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HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
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HISTÓ RIAS SOBO ~ CHAO 3
HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
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Introdução aos Estudos Geológicos Reconstruindo o passado...
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O início da Mega Fauna os mamíferos que precederam a atual fauna brasileira
Paleontologia os gigantes animais que formavam a extinta fauna brasileira
Muito mas muito tempo atrás... 230 milhões de anos a.c.
Etnologia as tribos que viviam sobre o nosso mesmo chão
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Os caçadores-coletores costumes e modo de vida
Muito tempo atrás... 5 a 3 milhões de anos a.c.
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Os potiguares histórias de resistência no Rio Grande do Norte
anos a.c.
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Sítios Arqueológicos lar doce lar
Os kayapó homens semelhantes aos macacos
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Pintura Corporal arte indígena
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Pterossauros nos céus do Nordeste sobrevoando a história dos dinossauros
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Ainda uma quantidade considerável de tempo atrás, mas já tinha humanos... 130.000 mil
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Os gigantes do Brasil os dinossauros que habitavam o território brasileiro
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Arqueologia os homens que contavam histórias nas paredes das cavernas
Pintura rupestre arte no tempo das cavernas
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Introdução aos Estudos Geológicos:
Reconstruindo o passado...
HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
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A célebre cena do osso atirado para o alto por um hominídeo e que na cena seguinte se transforma em uma espaçonave, no filme 2001: Uma odisséia no espaço, tocou naquela que talvez seja a maior indagação no panteão de dúvidas existenciais que persegue a espécia humana desde o início dos tempos: de onde viemos? Para onde vamos? Para o futuro, concebemos estações espaciais estacionadas a milhões de quilômetros da Terra para servirem de ponte para a exploração de outros planetas. O passado, em igual medida, excita nossa imaginação toda vez que tentamos reconstruir os caminhos dos primeiros homens, seu cotidiano, as formas de relacionamento com os semelhantes, os significados das mensagens que deixaram impressas nas pedras e mesmo como nossos antepassados mais distantes encaravam a morte. A arqueologia e outras disciplinas, como a antropologia e a paleontologia, têm sido o principal motor para se recriar a trajetória do homem desde que nosso ancestral mais antigo desceu de uma árvore e virou gente. No Brasil, essas ciências indicam que há pelo menos 11 mil anos grupos humanos estavam aqui vivendo onde hoje é a Amazônia, em vastas regiões do cerrado e do sertão e mesmo nos campos e nas serras do Sul do país.
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PALEONTOLOGIA
Os gigantes animais que habitavam o brasileira...
HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
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HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
DO BRASIL
OS GIGANTES
Santanaraptor Placidus Chapada do Araripe
Amazonsaurus Maranhensis, Maranhão
Angaturama Limai Santanaraptor Placidus
Os dinossauros caíram definitivamente na simpatia popular depois que Hollywood decidiu deslocá-los do passado para as telas de cinema. Spielberg transformou extintos “lagartões” encontrados na América do Norte, como o tiranossauro rex, os velocirraptores e os corpulentos dinossauros herbívoros de pescoço longo, em astros de primeira grandeza. Mas, caso o famoso cineasta decidisse usar animais pré-históricos de outras partes do mundo em seus roteiros sobre o passado, poderia escalar tranquilamente para o elenco dinossauros e pterossauros que viveram em terras que hoje compõem o Brasil. Segundo os achados em paleontologia registrados no Brasil a partir da década de 1980, eles eram tão grandes e diversificados como seus parentes norte-americanos. HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
Entre brasileiros, o Santanaraptor placidus viveu há 100 milhões de anos na chapada do Araripe, entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. Seu fóssil despertou interesse pela boa conservação, com sinais de couro e dos músculos petrificados do animal, além de vasos sanguineos e da pele. Quando paleontólogos desenterram algo do gênero é como se acertassem na loteria. Registros dos achados de tecido mole de dinossauros são muito raros. Por isso é considerado um dos fósseis de dinossauro mais bem conservados do mundo. E não só isso, Santana foi classificado como o mais primitivo dinossauro da linhagem dos manirraptoriformes, que ao longo da evolução deu origem aos tiranossauros, entre os quais se inclui o T.rex - que, assim, teria origens remotas no Brasil.
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Os registros de dinossauros carnívoros no Brasil também apontam para a ocorrência de espécies de porte intermediário. Uma dessas era o Angaturama limai. Parte do crânio de um espécime foi encontrada em rochas sedimentares que se depositaram cerca de 110 milhões de anos atrás na Chapada do Araripe. Onde atualmente domina a paisagem árida existia, há milhões de anos, um mar repleto de peixes, o prato favorito do Angaturama. O angaturama foi classificado como uma forma brasileira do grupo de dinossauros conhecido como Spinosauridae, de grande ocorrência na África.teralmente era característico desse grupo de carnívoros. Outro traço que o diferencia é a crista na parte frontal do crânio. E, ao contrário da maioria dos dinossauros carnívoros, que possuíam narinas na ponta do focinho, o Angaturama tinha o orifício olfativo numa posição alta no crânio, próximo aos olhos.
Amazonsaurus Maranhensis VOCÊ SABE QUAL É
A IDENTIDADE
SECRETA DO ANGATURAMA
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Até na Amazônia os gigantes herbívoros deram o ar de sua graça. Foi o que provaram os mais de 100 ossos encontrados em Itapicurumirim, no Maranhão, parte do corpo de 10 metros de comprimento do Amazonsaurus maranhensis. A região fica na área de transição entre o cerrado e a floresta amazônica, dentro da Amazônia legal brasileira. O animal é o mais antigo saurópode brasileiro do Cretáceo, período que foi de 144 a 65 milhões de anos antes do presente.
Angaturama Limai ou Irritator Challengeri, Chapada do Araripe
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PTEROSSAUROS NOS CÉUS DO NORDESTE:
VOCÊ SABIA
SOBREVOANDO
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A HISTÓRIA DOS DINOS Quando se menciona a Chapada do Araripe nas rodas paleontológicas, cresce a expectativa de descobertas espetaculares. Nada mais justo, já que o local é conhecido como o “paraíso dos pterossauros”. Dessa árida região em Pleno Nordeste brasileiro já brotaram fósseis de mais de 20 espécies diferentes desses extraordinários animais extintos aparentados dos dinossauros. Eram verdadeiras máquinas de voar. Para ganhar os ares, desenvolveram bastante o quarto dedo da mão, ao qual se ligava uma fina membrana elástica presa ao corpo a partir das patas traseiras, formando uma imensa asa. Bastava que abrissem as asas e um sopro de ar já o tirava do chão. O vôo era facilitado pelos ossos ocos, semelhantes aos das aves atuais. HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
Thalassodromeus Sethi
As descobertas do Araripe trouxeram à tona características únicas e inusitadas desses senhores dos céus. É o caso da fantástica crista óssea de 1 metro que ocupa 75% da cabeça do Thalassodromeus sethi. Além de grande, a crista do animal era irrigada por uma rede de vasos sanguineos cujas marcas ficaram impressas no crânio fossilizado. Isso reforçou a hipótese de os pterossauros terem a capacidade de auto-regular a temperatura do corpo. A grande crista ampliaria a área de contato com o ar, permitindo que o calor do corpo fosse liberado com mais facilidade. Proporcionalmente, a crista de T.sethi é uma das maiores entre todos os animais vertebrados, vivos ou extintos.
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Thalassodromeus Sethi, Chapada do Araripe
Anhanguera Blittersdorffi
Outro que desenvolveu uma aparência bizarra foi o Anhanguera blittersdorffi. Com um bico de meio metro, encimado por duas cristas, esse pterossauro era dotado de 52 dentes. Seu primeiro nome - “diabo velho”, em tupi - foi sugerido pela aparência feroz do animal, cujas asas tinham 4 metros de envergadura.
Anhanguera Santanae vs
O tamanho não impedia que os pterossauros se mantivessem no ar com segurança e destreza. Estudos realizados com a espécie Anhanguera santanae indicaram que seu cérebro tinha áreas tão especializadas no vôo quanto as aves atuais, com regiões ligadas ao senso de equilíbrio muito sofisticadas.
A CAATINGA JÁ FOI MAR... Os pterossauros dominaram os céus durante toda a era Mezosóica, entre 225 e 65 milhões de anos atrás. Tiveram seu apogeu durante o Cretáceo, com o aparecimento de espécimes de variados tamanhos. Nesse período, a região do Araripe era ponteada de lagos que, para sorte dos paleontólogos, reuniam condições ideais de fossilização. Havia baixa concentração de oxigênio, o que impedia a proliferação de bactérias e, portanto, a decomposição da matéria orgânica. Os animais não apodreciam. Quando os lagos secavam, os corpos ficavam presos na larga camada de gesso que se acumulava nos fundos. Por isso, amostras de tecido mole pele e músculo - permaneceram conservadas.
Hoje, o sertão do Nordeste é marcado pelos mandacarus, pelas secas freqüentes e pelo calor intenso, mas nem sempre foi assim. Há cerca de 300 milhões de anos, quando América do Sul, África, sudoeste da Ásia, Austrália e Antártica formavam um único supercontinente situado próximo ao Pólo Sul, uma vasta porção do que hoje é o Nordeste brasileiro era coberta por geleiras, de cujas bordas se soltavam gigantescos blocos de gelo, icebergs que deslizavam como hoje se vê nos arredores da Antártica. Nas porções menos inóspitas desse terreno, onde não havia gelo, cresciam arbustos e árvores de pequeno porte, parentes distantes dos pinheiros e das araucárias atuais, compondo uma paisagem semelhante à da atual Islândia, já bem perto do Pólo Norte.
Anhanguera Blittersdorffi, Chapada do Araripe
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HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
DINOSSAURO
O FIM DO
Outra importante teoria sobre a extinção dos dinossauros é a do vulcanismo intenso, segundo a qual megaexplosões teriam lançado no ar grandes quantidades de CO², afetando o clima. Há, ainda, a tese de que os dinossauros já estavam em processo lento e gradual de extinção na época em que ocorreram as catástrofes. O fato é que eles saíram de cena para dar lugar aos mamíferos. E, entre eles, o homem, que apareceria há 65 milhões de anos depois dos dinossauros para provar, com suas pesquisas, que um dia esses grandes répteis dominaram o planeta.
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Anhnaguera Blittersdorffi, Chapada do Araripe
Há cerca de 65 milhões de anos, ocorreu na fauna em todo o mundo uma mudança que eliminou os dinossauros. A tese mais aceita para explicar tal fenômeno sustenta que um asteróide com cerca de 10 quilômetros de diâmetro precipitou-se sobre o que é hoje a península Yucatán, no México. A força do impacto teria gerado uma imensa nuvem de poeira que reduziu de modo substancial a ação dos raios solares, gerando um resfriamento global. Com isso, a cadeia alimentar teria sido seriamente afetada. Sem a luz do Sol para realizar a fotossíntese, grande parte das plantas possivelmente foi extinta. Os herbívoros, sem ter o que comer, teriam morrido, levando também à extinção os dinossauros carnívoros que deles se alimentavam.
Thalassodromeus Sethi, Chapada do Araripe
Angaturama Limai ou Irritator, Chapada do Araripe
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Tigre-dente-de-sabre
Ursos Primitivos
— Smilodon populator Dimensões: até 2,5 metros de comprimento e 1,5 metros de altura. Peso: até 350 quilos. Espécies de parentesco próximo: tigres. Onde habitava: todo o território brasileiro, no nordeste era principalmente encontrados na Bahia e Ceará. Em que época existiu: 4 mil anos atrás.
— Arctotherium brasiliensis
O INÍCIO DA
BE E BE P! EP !
M E G A FAUNA
Dimensões: até 6m de comprimento e 4m de altura. Peso: 50 a 250kg. Espécies de parentesco próximo: ursos-de-óculos. Onde habitava: Piauí, Minas Gerais. Em que época existiu: 70 mil anos atrás.
Gliptodonte — Glyptodon clavipes Dimensões: até 2m de comprimento (incluindo a cauda) e 1,2m de altura. Paleontólogos a comparam em dimensão com um fusca. Peso: até 800kg. Espécies de parentesco próximo: tatus, preguiças arborícolas e tamanduás. Onde habitava: região que compreende desde o estado do Sergipe. Em que época existiu: 5 mil anos atrás.
Fonte: Pré-História no Brasil
Toxodonte — Toxodon platensis
Preguiça-gigante — Eremotherium laurilardi Dimensões: até 6m de comprimento e 4m de altura. Peso: até 4 mil quilos. Espécies de parentesco próximo: preguiças arborícolas e tamanduás. Onde habitava: todo o território brasileiro, com maior concentração na região da Bahia. Em que época existiu: 9,7 mil anos atrás.
Mastodonte — Stegomastadon waringi Dimensões: até 5m de comprimento e 5m de altura. Peso: até 4 toneladas. Espécies de parentesco próximo: elefantes e mamutes. Onde habitava: todo o território brasileiro. Em que época existiu: 12 ou 10 mil anos atrás.17
Dimensões: 3m de comprimento e 2m de altura. Peso: de 1300 a 2000kg. Espécies de parentesco próximo: hipopótamos. Onde habitava: principalmente no Piauí. Em que época existiu: há cerca de 10 mil anos atrás.
ARQUEOLOGIA
As histórias contadas nas paredes das cavernas...
HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
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HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
COLETORE
OS CAÇADORE
Tudo indica que os primeiros homens andavam em pequenos bandos e eram pouco numerosos. Até 12 mil anos atrás, a densidade demográfica era de 0,1 habitante por quilômetro quadrado. De modo geral, os primeiros homens a viver em terras brasileiras eram baixos, entre os homens, a altura média era de 1,60 metro; entre as mulheres, 1,50. A expectativa de vida não ia muito além dos 30 anos. A mortalidade das crianças de até 4 anos era alta.
No Brasil, a Arqueologia consegue datar que há pelo menos 11 mil anos grupos humanos estavam aqui vivendo onde hoje é a Amazônia, em vastas regiões do cerrado e do sertão e mesmo nos campos e nas serras do Sul do país. Mas uma barreira que se coloca no estudo desses grupos humanos antigos é o desaparecimento de quase tudo o que formava a sua cultura material. Muitas vezes, restam apenas ao arqueólogo as indústrias da pedra, tecnologia típica dos povos caçadores antigos. Ou seja, as pedras que o homem antigo lascou para poder sobreviver tornam-se os únicos testemunhos de sua vida e de seus hábitos. Por isso, a quase-totalidade do que os especialistas sabem sobre a pré-história humana provém das características técnicas e estilísticas dos artefatos encontrados. HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
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Luzia: a primeira brasileira?
A França tem o Homem Cro-Magnon. A Alemanha, o primeiro neanderthal. A criança de Taung e a Senhorita Plesis são símbolos dos antepassados humanos da África do Sul. O fóssil de Lucy, um dos mais antigos ancestrais humanos, veio à luz na Etiópia. E o ícone brasileiro da pré-história? Como seria? Luzia é o nome do fóssil humano (Homo sapiens) mais antigo encontrado na América, com cerca de 12 500 a 13 000 anos (similar somente a Naia) e que reacendeu questionamentos acerca das teorias da origem do homem americano.O nome foi dado pelo biólogo Walter Alves Neves. O fóssil pertenceu a uma mulher que morreu entre seus 20 a 25 anos de idade e foi considerado como “a primeira brasileira” a viver no continente do pais sul-americano que seria formado depois. O crânio dela foi encontrado no início dos anos 1970 pela missão arqueológica franco-brasileira chefiada pela arqueóloga francesa Annette Laming-Emperaire (1917-1977). O crânio foi descoberto em escavações na Lapa Vermelha, uma gruta no município de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.A gruta era famosa pelos trabalhos do cientista Peter Lund.
Artefatos
A partir do estudo dos testemunhos arqueológicos é possível saber que os primeiros caçadores-coletores desenvolveram um estilo de vida que envolvia um grande conhecimento do meio ambiente. Eles controlavam grandes territórios, recolhendo plantas e frutas e caçando pequenos animais. A natureza oferecia material para diversos propósitos, tanto para fins medicinais quanto para fins estéticos ou de subsistência. E a caça não produzia só comida: ossos, dentes e peles eram aproveitados para a confecção de utensílios ou vestes. Ossos de animais serviam para furar ou usar como espátulas. As pedras eram recolhidas para a produção de artefatos ou mesmo para servir de construção. Lascas cortantes de quartzo, sílex ou quartzito serviam como instrumentos para se trabalhar a madeira e para raspar os pigmentos usados nas pinturas.
Os raspadores feitos de também serviam para preparar hastes de madeira para compor lanças e flechas. Na extremidade da haste era fixada uma ponta de lança feita de pedra, e desse modo os caçadores fabricavam uma eficaz arma para caça para capturar presas de pequeno e médio porte – répteis, aves e peixes. A megafauna, no entanto, não fez parte do menu destes primeiros homens.
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DESDE QUE AQUI CHEGOU
O HOMO SAPIENS DEIXOU SUA MARCA
E DOCUMENTOU
VOCÊ
SUA HISTÓRIA As sucessivas gerações dos primeiros habitantes do Brasil foram mudando de hábitos e assimilando novas tecnologias ao longo do tempo. Mas, desde que aqui chegaram, tiveram o costume de pintar e gravar as paredes de pedra. Em grutas, abrigos, cavernas e grandes blocos rochosos que afloram da paisagem dos mais ricos sítios arqueológicos mundiais. De norte a sul do país, pinturas e gravuras compõem um dos mais valiosos testemunhos do passado humano. Misteriosos tesouros a serem desvendados.
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SABIA?
Uma das maiores concentrações de pinturas rupestre fica no Piauí. São nada mais nada menos que 530 os sítios com arte rupestre catalogadas no Parque Nacional da Serra da Capivara, totalizando 60 mil figuras. Todos os povos originários da área do Parque Nacional foram exterminados pelos conquistadores brancos e deles, hoje, só nos resta o que a arqueologia consegue descobrir. No entanto, ainda hoje os achados arqueológicos sofrem com a ameaça do homem branco, que alagou muitos dos vestígios históricos com suas hidrelétricas.
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RUPESTRE
AS TRADIÇÕE
Assim como a arte hoje em dia é separada em escolas, as pinturas rupestres também poderiam ser classificados em “Tradições”, estabelecidas através do estudo de temáticas e dos estilos de grafismos. Estas podem ser classificadas como Tradição: Amazônica, São Francisco, Planalto, Litorânea, Geométrica, Meridional, Agreste e Nordeste. Mas nesta edição do Histórias Sob O Chão veremos as tradições que se encontram no Nordeste brasileiro.
DE CENAS COTIDIANAS A ANIMAIS E ANTROPOMORFOS
RITUAIS XAMÂNICOS E PADRÕES GEOMÉTRICOS
Tradição Agreste Tradição Nordeste Tradição Geométrica Tradição São Francisco
Acredita-se que a tradição Nordeste, data de 12 a 6 mil anos atrás, tenha sido desenvolvida no Piauí e de lá tenha se espalhado para outros estados nordestinos. Nela prevalecem pinturas monocromáticas mais precisas e narrativas, com pincéis mais delicados, sendo representados os homens em cenas de ação como a caça, a dança, o sexo, ritos, segurando armas, cestas e outros objetos. Este tipo de pintura é comumente encontrada nos sítios do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, em parte na Bahia e em Minas Gerais.
A tradição Agreste, datada entre 9 e 2 mil anos atrás, presume-se ter sido originada na região do rio São Francisco (Pernambuco), e se é caracterizada pela pintura de figuras mais toscas, geométricas ou biomorfas, com humanos em posições estáticas que lembram espantalhos. São comumente representados animais como emas, tatus, tamanduás, onças, lagartos e macacos.
Também são encontrados vestígios das Tradições Planalto, sob formas que remetem à estrelas, cometas e por vezes relacionadas por alguns arqueológos à expressões de viagens alucinógenas de origens xamânicas. A tradição Geométrica destaca-se sob a forma de trabalhosos desenhos perfurados nas rochas. Além disso, são encontrados com abundância registros da tradição São Francisco que caracteriza-se por padrões geométricas, pentes, bastonetes e raros antropomorfos.
Tradição Planalto
HISTÓRIAS SOB O CHÃO
do Nordeste
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Pinturas de Tradição Agreste, Lajedo de Soledade
Tradição Nordeste, Toca do Boqueirão da Pedra Furada
Tradição Planalto, Bahia
Tradição Geométrica, Toca do Cosmo
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ARQUEOLÓGICO
PARQUES E SÍTIO
HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
Serra da Capivara, Piauí
O Parque Nacional da Serra das Confusões - assim denominada por mudar de configuração de acordo com a iluminação do dia - é uma unidade brasileira de conservação e proteção integral à natureza que encontra-se em estado primitivo, com inúmeros sítios arqueológicos em suas cavernas e grutas. Apresenta litogravuras nos paredões rochosos de grande valor histórico, científico e cultural. Este vale era habitado por índios até a colonização portuguesa e desbravadores paulistas (bandeirantes), estes desbravadores escravizaram, expulsaram os índios tupinambás desta região e formaram fazendas nestas terras.
O Parque Nacional Serra da Capivara é uma unidade de conservação arqueológica com uma riqueza de vestígios que se conservaram durante milênio s. Área de maior concentração de sítios pré-históricos do continente americano e Patrimônio Cultural da Humanidade - UNESCO. Contém a maior quantidade de pinturas rupestres do mundo. Estudos científicos confirmam que a Serra da Capivara foi densamente povoada em períodos pré–históricos. Os artefatos encontrados apresentam vestígios do homem há 50.000 anos, os mais antigos registros na América.
Parque Nacional da Serra das Confusões, Piauí
A Toca do Boqueirão da Pedra Furada (Piauí) é um abrigo sob-rocha de aproximadamente 75 metros de altura por 70 metros de extensão e 3 metros de largura. As paredes estão cobertas de pinturas das tradições Agreste realizadas ao longo de 12 milênios e lá também foram encontradas fogueiras estruturadas e uma grande quantidade de artefatos de pedra lascada. São mais de mil grafismos catalogados, e deve-se levar em conta que são o que sobrou das pinturas originais, uma vez que a fragmentação natural do arenito e o intemperismo vêm aos poucos destruindo as obras pré-históricas. As condições de habitalidade desse abrigo são excepcionais: além de uma grande plataforma protegida que permite que ali se reúnam muitas pessoas, a toca apresenta em seu lado esquerdo um boqueirão que acumula água das chuvas e pode armazenar até 7 litros de chuva.
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Toca do Boqueirão da Pedra Furada, Piauí
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Os povos que viviam sobre nosso mesmo chão...
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OS DONOS
DO BRASIL Hoje, segundo dados do censo do IBGE realizado em 2010, a população brasileira soma 190.755.799 milhões de pessoas. Ainda segundo o censo, 817.963 mil são indígenas, representando 305 diferentes etnias. Foram registradas no país 274 línguas indígenas. Os povos indígenas estão presentes tanto na área rural quanto na área urbana. Sendo que, cerca de 61% dos indígenas estão concentrados na área rural. A região que concentra a maior população em números absolutos é a região nordeste com 106.150 mil indígenas. A região nordeste conta com cerca de 25,5% da população e possui no estado da Bahia a maior concentração de indígenas.
HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
Esta população, em sua grande maioria, vem enfrentando uma acelerada e complexa transformação social, necessitando buscar novas respostas para a sua sobrevivência física e cultural e garantir às próximas gerações melhor qualidade de vida. As comunidades indígenas vêm enfrentando problemas concretos, tais como invasões e degradações territoriais e ambientais, exploração sexual, aliciamento e uso de drogas, exploração de trabalho, inclusive infantil, mendicância, êxodo desordenado causando grande concentração de indígenas nas cidades. Foram registradas no país 274 linguas indígenas faladas, o censo demonstrou que cerca de 17,5% da população indígena não fala a língua portuguesa.
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HISTÓRIAS DE RESISTÊNCIA INDÍGENA:
OS POTIGUARES NO RIO GRANDE DO NORTE
“
Terminada a guerra dos bárbaros, a capitania estava arrasada e a população indígena reduzidíssima. Os que sobreviveram entraram paulatinamente num processo de miscigenação e de aculturação com a população branca de origem portuguesa, e com negros de origem africana... somente após o esmagamento dos índis no século XVII, pôde a colonização portuguesa consolidar-se no interior ao longo do século XVIII.”
“
(Souza, Itamar de. Diário do Rio Grande do Norte - v. Natal. Junho de 1999)
Segundo Câmara Cascudo, dois povos habitavam o Rio Grande do Norte quando os europeus chegaram a esse território. Os Tupi, representados pelas tribos dos Potiguar, que ocupavam parte do litoral da Paraíba e todo o litoral do Rio Grande do Norte, principalmente o litoral que vai de Baía Formosa até Touros. Na parte mais interiorizada da nossa costa, chegando ao agreste, viviam os Guaraíra, os Paiguá e os Jundiá. No interior, predominavam os Tapuio, também chamados de Cariri, divididos em tribos como os Panati, Caicó, Peba, Tarairiú, que habitavam o Seridó. Da chapada do Apodi para a Serra de Patú, viviam os Janduí, Pataxó, Pajeú, Paiacu e Moxoró. Na região serrana, predominavam as tribos do Icó, Panati e Pacaju.
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Esses índios resistiram à invasão do seu território, dos seus rios, florestas e de toda sua paisagem de caça, pesca e de sobrevivência ocupada pelos colonizadores de origem portuguesa. Essa luta é articulada pela confederação dos Cariri, que deve ter sido realizada em torno de 1670. A reação à resistência indígena, que é chamada pelo colonizador de Guerra dos Bárbaros, é feita de forma cruel em todo sertão nordestino, que começava a ser ocupado com criatório de gado. Os cariri são dizimados por tropas vindas da Bahia, de Pernambuco e até pelos Bandeirantes paulistas, como é o caso de Domingos Jorge Velho.
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No século XVI, os potiguaras somavam aproximadamente 90 000 indivíduos. Eram grandes canoeiros e combateram os invasores portugueses. Falavam a língua tupi antiga e celebravam os ritos que compunham a mitologia tupi. Vários descendentes da tribo dos potiguares adotaram, ao serem submetidos ao batismo cristão, o sobrenome "Camarão", pois parte de sua economia consiste na criação de c
Batizada como Clara Filipa Camarão e nascida na metade do século XVII, no bairro de Igapó na cidade de Natal (então Capitania do Rio Grande e hoje estado Rio Grande do Norte), as poucas informações existentes indicam que ela era da nação Potiguar (grande nação tupi). O seu nome indígena foi apagado. Na aldeia de Igapó, Clara foi catequizada por jesuítas. Ela se casou com o chefe da tribo Poti, também catequizado.
CLARA CAMARÃO
E AS HEROÍNAS DE TEJECUPAPO Clara batalhou contra as invasões holandesas, como havia proibições expressas dela lutar junto ao marido, ela montou um “pelotão feminino”. Ela liderava esse grupo de guerreiras que ficou conhecido como “Heroínas de Tejecupapo”. A história que mais chama atenção ocorreu na aldeia de Telecupapo. Os holandeses estavam sem comida e estavam sendo obrigados por isso a saírem de Olinda, que se encontrava sitiada, a aldeia mais próxima de lá era a de Telecupapo, que era uma aldeia de cerca de 200 habitantes. Os homens da aldeia a fim de protegerem a tribo se posicionaram como uma barreira na estrada. Todos foram mortos. Mas ao chegar à aldeia, os holandeses foram recebidos pelo grupo de mulheres que era liderado por Clara e foram exterminados. Ela foi considerada uma heroína.
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Clara conhecia como usar o arco e flexa, o tacape e a lança, além de cavalgar bem. Sua coragem era tanta que ela montada num cavalo, investia nos inimigos. Esses lutavam com espadas. Sua liderança era admirava e sua coragem e ousadia inspirava várias mulheres potiguares. Além da batalha relatada acima, ela participou de duas muito memoráveis, a ocorrida em Porto Calvo e a Batalha de Guararapes, essa última, decisiva pra vitória. As histórias que exaltam a coragem dessa índia são muitas, a maioria deve ter se perdido no decurso do tempo, mas ela é considerada uma das primeiras "feministas" do Brasil, por ter superado as barreiras dos papéis de gênero se tornando uma guerreira e heroína, pois pra ir à luta, ela precisou se afastar dos afazeres domésticos da tribo.
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RELIGIÃOE
CULTURA Originalmente praticantes da religião tupi, atualmente muitos potiguaras são cristãos (católicos, batistas, betéis, fiéis da Assembléia de Deus, da Igreja Universal do Reino de Deus, Brasil para Cristo, dentre outras) ou optam por práticas espirituais ancestrais que veneram entidades e realizam rituais ligados à macumba, ao catimbó e à jurema. Os umbandistas e juremeiros são alvo de muitos estigmas, sendo acusados de feitiçaria e classificados como catimbozeiros. Sua presença e atuação são discretas, embora existam alguns terreiros e oficiantes publicamente conhecidos residindo nas aldeias. Até 2008, existiam cerca de dez locais de tais práticas espiritualistas. Em Vila Monte-Mor, há um centro espírita kardecista dirigido por um casal formado por uma índia e um não índio.
HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
Em interação com este universo multifacetado mas aparentemente invisível, existem inúmeros rezadores e rezadeiras que curam males físicos e espirituais e que se vinculam às práticas mais tradicionais do catolicismo. É com discrição que a maioria dos índios menciona o contato com aqueles que consideram como os espíritos dos antepassados durante o Toré e outros. Contudo, afirmam que este tipo de contato é real e que seus antepassados ainda hoje estão presentes nas matas e furnas da região. Que os matos, mangues e as águas são habitados por entidades que lhes protegem e que os caboclos velhos tinham a faculdade de conversar com esses seres. Além disso, o tratamento com plantas medicinais e o recurso aos poderes sobrenaturais das entidades da natureza e aos antepassados fazem parte das formas de construção da etnicidade, garantindo a especificidade cultural do grupo.
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HOMENS MACACO
KAYAPÓS MEBÊNGÔKR
Os caiapós, também conhecidos como kayapó, kaiapó e mebêngôkre (endônimo), são um grupo indígena habitante da Amazônia brasileira, principalmente no Pará, mas também no Mato Grosso e Tocantins. Falam a lingua de tronco macro-Jê e o caiapó. O termo “Kayapó” é um exônimo que data do início do século XIX, tendo sido criado por grupos indígenas vizinhos desta etnia. Significa ‘homens semelhantes aos macacos’ e está, provavelmente, ligado a certos rituais do grupo, nos quais os homens dançam usando máscaras de macaco. O endônimo dos chamados kayapó é mebengokre, que significa, literalmente, ‘homens do buraco (ou poço) d’água’. HISTÓRIAS SOB O CHÃO do Nordeste
Cada comunidade é independente das demais, mas todas apresentam a mesma estrutura. Se constrói uma aldeia com uma praça central para as festas e, ao redor, as casas de cada família. O ngobe é a casa dos homens, situada no extremo norte da praça, onde eles se reúnem, praticam trabalhos artesanais e pernoitam. Os homens se dividem em dois lados, cada um com um benadióro (chefe) e seus oopen (partidários). As casas das esposas do chefe estão uma no extremo leste da aldeia e outra a oeste. São seminômades. Várias vezes ao ano, correm pelas florestas para a caça, coleta e estabelecimento de novas colheitas, por períodos por vezes curtos e por vezes longos.
Economia
A agricultura itinerante é praticada por homens, mulheres e meninos. Através da limpeza da floresta e da queimada, os kayapós estabelecem o suru cinquenta por trinta metros. O suru é uma horta na qual semeiam batata, cará, mandioca, algodão, milho e, ao lado das árvores, plantam cupá, uma videira com gavinhas comestíveis, além de arroz, feijão, mamão e tabaco. Usam fertilizantes e pesticidas. Recolhem mel e frutos de palmeiras silvestres como o babaçu.
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Atualmente, comercializam a castanha-do-pará, outrora colhida para consumo próprio. São caçadores, mas atualmente a caça não é abundante. Entre as presas, se destacam a família Tayassuidae. Os homens tecem cestos, cintos, faixas para carregar e fabricam paus, lanças, arcos e flechas para a caça. As mulheres fabricam pulseiras, fitas e cordas.
Religião
Há um mundo celeste do qual provém a humanidade. Os primeiros seres humanos que chegaram à Terra vieram de lá por uma longa corda, igual formigas por um tronco. Isto foi possível porque um homem viu um tatu e o seguiu até que entrou num buraco, que depois foi usado pelas pessoas para vir a este mundo. Também as plantas celestes baixaram do mundo celestial quando a filha da chuva brigou com a mãe, desceu a este mundo e foi acolhida por um homem, a quem entregou as plantas. Muitos relatos explicam os fatos culturais, desde a obtenção do fogo até a casa da onça-pintada. As danças são levadas muito a sério, pois explicam a relação com a natureza, a sociedade e a história. Não usam bebidas fermentadas nem plantas alucinógenas.
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CORPORA
A PINTUR
Para o povo Kayapó a pintura corporal é muito mais que expressão de beleza, ela é uma segunda pele que veste o individuo de seu papel social. É um modo de existir para a sociedade através da pintura. A pintura corporal é uma atividade contínua desempenhada por todas as mulheres Kayapó a partir do momento em que nasce seu primeiro filho. É através da criança que a mãe se qualifica como pintora, e através da pintura transmite carinho e socializa seu filho. Para fazer a tintura as nires (mulheres da tribo) usam o miolo da fruta jenipapo, água e carvão, este último ingrediente serve de guia, já que a nódoa do jenipapo vai escurecendo lentamente, ao aderir à pele.
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Depois de 2 horas toma-se banho para tirar os resquícios do carvão, ficando só o pigmento preto. A pintura pode durar até 8 dias. A aplicação é feita com um estilete, de nervura de palmeira ou bambu, e com os dedos da mão direita e apenas o indicador da esquerda. As nires usam a mão direita como palheta, por isso, com muito orgulho, tem sempre esta mão preta, enquanto a esquerda deve estar sempre limpa para servir de apoio.
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Nos corpos dos índios kayapó podem ser encontrados padrões da pintura, grafismos extremamente elaborados que representam de forma abstrata: peixes, aves, jabutis, antas, plantas e tantos outros elementos que estão no mesmo nível cosmológico que o índio, já que pra eles o sentido de natureza assim como nós concebemos não existe. A simetria e a perfeição na execução dos traços são bastante surpreendentes. A infinidade de desenhos e estilos também impressiona.
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Museu Etno-Geológico do Rio Grande do Norte Instituto Federal Sul-Rio-Grandense - Campus Pelotas Curso Técnico Integrado em Comunicação Visual - CVI8M Trabalho Acadêmico desenvolvido de 2017/1 para a disciplina de Projeto Editorial, ministrada por Mauro Hallal dos Anjos. Projeto Editorial e Diagramadora: Gabriely Gallo Orientadora: Ruth Rejane Perleberg Lerm Coordenação Editorial: Mauro Hallal dos Anjos Revisão: Mauro Hallal dos Anjos Impressão a laser Capa: Papel reciclável 300g Miolo: Papel Reciclável 120g Gráfica: Graphos (Rua Gonçalves Chaves, 659 (Galeria Antunes Maciel) - Centro, Pelotas/RS Telefone: (53) 3227-1702 Tipografia: Família Ubuntu Imagens: Rodrigo Petrella e Fabio Nascimento Gabriely Gallo da Silva gabrielygalloggs@gmail.com Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial - Sem Derivações 4.0 Internacional
GALLO, Gabriely Histórias Sob O Chão / Gabriely Gallo. - Registro 2017 22f; 20cmx20cm Orientador: Ruth Lerm Trabalho de conclusão de curso (Técnico Integrado em Comunicação Visual) - Instituto Federal Sul-Rio-Grandense. 1. Arqueologia. 2. Paleontologia. 3. Etnologia. I. GALLO, Gabriely. II. Instituto Federal Sul-Rio-Grandense. CCD___
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