade franciscano espanhol Frei Junípero Serra. Ele é o símbolo do Movimento Serra. Junípero Serra, foi beatificado pelo Papa São João Paulo II, no dia 25 de setembro de 1988. Ele foi, por mais de trinta anos, missionário no México e na então, Nova Espanha, hoje, Califórnia. É um dos “Heróis Nacionais Americano”.

MOVIMENTO SERRA NO BRASIL

QUAIS AS ATIVIDADES DO SERRA

Os membros do Movimento Serra se dedicam ao trabalho vocacional sob todos os aspectos, tanto em âmbito diocesano, quanto paroquial ou local.


Dezembro - 2018

Diocese de Guarapuava

Altamira do Paraná: notícias paroquiais A Pastoral da Pessoa Idosa da paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Altamira do Paraná, conta com 20 líderes e atende a 98 idosos todos os meses. A intenção da coordenação é formar mais pessoas para este trabalho. PASTORAL DA PESSOA IDOSA

No último dia 20 de novembro, a paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Altamira do Paraná, realizou a segunda edição da Assembleia Paroquial da Pastoral da Pessoa Idosa. O encontro foi coordenado pela irmã Ketty Fole, representante regional de Curitiba e contou com as presenças de lideranças da paróquia e representante da Pastoral (da Pessoa Idosa), de Guarapuava. “Muitas metas foram alcançadas em se tratando da Pastoral da Pessoa Idosa na paróquia. Atualmente, 20 líderes fazem visitas mensalmente a 98 idosos, levando alegria e consolo a muitos deles. Como proposta a paróquia de Altamira do Paraná, se dispôs a formar mais líderes, inclusive em outros municípios da diocese, para que mais idosos possam ser visitados e acompanhados”, descreve a Pastoral da Comunicação (Pascom).

COORDENAÇÕES

A paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Altamira do Paraná, celebrou, no dia 21 de novembro, o reenvio e envio de novas coordenações de pastorais e movimentos para os serviços no ano de 2019. Durante a celebração da missa, também foi lembrado o ano do leigo e sua missão dentro e fora da igreja. Após a missa, houve uma reunião de planejamento das atividades para o ano de 2019 e entrega das agendas diocesanas. “Rogamos a Nossa Senhora Aparecida que interceda a Deus em favor de nossos trabalhos pastorais e da ação evangelizadora” destacou o pároco local padre Paulo Fernando Francini.

CAMPISTAS

Aproximadamente 150 campistas de Altamira do Paraná e região, se reuniram na paróquia Nossa Senhora Aparecida, no

dia 25 de novembro, para um encontro de formação em preparação para o “II Acampamento Espirito Santo”. O evento será realizado em Pitanga de 24 a 27 de janeiro de 2019 e envolverá os setores Laranjal, Palmital e Altamira do Paraná. Os trabalhos de preparação se iniciaram às 09h, com uma missa na matriz e, em seguida, os presentes se reuniram no salão paroquial onde passaram o dia todo em formação. Guilherme Nunes, da cidade de Guarapuava, coordenou o encontro.

RETIRO

No dia 24 de novembro, a equipe de coordenação da Catequese, juntamente com o pároco de Altamira do Paraná, padre Paulo Fernando Francini, realizou um retiro em preparação para a Primeira Eucaristia que será no dia 02 de dezembro. O encontro foi na comunidade São Sebastião da Bela Fonte. Pela manhã, houve palestras e apresentação de peças teatrais, com os temas: pecado e sacramentos, com destaque para a reconciliação e a eucaristia. Após o almoço foi realizada uma gincana com perguntas relacionadas com os temas trabalhados e sobre a igreja em geral. O dia de retiro foi encerrado com brincadeiras e confraternização. Já no domingo, dia 25, as crianças se apresentaram para a comunidade cantando e louvando a Deus por tudo que viveram e aprenderam.

RENOVAÇÃO CARISMÁTICA

A Renovação Carismática Católica (RCC), de Altamira do Paraná, organizou um retiro espiritual nos dias 03 e 04 de novembro. Aproximadamente 100 pessoas participaram do encontro que foi realizado no salão paroquial da matriz. Antônio Carlos dos Santos (Carlão), da cidade de Londrina, foi o assessor do evento.

27

Diocese de Guarapuava oferece curso de pós-graduação As aulas terão início no dia 29 de março de 2019. Teologia Bíblica e Ensino Religioso e Aconselhamento e Orientação Espiritual, são as matérias oferecidas. No dia 29 de março de 2019, terão início os cursos de pós-graduação oferecidos pela diocese de Guarapuava, através da Pastoral da Educação, em parceria com a Faculdade Vicentina (FAVI). Teologia Bíblica e Ensino Religioso e Aconselhamento e Orientação Espiritual, são as matérias oferecidas pela instituição de ensino, com duração de dois anos. As aulas serão realizadas todos os meses, às sextas-feiras à noite a aos sábados durante o dia, no Edifício Nossa Senhora de Belém, na Rua XV de Novembro, 7466, centro de Guarapuava. Com duração de dois anos e 360 horas-aula, a pós-graduação tem por objetivo tornar o aluno apto a desenvolver as atividades junto à comunidade, tão logo conclua o curso. INVESTIMENTO A inscrição custa R$ 65,00. As mensalidades são divididas em 24 parcelas de R$ 190,00. Quem não possui curso superior, pode fazer as aulas que serão contabilizadas como curso de extensão. Conforme sublinham os organizadores, o curso possui registo no Ministério da Educação e Cultura (MEC). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (42) 3626-4348.

Lançada nova edição da tradução da Bíblia Sagrada da CNBB, em Brasília (DF)

Como recomenda o Concílio Vaticano II, a tradução oficial da Bíblia se baseia nos textos originais hebraicos, aramaicos e gregos, comparados com a Nova Vulgata – a tradução oficial católica. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou, em 21 de novembro, a nova tradução oficial da Bíblia Sagrada. O ato aconteceu durante a reunião do Conselho Permanente da entidade e contou com a participação de bispos, padres e convidados. “Este é um momento de evangelização da nossa Conferência Episcopal. Nós tivemos um longo caminho, foram muitos anos de trabalho e de dedicação de muitas pessoas”, afirmou o secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, na mesa de abertura. Como recomenda o Concílio Vaticano II, a tradução oficial da Bíblia se baseia nos textos originais hebraicos, aramaicos e gregos, comparados com a Nova Vulgata – a tradução oficial católica. O projeto teve início em 2007, quando a coordenação de tradução e revisão, composta pelos padres Luís Henrique Eloy e Silva, padres Ney Brasil Pereira (in memorian) e Johan Konings, fez a revisão integral conjunta, enquanto os professores padre Cássio Murilo Dias, Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa e Maria de Lourdes Lima colaboraram em algumas partes. Durante o lançamento, o coordenador de tradução e revisão da Bíblia, padre Luís Henrique afirmou que a revisão se compôs de características diversas das traduções anteriores. De acordo com ele, no início visava-se um texto mais apurado em vista de outros objetivos como, por exemplo, o texto como referência para os

documentos oficiais para os bispos do Brasil. Ele fez questão de enfatizar que, essa tradução, visou também uma maior facilitação à memória bíblica do país. Assim como a Nova Vulgata, a nova Bíblia da CNBB leva em conta novas descobertas documentais e a crescente valorização das antigas traduções gregas, siríacas, egípcias e latinas, às vezes mais antigas ou de maior importância para a Igreja que os textos comumente considerados como os mais originais. Padre Johan Konings, vice-coordenador de tradução e revisão da Bíblia destacou durante o lançamento que nem a Nova Vulgata, nem a nova tradução da Bíblia pretendem restabelecer um “texto original” único, mas procuram representar os textos que os primeiros cristãos conheceram, citaram e comentaram. As introduções e notas, bem como os títulos e subtítulos das seções, embora aprovados pela Comissão para a Doutrina da Fé, não possuem caráter oficial, mas, baseadas em fontes científicas, fazem desta edição uma verdadeira “Bíblia de estudo”, servindo para cursos de Bíblia e de Teologia, em sintonia com as orientações do Magistério católico. Segundo o presidente da Comissão para a Doutrina da Fé da CNBB, Dom Pedro Carlos Cipollini, a tradução é importante para a Igreja no Brasil porque serve de referencial. “A CNBB tem uma tradução aprovada e isso faz a diferença no sentido de que dá uma segurança maior no uso desse texto nas várias atividades da nossa Igreja”, disse o bispo.

Ao final do lançamento, o presidente da CNBB, Dom Sergio da Rocha agradeceu aos exegetas e a todos os que colaboraram no aprimoramento das várias edições da Bíblia da CNBB, e de modo especial, nesta nova tradução. “Confiamos esta Bíblia Sagrada – Tradução Oficial da CNBB a Maria, Mãe da Igreja, discípula fiel do Senhor, que acolheu, meditou e cumpriu a Palavra”, disse o bispo. A Bíblia Sagrada está disponível para venda no site da Editora, no seguinte endereço:

www.edicoescnbb.com.br


28

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018


Dezembro - 2018

Diocese de Guarapuava

29

Assembleias Eletivas foram realizadas na diocese e as equipes avaliaram e elegeram suas coordenações que irão dar continuidade às atividades da Pastoral da Criança. Na paroquia Santos Anjos, em Guarapuava, Francielen Aparecida Garcia foi eleita. Paróquia São Roque, em Boa Ventura de São Roque, Jacira Nascimento dos Santos passa a ocupar esta função. Na paróquia Imaculada Conceição, em Palmital, Ruth de Souza Machuga foi reconduzida.

A Pastoral da Criança, em parceria com a Catequese de várias paróquias de nossa diocese, está realizando, com muita alegria, a CAMPANHA PEQUENOS REIS MAGOS. Esta campanha tem como objetivo angariar recursos para as crianças em situação de vulnerabilidade de países subdesenvolvidos, e conscientizar as crianças brasileiras sobre a realidade de outros países, além de despertar a solidariedade e o espírito missionário.

Lideres da paróquia São Sebastião, de Goioxim, tiveram também a oportunidade de participar de um Retiro Espiritual, refletindo sobre Cristãos Leigos e Leigas, sujeitos na igreja em saída, a serviço do Reino.

Amar a Deus e ao próximo nos faz felizes. Cuidar das crianças e gestantes na família é nossa missão. Com alegria, a Pastoral da Criança carrega a boa notícia de que a construção da Paz começa no coração das pessoas. Nossa gratidão a todos que contribuem para a construção de ambientes saudáveis e alegres para nascer e viver.

Feliz Natal!

PÃO DE MILHO

INGREDIENTES • 3 colheres de farinha de milho • 1 colher de açúcar • 1/2 colher de sal • 1/2 copo de óleo • 1 copo de leite quente • 3 ovos batidos • 1 colher de fermento(pão) • Trigo MODO DE PREPARO Junte a farinha, óleo, sal, açúcar e misture bem. Em seguida o leite quente (esfriar um pouco) e acrescentar os ovos e o fermento. Após o trigo até dar o ponto de massa um pouco mais firme que a massa de bolo. Coloque em forma de furo untada e polvilhada. Aguarde uns 20 minutos para crescer um pouco. Assar e bom apetite!

www.pastoraldacrianca.org.br


30

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018

Milhares de pessoas participam da celebração dos 200 anos da Catedral Nossa Senhora de Belém Por 97 anos, a então paróquia Nossa Senhora de Belém figurava como a maior do Estado. Atualmente a diocese de Guarapuava é a maior do Paraná. Depois de muitos dias de preparação e alegria, no último dia 11 de novembro, a Catedral Nossa Senhora de Belém, em Guarapuava, celebrou seus 200 anos de existência enquanto paróquia. Carreata, tríduo, bênção dos veículos, Caravana Missionária, show, almoço festivo, participação das crianças, além de muita oração, fizeram parte dos trabalhos comemorativos. Por noventa e sete anos, a partir do momento em que foi instituída, a comunidade paranaense, a então paróquia de Guarapuava figurava como a maior do Estado. Ela foi elevada à condição de Catedral no dia 16 de dezembro de 1965, quando então, através da Bula “Christi Vices”, era criada a diocese de Guarapuava. E os dois séculos de existência da Catedral, da diocese que é, atualmente, a maior do Paraná, começaram a ser comemorados com muita alegria e orações desde novembro de 2017, quando então, se iniciaram os festejos jubilares. Com o tema “Meu espírito exulta de alegria” (Lc, 1,47), centenas de pessoas se envolveram no projeto religioso que festejou os dois séculos de existência da Catedral Nossa Senhora de Belém.

COMEMORAÇÕES No dia 03 de novembro, sábado, às 14h, uma carreata passando por todas as paróquias do decanato centro, abriu as festividades. Na quinta-feira, dia 08 de novembro, às 19h15, houve encerramento da Novena Maria Passa na Frente e também, a primeira missa do tríduo, na Nova Catedral. Após a celebração, os presentes apreciaram as tradicionais barraquinhas de doces e salgados. Dia 09 de novembro, sexta-feira, as festividades começaram às 09h, com bênção dos veículos. Os sacerdotes permaneceram na Rua Senador Pinheiro Machado, uma quadra antes da porta principal da Catedral Nossa Senhora de Belém, centro da cidade. Quem passou pelo local pôde ter seu veículo abençoado por um dos padres da diocese. A bênção dos veículos se encerrou às 17h. Também no dia 09 de novembro, às 19h15, houve uma missa com a “Noite de Luz”, no segundo dia do tríduo. A celebração foi presidida pelo padre Marcos Miranda, da TV Evangelizar. Em 10 de novembro, sábado, às 19h15, foi celebrado o terceiro dia do tríduo em preparação para o jubileu dos duzentos anos da Catedral Nossa Senhora de Belém. Depois da missa, o cantor católico Diego Fernandes fez um show e emocionou os presentes. No dia 11 de novembro, as comemorações começaram com a missa festiva dos duzentos anos, às 09h30, presidida pelo bispo diocesano, Dom Antônio Wagner da Silva, com a participação do bispo emérito, Dom Giovanni Zerbini, além do pároco da catedral, padre Jean Patrik Soares e outros sacerdotes da

diocese. Ao meio-dia, foi servido um almoço festivo à base de churrasco e à tarde, os participantes puderam aproveitar as diversas atividades preparadas para os festejos dos dois séculos de fundação da Catedral Nossa Senhora de Belém enquanto paróquia, em Guarapuava. Em entrevista à Central Cultura de Comunicação, Dom Wagner grifou a alegria que sentiu em poder fazer parte, segundo ele, mesmo com uma pequena contribuição, para que os festejos ocorressem. “Para mim pessoalmente, celebrar os duzentos anos da Catedral, representa um momento de muita alegria, de satisfação. Essas comemorações, também representam para todos nós, um compromisso, porque esses duzentos anos trouxeram e envolveram muitas pessoas, muitos bispos, padres, enfim, e hoje, estamos aqui, num momento de transição. Sim, a Igreja é transição e isso nos enche de entusiasmo e de alegria na construção das próximas etapas da nossa Catedral Nossa Senhora de Belém”, destacou Dom Wagner. O pároco local, padre Jean Patrik Soares, também falou da satisfação e do compromisso que foram as preparações para o momento jubilar dos duzentos anos da Catedral Nossa Senhora de Belém. “É algo, de fato, muito emocionante. Nunca esperei passar por isso, por um momento tão importante. Isso significa muito para mim, principalmente, porque sou guarapuavano e por estar atuando como pároco, neste momento histórico. A minha estada aqui, eu atribuo a esse grande trabalho das muitas pessoas que passaram por aqui, que incentivaram e rezaram muito pelas vocações. E isso tudo, precisa continuar. Os serviços de oração, de motivação, de incentivo aos nossos jovens, às nossas crianças, para responderem a Deus a esse chamado. Guarapuava é uma terra abençoada e os resultados aparecem sim, quando trabalhados e regados com muita oração”, considerou o pároco. Padre Acácio Evêncio de Oliveira, que atuou como pároco da Catedral Nossa Senhora de Belém e vigário-geral da diocese de Guarapuava de 2007 a 2017, também falou sobre as comemorações dos duzentos anos. “Este é um momento de gratidão a Deus por ter feito parte desta desta história muito especial para nossa Igreja. Aqui eu fiquei por onze anos, praticamente e conheci muito bem esta população que agora dá continuidade a este trabalho maravilhoso de evangelização e de história. Tudo isso começou a ser construído a partir do padre Francisco das Chagas Lima, primeiro pároco desta paróquia que hoje é nossa Catedral Nossa Senhora de Belém. Ele atuou aqui como pároco por dez anos e outros oito anos como capelão. Essa é uma história muito bonita que precisa ser revivida e celebrada”, sublinhou padre Acácio.

No dia 03 de novembro, sábado, às 14h, uma carreata passou por todas as paróquias do decanato centro.

A celebração do dia 11 de novembro foi presidida pelo bispo de Guarapuava, Dom Antônio Wagner da Silva. “A Igreja é transição e isso nos enche de entusiasmo e de alegria na construção das próximas etapas da nossa Catedral Nossa Senhora de Belém”, disse o bispo, na ocasião.

Curta e siga a página da Catedral Nossa Senhora de Belém no facebook:

facebook.com/catedralgpuava


Dezembro - 2018

Cinco redes sociais das antigas para matar as saudades (ou conhecer) Há não muito tempo, sites e programas como mIRC, Orkut e MSN eram os reis da internet.

a! o b a i c í t No

Nada de smartphones, conexão banda larga e milhares de aplicativos: se você viveu nos tempos de internet discada, certamente se lembra de como era esse universo dominado principalmente pelo mIRC, Orkut, MSN messenger, ICQ e Fotolog. Fossem por meio de fotos, textos ou mesmo para encontros amorosos, essas redes eram outras formas de conectar as pessoas – e que podem parecer vintage para os mais jovens ou nostálgico para os mais velhos. Mas afinal, o que eram e o que aconteceu com eles? Será que algum ainda sobrevive? Veja a seguir:

MIRC

O mIRC era um Internet Relay Chats (IRC) para Windows, uma espécie de conglomerado de salas de bate papos. Criado em 1995, foi baixado mais de 40 milhões de vezes e, em 2003, foi considerado um dos softwares mais populares da internet pelo Instituto Nielsen. Não havia imagens, GIFs saltitantes e muito menos filtros: era tudo na base de nicknames e caracteres escritos. Com o surgimento de mensageiros instantâneos como MSN e ICQ, o mIRC perdeu a popularidade, mas não morreu. Na comunidade de software livre e desenvolvedores, ele ainda é usado.

ICQ

Em 1996, o ICQ revolucionou o conceito de mensagens instantâneas online e chegou a ter mais de 100 milhões de usuários registrados. Criado por israelenses, o nome deriva da frase em inglês “I Seek You” (eu procuro você). Ele existe até hoje e tem até uma versão para aplicativo de celular, mas com bem menos usuários ativos mensais, cerca de 11 milhões.

MSN MESSENGER

Criado em 1999 pela Microsoft, também era uma programa de troca de mensagens instantâneas, como o ICQ. No Brasil, porém, teve muito mais adeptos que o ICQ, e chegou a ter 323 milhões de usuários. Permitia o compartilhamento de arquivos e até chamadas em vídeo (as conexões começaram a melhorar e a banda larga a se popularizar). Em 2012, foi anunciado que ele seria substituído pelo Skype, comprado pela Microsoft. No ano seguinte, foi desativado para sempre.

ORKUT

Nenhum país foi tão fã da rede social quanto o Brasil: entre 2007 e 2009, o país teve o maior número de usuários cadastrados, 40 milhões. Criado por Orkut Büyükkökten, engenheiro turco da Google, era uma espécie de Facebook, mas com funcionalidades que davam o que falar entre os brasileiros. Além da troca de mensagens básicas (chamadas scraps), era possível deixar depoimentos personalizados e permanentes na timeline dos amigos, votar no quão legal/ confiável/ sexy eles eram. Também dava para participar de comunidades que eram pura zoeira, como a “Anão vestido de palhaço mata 8”, na qual pessoas compartilhavam manchetes que, segundo a descrição, “por si só já valem mais do que a notícia toda”. Em 2014, a Google anunciou que fecharia a rede social para sempre. Passado o luto, Büyükkökten criou uma nova rede em 2016, a hello, que só funciona em aplicativos para smartphones e tem um objetivo fofo: espalhar o amor.

FOTOLOG

Muito antes do Instagram, os internautas compartilhavam suas fotos em outra plataforma, o Fotolog. Criado em 2002, chegou a ter mais de três bilhões de visualizações e mais de 20 milhões de visitantes únicos por dia. Na versão gratuita, limita os usuários a fazer o upload de somente uma imagem por dia e permitia somente 20 comentários em cada uma, o que de certa forma tornava tudo bem divertido – e, aliás, é a estratégia da rede atualmente, que ainda existe e tem cerca de dois milhões de usuários. “Advogamos por uma forma saudável e com significado de usar as redes sociais, estimulando conexões reais entre as pessoas em vez de conexões geradas por algoritmos”, diz a nova descrição do site. “Nós estabelecemos uma regra básica para todos – um post por dia, sim, só um post. Considere um experimento”.

Diocese de Guarapuava

31

Dicas de Leitura

da Biblioteca Diocesana Nossa Senhora de Belém EDIFÍCIO NOSSA SENHORA DE BELÉM RUA XV DE NOVEMBRO 7466 - CENTRO - GUARAPUAVA (42) 3626-4348 - Ramal 208

OS MAIS DE 10.000 LIVROS DA BIBLIOTECA DIOCESANA ESTÃO DISPONÍVEIS PARA EMPRÉSTIMO. FAÇA O SEU CADASTRO! Livro: Cartas de Santa Faustina Editora - Apostola da Divina Misericórdia O leitor tem em mãos um precioso tesouro pelo qual poderá conhecer Santa Faustina na cotidianidade de sua vida. Através da leitura das correspondências dessa Grande Santa com aqueles que lhe eram próximos, terá o privilégio de observá-la em meio de trabalhos, responsabilidades, dificuldades, alegrias e acontecimentos ordinários de sua vida. Em tempos de grande ansiedade, solidão, falta de sentido, segurança e amor, Santa Faustina nos ensina - com sua vida o segredo de sua santidade, nos ensina o caminho espiritual pelo qual o próprio Jesus a conduziu, nos ensina a descobrir o Senhor na própria alma e a viver em comunhão com Ele ao longo da vida, e, como consequência dessa comunhão, a sermos misericordiosos como o Pai do Céu é misericordioso. Livro: Elogio das sete consolações O que faz bem ao corpo e á alma Autor: Anselm Grün Editora: Vozes Nas sete consolações, Santo Tomás de Aquino nos mostra concretamente como a graça se edifica sobre a natureza. Ele também destaca como as alegrias terrenas e as alegrias místicas estão interligadas. Nesta mescla, conforme o livro de Anselm Grün, fica explícito como Deus nos concede as coisas terrenas a fim de transformar nossas tristezas e nossas dores num verdadeiro consolo. Livro: O Silêncio de Maria Autor: Inácio Larrañaga Editora: Paulinas Delicada, concentrada, silenciosa assim, frei Inácio Larrañaga sintetiza a personalidade da jovem escolhida para ser Mãe de Deus e de toda a humanidade. O autor nos convida a ir ao encontro de Maria “caminhando sobre terra firme”. Isto é, a partir de uma investigação histórica de sua intimidade, retratada nos evangelhos, leva o leitor a uma profunda reflexão sobre o silêncio de Maria, sua missão e, sobretudo, sobre seu infinito amor. Com estilo sincero e transparente, o autor mostra, neste livro, a beleza e a poesia da Mãe do Silêncio e da Humildade. A partir da reflexão sobre o Silêncio de Maria - não silêncio da omissão, mas da humildade, da obediência e da fidelidade a Deus - ele nos oferece um refinadíssimo retrato de como podemos nos portar diante da vontade do Senhor.

Filme: O Quarto Rei Diretor: Stefano Reali Distribuição: Paulinas DVD Alazar é criador de abelhas, com a venda do mel ele sonha dar melhores condições de vida para a esposa Izira e para o filho que vai nascer. A rotina é interrompida com a chegada do rei Balthazar e do encontro com os outros dois reis. Começa o drama entre duas escolhas: seguir a estrela com os reis magos, ou voltar para sua esposa que é assediada e despejada de casa? O Filme, além de ser uma superprodução, nos envolve na aventura do caminho até Belém e no exemplo de coragem fé e fidelidade.


32

Diocese de Guarapuava

Dezembro - 2018


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.